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560-98
Curso Básico de Musicoterapia

Por Vanessa Majczak

2018 - Revisado e atualizado em 12/2020

Proibido compartilhamento e comercialização deste ebook.

Material integrante do Curso Básico de Musicoterapia.

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Índice

Conceitos básicos ....................................................................................................................... 6

Curiosidades sobre a história da música ................................................................................... 8

Música: estrutura e elementos ................................................................................................. 10

Música ativa e Música passiva ................................................................................................. 12

O efeito dos instrumentos musicais ......................................................................................... 13

O uso prático da música e benefícios ...................................................................................... 15

A mamãe, o bebê e a música ................................................................................................... 18

A música para as crianças........................................................................................................ 21

A música e as necessidades especiais ................................................................................... 24

A música na idade adulta ......................................................................................................... 26

A música para idosos ................................................................................................................ 28

Os sons e os chakras ............................................................................................................... 30

As notas e os instrumentos ...................................................................................................... 32

Música para meditação e sons binaurais ................................................................................ 33

Mantras ...................................................................................................................................... 36

Sinos .......................................................................................................................................... 38

Os sons e os elementos da natureza ...................................................................................... 41

Como utilizar as músicas na prática: ....................................................................................... 42

Bibliografia ................................................................................................................................. 44

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Curso básico de Musicoterapia– Portal Desperta Luz

Conceitos básicos

A Musicoterapia é um tipo de terapia que utiliza músicas e seus elementos


como som, ritmo, melodia e harmonia com o objetivo de restabelecer o
equilíbrio físico, emocional, mental e energético.

Através da música é possível potencializar o desenvolvimento físico, pessoal,


social, intelectual e emocional, melhorando a qualidade de vida das pessoas.

A influência positiva da música atua na estrutura e funções do sistema


nervoso central e do sistema nervoso autônomo, nas glândulas endócrinas e
órgãos internos. Tudo é combinado em um conjunto complexo com a obra
musical - sua melodia, harmonia, ritmo, timbre e a disposição psíquica
particular de cada pessoa.

A música, de acordo com as características mencionadas, pode estimular ou


bloquear a sensibilidade emocional da pessoa, sua memória, imaginação e
representações mentais. O Terapeuta Holístico que utiliza a música como
método terapêutico precisa saber exatamente quando e como fortalecer ou
enfraquecer, segundo seja necessário, essas qualidades inerentes ao ser.

É um ramo que pertence à medicina de recuperação, sendo indicada para


estresse e problemas de socialização, bem como distúrbios físicos, mentais,
emocionais, atuando como um regulador dos estados de humor.

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O Musicoterapeuta utiliza a música com o intuito de facilitar e promover


comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão,
organização, enfim, com objetivos terapêuticos relevantes, a fim de atender
às necessidades físicas, mentais, sociais e cognitivas.

Através da música é possível desenvolver potenciais e restaurar funções do


indivíduo para que alcance uma melhor organização pessoal e relacional,
além de uma melhor qualidade de vida, através da prevenção, reabilitação ou
tratamento. Quando uma pessoa está doente, os sons internos acabam
saindo de seu ritmo natural, que é harmônico, entrando em desequilíbrio, e é
nesse momento que a música pode ser usada como tratamento.

Após os estudos da mecânica quântica, o interesse crescente pelas terapias


holísticas, com foco no tratamento no campo energético, fez renascer
algumas tradições, como rituais por meio de canções e mantras, aliviando
certos distúrbios dirigindo ondas de som às partes afetadas do corpo e
reequilibrando os chakras, que são os centros de energia.

O ritmo musical e a tonicidade dos instrumentos reverbera, tanto no ambiente,


quanto no corpo físico, mental e emocional. A vibração gerada pela música ou
instrumento impacta diretamente sobre a aura e os chakras, assim como os
sentimentos e pensamentos. Isso acontece porque nossos chakras são
receptores de energia, trabalhando o tempo todo em reverberação. e toda
reverberação eletromagnética que chega, interage com nosso sistema, de
forma benéfica ou não.

O intuito do curso é ensinar a utilizar a reverberação musical de forma mais


benéfica possível.

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Curiosidades sobre a história da música

Na Grécia Antiga, a doença era vista como um reflexo do desequilíbrio dos


elementos que constituíam a natureza humana. A música era utilizada para
reequilibrar, através da ordem e harmonia dos sons, provocando a catarse
das emoções, enriquecimento da mente e domínio das emoções através de
melodias, que levavam ao estado de plenitude. Desenvolveram um sistema
bem organizado de música, baseado na influência de certos sons, ritmos e
melodia sobre o psiquismo e as manifestações somáticas do ser humano.

Esse sistema denominava-se Ethos e dividia-se em quatro tipos de sons,


baseados nas quatro formas de temperamento humano:

- Etho frígio: excita, gera coragem e impulso.

- Etho eólio: gera sentimentos profundos e amor.

- Ethos lídio: produz sentimentos de contrição, de arrependimentos, de


compaixão e de tristeza.

- Ethos dórico: gera estados mais profundos, de recolhimento e de


concentração.

O papel terapêutico da música também foi tema de abordagem por grandes


filósofos gregos como Platão, para o qual a música representava serenidade;
Aristóteles valorizava a música por suas capacidades de provocar catarses e
construir um forte senso ético, e Pitágoras, que considerava a música como
recurso para restabelecer a harmonia espiritual, divulgando-a como a

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medicina da alma, capaz de transformar o ódio em amor. Ele ensinava que


cada doença podia ser combatida com um tipo de ritmo, oriundo de uma
mistura de sons de diversos instrumentos.

Em muitas culturas antigas, o som era considerado fundamental no processo


de restabelecimento e tinha um papel central nas práticas religiosas, que
favoreciam o desenvolvimento do bem-estar espiritual e físico, sendo citada
no Livro de Samuel, no Antigo Testamento.

Na região próxima a Kahum, no Egito, foi descoberto em 1889 um papiro de


aproximadamente 4500 anos mostrando a aplicação de um sistema de som,
músicas e instrumentais para o tratamento de problemas emocionais e
espirituais. Os gregos chegaram a desenvolver um sistema bem organizado
de música , baseado na influência de certos sons, ritmos e melodia sobre o
psiquismo e as somatizações do ser humano.

