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Terga-teira, 2 de Dezembro de 2014 SERIE — Numero 96 BOLETIM DA REPUBLICA PUBLICACAO OFICIAL DA REPUBLICA DE MOGAMBIQUE ~ SUPLEMENTO IMPRENSA NACIONAL DE MOGAMBIQUE, E.P. AVISO ‘A matéria a publicar rio «Boletim da Republica» deve ser femetida em cépia devidamente autenticada, uma or cada assunto, donde conste, além das indicagdes necessarias para esse efelto, o.averbamento. seguinte, assinado e autenticado: Para publicagao no «Boletim da Replica». SUMARIO Conselho de Ministros: Decreto-Lel n* 272014: DecretorLei que estabelece 0 regime juridico e contratual especial aplcavel a0 Projecto de Gs Natural Liqueeito nas Areas 1 4 a Bacia do Rovuma, ‘CONSELHO DE MINISTROS Decreto-Lei n’ 2/2014 de 2.de Dezembro Por via dos Decretos n.* 67/2006 ¢ 68/2006, ambos de 26 ‘de Dezembro, foram aprovados dois Contratos de Concessao para Pesquisa Produedo, paraas Areas | e4da Baciado Rovuma ddos quai resultou na descoberta de enormes depésitos peroliferos de 94s natural ndo associado, Havendo necessidade de celebrar contratos de modo ‘estabelecer os termos ¢condigdes paras concepedo,construgio, instalaglo, propriedade, financiamento, operagao, manuten¢ao, ‘uso de poges instalagdes © equipamento conexo, seja em terra ou no mar, para a produgio, incluindo as unidades da GNL, cais multiusos, cais de descairegamento de materais, base de consirugio de equipamento de superficie, instalagGes para ‘operages maritimas e modificagdes, 2 optimizacio da capacidade © as respectivas expanses, necessdrias para a produgio, rocessamento liquefacgdo, armazenamento, transporte enireza © venda do gés iatural_ proveniente dos depesitos de petrsieo na rea | elou na Area-t da Bacia do Rovuma ao abrigo da ainea @) do n.° 1 do artigo.204 da Constituigo da Repiblica de Mogambique, conjugado com o artigo 1 da Lei n° 25/2014, de 23 de Setembro, o Conselho de Ministros determina: CAPITULOI Disposi¢des Gerais Axnio | Detinigdes Os significados dos termos e expressGes usados.no presente Decreto-Lei constam do Anexo A, 0 qual contém 0 glossério que 6 parte integrante do mesmo. Axmioo2 Objecto e ambito de aplicagio 1.0 presente Decreto-Lei e respectivos anexos que sf parie integrante, tem por objecto.o estabelecimento de um regime jurfdico e contratual especial aplicdvel 20 Projecto da Bacia do Rovumna, 2.0 Projecto da Bacia do Royuma serd implementado através, de Empreendimentos da Bacia do Rovuma 2o abrigo de um ou mais plano’ de desenvolvimento aprovados; conforme venkam a seralterados. 3.0 presente Decreto-Lei aplica-se a cada Empreendimento, da Bacia do Rovuma, quer seja realizado apenas nos termos de Contratos de Concessao para Pesquisa ¢ Produgo ou nos termos conjugados de Contratos de Concessio para Pesquisa © Produgdo © de Acordos Governamentais, bem como os termos de outros instrumentos contratuais em que.0 Governo seja parte relativos & implementago do Projecto da Bacia do Rovuma 4, Ficam sujeitas aos termos ¢ condig6es do regime juri « contratual especial previsto no presente Decreto-Lei as seguintes pessoas: 4) Concessionérias dos contratos de pesquisa e produgao da Area | ¢ Area 4; +) Entidades de Objecto Espectfico, directa ou indirec- tamente estabelecidos pela concessionsria (s) conforme aalinea a) para efeitos do Projecto da Bacia do Rovira; ©) Pessoas que celebrem contratos com a Concessionéria (5), nos teemos"previstos na alinea a), ou com as Entidades de Objecto Especifico previsto na alinea b) relativamente ao Projecto da Bacia do Rovuma: 1852— @) 4 Subcontratadas e quaisquer outras pessoas directamente exwvolvidas no Projecto da Bacia do Rovuma; e @) Empresa Nacional de Hidrocazbonetos, E.P., também designada por ENH, suas afiliadas ou qualquer outra entidade qualificada como uma empresa detida pelo Estadocomo parte do Projecto da Bacia doRovumna. ‘5. Com a entrada em vigor do presente Decreto-Lei, ficam salvaguardados para todos os efeitos jurfdieos os Contratos de Concessio para Pesquisa ¢ Prodtigio jé existentes © ainda cm vigor, bem como os seus efeitos e direitos adquiridos pelas Concessionérias. 6. Em tudo 0 que nio esteja regulado no regime jurfdico especial estabelecido no presente Decreto-Lei, aplicar- -se-4 subsidiariamente a legislago mogambicana sobre a materia, ‘Agno 3 ‘Competencia espectica © Ministzo que superintende o sector de peiréleos fica ‘autorizado a aprovar e assinar, quando 0 Govemo seja parte, {ualquer contrato de concessio ou qualquer outro contato relative 420 Projecto da Bacia do Rovuma ou a ele conexo, conforme ptevisto nos contratos de concessto jé celebrados. CAPfTULO IT Operacées Petroliferas Anrico 4 Iimplementagio e Operagio 1. Podem ser constituides Entidades de Objecto Especitico ‘para efeitos do Projecto da Bacia do Rovuma em conformidade ‘com este artigo. 