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por
Phillip R. Johnson
“Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para
desonra?” (Romanos 9:21).
Este artigo considera quatro dos principais modos de ordenação dos elementos sotereológicos do
decreto eterno de Deus — com um foco particular sobre as diferenças entre o supralapsarianismo e o
infralapsarianismo. Eu resumi as diferenças no quadro comparativo abaixo. As notas explanatórias
seguem logo abaixo do mesmo.
Supralapsarianismo
Infralapsarianismo
Amyraldismo
Arminianismo
3. Permitir a Queda. 3. Eleger alguns, ignorar o restante. 3. Providenciar salvação suficiente para
todos. 3. Providenciar salvação para todos.
4. Providenciar salvação para os eleitos. 4. Providenciar salvação para os eleitos. 4. Eleger alguns, ignorar
o restante. 4. Chamado de todos à salvação.
5. Chamado do eleito à salvação. 5. Chamado do eleito à salvação. 5. Chamado do eleito à
salvação. 5. Eleger aqueles que crêem.
A distinção entre o infralapsarianismo e o supralapsarianismo tem a ver com a ordem lógica dos
decretos eternos de Deus, não com o momento da eleição. Nenhum deles sugere que os eleitos foram
escolhidos após Adão pecar. Deus fez Sua escolha antes da fundação do mundo (Efésios 1:4) — bem
antes de Adão pecar. Tantos os infra como os supra (e até mesmo muitos arminianos) concordam sobre
isto.
Esta visão (de que Deus é tão ativo na reprovação do não-eleito como Ele o é na redenção do eleito) é
mais propriamente chamada de “igualdade última” (cf. R.C. Sproul, Chosen by God [Eleitos de Deus],
142). Ela é realmente uma forma de hiper-calvinismo e não tem nada a ver com o verdadeiro e histórico
calvinismo. Embora todos os que sustentem tal visão também sustentem o esquema supralapsariano, a
visão em si mesma não é necessariamente uma ramificação do supralapsarianismo.
O supralapsarianismo é também algumas vezes, erroneamente, considerado o mesmo que hiper-
calvinismo. Todos os hiper-calvinistas são supralapsarianos, embora nem todos os supralapsarianos
sejam hiper-calvinistas. O supralapsarianismo é algumas vezes chamado de “high” calvinismo, e seus
aderentes mais extremos tendem a rejeitar a noção de que Deus tenha algum grau de sincera boa-
vontade ou significante compaixão para com os não-eleitos. Historicamente, uma minoria de calvinistas
têm sustentado esta visão.
Mas, o comentário de Boettner de que “não mais que um calvinista dentre cem sustenta a
visão"supralapsariana”, é, sem dúvida, um exagero. E, na década passada ou aproximadamente, a visão
supralapsariana parece ter ganhado popularidade.
Estas são as duas principais visões calvinistas. No esquema supralapsariano, Deus primeiro rejeitou os
réprobos, como resultado de Seu soberano beneplácito; então Ele ordenou os meios de sua condenação
através da queda. Na ordem infralapsariana, os não-eleitos foi primeiramente visto como indivíduos
caídos, e eles foram condenados somente por causa do seu próprio pecado. Os infralapsarianos tendem
a enfatizar o fato de Deus “ignorar” os não-eleitos (preterição) em Seu decreto de eleição.
5. Criar.
Note que, em acréscimo à re-ordenação dos decretos, a visão de Reymond deliberadamente enfatiza
que no decreto de eleição e reprovação, Deus estava contemplando os homens como pecadors.
Reymond escreve, “Neste esquema, diferentemente do anterior (a ordem supralapsariana clássica),
Deus é representado como discriminando entre homens vistos como pecadores, e não entre homens
vistos simplesmente como homens (Veja Robert Reymond, Systematic Theology of the Christian Faith
[Teologia Sistemática da Fé Cristã], 489). O refinamento de Reymond evita o criticismo comumente
levantado contra o supralapsarianismo — que o supralapsariano tem Deus condenado os homens à
perdição antes dEle nem mesmo contemplá-los como pecadores. Mas a visão de Reymond também
deixa a questão não-respondida de como e porque Deus deveria considerar todos os homens como
pecadores, antes que fosse determinado que a raça humana cairia (Alguns podem até mesmo
argumentar que os refinamentos de Reymond resultam numa posição que, até onde diz respeito à
distinção chave, é implicitamente infralapsariana).