De acordo com a perspectiva chinesa, o Som Cósmico ou essência vibratória


está presente em toda matéria e energia, o que permite que o homem eleve
sua consciência, harmonizando suas esferas. A filosofia chinesa admite a
ideia de polaridade, em que duas forças opostas e complementares – yin
(energia masculina) e yang (energia feminina) – se interpenetram. Admite
também a existência de 12 tons, no qual seis são de natureza feminina e seis
são de natureza masculina, sendo responsáveis pela criação e sustentação
do Universo. Os doze tons musicais estariam também relacionados com as
12 luas do ano e com as 12 horas do dia.

Muitas tribos indígenas e africanas usam músicas e sons como recursos


fundamentais há milênios, sendo que para cada ritual/intenção, há um tipo de
música/som específico, o que inclui seu uso com finalidades terapêuticas.

Na história mais recente, cientistas do Instituto Max Plank, na Alemanha,


descobriram que ritmos agitados interferem em nosso estado de espírito,
promovendo inquietação e ansiedade; já ritmos harmoniosos são excelentes
tranquilizantes naturais.

No esporte, músicas de Bach e Beethoven foram utilizadas com os jogadores


da Alemanha Ocidental durante a preparação para a Copa do Mundo da
Itália, e os efeitos percebidos foram jogadores mais tranquilos em campo, do
que o habitual.

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Música: estrutura e elementos

A música é o modo de expressar os diversos sentimentos interiores através


do som. O som é o resultado físico da vibração sonora de um corpo ou
instrumento quando este é manipulado através de batidas, choque, percussão
ou atrito. As vibrações são percebidas principalmente pelos órgãos auditivos,
dentro de uma certa faixa de frequência.

Os principais elementos da música são:

Ritmo: obedece ao som a ser transmitido por um determinado meio, sendo


determinado por seu compasso no transcorrer de uma emissão sonora. Gera
ordem no movimento, mostrando a relação entre espaço e tempo. Engloba
elementos como período, frequência, intensidade, duração, andamento. O
andamento no homem representa seu estado afetivo, que depende do
temperamento e estabilidade emocional do ser. Depende do movimento e
atua diretamente em nossa vida fisiológica. Compreende o dinamismo e a
sensibilidade sonora.

Melodia: sucessão de notas musicais determinada pelo som, intervalos,


melódicos, escalas, modos. É uma sensação de altura tonal que pode ser
classificada pelo nosso ouvido, e suas vibrações são capturadas pelo sistema
chamado de caracol do ouvido interno. Essa percepção é bastante subjetiva,
variando de pessoa para pessoa. Tem relação direta com a afetividade e
expressa toda a escala de relações afetivas. Depende da altura e atua
diretamente em nossa vida afetiva, compreendendo a emoção causada pelo
som.

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Harmonia: conjunto de sons e notas tocadas ao mesmo tempo, e quando


várias são tocadas de forma cadenceada formam os acordes. Para perceber
a harmonia é preciso analisar e sintetizar usando a inteligência e alguma
intuição, provocando reações afetivas e mentais, comprovando a relação
entre o som e a nossa vida. Depende da simultaneidade e atua diretamente
na vida mental; compreende a tomada de consciência do mundo sonoro.

De acordo com estudos de Willens, os três elementos essenciais de nossa


natureza, ou seja, fisiologia, emoção e pensamento, são afetados pela
música, se relacionando com ritmo, melodia e harmonia. A música se compõe
de relações sonoras, nas quais a melodia depende e se completa com o
ritmo. Numa audição musical primeiro temos uma reação instintiva ao som,
que pode ser favorável se esta nos agradar, ou desfavorável. Só depois é que
passamos a ouvir de fato, liberando a imaginação, os desejos e as emoções.

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Música ativa e Música passiva

A França é um dos países pioneiros nos estudos da música onde foi criado
um centro de pesquisas e aplicações psicomusicais. Após estudos os
terapeutas classificaram a terapia musical em dois grandes grupos:

- Música passiva: acontece quando a pessoa apenas ouve a música


específica para a finalidade necessária, e o que acontece também
cotidianamente, quando a pessoa houve um som no carro, em casa, ou
assiste a uma apresentação musical, mesmo sem essa finalidade
determinada anteriormente. Produz seu efeito através da vibração,
desbloqueando sentimentos, provocando catarses, imersão e reflexões. Na
música utilizada de forma passiva, a pessoa se coloca como receptora, sem
interagir.

- Música ativa: a pessoa participa do processo de emissão (ou não) de som,


tocando um instrumento, emitindo sons ou utilizando conscientemente as
pausas do silêncio, realizando percussão corporal, batendo palmas,
cantando, dançando. Ótimas técnicas para quebrar insegurança, medo,
extravasar sentimentos como angústia, raiva, tristeza, estimular a
concentração, percepção e elevar a frequência vibracional. Nesta
modalidade, a pessoa é produtora ou co-produtora do som, participando
ativamente.

O uso da música de forma ativa ou passiva é determinado após investigações


terapêuticas que definem quais são as técnicas mais adequadas para o
momento. Ambas tem benefícios.

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O efeito dos instrumentos musicais

O psiquiatra inglês Robert Schauffer realizou um estudo com músicas


clássicas, analisando os impactos que alguns instrumentos causam no
organismo. A partir desta análise, pôde também constatar que tipo de
instrumento é capaz de reequilibrar com maior eficácia:

Piano: combate estados de depressão a melancolia, e estimula a


autoconfiança;

Violino: combate a sensação de insegurança e estimula a autoestima;

Flauta doce: combate estados de nervosismo, perda de concentração e


ansiedade, e estimula o autocontrole;

Violoncelo: combate a raiva e a culpa, incentiva a introspecção, a sobriedade,


a reflexão e o amor próprio;

Metais de sopro: combate medo e estagnação inspira segurança, coragem e


impulsividade.

Harpa: alivia mágoas, reduz ansiedade e estresse.

