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Neoplasias

Aspectos Gerais
• Proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma
• Perda da diferenciação celular
• Alterações de genes regulatórios
• Proto-oncogenes
• Genes supressores de tumor
• Genes indutores de apoptose
• Genes de reparo de DNA
Carcinogênese
“ Os tumores são entendidos como o resultado de
agressões ambientais em um indivíduo
geneticamente suscetível.”
(BRASILEIRO FILHO, 1998)
Carcinogênese
• Fatores Genéticos
• Proto - oncogenes
• oncogenes
• genes supressores de tumor
• genes de reparo de DNA – BRCA 1 e 2
• genes que controlam a apoptose – p53
Carcinogênese
• Fatores Ambientais
• Biológicos
• Vírus de RNA (HTLV-I, HIV)
• Vírus de DNA (HPV, HBV, EBV)
• Físicos
• Radiação Ultravioleta
• Radiação Ionizante
• Químicos
• Obesidade
• Alcool e tabagismo
• Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos
• Azocompostos
• Nitrosaminas
• Aflatoxinas
Neoplasias/Terminologia
• Tumor: termo abrangente – qualquer lesão expansiva ou
intumescimento localizado, podendo ser causado por vários
processos patológicos: inflamação, hematoma.
• Tumor = neoplasia – lesão expansiva formada por proliferação celular,
podendo ser benigna ou maligna.
• Câncer: é a denominação genérica usada somente para tumores
malignos, e originou-se devido a capacidade de invadirem os tecidos
vizinhos.
Neoplasias/Terminologia
• A designação dos tumores baseia-se na sua histogênese e histopatologia. Para
os tumores benignos, a regra é acrescentar o sufixo "oma" (tumor) ao termo
que designa o tecido que os originou.

• Quanto aos tumores malignos, é necessário considerar a origem embrionária


dos tecidos de que deriva o tumor. Quando sua origem for dos tecidos de
revestimento externo e interno, os tumores são denominados carcinomas. Já
os tumores malignos originários dos tecidos conjuntivos ou mesenquimais
será feito o acréscimo de sarcoma ao vocábulo que corresponde ao tecido.
Neoplasias/Terminologia
Classificação dos Tumores
• Comportamento clínico – benigno ou maligno.

• Aspecto microscópico (histomorfológico)


• identificação pelo tecido ou célula que está proliferando

• Origem da neoplasia (histogenético)


Características da Neoplasia Benigna

• Não são graves, mas podem trazer consequências pelo volume e localização
(obstrução de órgãos ou estruturas ocas, compressão de órgãos) podendo levar a
morte.
• Padrão celular semelhante ao da célula normal.
• Crescimento lento – baixo índice mitótico, permite formação de vasos sanguíneos
tendo boa nutrição (degenerações e necroses são pouco comuns).
• Células crescem unidas entre si. Não infiltram os tecidos vizinhos e formam uma
massa geralmente esférica.
• Bem delimitadas, podendo apresentar cápsula de tecido conjuntivo
• Em geral não recidivam.
Características Neoplasia Maligna

• Crescimento rápido - alto índice mitótico (parênquima tumoral)


• Crescimento do estroma conjuntivo-vascular lento
• As células apresentam anaplasia e atipia celular
• Células tem propriedades bioquímicas, morfológicas e funções diferentes
• Não possuem inervação
• Pleomorfismo celular – variação no tamanho e forma das células
• Hipercromasia nuclear – cromatina compacta
• Células menos aderentes entre si
• Limites do tumor pouco definidos
• Tendência à recidiva local
Leiomioma
Leiomioma

