Orientador(es):
Doutor Avelino Virgílio Fernandes Monteiro de Oliveira
Professor Adjunto, ISEC
Engenheiro José Manuel Fresco Tavares de Pina
Professor Adjunto, ISEC
!
ii
Dedico este trabalho inteiramente ao meu filho, Adair Ricardo Monteiro Lima, o qual veio
constituir uma motivação extra na minha dedicação a este projecto, mas principalmente
porque ele se tornou o principal incentivo de empenho para atingir da melhor forma possível
os objectivos propostos para este.
iii
iv
Agradecimentos
Várias foram as pessoas que me acompanharam e incentivaram durante a minha vida
académica.
Os meus primeiros agradecimentos são dirigidos à minha mãe, Filomena Vieira Pereira que,
apesar de muitas dificuldades, nunca deixou de lutar para conseguir os meios para que eu um
dia aqui chegasse, e que, principalmente, sempre me incentivou a lutar pelos meus sonhos e a
nunca desistir daquilo em que acredito.
Aos meus orientadores, Professor Doutor Avelino Virgílio Fernandes Monteiro de Oliveira e
Professor José Manuel Fresco Tavares de Pina, pela dedicação, disponibilidade, incentivo e
apoio dado ao longo da realização deste projecto.
Aos meus colegas, em especial à minha colega e amiga de longa data Ângela Maria Pereira
Veiga, que sempre me ajudou, acompanhou e incentivou não só ao longo da realização deste
projecto, mas também ao longo de todo o meu percurso académico.
Aos meus amigos que sempre me acompanharam nesta caminhada, com os quais partilhei
momentos únicos e inesquecíveis.
Aos Senhores Viriato Miranda e Felisberto de Pina que foram as duas pessoas que me deram
a mão no momento em que mais precisei tendo sido com a ajuda deles que consegui vir para
Portugal fazer o meu curso.
v
vi
Resumo
A segurança, o conforto, a eficácia nas comunicações e a redução do consumo energético
constituem actualmente os parâmetros fundamentais a ter em conta no projecto de instalações
e equipamentos eléctricos e mecânicos de edifícios.
A automatização de sistemas de controlo de equipamentos, a diversificação das fontes de
energia, a exploração das energias renováveis e a garantia de segurança das pessoas são
algumas das técnicas cada vez mais utilizadas com vista ao aumento do nível de qualidade de
vida dos utilizadores e à maximização da eficiência energética dos edifícios.
Palavras-chave: sistema solar térmico, cargas térmicas, piso radiante, domótica, instalações
eléctricas, ITED.
vii
viii
Abstract
Safety, comfort, efficiency in communications and energy consumption reduction are now the
basic parameters to be taken into account in the installation of electrical and mechanical
equipments in buildings.
The automation of the control systems, the diversification of energy sources, the exploitation
of renewable energy and the guarantee of people’s security are some of the main techniques
that are increasingly being used in order to enhance the life quality of users and maximize the
energy efficiency of buildings.
The objective is to carry out the projects of the heating systems and hot water production in a
small residence using solar collectors. The design of a system technical and economical
sustainable is the main goal. In addition, projected to all electrical installations, including the
Telecommunications Infrastructure (ITED) and home automation (the latter includes only the
description of the tasks, the necessary equipment and control and power network).
Keywords: solar thermal system, thermal loads, radiant floor, home automation, electrical
installations, ITED.
ix
x
Índice
Agradecimentos v
Resumo vii
Abstract ix
Índice xi
Lista de Figuras xv
Lista de Tabelas xvii
Nomenclatura xix
1 Introdução 1
2 Aquecimento ambiente 3
xi
2.8.4 Central de controlo solar 19
2.8.5 Dissipação para a piscina 20
2.9 Avaliação técnica e económica do sistema 20
2.9.1 Tempo de retorno de investimento 22
2.10Observação final 23
4 Instalações eléctricas 31
5 Domótica 37
xii
5.2 Aplicação à moradia 40
5.2.1 Detecção de intrusão 40
5.2.2 Detecção de incêndios 40
5.2.3 Detecção de gás 40
5.2.4 Detecção de inundações 41
5.2.5 Comando de Estores 41
5.2.6 Portas Controladas 41
5.2.7 Rega do jardim 42
5.2.8 Multimédia 42
5.2.9 Controlo de tomadas 42
5.2.10 Controlo de iluminação 43
5.2.11 Controlo do Aquecimento de ambiente 43
6 ITED 45
7 Conclusão 51
Referências 53
xiii
xiv
Lista de Figuras
Figura 2.1. Comparação de custos entre energia solar + apoio e energia convencional 22
Figura 2.2. Total de custos dos sistemas durante 18 anos 23
Figura 2.3. Comparação entre as necessidades da piscina e a potência fornecida pelos
colectores 24
Figura 2.4. Comparação entre a energia necessária para o aquecimento de ambiente e a
energia fornecida pelos colectores solares 25
Figura 2.5. Comparação anual entre os custos de energia convencional gás natural e
energia fornecida pelo apoio dos colectores solares 25
xv
xvi
Lista de Tabelas
Tabela 2.1. Temperatura interior de projecto em função do espaço da moradia· 4
Tabela 2.2. Cargas térmicas de aquecimento dos espaços· 11
Tabela 2.3. Dados e pressupostos 18
Tabela 3.1. Dimensionamento dos equipamentos do sistema 30
Tabela 4.1. Secção dos condutores de alimentação dos quadros e características dos
disjuntores 35
Tabela 4.2. Valores da queda de tensão da entrada e da instalação 36
Tabela 6.1. Atenuações máximas da rede CATV 48
Tabela 6.2. Cálculo das atenuações 49
xvii
xviii
Nomenclatura
Abreviaturas
xix
RTIEBT Regras Técnicas das Instalações Eléctricas de Baixa Tensão.
SCE Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior.
TCD-C Tecnologias de Comunicação por Difusão, em cabo coaxial.
TT Tomada de Telecomunicações
UTP “Unshielded Twisted Pair”.
ZAP Zona de Acesso Privilegiado.
Letras e símbolos
A Altura (mm)
A Área (m2)
C Comprimento (m).
S Área de uma superfície (m2).
V Volume (m3).
IB Corrente de serviço (A).
IZ Corrente máxima admissível (A).
KS Factor de simultaneidade.
KV Coeficiente de equilíbrio.