Cítara: promove elevação espiritual, ajuda na meditação e relaxamento..

Outro estudo, feito a partir dos gêneros musicais e os recursos utilizados,


mostra que o rock tende a baixar a frequência vibracional, porque apesar de

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ser um ritmo jovem e alegre, pode irritar o sistema nervoso. Já samba e


pagode levam a estados de alegria, e o tango é excelente desbloqueador de
sombras, ótimo para despertar o amor e a expressividade.

De posse desse conhecimento, é possível escolher músicas com a base


desses instrumentos e gêneros para impactar nos estados emocionais
necessários.

Um pouco mais adiante, no módulo sobre chakras, abordaremos novamente


os instrumentos, porém sob a perspectiva de equalização com o campo
energético.

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O uso prático da música e benefícios

A música tem diversas finalidades, como despertar um estado de energia


antes de uma competição esportiva, preparar um ambiente com romantismo
ou potencializar as vendas nos supermercados, tornando o ambiente
agradável.

O som também é utilizado para expressão de sentimentos, uma vez que a


voz exprime aquilo que sentimentos interiormente: raiva, dor, alegria,
satisfação.

Porém, a música vai além de sua utilização, propiciando benefícios físicos e


emocionais. A Universidade Drexel, nos Estados Unidos, através de estudos,
comprovou que sessões de música melhoram o humor, a ansiedade e o
controle sobre a dor em pessoas com câncer.

Em outro estudo, especialistas da Universidade da Dakota do Norte notaram


com sucesso seu uso na reabilitação de pacientes com derrame. Em Taiwan,
observou-se que a técnica eleva a qualidade de vida de quem passa por
tratamento contra a insuficiência renal.

Os especialistas atribuem à música os seguintes benefícios:

- Antineurótico: dissolve neuroses, bloqueios e traumas.

- Antidistônico: baixa o nível de estresse e ansiedade.

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- Sonífero e tranquilizante: favorece o sono e o retorno ao estado de


relaxamento.

- Regulador psicossomático: reequilibra o sistema fisiológico, melhorando o


estado emocional.

- Analgésico e/ou anestésico: alivia dores.

- Equilibra o sistema cardiocirculatório: melhora a respiração, a circulação


sanguínea e ajuda a regular a pressão sanguínea.

- Melhora a qualidade da pele e mucosas.

- Fortalece o sistema imunológico.

- Equilibra o metabolismo profundo: regula as funções corporais e o


processamento de alimentos.

- Alivia tensão, medo, raiva, estados depressivos e ansiedade.

- Desperta paz, alegria e amor.

Entre os vários efeitos positivos, mais alguns benefícios da música estão


listados abaixo:

No cérebro: ativa diversas regiões como o hipotálamo, regulando a


temperatura, o apetite e o estado de ânimo, e o tálamo, que interpreta os
sentidos, e o hipocampo, responsável por guardar a memória. Atua nos
lóbulos parietal, temporal e frontal, estimulando funções cognitivas.

Sensação de bem-estar: as melodias tem a capacidade de tirar o foco do


problema, acionando neurotransmissores relacionados ao prazer,
promovendo a liberação de endorfina, nosso analgésico natural.

Relaxamento corporal: propicia a quebra da tensão muscular que domina o


corpo de quem tem problemas com ansiedade ou depressão, ajudando em
estados no qual a pessoa precisa realizar tratamentos.

Equilíbrio cardio-respiratório: trabalha o ritmo da respiração, tornando-o mais


compassado e equilibrando os batimentos cardíacos, o que ajuda a controlar
o estresse que se abate sobre o organismo e incentiva a recuperação.

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Comunicação: estimula a expressão dos problemas e a elaboração das


inquietudes.

Afetividade: favorece o desenvolvimento emocional e afetivo.

Sensibilidade: aguça a percepção auditiva e a capacidade de percepção


através da pele.

Movimento: estimula a atividade física e melhora a coordenação motora.

Sociabilidade: estimula a interação social.

Quando aplicada por um Musicoterapeuta especializado (com formação


superior – este curso não habilita para essa finalidade), pode ser aplicada
também nos seguintes casos:

- Autismo e processos neuróticos ou psicóticos.

- Deficiência mental e quadros similares.

- Perturbações motoras e suas sequelas neurológicas.

- Deficiências sensoriais, como surdez e cegueira.

- Infecções psicossomáticas.

- Geriatria.

- Pacientes em estados terminais.

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A mamãe, o bebê e a música

Especialistas em Musicoterapia afirmam que o auge da influência musical do


ser humano acontece na infância, desde o ventre materno. Este fenômeno
acontece porque as primeiras relações desenvolvidas são fundamentais para
construir a identidade de cada pessoa.

As mães tem a capacidade de reconhecer o choro dos seus bebês e podem


perceber as sutis variações no timbre, no qual cada tipo de choro
corresponde a uma necessidade, e os bebês podem reconhecer as vozes
familiares.

Para utilizar a música como meio de promover um bom desenvolvimento do


bebê e construir uma relação mais íntima entre mãe e filho, é utilizar músicas
com balanço calmo e compasso estável. Neste sentido, criar um repertório
com músicas clássicas pode ser um bom recurso.

Benefícios para o bebê

O uso regular da música enriquece o desenvolvimento físico, emocional e


intelectual do bebê, além de propiciar o relaxamento da mãe. Quando o bebê
se desenvolve no ventre da mãe escutando músicas clássicas seu ritmo
cardíaco relaxa e as canções induzem a estados de serenidade, segundo
observaram muitos especialistas.

Durante a gravidez, devido às variações hormonais ou ambientais, as mães


podem ficar suscetíveis a uma carga emocional negativa que gera mal estar,

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insegurança em relação a si mesma ou ao meio em que vive. Podem emergir


medos, frustrações ou sensação de fracasso.

O bebê acaba absorvendo essas instabilidades emocionais da mãe, o que


pode torná-los medrosos, ansiosos ou indeguros. Através da música o
desenvolvimento pode ser evitado, pois a melodia pode trazer ao bebê
tranquilidade e autocontrole. Bebês que escutam músicas tanto no ventre
quanto após o nascimento tendem a absorver melhor as propriedades do leite
materno, se alimentar melhor, dormir mais e chorar com menor frequência,
pois estabeleceu vínculos afetivos positivos através da música.

