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SUMÁRIO
LEI 13.964/19 – PACOTE ANTICRIME................................................................................................................. 2
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ............................................................................................................................. 2
ALTERAÇÕES NA PARTE GERAL DO CÓDIGO PENAL ...................................................................................... 2
LEGÍTIMA DEFESA FUNCIONAL .................................................................................................................. 2
DAS PENAS ................................................................................................................................................. 2
LIVRAMENTO DA CONDICIONAL ............................................................................................................... 3
PERDA DE BENS ......................................................................................................................................... 3
CAUSAS IMPEDITIVAS DE PRESCRIÇÃO ..................................................................................................... 4
ALTERAÇÕES NA PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL.................................................................................. 4
HOMICÍDIO (ART. 121, CP)......................................................................................................................... 4
AUMENTO DE PENA EM CRIMES CONTRA A HONRA ................................................................................ 5
ROUBO ....................................................................................................................................................... 5
ESTELIONATO............................................................................................................................................. 6
CONCUSSÃO .............................................................................................................................................. 6

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LEI 13.964/19 – PACOTE ANTICRIME


NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Olá! Falando em Pacote Anticrime, é normal o desespero bater, afinal, é a lei que mais
altera o cenário jurídico do Brasil nos últimos 20 anos. A ideia aqui é posicionar você, caro
concurseiro, a respeito do que deve ser levado para a prova.
Já de antemão, perceba que, pela leitura do Art. 1º da lei, a área do Direito mais afetada,
sem dúvida, é a legislação penal e processual penal, aperfeiçoando (segundo a lei) toda a
tramitação nessas esferas. Vejamos o que diz o Art. 1º:
Art. 1º Esta Lei aperfeiçoa a legislação penal e processual penal.
ANTES...
Vale lembrar que, apesar da plena vigência da lei anticrime, o Ministro do STF Luiz Fux
suspendeu por tempo indeterminado três dispositivos:
 Novas regras de arquivamento de Inquéritos Policiais (Art. 28-A, CPP);
 Ilegalidade de prisões pela não realização de audiência de custódia em 24h;
 Proibição de atuação judicial em casos de provas declaradas ilícitas.

ALTERAÇÕES NA PARTE GERAL DO CÓDIGO PENAL


LEGÍTIMA DEFESA FUNCIONAL
Primeiramente, cabe observar que o CP foi alterado tanto na parte geral quanto na parte
especial. O primeiro ponto mais relevante diz respeito àquilo que a doutrina chama de legítima
defesa funcional. Agora, o agente de segurança pública (Art. 144 da CF/88) que repele agressão
ou risco de agressão de vítimas mantidas como reféns está expressamente amparado pela
legítima defesa. Nem precisa ser dito que o episódio que protagonizou a inserção deste
dispositivo foi o ocorrido na ponte do Rio-Niterói, no RJ, em que um atirador dissolve um
agressor que mantinha um ônibus de reféns.
Art. 2º O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 25. ...................................................................................................
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste
artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de
segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima
mantida refém durante a prática de crimes.

DAS PENAS
Agora, após transitado em julgado, a multa prevista no crime será executada perante um
juiz de execução, e não mais sob a égide do juiz do processo, aplicando-se os mesmos
dispositivos previstos para a dívida ativa.
Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será
executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida
de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda
Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e
suspensivas da prescrição.

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As penas privativas de liberdade não mais serão de no máximo 30 anos, mas passam a ser
de 40, conforme o Art. 75. Havendo extrapolação desse prazo em situação de concurso de
crimes, as penas serão unificadas.
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade
não pode ser superior a 40 (quarenta) anos.
§ 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade
cuja soma seja superior a 40 (quarenta) anos, devem elas ser
unificadas para atender ao limite máximo deste artigo.
..................................................................................................... (NR)

LIVRAMENTO DA CONDICIONAL
O Art. 83 do CP também sofreu mudanças significativas, pois inseriu no rol de hipóteses
de livramento condicional o inciso III. Vejamos:
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao
condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois)
anos, desde que:
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for
reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em
crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - comprovado: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
a) bom comportamento durante a execução da pena; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze)
meses; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;
e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho
honesto; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano
causado pela infração; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação
por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o
apenado não for reincidente específico em crimes dessa
natureza. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com
violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará
também subordinada à constatação de condições pessoais que façam
presumir que o liberado não voltará a delinquir.

PERDA DE BENS
Com a atual inserção do Art. 91-A no CP, em havendo condenação por crime cuja pena
máxima seja de RECLUSÃO superior a 6 ANOS, poderá ser decretada a perda de bens
correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja
compatível com o seu rendimento.
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei
comine pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser
decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens
correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do
condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito.

