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ATIVIDADES AVALIATIVAS A1 E A2

NOTA: ______________

Disciplina(s): DIREITO CIVIL: DIREITOS REAIS___________________________ – 7° SEMESTRE

Disciplina(s): ________________________________________________________– 7° SEMESTRE

Professora: JAIRO POSTAL JUNIOR / Turma: DIR4AN-MCC / Sala: _____

Professor: ___________________________________/ Turma: __________________ / Sala: _____

CIRCULE ABAIXO ATIVIDADE CORRESPONDENTE A ATIVIDADE RESOLVIDA NESTE


FORMULÁRIO:

A1 / A2

LUIZ ALFREDO MACIEL DA SILVA / RA: 81727882

THIAGO DOS SANTOS SILVANO / RA 81717261


1 - A proposta aprovada em assembleia passa a integrar a convenção condominial ou o
regimento interno? Justifique, inclusive quanto ao quórum necessário para tal aprovação.

No comparativo entre convenção e regimento interno podemos observar algumas


diferenças, apesar de ambos estarem descritos em lei, esta concernente a convenção detalha
alguns tópicos que são obrigados a constar no documento, sendo que o regimento deve ser feito
como convém o condomínio. Temos em lei o art. 1.334, I, II, III, IV, V que expõe algumas
características obrigatórias da convenção, vejamos
Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os interessados
houverem por bem estipular, a convenção determinará:
I - a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos
condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do
condomínio;
II - sua forma de administração;
III - a competência das assembleias, forma de sua convocação e quórum exigido
para as deliberações;
IV - as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores;
V - o regimento interno.
§ 1º A convenção poderá ser feita por escritura pública ou por instrumento
particular.
§ 2º São equiparados aos proprietários, para os fins deste artigo, salvo
disposição em contrário, os promitentes compradores e os cessionários de
direitos relativos às unidades autônomas.

Observamos que o regimento interno, está como item obrigatório da convenção, por isso
entendemos que a convenção esta como norma superior ao regimento. Na convenção temos toda
a parte de estrutura do edifício em suas questões administrativas e burocráticas, enquanto no
regimento temos apenas questões do dia a dia, como horário permitido para uso do salão de festas,
piscina, quadra etc. Destacamos abaixo o entendimento do autor Flavio Tartuce no qual, “a
convenção constitui o estatuto coletivo que regula interesse das partes, havendo um típico negócio
jurídico decorrente do exercício da autonomia privada” (TARTUCE, 2015, p. 996).
Assim exposto, nosso entendimento é de que a proposta aprovada deve integrar a
convenção do condominial, pois esta é a principal e maior regra para o condomínio, e se tratando
de assunto de tão alta importância, afetando todo o conjunto de regras fundamentais do
condomínio. Conforme art. 1.351, fica firmado o quórum mínimo para qualquer tipo de alteração da
convenção do condomínio.
Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos
condôminos a alteração da convenção; a mudança da destinação do edifício, ou
da unidade imobiliária, depende da aprovação pela unanimidade dos
condôminos.

Ao contrário do regimento interno que, exceto se estipulado em convenção, basta a maioria


simples para ser feita qualquer alteração.
Destacamos aqui também o entendimento de Sílvio Venosa, em relação a distinção que
existe entre “convenção” e o “regimento” do condomínio:
A convenção do condomínio funciona como regra fundamental da vida
condominial. Um dos problemas que mais afetam a vida em comunhão é o
comportamento anormal ou inconveniente do condômino ou possuidor da
unidade autônoma. Tendo em vista o rumo que as questões condominiais tem
tomado, bem como o sistema de penalidades trazido pelo novo código, é
importante que na convenção sejam estabelecidas as sanções a que estarão
sujeitos os transgressores das regras condominiais, bem como o procedimento
para sua imposição, este, mais apropriadamente, constante do regulamento. Há
um microuniverso em um condomínio, que toma o vulto de uma aglomeração
urban. Tudo que não é essencial à constutuicão e funcionamento do condomínio,
mas de cunho circunstancial e mutável, deve ser relegado para o regimento (ou
regulamento) interno. Por isso, é conveniente que esse regimento seja
estabelecido à parte, e não juntamente com a convenção. O regimento está para
a convenção como o regulamento administrativo está para a lei. Deve completar
a convenção, regulamenta-lá, sem com ela conflitar. Ocorrendo conflito, deve
prevalecer a convenção. Ao regulamente é conveniente que se releguem
normas disciplinadoras de uso e funcionamento do edifício. Lembre-se de que o
regulamento também é fruto de deliberação coletiva, sendo igualmente ato
normativo.1
2 - A proposta de proibição genérica de utilização de áreas comuns pelos locatários que se
utilizam do sistema AirBNB, aprovada pela assembleia geral extraordinária, encontra guarida
na legislação em vigor?
Não existe na lei, norma que regulamente este tipo de conduta, e muito pelo contrário, pois
há entendimento do STJ, de uma decisão de 2019, Processo n. 0018816-26.2012.8.26.0223, com
RE n. 1.699.022, da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça que tem como relator Min. Luis
Felipe Salomão, que deu provimento ao recurso referente a situação semelhante onde proprietária
por motivo de gastos extras devido ao falecimento de seu marido por latrocínio, deixou pendente
algumas parcelas das cotas condominiais, que já estavam sob judice e mesmo assim foi aprovado
em assembleia a sua proibição ao uso das áreas comuns do condomínio. A lei já determina os tipos
de sanções que serão impostas ao condômino por falta de pagamento, conforme podemos verificar
no art. 1.336, I e §1º.
Art. 1.336. São deveres do condômino:
I- contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações
ideais, salvo disposição em contrário na convenção;
§1º O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros
moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês
e multa de até dois por cento sobre o débito.

Sobre este tema expressa em seu livro Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona: “Observe-se que
o pagamento da taxa condominial – que tem natureza jurídica de obrigação propter rem – é de
grande importância, pois visa a garantir a continuidade da própria relação condominial. (p.1109)
Assim podemos elucidar a questão, dizendo que não deve constar em convenção condominial ou
em seu regimento interno, qualquer norma de caráter restritivo, ao condômino que mesmo sendo
locatário e ou esteja em inadimplemento com suas obrigações, pois isso seria uma forma de
segregação ferindo o principio da dignidade da pessoa humana. As normas da convenção e do

1VENOSA, Sílvio de Salvo. O condomínio edilício no novo Código Civil. Disponível em:
https://www.migalhas.com.br/depeso/912/o-condominio-edilicio-no-novo-codigo-civil. Acesso em: 17/04/2020.
regimento devem sempre ser elaboradas de forma razoável e proporcional, não podendo ir contra
aos direitos personalíssimos. No caso apresentado, podemos entender que o locatário faz o papel
do proprietário nos que diz respeito ao uso das áreas comuns, ou seja, seria como se estivéssemos
proibindo o proprietário da unidade ao uso das áreas comuns do condomínio.

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