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DIREITO PENAL - PARTE GERAL

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Sumário

Lei do
Lei do Direito
Direito Autoral
Autoral nº
nº 9.610,
9.610, de
de 19
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de Fevereiro
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PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL


1.PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
1.1 Princípio da reserva legal.
De acordo com esse princípio, também chamado de princípio da legalidade, o Estado não
pode responsabilizar uma pessoa por ação não prevista em lei como crime. Ele é um princípio que
controla o poder punitivo estatal e impede a sua arbitrariedade e o excesso do poder punitivo.
Previsão legal: Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.
Ex.: O indivíduo "A" olha para uma certa mulher, com o objetivo de contemplar a sua beleza. Tal
ato deixa o namorado da moça com raiva. Contudo, não há crime algum, pois, cobiçar a mulher
do próximo não é crime. Porém, se esse mesmo homem não apenas olha, mas passa a mão nos
seios da mulher, nesse caso, a sua ação está configurada como contravenção penal de
importunação ofensiva ao pudor. Nessa situação, esse homem poderá sofrer uma sanção penal,
visto que o seu ato está tipificado na norma.
Então, porque uma certa conduta é considerada crime ou contravenção penal? Porque há uma
norma que descreve a conduta, por exemplo, o Código Penal.
Além disso, em decorrência desse princípio, a lei penal não pode ser vaga e indeterminada.
1.2 Princípio da anterioridade.
A lei deve estar em vigor no momento em que a conduta delitiva é praticada.
Previsão legal: art. 1. °, CP, ou seja, a mesma do princípio da reserva legal.
Ex.: Em 2002, João era chefe de uma empresa e contratou uma nova secretária, Ana. No seu
primeiro dia de trabalho, Ana é abordada pelo novo chefe, que fala que todas as suas ex-secretárias
saíam para jantar com ele e depois iam a um motel. Com isso, João diz que Ana, para provar o seu
comprometimento com o trabalho, deve sair com o mesmo.
Nesse caso, João cometeu algum crime? Não, pois assédio sexual só se tornou crime em 2005.
Com isso, João não cometeu crime algum.
NOTE! Qual a diferencia entre os princípios da reserva legal e da legalidade? Parte da
doutrina considera que o princípio da reserva legal é o mesmo que o princípio da legalidade.
Outros autores entendem que o princípio da reserva legal decorre do princípio da legalidade, ou
seja, algumas matérias só podem ser disciplinadas por lei, em sentido formal, não admitindo, por
exemplo, medida provisória.
Referido princípio aplica-se também em relação às contravenções penais e às medidas de
segurança.
1.3 Princípio da irretroatividade da lei penal mais maléfica.
A lei penal nova jamais poderá retroagir para prejudicar a pessoa, ou seja, toda lei penal,
quando for mais maléfica, nunca vai retroagir.
A irretroatividade da lei penal mais maléfica não se restringe às penas, mas a qualquer norma
de natureza penal.
Previsão legal: art. 2. ° do CP - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória.

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Ex.: A Lei dos Crime Hediondos foi criada em 1990. Aconteceu um fato em 1989. A Lei dos
Crimes Hediondos pode retroagir? Não, pois quem cometeu o crime antes não sofrerá os rigores
de lei posterior.
1.4 Princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica.
Nos termos do inc. XL, do art. 5.º, da CF/88, a lei penal somente retroagirá para beneficiar o réu.
No mesmo sentido, dispõe o art. 2.º do Código Penal.
Toda vez que surge uma nova lei penal e essa nova lei é mais benéfica para a pessoa que
cometeu um crime, essa nova lei penal retroage. Isto é, se a nova lei beneficia o criminoso de
alguma forma, ela será aplicada no lugar da antiga lei, mesmo o fato tendo ocorrido antes da sua
publicação.
Ex.: Em 2001, Carlos praticou o crime de adultério e está respondendo a uma ação penal.
Entretanto, em 2005, devido à nova lei penal que alterou o Código Penal, tal crime foi extinto.
Nesse caso, como Carlos ainda não foi condenando, será extinta a punibilidade e, se ele já tivesse
sido condenado, seria extinta a pena.
Com isso, verifica-se que toda lei penal mais benéfica retroage para beneficiar o acusado, réu
ou condenado.
NOTE! Importante não misturar as normas penais com as normas de natureza processual. As
normas processuais não se submetem ao princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica,
por expressa disposição do art. 2.º, do CPP. A lei processual é aplicada imediatamente, não
interessando se é mais benéfica ou mais maléfica.

1.5 Princípio da culpabilidade.


Somente há crime se o agente agiu com dolo ou culpa. Nesse tocante, não é aceito o princípio
da responsabilidade penal objetiva, que responsabiliza o autor da ação apenas com base na relação
entre a sua ação e o resultado, pois o agente pode ser o causador da ação, mas nem sempre age
com dolo ou culpa.
Esse princípio, da culpabilidade, significa responsabilidade penal subjetiva, havendo a
necessidade de se comprovar dolo ou culpa do agente. É proibida a responsabilidade objetiva
baseada na simples relação causal entre a conduta e o resultado.
Ex.: Lucas dirige veículo automóvel, seguindo todas as normas do Código de Trânsito Brasileiro
(CTB). De repente, surge um bêbado e atravessa a pista. Lucas, que não conseguiu desviar a
tempo, atropela e mata o indivíduo. Então, questiona-se, quem causou a morte do bêbado? Lucas.
Todavia, Lucas não agiu com dolo ou culpa, pois não tinha a intenção de matar e nem atuou com
negligência, imprudência ou imperícia. Desse modo, não houve crime.

1.6 Princípio da dignidade da pessoa humana.


A dignidade humana é o alicerce do Estado Democrático de Direito, por isso, a pessoa deve
ser tratada pelo Estado, no momento da aplicação da tutela penal, de forma digna.
Está prevista no inc. III, do art. 1.°, da CF/88, art. 1º A República Federativa do Brasil, formada
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana;

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Desse modo, ele é o princípio vetor do Estado Democrático de Direito e representa o ponto
de convergência de todos os outros princípios.
1.7 Princípio da humanidade (ou da humanização das penas).
O princípio da humanização das penas impede que o direito de punir do Estado atinja a
dignidade da pessoa humana. Esse princípio veda que, na aplicação do Direito Penal, haja qualquer
lesão à dignidade da pessoa humana. Esse princípio está intimamente ligado ao da dignidade da
pessoa humana.
A pena aplicada não pode ofender a dignidade humana. Desta forma, no inc. XLVII, do art. 5. °,
da CF/88, são proibidas as penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, inciso XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis.
ATENÇÃO! Há uma exceção desse princípio no Direito Penal Brasileiro. A pena de morte no
Brasil só é possível em caso de guerra declarada, conforme dispõe a Constituição da República, e
deve ser executada de acordo com o Código Penal Militar e o Código de Processo Penal Militar.
1.8 Princípio da pessoalidade (“personalidade” ou “intranscendência”).
Ele diz que a pena não pode passar da pessoa do condenado.
Ex.: Paulo cometeu um crime e foi condenado a 20 anos de reclusão. Porém, antes de cumprir a
pena, sofreu um infarto e, em decorrência deste, morreu. Agora, ele não pode mais cumprir a
pena, visto que faleceu. Contudo, Paulo tenha dois filhos. A pena pode ser transferida para os
herdeiros? Não, pois eles não tem nada a ver com o crime cometido pelo pai.
Nesse sentido, a pena só não é transferível no âmbito penal, mas pode ser transferida no
âmbito cível.
Encontra-se previsto no inc. XLV, da CF/88: “nenhuma pena passará da pessoa do
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido”.
1.9 Princípio da individualização da pena.
Possui três fases:
a) cominação da pena (fixada pelo legislador); nessa primeira fase, o legislador fixa a pena mínima
e máxima para determinado crime. Todo crime possui pena mínima e máxima.
b) aplicação da pena (estabelecida pelo juiz); na segunda fase, o juiz analisa a pena mínima e a
máxima e, com isso, fixa a pena entre essas.
c) execução (fase administrativa). A terceira fase é quando já existe uma pena em concreto. Na
hora de executar a pena, o juiz observa as características da pessoa, pois cada pessoa possui a sua
individualidade e todas elas serão levadas em consideração no cumprimento da pena, pois as
pessoas não são iguais.
Encontra seu fundamento no inc. XLVI, do art. 5.º, da CF/88, assim disposto: “a lei regulará a
individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;

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e) suspensão ou interdição de direitos”.


1.10 Princípio da intervenção mínima.
De acordo com este princípio, o Direito Penal somente deve ser aplicado se não existirem
meios alternativos para resolver a questão, ou seja, o Direito Penal é a última ratio, a última razão.
Ele pode ser aplicado somente quando outras searas do Direito não surtiram efeito. Desta forma,
tem o propósito de evitar a inflação legislativa. Presta-se para orientar o legislador na elaboração
de novas normas penais.
1.11 Princípio da fragmentariedade.
Decorrência do princípio da intervenção mínima, baseia-se o caráter seletivo Direito Penal,
isto é, seu objetivo é proteger os bens jurídicos mais relevantes e necessários para a sobrevivência
da sociedade.
1.12 Princípio da adequação social.
Existem condutas que, embora estejam tipificadas em lei, não afrontam o sentimento social
de justiça. Com isso, se a conduta não fere mais o sentimento social de justiça, mesmo descrita na
norma penal, essa conduta não deve mais ser considerada criminosa.
Ex.: O STJ decidiu que, no caso da compra e venda dos DVDs e CDs piratas, não pode ser aplicada
a adequação social, pois é um crime contra os direitos autorais.
Não é adotado no Brasil, em razão da sua rejeição pelos tribunais superiores.
1.13 Princípio da insignificância (da bagatela)
A conduta somente será considerada criminosa se gerar ofensividade mínima, isto é, se for
minimamente relevante para fazer incidir a tutela penal. Isto é, a conduta somente configura um
fato típico se a lesão ao bem jurídico possuir o mínimo de relevância. A tutela penal deve ser o
último caminho e não se presta a punir situações irrelevantes. Deve-se avaliar a tipicidade formal
(mera descrição da conduta nos elementos descritivos da norma penal) e a tipicidade material
(mínimo de relevância). Apesar de ser tema polêmico, a posição majoritária vem entendendo que
a reincidência ou a habitualidade delitiva comprovada excluem a aplicação do princípio da
insignificância.
Ex.: Marcos vai a uma loja e, discretamente, pega um bombom de 25 centavos o coloca no bolso,
mas o segurança o vê colocando o tal bombom no bolso e diz que ele está preso em flagrantge
pelo crime de furto, tipificado no art. 155 do Código Penal. Todavia, essa conduta é considerada
relevante e deve ser desconsiderada na sua existência, ela vai ser apagada, desconsiderada na sua
existência, pois é irrelevante.
No momento em que a conduta é apagada, se ela estava descrita na norma penal, mas é
irrelevante ao ponto de desaparecer, ao mesmo tempo, ela é apagada e a conduta deixa de ser
crime.
Outrossim, o aspecto econômico da coisa não é determinante para a aplicação desse princípio.
Ex.: Um indivíduo pratica um assalto por causa de um cigarro. Nesse caso, se aplica o princípio
da insignificância? Não, porque é uma posição sólida da jurisprudência que não cabe a aplicação
do princípio da insignificância no crime de roubo, pois possui o emprego de violência ou grave
ameaça. Com isso, é possível concluir que, mesmo o valor do objeto roubado sendo ínfimo, o
princípio da insignificância não pode ser aplicado.
Por fim, dentro da estrutura analítica do crime, a insignificância exclui o fato típico.

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APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO


Quando se estuda a aplicação da lei penal no tempo? Quando é preciso buscar a lei que deve ser
aplicada àquela conduta que foi praticada.
Ex.: André leva um tiro de João. Nesse caso, André é levado ao hospital e passa três meses em
coma na UTI. Após esse período, morre. Acontece que existia uma lei penal que estava em vigor
no momento em que João deu o tiro e uma outra lei penal que estava em vigor no momento em
que ocorreu a morte.
Regra: a lei penal não pode retroagir.
Exceção: a lei penal retroagirá quando trouxer algum benefício para o agente no caso concreto.
Teorias
Existem três teorias que tentam resolver esse problema:
a) da atividade
(Adotada pelo CP) - Considera praticado o crime no momento da ação (fazer) ou omissão (deixar
de fazer), ou seja, a lei penal que deve ser aplicada é aquela que vigora no momento da ação ou
omissão.

No exemplo acima, de acordo com a teoria da atividade, a lei que deve ser adotada é a Lei Penal
X, visto que é a do momento em que a ação foi realizada. Art. 4º CP - Considera-se praticado o
crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
b) do resultado - O momento do crime é o da ocorrência do resultado delitivo.
c) da ubiquidade (ou mista) - É tanto o momento da atividade como o do resultado.

Extra-atividade, retroatividade e ultra-atividade


a) Extra-atividade de uma norma penal - Toda vez que surge uma lei penal mais benéfica, ela
retroage pera beneficiar. É a possibilidade de a lei penal, depois de revogada, continuar a regular
fatos ocorridos durante a vigência ou retroagir para alcançar fatos que aconteceram antes de sua
entrada em vigor (retroatividade + ultra-atividade). Com isso, verifica-se a abolição do crime
sempre que lei posterior deixa de considerar uma conduta como sendo criminosa. Caso o acusado
esteja preso, deve ser colocado em liberdade imediatamente.