Nódulo neoplásico bem delimitado, mas não encapsulado,


constituído por tecido muscular liso muito semelhante ao
tecido de origem (o miométrio).
Miométrio Normal
Lóbulo mamário normal
O carcinoma da mama é o tumor maligno mais freqüente no sexo feminino (30% de todos os cânceres) e afeta uma em cada nove
mulheres ao longo da vida. A grande maioria corresponde ao tipo carcinoma ductal invasivo, que é usado aqui como exemplo. O
tumor é pouco diferenciado. As células formam cordões sólidos que infiltram difusamente o tecido mamário. É característico que haja
extensa reação desmoplásicado tecido infiltrado, ou seja, proliferação fibroblástica e produção de colágeno, o que dá ao tumor
consistência dura na macroscopia. Na periferia, o tumor é mal delimitado e sem cápsula, infiltrando o tecido adiposo e o tecido
mamário pré-existente.
Classificação dos Tumores
• Tipo nodular – forma uma massa expansiva que tende a ser esférica. Visto nos
benignos e malignos de órgãos compactos (pulmão, rins e fígado).
• Tipo vegetante – tumores de superfície (pele ou mucosas). Crescimento do tipo
poliposo, papilomatoso ou couve-flor. Podem ser benignos ou malignos.
• Tipo infiltrativo – exclusivo dos tumores malignos. Infiltração maciça da região
acometida, sem formar nódulos. Órgão espessado, mas menos deformado do
que nas outras formas.
Tumor do Tipo Nodular
Tumor do Tipo Infiltrativo

Carcinoma ductal de mama.


Tumores do Tipo Vegetativo
Metástase
• Do grego – metástatis=mudança de lugar, transferência.
• É a formação de uma nova lesão tumoral a partir da primeira, mas
sem continuidade entre as duas.
• Principal diferença entre neoplasias benignas e malignas.
• Indício de péssimo prognóstico – incurável.
Vias de Disseminação de Neoplasias

• Via Linfática – principal via de disseminação inicial. Em geral o 1º sítio


de metástase é o linfonodo mais próximo (linfonodo sentinela).
• Via Sanguínea – células levadas a qualquer parte do corpo. Em geral
as metástases iniciais se formam no primeiro órgão que as células
encontram à sua frente.
• Cavidades ou superfícies corporais – Ocorre quando células
neoplásicas penetram por ductos, canais ou cavidades naturais.
Eventos da Metástase
• destacamento das células da massa tumoral original (menos moléculas de adesão),
• deslocamento dessas células através da matriz extracelular (movimentos ameboides orientados
por agentes quimiotáticos),
• invasão de vasos linfáticos ou sanguíneos (quimiocinas produzidas pelas células endoteliais),
• sobrevivência das células na circulação (sistema imune),
• adesão ao endotélio vascular no órgão onde irão se instalar (moléculas de adesão),
• saída dos vasos nesses órgãos,
• proliferação no órgão invadido,
• indução de vasos para o suprimento da nova colônia (angiogênese).
Vaso sanguíneo (V) com células tumorais bem próximas de sua
parede (setas). Trata-se dos momentos inicias da disseminação das
células tumorais por via hematogênica.
Estadiamento dos Tumores
• Baseado:
• Tamanho da lesão primária
• Acometimento de linfonodos regionais
• Presença de metástase
• Sistema TNM
• T (tumor): T0 a T4
• N (linfonodos): N0 a N3
• M (metástase): M0 a M2
Estadiamento de Câncer
colorretal
Estudo de Caso 1
• Paciente do sexo feminino, 68 anos, branca, viúva, do lar, natural de São Francisco de Assis e
procedente de Alvorada. Iniciou com disfagia para alimentos sólidos associado à sensação de
plenitude pós-prandial e eructações frequentes há aproximadamente 1 ano. Procurou
atendimento em sua localidade onde realizou endoscopia digestiva alta na qual foi evidenciado
epitélio tipo metaplasia intestinal (esôfago de Barret) na porção esofágica inferior. Fez uso de
omeprazol durante 60 dias, com resolução parcial dos sintomas. Há 2 meses passou a apresentar
piora da sintomatologia, quando realizou nova endoscopia digestiva alta que demonstrou lesão
estenosante e ulcerada em terço esofágico inferior. A biópsia da lesão diagnosticou carcinoma
epidermóide associado à metaplasia de Barret.
• Paciente ex-tabagista, tendo fumado 1/2 carteira de cigarros por dia
durante 10 anos, parou de fumar há aproximadamente 8 anos. Sem
história de etilismo ou perda ponderal. História familiar negativa para
tumor esofágico ou outras patologias. Ao exame físico, apresenta-se
em bom estado geral, sem achados relevantes.
Pede-se
• Diagnóstico.
• Justifique a terminologia utilizada no diagnóstico.
• Etiologia.
• Conceito de metaplasia.
• Relação de metaplasia com neoplasia.

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