“Bavinck assinalou que a apresentação supralapsariana 'não foi incorporada a nenhuma Confissão
Reformada', mas que a posição infralapsariana recebeu um lugar oficial nas Confissões das igrejas”
(Berkouwer, Divine Election, 259).
A discussão de Louis Berkhof das suas visões (em sua Teologia Sistemática) é útil, embora ele pareça
favorecer o supralapsarianismo. Eu tomo a visão infralpasariana, como Turretin, a maioria dos teólogos
de Princeton, e a maioria dos líderes do Seminário de Westminster (por exemplo, John Murray). Estes
assuntos foram o cerne da controvérsia da “graça comum” na primeira metade do século XX. Herman
Hoeksema e aqueles que seguiram-no tomaram uma posição supralapsariana tão rígida que eles, no
final das contas, negaram o próprio conceito de graça comum.
Finalmente, veja o quadro abaixo, que compara estas visões com o Amyraldianismo (um tipo de
calvinismo de quatro-pontos) e o Arminianismo. Minhas notas em cada visão (abaixo), identifica alguns
dos maiores defensores de cada visão.
Supralapsarianismo
† Beza sustentava esta visão. Embora freqüentemente seja dito ser ele o responsável por formular a
posição supralapsariana, ele não o fez.
† Outros proponentes históricos incluem: Gomarus, Twisse, Perkins, Voetus, Witsius, and Comrie.
† Louis Berkhof parece valorizar ambas visões, mas parece tender levemente para o supralapsarianismo
(Teologia Sistemática, 120-25).
† Karl Barth sentia que o supralapsarianismo estava mais próximo do certo do que o infralpasarianismo.
† A Teologia Sistemática da Fé Cristã de Robert Reymond toma a visão supralapsariana e inclui uma
defesa prolongada do supralapsarianismo.
† Turretin diz que o supralapsarianismo é “mais duro e menos apropriado” do que o infralapsarianismo.
Ele crê que ele “não parece concordar suficientemente com a bondade inefável [de Deus]” (Elenctic
Theology, vol. 1, 418).
† Herman Hoeksema e toda a liderança das Igrejas Protestantes Reformadas (incluindo Homer
Hoeksema, Herman Hanko e David Engelsma) são supralapsarianos determinados — freqüentemente
argumentando, tanto implicitamente como explicitamente, que o supralapsarianismo é o único
esquema logicamente consistente. Esta presunção claramente contribui para a rejeição da graça comum
pelas Igrejas Protestantes Reformadas.
† De fato, os mesmos argumentos usados em favor do supralapsarianismo têm sido empregados contra
a graça comum. Assim, o supralapsarianismo tem nele uma tendência que é hostil à idéia de graça
comum (É um fato que, virtualmente, todos que negam “a graça comum” são supralapsarianos).
† Supralapsarianismo é a posição de todos que sustentam o tipo mais rígido de “dupla predestinação”.
† R. A. Webb diz que o supralapsarianismo é “abominável à metafísica, à ética e às Escrituras. Ele não é
exposto em nenhum credo calvinista e pode ser defendido somente por alguns extremistas” (Salvação
Cristã, 16). Embora seja simpatizante das convicções infralapsarianas de Webb, penso que ele exagera
grosseiramente o julgamento contra o supralapsarianismo [Webb foi um presbiteriano do século XIX].
Infralapsarianismo
† John Calvino disse algumas coisas que parecem indicar que tinha simpatia com esta visão, embora o
debate não tenha ocorrido nos seus dias de vida (veja Calvinismo de Calvino, traduzido para o inglês por
Henry Cole, 89ss; também William Cunningham, Os Reformadores e a Teologia da Reforma, 364ss).
† W. G. T. Shedd, Charles Hodge, L. Boettner, e Anthony Hoekema sustentavam esta visão.
† Tanto R. L. Dabney como William Cunningham apoiaram-se decididamente a esta visão, mas resistiram
argumentar sobre o assunto. Eles criam que todo o debate ia além das Escrituras e, portanto, era
desnecessário. Dabney, por exemplo, diz “Esta é uma questão que nunca deve ser levantada” (Teologia
Sistemática, 233). Twisse, o supralapsariano, virtualmente concordava com isto. Ele chamava a diferença
de “mera apex logicus, um ponto de lógica. E, não é mera loucura fazer uma brecha de unidade ou
caridade na igreja, meramente por causa de um ponto de lógica?” (citado em Cunningham, Os
Reformadores, 363). G.C. Berkouwer também concorda: “Somos confrontados aqui com uma
controvérsia que deve sua existência à infração dos limites colocados pela revelação”. Berkouwer
pergunta em voz alta se estamos “obedecendo o ensino da Escritura se recusamos fazer uma escolha
aqui” (Eleição Divina, 254-55).