Isto acontece porque ainda no ventre o bebê é capaz de ouvir, sentir,


aprender, sonhar, memorizar e reagir através de seus movimentos. Além
disso, percebe os sons que chegam através de sua mãe: as batidas do
coração, a respiração, sons da circulação, aparelho digestivo e líquido
amniótico. A música promove a inteligência músical e tem um efeito relaxante.

Outro benefício da música na gestação é o impacto na personalidade do


bebê, que tende a desenvolver atributos positivos como criatividade,
concentração e coordenação.

Benefícios para a mãe

Quando a mãe utiliza a música regularmente durante a gestação seu impacto


terapêutico pode ser percebido no momento do parto. Em geral essas mães
tendem a apresentar maior relaxamento durante o trabalho de parto, menor
nível de ansiedade, maior autocontrole sobre a dor e consciência sobre as
sensações físicas.

Diminuindo o estresse na hora do parto o bebê tende a nascer envolvido em


atmosfera de serenidade. Em alguns hospitais a música é utilizada tanto
antes quando no momento do parto, regulando o estado de ânimo,
promovendo alegria e suavizando os estados de tensão, estresse, e
depressão.

Como utilizar a música com mamães e bebês

O Musicoterapeuta deve orientar a mãe para que possa desfrutar plenamente


da sua gravidez de forma ativa, escutando e expressando as sensações
físicas que a música provoca.

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A partir do quarto mês de gestação, o bebê já está com seu aparelho auditivo
e pode desfrutar dos benefícios da música junto com sua mãe. Para isso, a
mãe deve ser orientada a escolher uma música serena e melodiosa. Dentro
do repertório clássico as canções de Mozart são as mais recomendadas. A
mãe deve escutá-las todos os dias, no mínimo por 15 minutos, em ambiente
calmo, com postura relaxada, buscando se entregar ao som e emanar muito
amor para o bebê, e se desejar pode cantarolar a melodia.

Alguns obstetras oferecem a Musicoterapia à gestante de forma individual,


em grupo, ou no casal, portanto, a música também pode ser trabalhada em
conjunto com o próprio obstetra da mulher. Para isso, geralmente realizam
sessões semanais de cerca de uma hora e a mamãe, se tiver interesse, deve
perguntar se este recurso está disponível em sua clínica pré-natal.

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A música para as crianças

O trabalho de musicalização pode ser feito desde quando o bebê nasce até
crianças de 10 anos, quando costumam ser direcionadas ao aprofundamento
do aprendizado. Cada faixa de idade tem um tipo de atividade e música mais
adequada, sendo que o objetivo é o de que a criança faça parte de uma rotina
prazerosa.

A música quando utilizada desde a infância estimula a expressão corporal,


coordenação motora, foco, contato com a cultura, criatividade, memória,
concentração, desenvolvimento da linguagem, contato com percepções
matemáticas e aumento de acuidade auditiva. É comprovado que, quando a
mãe canta para seu filho, desenvolve na criança segurança, alegria e
capacidade de interação social.

A experiência tem mostrado a importância da música e do movimento nos


processos de desenvolvimento da autoestima, tendo como consequência
maior aproveitamento na aprendizagem. A música é um excelente recurso
para crianças com problemas de aprendizagem, e os resultados obtidos são
excelentes. Veja que interessante as informações publicadas na Revista
crescer:

"Nos anos 1990, pesquisadores da Universidade da Califórnia (EUA) fizeram


um teste:

Selecionaram 36 adolescentes e os separaram em grupos. Aqueles que


ouviram uma composição de Mozart se saíram melhor em testes cognitivos

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do que aqueles que ouviram outros tipos de música ou foram mantidos em


ambientes silenciosos. Por muito tempo, os resultados desse experimento
serviram como justificativa para que especialistas indicassem a música
clássica aos pequenos: acreditava-se que as obras do compositor austríaco
ajudariam no desenvolvimento do cérebro (e da inteligência) das crianças.

O burburinho foi tanto que, em 1998, o governador do estado de Geórgia


(EUA) propôs que todos os recém-nascidos recebessem uma fita cassete ou
um CD de música clássica assim que saíssem da maternidade. O objetivo era
as crianças melhorassem sua inteligência ao ouvir músicas tranquilizantes. A
partir daí, a ideia de que a esse gênero musical ajudaria os bebês a pegarem
no sono ganhou fama. Até que em 2008, um estudo do psicólogo Laszlo
Harmat comprovou a tese: depois de analisar o comportamento de 94
estudantes, ele concluiu que quem ouvia música clássica antes de ir para a
cama, dormia melhor."

Durante a sessão de Musicoterapia, além de oferecer músicas, a criança


pode ter alguns instrumentos à sua disposição – que podem ser de brinquedo
- com os quais pode experimentar os sons até escolher um deles, aquele com
o qual sente maior afinidade. A partir de então, o Terapeuta pode interagir
com a criança através dos instrumentos.

Além dos instrumentos mais comuns o Musicoterapeuta pode utilizar outros


objetos, como bolinhas de gude e conchas do mar que podem ser colocados
dentro de vasilhas com água. A partir dessas experiência a criança poderá
manusear e ter contato com seus variados sons, trabalhando a percepção
auditiva e tátil.

Outro recurso bastante interessante para utilizar com as crianças é


disponibilizar um microfone para que possam cantar e se expressar
oralmente.

Há uma infinidade de sons que podem ser produzidos por objetos. Uma
peneira com vários molhos de chaves, por exemplo, também oferece bons
resultados. A partir desse trabalho de exploração o Terapeuta desenvolve sua
sensibilização, tanto em atendimentos individuais quanto em grupo.

Outo recurso bastante interessante são as canções folclóricas, promovendo


momentos lúdicos, fundamentais para o bom desenvolvimento da criança.

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Atuam promovendo a autoexpressão, trabalham emoções, promovem


integração, criatividade e raciocínio, ajudam a coordenação motora e
permitem que a criança mostre suas dificuldades, medos e anseios.