L Largura (mm).
P Profundidade (mm).
R Resistência eléctrica.
SD Potência de dimensionamento.
SF Secção do condutor de fase.
SPE Secção do condutor de protecção.
ST Potência total.
U Coeficiente de transmissão térmica superficial.
Vn Caudal volumétrico [m3/h]
X Reactância (H)
xx
Caracteres gregos
θ Temperatura do ar (ºC)
xxi
1 Introdução
O conforto e a segurança das pessoas também passam pela eficácia na alimentação dos
equipamentos tecnológicos e dos aparelhos electrodomésticos e por conseguinte pela
protecção das pessoas e equipamentos. O projecto de instalações eléctricas define as
instalações de utilização da moradia tendo em vista o conforto e a segurança dos utilizadores.
Por sua vez, para responder ao nível de exigência imposto à comunicação, o projecto de
Infraestruturas de Telecomunicações em Edifícios (ITED) apresenta infra-estruturas de
telecomunicações modernas, fiáveis e adaptadas ao serviço de operadores públicos. O
projecto de ITED baseia-se no Manual ITED (2ª Edição) que tem em atenção a realidade do
país e os desenvolvimentos europeus em matéria de telecomunicações.
1
capital investido no sistema [1]. Procedeu-se também a uma avaliação em termos técnicos,
isto é, elaborou-se um estudo do desempenho do sistema onde se verifica o aproveitamento da
energia captada pelos colectores.
2
2 Aquecimento ambiente
No Inverno, a energia térmica necessária para um edifício proporcionar aos seus utilizadores
condições de conforto térmico é determinada através do cálculo das cargas térmicas de
aquecimento, as quais servirão de base para a selecção de todo o equipamento a instalar.
Para que o sistema de aquecimento escolhido siga as directrizes do Sistema Nacional de
Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior (SCE) – Decreto-Lei nº 78/2006 de 4 de
Abril, foi aplicado à moradia o Regulamento das Características de Comportamento Térmico
dos Edifícios (RCCTE) – Decreto-Lei nº 80/2006 de 4 de Abril.
A vivenda será aquecida através de piso radiante, sendo a fonte de calor constituída por
colectores solares instalados na cobertura (ver peças desenhadas nº 2, anexo 1). O período de
aquecimento ambiente decorre entre os meses de Outubro e Abril, sendo que nos restantes
meses, de Maio a Setembro, a energia produzida será dissipada para a piscina através de um
permutador de placas, o qual separa hidraulicamente o circuito solar de aquecimento ambiente
do circuito de aquecimento da piscina.
No entanto, serão estudadas hipóteses alternativas de sistemas de aquecimento de forma a
determinar qual o sistema técnica e economicamente mais viável utilizar para tal aplicação.
3
Tabela 2.1 Temperatura interior de projecto em função do espaço da moradia
Espaço Temperatura de bolbo seco
Inverno
Sala, cozinha, quartos e escritório 20ºC
Casas de banho 24ºC
Para efectuar os cálculos das cargas térmicas, é necessário proceder ao levantamento das
dimensões dos elementos da envolvente da moradia. Recorreu-se assim à planta,
apresentando-se no anexo 4 o levantamento e os cálculos correspondentes.
2.2 Ventilação
A ventilação dos espaços que constituem a vivenda será feita de forma natural, isto é, sem
recurso a meios de ventilação mecânica, excepto na cozinha que possuirá um exaustor.
A moradia, com uma classe de exposição 2, não cumpre a norma NP 1037-1, pois para além
de possuir um exaustor na cozinha, as fachadas possuirão aberturas não auto-reguláveis. As
portas exteriores serão bem vedadas e a área de envidraçados é superior a 15% da área útil de
pavimento.
O aquecimento de águas sanitárias será feito através de uma caldeira mural a gás (com
isolamento térmico de espessura entre 50 e 100 mm, com rede interna de distribuição com
pelo menos 10 mm de isolamento térmico) e por um sistema de aquecimento de
aproveitamento da radiação solar por colectores solares planos.
4
2.4 Energia solar térmica
Serão utilizados colectores solares como fonte de calor para o aquecimento ambiente e AQS.
Como foi referido os colectores solares são a primeira hipótese para o aquecimento. Serão
estudadas hipóteses alternativase, caso se conclua que o sistema solar não é viável, os
colectores servirão apenas para a produção de AQS, análise que será feita no capítulo
seguinte.
A carga térmica de aquecimento de um local é a taxa à qual o calor deve ser fornecido para
manter a temperatura do ar desse local constante e no nível pretendido [3].
Na determinação da carga térmica de aquecimento não são considerados os ganhos de calor,
tais como os ganhos solares ou os ganhos devidos à ocupação (pessoas), por terem um
carácter aleatório [3,5].
As perdas de calor por transmissão através dos elementos da envolvente (paredes, janelas,
pavimentos, tectos e portas) são devidas à diferença de temperatura entre o interior e o
exterior e resultam da soma das cinco parcelas seguintes [3]:
1
Todos os cálculos das cargas térmicas de aquecimentos estão apresentados nas folhas anexas 4.
5
Qt = Qext + Qlna + Qltd + Qpe + Qpt (2.1)
em que:
As perdas de calor de cada espaço aquecido para o ambiente exterior através das paredes,
coberturas e pavimentos exteriores, suas pontes térmicas planas e envidraçados, determinam-
se pela seguinte equação [3]:
em que:
As perdas de calor pelas paredes, tectos, pavimentos e envidraçados, que separam o espaço
aquecido de um espaço não aquecido (por exemplo: arrecadações, armazéns, garagens,
6
corredores ou escadas de acesso dentro do mesmo edifício, sótãos não habitados, etc.) são
calculadas através da seguinte equação [3]:
(2.4)
O regulamento admite ainda que o valor de toma os valores indicados na tabela IV.1 (do
RCCTE).
Neste caso os espaços anexos não aquecidos são a lavandaria, o economato e o sótão não
habitado sobre as instalações sanitárias, a cozinha, a sala e os quartos, para os quais os
coeficientes são apresentados no anexo 4.
7
Neste caso as casas de banho apresentam uma temperatura de 24 ºC, enquanto que os
restantes espaços anexos (cozinha, quartos, corredor e sala2) estão a 20 ºC. Sendo assim
haverá transferência de calor das casas de banho para estes espaços anexos, isto é, uma perda
de calor para as casas de banho e um ganho de calor para os espaços anexos.