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Ex.: Determinado crime "X" possui pena de 2 a 8 anos. Todavia, surge nova lei penal que altera a
pena, que fica de 1 a 4 anos. Nessa situação, a nova lei é mais benéfica. Dessa forma, ela vai
retroagir para beneficiar a pessoa que, com base na lei anterior, estava cumprindo pena.
b) Retroatividade - Característica da norma penal quando essa for mais benéfica.
c) Ultra-atividade - Quando a nova lei for mais maléfica, prejudicial, há a ultra-atividade. Significa
que a lei velha será aplicada a um fato cometido no período de sua vigência, mesmo após a sua
revogação.
Com isso, conclui-se que a lei penal mais benéfica é extra-ativa (retroatividade e ultra-atividade).
Significa que sempre retroagirá quando for mais benéfica. Já se for mais maléfica, jamais
retroagirá.
Ex.: Existe um crime no qual a pena vai de 2 a 8 anos. Entretanto, nova lei a altera para 12 a 30
anos. Os fatos ocorridos durante a vigência da antiga lei podem ser submetidos à nova lei? Nunca!
Jamais! Os efeitos da nova lei não podem retroagir, pois ela é mais maléfica.
NOTE! É possível, no Direito Penal, a combinação de leis penais para beneficiar uma pessoa? Por
exemplo: a lei penal X estava em vigor em 01/10/2015. Então, alterando a antiga lei, no dia
01/01/2016, surgiu a lei penal Y. É possível a combinação da lei X e da lei Y para beneficar o réu?
Não, pois, se fosse possível pegar apenas partes das leis, não teríamos a aplicação dessas, mas
sim, de uma nova lei. O juiz estaria criando leis, usurpando o que cabe ao legislador.
Observação: Há, também, posição minoritária de alguns autores, que diz que é possível juntar
partes de lei.
ATENÇÃO! Nova Súmula 711 do Supremo Tribunal Federal: “A lei penal mais grave aplica-se
ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da
continuidade ou da permanência”. Dessa forma, nos crimes permanentes e continuados, aplica-se
sempre a última lei que vigorava no curso da permanência ou continuidade delitiva, ainda que
mais grave."
Exemplificando, crime permanente é o delito cuja consumação se prolonga no tempo. O momento
consumativo é elástico, por exemplo, o crime de sequestro, como privar alguém da sua liberdade
durante seis meses. Nesse longo período, o crime ainda está em consumação, ou seja, só cessa
quando não há mais a privação de liberdade.
O crime continuado ocorre quando um indivíduo pratica vários crimes da mesma espécie, nas
mesmas circunstâncias de tempo e lugar, com o mesmo modo de execução, etc. Por exemplo, um
sujeito inventa para várias pessoas que sua mão está doente e precisando de remédios. Com isso,
consegue enganar muitas pessoas e arregadar grande quantia.

Qual lei será aplicada, de acordo com a Súmula 711? Aplica-se a última lei antes da cessação da
continuidade delitiva. Isto é, a Lei Z, ainda que seja mais grave.
Leis Temporárias e Excepcionais
O Art. 3º do CP estabelece: "A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência". Essas leis surgem em situações de anormalidade e vigoram por um certo tempo.
Lei excepcional é aquela que vigora por tempo indeterminado até cessar a excepcionalidade que
lhe motivou. Já a lei temporária é aquela que vigora por um tempo previamente estabelecido
(início e término).

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A temporárias possuem início e fim prefixados. Elas têm uma data de começo de vigência e uma
data de fim. Já as excepcionais, tem início fixado e o seu término não está determinado. Ela se
encerra quando cessa a excepcionalidade. Essas leis são ultra-ativas. Significa que a lei será
aplicada a um fato cometido no período de sua vigência, mesmo após a sua revogação. A ultra-
atividade, nesse caso, ocorrerá sempre, ainda que prejudique o acusado.
Ex.: Em período de guerra, ficou determinado que sair de casa depois das 22:00 seria crime.
Certamente, algumas pessoas descumpriram essa lei, ou seja, saíram de casa depois do horário
fixado pela lei. Com isso, mesmo depois que a guerra acabar, essa lei excepcional continua a ser
aplicada aos fatos ocorridos durante a sua vigência, mesmo com o surgimento de lei penal mais
benéfica.

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APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO


Qual é o lugar da infração penal? É o lugar em que foi praticada a ação ou o lugar onde ocorreu o
resultado?
Conceito de Território
O território é composto de vários elementos, como, o solo ocupado pela nação; os rios; os lagos;
os mares interiores e sucessivos; os golfos; as baías; os portos; a faixa de mar exterior, que corre
ao largo da costa e que constitui o mar territorial; a parte que o direito atribui a cada Estado sobre
rios, lagos e mares fronteiriços; os navios nacionais; o espaço aéreo correspondente ao território e
as aeronaves nacionais.
De acordo com a Teoria da Territorialidade, a lei penal brasileira aplica-se aos crimes cometidos
no território brasileiro.
Ex.: Se um crime for praticado no Japão, em regra, não será aplicada a lei brasileira. Porém, a
territorialidade do Brasil não é absoluta, ela é temperada.
Territorialidade temperada
Existem dois tipos de territorialidade:
a) absoluta - a lei penal brasileira somente pode ser aplicada aos crimes cometidos no território
brasileiro. Jamais no estrangeiro.
b) temperada - a lei penal brasileira aplica-se aos crimes cometidos no território brasileiro, mas
em alguns casos, ela pode ser aplicada em relação a pessoas que cometeram infrações fora do
território brasileiro.
O Brasil adotou a territorialidade temperada. A lei penal brasileira, em regra, aplica-se ao crime
cometido no território nacional. Todavia, excepcionalmente, em determinadas hipóteses, a lei
brasileira pode vir a ser aplicada ao crime cometido fora do território brasileiro.
Ex.: Existe uma situação em que o delito é tão grave e a sua repercussão geral atinge vários países,
por exemplo, tráfico internacional. Esses ´países resolvem, por meio de acordos e tratados
internacionais, fazer uma repressão uniforme a esse tipo de delito. Nesse caso, é possível aplicar
a lei penal brasileira, mesmo o crime tendo ocorrido fora do território brasileiro.
Ex.: O Presidente da República sofre um atentado a sua vida em um país estrangeiro. A lei penal
brasileira será aplicada? Sim. Por razão da necessidade de se proteger determinadas coisas e
pessoas (princípio real, da proteção ou da defesa)
Lugar do crime
Existem três teorias que dizem qual é o local do crime:
a) atividade - o lugar do crime é aquele lugar onde se desenvolveu a ação ou omissão de natureza
criminosa
b) resultado - o lugar do crime é aquele lugar onde ocorreu o resultado.
c) ubiquidade (adotada pelo CP) - o lugar do crime é tanto o local onde se desenvolveu a ação
como também o local onde ocorreu o resultado. Ambos serão lugar do crime, para efeito de
aplicação da lei penal.
Ex.: Paulo está na cidade do Rio de Janeiro. Lá, utiliza uma arma de fogo para atirar em Felipe.
Felipe, baleado, é transferido para um hospital em São Paulo e, lá, acaba falecendo. A ação
(homicídio) ocorreu no Rio de Janeiro e o resultado (morte) aconteceu em São Paulo. Qual das
duas cidades será considerada local do crime? As duas, pois o Código Penal adotou a teoria da
Ubiquidade (mista).
De acordo com o art. 6.º, do CP, “considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação
ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou devia produzir-se o resultado. ”

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Território Brasileiro por Equiparação


Nos termos do §1. °, do art. 5. °, do CP: Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do
território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do
governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo
correspondente ou em alto-mar.

Na primeira e na terceira situação, as aeronaves e embarcações serão consideradas território


brasileiro por equiparação, ou seja, serão consideradas território brasileiro. Onde elas estiverem,
se existir uma infração penal no seu interior, será aplicada a lei penal brasileira. Na segunda
situação, não será aplicada a lei brasileira, e sim a do país onde eles se encontrarem.
Ex.: Aeronave da Força Aérea Brasileira sobrevoando a China. Aplica-se a lei penal brasileira.
Ex.: Embarcação privada navegando em território japonês. Aplica-se a lei do Japão.
Com isso, observa-se que existem duas situações nas quais ocorre equiparação do território
brasileiro:
a) embarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde
estiverem;
b) embarcações e aeronaves brasileiras, de propriedade privada, que estiverem navegando em alto-
mar ou sobrevoando águas internacionais.
ATENÇÃO! Princípio do pavilhão ou da bandeira: Consideram-se as embarcações e aeronaves
como extensões do território do país em que se acham matriculadas, quando estiverem em águas
internacionais -alto mar- ou no espaço aéreo correspondente. Não serão consideradas extensão do
território brasileiro as nacionais que ingressarem no mar territorial estrangeiro ou o sobrevoarem.
Ex.: Um navio, navio brasileiro encontra-se nas águas internacionais entre o Brasil e os EUA. Se,
nessa embarcação, A cometente um crime contra B, a lei penal aplicada será a brasileira. Se o
navio tivesse bandeira norte-americana, seria aplicada a lei americana.

QUESTÃO. Devido a uma forte tempestade m navio brasileiro de propriedade privada naufragou
e partiu-se em vários pedaços em alto mar e 15 passageiros conseguiram se salvar num barco
salva-vidas. Um francês que ocupava o barco salva-vidas matou um espanhol, um brasileiro e um
italiano para reduzir o peso da embarcação. O barco seguiu até o porto de Buenos Aires, na
Argentina, onde os fatos foram comunicados às autoridades locais. Quanto aos homicídios
praticados pelo francês, aplica-se a lei
a) brasileira.
b) francesa.
c) argentina.
d) espanhola.
e) italiana.

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Resposta. A. A lei brasileira será aplicada, pois, de acordo com o princípio do pavilhão, quando
embarcações em águas internacionais, a lei penal aplicada será a da bandeira da embarcação.
ATENÇÃO! A Justiça competente para julgar crimes cometidos a bordo de embarcações e
aeronaves é a Justiça Federal (art. 109, IX, da CF). Todavia, se a embarcação for de pequeno porte,
como, por exemplo, lanchas, jangadas, botes, a competência será da justiça comum estadual.
Extraterritorialidade
Acontece em situações em que a lei penal brasileira será aplicada a crimes cometidos fora do
território brasileiro.
Está intimamente ligada ao princípio da defesa, que diz que se aplica a lei penal brasileira
independentemente de fronteiras, se o bem jurídico for de proteção especial. Acontece quando são
cometidos crimes contra coisas ou pessoas que o Brasil tem a necessidade de dar uma proteção
especial. Esses estão descritos no art.7º, inciso I, alíneas a, b, c, do CP:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída
pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
Outro princípio de grande importância para o da extraterritorialidade é o da justiça criminal
universal. É o direito de punir determinados delitos, mesmo que praticados fora do território
nacional, face à gravidade do mesmo, desde que existam tratados e convenções internacionais
estabelecendo dessa maneira, como os crimes de genocídio e de tráfico ilícito de drogas, citado
supra.
Ademais, o art. 7º traz algumas particularidades. Nos crimes contra a vida ou a liberdade do
Presidente da República; contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia
ou fundação instituída pelo Poder Público; contra a administração pública, por quem está a seu
serviço; de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil o agente é punido
segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
Já nos crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; praticados por
brasileiro; praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados, a aplicação da lei brasileira
depende do concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a
punibilidade, segundo a lei mais favorável.

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
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TEORIA DO CRIME
Quais são os elementos do crime, ou seja, o que o constitui? Qual o conceito de crime? Os
elementos do crime compõem o conceito de crime. São dois os conceitos de crime: o bipartido e
o tripartido
Elementos do Crime
De acordo com o conceito analítico de crime, existem duas correntes que definem o que é crime.
O conceito bipartido (fato típico + antijuridicidade) e o conceito tripartido (fato típico +
antijuridicidade + culpabilidade). Na doutrina nacional e estrangeira, prevalece o conceito
tripartido, segundo o qual crime é fato típico, antijuridicidade e culpabilidade. No conceito
bipartido, crime é fato típico e antijurídico, funcionando a culpabilidade como pressuposto de
aplicação da pena.
1) O primeiro elemento é o fato típico. Ocorre um fato típico quando:
a) O agente criminoso desenvolve uma conduta, dolosa ou culposa, pode ser uma ação ou omissão.
Quando se fala em conduta, ela deve ser dolosa, querer o resultado ou assumir o risco de produzi-
lo, ou culposa, o agente age com negligência, imprudência ou imperícia.
b) há um resultado lesivo. Esse resultado pode ser naturalístico ou jurídico.
É naturalístico quando ocorre uma alteração no campo dos fatos.
Ex.: No crime de homicídio, no momento em que "A" executa a ação de matar, "A" destrói a vida
de uma pessoa. Nessa situação, ocorreu uma alteração no campo dos acontecimentos, ou seja, um
resultado naturalístico.
Ex.: Quando uma mulher toma uma pílula abortiva, ela destrói o amontoado de células que carrega
no seu ventre. Isso é uma alteração no campo dos fatos.
Contudo, o resultado também pode ser jurídico. Alguns crimes não trazem resultado naturalístico
(alteração no campo dos fatos).
Ex.: Se "B" possui uma arma de fogo em casa, mas não tem permissão para isso, não está
produzindo uma alteração no campo dos fatos. Entretanto, está produzindo um resultado jurídico,
esse indivíduo está lesando o valor segurança jurídica.
Atenção! Todo crime possui resultado!
c) Há Nexo Causal. É o elemento de ligação entre a conduta e o resultado, a prova de que a conduta
produziu o resultado. Em algumas situações, existe uma conduta e um resultado, mas a conduta
não pode ser atribuída ao resultado, pois ela não contribuiu para a ocorrência deste.
Ex.: "A" mata "C" com tiros. Se "B" emprestou a arma para "A", sabendo das suas intenções, há,
aí, um nexo de causalidade. Porém, se, uma hora antes do fato morte, "B" chama "A" para a sua
casa para assistir um programa de televisão, e "B" não sabia que "A" tinha intenções de matar "C",
a conduta de "B" não possui liame causal com o resultado morte que ocorreu depois, pois nenhuma
de suas ações influenciou o resultado (morte de "C").
d) Existe Tipicidade Formal e Material
Formal: é a descrição da conduta na norma penal. A conduta encontra-se nos elementos descritivos
da norma penal.
Material: É a relevância da conduta que foi praticada, além de estar descrita em uma norma penal,
deve existir uma mínima relevância.
Ex.: Furtar uma maçã de um supermercado. Tal fato é típico e está descrito no art. 155 do CP.,
Todavia, a subtração de uma maçã não pode ser considerada uma conduta relevante, por isso,
nessa conduta, não haverá tipicidade material.
Ex.: Ação de matar. Está descrita no art. 121 do CP e possui altíssima relevância, ou seja, há
tipicidade formal e material
Todos esses elementos citados supra são os elementos do fato típico, o qual é um dos elementos
do crime.

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b) O segundo elemento é a antijuridicidade (anti: contra, juridicidade: direito). Aquilo que


contraria o direito. Também é denominada antijuridicidade. Toda conduta que contraria o Direito,
um dispositivo jurídico é antijurídico.
Uma conduta pode ser antijurídica sem ser criminosa. Basta que o ato antijurídico praticado pelo
agente não esteja descrito na norma penal como crime.
Ex.: Estacionar em local proibido é uma conduta antijurídica, pois existe uma norma que a define
como ato ilícito. Entretanto, não é crime, pois não possui o primeiro elemento, não é fato típico.