Como a sociedade atualmente privilegia recursos prontos, muitas vezes a


música é o momento em que a criança desenvolve sua capacidade lúdica
através das canções folclóricas ou outros recursos como improvisação, canto,
jogos musicais, escolha de canções, entre outros, possibilitando o
desenvolvimento emocional, cognitivo, social e físico das crianças.

Traz resultados comprovados em crianças com comportamentos inadequados


e falta de limites através do desenvolvimento da disciplina, uma vez que a
estrutura musical é organizada e necessita ser respeitada rigidamente. A
criança aprende a esperar sua vez de tocar/cantar/falar, trabalhando sua
disciplina e desenvolvendo a capacidade de lidar com a frustração.

--> No guia de músicas, você poderá escolhê-las de acordo com o que é


preciso trabalhar na criança, como para melhorar a memória, trazer harmonia,
alegria, alívio da impulsividade, do medo excessivo ou da preguiça.

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A música e as necessidades especiais

O portador de necessidades especiais pode apresentar lentidão no


desenvolvimento em geral, devido à sua constituição. Algumas crianças
podem apresentar distúrbios respiratórios e cardíacos, gerando dificuldades
com o próprio corpo, e impacto na capacidade de aprendizagem.

A música pode ser um meio de fazer com que a pessoa entre em contato com
seu corpo, acesse suas capacidades cognitivas e promova maior
desenvolvimento de suas potencialidades, uma vez que a música “fala” em
uma linguagem única.

Atualmente, a música é utilizada como terapia auxiliar na recuperação de


crianças com deficiências não só mentais, como também, físicas. De acordo
com estudos e observação realizados em clínicas psiquiátricas dos Estados
Unidos, após serem submetidas a um período regular de sessões musicais,
várias delas conseguiram conseguiram mover pernas e braços paralisados há
um bom tempo por consequência de lesões na coluna ou no cérebro.

O Musicoterapeuta pode utilizar os recursos musicais com crianças


hiperativas, agressivas, depressivas e arredias, sendo muito útil no tabalhoo
com crianças autistas, com dificuldades para interagir socialmente. Gilberto
Safra conta o relato de um paciente com necessidades especiais cujo
contato, após dois anos de tratamento psicoterapêutico, só começou a se
comunicar através do canto, do momento em que o Terapeuta começou a
imitar a jeito cantado que o paciente usava para se expressar. A partir de

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então, puderam de fato realizar um trabalho terapêutico com resultados


efetivos.

A música pode ser muito útil também com os familiares que cuidam de
pessoas com necessidades especiais, que em geral costumam esquecer
suas próprias necessidades em prol da pessoa que precisa de maior atenção
e cuidado. Com isso, algumas perdem sua identidade pessoal,
desenvolvendo problemas de autoestima. O Musicoterapeuta pode utilizar a
música para realizar um trabalho de interiorização e resgate da alegria e
autoamor.

Nas sessões de Musicoterapia o Terapeuta pode utilizar, num primeiro


momento, recursos como instrumentos e objetos de forma bem livre para que
o cliente – seja criança ou adulto - realize exploração dos sons e dessa forma,
comece a se expressar, sendo esta uma abordagem social menos invasiva e
amedrontadora para a pessoa. em sua expressão musical podem surgir suas
dificuldades como baixa autoestima, falta de iniciativa, indisciplina,
impaciência, ansiedade, insegurança, dificuldades em organizar sequências,
além de dificuldades motoras, de comunicação e outras questões emocionais,
sociais, cognitivas ou motoras.

Essas dificuldades, uma vez identificadas, podem nortear as próximas ações


no sentido de trabalhá-las de forma personalizada.

Dessa forma, o Terapeuta trabalha com necessidades especiais sob duas


perspectivas: com o cliente, trabalhando as dificuldades identificadas, e com o
cuidador, no sentido de fortalecer sua atuoestima e reconstrução da
identidade pessoal.

As causas das dificuldades de aprendizagem são variadas e podem ter


origem em qualquer um dos âmbitos do desenvolvimento, sendo que a
música é eficaz por ser capaz de trabalhar todos eles. Crianças com
necessidades especiais apresentam resultados sólidos através da música,
tanto na sua capacidade cognitiva quanto emocional, física ou social. A
música, além de ser capaz de ativar várias áreas do cérebro, gera alegria e
promove uma satisfação, aumentando o desejo de fazer música, e através
desse fazer musical, são trabalhados diversos aspectos do desenvolvimento
da criança, suprindo algumas de suas necessidades muitas vezes
inacessíveis por outros recursos.

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A música na idade adulta

A música tem influência comprovada sobre o ser humano e por esse motivo,
é altamente recomendável que o indivíduo dedique diariamente um tempo
para si, no qual deve não somente ouvi-la como também escutá-la, ou seja,
absorver seus acordes, permitindo que os acordes promovam resultados
profundos em seu estado emocional e campo energético. Escutar é
acompanhar, interpretar e se permitir sentir aquilo que estimula o sentido de
audição e por consequência, a mente.

Apesar da música provocar efeitos bastante interessantes na infância, seus


efeitos podem ser sentidos e utilizados a qualquer tempo. É bastante
importante que a partir deste conhecimento, é interessante passar a ser
seletivo em relação à música que escuta, uma vez que seus impactos sobre o
sistema físico, emocional, mental e energético são inevitáveis.

A música deve ser criteriosamente selecionada, tanto a passiva (escuta)


quanto a ativa (produzida), evitando impactos negativos e promovendo
reequilíbrio interior.

Os efeitos da música são sentidos com maior intensidade quando se


desenvolve uma rotina musical, ou seja, todos os dias deve-se reservar um
tempo para essas atividades. Com cerca de duas semanas de audições
diárias já é possível começar a sentir seus efeitos benéficos.

O efeito terapêutico da música é cumulativa: quanto mais se escuta, mais


positivos são os benefícios. No caso de precisar tratar vários sentimentos, a

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recomendação é tratar um ou dois de cada vez, podendo ser um sentimento


pela manhã e outro à noite. Quando os efeitos sobre os sentimentos tratados
forem estabelecidos, passa-se então para uma nova rotina musical para tratar
o próximo sentimento.