O RCCTE trata as perdas de calor através de pavimentos e de paredes em contacto com o solo
como se fossem pontes térmicas lineares [3].
em que:
O RCCTE estabelece que deverão ser contabilizadas, pelo menos, as perdas de calor através
das pontes térmicas lineares indicadas na tabela IV.3 do regulamento.
Assim, as perdas de calor pelas pontes térmicas lineares calculam-se utilizando a seguinte
equação [3]:
2
Para perdas dos elementos em contacto com o solo o coeficiente é função da diferença de nível entre a face
superior do pavimento e a cota do terreno exterior Z;
8
Qpt,n = [W] (2.8)
em que:
9
De acordo com os dados obtidos dos quadros do RCCTE (Quadro IV.1 e Quadro IV.2)
obtém-se o valor de Rph (h-1) o qual neste caso será agravado de 0.1 uma vez que a área dos
envidraçados é superior a 15% da área útil do pavimento, conforme apresentado no anexo 4.
No entanto, como as portas exteriores são bem vedadas, este valor é reduzido de 0.05 [3].
em que:
An – é a área [m2] do pavimento do espaço aquecido n;
fR – é o factor de correcção [W/m2] que depende do tempo de reaquecimento e diminuição da
temperatura interior. Os valores considerados podem ser os indicados na Tabela 2,
apresentada no RCCTE.
A carga térmica de cada espaço é a soma das perdas de calor determinadas anteriormente (por
transmissão, por ventilação e para reaquecimento):
3
O piso radiante tem um tempo de aquecimento elevado. Mas neste caso considera-se que o sistema não é
desligado, ou seja, é mantida no mínimo.
10
Assim, a tabela 2.2 indica os valores de Qaq,n para cada espaço da vivenda.
A carga térmica de aquecimento da moradia será a soma das cargas térmicas dos espaços
aquecidos:
Qaq= (2.13)
Neste caso a moradia necessitará de uma carga térmica de, aproximadamente, 23 kW.
O RCCTE disponibiliza folhas de cálculo para determinação das necessidades de energia para
aquecimento e arrefecimento4 de um edifício (ver Anexo 6). Para esta moradia as
necessidades brutas de aquecimento são de 39924,91 kWh/ano.
4
Não é âmbito deste projecto o cálculo das cargas de arrefecimento, pelo que não foi preenchido as folhas que
dizem respeito a este tema.
11
Na determinação da necessidade de aquecimento, as folhas do RCCTE consideram os ganhos
úteis de energia. Como já foi referido, não se vai entrar com esta parcela uma vez que ela
apresenta um carácter aleatório, sendo só consideradas as necessidades brutas.
Neste caso serão utilizados dois coletores5, um que servirá o piso 0 (instalado na parte central
do corredor), com 11 circuitos, e outro destinado ao piso 1, com apenas 1 circuito.
Cada local será aquecido por circuitos independentes de forma a permitir a regulação
autónoma da temperatura de cada espaço.
No dimensionamento de piso radiante o primeiro cálculo a efectuar consiste na determinação
do comprimento (C) de cada circuito, obtido através da seguinte equação [6]:
[m] (2.14)
5
Cada colector pode ter no máximo 12 circuitos
12
em que:
6
De acordo com o catálogo da Uponor para o sistema tradicional, o qual foi escolhido, o espaçamento entre os
tubos será constante em toda a instalação e tem um valor de 20 cm.
7
Ver anexo 7.
8
A uponor é um fabricante pan-Europeu de sistemas de aquecimento e canalizações. Fazem o estudo, concepção
e instalação de pisos radiantes.
13
Neste caso a temperatura de impulsão da água será 40,51 ºC, que é a maior das temperaturas
de todos os circuitos. Por sua vez a temperatura de retorno será a diferença entre a
temperatura de impulsão e o gradiente térmico9, isto é 30,51 ºC.
em que:
m – é o caudal de água [kg/h];
Cp – é o calor específico da água10 [1 kcal/kg ºC];
imp - ret – é a diferença de temperatura entre a impulsão e o retorno;
Em Qaq,n, tem que se considerar a potência térmica emitida por cada circuito, incluindo a
emitida nos trajectos desde o local aquecido até ao colector [6].
As cabeças electrotérmicas constituem dispositivos de controlo e, graças ao seu ciclo de
abertura e fecho, permitem a passagem do caudal calculado. Desta forma é possível efectuar a
regulação de cada local de forma independente [6].
Para o cálculo da rede de tubos de ligação, entre o local de impulsão e os colectores, é
necessário conhecer o caudal em circulação em cada ramal [6].
9
É a diferença de temperatura entre a água de impulsão e retorno.
10
A carga térmica vem expressa em W pelo que será feita a conversão de cal/h para W através da seguinte
correlação: 1cal/h = 1,16*10-3 W
14
Uma vez conhecido este dado, introduz-se no gráfico de perdas de carga11 e selecciona-se as
dimensões dos tubos de acordo com o limite de perda de carga linear, que normalmente se
fixa em 0.2 kPa/m [6].
Neste caso o tubo de distribuição desde o local de impulsão até o colector do piso 0 será do
tipo wirsbo – evalpex 50 x 4.9, o qual proporcionará uma perda de carga de 0.06 kPa/m. Para
o piso 1, será feita uma derivação do tubo do piso 0 (evalpex 50 x 4.9) com um tubo wirsbo –
evalpex 16 x 1.9, que proporciona uma perda de carga de 0.0775 kPa/m.
Os tubos de distribuição dos colectores até os espaços a aquecer serão do tipo wirsbo –
evalpex 16 x 1.9.
Através do esquema da instalação determina-se a perda de carga desta, a qual será a maior
entre as perdas de carga de todos os traçados possíveis que a água pode seguir, desde o grupo
de impulsão até ao de retorno do circulador [6]. As perdas de carga em circuitos emissores,
desde a fonte de calor até os colectores e tubos de distribuição obtêm-se através dos gráficos
de perdas de carga apresentados no Anexo 7. As perdas de carga nos tubos do trajecto mais
desfavorável devem ser somadas às perdas singulares: colectores, joelhos, derivações em tês,
válvulas, etc [6].
Neste caso a maior perda de carga será o do circuito da sala, com 59.34 kPa.