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TEORIA DO CRIME II
NOTE! Existem condutas que são antijurídicas, mas não são crimes, pois não são fatos típicos.
Uma série de condutas constituem atos ilícitos, todavia, somente uma parte dos atos antijurídicos
são considerados fatos criminosos.

Pode existir fato típico que não é antijurídico? Sim.


Ex.: Matar um assaltante em legítima defesa. Nesse caso, existe conduta dolosa, o agente tinha a
vontade de matá-lo; resultado, a morte; nexo causal, a conduta do agente causou o resultado;
tipicidade formal, a conduta se encaixa na norma penal, art. 121 do CP, e tipicidade material, pois
a conduta é altamente relevante. Ademais, o Código Penal explicita a legítima defesa como uma
norma de direito, dizendo que pudesse agir para repelir uma injusta agressão. Resumindo, tal
conduta não é antijurídica, porque o direito a autorizou, mas continua sendo um fato típico.

Conceito Bipartido e Tripartido de Crime


a) bipartido: crime = fato típico + antijuridicidade
b) tripartido: crime = fato típico + antijuridicidade + culpabilidade
Para o conceito bipartido, a culpabilidade é pressuposto de punibilidade. Depois que se tem o
crime, verifica-se a culpabilidade para efeito de aplicar a pena.
Já para o conceito tripartido, a culpabilidade é elemento do crime, ou seja, parte integrante do
próprio crime. A culpabilidade é um juízo de censurabilidade sobre o fato e seu autor. É composta
dos seguintes elementos: imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de
atuar de outra forma.
Na doutrina, prevalece o conceito tripartido, na qual acrescenta, como elemento para a
configuração de um crime, a culpabilidade (juízo de reprovação), que diz que se a conduta não é
reprovável, não é crime.

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Sujeito Ativo e Passivo


Sujeito ativo é a pessoa que desenvolve a conduta descrita na norma penal. Abrange desde quem
realiza a conduta principal, executando o verbo núcleo do tipo (ex.: “matar”, “subtrair”), como
também aquela pessoa que participa de forma periférica, acessória.
Lembre-se! Pessoa jurídica não pode ser sujeito ativo de crimes contra a pessoa, contra o
patrimônio, etc. Somente crimes contra o meio ambiente! Nunca se esqueça disso! A pessoa
jurídica somente pode ser sujeito ativo nos crimes cometidos contra o meio ambiente, previstos
na Lei n.º 9.605/1998, apesar da previsão constitucional do §5. °, do art. 173, da CF/88, de
responsabilidade penal nos crimes contra o sistema financeiro nacional e contra a ordem
econômica.
O sujeito passivo (vítima) é o titular do bem jurídico tutelado na norma penal. Pode ser a pessoa
física ou jurídica, inclusive, a própria coletividade e o Estado. São denominados de “crimes vagos”
aqueles delitos cujo sujeito passivo é a entidade destituída de personalidade jurídica (ex.: família).
O incapaz pode ser sujeito passivo? Sim, porque é titular de direitos. E o morto? Não, porque não
é titular de direitos.
É possível ser sujeito passivo antes de nascer? Sim, como, no aborto, porque o feto possui direito
à vida.
Os animais podem ser sujeitos passivos? Não, pois nos crimes contra a fauna o sujeito passivo é
a coletividade.
Note! O objeto jurídico é o valor (ou bem) tutelado na norma penal (ex.: vida, patrimônio,
liberdade sexual). Já o objeto material é a pessoa ou coisa sobre as quais a conduta do agente
criminoso recai.

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FORMAS CONSUMADA E TENTADA


Forma Consumada
O crime está previsto em uma norma penal, ela trás a descrição de uma conduta. Cada termo que
descreve a conduta é denominado elemento. Portanto, toda norma penal tem vários elementos.
Art. 14 - Diz-se o crime: I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
legal
Temos a forma consumada quando todos os elementos estão satisfeitos. Quando todos os
elementos da definição legal de um crime foram postos em prática e consumados.
Ex.: Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel

O agente deve praticar a ação de subtrair, não adianta apenas, por exemplo, só tocar a coisa. Essa
coisa deve pertencer a outro indivíduo, não pode pertencer ao agente da ação. Ademais, deve ser
móvel.
Fases do Crime
As fases do crime (iter criminis) são as seguintes: cogitação, preparação, execução e consumação.
Na fase da cogitação, o delito é idealizado. Na preparação, o agente busca os meios necessários
para dar início à execução penal. Na fase de execução, começam os atos executórios do crime,
isto é, a conduta descrita na norma penal passa a ser desenvolvida. Na consumação, ocorre o
resultado.
1) Cogitação - É a fase da idealização. Ela não sai do campo das ideias. Em decorrência disso,
surge o direito penal à perversão, o qual diz que qualquer pessoa pode cogitar o cometimento de
um crime. A simples cogitação não gera responsabilização penal, pois não é crime imaginar um
crime.
2) Preparação - É quando o agente sai do campo das ideias e reúne os meios necessários para o
cometimento do delito.
Ex.: João quer matar alguém (primeira fase). No momento em que ele adquire uma arma de fogo,
configura-se a fase da preparação.
Em regra, no Direito Penal, a fase da preparação não é responsabilizada penalmente.
Ex.: A esposa contrata um pistoleiro para matar o marido. Eles acertam tudo em uma mesa de bar,
até mesmo o pagamento já é efetuado integralmente. Nesse momento, os dois estão cometendo
algum crime? Podem ser presos em flagrante? Não, pois se preparar para cometer homicídio não
é tentativa de homicídio.

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Exceções: são situações em que o legislador resolveu descrever como crime uma situação que, na
verdade, constitui fase preparatória de outros delitos.
Ex.: Pessoas que pretendem assaltar um banco estão reunido em um determinado local planejando
tal crime constitui crime de associação criminosa.
3) Execução - Na fase executória, os elementos da figura penal começam a se aperfeiçoar.
Ex.: No furto, ela começa quando o agente inicia a desenvolver a conduta descrita na norma penal,
ou seja, no instante em que ele inicia o verbo, o núcleo do tipo (subtrair). Na ocasião em que o
indivíduo pega o celular, já está na fase dos atos executórios.
4) Consumação - Quando os elementos do tipo estão todos satisfeitos.
Diz-se consumado o delito, quando os elementos da figura típica estiverem caracterizados.
Tentativa
É quando o crime não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Art. 14 - Diz-se o crime:
II - Tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade
do agente.
A forma tentada ocorrerá na fase da execução. Como o crime é composto por várias partes ou
ações executórias, ele pode ser interrompido em qualquer uma delas.
Ex.: A1, A2, A3 e A4 são os atos executórios de um determinado crime, ou seja, os passos pelo
qual o agente deve passar para consumar o crime.

A circunstância alheia à vontade do agente, que interrompe a consumação crime, pode ocorrer em
qualquer um desses momentos. Por exemplo, pode acontecer entre os atos a executórios 1 e 2, ou,
até mesmo, após o último ato executório, tendo o crime ainda não tendo se consumado.
Ex.: "A" atira em "B" várias vezes, com a intenção de matá-lo. Todavia, "B" é socorrido e levado
à um hospital e, em decorrência disso, sobrevive. Nessa situação, ocorreu tentativa de homicídio,
na qual todos os atos executórios foram realizados.
Espécies de forma tentada:
a) imperfeita (ou incompleta) - Ocorre quando os atos executórios são interrompidos, antes do
completo encerramento;
b) Tentativa perfeita (outras denominações: completa, crime falho) - Ocorre quando os atos
executórios são esgotados, mas o crime não se consuma.

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FORMAS CONSUMADA E TENTADA II


Tentativa Perfeita e Imperfeita
Na tentativa perfeita, o agente encerra todos os atos executórios, mas o resultado não ocorre. Na
imperfeita, ela é interrompida no começo ou no meio, ou seja, nem todos os atos executórios são
realizados.
Ex.: (A1, A2, A3 e A4 são os atos executórios)

Nesse caso, a tentativa imperfeita ocorreria com o ato que fosse interrompido entre o A4 e a
consumação. A tentativa imperfeita poderia localizar-se entre quaisquer outros atos executórios.
Tentativa Cruenta e Incruenta
A tentativa cruenta ou vermelha é quando o crime deixa lesões. São crimes nos quais há a produção
de lesão.
Na tentativa incruenta ou branca não há lesões. É aquela na qual a vítima não chega a ser
fisicamente atingida
Teorias da Forma Tentada
São duas: a objetiva e a subjetiva.
1) Objetiva - A responsabilidade penal por um crime na forma tentada justifica-se pelo perigo que
o bem jurídico protegido sofreu, pela proximidade de lesão que a conduta do criminoso gerou ao
bem jurídico protegido na norma penal. Essa teoria é a adotada pelo CP.
2) Subjetiva - A pessoa deve ser responsabilizada, no crime tentado, pela intenção, pelo o que ela
queria fazer.
Quantidade de Redução de Pena
De acordo com o art. 14 Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com
a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Com isso, a pena, na tentativa, será diminuída de 1/3 a 2/3. Se a pena é de 12 anos e a diminuição
for a máxima, passará a ser 4 anos e, se for a mínima, 8 anos.
Se o agente ingressou na fase da execução, mas não conseguiu obter o resultado por circunstâncias
alheias à sua vontade, haverá a redução da pena de 1/3 a 2/3. A quantidade da redução depende
da maior ou menor proximidade da consumação.
ATENÇÃO! O juiz é livre para escolher a quantidade de redução que bem entender? Não. O
critério é: quanto mais distante for a aproximação à consumação do crime, maior será a
diminuição.
Infrações Penais Que Não Admitem a Forma Tentada
Quais as infrações penais que não admitem a forma tentada? São os crimes culposos (salvo a
denominada culpa por equiparação ou extensão), preterdolosos, de ação vinculada, omissivos
próprios, habituais, de atentado, unissubsistentes, bem como as contravenções penais.
1) Crimes Culposos - Em regra, não admitem tentativa, pois não existe uma vontade livre e
consciente dirigida à produção de um resultado. No crime culposo, o agente agirá por imprudência,
negligência ou imperícia, as quais são situações de inobservância de um dever de cuidado.
Exceção: Hipótese de culpa por equiparação. Quando uma pessoa age com culpa, essa culpa sendo
decorrente de um erro de tipo vencível (inescusável).
Ex.: Um pai que, de madrugada, escuta um barulho na sua residência e pensa que é um assaltante
e, com isso, atira contra o indivíduo. Contudo, esse indivíduo era o seu filho.

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2) Preterdolosos - Quando o resultado é atribuído a título de culpa. Há dolo na conduta antecedente


e culpa no resultado.
Ex.: Lesão corporal que se torna morte.
3) Ação Vinculada - Situações em que o legislador condicionou a existência do crime ao resultado.
Ex.: Induzimento ao suicídio Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe
auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se
da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
Se não há lesão corporal grave ou morte, o crime não se configura.
4) Omissivos Próprios - Tudo se resume a um deixar de fazer. Desse modo, não é possível uma
tentativa.
5) Contravenções Penais - Não possuem forma tentada por expressa previsão legal.
Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção, LCP.
6) Crimes Habituais - Nesses, sem reiteração, não há crime. Por exemplo, manutenção de casa de
prostituição.
7) Crimes de atentado - Quando a própria conduta é o crime consumado, como o art. 3º da Lei de
Abuso de Autoridade.
8) Unissubsistentes - São aqueles em que não se pode fracionar a conduta. Ou ela não é praticada
ou é praticada em sua totalidade.

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DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO


EFICAZ
Desistência voluntária
Prevista no art. 15 do Código Penal, configura-se quando o agente, por sua vontade, desiste de
continuar na execução do delito, impedindo sua consumação. É o contrário da forma tentada.
Ex.: Imaginemos que um indivíduo, com o intuito de matar, atira contra certa pessoa. Ele dá apenas
um tiro, contudo, sua arma ainda está carregada e a pessoa ainda não morreu. Todavia, o agente
decide desistir de matar a pessoa, mesmo após o primeiro tiro. Ocorreu, nessa caso, a desistência
voluntária.
A pessoa resolve desistir. O próprio agente resolve parar a execução. Ele impede a consumação
do crime.
ATENÇÃO! E se o agente desiste, mas, mesmo assim, o resultado ocorre? Retomando o exemplo
citado acima, se a vítima, mesmo com um só tiro, tivesse morrido, mesmo o agente tendo se
arrependido, ele será responsabilizado pelo homicídio consumado. Conclui-se, então, se a
desistência não serve de nada para evitar a consumação, não haverá desistência voluntária.
Efeitos da Desistência Voluntária
Não haverá responsabilidade penal pelo crime na forma tentada. A desistência impede que o
agente seja responsabilizado penalmente pelo crime na forma tentada. Entretanto, ele pode ser
responsabilizado pelos atos anteriormente praticados.
Ex.: "A", com o intuito de matar, sequestra "B" e o leva para um sítio. No local, quando "A" já
está com a arma apontada para a cabeça de "B", aquele desiste de matá-lo. Com isso, não houve
tentativa de homicídio. "A" será apenas responsabilizado pelo crime de sequestro.
Não responderá pela forma tentada, e sim somente pelos atos anteriormente praticados.
Ex.: querendo matar a vítima, o agente inicia a execução desferindo-lhe uma facada na perna,
ocasião em que, mesmo podendo continuar na execução, desiste da mesma. Nesse caso, o agente
não responderá pelo crime de homicídio na forma tentada, mas tão somente pelo crime de lesões
corporais.
ATENÇÃO! Desistência voluntária é aquela sem coação, na qual o agente escolhe parar. Ele
desiste por causa da sua vontade. Se o criminoso for convencido a não continuar na execução do
crime, será desistência voluntária, pois ele não foi coagido e fez uma escolha por livre e espontânea
vontade.
Arrependimento Eficaz
Ocorre quando o agente se arrepende, depois de encerrados todos os atos executórios, impedindo
o resultado. Obrigatoriamente, o arrependimento precisa ser eficaz. Após o agente desenvolver
todos os atos executórios, no momento entre o encerramento deles e a consumação, ele se
arrepende e reverte o possível resultado.