A Musicoterapia permite que a pessoa descarregue suas emoções reprimidas


no inconsciente. Através da músicas essas emoções vêm à tona de forma
sutil e emocional, aliviando os processos interiores conturbados, favorecendo
a integração social.

Os benefícios, além dos já citados anteriormente, compreendem incentivo


motivacional, liberação de impulsos agressivos, diminuição do isolamento e
do nível de estresse.

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A música para idosos

O documentário Alive Inside registrou os benefícios da Musicoterapia para


idosos, incluindo pessoas com Alzheimer ou outra demência.

Os principais objetivos do uso da música nesta fase são: promover a


comunicação e interação social, expressões emocionais, melhorar as
capacidades físicas como coordenação motora, capacidades cognitivas,
atenção e memorização. A musicoterapia pretende desenvolver e restaurar
potenciais funções da pessoa, propiciando melhor qualidade de vida. A
musicoterapia pode ser utilizada com os seguintes recursos:

- Tocar um instrumento, o que promove ritmo e sincronização;

- Cantar, desenvolvendo memorização e atenção;

- Associar movimentos à música para melhoria de coordenação motora;

- Ouvir música/identificar sons, que são atividades de associação e raciocínio;

- Dançar, promovendo coordenação motora e interação social.

É comprovado que as memórias musicais se conservam, mesmo em casos


mais avançados da demência, porque as áreas cerebrais responsáveis pelas
memórias musicais são diferentes das responsáveis pelas outras memórias.
Portanto, ficam preservadas e são despertadas através da música. As
atividades musicais têm demonstrado ótimo resultado não só nas pessoas

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com Doença de Alzheimer ou outro tipo de demência, mas também, quando


utilizada por seus cuidadores.

As pessoas com demência reagem positivamente à música e até em fases


avançadas da doença, conseguem aprender e reconhecer as músicas que
fazem parte de sua memória afetiva. Os principais resultados verificados
neste sentido incluem:

- Incentivo do estímulo ao movimento, ocorrendo uma melhoria da


coordenação motora;

- Melhoria da interação social, tanto em grupo quanto comos seus cuidadores


e familiares;

- Indução de emoções fortes que podem ajudar a diminuir sintomas como a


depressão, a ansiedade e a agitação;

- Constitui um meio de comunicação bastante útil nas fases mais avançadas


da demência, através de sua natureza não-verbal da música;

- Desbloqueia memórias, sendo importante escolher músicas que sejam da


preferência e vivência do idoso, para potenciar suas memórias
autobiográficas;

- Promoção do bem-estar geral.

A música é acessível, fácil de utilizar e apreciada pela maioria das pessoas,


sua capacidade única de despertar emoções, e memórias significativas
podem fornecer um meio para desenvolver uma viagem ao passado,
promovendo sentimentos de interligação com os seus cuidadores e com
outras pessoas com demência.

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Os sons e os chakras

Abaixo a descrição sucinta dos principais chakras e suas funções quando


estão em equilíbrio:

1 – Chakra Básico: chakra de ligação à terra, representa fecundação,


equilíbrio, força, ação, segurança, atenção, equilíbrio e aterramento, estar no
aqui e agora.

2 – Chakra Umbilical: representa a ligação que se tem com a vida, com as


pessoas, com o Universo e seus impactos. Responsável por sensação de
satisfação, felicidade, aceitação, tem ligação com o elemento água, filtrando
através dos órgãos correspondentes a matéria orgânica absorvida pelo corpo
físico.

3 – Chakra do Plexo Solar: responsável por autoestima, amor próprio,


conexão com o eu interior, motivação, estímulo a impulsos e força da
conquista. O elemento fogo ligado a este chakra gera a energia necessária
para mudar uma situação negativa, através da autoconfiança.

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4 – Chakra Cardíaco: é uma espécie de ponte entre os chakras inferiores e os


superiores. Equilibra a razão e a emoção. Está ligado ao elemento ar, realiza
o trabalho de purificação corporal através da respiração.

5 – Chakra Laríngeo: o chakra da comunicação, expressividade e criatividade.


Diretamente ligado à emissão de sons com grande poder de vibração.

6 – Chakra do Terceiro Olho: representa metas, caminhos, visão de futuro,


força de manifestação, os objetivos e propósitos que desejamos atingir. Neste
chakra prevalecem a intuição e a clarividência.

7 – Chakra Coronário: ligado à psique, à mente e às formas-pensamento.


Fonte de vibração energética, comunicação com o Divino, com o Superior. É
a partir deste chakra que cada um busca tudo na vida, dos interesses da terra
aos interesses da alma.

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As notas e os instrumentos

As músicas atuam nos chakras, equilibrando a velocidade e o movimento de


sua rotação, além de restaurar sua cor original

Cada um dos chakras corresponde a uma nota musical, sendo que seu efeito
é realmente percebido quando as notas são combinadas com acordes, classe
da música e instrumento. Conforme já foi explicado os chakras tem uma
frequência vibratória, que se reequilibra por ressonância com os recursos
musicais adequados.

Conforme explicado em vídeo a ressonância pode mudar de acordo com a


pessoas, porém compartilharei uma tabela que corresponde ao padrão mais
percebido:

CHAKRA NOTA INSTRUMENTO


Básico Dó Tambor
Umbilical Ré Violão, flauta e saxfone
Plexo solar Mi Piano, flauta e violão
Cardíaco Fá Violino, harpa
Laríngeo Sol Harpa, flauta
Terceiro olho Lá Sax, piano, violino, harpa
Coroa Si Flauta

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Música para meditação e sons binaurais

Meditação:

Alguns padrões sonoros, por si só, podem baixar as ondas cerebrais para
alfa. A média de classificação das ondas cerebrais* segue esta sequência, de
maior para menor atividade:

 Beta: 13 a 26 Hz – alerta, com atenção ao mundo exterior;

 Alfa: 8 a 13 Hz – alerta, porém mais voltado para o interior. Estado de


relaxamento estando acordado;

 Theta: 4 a 8 Hz – estado de relaxamento, próximo à inconsciência,


estado de sonho, hipnose e meditação profunda;

 Delta: 0,5 a 4 Hz – sono profundo, sem sonhos;

 Gama: > 40 hz – estado mental de conexão com o superior.