Adicionando as perdas de carga dos acessórios12 e dos tubos de distribuição do grupo de
impulsão - colector, tem-se uma perda de carga total de 65.35 kPa.
O grupo de impulsão, ao misturar a água de retorno do chão radiante e da impulsão do
depósito, garante uma temperatura de impulsão correcta aos colectores [6].
11
Disponibilizado nos anexos do catálogo da Uponor (anexo 7).
12
Foram considerados os acessórios mais prováveis de pertencerem ao circuito, embora na realidade possa ter
mais ou menos acessórios. No entanto, não deve interferir de uma forma significativa no resultado, uma vez que
esses acessórios não proporcionam grandes perdas de carga.
As perdas de carga dos acessórios foram determinadas conforme o anexo do catálogo da Uponor apresentado no
Anexo 7.
15
A selecção da bomba é feita tendo em conta a perda de carga da instalação mais desfavorável
e o caudal total da instalação (Q= 1,593 m3/h; H= 6,535 m).
A bomba adequada para o grupo de impulsão será uma bomba com referência UPS 32-120 F
cuja curva característica é apresentado no anexo 8.
O grupo de impulsão possuirá um sistema de compensação da temperatura exterior composto
por central de regulação, sonda exterior, sonda interior e sonda de impulsão. A central, para
além de comandar o motor térmico que acciona a válvula de duas vias, controla ainda o
circulador de modo a serem automatizados o seu funcionamento e paragens, e contra o
bloqueio e congelação da água [6].
Quando se trata de piso radiante, outro passo importante é o balanceamento dos circuitos, isto
é, o cálculo do equilíbrio da válvula misturadora. A válvula misturadora divide a instalação
num circuito primário (a partir do gerador de calor) e num circuito secundário (a partir da
válvula misturadora até aos circuitos) [6]. O coeficiente de equilíbrio (Kv) do grupo de
impulsão entre primário e secundário é dado pela seguinte expressão:
Kv = C i / P (2.17)
em que:
Com estes dados i = 60 – 30.51 = 29.48 ºC, pelo que o valor de Ci é igual a 0.5405 m3/h
(0.15 l/s)
16
O Kv depende da pressão disponível no primário e do caudal impulsionado [6]. Para este caso
prático tem-se uma P = 80 kPa (0.8 bar)13, pelo que Kv = 0.604.
Como já foi referido anteriormente, o aquecimento da água que circulará nos tubos do piso
radiante será efectuado através de colectores solares complementado por um equipamento de
apoio quando a radiação solar for insuficiente.
Cobrindo completamente o telhado da fachada sul com colectores solares FKT- 1S, tem-se
um total de 13 colectores de 2.25 m2 cada (ver peças desenhadas nº 2, Anexo 1).
O cálculo da potência fornecida pelos colectores foi feito para os meses de aquecimento, (6.3
meses, conforme indicado no RCCTE para a zona em questão (I2)), isto é, considera-se que a
estação de aquecimento está compreendida entre os meses de Outubro e Abril. A potência útil
dos colectores é calculada através da equação [7]:
em que:
13
Esta pressão é referente à pressão disponível pelo grupo de impulsão AGS 20.
14
Tfe é considerada a temperatura da água da rede (15ºC)
17
2.8.1 Cálculo e dimensionamento do sistema solar
A acumulação de água quente será feita através de um depósito de acumulação solar de dupla
camisa. Este depósito armazena na camisa interna o AQS, e na camisa exterior a água para o
15
Este valor diz respeito aos 6 meses de estação de aquecimento.
18
aquecimento ambiente. A camisa interna deverá ter vitrificação a quente do seu interior de
forma a assegurar as condições de higiene recomendadas para AQS de consumo. Para o
funcionamento deste sistema solar será necessário prever um volume de acumulação que, face
ao consumo diário estimado de AQS e do piso radiante, optimiza o rendimento da instalação
solar, reduzindo o consumo da energia de apoio.
O modelo adoptado apresenta 750 litros de capacidade útil.
O circuito hidráulico deverá garantir o transporte da energia solar térmica de forma eficiente.
Para tal será necessário assegurar velocidades de circulação e perdas de carga adequadas, bem
como dimensionar o vaso de expansão de forma a proteger a instalação das dilatações
decorrentes do aquecimento do fluido solar. Assim evita-se que a válvula de segurança actue
frequentemente, o que originaria intervenções de reparação indesejadas.
Para uma perda de carga reduzida na tubagem do circuito solar é aconselhado um diâmetro de
tubagem que permita obter uma velocidade de escoamento entre 0,5 m/s e 2 m/s [8].
O vaso de expansão será do tipo SAG80, com 80 litros de capacidade útil unitária, evitando a
actuação da válvula de segurança e consequente perda de líquido solar. O número de vasos de
expansão necessários dependerá do traçado final do circuito primário solar e
consequentemente do volume de líquido na tubagem, pelo que deverá ser verificado
posteriormente o volume adequado.
19
de maior e menor temperatura do circuito e adicionalmente controla a actuação de uma
válvula desviadora para o circuito de dissipação de calor.
Para permitir a dissipação para a água da piscina do excedente de energia captada, será
necessário definir dois circuitos hidráulicos independentes, alimentados pelo mesmo grupo de
colectores solares:
- Circuito 2: responsável pela dissipação para a piscina nos períodos em que não é efectuado o
aquecimento de ambiente (circuito secundário).
Como já foi referido, o sistema foi dimensionado considerando como energia primária a
energia solar. Nesta secção procede-se a um estudo técnico e económico deste sistema,
comparando com outras soluções de aquecimento.
A avaliação económica é uma componente importante de qualquer projecto, pois indica a
compensação ou não do investimento num determinado sistema. No entanto, há que ter em
conta que a decisão final cabe sempre ao proprietário, funcionando assim a avaliação
económica apenas como um indicador.
A avaliação económica deste sistema será feita através do indicador de tempo de retorno de
investimento, o qual traduz o tempo em que o investidor recupera o capital investido [1].
O tempo de retorno do investimento depende do custo total do sistema, o qual inclui o
investimento total, o custo de transporte, o custo da instalação do sistema e da redução de
custos proporcionado ou conseguido com o sistema solar.
20
Outro factor importante a ter em conta é a vida útil do equipamento, visto este ser o ponto a
partir do qual se consegue saber a viabilidade do investimento. Neste caso vai-se considerar
que os colectores solares têm uma vida útil de 18 anos.
