Anabela de Sá Marques, Engenheira Civil, moradora na Rua Dias Ferreir a, nº 28, 3000-139
Coimbra, contribuinte n.º 197256449, inscrita na Ordem dos Engenheiros sob o n.º 35327, declara,
para efeitos do disposto n.º 1 do artigo 10º do Decreto-Lei 555/99, de 16 de Dezembro, na redacção
que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei n.º 26/2010 de 30 de Março, que o Projecto de
Comportamento térmico em Edifícios, relativo à obra de ECOCENTRO – VALORIZAÇÃO
AMBIENTAL, situada na Zona Industrial de Cedrim, Freguesia de Cedrim, Sever do Vouga, cujo
licenciamento foi requerido pela Câmara Municipal de Sever do Vouga, pessoa coletiva 502 704 977,
observa as normas legais e regulamentares aplicáveis, designadamente as normas técnicas gerais e
específicas da construção, bem como as disposições regulamentares aplicáveis ao projecto indicado,
bem como o Decreto-Lei 118/2013 de 20 de Agosto.
A técnica,
PROJECTO DE COMPORTAMENTO TÉRMICO DE EDIFÍCIOS
ÍNDICE
1 – Introdução
2 – Localização 1
2.1 - Distância à Costa 1
2.2 - Rugosidade /Altitude 1
3 - Descrição geral 2
3.1 - Peças desenhadas 2
3.2 - Definição do edifício 2
4 - Definição da envolvente 3
4.1 - Tipos de envolvente. 3
4.2 - Definição dos espaços não úteis e parâmetro τ 3
4.3 - Definição da envolvente 3
5 - Soluções construtivas 3
5.1 - Paredes exteriores 1 4
5.2 - Paredes exteriores 2 4
5.3 – Pontes térmicas (pilares) 4
5.4 – Paredes interiores com ENU 4
5.5 – Pavimento interior sobre ENU 5
5.6 – Pavimento sobre exterior 5
5.7 – Cobertura exterior 5
5.8- Envidraçados 6
6 - Requisitos mínimos 6
6.1 - Envolvente opaca 6
6.2 – Envidraçados 6
7 - Obstrução dos envidraçados 6
7.1 - Obstrução -Estação de aquecimento 6
7.2 - Obstrução -Estação de arrefecimento 7
8 - Inércia térmica 7
9 - Perdas por ventilação 7
10 - Necessidades de aquecimento de águas sanitárias 8
11 - Sistema de climatização 9
12- Número máximo de ocupantes 9
13- Horário 10
14- Perfis definidos 10
15- Equipamentos 10
16- Iluminação 10
17 - Análise dos resultados 11
18 – Medidas de melhoria 11
19 - Direcção Técnica da Obra 11
ANEXOS
Ficha Nº1
Ficha Nº2
Folhas de cálculo
Relatório do SOLTERM
PEÇAS DESENHADAS
- Planta de implantação.
- Plantas de arquitectura.
- Alçados de arquitectura.
- Cortes de arquitectura.
- Envolventes.
- Envidraçados.
- Pormenores de térmica.
1 - Introdução.
O presente projecto refere-se ao estudo do Comportamento Térmico de uma edificação, relativo à obra
de ECOCENTRO – VALORIZAÇÃO AMBIENTAL, situada na Zona Industrial de Cedrim, Freguesia de
Cedrim, Sever do Vouga, cujo licenciamento foi requerido pela Câmara Municipal de Sever do Vouga.
Para a elaboração do presente projecto teve-se em consideração a legislação em vigor,
nomeadamente o Decreto-Lei nº 118/2013 de 20 de Agosto.
2 – Localização
1
3 - Descrição geral
Trata-se de uma edificação, em Sever do Vouga, Concelho de Sever do Vouga, Distrito de Aveiro
numa zona climática I2 (aquecimento) e V2 (arrefecimento), a 32.41 km da costa, a uma altitude de
333 m. A duração da estação de aquecimento é de 6.9 meses e de arrefecimento é de 4.0 meses, o
número de graus-dia é 1.648 ºC.dia, a temperatura média do ar exterior na estação de aquecimento é
8.1 ºC e de arrefecimento é 20 ºC. São constituídas por Piso 0 (por escritório, átrio, instalações
sanitárias, espaço técnico e armazém) e Piso 1 (por sala de formação, átrio e 2 instalaçãoes
2
sanitárias) com uma área útil de pavimento de 93.07 m e pé-direito médio de 2.94 m.
Parte da edificação tem paredes exteriores, paredes interiores com ENU, pavimento interior sobre ENU
, pavimento exterior e cobertura exterior.