Em geral o cérebro costuma funcionar em ondas Beta, com o cérebro em


hiperatividade, pensando o tempo todo. Neste estado o nível de estresse
costuma ser mais alto e a resolução de problemas parece ser mais difícil, pois
não se consegue pensar com clareza.

O ideal é passar a maior parte do tempo em estado Alfa, pois dessa forma o
cérebro permanece em alerta, porém o volume de pensamentos diminui e o

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nível de clareza e objetividade, aumenta. Por esse motivo a meditação é


indicada.

Quando se ouve uma música o corpo segue seu ritmo naturalmente, sem a
necessidade de se concentrar no que está acontecendo, embora essa atitude
faça com que seus efeitos sejam potencializados.

A música age como uma massagem sônica, ajudando a aliviar o estresse e a


diminuir os níveis de ansiedade. A prática regular da meditação propicia maior
contato com o eu interior, alinhamento entre mente, corpo, emoção e
inspiração, foco e tranquilidade.

Sons binaurais

As frequências binaurais são sons em oscilações diferentes que atuam no


cérebro, estimulando e alterando seu comportamento e foram descobertas
em 1839 pelo cientista alemão Heinrich Wilhelm Dove. O cérebro é capaz de
detectar a variação de sons quando são captados separadamente pelos
ouvidos e para equilibrar essa diferença, o órgão sincroniza o funcionamento
dos hemisférios esquerdo e direito o que gera uma nova frequência.

Em 1973 um estudo do biofísico Gerald Oster comprovou os benefícios


terapêuticos das frequências binaurais, usando as batidas para confirmar que
a estimulação auditiva melhora o funcionamento do cérebro.

As frequências binaurais funcionam por meio de sons com frequências


distintas para cada ouvido. O resultado dessa diferença entre as frequências
atua sobre as nossas ondas cerebrais, que podem ser modificadas se
expostas a frequências desiguais através deste estímulo.

Inclusive certos sons estimulam o cérebro a produzir alguns


neurotransmissores como a serotonina, hormônio ligado ao bem-estar, que
ajuda a reduzir a dor e aumenta o sentimento de prazer. Este é só um
exemplo de atuação.

Para ouvir os sons binaurais é preciso usar o fone de ouvido – para captar os
sons diferentes em cada um, reservar um momento do dia e praticar todos os
dias para poder entender e receber os benefícios para a mente e corpo. O
volume deve ser baixo, pois os sons são capturados pelo subconsciente

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As ondas binaurais ajudam no relaxamento e realinhamento da nossa


energia. Existem vários sons binaurais, cada um com uma finalidade, e atuam
em faixas de onda cerebral diferentes.

Há duas ressalvas: recomenda-se que enquanto estiver escutando não opere


carros ou máquinas, pois alguns sons baixam as ondas cerebrais,
prejudicando a capacidade de atenção, e seja criterioso na escolha do
material. Para fazer efeito as ondas precisam ser perfeitamente equalizadas e
limpas de ruídos e distorções, portanto muitas faixas regravadas ou
recompartilhadas perdem sua função.

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Mantras

O mantra é a emissão de sons de forma rítmica e compassada. Os sons são


utilizados com o objetivo de elevar o estado vibratório da pessoa, de modo a
promover harmonização.

Para que os efeitos sejam percebidos é necessário que a vocalização seja o


mais próximo do correto em relação à entonação, ritmo e timbre.

É possível observar os efeitos da emissão de um mantra em laboratório:


atuando no Sistema Nervoso Autônomo e no Sistema Nervoso Autônomo
Parassimpático, a emissão dos mantras estimula órgãos, glândulas e centros
psíquicos do corpo.

Os efeitos da emissão de mantras é potencializado quando ao mesmo tempo


em que o som é emitido, realiza-se a visualização de uma cor. Cada pessoa
pode reagir de forma diferente, porém todas as pessoas observadas, ao
receber a energia da entoação de mantras, demonstram resultados positivos
no corpo e na mente, pois conseguem perceber que estão sendo
harmonizadas pelo pode de ressonância, equilibando o interior com impacto
no exterior.

Após a entoação de mantras algumas pessoas registram sentir cheiros e


sabores inexplicáveis.

Alguns dos mantras mais conhecidos são: Aieouah, Amar, Amen, Amon,
Aum, Cauan, Há, Ham, Hu, Yahuvah, Yeouvah, Kien Da Li Sin Son Kan Gon

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Kon, Lan, Ma, Mam, Mon, Om, Om Mani Padmi Um, Omen, Pam, Qui, Ra,
Ram, Rama, Sam, Tuam, Tzil, Van.

Os mantras também estão associados ao trabalho com os chakras. Cada


chakra ressoa com um mantra específico. Quando esses mantras são
expressados, ajudam a trazer os respectivos chakras ao reequilíbrio, através
de sua vibração.

Uma forma bastante eficiente de entoar mantras é a utilização do japamala. O


japamala é uma espécie de rosário budista, constituído por 108 contas, que
podem ser divididas por 2, 4 ou 10.

Cada conta do japamala pode ser utilizada para entoar um mantra, de modo
que, após entoado, passa-se para a próxima conta, e assim por diante. Dessa
forma, fica mais fácil manter a constância e a concentração.

Cores e mantras dos chakras:

Chakra básico: vermelho - Mantra LAM

Chakra umbilical: laranja - Mantra VAM

Chakra do Plexo Solar: amarelo - Mantra RAM

Chakra cardíaco: verde/rosa - Mantra YUM

Chakra laríngeo: azul claro - Mantra HUM (h com som de R)

Chakra do Terceiro Olho: Azul índigo - Mantra OM

Chakra da Coroa: Violeta - Mantra: ficar em silêncio

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Sinos

Os sinos em geral tem as mesmas finalidades: reequilibrar o campo


energético, dispersar energias densas do ambiente, atuar sobre os chakras,
renovar o campo vibracional com propriedades terapêuticas.

