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Quem é Deus?

Esta, sem dúvida, é uma resposta muito intrigante, não só para aqueles que não fazem
parte de uma esfera religiosa, como também para aqueles e aquelas que, dotados de uma certa
dosagem de senso religioso, procuram saber quem é este Ser que tudo governa e tudo sabe.
Na verdade, o conceito de Deus é algo, podemos afirmar simplesmente inaceitável. Dele, no
diz o Catecismo da Igreja Católica ‘’nunca poderemos apreender o que ele é, mas, sim, o que
ele não é’’. (cf. CIC, n° 185ss). Ou seja, Deus, embora se nos tenha revelado em diversas
formas e de várias maneiras ao longo da tradição judaico-cristã, culminado esta mesma
revelação na pessoa, vida e obras de Jesus de Nazaré, dele jamais o pensamento humano
conseguirá descrevê-lo em sua totalidade.
Cada religião, povo e cultura foram, ao longo da história da humanidade, cunhando
diversas formas para se chegar a uma definição precisa acerca da ‘’esfera divina’’. A própria
palavra ‘’Deus’’ surgiu a partir das tradições e culturas religiosas. Ela denota pela própria
designação algo ou alguma coisa que transcende a nossa capacidade de compreensão. Para o
cristão-católico, Deus apresenta-se com unidade que se revela como Pai que cria, como Filho
que salva e como Espírito que renova esta mesma criação. Assim, a esse mistério, dá-se o
nome ou designação de Santíssima Trindade.
Deus é uma unidade perfeita, cuja essência jamais conheceu ou conhecerá a corrupção
do pecado. Esta realidade nós já a encontramos nas primeiras páginas do livro do Genesis,
onde se nos apresenta o Onipotente que cria o mundo e o consagra com a sua Palavra: ‘’... E
tudo era muito bom’’ (cf. Gn 1,31). Se tudo o que Deus fez é bom, então podemos perceber
que o mundo, o homem, a natureza e tudo o que o compõe também são maravilhosamente
boas, porque, o universo nada mais é do que a expressão viva de Deus que, por pura graça e
bondade o criou livremente. Mas, se Deus é pura bondade e nele não pode haver corrupção,
como se explica a presença do mal naquilo que por ele foi criado? O pecado não é um desejo
de Deus. Mas, sim, fruto da inveja do diabo que, por livre decisão de sua vontade, sujeitou-se
ao afastamento da presença divina.
Comumente encontramos pessoas que afirmam o tempo todo que a maldade, a morte
e o sofrimento são e têm origens num Deus punitivo, que a todo custo está à espreita do ser
humano para condená-lo ao inferno. Na verdade, todas essas coisas têm uma afirmação na
falta de um estudo mais aprofundado e fundamento na palavra de Deus. O mal, afirma o livro
da Sabedoria, ‘’entrou no mundo por inveja do diabo’’ (cf. Sb 2,24). Mas ‘’Deus que é rico
em misericórdia’’ (cf. Ef 2,4-10), enviou-nos o seu Filho amado para nos libertar da morte e
abrir-nos o caminho da Salvação, que readquirimos na Paixão de Cristo. No decorrer da
salvação, Deus sempre se mostrou cheio de compaixão pelo seu povo. Isso nos faz entender
que Deus não é uma realidade inacessível ao ser humano. Ele mesmo vai o encontro do
homem e lhe apresenta seu plano de amor salvífico.
Deus constantemente esteve e está ao lado do homem. E esta realidade manifesta-se
desde a criação até o dia de hoje, onde, com a Igreja, o Senhor continua a tornar presente e
atuante o seu mistério de Salvação para todos os povos. Com efeito, a partir do mistério da
Igreja – pensada por Deus desde toda a eternidade e selada pelo sangue de Cristo – é que o
Senhor mesmo nos prova ainda mais o seu amor pela criatura humana e o seu desejo
profundo de conduzir e cuidar de sua grei quando, enfim, um dia a humanidade inteira
‘’libertada de toda a maldade e fraqueza poderá cantar em ação de graças as maravilhas do
Cristo que vive para sempre’’ (cf. Oração Eucarística VII, sobre reconciliação I).

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