- Custo total
- Redução de custos
A redução de custos neste caso é dada pelo custo da energia produzida pelos colectores
solares (custo que teria de ser suportado se fosse utilizado a energia convencional).
Será feito o estudo comparando colectores solares com uma caldeira mural a gás butano e a
gás natural. Assim:
O gás butano e o gás natural apresentam, respectivamente, um PCI de 12,2 kWh/m3 e 10,5
kWh/m3. Assim se fosse utilizado energia convencional em vez de colectores solares seria
necessário, 1200,45 m3/ano de gás butano e 1394,81 m3/ano de gás natural.
16
A lista de medições é apresentada no anexo 12. O resultado da soma da lista de medições, foi arredondado
para 17000 uma vez que podem faltar alguns acessórios.
17 $
Preço do gás butano = 1,38 "#
18 $
Preço do gás natural =0,85"#
21
2.9.1 Tempo de retorno de investimento
O tempo de retorno do investimento é dado pela relação entre o custo total e a redução de
custos [1]. Assim, o tempo de retorno de investimento de um sistema solar comparado com
um sistema convencional a gás butano e a gás natural será de 12 anos e 17 anos,
respectivamente.
Conclui-se que comparado com um sistema de aquecimento utilizando uma caldeira a gás
natural o tempo de retorno é muito maior, dado o menor preço do gás natural. A figura 2.3
mostra o cenário da evolução de custos durante os 18 anos de vida útil dos colectores solares,
utilizando os sistemas: colectores solares, caldeira a gás butano e a gás natural. Foi
considerado a substituição/reparação de alguns equipamentos ao fim de dez anos de
actividade com um custo equivalente a 10% do investimento inicial. No que diz respeito aos
sistemas convencionais, foi considerado um aumento de preço dos combustíveis de 2% ao
ano. Na Figura 2.4.faz-se a comparação do custo total dos sistemas ao fim de dezoito anos
22
Figura 2.2.Total de custos dos sistemas durante 18 anos
Relativamente ao cenário apresentado sobre 18 anos, pode-se dizer que realmente existe a
redução de custos utilizando colectores solares, principalmente se o apoio for a gás natural.
No entanto não se pode deixar de lado o tempo de retorno do investimento o qual é elevado,
principalmente comparado com o gás natural.
Considerando os aspectos económicos na opção pelo gás butano, o investimento pode ser
compensador uma vez que o custo suportado pelo sistema solar + apoio (gás butano) é quase
menos de metade que o custo suportado pelo sistema convencional, e com a recuperação do
investimento o utilizador teria mais 6 anos para usufruir do sistema.
Em relação ao gás natural, claramente o investimento não será compensador, porque, embora
o sistema solar introduza uma redução de custo notável, o tempo de retorno é quase
praticamente igual ao tempo de vida útil dos colectores, o que quer dizer que o utilizador não
terá vantagem nenhuma em apostar nesse sistema.
23
A figura seguinte mostra o desempenho dos colectores solares utilizando a piscina como
dissipador de energia.
Figura 2.3. Comparação entre as necessidades da piscina e a potência fornecida pelos colectores
Embora os colectores solares possam ser utilizados para o aquecimento da piscina verifica-se
que existe muito desperdício da energia. De facto a piscina necessita apenas de 7 colectores
para que as suas necessidades sejam supridas no mês menos favorável (Maio), (ver Anexo 9).
Assim a utilização de colectores solares para o aquecimento de ambiente pode não se traduzir
num sistema viável economicamente.
Tecnicamente a energia fornecida pelos colectores solares fica muito aquém da necessidade
total (figura 2.6), o que se traduz numa grande quantidade de energia convencional de apoio.
Por outro lado, mesmo sendo utilizado a piscina como um dissipador nos meses em que não
se aquece a moradia, existe muito desperdício de energia, quase o equivalente à energia
fornecida pelos colectores (figura 2.5). Este desperdício resulta do facto de se tratar de uma
piscina exterior não coberta, a qual nestas alturas a radiação solar existente pode ser o
suficiente para manter a água numa temperatura confortável.
Outro aspecto técnico importante a ser avaliado é o desempenho do sistema ao longo dos 18
anos. Apesar de não ter sido considerado aquando da comparação dos custos, o desempenho
do sistema após a recuperação do investimento, comparado com o gás butano, não será o
24
mesmo que inicialmente, o que se traduz em mais energia de apoio, logo mais custos
adicionais.
Figura 2.4. Comparação entre a energia necessária para o aquecimento de ambiente e a energia
fornecida pelos colectores solares
Figura 2.5. Comparação anual entre os custos de energia convencional gás natural e energia fornecida
pelo apoio dos colectores solares
25
Assim, como já foi referido, do ponto de vista económico, a utilização de um sistema solar
para o aquecimento de ambiente não se traduz num investimento viável, sendo então uma
caldeira mural a gás o sistema recomendável.
26
3 Sistema solar térmico para preparação de
Água Quente Sanitária (AQS)
Neste capítulo descreve-se um sistema solar exclusivo para preparação de AQS. Ao contrário
do que foi concluído no capítulo anterior, a utilização de colectores solares para a produção de
AQS não só é bastante rentável em termos energéticos como também se traduz num
investimento compensador, como se pode verificar no relatório económico da SolTerm
apresentado no Anexo 10.
Os colectores solares captam a energia proveniente da radiação solar sendo essa energia
armazenada em depósitos acumuladores que alimentam a rede de distribuição de AQS. Desta
forma assegura-se uma economia na utilização do sistema convencional de apoio, que fica
reservado para complemento de energia na preparação de AQS, quando a radiação solar
disponível não for suficiente.
O sistema solar térmico para produção de AQS tem como equipamento base: colectores
solares, componentes hidráulicos, acumulador, sistema de apoio e central de controlo.
Serão instalados, no telhado virado a sul (ver peças desenhadas nº 3, anexo 1), uma fila de
dois colectores planos distribuídos por uma bateria com uma inclinação de 38º. A correcta
inclinação dos colectores é muito importante porque a sua capacidade de captarem mais ou
menos radiação solar depende desta.
27
hidráulica.
O circuito primário onde circula o fluido solar que transporta a energia será em anel fechado,
com retorno à bateria de colectores solares. Deverão ser contemplados os correspondentes
grupo de circulação e de segurança, assegurando assim o bom funcionamento da instalação.