† Thornwell não concorda que o assunto seja controvertido. Ele diz que o assunto “envolve algo mais do
que uma questão de método lógico. Ele é realmente uma questão da mais alta significância
moral...Condenação e enforcamento são partes do mesmo processo, mas ela é algo mais do que uma
questão de disposição, se um homem deve ser enforcado antes de ser condenado” (Escritos
Selecionados, 2:20). Thornwell é veementemente infralapsariano.
† O infralapsarianismo foi afirmado pelo sínodo de Dort, mas somente de maneira implícita nos
símbolos de Westminster. Twisse, um supralapsariano, foi o primeiro presidente da Assembléia de
Westminster, que evidentemente decidiu que a conduta mais sábia era ignonar a controvérsia
totalmente (embora as tendências de Westminster fossem, argumentavelmente, infralapsarianas). A
Confissão de Westminster, portanto, juntamente com a maioria dos Credos Reformados, implicitamente
afirmou o que o Sínodo de Utrecht (1905) mais tarde declarou explicitamente: “Que nossas confissões,
certamente com respeito à doutrina da eleição, seguem a apresentação infralapsariana, [mas] isto não
implica de forma alguma, uma exclusão ou condenação da apresentação supralapsariana”.
Amyraldism
† Por fazer o decreto para expiar o pecado logicamente antecedente ao decreto de eleição, Amyraut
podia ver a expiação como hipoteticamente universal, mas eficaz para os eleitos somente. Portanto, a
visão é algumas vezes chamada de “universalismo hipotético”.
† O puritano Richard Baxter abraçou esta visão, ou algo próxima à ela. Ele parece ter sido o único líder
puritano importante que não era um calvinista “completo”. Alguns discutiriam se Baxter era um
verdadeiro Amyraldiano (ver, por exemplo, George Smeaton, A Doutrina Apostólica da Expiação
[Edinburgh: Banner of Truth, 1991 reprint], Appendix, 542.) Mas o próprio Baxter parecia se considera
um Amyraldiano.
† Mas, o Amyraldismo provavelmente não deveria ser igualado totalmente com o assim chamado
“calvinismo de quatro-pontos”. Em minha própria experiência, muitos pretensos “quatro-pontos” são
incapazes de articular qualquer explicação coerentes de como a expiação pode ser universal, mas a
eleição incondicional. Assim, eu não desejo glorificar a posição deles, denominando-a de Amyraldismo
(Quem dera eles fossem tão comprometidos com a doutrina da soberania divina como Moisés Amyraut
era! A maioria dos que se chamam “quatro-pontos” são realmente cripto-arminianos).
† A. H.Strong sustentava esta visão (Teologia Sistemática, 778). Ele a chamou (incorretamente) de “sub-
lapsarianismo”.
† Henry Thiessen, evidentemente seguindo Strong, também rotulou indevidamente esta visão de “sub-
lapsarianismo” (e contrastando-o com o “infralapsarianismo”) na edição original de suas Lições em
Teologia Sistemática (343). Sua discussão nesta edição é muito confusa e patentemente errônea em
alguns pontos. Nas edições posteriores de seu livro, esta seção foi completamente reescrita.
Arminianism
† Henry Thiessen argumento esta visão na edição original de sua Teologia Sistemática. A edição revista
não mais defende explicitamente esta ordem dos decretos, mas o arminianismo fundamental de
Thiessen ainda é claramente evidente.
† A maioria dos teólogos arminianos recusa tratar do decreto eterno de Deus, e arminianos extremos
até negam o próprio conceito de um decreto eterno. Aqueles que reconhecem o decreto divino,
contudo, devem parar de fazer a eleição contingente à resposta do crente ao chamado do evangelho.
Deveras, esta é toda a essência do arminianismo.
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Proclamando o Evangelho Genuíno de CRISTO JESUS, que é o poder de DEUS para salvação de todo
aquele que crê.
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