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ESTUDO PRELIMINAR

Área de Dinamização Eixo Ceilândia

A proposta de requalificação do Centro de Ceilândia decorre do leque de oportunidades,


especialmente para o desenvolvimento de atividades de serviços, derivados da expansão da
linha do Metrô. O metrô representa aumento da acessibilidade e da centralidade cuja
consequência é a valorização de lotes e edificações. Entretanto, sua forma de implantação
criou uma barreira urbana que cortou a cidade da Ceilândia em dois, promovendo um
esvaziamento e a decadência da área.

O Plano Diretor de Ordenamento Territorial propõe a estratégia de dinamização de áreas


urbanas, em que se inclui o Eixo Ceilândia. Tal estratégia busca distribuir e incentivar a
instalação de atividades de grande envergadura de maneira mais equilibrada pelo território do
Distrito Federal, colaborando para descentralizar a oferta de empregos e para reduzir a
convergência de fluxos para o Plano Piloto.

Dentre os objetivos da intervenção elencados no plano para o Eixo Ceilândia, encontra-se a


requalificação dos espaços urbanos, a introdução de atividades diversificadas, a renovação das
áreas obsoletas e degradadas, a partir de um programa de necessidades baseado em usos
multifuncionais, com ênfase na habitação e serviços. (SEDUMA, Documento Técnico do
Plano Diretor de Ordenamento Territorial, 2007, p. 191)
Além da acessibilidade derivada do metrô, a futura implantação do campus da Universidade
de Brasília, na proximidade da estação 22, e o novo Centro Administrativo do Governo do
Distrito Federal criam oportunidades para o desenvolvimento de empreendimentos
imobiliários no centro da Ceilândia. A proposta de residências na área central de Ceilândia
poderá ser atraente ao contingente de usuários e trabalhadores destas instituições que
buscarem um local de residência próximo ao trabalho ou estudo.

Assim, a proposta do Eixo Ceilândia procura rearticular o espaço linear em torno à linha do
metrô, que hoje se interpõe como barreira urbana, por meio de um conjunto de intervenções
diferenciadas, com protagonismo na proposta de atividades que atraem usuários de todo o
Distrito Federal, confirmando a posição de Ceilândia como importante centralidade regional,
seguindo também as diretrizes do PDL de Ceilândia.
O estudo desenvolvido altera o parcelamento registrado para a área, o qual é marcado por um
conjunto de lotes institucionais de grande dimensão, atualmente desocupados. A atual
conformação dos espaços livres não contribui à qualificação da área, uma vez que a
indefinição de domínios e a ausência de configuração geram a imagem de vazios urbanos.

Devido à grande extensão da área de intervenção, o estudo urbanístico procura criar


identidades diferenciadas para os diversos trechos urbanos, tendo como referência cada
estação do metrô.

• O entorno da estação 23 foi caracterizado por atividades comerciais e culturais, com


lotes capazes de receber um centro comercial com salas de cinema (seguindo
solicitação da comunidade), que ofereça alternativa de comércio e serviços ao Centro
Metropolitano, em especial ao campus da UnB;

• O entorno da estação 24 foi reorganizado para otimizar os grandes lotes institucionais


existentes; diante da proximidade da estação 24 com um centro de ensino, em
condições de insegurança, é proposta a permuta de lotes garantindo a construção de
novo edifício para a escola, destinando tal lote para um novo centro comercial; é
proposto, também, que a área do Estádio Abadião seja ampliada com outras atividades
esportivas, criando um complexo esportivo, inclusive com pólo aquático, hoje
localizado timidamente em um dos lotes institucionais.

• Entre as estações 24 e 25, nas proximidades do Abadião, são propostos


empreendimentos residenciais de grande porte, que possam oferecer áreas de lazer
privadas, tendo os embasamentos como amplas áreas comerciais e de serviços;
também são propostos, na proximidade do estacionamento público do Abadião, lotes
destinados a acomodar instituições de ensino médio e superior, em especial aquelas
cujos campi encontram-se fragmentados pelo território. Nesta área, o alto potencial
construtivo permite a verticalização dos edifícios.
• O entorno da estação 25 acomoda um conjunto de edificações e lotes já alienados
reduzindo em alguns quarteirões a possibilidade de revisão da morfologia da área;
entretanto, onde é possível, são propostos lotes de maior dimensão para acomodar
empreendimentos residenciais de grande porte.

• O entorno da estação 26 foi concebido como uma área destinada à produção, que
poderá acomodar indústrias leves, complementares ao Setor de Indústrias de
Ceilândia.

O estudo propõe ainda a requalificação da via N1, transformando-a em via de mão única, com
espaços para ciclovias e ampliando das áreas de pedestres e, ainda, reestruturando as vias
locais que servem às QNN, para funcionarem como um binário.

Tal alteração viária procura corrigir os problemas de sistema viário decorrentes da


implantação do metrô, abrindo também a possibilidade de transformação de um conjunto de
quarteirões ao longo da via N1, conforme proposto no PDL da Ceilândia, com maior
coeficiente de aproveitamento do solo em um parcelamento com lotes de maior dimensão o
que permitirá tipologias mais verticalizadas.

O Eixo Ceilândia constituirá a primeira experiência de conformação de uma Operação Urbana


Consorciada no Distrito Federal. A Operação Urbana Consorciada, criada pelo Estatuto das
Cidades e referendada no PDOT/2009, é um instrumento que permite um conjunto de
intervenções e medidas coordenadas pelo poder público, mediante parcerias com
proprietários, moradores, usuários e investidores privados para execução de um projeto em
uma dada área de intervenção. Seu objetivo é alcançar transformações urbanísticas estruturais
em determinada área urbana já dotada de infra-estrutura e que encontre-se ociosa, além de
melhorias sociais e a valorização ambiental, com apoio dos recursos dos beneficiados.
A grande vantagem da Operação Urbana é garantir a aplicação dos recursos advindos da
venda de novos lotes, das contrapartidas decorrentes do aumento do potencial construtivo ou
da alteração de uso no perímetro da operação urbana. O recurso, portanto, fica vinculado à
área de intervenção.

A elaboração do estudo ambiental e do programa de atendimento econômico, social e


ambiental do projeto encontra-se em fase inicial.

Dados síntese

• 888.734m2 de área residencial


• 133.526m2 destinados ao uso institucional
• 394.922m2 destinados a áreas comerciais
• 17.170m2 destinados a centros comerciais
• 148.008m2 destinados à atividade industrial não poluente
• População estimada de 43.294 habitantes;
• População flutuante estimada com base na Taxa veicular no DF de 2,4 hab/veículo
(Pesquisa Domicilar O/D, CODEPLAN, 2000) – 13.700 pessoas/dia
• 97.313m2 de espaços livres privados;
• 174.699m2 de espaços livres públicos;

Equipe Técnica SEDUMA Colaboração:


Anamaria de Aragão Marta Mondaini
Clécio Rezende Ana Cristina Vieira
Izabel Torres Rennó Marta Coelho
Vicente Correia Lima Neto Vivian Sadeck
André Bello Breno Rodrigues
Luís Roberto Ribeiro Rejane Jung Vianna
Sérgio Ulisses Jatobá Daniela Carvalho
Alice Vasconcelos

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