A tubagem, com isolamento térmico, e acessórios hidráulicos deverão estar preparados para
funcionar correctamente no campo das temperaturas máximas a que o circuito hidráulico
estará sujeito.
Para a energia solar contribuir para a produção de AQS será necessário prever um depósito de
acumulação central, com um volume de acumulação proporcional ao consumo diário
estimado19 de AQS. O sistema solar optimiza as trocas de calor para a AQS, pois recebe a
água fria da rede, fornecendo-lhe a energia captada nos colectores. Consegue-se deste modo
um aproveitamento máximo do rendimento do sistema solar térmico.
Deve ser utilizado um depósito de permutador interno de serpentina simples, com vitrificação
a quente do seu interior de forma a assegurar as condições de higiene recomendadas para
19
De acordo com o RCCTE, O consumo de referência de água quente sanitária para utilização em edifícios de
habitação é de 40 litros de água quente a 60°C por pessoa e por dia. Para este caso, tratando-se de um T3,
considerou que a moradia é habitada por 4 pessoas o que equivale a ter um consumo de 160 litros de água a 60ºC
por dia.
28
AQS de consumo.
Como o sistema solar térmico está sempre dependente das condições de radiação disponíveis,
será necessário prever um sistema convencional de apoio para produção de AQS. Este sistema
baseia-se numa caldeira associada ao depósito de acumulação instalado em série com o
circuito de abastecimento de AQS, e entrará em funcionamento quando a energia solar não
estiver disponível ou for insuficiente.
O apoio funciona assim exclusivamente como complemento do sistema solar térmico,
recebendo a água quente do depósito solar e assegurando o fornecimento de AQS,
independentemente da radiação solar disponível, sem interrupções nem oscilações de
temperatura e de conforto para os utilizadores. No âmbito da regulamentação em vigor,
optimizam-se assim as emissões de gases com efeito estufa associadas aos consumos de
energia convencional, melhorando a classificação energética do edifício.
29
Na tabela 3.1 apresenta-se uma síntese dos cálculos e dimensionamento do equipamento
necessário para o funcionamento do sistema solar térmico e o respectivo desempenho
energético.
Tabela 3.1. Dimensionamento dos equipamentos do sistema
Sistema de apoio
Tipo Caldeira20
Potência nominal [kW] 24
São apresentados nas peças desenhadas nº3 no Anexo 1 os esquemas e a rede de distribuição
de AQS.
20
A caldeira servirá o AQS e o piso radiante;
30
4 Instalações eléctricas
O quadro de entrada será localizado no local indicado na planta, será constituído por uma
estrutura metálica ligada à terra com um aparelho de corte de entrada simultâneo para todos
os condutores activos (fase e neutro), [9].e alimentará, além dos quadros parciais, os circuitos
31
de iluminação e tomadas a ele ligados o seu equipamento principal está claramente
referenciado no esquema em anexo (peças desenhadas nº 4, Anexo nº 1 )
Os quadros parciais a instalar nos locais indicados nas plantas alimentarão os circuitos de
iluminação e tomadas a ele ligados. Os seus equipamentos principais estão claramente
referenciados nos esquemas eléctricos em anexo.
- As secções dos condutores das canalizações foram determinadas de acordo com os critérios
de aquecimento, de protecção contra sobreintensidades e de queda de tensão e. que devem
obedecer às secções mínimas definidas regulamentarmente: 1,5 mm2 para os circuitos de
iluminação e 2,5 mm2 para circuitos de tomadas de uso gerais e força motriz.
- A distância mínima entre duas canalizações eléctricas e não eléctricas enterradas que se
cruzem deve ser, em regra, 0,20 m ou serem separadas por meio de dispositivos de protecção
com segurança equivalente [9]. As canalizações enterradas devem ser sinalizadas por meio de
um dispositivo não degradável, colocado a, pelo menos, 10 cm acima destas [9].
As canalizações foram dimensionadas com base nas características dos condutores (tipo de
isolamento e modo de instalação).
32
duas condições seguintes [11]:
;
;
em que:
IB – é a corrente de serviço da canalização, [A];
In – é a corrente estipulada da protecção, [A];
IZ – é a corrente máxima admissível nos condutores da canalização,
I2 – é a corrente convencional de funcionamento da procteção, [A];
1,45*IZ – é a corrente limite térmica da instalação;
A protecção das pessoas será feita tendo em conta duas hipóteses de contacto:
O contacto directo com as partes activas da instalação (contacto directo) e o contacto com
massas que possam ficar em tensão na consequência de um defeito de isolamento (contacto
indirecto).
- A protecção contra contactos directos será feita através do isolamento de todas as partes
activas, em que a remoção deste só será possível apenas por destruição.
4.2.3 Aparelhagem
33
- Tomadas de corrente de usos gerais para 250V/16A com pólo de terra, do tipo “Schuko”,
- Tomadas do tipo saliente estanques e de alvéolos protegidos para aplicação no exterior do
edifício.
- Tomadas de corrente de estores para 250V / 10A com pólo de terra;
A ligação da terra de protecção deverá garantir não só a protecção contra choques eléctricos
mas também viabilizar o escoamento das correntes de defeito à terra tornando mais eficaz o
automatismo dos dispositivos de protecção diferencial [9].
Inclui: eléctrodo de terra (conjunto de varetas de aço/cobre ou de chapas de aço galvanizado,
enterradas verticalmente no solo com uma distancia mínima de 0,8 m entre a superfície do
solo e a parte superior do eléctrodo), condutor de terra, ligador amovível e condutores de
protecção [9].
Potência de dimensionamento21
SD (QE) – 20,7 kVA;
SD (QP1) – 3,45 kVA;
SD (QP2) – 2,3 kVA;
21
A potência de dimensionamento foi determinada através do Simulador de potência contratada da ERSE.
34
4.4.1 Secção dos cabos e características das protecções
Tabela 4.1. Secção dos condutores de alimentação dos quadros e características dos disjuntores
Condutores de alimentação22 Protecção
Quadros IB IZ S In I2 1,45*IZ
QP1 10 24 4 32 42 34,8
QP2 15 24 4 25 36 34,8
QE 30 56 6
Como já foi referido, a secção dos condutores depende da queda de tensão da instalação, isto
é, a queda de tensão total deve ser menor que 5% da tensão de alimentação, medida desde a
sua origem até o ponto mais afastado da instalação e não deve ultrapassar os 1,5% [9].