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Ex.: Lucas coloca veneno na comida de Carlos, com o intuito de matá-lo. Porém, depois de Carlos
ingerir o veneno, Lucas se arrepende e da um antídoto para Carlos. Desse modo, Carlos não morre.
Se, após aplicar o antídoto, Carlos morresse de qualquer jeito, o crime de homicídio estaria
consumado e não poderia haver arrependimento eficaz.
Efeitos do Arrenpendimento Eficaz
É o mesmo da desistência voluntária. O agente não responderá pelo crime na forma tentada. Não
responderá pela forma tentada, mas somente pelos atos anteriormente praticados. Ex.: O agente
empurra uma pessoa que não sabe nadar dentro de um açude, objetivando matá-la. Logo depois,
arrependendo-se de sua conduta, resolve retirá-la de dentro do açude, impedindo a sua morte.
ATENÇÃO! Um indivíduo está dentro de uma residência furtando vários objetos e, durante a
ação, escuta uma sirene da polícia e, com isso, foge com medo de ser pegue. Na situação descrita,
há desistência voluntária ou arrenpendimento eficaz? Não, pois não foi escolha sua o
interrompimento dos atos executórios.
Para analisar o caso concreto sempre deve-se perguntar: se o agente quisesse, ele teria continuado
a praticar o crime?
Obs.: Qual a diferença entre desistência voluntária e arrependimento eficaz? Na desistência
voluntária, o agente não continua na execução do crime; no arrependimento eficaz, o agente,
depois de ter encerrado todos os atos executórios, impede a ocorrência do resultado delitivo. Note
que ao contrário da desistência voluntária, o arrependimento eficaz pressupõe que todos os atos
executórios tenham sido realizados.

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Nexo Causal
Consiste no liame entre a conduta do criminoso e o resultado provocado.

Teoria da Equivalência dos Antecedentes


No art. 13 do Código Penal, foi adotada a teoria da equivalência dos antecedentes causais (ou
conditio sinequa non), segundo a qual toda conduta que tiver contribuído para a obtenção do
resultado será considerada como causa.
Teoria da Equivalência dos Antecedentes - É a teoria adotada pelo Código Penal. Ela diz que
tudo aquilo que contribui para o resultado é considerado causa.
Ademais, adota-se o juízo de eliminação hipotética (teoria de Thyren): se excluído um fato,
ainda assim ocorrer o resultado, é prova de que aquele não foi causa deste. Esta teoria pode
regredir ao infinito, considerando-se como causa até mesmo a conduta do fabricante da arma.
Todavia, cumpre observar que o mero nexo de causalidade não é o suficiente para gerar
responsabilidade penal, porque haverá necessidade de se comprovar o dolo ou a culpa do agente
(denominado “nexo normativo”).
Quando se faz a análise do nexo causal, faz-se uma análise objetiva. Não se verifica o
elemento subjetivo do crime (se a pessoa quis ou assumiu o risco de produzir o resultado ou se foi
imprudente, negligente e imperita). Nada disso importa ao nexo causal.
O juízo que se faz é: essa conduta foi causa desse resultado? Existe um elemento de ligação
entre essa conduta e o resultado?
Ex.: Um taxista, em um dia normal de trabalho, leva um indivíduo "A" a determinado local.
Todavia, essa pessoa era um criminoso que acabou assaltando o local para onde o taxista o levou.
Nessa situação, pergunta-se: existe nexo causal entre a ação do taxista de, apenas, transportar o
criminoso, sem saber das suas intenções, e o crime cometido pelo indivíduo "A"? Sim, pois a sua
conduta contribuiu para o resultado.
Porém, mesmo existindo um nexo causal, a ação do taxista é considerada crime? Não. Para
entender o porquê da atitude do taxista não ser considerada crime, deve-se analisar o primeiro
elemento do crime: o fato típico.
Com isso, o fato típico é composto pela conduta, dolosa ou culposa; nexo causal; resultado e
tipicidade formal e material. Analisando todos esses elementos, observa-se que a ação do taxista
está acobertada por todos, todavia, a sua conduta não foi dolosa e nem culposa, ou seja, o elemento
conduta dolosa ou culposa não pode ser configurada, visto que o taxista não sabia de nada.
Portanto, a conduta do taxista contribuiu para o resultado, o crime de roubo? Sim. Entretanto,
essa conduta é considerada crime? Não, porquanto não há uma conduta dolosa ou culposa.

Omissão Penalmente Relevante


É o não cumprimento de um dever jurídico de agir em circunstâncias tais que o emitente tinha
a possibilidade física ou material de realizar a conduta devida.
Existem três situações em que a omissão gerará responsabilidade penal, ou seja, gera um efeito
penal para quem se omite.

1) Dever Legal - Quando o agente tem o dever legal de agir para evitar o resultado.
Algumas pessoas, por imposição da lei, são obrigadas a evitar o resultado.
Ex.: Mães e pais em relação aos filhos. A mãe e o pai têm o dever legal de cuidar dos filhos. Se
eles deixaram o filho morrer afogado, quando ele estiver aos seus cuidados, eles responderão
penalmente. Sua conduta pode ser tanto dolosa, como culposa.

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2) Pessoas Que de Outra Forma Assumiram o Compromisso de Evitar o Resultado.


Ex.: Quando a pessoa tem aos seus cuidados o filho do vizinho. No momento que a pessoa aceita
cuidar do filho de outra pessoa, ela assume a responsabilidade de cuidar da criança.
Ex.: A babá. Ela não possui o dever legal de cuidar da criança, todavia, ela assumiu o compromisso
de evitar o acontecimento de alguma situação de risco para a criança.
3) criou a situação de Perigo - Quem cria uma situação de perigo para outra, aquela se torna
garantidora desta.
Ex.: Um grande nadador que chama um amigo, que não sabe nadar, para nadar em alto mar. Esse
amigo se afoga. O nadador poderá ser responsabilizado penalmente, pois foi ele quem gerou a
situação de perigo

O § 2.º, do art. 13, do CP, elenca as situações de dever de agir (garantidor). São hipóteses em que
a omissão de uma pessoa provoca a responsabilidade penal pelo resultado, porque esta tinha o
poder e o dever de agir.

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Nexo Causal II
Causas Absolutamente Independentes
São causas que não têm relação alguma com o que o autor vinha desenvolvendo. Elas podem
ser preexistentes, concomitantes e supervenientes.
1) Preexistentes - O filho que, às 3h da manhã, vai à cama do pai e defere várias facadas, com o
intuito de matá-lo. Contudo, no dia anterior, às 21h, o tal pai sofreu um infarto e morreu, ou seja,
no momento em que o seu filho quis matá-lo, ele já estava morto.
Isso é uma causa preexistente. O resultado morte não foi causado pelos atos do filho, e sim
pelo infarto. Com isso, não haverá responsabilidade penal para o filho.
2) concomitantes - "A" está prestes a matar "B", aquele já está com a arma apontada para "B".
Todavia, antes de "A" atirar, "B" é atingido por um raio e morre. O resultado morte foi causado
pelo raio, não pela ação de "A". "A" não será responsabilizado pelo resultado, apenas pela tentativa
de homicídio.
3) supervenientes - "A" descarrega a sua arma bem "B". Depois disso, "A" vai embora do local do
crime. Porém, quando "A" está indo embora, "B" é atingido por um raio e morre. Desse modo,
quem causou a morte de "B" foi o raio, pois, de acordo com o laudo pericial, ele morreu em
decorrência do raio. Por isso, "A" responderá por tentativa de homicídio, e não por homicicídio
consumado.
Causas Relativamente Independentes
As causas relativamente independentes originam-se da própria conduta do agente, mas
isoladamente geram o resultado. Da mesma forma das causas absolutamente independentes, elas
podem ser preexistentes, concomitantes ou supervenientes.
1) Preexistentes - Um hemofílico leva várias facas de "A". Quando é socorrido, no hospital, acaba
morrendo. O resultado morte do hemofílico, claro, foi agravado pela sua doença, entretanto, ele,
também, morreu em decorrência dos golpes de faca.
Nesses casos, jamais é excluída a responsabilidade penal pelo resultado. O assassino
responde, sempre, pelo resultado. No caso citado acima, ele responderia por homicídio
consumado.
2) Concomitantes - No momento em que um indivíduo recebe tiros, ele é atropelado, ou seja, o
carro termina piorando a situação do indivíduo. O agente será responsabilizado de acordo com o
laudo pericial. Se a morte foi em decorrência do atropelamento, será responsabilizado por tentativa
de homicídio.
3) Supervenientes - Em uma briga de rua, "A" defere um soco em "B" e, em decorrência disso, é
levado por uma ambulância ao hospital mais próximo. Porém, a caminho do hospital, a ambulância
avança um sinal vermelho, colide com outro veículo e capota. Por causa disso, "B" sofre
traumatismo craniano e morre. Em decorrência desse fato, "A" não será responsabilizado pela
causa morte, apenas por tentativa, visto que "B" morreu de traumatismo craniano. Nesta hipótese,
quando, por si só, tenham causado o resultado, não haverá responsabilidade pelo resultado,
devendo o agente responder somente pelos atos anteriormente praticados.
O §1.°, do art. 13, do CP, prevê hipótese de causa relativamente independente superveniente que
gera a exclusão.

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As causas relativamente independentes supervenientes excluem a responsabilidade penal pelo


resultado quando, por si só, tenham provocado o resultado (o agente responde pelos atos
anteriormente praticados).
Ex.: Tircio atira Tirúbio. Levado numa ambulância, o motorista desta fura o sinal vermelho,
capotando-a, o que termina por ocasionar a morte de Tirúbio por traumatismo craniano. No caso,
Tírcio somente responderá pelos atos anteriormente praticados (tentativa de homicídio) e não pelo
resultado morte (homicídio consumado).

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Arrependimento Posterior e Crime Impossível


Arrependimento Posterior
O arrependimento posterior está previsto no art. 16 do Código Penal, é uma causa obrigatória
de diminuição da pena (minorante genérica), aplicada nas hipóteses em que o agente, por ato
voluntário, repara o dano ou restitui integralmente a coisa, até o recebimento da denúncia ou da
queixa.
Ele parte de um pressuposto: a consumação do crime. Portanto, se tem arrependimento
posterior, significa que o crime está consumado.
ATENÇÃO! Não confundir arrependimento posterior com arrependimento eficaz. O
arrependimento eficaz impede a consumação do crime, o agente encerra todos os atos executórios
e impede a ocorrência da consumação, tanto que o seu efeito é excluir a forma tentada do delito,
porque foi o próprio agente que, depois de encerrada a execução, arrependendo-se, foi lá e impediu
a consumação do crime. No arrependimento posterior, há a consumação e não existe a
possibilidade de desfazê-la. Crime consumado está. Ninguém desfaz a consumação do crime, mas
pode tentar diminuir as consequências do crime que cometeu.

Ex.: Síndico que inventa uma taxa extra apenas para extorquir os condôminos. Os moradores
descobrem os atos ilícitos do síndico e, com isso, ele devolve os valores adquiridos ilicitamente.
Por o crime já estar consumado, há o arrependimento posterior e o síndico poderá diminui as
consequências do crime devolvendo os valores.
Requisitos
O arrependimento eficaz é uma causa de diminuição genérica, ou seja, uma causa de
diminuição de pena. Ele possui três requisitos para configura-se:
1) Ser Ato Voluntário - O arrependimento não precisa partir de um "peso na consciência". Isto é,
não precisa ser espontâneo, basta ser voluntário.
2) Reparação do Dano ou Restituição da Coisa - O ressarcimento meramente parcial do dano não
é suficiente para a incidência da causa de diminuição.
Ex.: Alguém que furta um celular o devolve ao dono.
3) O Arrependimento Ocorrer Até o Recebimento da Denúncia - Se ocorrer depois da denúncia,
não poderá configurar-se o arrependimento posterior.
Efeitos
Efeitos: Redução da pena de 1/3 a 2/3.
Ex.: Autor de um crime de furto restitui a coisa subtraída até o recebimento da denúncia. Ele terá
a pena diminuída de 1/3 a 2/3.
NOTE! A recusa do ofendido em aceitar a reparação do dano não exclui o benefício do
arrependimento posterior.
Crime Impossível
O crime impossível previsto no art. 17 do Código Penal, é aquele em que há ineficácia
absoluta do meio ou impropriedade absoluta do objeto. É denominado de “impossível” porque a
ação do agente jamais poderia gerar a consumação do crime.
Pode se manifestar de duas formas:

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a) Por ineficácia absoluta do meio. Consiste num meio de execução impossível de levar o crime à
consumação. É quando uma pessoa se vale de um meio absolutamente ineficaz para cometer um
crime. Por isso, não existe crime.
Ex.: Matar alguém com pistola de água. A água é um meio absolutamente ineficaz para produzir
a morte de alguém, nesse caso.
b) Por impropriedade absoluta do objeto. Nesta hipótese, não existe bem jurídico a ser protegido.
O meio é eficaz, mas falta aquilo que deve ser atingido para que o crime venha a se caracterizar.
Ex.: Matar um cadáver ou abortar um feto que não existe.
Nas duas hipóteses, o legislador adotou a teoria objetiva temperada, segundo a qual o crime
impossível não deve ser punido, por não gerar nem mesmo um perigo de lesão a um bem jurídico.
Assim, o fato é considerado atípico, não havendo a forma tentada. A antiga teoria “subjetiva” (não
mais adotada, depois da reforma de 1984) sustentava que o agente deveria ser responsabilizado
por causa de sua periculosidade.
Além disso, também existe a absurda teoria subjetiva, que diz que deve-se levar em
consideração a intenção do agente. Essa teoria não foi adotada de CP.
ATENÇÃO! Se um indivíduo pratica rouba contra estabelecimento que possui sistema de
vigilância eletrônica, poderá configura-se crime impossível? A jurisprudência entente que não!
Ela entende que estará sim configurado o crime, pois existe a possibilidade do meio ser eficaz.

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Dolo ....................................................................................................................................................................... 2
Elementos............................................................................................................................................................................2
Espécies ...............................................................................................................................................................................2
Teorias do Dolo ..................................................................................................................................................................2
Dolo Direito de Primeiro e Segundo Grau .....................................................................................................................2
Dolo Natural e Normativo................................................................................................................................................3

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Dolo
O dolo é elemento subjetivo do crime e do fato típico. Ele está dentro do fato típico, pois a conduta
deve ser dolosa ou culposa. É a vontade livre e consciente dirigida à produção de um resultado.
O crime é doloso na hipótese em que o agente age com vontade e consciência dirigida para a rea-
lização da conduta descrita na norma penal.

Elementos
a) consciência da conduta e do resultado que foi produzido (elemento cognitivo ou intelectual);
b) vontade de realizar a conduta e produzir o resultado (elemento volitivo).

