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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

Centro de Ciências Exatas e Tecnologia - CCET


Disciplina: Equações Diferenciais Ordinárias
Alunos: Samuel Cantoaria Ferreira e Jairo Sousa Santos

Lista 2: Resolução
1. Resolver a equações diferenciais, esboçar o gráfico e desenhar o campo de direções.
(a) y ′ = 3 − 2y

Neste caso, temos uma EDO linear de 1ª ordem que pode ser resolvida pelo método das
variáveis separáveis, que consiste em organizar os termos de forma a possibilitar a aplicação
da integral de ambos os lados da equação.
Assim, podemos escrever a equação como
1
dy = dt
3 − 2y
integrando de ambos os lados
Z Z
1 1
dy = dt ⇐⇒ − ln|3 − 2y| + c1 = t + c2
3 − 2y 2
onde c1 e c2 são constantes.
A fim de encontrar a função, podemos isolar os temos que contém y em um dos lados da
equação:
ln|3 − 2y| = −2t − 2(c2 − c1 )
dessa forma, podemos considerar −2(c2 − c1 ) = c3 já que todos os termos são constantes.
Então, aplicando a função exponencial de ambos os lados, temos
3 − 2y = e−2t+c3 = e−2t · ec3
e c3 3
se definirmos c = − , temos uma familia de soluções na forma y(t) = ce−2t +
2 2

Figura 1: Gráfico do campo de direções (em azul) com algumas soluções para a equação.

1
(b) y ′ = −1 − 2y

Assim como no caso anterior, esta equação é de 1ª ordem e pode ser resolvida pelo método
das variáveis separáveis. Observado a semelhança das equações, podemos buscar generalizar
a solução para toda EDO no formato:
y ′ = a + by (1)
onde a e b são constantes.
Portanto, aplicando o procedimento da questão 1.a), chegamos à conclusão que uma familia
de funções que satisfazem a Eq.1 podem ser escritas como
a
y(t) = cebt − (2)
b
onde c é uma constante que depende das condições iniciais de um dado problema.
Para esta questão, aplicamos a Eq.2 para a = −1 e b = −2, assim encontrando a familia
de soluções:
1
y(t) = ce−2t −
2

Figura 2: Gráfico do campo de direções (em azul) com algumas soluções para a equação.

(c) y ′ = 3sen(t) + 1 + y

Neste caso, a EDO não pode ser resolvida pelo método de variáveis separáveis. Entretanto,
podemos utilizar o método do fator integrante, onde dado uma equação no formato
dy
+ P (t)y = f (t) (3)
dt

sendo o fator integrante µ(t) definido como


R
P (t)
µ(t) = e

2
Assim, podemos encontrar o fator integrante da equação proposta da segunte forma:
dy
− y = 3sen(t) + 1 =⇒ P (t) = −1
dt
R
−1dt
µ(t) = e = e−t
multiplicando o fator integrante por todos os termos da equação, temos

dy d
e−t − e−t y = e−t (3sen(t) + 1) ⇐⇒ (e−t y) = e−t (3sen(t) + 1)
dt dt
dessa forma podemos integrar de ambos os lados. Fazendo isso, a derivada do lado esquerdo
se cancela e o lado esquerdo é integrado por partes, de forma a temos a expressão a seguir:

3
e−t y = − e−t (cos t + sen t) − e−t + c
2
onde c é uma constante proveniente das integrações. Portanto, conclui-se que a familia de
soluções que satisfazem a EDO tem o formato
3
y(t) = cet − (cos t + sen t) − 1
2

Figura 3: Gráfico do campo de direções (em azul) com algumas soluções para a equação.

2. Encontre a solução do problema de valor inicial dado, esboce o gráfico e desenhe o campo de
direções.
(a) y ′ − y = 2te2t , y(0) = 1

Semelhantemente à questão 1.c), esta equação se trata de uma EDO linear de 1ª ordem que
pode ser resolvida utilizando o método do fator integrante. Portanto, para este caso, P (t) =
−1 fazendo com que o fator integrante seja dado por µ(t) = e−t . Como feito anteiormente,
podemos multiplicar o fator integrante por todos os membros da equação, de modo a ser
possível simplificar utilizando a regra do produto:

3
dy d
− e−t y = 2tet ⇐⇒ (e−t y) = 2tet
e−t
dt dt
integrando de ambos os lados

e−t y = 2et (t − 1) + c

y(t) = 2e2t (t − 1) + cet (4)


pelas condições iniciais, temos

y(0) = 1 = 2e2·0 (0 − 1) + ce0 ⇐⇒ 1 = −2 + c


c=3
substituindo c na Eq.4, chegamos à solução do problema
y(t) = 2e2t (t − 1) + 3et

Figura 4: Gráfico do campo de direções (em azul) com a solução que passa pelo ponto y(0) = 1.

(b) y ′ + 2y = te−2t , y(1) = 0

Nesta equação, também podemos aplicada o fator integrante, sendo µ(t) = e2t , já que
P (t) = 2. Portanto, temos

dy d
e2t
+ 2ye2t = t ⇐⇒ (e2t y) = t
dt dt
integrando de ambos os lados da equação

1 1
e2t y = t2 + c ⇐⇒ y(t) = e−2t ( t2 + c) (5)
2 2
pela informação dada no enunciado, podemos encontrar a função tal que y(1) = 0

4
1 1
y(1) = 0 = e−2 ( + c) ⇐⇒ c = −
2 2
substituindo c na Eq.5 temos a solução do problema

y(t) = 21 e−2t (t2 − 1)

Figura 5: Gráfico do campo de direções (em azul) com a solução que passa pelo ponto y(1) = 0.

2 cos(t)
(c) y ′ + y = , y(π) = 0, t > 0
t t2
2
Para esta EDO, o fator integrante é dado por µ(t) = t2 , pois P (t) = . Portanto, aplicamos
t
o produto de todos os termos da equação pelo fator integrante, obetendo a expressão:

dy d
t2 + 2ty = cos t ⇐⇒ (t2 y) = cos t
dt dt
integrando a equação, temos

1
t2 y = sen t + c ⇐⇒ y(t) = (sen t + c)
t2
com a condição inicial y(π) = 0 podemos encontrar o valor da constante c

0 c
y(π) = 0 = 2
+ 2
π π
c=0
assim temos a solução do problema
sen t
y(t) =
t2

5
Figura 6: Gráfico do campo de direções (em azul) com a solução que passa pelo ponto y(π) = 0.

(d) ty ′ + (t + 1)y = t, y(ln 2) = 1, t > 0

De maneira a aplicar o método do fator integrante, podemos dividir todos os termos da


equação por t, assim obtendo uma equação no formato da Eq.3:
dy 1 R
+ (1 + )y = 1 =⇒ µ(t) = e 1+1/t dt = tet
dt t
aplicando o fator integrante na equação, temos

dy d
tet + (tet + et )y = tet ⇐⇒ (ytet ) = tet
dt dt
integrando a equação

1 cet
ytet = et (t − 1) + c ⇐⇒ y(t) = 1 − +
t t
com a condição inicial, encontramos o valor da constante

1 c
y(ln 2) = 1 − + =1
ln 2 2ln 2
c 1
= ⇐⇒ c = 2
2ln 2 ln 2
assim, temos a função que é solução do problema

1 2e−t
y(t) = 1 − +
t t

6
Figura 7: Gráfico do campo de direções (em azul) com a solução que passa pelo ponto y(ln 2) = 1.

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