2. Para efeitos do Projecto da Bacia do Rovuma e mediante qualquer autorizagao do Governo, qualquer Entidade de Objecto Especttico deveré: 4) ser constituféa em Mogambique; ») estar sujeita& lei mogambicana; ¢) tera sua sede localizada em Mogambique; 4) ser dotada de recursos humenos ¢ estar autorizada a gerit de forma independente todas as actividades decorrentes da construsio, propricdade, operas ¢ uso das Infra- cestruturas do Projecto da Bacia do Rovuma relevantes ‘ou com Aquelas relacionadas. 3. As Entidades de Objecto Espectfico, mediante aprovago do Govemo e observedo o disposto no 6 do presente artigo, para efeitos de desenvolvimento de actividades de financiamento, Yenda, transporte maritimo relacionadas com 0 Projecto da Bacia do Rovuma podem, excepcionalmente, ser constituidas ‘em qualquer jurisdigto fora da Repliblica de Mopambique com observancia de regras de transparéncia aplicaveis ao sector, 4. Salvo convengio em contrério, estd sujeita & aprovagio do Governo: 4) constituigdo de Entidades de Objecto Espectfico fora da Repsiblica de Mogambique; 5) 08 documentos consttutivos de quaisquer Fntidades de Objecto Especifico e qualquer alteragao aos mesmos; © 6) a transmissdo de participagées sociais ou a alteragio do controlo de tais Entidades de Objecto Espectfco, excepto nas circunstncias previstas no n.° 7 do artigo 16. 5. Todas as aprovagbes prevista neste artigo sero concedidas pelo Ministro que superintende 0 sector de pettéleos no prazo de 10 (dez) dias a contar da data de apresentagio do respectivo ISERIE ~ NUMERO _96 pedldo, salvo se houver sido fixado, pelo Governo, prazo diverso ‘no Ambito de um plano de desenvolvimento aprovado em cconformidade com 0 estatuido no n.°7 do artigo 8 do presente Decreto-Lei 6. Cada Entidade de Objecto Especifico€ obrigada a apresentar anualmente um relatério sobre as suas actividades relacionadas. com. qualquer Empreendimento da Bacia do Rovums, podendo © Govemo audité-las uma vez por ano. 7. As Concessionétias ¢ as Entidades de Objecto Especttico nfo sero obrigadas a estar cotadas em qualquer bolsa de valores. Arriso S Contratos 1. Cada Empreendimento da Bacia do Rovuma pode ser implementado apenas nos termos dos Contratos de Concessio para Pesquisa ¢ Produefo ou nos termos conjugados dos Contratos de Concessio para Pesquisa e Produgio e de Acordos Governamentais, bem como nos termos de outros instrumentos contratuais celebrados ou alterados. 2. Para efeitos do disposto no artigo 178 da Lei n.° 14/2011, de 10 de Agosto, os contratos ou acordos nos quais o Governo seja parte ¢ 0s direitos relativos ao Projecto da Bacia do Rovuma apenas podem ser modificados ou rescindidos por mituo acordo ‘ou.em conformidade com as respectivas disposigSes contratuais. Armco 6 Parcerias Publico-Privadas, Projectos de Grande Dimensfo Concessdes Empresariais 1, Os Empreendimentos da Bacia do Rovuma classficam- -se como projectos de grande dimensio para efeitos da Lei 12 15/2011, de 10 de Agosto, salvo se os mesmos nfo estiverem, sujeitos aquela lei nos termos do disposto no n*1 do artigo 37. 2. A patticipagio da ENH no Projecto da Bacia do Rovuma satisfaz os requisitos de participagiio mogambicana previstos nas alineas a) e ) do n. 1 do artigo 33 da Lei n° 15/2011, de 10 de Agosto. 3. A patticipagio da ENH no Projecto da Bavia do Rovuma, ‘aquota-parte do Estado no petréleo-luero previsto nos Contratos de Concessio para Pesquisae Progucoe oregime fiscal aplicével, as Concessionstias deve satisfizer os requisitos de geragio de receita fiscal e-de conttibuto positivo para o erério publico provistos na alfnea d) do n° I do artigo 33 da Lei n? 15/2011, de 10 de Agosto. 4. A partilha com equidade dos beneficios directos extraordindrios previsto ma alinea f) do n° 1 do artigo 33 da Lei nS 152011, de 10 de Agosto, é efectuada através do aumento progressivo da quota-parte de petréleo-Iucro atribuida 20 Governo ‘nos termos dos Contratos de Concessfo para Pesquisa e Produ. decorrente do aumento dos pregos do petr6leo. 5. Tendo em conta que 0s Contratos de Concessiio para Pesquisa ¢ Produgio foram adjudicados ao abrigo das normas de contratagdo piblica & data aplicdveis, a celebragio de qualquer ‘novo contrato nos termos dom. 1 do artigo 5 do presente Decreto- -Lei serd efectuada mediante negociagdo ou ajuste directo as, ‘Concessionérias e/ou a qualquer Entidade de Objecto Especifico. 