Espécies
Possui as seguintes espécies (art. 18, CP):
a) dolo direto - o agente deseja o resultado, ou seja, a sua conduta é dirigida à produção do resul-
tado.
b) dolo indireto, dividido em alternativo e eventual. No alternativo, o agente se satisfaz com
qualquer resultado (ex.: atirar para matar ou ferir); no eventual, o agente não deseja diretamente o
resultado, mas assume o risco de produzi-lo. Neste, o agente não quer o resultado, mas sabe que a sua
conduta pode produzir o resultado e, mesmo assim, resolve assumir o risco de produzi-lo.
Ex.: “A” está atrasado para um jogo de futebol. Em decorrência disso, na direção de um veículo
automotor, entra na contramão de uma movimentada avenida. Pergunta-se, ele quer matar alguém°
Não. Contudo, ele sabe que pode causar um acidente? Sim. Isso é dolo eventual.
Ex.: “A” atira em “B”, mas sem um resultado preferido ou escolhido. Para “A”, tanto faz um resul-
tado ou o outro, tanto faz ferir ou matar. Isso é dolo alternativo.

Teorias do Dolo
a) Vontade - Haverá dolo quando a pessoa tem a vontade de causar um resultado
b) Representação - O dolo é apenas uma representação da conduta e do resultado.
c) Assentimento - Quando o agente não quer o resultado, todavia, ele assume o risco de produzi-
-lo.
NOTE! O Código Penal adotou em relação ao dolo direto a teoria da vontade. Já em relação ao
dolo eventual, foi adotada a teoria do assentimento.

Dolo Direito de Primeiro e Segundo Grau


No dolo direto de primeiro grau, a ação do agente é direcionada para o resultado desejado. É
aquele que desenvolve a conduta para prudução de um resultado.
No dolo direto de segundo grau ou necessário, o agente não deseja diretamente o resultado,
mas este, necessariamente, ocorrerá em razão dos meios escolhidos para a obtenção do resultado
desejado.
Ex.: Um agente deseja matar o Presidente da República (dolo direto de primeiro grau), que viaja
com outros tripulantes (dolo direto de segundo grau). Haverá dolo direto de segundo grau em relação
aos outros tripulantes, porque, apesar de o agente não desejar diretamente a morte destes, o resulta-
do obrigatoriamente ocorrerá em razão dos meios escolhidos.

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ATENÇÃO! Diferença entre o dolo direito de segundo grau e o dolo eventual: No dolo eventual,
o agente não quer o resultado, mas assume o risco de produzi-lo e ele pode vir a ocorrer. Já no dolo
direito de segundo grau, o agente não quer o resultado, porém, o resultado, obrigatoriamente,
ocorrerá em razão dos meios escolhidos.
Ex.: O Presidente da República está discursando em um palanque. Um atirador, com o intuito
de matá-lo, atira no Presidente do alto de um prédio. Contudo, um segurança que estava do lado
da vítima pula na sua frente e também leva tiros. Em relação ao Presidente houve dolo direto de
primeiro grau e em relação ao segurança houve dolo eventual, pois o agente não tinha certeza de que
alguém ia pular para salvar a vítima.

Dolo Natural e Normativo


O Código Penal adotou a teoria finalista e, com isso, o dolo natural. O CP não adotou a figura do
dolo normativo. Ele foi adotado na teoria causalista.
O dolo natural diz que a consciência da ilicitude não está no dolo, mas sim na culpabilidade.
Ex.: Criança que arranha todo o carro da mãe com uma chave. Ela agiu com dolo. Nesse caso, há
dolo, mas não há consciência da ilicitude.

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Culpa ��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Conceito������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Elementos����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Modalidades�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Espécies�������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������3
Diferenças Entre O Dolo Eventual E A Culpa Consciente�������������������������������������������������������������������������������������������3

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Culpa
Conceito
O crime culposo surge da inobservância de um dever de cuidado objetivo (diligência) que todas
as pessoas devem ter. É quando uma pessoa deixa de observar um dever de cuidado que ela deveria
ter observado, pois um homem médio teria tido mais cuidado.
Quando uma pessoa desenvolve uma conduta que consiste na inobservância de um dever de
cuidado e gera um resultado previsto na norma penal, haverá a figura denominada figura culposa do
crime.

Elementos
Seu conceito é composto dos seguintes elementos:
a) conduta humana voluntária de fazer (ação) ou não fazer (omissão);
b) inobservância de dever de cuidado objetivo, por imprudência, negligência ou imperícia.
c) ausência de previsão (previsibilidade objetiva) - a pessoa não tinha a consciência que a sua
conduta iria produzir o resultado
Ex.: Exceder a velocidade limite de uma via. Nesse caso, há a previsibilidade objetiva de que a
pessoa pode causar um acidente. Isso é culpa.
d) resultado involuntário;
e) nexo causal. - a inobservância de um dever de cuidado objetivo gerará um resultado e existe
um nexo causal entre eles.
ATENÇÃO! A previsibilidade objetiva é diferente da previsão. Nesta, antes de agir, o indivíduo
pensa na conduta, ou seja, imagina a conduta causando o resultado. Isso é dolo. Naquela, a pessoa
não sabia que a sua conduta iria produzir um resultado.
Ex.: “A” está conduzindo um veículo em uma via movimentada. Em determinado instante, “A”
recebe uma ligação. Entretanto, no momento em que o seu celular toca, ele avista um ciclista a sua
frente e, com isso, imagina que, talvez, se atender o celular, ele pode causar um acidente e atropelar o
ciclista. Todavia, mesmo assim, ele atende o telefone. Nessa situação houve a previsão, pois o agente
imaginou o resultado se concretizando.

Modalidades
As modalidades do crime culposo são:
a) Imprudência - É a inobservância de um dever de cuidado que consiste num fazer. É um fazer
ou uma ação positiva.
b) Negligência - É o deixar de fazer. Quando a pessoa deixa de observar um dever de cuidado
objetivo, deixando de fazer algo a que estava obrigada.
Ex.: Adormecer na direção de veículo automotor e viajar com os pneus do carro carecas.
c) Imperícia - Falha em relção às normas técnicas básicas que a pessoa deveria conhecer em razão
da sua atividade, profissão ou ofício.
Ex.: Motorista de ônibus que avista uma placa que simboliza que há óleo na pista, mas não
entende a sinalização e acaba causando um acidente, pois não diminuiu a velocidade.
NOTE! Não é por que um indivíduo está no exercício da profissão que a sua atitude será imperita.

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Ela pode tanto ser imprudente, como, também, negligente.


Ex.: Motorista de ônibus que, como no exemplo passado, viu a placa. Porém, nessa outra situação,
ele entendeu o que a placa significava, mas, mesmo assim, a ignorou e não diminuiu a velociade,
causando um acidente. Nesse caso, ele foi negligente.
Ex.: Médico cigurgião que esquece pinça dentro de um paciente. Ele foi negligente, visto que ele
esqueceu um material no corpo do paciente. Se ele tivesse falhado na técnica cigúrgica, teria sido
imperito.

Espécies
Quanto às espécies, a culpa pode ser:
a) inconsciente, quando o agente não prevê o que era previsível;
b) consciente, quando o resultado é previsto, embora o agente não o aceite. Ele tem a plena cons-
ciência que a sua conduta pode gerar o resultado. O agente desenvolve uma ação, mas acredita plena-
mente na sua capacidade de evitar o resultado.

Diferenças Entre O Dolo Eventual E A Culpa Consciente


Qual a diferença entre a culpa consciente e o dolo eventual? A culpa consciente difere do dolo
eventual, porque neste o agente prevê o resultado, mas não se importa que ele ocorra (ex.:”não
importa”; “o que tiver de ser será”; “a sorte está lançada”). Na culpa consciente, embora prevendo
o que possa vir a acontecer, o agente repudia essa possibilidade (“estou certo de que isso, embora
possível, não ocorrerá”; “acredito na minha capacidade de evitar o resultado”).

A segunda classificação das espécies de culpa as divide em culpa própria e culpa imprópria.
Culpa própria é a comum, em que o resultado não é previsto, em bora seja previsível. Nela o
agente não quer o resultado nem assume o risco de produzi-lo.
Culpa imprópria, também denominada culpa por extensão, assimilação ou equiparação, é a
culpa onde o resultado é previsto e querido pelo agente, que labora em erro de tipo inescusável ou
vencível. São casos de culpa imprópria os previstos nos arts. 20, § 1º, § 2º parte, e 23, parágrafo único,
parte final.
Ex.: “A”, encontra-se em sua casa, à noite, e percebe um vulto no jardim, atirando em direção ao
mesmo, imaginando tratar-se de um assalto. Logo depois, verifica que atingiu o próprio filho, e não

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um ladrão. “A” não responderá por homicídio doloso, e sim por homicídio culposo. Note-se que o re-
sultado (morte da vítima) foi querido. O agente, porém, realizou a conduta por erro de tipo vencível
ou inescusável, pois, se tivesse mais atenção e cautela, teria notado seu filho. “A” responde por homi-
cídio culposo. 
Crime preterdoloso (ou preterintencional) é uma espécie de crime qualificado pelo resultado. O
agente quer praticar um crime, mas acaba excedendo-se e produzindo culposamente um resultado
mais gravoso do que o desejado. É o caso da lesão corporal seguida de morte, na qual o agente deseja
apenas lesionar a vítima, mas acaba matando-a (art. 129, § 3. °, do CP).
Em síntese, existe dolo no antecedente e culpa no consequente. A conduta inicial é dolosa,
enquanto o resultado final dela advindo é culposo.

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Culpa E Preterdolo����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Classificação Dos Tipos De Culpa�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Compensação De Culpas��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Concorrência De Culpas���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Culpa Exclusiva Da Vítima�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Preterdolo���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2

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Culpa E Preterdolo
Classificação Dos Tipos De Culpa
A segunda classificação das espécies de culpa as divide em culpa própria e culpa imprópria.
Culpa própria é a comum, em que o resultado não é previsto, embora seja previsível. Nela o agente
não quer o resultado nem assume o risco de produzi-lo.
Culpa imprópria, também denominada culpa por extensão, assimilação ou equiparação, é a
culpa onde o resultado é previsto e querido pelo agente, que labora em erro de tipo inescusável ou
vencível. O agente tem uma falsa percepção da realidade, que faz com que o agente incorra em erro.
Ele pode ser invencível ou vencível. Nesta uma pessoa mais cuidadosa teria mais atenção e teria
evitado esse resultado. Naquele, qualquer pessoa teria cometido o mesmo erro.
Ex.: Um homem escuta seus vizinhos gritando e falando frases como: “eu vou te matar”. Com
isso, ele vai até o apartamento de onde os gritos estão vindo e mata o seu vizinho. Contudo, o casal
estava, apenas, praticando um ato sexual e satisfazendo fantasias. Nesse caso, houve uma falsa per-
cepção da realidade, pois o agente pensava que estava aconcetendo um crime.
São casos de culpa imprópria os previstos nos arts. 20, § 1º, § 2º parte, e 23, parágrafo único, parte
final.
Ex.: “A”, encontra-se em sua casa, à noite, e percebe um vulto no jardim, atirando em direção ao
mesmo, imaginando tratar-se de um assalto. Logo depois, verifica que atingiu o próprio filho, e não
um ladrão. “A” não responderá por homicídio doloso, e sim por homicídio culposo. Note-se que o re-
sultado (morte da vítima) foi querido. O agente, porém, realizou a conduta por erro de tipo vencível
ou inescusável, pois, se tivesse mais atenção e cautela, teria notado seu filho. “A” responde por homi-
cídio culposo. 

Compensação De Culpas
É quando o criminoso alega a culpa da vítima para excluir a sua. Não é aceita pelo Direito Penal.
Ex.: Uma pessoa dirige a 90km/h em uma via que a máxima permitida é 60km/h. Um bêbado
aparece no meio da pista e é atropelado por essa pessoa que dirigia acima da velociade permitida. O
agente não pode invocar a culpa do bêbado para se beneficiar.

Concorrência De Culpas
É levar em consideração a culpa da vítima na fixação da pena. O Direito Penal admite.

Culpa Exclusiva Da Vítima


O agente não agiu com nada, não fez nada errado, a culpa foi totalmente da vítima.
Ex.: Uma pessoa dirige a 60km/h em uma via que a máxima permitida é 60km/h, ou seja, está na
velociade permitida. Entretanto, um bêbado aparece no meio da pista e é atropelado por essa pessoa
que dirigia na velocidade permitida. Nesse caso, a culpa exclusiva da vítima exclui a responsabilida-
de penal do autor.

Preterdolo
Crime preterdoloso (ou preterintencional) é uma espécie de crime qualificado pelo resultado. O
agente quer praticar um crime, mas acaba excedendo-se e produzindo culposamente um resultado
mais gravoso do que o desejado.

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O resultado não era previsto nem querido. Isto é, há culpa no consequente.


É o caso da lesão corporal seguida de morte, na qual o agente deseja apenas lesionar a vítima, mas
acaba matando-a (art. 129, § 3. °, do CP).
Em síntese, existe dolo no antecedente e culpa no consequente. A conduta inicial é dolosa,
enquanto o resultado final dela advindo é culposo.

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Antijuridicidade��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Causas De Exclusão Da Antijuridicidade�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Legítima Defesa������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2

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Antijuridicidade
De acordo com a teoria tripartida do crime, este é composto pelo fato típico, pela antijuridicidade
e pela culpabilidade. A antijuridicidade é a ilicitude da conduta, ou seja, é a prova de que a conduta
contraria algum dispositivo do ordenamento jurídico.
De fato, antijuridicidade consiste na contrariedade entre a conduta praticada por uma pessoa e o
ordenamento jurídico. É uma ação contrária a uma norma jurídica. Essas situações de contrariedade
estão presentes em todos os âmbitos do Direito.

Causas De Exclusão Da Antijuridicidade


As denominadas causas genéricas “de exclusão” ou “justificativas” da antijuridicidade são a legítima
defesa, o estado de necessidade, o estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular de direito.