Sua origem é no Himalaia, se espalhando por toda a Ásia, e não só no Tibet,


como o nome sugere (sino tibetano). O som é puro, profundo e límpido.

Os principais benefícios de sinos tibetanos usados com finalidade terapêutica


e massagem sônica são:

- Relaxar corpo e mente;

- Ativar a criatividade;

- Aliviar tensões emocionais;

- Renovar a energia;

- Aliviar o estresse;

- Favorece a meditação e introspecção;

- Reduzir dores musculares.

A cuenca parece com um pote redondo, feito com uma liga específica de sete
metais – prata, ouro, ferro, cobre, mercúrio, estanho e chumbo, que
correspondem os setes astros do nosso sistema solar. Para tocar é preciso
girar um bastão de madeira em sua borda.

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Confira abaixo alguns modelos:

Sino tibetano

Sino-dos-ventos

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Sino tibetano – cuencas

Sino tibetano – címbalo

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Os sons e os elementos da natureza

Os sons também tem ligação com os elementos naturais da Terra. Veja o que
cada um representa, e quais são seus sons:

Madeira: elemento ligado ao fígado e vesícula biliar, sua emoção excessiva é


a raiva. Para aliviar, o som é "Ch", com som de x, e ao finalizar o mantra, a
boca deve se fechar levemente em "u".

Fogo: este elemento é ligado ao coração e intestino delgado, e sua emoção é


a alegria em excesso (euforia). O mantra para aliviar é Ru, conforme é
pronunciado na palavra "Ruth".

Terra: este elemento está ligado ao baço e estômago. Sua emoção excessiva
é a apatia, letargia, e o mantra para trabalhar com este elemento é "Ruuuu",
parecido com o anterior, porém mais longo.

Metal: está ligado aos pulmões e intestino grosso. Sua emoção excessiva é a
tristeza, e o som para ajudar neste caso é SI-a, entonação prolongada e em
sussurro.

Água: este elemento está ligado aos rins e bexiga. e sua emoção excessiva é
o medo. o som Cruuuiii deve ser proferido em entonação baixa.

E ainda, para equilibrar o sistema triplo aquecedor, fundamental para o


equilíbrio da energia vital, o som é Siii, e deve ser expresso com um sorriso.

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Como utilizar as músicas na prática:

Instruções:

- Comece a ouvir as músicas por um período mínimo de 15 minutos, sendo


que o ideal são de 30 minutos até 1 hora;

- É interessante poder manter uma rotina diária no mesmo horário, sendo


recomendável logo de manhã e/ou antes de dormir. Se tratar dois
sentimentos faça um em cada período;

- Implemente a rotina por no mínimo 7 dias e realize as sessões até perceber


que os sentimentos tratados estão suavizados.

- Após identificar os sentimentos a serem tratados (no máximo, dois de cada


vez), selecione as músicas para as sessões. Recomenda-se ouvir várias
opções para esta finalidade e criar uma playlist com aquelas que considerar
mais agradáveis;

Prática:

- Fique em uma posição confortável, ou seja, sentado ou deitado, procure


desligar o telefone e ficar em ambiente tranquilo;

- Se desejar, pode utilizar fones de ouvido para absorver todos os acordes;

- Entregue-se à experiência musical, mergulhe na absorção auditiva;

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- Imagine que sua respiração e sistema circulatório e fisiológico estão


funcionando na frequência musical;

- Se desejar potencializar a ação da música, realize no mínimo sete


respirações profundas, enchendo o abdômen da inspiração, e esvaziando
completamente na expiração;

- Para relaxar você pode comandar mentalmente que cada parte do corpo
seja relaxada, como por exemplo: “meus pés estão relaxados... agora, minhas
pernas estão relaxadas... meu abdômen está completamente relaxado...” e
assim por diante, até terminar com o topo da cabeça;

- Se desejar usar a música como meio de reequilíbrio de determinadas partes


do corpo – por exemplo, onde sinta algum desconforto ou dor – imagine, ao
ouvir a música, que esta está tocando no órgão ou região afetada, como se
estivessem recebendo uma massagem musical;

- Finalize a sessão realizando três respirações profundas, abra os olhos e


perceba com calma o ambiente à sua volta. Só depois continue suas
atividades, se for o caso. Evite sair da sessão musical bruscamente para não
perder seus efeitos.

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Bibliografia

Todas as imagens são do Canva: www.canva.com

Fontes de pesquisa:

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Benenzam, Roland. Teoria da Musicoterapia. Summus Editorial.

Campadello, Pier. Musicoterapia na autocura. Editora Maltese. São Paulo,


1995.

Dale, Cindy. Manual do corpo sutil. Editora Cultrix. São Paulo. 2017.

Fregtman, Carlos D. O Tao da música. Editora Pensamento.

Gardner, Joy. Cura Vibracional através dos chakras. Editora Pensamento.


São Paulo, 2006.

Gattino, Gustavo. Musicoterapia e Autismo: teoria e prática. Memnom Edições


Científicas.

Nail, Neil. Curso de Terapia Holística e Complemetar. Editora Nova Era. Rio
de Janeiro. 2015

Tame, David. O poder oculto da música. Editora Cultrix.

Revista Destino, exemplar nº 17.

Revista Destino, exemplar nº 5.

Links:

http://www.e-familynet.com/artigos/index.php?action=showcat&cat=68

https://paisefilhos.uol.com.br/crianca/9-beneficios-que-a-musica-proporciona-
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https://blog.app-zen.com/voce-sabe-o-que-sao-as-frequencias-binaurais/

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https://gazetanews.com/voce-sabe-o-que-e-sino-tibetano-e-quais-seus-
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http://neuroser.pt/2015/07/27/a-musicoterapia-na-demencia/

https://revistacrescer.globo.com/Bebes/Sono/noticia/2018/06/musica-classica-
para-o-bebe-dormir-funciona-mesmo.html

http://comoeducarseusfilhos.com.br/blog/5-musicas-classicas-que-seu-filho-
nao-pode-deixar-de-escutar/

https://soumamae.com.br/musica-clasica-para-criancas-escutar/

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