Caso estas condições não se verifiquem, deve-se proceder ao aumento da respectiva secção
até que as condições sejam cumpridas.
(4.1)
22
Para os quadros parciais foram considerados condutores em condições normais, isto é, temperatura da alma
condutora 70 ºC e temperatura ambiente 30 ºC com isolamento em PVC. Quanto ao quadro de entrada não foi
considerado o factor de temperatura do solo por falta de dados relativos à temperatura deste da região em estudo
e os condutores são isolados em PVC.
35
em que:
R – é a resistência dos condutores, [ ]; depende da temperatura do ambiente a que os
condutores estão sujeitos e tem como base a resistência à temperatura de 20 ºC (R20 [ /km])
que é função da secção do condutor.
cos – factor de potência ( foi considerado 0,8 porque, embora a maior parte dos receptores
sejam resistivos, há alguns indutivos (máquinas de lavar, frigorifico, lâmpadas fluorescente
etc.))
I – é a corrente que atravessa a respectiva canalização, [A];
X – é a reactância dos condutores, [H];
23
Refere-se ao ponto mais afastado da instalação (iluminação do jardim). Para determinar a queda de tensão
nesse troço considerou-se que as 8 lâmpadas dos circuitos são de 18 W e cos = 0,85.
36
5 Domótica
Para a vivenda, optou-se pela utilização da tecnologia KNX da Konnex Association, que é um
protocolo aberto (Standard) e não proprietário, desenvolvido tendo por base a norma EIB
(European Installation Bus) e tradicionalmente regido pela EIBA (EIB Association).
O sistema KNX é composto por uma rede de potência (actuadores) que controlam
directamente as cargas e por uma rede de comando (sensores e detectores) que controla os
actuadores separados fisicamente. Cada participante do Bus de comando tem o seu
microprocessador permitindo uma gestão descentralizada. [10]
Através de uma única linha de Bus, efectua-se a comunicação directa entre todos os
participantes do Bus e dado que todos dispõem de inteligência própria, não é necessária uma
unidade específica que se dedique ao controlo do funcionamento correcto do Bus [10]. Desta
forma, cada um realizará todas as suas funções independentemente do Bus, dando ao sistema
uma grande robustez [10].
37
5.1.1 Topologia
- Linha EIB - é a entidade mais pequena do sistema; é constituída por uma alimentação e por
produtos EIB (participantes). Uma linha EIB suporta um máximo de 256 participantes,
incluindo repetidores. O cabo recomendado pela EIBA deve respeitar determinadas normas e
requisitos. Os cabos YCYM 2x2x0,8 ou J-Y(St)Y 2x2x0,8 são exemplos [10].
- Zona ou Área EIB - no caso da instalação projectada prever mais de 256 participantes tem-se
de acrescentar mais linhas. Para interligar as várias linhas entre si é necessário definir uma
linha principal, onde todas as outras serão ligadas, através de Acopladores de Linha. É
possível interligar até 15 linhas secundárias à linha principal. Ao conjunto de várias linhas dá-
se o nome de Área EIB [10].
- Rede EIB - para instalações de grande dimensão é possível interligar, através de Acopladores
de Área, várias áreas, formando uma rede EIB [10]. No máximo pode-se ter 15 áreas. Um
sistema EIB suporta vários tipos de topologia de rede, no entanto em caso algum deve ser
criado um circuito fechado, em anel [10].
-Fonte de alimentação - é parte fundamental do sistema. É este aparelho que gera a tensão de
funcionamento do sistema, 29V DC;
- Acoplador de linha e repetidores – o acoplador, aparelho modular, poderá ser utilizado para
interligar duas linhas (acoplador de linha) ou uma área à rede (acoplador de área), permitindo
um isolamento galvânico entre as mesmas. Um repetidor tem como função reproduzir as
mensagens que recebe, actuando como amplificadores de sinal;
- Acoplador de Bus (Bus Coupling Unit – BCU) - não sendo um produto autónomo, é de
extrema importância no âmbito EIB. Presente em todos os produtos, este elemento permite
gerir a comunicação numa rede EIB. É responsável pela codificação e descodificação das
mensagens trocadas entre produtos do sistema;
- Cabo Bus – serve como meio de transmissão de informações entre os participantes;
- Sensores e Detectores – são os responsáveis pela medição e detecção e são estes que
transmitem a informação para o Bus;
38
- Actuadores – actuam de acordo com as instruções recebidas derivadas das informações dos
sensores e detectores. Alguns actuadores encontram-se ligados à corrente 230V, de forma a
poderem accionar os aparelhos aos quais estão ligados;
- Interfaces – Funcionam como elemento de ligação entre todos os outros elementos do
sistema;
- Controladores – permitem ao utilizador fazer alterações, programar ou controlar o sistema.
- Central – É o ponto-chave de todo o sistema. Recebe toda a informação e permite a
supervisão da rede.
5.1.4 Limitações
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5.2 Aplicação à moradia
5.2.1 Detecção de intrusão
Sempre que houver fumo fora de normal e temperaturas elevadas os detectores de fumo
estrategicamente colocados na moradia transmitirão automaticamente uma sinalização e
alarme a uma central de detecção de incêndios que por sua vez desencadeará o alarme
automaticamente cortando a electricidade. Em caso de incêndio a central accionará
automaticamente os bombeiros locais e transmitirá um alerta ao proprietário pelo telefone.
A detecção de gás será composta por detectores de gás colocados em possíveis pontos de fuga
de gás (na cozinha junto ao fogão e na lavandaria junto à caldeira). Em caso de alarme, a
electroválvula de corte será accionada automaticamente cortando o gás da respectiva zona e
efectua a chamada telefónica de aviso.
40
5.2.4 Detecção de inundações
41
5.2.7 Rega do jardim
A rega automática, integrada num sistema de domótica permite ter uma performance muito
superior e poupar alguns euros comparado com a rega automática normal. Normalmente uma
rega tem uma função horária para regar à noite, independentemente das condições
meteorológicas, da presença de pessoas no local, de ter alguma janela aberta etc. Todos estes
aspectos são resolvidos integrando a rega no sistema de domótica.