Legítima Defesa
Inserida no art. 25 da Parte Geral do Código Penal, a noção de legítima defesa remonta aos pri-
mórdios da existência humana. Diante da impossibilidade de o Estado oferecer segurança para as
pessoas a todo tempo, estas são autorizadas a agir para proteger seus bens jurídicos, diante de situa-
ções de agressão humana.
Possui os seguintes requisitos:
a) Agressão Injusta - É preciso preciso provar que uma pessoa estava sofrendo injusta agressão.
Ex.: Quando um policial invade a casa de um traficante para apreender drogas, aquele, o policial,
está cometendo uma agressão justa, legal. Por isso, o traficante não pode reagir contra essa ação, pois
não há agressão injusta.
ATENÇÃO! Um indivíduo que agride animal que corre em sua direção com inteção de mordê-lo.
Essa situação não pode configurar legítima defesa, visto que não existe legítima defesa contra animal.
Nesse caso, há estado de necessidade. Contudo, se houver uma segunda pessoa que está utilizando o
cachorro para agredir a primeira, nessa caso, configura-se a legítima defesa contra o dono do animal.
b) Atual ou Iminente - Deve haver uma agressão atual, ou seja, aquela que está ocorrendo, ou
iminente, que não se iniciou, mas está prestes a ocorrer.
Ex.: Uma pessoa que vem em direção de outra com uma faca. Isso é uma agressão iminente. O
indivíduo que está prestes a ser agredido não precisa esperar uma atual agressão para se defender.
c) Direito Próprio ou de Outrem - O bem jurídico do agredido ou de terceiro.
d) Utilização dos Meios Necessários – A pessoa deve se valer dos meios necessários para repelir a
injusta agressão. É o meio de que dispõe a pessoa, no caso concreto, para repelir a agressão. A escolha
do meio hábil deve levar em conta o tipo e intensidade da agressão;
Ex.: “A” xinga “B”. Em decorrência disso, “B” mata “A”. Nesse caso, o meio necessário para repelir
a injusta agressão seria outro xingamento, ou, até mesmo, um empurrão, mas nunca uma morte.
e) moderação – O meio deve ser utilizado apenas para repelir a injusta agressão, não se admi-
tindo excesso na ação. Deve-se empregar o meio da forma menos lesiva possível, apesar de não ser
exigida uma adequação milimétrica, ou seja, o agente deve utilizar o meio necessário e agir de forma
moderada.
Ex.: Adolescentes que invadem um sítio para comer goiabas. Com raiva, o dono do sítio acaba
matando os jovens com vários tiros. Assim, é possível observar que o dono do sítio não agiu com
moderação.
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Antijuridicidade��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Excesso Na Legítima Defesa���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Estado De Necessidade�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2

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Antijuridicidade
f) elemento subjetivo – A pessoa deve ter consciência da injustiça da agressão, bem como de
estar agindo para repeli-la. Quem age em legítima defesa deve ter a consciência de estar agindo para
repelir uma injusta agressão.
Ex.: “A” estava com intenções de matar “B” e, além disso, “B”, também, queria matar “A”. Nessa
hipótese, não se pode falar em legítima defesa.
NOTE! Não existe legítima defesa passada, ou seja, agir para repelir uma agressão injusta que já
ocorreu. Quando ocorre, é denominda vingança. Outrossim, não existe legítima defesa futura, isto
é, em relação a algo que ainda pode vir a acontecer.
ATENÇÃO! No caso dos duelistas, quando há duas pessoas em que uma visa matar a outra, não
é um caso de legítima defesa, pois não existe legítima defesa sucessiva, ou seja, concomitantes. Isso
não é possível. Por isso, se um desses indivíduos morre, o outro responde por homicídio consumado.
Não há injusta agressão. Não se fala em legítima defesa de legítima defesa.
NOTE! Existe legítima defesa contra criança, doente mental, idoso, mulher grávida ou deficiente
físico? Sim. Se qualquer um desses indivíduos estiver desenvolvendo uma agressão injusta, a legítima
defesa cabe contra eles.
Ex.: Se uma criença tenta matar alguém, as pessoas são obrigadas a deixar a criança concretizar o
ato? Não! Ninguém será obrigado a aceitar essa injusta agressão.

Excesso Na Legítima Defesa


Ex.: Pessoas que lincham um ladrão, mesmo depois de dominado e sem inferir perigo algum.
Isso é o excesso na legítima defesa. Se tem execesso, a situação não é respaldada pela legítima
defesa.
Existem três tipos:
a) Culposo - É quando a pessoa se excede por imprudência. Desse modo, alguém que mata o
agressor em razão de expesso culposo responde por homicídio culposo.
b) Doloso - É quando a pessoa tem consciência de que está se excedendo. No caso de morte,
responde por homicpidio doloso.
c) Exculpante - A pessoa pensa que ainda está sofrendo a injusta agressão. É um erro, uma falsa
percepção da realidade.

Estado De Necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual,
que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
Possui os seguintes requisitos:
a) Situação de Perigo Atual - O Código Penal fala em “perigo atual”. Todavia, há uma discussão
doutrinária de que o termo “iminente”, adotado na legítima defesa, também deve ser aplicado ao
estado de necessidade. Com isso, de acordo com a corrente majoritária, no estado de necessidade, o
perigo pode ser atual ou iminente.
b) Ameaça a um bem jurídico - Não há a figura da agressão humana.
Ex.: Náufragos, “A” e “B”, estão se afogando e só há um bote salva-vidas. Eles querem a mesma

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coisa, o bote. Então, um precisa matar o outro para consegui-la. Não é uma situação de legítima
defesa, pois é necessário que exista o injusto agressor e o agredido. Os dois náufragos, de forma
legítima e lícita, estão lutando pela sua sobrevivência. Nesse caso, os dois estão agindo sobre o estado
de necessidade, pois existe estado de necessidade de estado de necessidade, mas não existe legítima
defesa de legítima defesa.

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Antijuridicidade .................................................................................................................................................. 2
Requisitos............................................................................................................................................................................2
Estado de Necessidade Agressivo e Defensivo ...............................................................................................................2
Excesso ................................................................................................................................................................................3

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Antijuridicidade
O estado de necessidade é a causa de exclusão da antijuridicidade que consiste na ação de uma
pessoa para salvar um bem jurídico próprio ou de terceiro em situação de perigo. Trata-se da hipótese
do sacrifício último para salvar um bem jurídico, tendo como único caminho a lesão de outro.
Há uma colisão de bens juridicamente tutelados, diante de uma situação de perigo causada por
força humana, ou animal, ou da natureza. Normalmente, acontecem em situações de calamidade, de
forças da natureza, de tragédias, etc.

Requisitos
a) Perigo atual;
b) Ameaça a bem jurídico próprio ou de terceiro;
c) Situação de perigo que não tenha sido causada voluntariamente pelo agente - Essa situação de
perigo, de forma alguma, pode ser causada por quem alega estado de necessidade.
Ex.: Quem causa um incêndio não pode alegar estado de necessidade, no caso de acontecer
alguma situação de perigo.

d) Inevitabilidade do comportamento lesivo - O estado de necessidade é uma situação de sacrifí-


cio último. Isto é, se tinha outra alternativa, não há estado de necessidade.
Ex.: Furto famélico. Só pode existir essa figura se o agente não furtasse alguma comida, teria
alguma lesão a sua saúde ou a da sua família.
e) Exigibilidade (ou razoabilidade) de sacrifício do bem jurídico - É a proporcionalidade entre o
bem jurídico que a pessoa quer proteger e o bem jurídico sacrificado. Podem ser sacrificados bens
jurídicos de mesmo valor ou o bem sacrificado pode ser de menor valor do que o que se pretende
salvar.
Ex.: Em um incêndio, um indivíduo escolhe matar um ser humano para salvar um cachorro.
Nesse caso, não há proporcionalidade, pois uma vida humana tem um maior valor jurídico do que a
de um cachorro.
f) Elemento subjetivo do estado de necessidade - É preciso que o sujeito tenha consciência de que
está agindo em estado de necessidade.
ATENÇÃO! Por exemplo: “C” está na iminência de matar “B”. Por isso, “B” tem o direito de
repelir essa injusta agressão, mas “B” está desarmado. Perto de “B” está “A”, que tem um revólver.
Com isso, sem pedir, “B” toma o revólver de “A” e mata “C”. Nesse caso, em relação à “C”, “B” reagiu
em legítima defesa e, em relação à “A”, “B” agiu em estado de necessidade.
NOTE! É possível existir estado de necessidade de estado de necessidade? Sim! Numa situação de
perigo, várias pessoa podem, umas em relação às outras, reagir em estado de necessidade. No estado
de necessidade, não existe a figura da injusta agressão.

Estado de Necessidade Agressivo e Defensivo


O estado de necessidade agressivo é o que a pessoa atinge bem jurídico de terceiro inocente.
Ex.: “A” está fugindo de um cão e, em decorrência disso, quebra o vidro do carro de “B” para se
esconder dentro do veículo.
O defensivo é quando o bem jurídico lesado é o da pessoa que provocou a relação de perigo.

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Lesa-se o bem jurídico do causador.

Excesso
Pode ser culposo, se o agente se excede sem saber que está se excedendo. Ademais, pode ser doloso
se o indivíduo se excede sabendo que está se excedendo.

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Sumário

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Autoralnºnº9.610,
9.610,dede1919dedeFevereiro
Fevereirodede1998:
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Proíbea areprodução
reproduçãototal
totalououparcial
parcialdesse
dessematerial
materialououdivulgação
divulgaçãocom
com
fins
fins comerciais
comerciais ouou não,
não, emem qualquer
qualquer meio
meio dede comunicação,
comunicação, inclusive
inclusive nana Internet,
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Antijuricidade

Estrito Cumprimento do Dever Legal


O estrito cumprimento do dever legal é a conduta que, apesar de constituir um fato típico, é lícita
(jurídica), porque decorre da imposição de um dever legal. Este deve ser exercido sempre dentro
dos limites da própria atividade funcional. Por sinal, observa Magalhães Noronha, “o fundamento
desta descriminante salta aos olhos: a lei não pode punir quem cumpre um dever que ela impõe.”
Toda vez que um agente público desempenha uma função que decorre de uma imposição do dever
relacionada àquela função, há o estrito cumprimento do dever legal. Contudo, as vezes, essa
atividade que está sendo desenvolvida está prevista em uma norma penal.
Ex.: Privar alguém de sua liberdade. Tal ato está previsto no art. 148 do CP. Com isso, quando um
policial faz a constrição da liberdade de uma pessoa, a leva para a delegacia e depois para o
presídio, ele está limitando a liberdade da pessoa. Entretando, está agindo por imposição legal,
isto é, dentro do seu dever legal.
Ex.: Violação de domicílio, a qual está prevista no art. 150. Há uma boca de fumo em determinada
residência. Nesse caso, se é prisão em flagrante, o policial pode, a qualquer hora do dia ou da
noite, entrar na casa, pois cumpre o seu dever legal.

Exercício Regular de Direito


O exercício regular de direito consiste na atuação de alguém conforme as normas de direito, isto
é, respaldada pelo ordenamento jurídico.
Ex.: Lesões decorrentes de um esporte, como boxe, futebol; força utilizada pelo dono de um
imóvel para expulsar invasores; a prisão em flagrante efetuada por qualquer pessoa do povo
(denominado “flagrante facultativo”).
Ex.: Em um jogo de futebol, "A" da um carrinho em "B" e causa uma lesão. Contudo, é sabido
que jogadas no futebol envolvem contato e que há riscos permitidos dentro da atividade esportiva.
Por isso, não se configura o crime de lesão corporal.

Ofendículos
São dispositivos de proteção ao patrimônio das pessoas, por exemplo, cercas elétricas e cacos de
vidro no muro.
Existem três posições a respeito do tema:
1) Os ofendículos configuram legítima defesa do patrimônio ou da vida da pessoa.
2) Eles configuram exercício regular de direito, pois todos possuem o direito de proteger o seu
patrimônio (essa posição é a majoritária).
3) No momento em que o ofendículo é colocado, há o exercício regular de direito. Porém, no
momento em que o ladrão se lesiona em decorrência desse obstáculo, configura-se a legítima
defesa.

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9.610,dede1919dedeFevereiro
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Culpabilidade
Afora o fato típico e a antijuridicidade, é preciso saber se a conduta é reprovável, ou seja,
censurável. A coletividade precisa reprovar a conduta em questão.

Ex.: Gerente de banco que tem o seu filho sequestrado por organização criminosa, tendo
esta o intuito de fazer o gerente ajudá-la no assalto a um banco. Nesse caso, mesmo o
gerente tendo ajudado a organização e, com isso, desenvolvido um fato típico e
atijurídico, não se pode exigir desse pai outra conduta.

Com isso, a culpabilidade é o juízo de reprovação social (censurabilidade) que se faz


sobre a conduta. Possui os seguintes elementos: imputabilidade, potencial conhecimento
da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.

Imputabilidade

Imputabilidade é a capacidade de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de


acordo com esse entendimento. No art. 26 do CP, estão as hipóteses de inimputabilidade.
As situações nas quais não há a imputabilidade são:

1) Doença Mental

2) Desenvolvimento Mental Retardado - O ciclo de desenvolvimento mental, até se


completar, tem um prazo, um tempo.

Ex.: Os oligofrênicos, pessoas com deficiência no desenvolvimento da mente, não


fecham o ciclo de desenvolvimento mental, eles possuem um atraso. Isto é, pessoas que
não possuem o desenvolvimento mental padrão para a sua idade, ou seja, por exemplo,
pessoas adultas que possuem mentalidade de criança.

3) Desenvolvimento Mental Imcompleto - Nesse, não há atraso no desenvolvimento. O


ciclo não se fechou porque a pessoa não atingiu o tempo devido.

Ex.: Criança de 10 anos de idade.

Em relação à imputabilidade, isto é, a ausência de imputabilidade, o Código Penal adotou


o sistema biopsicológico, conforme se verifica da análise do art. 26 do CP: “É isento de
pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
retardado (sistema biológico), era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento” (sistema psicológico). Adotou, portanto, a soma dos dois sistemas
(biológico + psicológico), formando o sistema biopsicológico.

Todavia, no caso dos menores de 18 anos, conforme o art. 27 do CP, existe uma
presunção legal absoluta de inimputabilidade. O legislador adotou o critério puramente
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biológico, constituindo exceção à regra do critério biopsicológico. Os atos praticados


por eles não são crimes, são atos infracionais. No caso dos menores de idade, não se
analiza a realidade, se analiza o aspecto jurídico, ou seja, o critério biológico. Esse que
cuida apenas da idade do indivíduo.