No projecto existem fachadas a NW, SE, SW e NE. Está previsto um sistema de produção das águas
quentes sanitárias, através de um termoacumulador eletrico e está previsto um sistema de
aquecimento ou arrefecimento do meio ambiente
.
Os pormenores construtivos que constituem a edificação em causa, serão apresentados no capítulo
correspondente.
Podemos definir algumas características do edifício, que serão necessárias para o estudo térmico, tais
como:
Edifício Ecocentro
Localização Zona Industrial de Cedrim-Sever do Vouga
Altura da Fachada ao solo (m) 6m
Do regulamento :
Zona climática de Inverno (I) : I2
Número de graus-dias (GD) : 1.648 º C.dias
Sever do Vouga Duração da estacão de aquecimento (M) : 6.9 meses
Zona climática de Verão (V) : V2
2
4 - Definição da envolvente
Após análise das peças desenhadas que constituem ou definem a construção em causa, podemos
concluir que existe:
envolvente exterior
envolvente sem requisitos térmicos
envolvente interior
Foram definidos os espaços não úteis, e calculados os valores de btr, para cada uma das situações.
Para terminar o valor de btr, temos de considerar o tipo de espaço não-útil e a relação entre as áreas
dos elementos que separam os dois espaços e dos elementos que separam o espaço não-útil do
exterior:
Ai (área que separa o espaço não-útil de espaços úteis)
btr >0,70 = > Elemento que separa o espaço útil interior do espaço não útil, tem requisitos mínimos
regulamentares definidos na Portaria nº349-B/2013, para elementos exteriores da envolvente.
btr <0,70 = > Elemento que separa o espaço útil interior do espaço não útil, tem requisitos mínimos
regulamentares definidos na Portaria nº349-B/2013, para elementos interiores da envolvente.
5 - Soluções construtivas
Existem soluções construtivas diferentes para as paredes exteriores, tendo-se determinado o valor de
U para cada uma das soluções.
3
5.1 - Paredes exteriores, tipo 1
U
CAMADA ρ (Kg/m3) λ (W/mºC) e (m) m (Kg/m2) M (Kg/m2) R (m2ºC/W)
(W/m2ºC)
Rse 0,04
Betão 2300 2 0,25 575,00 0,13
Isolamento térmico XPS 20 0,04 0,06 1,20 7,10 1,50 0,54
Gesso cartonado 568 0,25 0,0125 7,10 0,05
Rsi 0,13
0,32 583,30 1,85
U
CAMADA ρ (Kg/m3) λ (W/mºC) e (m) m (Kg/m2) M (Kg/m2) R (m2ºC/W)
(W/m2ºC)
Rse 0,04
Chapa 7900 17 0,015 118,50 0,00
Caixa de ar - - 0,03 - 0,18
Isolamento térmico XPS 20 0,04 0,06 1,20 243,50 1,50 0,34
Bloco de betão 860 0,234 0,25 215,00 1,07
Reboco 1900 1,3 0,015 28,50 0,01
Rsi 0,13
0,37 363,20 2,93
U
CAMADA ρ (Kg/m3) λ (W/mºC) e (m) m (Kg/m2) M (Kg/m2) R (m2ºC/W)
(W/m2ºC)
Rse 0,04
Chapa 7900 17 0,015 118,50 0,00
Caixa de ar - - 0,03 - 0,18
Isolamento térmico XPS 20 0,04 0,06 1,20 603,50 1,50 0,50
Betão 2300 2 0,25 575,00 0,13
Reboco 1900 1,3 0,015 28,50 0,01
Rsi 0,13
0,37 604,70 1,99
Refere-se a paredes interiores com ENU1 (armazém no piso 0) e paredes interiores com ENU2
(espaço técnico nas escadas no piso 0). Não tem requisitos térmicos pois os espaços ENU1 e ENU2,
têm valor de btr<0.70, por isso as paredes não têm requisitos térmicos
4
5.5 - Pavimentos interiores sobre ENU
Refere-se a pavimentos interiores com ENU1 (armazém no piso 0) e pavimentos interiores com ENU2
(espaço técnico nas escadas no piso 0). Não tem requisitos térmicos pois os espaços ENU1 e ENU2,
têm valor de btr<0.70, por isso as paredes interiores não têm requisitos térmicos
U
CAMADA ρ (Kg/m3) λ (W/mºC) e (m) m (Kg/m2) M (Kg/m2) R (m2ºC/W)
(W/m2ºC)
Rsi 0,17
Pavimento cerâmico 750 0,23 0,015 11,25 0,07
Betonilha 1800 1,30 0,18 324 0,14
Laje maciça 2300 2 0,22 506,00 0,11
841,25 0,45
Isolamento térmico XPS 20 0,04 0,06 1,2 1,50
Caixa de ar - - 0,03 - 0,18
Chapa 7900 17 0,015 118,5 0,00
Rsi 0,04
0,52 960,95 2,20
Cobertura exterior-Ascendente
