Introdução
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Trabalho apresentado no GT 4- Abordagens Analíticas em Comunicação Visual, do Encontro Nacional
de Pesquisa em Comunicação e Imagem - ENCOI.
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Professor no curso de Artes Visuais da Universidade Estadual de Maringá. Mestre em Comunicação pela
Universidade Estadual de Londrina. Contato: halnew@gmail.com
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A pintura no Egito Antigo obedecia a uma série de normas estéticas conhecida posteriormente como Lei
da frontalidade. Por sua função essencialmente narrativa, as figuras deveriam ser claramente
reconhecíveis. Assim, as partes do corpo humano, por exemplo, eram representadas da maneira em que
poderiam ser mais facilmente identificadas: olhos e troncos eram mostrados de frente, enquanto cabeça,
braços e pernas eram vistos de lado.
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Escalada da abstração
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Os quatro passos rumo à abstração [...] não formam série ininterrupta: foram
sempre interrompidos por passos de volta para o concreto. O propósito de
toda abstração é o de tomar distância do concreto para poder agarrá-lo
melhor. [...] De maneira que a história da cultura não é série de progressos,
mas dança em torno do concreto. No decorrer de tal dança, tornou-se sempre
mais difícil, paradoxalmente, o retorno para o concreto (FLUSSER, 2008, p.
20, grifo meu).
Logo, seria equivocado dizer que a noção de realidade que nós temos
da fotografia seja maior do que o realismo que as pessoas dos séculos passados
percebiam nas imagens tradicionais. É preciso considerar que o realismo
ue vemos
q em
determinadas imagens depende “tanto da mat
biológico da espécie humana quanto dos regimes de visualidade que permitem que o
espectador veja tal materialidade
como imageme, acima de tudo,como imagem
realista”, nos diz o pesquisador Daniel Portuga
um bisão de Altamira, como já mencionado, era tão real para nossos antepassados
distantes quanto a fotografia de um boi é para nós. O pensamento mágico de tempos
passados cr
iava determinado ambiente propício à crença de que uma pintura equivaleria
à realidade concreta. Se hoje tal crença em imagens tradicionais parece ser difícil de
acontecer, o mesmo não pode ser dito em relação às imagens técnicas. Como constata o
historiador da arte, Ernst Gombrich (1999, p. 43
consideramos tão axiomáticas quanto os primitivos consideram as–deles
usualmente a
um ponto tal que delas nem nos conscientizamos, a menos que deparemos com gente
que as question
e”.
Nesse sentido, podemos considerar que a fotografia é, em essência,
texto criptografado; e o texto, por sua vez, é desenho criptografado. Assim sendo, a arte
do desenho pode ser considerada como linguagem visual elementar e, desta maneira, as
represent
ações da realidade contemporânea, por mais diversas que sejam, podem ser
compreendidas como reelaborações e recombinações de desenhos já feitos. O próprio
mundo social com suas edificações, mapas e fronteiras não deixa de ser também
resultados de desenhos.
Ao mesmo tempo em que a linha entre dois países, duas
cidades, ou mesmo a linha de uma porta, estabelece parâmetros para a convivência
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É importante destacar que o desenho, como reflexão visual, não está limitado
à imagem figurativa, mas abarca formas de representação visual de um
pensamento, isto é, estamos falando de diagramas, em termos bastante
amplos, como desenhos de um pensamento, uma concepção visual ou um
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Considera
-se assim, que uma proposta de investigação a partir da
linguagem do desenho não tem a pretensão de criar um novo modo
presentação
de re
visual ou uma pretensa representação unívoca por meio do desenho
- embora, de certa
forma, tal postura não deixe de ser pretensiosa a seu modo. Assim, nesse caso, o que se
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Errando melhor
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O título ERRE MELHOR é derivado de uma passagem do texto Worst ward Ho do dramaturgo e escritor
irlandês Samuel Beckett: “All of old. Nothing else ever. Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail
DJDLQ)DLOEHWWHU´ (BECKETT, 1983, p. 7).
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A relação estabelecida com a ideia de “horário comercial” – 8h às 12h e 14h às 18h, com o intervalo de 2
horas para almoço entre manhã e tarde – procura refletir a noção implícita de controle e produtividade que
condiciona o cotidiano de grande parte dos trabalhadores.
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ocorressem naturalmente.
Ao redor da(o) instrumentista, foram utilizados 16 cavaletes
como suporte para apeis
p A1,para que eu desenhasse com carvão o/a musicista
enquanto a música era tocada. A medida em que ocorriam erros na execução musical, eu
pausava o desenho que estava fazendo e iniciava outro ao lado, dando a volta e
consequentemente desenhando sobre
s desenhos
o iniciados anteriormente, formando
assim, um acúmulo visual de erros (figuras 1 e 2). Embora tenham havido alguns
atrasos6, além de pequenas pausas para descanso, o trabalho transcorreu de forma
intensa, buscando confrontar entre si as necessidad
es de urgência e eficiência.
Figura 1–Diego Zanata e Halisson Jr em ERRE MELHOR, 2014. Foto: Henrique Rozada.
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A instalação onde ocorreria a proposição artística deveria ter sido preparada no dia anterior por
funcionários da UEM, mas, por falha de comunicação interna da instituição, acabou sendo montada no
dia 16, a partir das 8h. Todavia, como se sabe, o erro era um dos pressupostos do trabalho. Tais
imprevistos, como este, constituem assim, parte da proposta.
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Figura 2–Um dos desenhos em processo durante a realização de ERRE MELHOR, 2014. Foto: Henrique
Rozada.
Se, por um lado, tal citação possa parecer absurda a princípio, por outro,
não é difícil identificar algumas de suas características nos dias que se
m. passa
Dentre
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Considerações finais
Referências
GOMBRICH, Ernst H.A história da Arte. 16ª Ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1999.
PAZ, Octavio.O arco e a lira. Tradução: Olga Savary, Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1982.
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