O controlo do sistema de rega será por horário e de uma forma automática através da estação
meteorológica. Assim tem o poder de inibir o sistema de rega em caso de chuva, ou aumentar
o tempo de rega em caso de temperatura excessiva etc.
Na central de supervisão pode-se visualizar estados, alterar horários e controlar manualmente
os circuitos de rega.
5.2.8 Multimédia
42
iluminação de tecto apaga, os estores fecham e a climatização é activada para 22º), e desligar
os aparelhos em stand-by.
43
processadas no sistema domótico, e assim aproveitando as funções domóticas já existentes, os
sistemas serão controladas a partir da central.
Também se pode integrar a central de regulação do piso radiante ao sistema domótico.
44
6 ITED
- Redes de pares de cobre (PC), constituído por 4 pares de cobre do tipo UTP e categoria 6,
no mínimo, e classe de ligação E;
A ligação à rede pública de telecomunicações deverá ser uma ligação subterrânea (ES), através
de uma caixa de visita (CVM) que ligará à caixa de entrada de moradia unifamiliar (CEMU),
deverá ser formada por dois tubos com diâmetro mínimo de Ø40 mm [11].
Os tubos enterrados, devem ser em material não metálico, com interior liso, devem resistir a
uma força de compressão média de 1250 N e ter protecção contra impactos mecânicos [11].
Deverão ainda ser estabelecidos à profundidade mínima de 0,60 m, no interior de uma vala,
cujo trajecto deve ser o mais rectilíneo possível, para ajudar o enfiamento dos cabos [11].
45
6.3 Espaços de alojamento de equipamentos e armários
6.3.1 Caixa de entrada de moradia unifamiliar (CEMU)
As tubagens ficarão embebidas nas paredes e no pavimento. Será utilizado tubo do tipo VD-M
nas paredes ou VD-F quando colocado no pavimento [11], podendo ser utilizado outro tipo de
tubo de acordo com o Manual ITED.
A ligação entre a CEMU ao ATI será realizada por meio de dois tubos de diâmetros Ø32 mm
[11] e haverá uma ligação entre o ATI e o quadro eléctrico com um tubo com diâmetro
mínimo de 20 mm [11].
46
A Passagem Aérea de Topo (PAT) deverá ter um tubo de diâmetro Ø40 mm [11]. e servirá
apenas para a passagem de cabos provenientes das antenas para o ATI [11].
(6.1)
em que
Os diâmetros das tubagens assinaladas nas peças desenhadas são os diâmetros imediatamente
superiores aos diâmetros calculados existentes no mercado.
6.5 Caixas
47
6.6 Rede individual de cabos
6.6.1 Rede individual de pares de cobre
Tal como a rede de pares de cobre, a distribuição de cabos será feita em estrela a partir do
RC-CC. A rede de cabos coaxiais é partilhada pelos sistemas de CATV e MATV.
A atenuação entre o secundário do RC-CC e a tomada menos favorável (-F) da moradia foi
calculado através do software CADited/itur24 2010, disponibilizado pela TEKA Electrónics,
para frequências 60, 90 e 750 MHz.
As atenuações na cablagem não devem ultrapassar a atenuação máxima permitida.
A atenuação máxima permitida é determinada através das fórmulas da tabela 6.1, [11]:
em que
aRC – atenuação introduzida pelo RC-CC de CATV, do ATI;
aTT – atenuação introduzida pela TT;
24
A cadited/itur permite determinar o nível de sinal e perdas de inserção nos cabos coaxiais de acordo com o
Manual ITED 2ª edição.
48
Tabela 6.2. Atenuação calculada
Frequência [MHz] Atenuação na cablagem Atenuação máxima
[dB] permitida [dB]
60 13,6 19,6
90 13,8 20,8
750 17 39
Os cabos de fibras ópticas individuais devem ser do tipo G657 A ou B, já que têm elevada
imunidade a curvaturas mais exigentes [11]. São utilizadas normalmente com pré-
conectorização, conectorizados localmente através de fusão com “pigtails”, ou com recurso a
conectorização mecânica [11].
A rede de cabos deve distribuir o sinal para que fiquem disponíveis: uma tomada de pares de
cobre (RJ45) e uma tomada mista (RJ45+TV) nos quartos; nas salas e na cozinha (estas
afastadas de fontes de humidade e calor) [11].
Na sala, está previsto uma zona de acesso privilegiado (ZAP), onde se localizarão duas
tomadas de TV e dados, duas tomadas RJ45 e duas tomadas de fibras ópticas.
- Tomadas coaxiais: podem ser dupla, com dois terminais tipo IEC (um macho para TV e uma
fêmea para satélite) ou podem ser tripla, com três terminais, dois do tipo IEC e um do tipo F
(macho para TV, fêmea para satélite e fêmea, FM+DAB para rádio) [11];
- Tomadas RJ45 (8 contactos): são tomadas de 8 pinos e devem estar em conformidade com
as regras aplicáveis;
49
- Tomadas mistas ou de espelho comum – estas tomadas podem alojar, num espelho comum,
vários tipos de ligações (8 contactos, TV, dados). Recomenda-se o uso destes tipos de
tomadas uma vez que facilita a instalação e torna a instalação final com uma apresentação
mais estética [11].
- Tomadas de fibras ópticas: são instaladas pelo menos duas tomadas de FO (localizadas na
ZAP) e o canal de comunicação é garantido entre o secundário do RC-CC e as duas
tomadas25 [11].
6.9 Antenas
As antenas e equipamentos a instalar devem garantir que os níveis de sinal e qualidade nas
tomadas de telecomunicações estejam dentro dos limites impostos para cada um dos sete tipos
de modulação. No anexo 1 nas peças desenhadas nº 6 apresenta-se os valores de níveis de
sinal de cada tomada da instalação para cada tipo de modulação. Os níveis de sinal foram
calculados através do CADited/itur.
A antena (MATV) a utilizar será do tipo Yagi de 3 eixos, que apresenta um largura de banda
típica - canal 21 a 69 (banda UHF).
25
Esta situação só se verifica nas moradias unifamiliares. Noutras situações, os canais de comunicação são
possibilitados a partir do secundário do RG-FO até as duas tomadas FO (localizadas na ZAP).
50
7 Conclusão
51
52
Referências
[9] – Josué Lima Morais, José Marinho Gomes Pereira, “Guia técnico das instalações
eléctricas” (2006);
53