6. 0s beneficios socio-econémicos previstos no attigo 34 a Lei n! 15/2011, de 10 de Agosto, sio calculados em termos proporcionais no Ambito do Projecto da Bacia do Rovuma através, designadamente, do disposto no artigo 10 (Aquisigiio de ‘Bens e Servigos), artigo 13 (Direitos de Uso de Infra-estrutaras, do Projecto da Bacia do Rovuma por Terceiros), artigo 18 (Forya de Trabalho) ¢ artigo 19 (Formagio) do presente diploma. 2.DE DEZEMBRO DE 2014 7, Em cumprimento do disposto na alinea f) do aitigo 34 da Lei n? 15/2011, de 10 de Agosto, o plano ou planos de desenvolvimento referentes a0 Projecto da Becia do Rovurna devem incluir um*programa de actividades, projectos de responsabilidade, de desenvolvimento e de sistentabilidade social. 8. Os requisitos decorrentes da Lei n° 15/2011, de 10 de Agosto, incluindo qualquer regulamentagéo da mesina, séo satisfeitos nos termos do disposto no presente artigo, ‘Anco 7 Unitcagio 1. E autorizado desenvolvimento inicial auténomo © coordenado de 12 (dove) trilides de pés eibicos (te) de gis natural da Area 1 ¢ de 12 (doze) triliGes de pés cilbicos (tcf) de gs natural da Area 4 2 partir dos depésites de petréleo que atravessam a delimitagdo entre essas éreas (Cepdsitos ranszonais ou straddling reservoirs), de acoréo com o plano dizector de produgio (master depletion plan) para tais depésitos de petréleo, elaborado em conjunto pelas Concessiondrias da Area Leda Area 4. 2, Bm virtude desta autorizagio, tanto as Concessionsrias da Area 1 como as Concessionérias da Area 4 tém o dever de apresentar as respectivas declaragdes de comercialidade relativasa parte dos dep6sitos transzomais (straddling reservoirs) que se situe dentro da delimitagdo da érea do respectivo Contrato de Concessiio para Pesquisa e Produgao e obrigam-se a epresentar © plano ou planos de desenvolvimento inicial autonomo € coordenado de 12 (doze) tilides de pés ctibicos (ic), bem ‘como de proceder& sua execucio apés a aprovagio do Governo. 3.No prazo méximo de 6 (seis) meses apés a entrada em vigor do presente Decreto-Lei, as Concessioniries devem celebrar © apresentar 30 Governo um acordo de unificagio, ficando as quantidades de gés produzidas a partir dos desenvolvimento: revistos nos termos do nimero anterior sujeitas a unificagao. 4. Tendo em vista facilitar as negociagées e o acordo entre as Concessionscias acerca da uniticagao, 0 Governo poder, nomear tum perito indegendente, que e, quando solicitado, aconselhard sobre questées especificas relativamente is quais no hafa acordo, 5. e 0 acordo de unificagao no for celebrado e apresentado pelas Concessionétias no prazo de 6 (seis) meses apds a entrada em vigor do presente Decreto-Lei, 0 Governo procederd & Romeago de um perito independente para decidir sobre as questGes relacionadas com a unificago onde no haja acordo, O perito deveré tomar uma decisto no prazo de 12 (doze) meses apés a entrada em vigor do presente Decreto-Lei, devendo para este efeito cada operador da Area 1 eda Area 4 submeter ao perito as respectivas propostas relativas & unificagdo. 6. O perito deverd, observar o principio do contraditério, -garantindo a transparéncia geral do processo,a confidencialidade a informagao recebida das Concessionérias ou de que tenha tido conhecimento no exercicio das suas fungées, aplicando as boas préticas da indistia era matéria de unificagio de campos de gés. 7.0 Governonotifcaré as Concessionérias da decisio do perito dependents, a qual seré defintiva e vincvlativa para as partes litigantes, devendo a sua implementagio ser efectunda através, de um acordo de unificacio celebrado entre as Concessionatias « elaborado pelo perito numa base justa e equitativa, de forma que seja consistente com principios de engenharia, técnicos © s6cio-econémicos aplicéveis. 8, Qualquer desenvolvimento adicional relativo @ depésitos transzonais (straddling reservoirs) ficaré sujeito a0 acordo de unificagio conelufdo nos termos dos n.* 3 e 5 deste artigo, com as necessérias adaptagées. 1852—@) 9. Se as Concessionérias de uma érea puserem em causa 8 decisto sobre unificago emitida pelo perito independente, ‘© Goveno tema faculdade de aprovar qualquer desenvolvimento ‘roposto pelas Concessionarias da area que no tenha posto em causa a decisto do perito independente nomesdo pelo Governo,

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