A semi-imputabilidade, prevista no parágrafo único do art. 26, é a situação do agente


que não era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato, isto é, tem apenas
perda parcial da capacidade de entendimento. Por isso mesmo, não exclui o crime. Gera
apenas uma diminuição da pena, de um a dois terços.
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Sumário

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Culpabilidade
Aspecto Cronológico
No art. 26, é possível observar que para ser considerada inimputável a pessoa deve ser considerada
no momento da ação ou omissão. Ao tempo da ação ou omissão criminosa deve ser avaliado o
aspecto biopsicológico.
Ex.: No dia 01/02, "A" praticou conduta típica e não possuía doença mental. No dia 01/07, preso
provisório, "A" adquiriu doença mental. No dia 01/10, foi condenado. Com isso, ele é considerado
inimputável? Não, pois deve-se analisar o estado mental do indivíduo no momento da ação.
Emoção e Paixão
De acordo com o art. 28 do CP, a emoção e a paixão não excluem a imputabilidade. Os atos
praticados sob o efeito desses dois sentimentos não poderão ser considerados, apenas em
decorrência disso, não culpáveis. Porém, quando a paixão é adicionada de doença mental que torna
o indivíduo inteiramente incapaz ao tempo da ação ou omissão, apenas nesse caso, a paixão poderá
ser uma causa de exclusão da culpabilidade.
Embriaguez
A embriaguez não pode ser usada para excluir a imputabilidade. Entretanto, se o caso for de
embriaguez completa que tenha ocorrido por caso fortuito ou força maior, poderá ser exluida a
culpabilidade.
Ex.: Indivíduo que cai em um barril de cachaça e, em decorrência disso, fica embriagado. Após o
fato, comete fato típico. Nesse caso, ele não será responsabilizado penalmente.
Teoria da Actio Libero in Causa (Ação Livre na Causa)
O que significa actio libera in causa? Denominada de teoria da ação livre na causa, significa que,
se o agente se embriaga com o fim de cometer o crime ou mesmo prevendo a possibilidade de
cometê-lo, não pode no momento da ação alegar estado de inconsciência ou mesmo ausência de
dolo, porque tinha o dolo antes da embriaguez. Com isso, a pessoa que se coloca no estado de
embriaguez não pode alegá-la para excluir a responsabilidade penal.

Coação Moral

É uma coação psicológica, isto é, ela não age fisicamente. Ela tem duas formas:
1) Resistível - A pessoa coagida tem a opção de optar em não cometer o crime. Ela não está presa
a ação psicológica do autor do crime.
2) Irresistível - Quando ela é tão forte que não se pode cogitar uma alternativa para não realizar o
ato.
Ex.: Diretor de presídio que tem filho sequestrado e é obrigado a liberar todos os presos.

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Há uma opção.
Ex.: Gerente de banco tem a sua família sequestrada por bandidos que têm o intuito de assaltar o
banco em que ele trabalha. Nessa situação, o gerente pode escolher entre procurar a polícia ou
auxiliar os criminosos e ser coautor do roubo.
Todavia, o gerente será absolvido, pois a coação moral irresistível é causa de exclusão da
culpabilidade, pois, relembrando:

Fato Típico

Crime Antijuridicidade

Culpabilidade

Com isso, se a culpabilidade é excluída, não há mais crime.

Não existe opção.


Ex.: Por meio de tortura, uma pessoa é obrigada a assinar documento de transferência de imóveis.
Ex.: Com uma arma apontada para a sua cabeça, “A” é obrigado a matar “B”.
Esse tipo de coação exclui o fato típico que, relembrando, é composto por:
Conduta dolosa
ou culposa

Resultado

Fato Típico

Nexo causal

Tipicidade formal
e material
Desse modo, se a conduta é excluída, o fato típico é excluído e, por isso, não haverá crime.

Obs.: A coação moral resistível não exclui nenhum elemento do crime.

É a relação entre o superior hierárquico (quem manda) e o subordinado (quem recebe as ordens).
Se a ordem for não manifestadamente ilegal, não haverá crime, pois a culpabilidade será excluída.
Esta ordem é aquela que qualquer pessoa que, no lugar daquela outra, não perceberia que se
tratava de um crime.

Manifestamente Manifestamente
Ordem Ilegal (heverá Legal (não
crime) haverá crime)

Ex.: Delegado pede que o agente, com o fim de obter informações, torture alguns assaltantes. Nesse
caso, o agente não pode alegar que foi apenas uma ordem cumprida, pois essa ordem, claramente,
era ilegal.
Ex.: Delegado faz uma ordem de prisão preventiva falsa e entrega ao agente para que este execute
tal ordem. Nessa situação, o agente imaginava que se tratava de uma ordem legal, pois, para ele a
ordem era legítima.
O delegado responderá por abuso de autoridade e o agente terá a sua responsabilidade penal
excluída, pois agiu sob obediência hierárquica de uma ordem não manifestadamente ilegal. Exclui-se
a culpabilidade e, com isso, o crime.

Imputabildiade

Exigibildiade de
Culpabilidade
conduta diversa

Potencial
conhecimento da
ilicitude
No caso da obediência hierárquica, não existe a potencial consciência da ilicitude, porque a pessoa
não tem condições de ter consciência da ilicitude da sua conduta.

Atenção! O desconhecimento da lei é diferente da falta de potencial consciência da ilicitude. Neste,


ninguém pode alegar que não conhece a lei.
Ex.: Norueguesa que faz topless em uma praia do Ceará. No Brasil, é ato obsceno, mas na Noruega
não. Esta pessoa pode alegar falta da potencial consciência da ilicitude para excluir a sua culpa
culpabilidade.

1. A coação física irresistível é causa de exclusão da culpabilidade.


2. O desconhecimento da lei, em algumas situações, é causa de isenção da pena no Direito Penal.

1. Errado. Exclui o fato típico.


2. Errado. Jamais será causa de isenção de pena. Ele pode ser uma circunstância atenuante.
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Concurso de Pessoas

Ocorre quando existem várias pessoa concorrendo para o mesmo crime.

Requisitos

1. Pluralidade de Agente
2. Unidade Delitiva (todos os agentes devem concorrer para o mesmo crime)
Ex.: Se três amigos, A, B e C estão na praia e cada um pratica furto, lesão corporal e
roubo, respectivamente, cada um responderá, apenas, pelo crime que praticou. “A”
responderá por furto, “B” por lesão corporal e “C” por roubo. Não há o concurso de
agentes.
3. Relevância das Condutas
Ex.: Quatro homens, A, B, C e D, cometem um estupro na casa de praia E, pai de D.

D Estupro
B

C
A conduta ilícita foi cometida por A, B, C e D. “E” não pode ser responsabilizado
penalmente, pois o fato de ser dono da casa onde o estupro ocorreu não é de nenhuma
relevância.

1. Nexo Psicológico (nexo subjetivo)


Os agentes desejam psicologicamente o mesmo resultado.
Ex.: “A” chama seus amigos para cometer um assalto.

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Atenção!

Nexo psicológico é diferente de acordo prévio. Neste, ocorre o planejamento do crime, o


qual não é requisito do nexo subjetivo, pois pode existir concurso de pessoas sem acordo
prévio.
Ex.: Em um restaurante, há um homem que, com determinadas atitudes, está
incomodando várias pessoas que estão presentes no restaurante. Em decorrência disso,
três pessoas, com raiva deste homem, o agridem, ou seja, configura-se lesão corporal.
Nessa situação, não houve acordo prévio entre os agentes.

Questões
1. São requisitos do concurso de agentes: pluralidade de pessoas, relevância causal das
condutas, acordo prévio e unidade delitiva.
2. No concurso de agente, é possível, em algumas situações, que estes agentes respondam
por crimes distintos.

Gabarito

1. Errado. O nexo subjetivo é requisito e o acordo prévio não.


2. Errado. Tal situação não existe. Se os agentes respondem por crimes distintos, não
há concurso de agentes.

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Concurso de pessoas

Teorias do Concurso de Agentes

Teoria Monista (unitária ou restritiva)

É a adotada pelo Código Penal. Nela, quem, de qualquer forma, concorre para o resultado
responde por este na medida da sua participação.

A
Mesmo Mesmo
B Resultado Crime

Teoria Pluralista

É adotada pelo Código Penal a título de exceção. Em alguns crimes, o CP adotou a essa exceção,
por exemplo, no aborto.
Cada agente responde por um crime. Não é necessário todos concorrerem para o mesmo crime,
apenas para o mesmo resultado.

A Crime X

Mesmo
B Resultado

C oooo

Crime Y

Outro exemplo da teoria pluralista no Código Penal é no crime de corrupção, no qual quem
corrompe e quem se corrompe cometem crimes diferentes.
Ex.: Funcionário público que é corrompido por particular. Há o concurso de agentes, pois a ação
dos dois resultou no mesmo resultado. Todavia, o funcionário público cometeu o crime de
corrupção passiva e responde pelo art. 317 do CP. Já o particular, o qual cometeu corrupção
ativa, responde pelo art. 333 do CP.

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Teoria Dualista

A
Coautores Crime X
B

C
Partícipes
Crime Y
D

Para essa teoria, coautor é quem executa o verbo, o núcleo do tipo, e é partícipe quemdesenvolve
uma conduta acessória.
Ex.: Batman, Simão e Chiquim, juntos, assaltam a casa de Maria e João. Entretanto, apenas
Batman e Simão entram na casa e executam o núcleo do tipo, enquanto Chiquim fica fora da
casa dentro do carro observando se aparece algum policial, ou seja, ele fica de vigia. Além disso,
os três só conseguiram realizar esse crime devido às informações dadas pelo ex-jardineiro da
casa, Jorge. Nesse caso, de acordo com a teoria dualista, Batman e Simão são autores e Chiquim
e Jorge partícipes, pois não executaram o núcleo do tipo.

Teoria do Domínio de Fato

Deve-se considerar como coautor quem executar a ação nuclear, todavia, também, quem tinha
o controle da ação dos outros.

Questões
1. O Código Penal Brasileiro adotou a teoria pluralista como regra no concurso de agentes.
2. No Direito Penal Brasileiro, some é considerado coautor quem executa a ação nuclear descrita
nos elementos do tipo penal.

Gabarito
1. Errado. O CPB adotou como regra a teoria monista, a pluralista é exceção.
2. Correto. O verbo, por exemplo, no homicídio: “matar”.

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Concurso de Pessoas

Teoria do Domínio do Fato

O coautor deve ser aquele indivíduo que executa o verbo núcleo do tipo ou aquele que
tinha o controle das ações dos outros agentes.
Ex.: Existem os traficantes que vendem e transportam as drogas. Eles, todo dia, entram
em contato com a droga e com a sua comercialização. Entretanto, há aquele traficante
que nunca viu a droga, esse vive em um apartamento luxuoso em frente à praia
organizando todas as ações dos outros traficantes, fazendo planilhas e organizando
novos pontos de venda de droga. Pela teoria do domínio do fato, esse traficante que
comanda tudo de casa é coautor, e não partícipe.

Ex.: No crime de pistolagem, de acordo com a teoria do domínio do fato, quem manda
matar e quem mata é coautor. O mandante é coautor, pois controlava a ação dos
pistoleiros.

Mandante
(autor
Pistoleiro intelectual)
(autor
material)

Pistoleiro
(autor
material)

Coautores

Todavia, de acordo com a teoria adotada pelo CPB, a teoria restritiva, os pistoleiros são
coautores do crime de homicídio e o mandante é partícipe.

Efeito de Ser Partícipe

Aquele agente que faz uma contribuição acessória ou secundária é partícipe.

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Ocorre uma diminuição de pena de 1/6 a 1/3 quando a participação for de menor
importância.
Ex.: No exemplo do traficante citado supra, aquele que comanda tudo de casa é
partícipe. Todavia, ele não terá direito À diminuição de pena, pois a sua participação
não foi de menor importância.
Ex.: O mesmo ocorre com o mandante da pistolagem, ele será partícipe, mas, como a
sua conduta foi relevante para o resultado, ele não terá redução de pena.

 Autoria Colateral
Matadores

A Na situação ao lado, A e B,
que desconhecem as ações
um do outro, desejamB o
X
mesmo resultado:
matar X. Os dois atiram
contra a vítima. O tiro de B
atinge uma árvore e o do A Vítima
destrói a vida da vítima.

Com isso, a autoria colateral é quando duas os mais pessoas agem contra a mesma
pessoa, uma desconhecendo a ação da outra. Aí, não existe o concurso de agentes,
pois, no nexo subjetivo, um precisa conhecer a ação do outro. Não é necessário o
acordo prévio, mas os agentes precisam conhecer a ação um do outro.
Cada um irá responder isoladamente pelo o que causou. “A” por homicídio consumado e
“B” por homicídio na forma tentada, pois não conseguiu matar a vítima.
Se eles estivessem em concurso de agentes, não existiria o interesse em saber se quem
causou a morte foi “A” ou “B”. Todos seriam responsabilizados por homicídio
consumado.

Autoria Colateral Incerta (autoria incerta)

Nela, não é possível saber qual dos agentes causou o resultado. No exemplo anterior, se
“A” e “B” atiraram, mas não se sabe de quem foi o tiro que matou, ocorreu a autoria
incerta.
Aplica-se o princípio in dubio pro reu, os dois responderão por homicídio na forma
tentada.

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Autoria Mediata

Autor Mediato – É aqueleque se utiliza do autor imediato para cometer o crime por ele.
Ele se vale de outra pessoa como instrumento do crime.
Autor Imediato- É aquele que executa a ação, exemplo, de matar.

Questões

1. Na denominada autoria colateral, duas pessoas querem praticar um mesmo crime e


agem ao mesmo tempo, conhecendo uma a ação da outra.
2. A autoria incerta é uma espécie de autoria colateral

Gabarito
1. Errado. Na autoria colateral, uma pessoa não conhece a ação da outra. Não
existe concurso de agente.
2. Correto. É autoria colateral quando não é possível saber qual dos agentes causou
o resultado.

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Concurso de Pessoas

Autoria mediata.

Autoria Mediata

Autor Mediato
Autor Imediato – É utilizado como instrumento do crime cometido pelo autor mediato. É ele que
executa a ação, o executor.

Efeito da Autoria Mediata

O autor mediato responde isoladamente pelo crime e o autor imediato não possui
responsabilidade penal.

Situações de Autoria Mediata no Código Penal

Quando uma pessoa se vale de um inimputável para praticar o crime por ela.
Ex.: Um traficante utiliza um garoto de oito anos como vendedor de drogas.
Nessa primeira situação, é excluída a culpabilidade do autor imediato e, com isso, este não
cometerá crime.

Coação Moral Irresistível


Ex.: O mesmo exemplo do gerente de banco que tem a sua família sequestrada e é coagido a
auxiliar no assalto ao banco.
Também, como no caso da inimputabilidade do autor imediato, a culpabilidade é excluída.
Induz ao Erro
É quando o autor mediato induz a erro o autor imediato.
Ex.: “A”, com o intuito de dar um susto em “C”, retira o pente de sua arma e pede para que “B”
simule um assalto contra “C”. “B”, confiante que a arma está desmuniciada, atira na cabeça de
“C” e um projétil sai da arma, pois “A” havia esquecido que ainda havia uma bala na arma.
Nessa situação, só responde quem induz ao erro, no caso citado, “A” responderá penalmente.