U
CAMADA ρ (Kg/m3) λ (W/mºC) e (m) m (Kg/m2) M (Kg/m2) R (m2ºC/W)
(W/m2ºC)
Rsi 0,10
Isolamento térmico XPS 20 0,04 0,06 1,20 1,50
Betonilha 1800 1,30 0,15 270 0,12
Laje maciça 2300 2 0,22 506 0,11
784,1 0,39
Caixa de ar - - 0,27 - 0,18
Lã rocha 50 0,04 0,02 1 0,50
Gesso cartonado 568 0,25 0,0125 7,1 0,05
Rsi 0,04
0,73 785,30 2,60
Cobertura exterior-Ascendente
U
CAMADA ρ (Kg/m3) λ (W/mºC) e (m) m (Kg/m2) M (Kg/m2) R (m2ºC/W)
(W/m2ºC)
Rsi 0,17
Isolamento térmico XPS 20 0,04 0,06 1,20 1,50
Betonilha 1800 1,30 0,15 270 0,12
Laje maciça 2300 2 0,22 506 0,11
784,1 0,38
Caixa de ar - - 0,27 - 0,18
Lã rocha 50 0,04 0,02 1 0,50
Gesso cartonado 568 0,25 0,0125 7,1 0,05
Rsi 0,04
0,73 785,30 2,67
5
5.8 - Envidraçados
Os vãos são verticais, não existindo vão horizontais. Os vãos envidraçados propostos estão nas várias
fachadas. Os envidraçados não têm requisitos mínimos relativamente ao Coeficiente de Transmissão
Térmica (U).
Vãos envidraçados simples, com vidro duplo incolor com espessura da caixa-de-ar de 16mm com
4(16)4, com corte térmico. com fator solar do vidro = 0.42, de abrir, fixo e giratório, caixilharia em
alumínio, sem quadrícula (Fg=0.70), com protecção interior com cortinas opacas de cor clara (gT=0.37)
e com Uw=1 W/m2ºC.
Estes valores foram obtidos pelas tabelas técnicas da Saint-Gobain, dado que no projeto de arquitetura
estão definidos envidraçados tipo Planithermda SGG 4S
6 - Requisitos mínimos
Apresenta-se em anexo a ficha com a verificação dos requisitos mínimos da envolvente opaca.
6.2 – Envidraçados
Apresenta-se em anexo a ficha com a verificação dos requisitos mínimos dos envidraçados.
6
7.2 - Obstrução -Estação de arrefecimento
8 - Inércia térmica
Através das massas de cada elemento construtivo, obtém-se para o cálculo da inércia térmica do
edifício => Inércia Forte
O imóvel localiza-se a 32.41 km da costa, numa Região A, numa zona urbana (Rugosidade II) com o
número de fachadas expostas ao exterior (Nfach) com 2 ou mais, o edifício está protegido e a zona da
fachada é inferior.
A classe de permeabilidade ao ar das janelas é da classe 4 e as janelas não têm caixas de estores.
Está previsto equipamento (a colocar na cobertura) para exaustão de ar (com caudal nominal de 200
m3/h) e de admissão de ar (com caudal nominal de 200 m3/h) para as instalações sanitárias.
Considerou-se uma potência eléctrica de 29W (a velocidade reduzida).
Os elementos propulsores dos fluidos de transporte devem cumprir com os requisitos de eficiência
previstos na Tabela I.21 da Portaria nº 349-D/2013 de 2 de Dezembro, no ponto nº 7, considerando
as respetivas classificações de acordo com as normas IEC60034-30 e EN 13779, respetivamente
para o motor elétrico e para a potência específica, conforme enquadramento dado pelo Regulamento
(CE) N.º 640/2009 da Comissão, de 22 de julho de 2009, que dá execução à Diretiva 2005/32/CE do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 6 de julho de 2005, no que respeita aos requisitos de
conceção ecológica para os motores elétricos.
7
10 - Necessidades de aquecimento de águas sanitárias
Dado que não foi fornecida informação sobre o sistema de aquecimento de AQS (aquecimento de
águas sanitárias), considerou-se um sistema convencional para a preparação de água quente
sanitária como um termoacumulador electrico com uma eficiência η = 0.95 (valor retirado da tabela
I.07 da Portaria 349-D/2013).
Para 4 instalações sanitárias, com um duche, considerou-se : MAQS = 40l x 2.5 = 100 l
A cobertura tem exposição adequada e não é sombreada por obstáculos significativos no período que
inicia diariamente duas horas depois do nascer do Sol e termina duas horas antes do ocaso.
