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Laboratório de Ciências Forenses e Psicológicas Egas Moniz

Relatório de Perícia

Processo nº
22/2015
Identificação: Ana Rebeca Oliveira Ramos, nº 111080, Ciências Forenses e Criminais Item nº 10

U.C: Técnicas Analíticas Forenses I


Descrição: Relatório pericial de análise de uma amostra fornecida por uma indústria farmacêutica para verificar a
correta rotulagem do lote.

Localização: Laboratório de Ciências Forenses e Psicológicas Egas Moniz


Embalado em: Eppendorf Selado por: Catarina Almeida
Condições: 25ºC
OBJECTIVO

Realização da reta de calibração em UV-Vis, determinação da concentração de uma amostra pré-preparada


e confirmar se se trata de eritrosina B.

RESUMO

A solução stock de eritrosina B, concentração 250 µg/mL, foi fornecida para a preparação dos padrões com
concentrações 2, 5 e 8 µg/mL.

No espectrofotómetro a um comprimento de onda de 528 nm, efetuou-se as várias leituras de absorvência


em triplicado e, através da reta de calibração, foi calculada a concentração deste presente na amostra.
Desta forma, foi possível afirmar que a amostra diluída previamente 5x de eritrosina B tinha uma
concentração inicial de 38,25 µg/mL.

Levou-se a amostra ao FTIR para a confirmação do que era a amostra e obteve-se 0,916 de correlação com
a eritrosina B.

DETALHES TÉCNICOS ID local:


Data: 26-10-2015
Uma das técnicas de análise quantitativa talvez mais divulgadas atualmente fundamenta-se na interação
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da matéria com a radiação eletromagnética.
A espetrofotometria do visível e ultravioleta (UV) é um método instrumental que utiliza luz visível e UV,
na gama de comprimento de onde entre os 300 e os 800 nm (Fig.1). Como tal, só se aplica a espécies
coradas que absorvem no visível e a espécies incolores que absorvem no ultravioleta.

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Figura 1 - Espetro Eletromagnético da Luz

A solução com a espécie a analisar é atravessada por radiação de um dado comprimento de onda,
medindo-se a fração dessa radiação que é absorvida. O resultado da medição exprime-se por
absorvância cujo valor se lê diretamente no espetrofotómetro.
A figura 2 representa os fenómenos da intensidade de radiação no visível, numa amostra.

Luz

Amostra

Figura 2 - Célula Espetrofotométrica – Dispersão e Emissão

Assim, se no percurso da luz incidente for intercalada uma amostra, parte da radiação pode ser ID local:
absorvida e convertida em energia térmica e outra parte pode ser dispersada ou reemitida, com ou sem Data: 26-10-2015
variação do comprimento de onda. Também podem ocorrer variações nas propriedades da radiação não Pág. Nº 2
absorvida, tal como uma mudança de direção.
Estas propriedades que as substâncias têm de absorver algumas radiações de comprimento de onda
bem determinadas e característicos para cada espécie, são utilizadas em análise quantitativa e
qualitativa.
As determinações quantitativas, que se designam por espetrofotometria, baseiam-se no facto da
absorção de uma dada radiação monocromática ser tanto maior quanto maior for a concentração da
espécie absorvente, de acordo com a Lei de Lambert-Beer.

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A espetrofotometria de infravermelho é realizada num espetrofotómetro de transformada de Fourier
(FTIR – Fourier transform infrared spectrometer). Este equipamento é constituídos por uma fonte de
radiação infravermelha, diversos espelhos que encaminham a radiação até à amostra, um
interferómetro, um porta amostras e um detetor.

RESULTADOS

Padrão Absorvância Desvio Teste de Teste de


Absorvância Média T-student
(µg/mL) Corrigida Padrão Dixon Grubbs
0,058 0,000
Branco 0,058 0,000 0,000 0 0
0,058 0,000
0,189 0,131
2 0,188 0,13 0,131 0,000577 0,000784 1 0,577
0,189 0,131
0,485 0,427
5 0,485 0,427 0,427 0,000577 0,000784 1 1,154
0,486 0,428
0,747 0,689
8 0,747 0,689 0,689 0 0
0,747 0,689
Amostra 0,663
Tabela 1 - Valores das absorvâncias, as suas respetivas médias, desvio padrão, T-student, teste de Dixon e Grubbs

