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NOTA: ______________
A1 / A2
Observamos que o regimento interno, está como item obrigatório da convenção, por isso
entendemos que a convenção esta como norma superior ao regimento. Na convenção temos toda
a parte de estrutura do edifício em suas questões administrativas e burocráticas, enquanto no
regimento temos apenas questões do dia a dia, como horário permitido para uso do salão de festas,
piscina, quadra etc. Destacamos abaixo o entendimento do autor Flavio Tartuce no qual, “a
convenção constitui o estatuto coletivo que regula interesse das partes, havendo um típico negócio
jurídico decorrente do exercício da autonomia privada” (TARTUCE, 2015, p. 996).
Assim exposto, nosso entendimento é de que a proposta aprovada deve integrar a
convenção do condominial, pois esta é a principal e maior regra para o condomínio, e se tratando
de assunto de tão alta importância, afetando todo o conjunto de regras fundamentais do
condomínio. Conforme art. 1.351, fica firmado o quórum mínimo para qualquer tipo de alteração da
convenção do condomínio.
Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos
condôminos a alteração da convenção; a mudança da destinação do edifício, ou
da unidade imobiliária, depende da aprovação pela unanimidade dos
condôminos.
Sobre este tema expressa em seu livro Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona: “Observe-se que
o pagamento da taxa condominial – que tem natureza jurídica de obrigação propter rem – é de
grande importância, pois visa a garantir a continuidade da própria relação condominial. (p.1109)
Assim podemos elucidar a questão, dizendo que não deve constar em convenção condominial ou
em seu regimento interno, qualquer norma de caráter restritivo, ao condômino que mesmo sendo
locatário e ou esteja em inadimplemento com suas obrigações, pois isso seria uma forma de
segregação ferindo o principio da dignidade da pessoa humana. As normas da convenção e do
1VENOSA, Sílvio de Salvo. O condomínio edilício no novo Código Civil. Disponível em:
https://www.migalhas.com.br/depeso/912/o-condominio-edilicio-no-novo-codigo-civil. Acesso em: 17/04/2020.
regimento devem sempre ser elaboradas de forma razoável e proporcional, não podendo ir contra
aos direitos personalíssimos. No caso apresentado, podemos entender que o locatário faz o papel
do proprietário nos que diz respeito ao uso das áreas comuns, ou seja, seria como se estivéssemos
proibindo o proprietário da unidade ao uso das áreas comuns do condomínio.