Apresenta-se em anexo o relatório do SOLTERM do INETI, com o cálculo detalhado.
Sever do Vouga
Orientação a Sul, Azimute 60º e com inclinação 70º
MAQS = 100 litros
Tipo Vulcano FKT-2W com 1 módulo (2.4m2) E solar = 935 Kwh/ano
Modelo típico 100 litros
Apoio a eletricidade
8
Dado que se trata de um edifício para serviços, considerou-se um MAQS de 100l, ou seja 40x2.5,
equivalente a ter 3 ocupantes. Sistema solar térmico com depósito de 100l. Painéis solares com
contribuição de energia renovável igual ou superior à calculada para um sistema com colectores
padrão com as características previstas na Portaria 349-B/2013, com colectores do tipo Vulcano FKT-
2W, com área total de 2.4 m2, inclinação 70º, orientado a Sul, Azimute 60. A energia captada pelo
sistema, numa base anual, é de 935 KWh/ano.
Os colectores solares têm de ser certificados, instalados por instaladores acreditados pela DGEG e
com o registo da instalação e manutenção em base de dados criada e gerida pela entidade gestora do
SCE.
11 - Sistema de climatização
O número máximo ocupantes considerado foi de 2 trabalhadores (de acordo com informação obtida
do dono da obra). No entanto está prevista uma sala de formação com a capacidade de 30 formandos,
que será uma ocupação exporâdica. O total é de 32 ocupantes.
9
13- Horário
De acordo com a informação do dono da obra, o horário de funcionamento do espaço em estudo é das
9h-13h e das 14h-18h
Para o horário de funcionamento estabelecido, foram criados perfis de ocupação (em %), assim como
de perfis de iluminação (em %), equipamentos (em %), climatização (ligado/desligado) e ventilação
(em %).
15- Equipamentos
16- Iluminação
10
17- Análise dos resultados
18 – Medidas de melhoria
A classe energética pode ser melhorada, desde que sejam implementadas medidas de melhoria, como
por exemplo :
- Optimizar o sistema de climatização, escolhendo um sistema que respeite os requisitos previstos na
Portaria nº 349-D/2013 de 2 de Dezembro, e aumentando o valor de COP (3.60) e EER (3.20),
previstos no projeto.
- Optimizar o sistema de AQS com termoacumulador eletrico, escolhendo um sistema que respeite os
requisitos previstos na Portaria nº 349-D/2013 de 2 de Dezembro, e aumentando o valor da resistência
(0.95), previstos no projeto.
- Escolher um sistema de iluminação que respeite os requisitos previstos na Portaria nº 349-D/2013
de 2 de Dezembro.
- Os vãos envidraçados tem protecção interior opaca com blackout de cor branca. Uma medida de
melhoria, seria prever sombreamento exterior nos vãos envidraçados de grande área, com palas de
protecção e/ou uma sistema de sombreamento como estores exteriores, grelhas reguláveis, etc.
- Ler o projecto de comportamento térmico e verificar eventuais alterações introduzidas nas soluções
construtivas;
- Em caso de dúvida deverá contactar o projectista da arquitectura e do comportamento térmico,
devendo prevalecer o contemplado no presente projecto;
- Mandar executar todas as soluções construtivas previstas no presente projecto e apenas alterar com
o consentimento por escrito do projectista do presente projecto;
- Criar um registo fotográfico de todas as soluções não visíveis a olho nu após a conclusão da obra
(isolamento de paredes, pavimentos, coberturas, desvão, tubagens de água quente, caixa de estore,
etc);
- Conferir se a qualidade das caixilharias e vidros a colocar satisfazem o previsto no projecto térmico,
criando um arquivo, com catálogos, documentos técnicos, etc dos mesmos;
- Conferir se os painéis solares são certificados, solicitar a prova que o instalador está credenciado, e
no final da obra, verificar o contrato de manutenção de 6 anos;
11
- Conferir se o equipamento para AQS satisfaz a eficiência do projecto de comportamento térmico,
guardando os dados técnicos do mesmo:
- Não dar a obra por concluída antes de serem colocados e estarem a funcionar todos os elementos
previstos no projecto, por exemplo, se for caso disso, persianas, estores, painéis solares, etc;
- Não permitir alterações dos acabamentos sem a concordância do projectista de térmica
- As opções adoptadas para o sistema de AQS, climatização e iluminação, devem respeitar os
requisitos da Portaria nº 349-D/2013 de 2 de Dezembro
O projectista,
12
CÁLCULOS E DOCUMENTOS
COMPLEMENTARES
LISTA DE DESENHOS
TÉRMICA
(Nov/2016)