Fórmula utilizada para Desvio Padrão (s), teste de Dixon e Grubbs:


 Desvio Padrão (s)

∑𝑛(𝑥𝑖 − 𝑥̅ )2
𝑠=√
𝑛−1

 Teste de Dixon:
ID local:
(𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 – 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑝𝑟ó𝑥𝑖𝑚𝑜) Data: 26-10-2015
𝑄=
(𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 − 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟) Pág. Nº 3

 Teste de Grubbs:
(𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 − 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑟𝑣ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠)
𝐺=
𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

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Curvade Calibração
0,900
0,800
0,700
0,600
Absorvância (nm)

0,500
0,400
0,300 y = 0,0931x - 0,0496
R² = 0,9987
0,200
0,100
0,000
-0,100 0 2 4 6 8 10
Concentração (µg/mL)

Gráfico 1 - Curva de calibração da eritrosina B

Cálculo da concentração de eritrosina B da amostra através de uma reta de calibração (concentração entre
2 𝜇𝑔/𝑚𝐿 e 8 𝜇𝑔/𝑚𝐿):

𝐴𝑏𝑠 = 0,0931 × 𝐶(𝜇𝑔/𝑚𝐿) − 0,0496 , 𝑅 2 = 0,9987

Em que a absorvância da amostra é de 0,663. Assim, a concentração de eritrosina B é calculada pela recta:
0,663 + 0,0496
0,663 = 0,0931 × 𝐶 − 0,0496 ⇔ 𝐶 = ⇔ 𝐶 = 7,65 𝜇𝑔/𝑚𝐿
0,0931

Como a amostra foi diluída 5x, a concentração de eritrosina B será:


𝐶 = 7,65 × 5 = 38,25 𝜇𝑔/𝑚𝐿

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Data: 26-10-2015
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DISCUSSÃO/CONCLUSÃO

Quando se submete uma amostra desconhecida a leituras de absorvências no espectrofotómetro, pretende-


se, normalmente, determinar a sua concentração. Para cada composto químico existe uma faixa de
comprimento de onda diferente aquando a sua leitura do espectro de absorção. Nesta amostra, que se sabe
que contém eritrosina B, o espectro de absorção apresentou um pico máximo para o comprimento de onda
a 528 nm, encontrando-se na gama do visível, em que é necessário o uso de cuvettes de quartzo. A amostra
em stock foi diluída para a realização de padrões com 2, 5 e 8 µg/mL. Esta amostra que continha eritrosina B
foi analisada no espectrofotómetro (Tabela 1), para assim se determinar reta de calibração deste corante
biológico. Os valores do branco não foram registados assim como não se realizou o auto-zero.

Para que se pudesse determinar que esta análise era precisa e exata, calculou-se os desvios padrões, o T-
student, o teste de Dixon e Grubbs para cada padrão (Tabela 1).

Através da reta de calibração, que é válida para concentrações entre 2 𝜇𝑔/𝑚𝐿 e 8 𝜇𝑔/𝑚𝐿, foi determinada
a concentração de eritrosina B (7,65 𝜇𝑔/𝑚𝐿), encontrando-se dentro da reta. Esta amostra foi diluída 5x, o
que significa que a concentração de eritrosina B é realmente de 38,25 𝜇𝑔/𝑚𝐿 ± 0.0571.

REFERÊNCIAS
ID local:
Textos de apoio no âmbito da unidade curricular Técnicas Analíticas Forenses Data: 26-10-2015
Pág. Nº 5
Teresa Sobrinho Simões, Maria Alexandra Queirós, Maria Otilde Simões. Técnicas Laboratoriais de
Química, bloco III, Lisboa: Porto Editora

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ANEXOS

Materiais utilizados:

 Nesta análise para determinação da reta de calibração do corante biológico de eritrosina B, foi
utilizado balões volumétricos de 20 mL para a diluição da amostra stock. Para se diluir as amostras,
foi utilizado micropipeta. As amostras foram analisadas no espectrofotómetro UV-Vis em cuvettes
de quartzo.
ID local:
Volumes medidos e concentração final obtida dos padrões de Eritrosina B
Data: 26-10-2015
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Padrão Volume
(µg/mL) (µL)
2 160
5 400
8 640
Tabela 2 - Volumes medidos para cada padrão

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