Obs.: Autoria imediata não possui relação com a situação mandante/pistoleiro. Nesta, há o
concurso de agentes e todos possuem responsabilidade penal, tanto o mandante, quanto o
pistoleiro. Na autoria mediada, o autor mediato responde isoladamente pelo crime. O autor tem
imediato, executor, não tem responsabilidade penal.

Atenção! Na autoria mediata não existe concurso de agentes!

Circunstâncias Incomunicáveis

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando


elementares do crime.

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O Código Penal, no art. 30, estabeleceu uma regra e uma exceção.

Regra – Não se comunicam as circunstâncias (condições) de caráter pessoal. Elas serão


utilizadas, individualmente, na dosimetria da pena de cada um, mas não haverá
comunicabilidade.
Ex.: A reincidência de um dos agentes não é transmitida aos demais.
Ex.: Caso Richthofen.
Suzane mandou que os irmãos Cravinho matassem sua mão e pai.
A agravante de o crime ter sido praticado contra ascendentes não será transferida para os irmãos
Cravinho, pois quem era filha era Suzane.

Exceção – Salvo quando forem elementares do crime.


Ex.: “matar alguém” – não há circunstância de caráter pessoal.
Ex.: “subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a
pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência” –
não há circunstância de caráter pessoal.

A maioria dos crimes não possuem essas circunstâncias, mas, quando têm, vão gerar a
comunicação.
Ex.: Infanticídio. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou
logo após.
Nesse crime, há duas circunstâncias de caráter pessoal. O fato de o autor se a mãe da vítima e
aquela estar sob efeito do estado puerperal.
Se há dois indivíduos que auxiliam uma mãe a matar o próprio filho, no estado puerperal e
durante o parto ou logo após, o Código Penal diz que esses dois responderão, também, por
homicídio.

Ex.: Funcionário público que subtrai bens da repartição pública em que trabalha e pede o auxilio
do seu primo. Aos dois será imputado o crime de peculato, art. 312 do CP.

Art. 29, § 2º, CP

Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste;
essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
Ex.: “A” e “B”, planejam furtar determinada casa, pois sabem que os donos estão viajando. No
momento da ação, “A” entra na casa e “B” fica fora aguardando “A”. No entanto, “A” contra
“C” dentro da casa e o mata. Nesse caso, “B” continua cometendo o crime de furto e “A”
latrocínio.
Obs.: A pena pode ser aumentada se era previsível o resultado.

Questões Potenciais de Prova

Não existe participação dolosa em crime culposo, assim como não existe participação culposa
em crime doloso. Se A, B e C concorrem no mesmo crime, ou todos agem com dolo ou todos
agem com culpa.

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Os crimes culposos admitem concurso de agentes, mas, obrigatoriamente, todos esses agentes
são coautores.

Ex.: Se um prédio desaba e, pela obra, estavam responsáveis três engenheiros, todos serão
coautores.

A instigação, o induzimento e o ajuste somente serão responsabilizados penalmente quando o


crime, ao menos, chegar a ser tentado (art. 31, CP).

Questões

1. Existe coautoria em crimes omissivos.


2. O concurso de agentes pode ser classificado em: concurso eventual e concurso necessário.

Gabarito

1. Correto. Ex.: Omissão de socorro. Várias pessoas veem alguém infartando e não fazem
nada.
2. Correto. Concurso eventual é aquele em que o crime pode, em tese, ser praticado por
uma pessoa. Ex.: Homicídio.

Concurso necessário é aquele que, para existir, pressupõe concurso de agentes. Ex.: Associação
criminosa (art. 288. CP) e rixa (art. 137, CP).

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Concurso de Crimes

É quando o mesmo agente comete vários crimes.

Concurso Material (art.69, CP)

O agente, por meio de duas ou mais condutas, pratica dois ou mais crimes.
Ex.:
Crime X
(homicídio - 12
anos)

Crime Y (furto - 2
"A"
anos)

Crime Z (estupro
- 8 anos)

“A” comete três ações distintas que resultam em três crimes.

Pode ser homogêneo ou heterogêneo. O primeiro se configura quando as penas forem idênticas e
o segundo quando as penas forem distintas.

Efeito – Aplica-se o princípio/sistema do cúmulo material, no qual são somadas as penas de cada
crime cometido pelo agente. No exemplo supra, seriam somados 12 + 2 + 8, ou seja, 22 anos de
prisão.

Concurso Formal

O mesmo agente desenvolve uma só conduta, uma só ação. Essa conduta gera dois ou mais
crimes.
Obs.: Se as penas forem idênticas, será concurso formal homogêneo e, se diferentes,
heterogêneo.
Ex.:

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Crime X

Crime Y

Conduta Crime Z

Crime W

Crime H

Em uma primeira situação, as penas cominadas para esses cinco crimes foram as mesmas, todas
2 anos.
Em uma segunda situação, as penas cominadas foram de 2, 3, 4, 4 e 1 anos, respectivamente.
Por tratar-se de concurso formal, para a contagem da pena, será utilizado o princípio da
exasperação, que diz que, se as penas forem idênticas, pegar-se-á uma delas e aumentar-se-á de
1/6 a ½. Na primeira situação, o cálculo seria: 2 + 1 (aumento de ½) = 3 anos. O princípio
citado, também aduz que, se diferentes as penas, deve ser escolhida a maior e essa deve ser
aumentada de 1/6 a ½. Na segunda situação, 4 + 2 (aumento de ½) = 6 anos.

O concurso formal pode ser perfeito ou imperfeito. Perfeito foram os casos citados acima.
Imperfeito é aquele concurso formal em que existem desígnios autônomos.

Perfeito – Ex.: Motorista de ônibus que, por negligência, faz o ônibus cair em um abismo e mata
32 pessoas, de 40 que estavam no meio de transporte. Esse indivíduo cometeu 32 crimes,
contudo, sem intenção de causar essas mortes. Nesse caso, será aplicado o princípio da
exasperação no cálculo da pena.

Imperfeito – O agente queria cada resultado obtido. – Ex.: Terrorista que explode bomba dentro
de ônibus e mata 40 pessoas. Nesse caso, por ser uma situação de concurso formal imperfeito,
será utilizado o princípio do cúmulo material, isto é, todas as penas serão somadas.

Obs.: No concurso formal perfeito o princípio utilizado é o da exasperação das penas, pois foi
criado para beneficiar o réu. Contudo, quando a exasperação termina sendo pior para o agente do
que o cúmulo material, o limite da exasperação é aquele valor máximo a que se chegaria com o
somatório das penas.
Ex.: Simão. Por meio de uma conduta, comete o crime A (2 anos), o crime B (1 ano) e o crime C
(12 anos). Levando em conta o princípio da exasperação, a pena máxima é de 18 anos, pois 12 +
6 = 18. Porém, se o cálculo for feito utilizando o princípio do cúmulo material, a pena seria
menos, pois 2 + 1 + 12 =15. Com isso, nesse caso, a pena aplicada não pode ter o limite de 18
anos, o seu limite máximo será de 15 anos.

Questões

1. Haverá concurso material de crimes quando duas ou mais pessoas praticarem dois ou mais
crimes.
2. No concurso formal perfeito, os desígnios do agente são autônomos.

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Gabarito

1. Errado. Não existe o requisito de ter duas ou mais pessoas para existir concurso material.
2. Errado. É no concurso formal imperfeito.

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Concurso de crimes. .......................................................................................................................................................... 2

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Concurso de crimes.

Atenção!
No concurso formal imperfeito, aplica-se o princípio do cúmulo material. No concurso formal
perfeito, aplica-se o princípio da exasperação. Além disso, nesse, é possível que a pena
exasperada seja superior àquela que seria aplicada se fosse feito o somatório de todas as penas.
Com isso, há um limite na exasperação, que é a pena que seria aplicada caso se fizesse o
somatório de todas as penas.

Crime Continuado – Art. 71, CP (continuidade delitiva)

Requisitos:

Crimes da mesma espécie

Atenção! Crimes da mesma espécie não são crimes da mesma natureza.


Ex.: O art. 155 (furto) e o art. 157 (roubo) do CP. Eles são da mesma natureza, crimes contra o
patrimônio. Todavia, não são da mesma espécie. Com isso, é impossível haver continuidade
delitiva entre esses crimes.

Circunstâncias semelhantes de tempo, lugar, modo de execução (modos operandi), dentre outras.

Note! Semelhante é diferente de igual. Essas circunstâncias precisam, apenas, serem parecidas,
não é necessário que sejam exatamente as mesmas.
Ex.: Estelionatário que, sempre com uma história semelhante, aborda pessoas no Fórum pedindo
dinheiro, utilizando a desculpa que sua esposa está no hospital e precisa de dinheiro para o taxi.

Um crime é tido como consequência do outro

Efeitos

Tipo Princípio Resultado

Concurso Material Cúmulo Material Somatório

Concurso Formal Perfeito Exasperação Aumento de 1/6 a 1/2

Concurso Formal Imperfeito Cúmulo Material Somatório

Crime Continuado Exasperação Aumento de ½ a 2/3

Note! O aumento do concurso formal perfeito é mais limitado do que o do crime continuado, o
qual pode ser aumentado de até 2/3.

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Parágrafo único do art. 71

Se, na continuidade delitiva, os crimes forem:


Dolosos
Contra vítimas diferentes
Cometidos com violência ou grave ameaça

Obs.: É necessário todos esses três requisitos estarem juntos.


O aumento da pena pode ser realizado até o triplo (com o limite sendo o somatório das penas).
Ex.: A continuidade delitiva dos crimes de furto, estelionato e injúria não se encaixam na figura
do parágrafo único, pois não são cometidos com violência ou grave ameaça.

Questões

1. Somente haverá continuidade delitiva se os crimes forem da mesma natureza.


2. Haverá crime continuado independentemente de uma conduta ser tida como subsequente à
anterior.

Gabarito

1. Errado. Crimes da mesma espécie.


2. Errado. As condutas precisam ter relação uma com a outra.

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Sumário
Classificação dos Crimes .................................................................................................................................................. 2

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Classificação dos Crimes

Comum

Crime Próprio

Mão
Própria
Comum – Pode ser cometido por qualquer pessoa
Próprio – O legislador condicionou a existência desse crime a uma condição especial do agente
Ex.: Infanticídio e crimes praticados por funcionário público contra a administração pública.
Ex.: Funcionário público recebe ajuda de particular para subtrair bens da administração pública.
Esta conduta pode ser realizada pelos dois, mas não pelo particular isoladamente. Ele pode
cometer esse tipo de crime em concurso com o funcionário público.
Mão própria – Não deixa de ser um crime próprio. Doutrinariamente, esse tipo de crime não
admite a coautoria.
Ex.: Art. 342, CP. Falso testemunho. O advogado que orienta o réu a mentir é partícipe desse
crime. Com isso, é possível o concurso de agentes, contudo, a coautoria não.

Material

Crime Formal

Mera
Conduta
Material – O legislador descreve a conduta na norma penal, descreve o resultado e estabelece
como momento consumativo do crime o momentoda obtenção do resultado. São os crimes de
resultado naturalístico.
Ex.: Não basta tentar matar, somente se consuma o crime de homicídio quando ocorre a
destruição da vida.
Ex.: Somente ocorre o crime de aborto com a destruição da vida do feto.
Formais – O legislador descreve a conduta e o resultado, mas o crime se consuma ao exato
instante em que a conduta é desenvolvida. São os crimes de consumação antecipada.
Independente de saber se o agente vai ou não conseguir o que ele deseja, que é a obtenção do
resultado. São crimes de resultado cortado.

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Ex.: Art. 158 do CP, extorsão. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com
o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se
faça ou deixar de fazer alguma coisa.

No momento em que alguém constrange outra pessoa mediante violência ou grave ameaça, o
crime se consuma. O resultado, que é “com o fim de obter vantagem econômica indevida” não
precisa ser obtido para o crime se consumar. Ele é o mero exaurimento.

Mera conduta – O legislador apenas descreve a conduta. Ele não descreve nenhum resultado.
Ex.: Porte ilegal de arma de fogo, art. 14 da Lei 10.826/2003.

Comissivo
Crime Próprio
Omissivo
Impróprio

Comissivo – Se caracteriza pelo fazer.


Omissivo – Se caracteriza pelo deixar de fazer.
Próprio – É a mera omissão, por exemplo, art. 135 do CP.
Imprópria – Situações doart. 13, § 2º, CP. É a omissão penalmente relevante. Quando existe
aquela pessoa que possui o dever de evitar o resultado, ela deve e pode evitar o resultado e não o
faz (comissivos por omissão).
Pessoas que têm esse poder e esse dever:
1 – quem por lei tem a obrigação. Ex.: pai e mão em relação ao filho.
2 – quem de outra forma assumiu o compromisso de evitar o resultado. Ex.: babá.
3 – quem criou a situação de perigo

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Instatâneo

Crime Permanente

Instantâneo de
Efeitos
Permanentes

Instantâneo – O momento consumativo ocorre num determinado instante, num determinado


momento (furto, roubo).
Permanente – O momento consumativo não ocorre num determinado instante, ele se prolonga no
tempo (sequestro).
Instantâneo de Efeitos Permanentes – Ocorre num determinado momento, mas os efeitos não
podem ser mais ser modificados (homicídio).

Acessório
Crime
Principal

Acessório – Somente existe com a existência de um delito anterior.


Ex.: Receptação.
Principal – Não depende de nenhum delito anterior para existir.
Ex.: Furto, homicídio. Eles não precisam de um crime anterior para existir.

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Tipo
Fechado
Crime
Tipo
Aberto

Tipo Fechado – O legislador descreveu como a ação deve ser desenvolvida, o meio, a forma,
foram descritos na norma penal.
Tipo Aberto – Não descreve como a conduta deve se desenvolver.
Obs.: O crime culposo é o tipo aberto por excelência, pois não diz como a conduta deve se
praticada.

Questões

1. Crimes a prazo são aqueles que dependem do cumprimento de certo período de tempo
para existirem.
2. Crimes transeuntes são os que deixam vestígios.

Gabarito

1. Correto. Ex.: Art. 129, I, CP.


2. Errado. Crimes transeuntes não deixam vestígios. Ex.: Injúria verbal. Os não transeuntes
deixam vestígios. Ex.: Homicídio.

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