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§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se


por patrimônio do condenado todos os bens:
I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio
e o benefício direto ou indireto, na data da infração penal ou
recebidos posteriormente; e
II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante
contraprestação irrisória, a partir do início da atividade criminal.
§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da
incompatibilidade ou a procedência lícita do patrimônio.
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida
expressamente pelo Ministério Público, por ocasião do oferecimento
da denúncia, com indicação da diferença apurada.
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da
diferença apurada e especificar os bens cuja perda for decretada.
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por
organizações criminosas e milícias deverão ser declarados perdidos
em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça onde tramita
a ação penal, ainda que não ponham em perigo a segurança das
pessoas, a moral ou a ordem pública, nem ofereçam sério risco de ser
utilizados para o cometimento de novos crimes.

CAUSAS IMPEDITIVAS DE PRESCRIÇÃO


O Art. 116 foi modificado pela Lei 13.964/19 no seguinte aspecto: foram inseridos os
incisos II, III e IV, inovando finalmente pontos importantes da legislação brasileira. Vejamos:
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição
não corre: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que
dependa o reconhecimento da existência do crime; (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; (Redação
dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos
Tribunais Superiores, quando inadmissíveis; e (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não
persecução penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença
condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o
condenado está preso por outro motivo. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

ALTERAÇÕES NA PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL


No que diz respeito à parte especial do CP, a doutrina diria que as inovações mais
importantes se encontram nessa parte.
HOMICÍDIO (ART. 121, CP)
Em primeira mão, o Art. 121 (homicídio), § 2º, inciso VIII (com emprego de arma de fogo
de uso restrito ou proibido) sofreu veto do executivo tendo em vista a seguinte razão:
A propositura legislativa, ao prever como qualificadora do crime de homicídio o emprego de
arma de fogo de uso restrito ou proibido, sem qualquer ressalva, viola o princípio da
proporcionalidade entre o tipo penal descrito e a pena cominada, além de gerar insegurança
jurídica, notadamente aos agentes de segurança pública, tendo em vista que esses servidores

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poderão ser severamente processados ou condenados criminalmente por utilizarem suas armas,
que são de uso restrito, no exercício de suas funções para defesa pessoal ou de terceiros ou, ainda,
em situações extremas para a garantia da ordem pública, a exemplo de conflito armado contra
facções criminosas (mensagem 726/2019).
Art. 121. ........................................................................................
.........................................................................................................
§ 2º. ...............................................................................................
........................................................................................................
VIII - (VETADO):

AUMENTO DE PENA EM CRIMES CONTRA A HONRA


O Art. 141 do CP elenca algumas hipóteses de aumento de pena de um terço em havendo
certas circunstâncias. O que acontece é que o legislativo queria inserir o parágrafo 2º, o qual
aumentava a pena no triplo se o crime contra a honra fosse praticado por meio da internet. É
claro que o Poder Executivo vetou tal disposição, baseado na seguinte questão:
A propositura legislativa, ao promover o incremento da pena no triplo quando o crime for
cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de
computadores, viola o princípio da proporcionalidade entre o tipo penal descrito e a pena
cominada, notadamente se considerarmos a existência da legislação atual que já tutela
suficientemente os interesses protegidos pelo Projeto, ao permitir o agravamento da pena em um
terço na hipótese de qualquer dos crimes contra a honra ser cometido por meio que facilite a sua
divulgação. Ademais a substituição da lavratura de termo circunstanciado nesses crimes, em
razão da pena máxima ser superior a dois anos, pela necessária abertura de inquérito policial,
ensejaria, por conseguinte, superlotação das delegacias, e, com isso, redução do tempo e da força
de trabalho para se dedicar ao combate de crimes graves, tais como homicídio e latrocínio
(mensagem 726/2019).
Art. 141. .........................................................................................
§ 1º ..................................................................................................
§ 2º (VETADO). (NR)

ROUBO
As alterações trazidas pelo Pacote Anticrime são absolutamente importantes para as
provas daqui em diante. Agora, o furo promovido pela Lei 13.654/18 foi corrigido pela inserção
do inciso VII no parágrafo segundo do roubo, caracterizando também como aumento de pena
de 1/3 à metade o uso de arma branca. Além disso, o Pacote Anticrime culminou no aumento
em dobro da pena se a violência ou grave ameaça for exercida com arma de uso proibido ou
restrito.
Art. 157. ........................................................................................
........................................................................................................
§ 2º. ................................................................................................
.........................................................................................................
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma
branca;
.........................................................................................................
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de
arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena
prevista no caput deste artigo.
............................................................................................ (NR)

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ESTELIONATO
O crime de estelionato passa a ser, como regra, de ação penal pública condicionada à
representação, salvo se praticado contra as seguintes vítimas:
Art. 171. ......................................................................................
........................................................................................................
§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima
for:
I - a Administração Pública, direta ou indireta;
II - criança ou adolescente;
III - pessoa com deficiência mental; ou
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. (NR)

CONCUSSÃO
Agora a pena em abstrato do crime de concussão aumento de 2 a 8 para 2 a 12 anos.
Coerente mudança, pois imagine: a corrupção passiva é considerada conduta menos grave que
a concussão, mas antigamente a pena era mais grave! Agora não mais isso acontece.
Art. 316. .........................................................................................
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (NR)

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