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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL

ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

AGROTÓXICOS:
APLICAÇÃO COM
PULVERIZADOR
COSTAL MANUAL
“O SENAR-AR/SP está permanentemente
empenhado no aprimoramento profissional e
na promoção social, destacando-se a saúde
do produtor e do trabalhador rural.”
FÁBIO MEIRELLES
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Gestão 2020-2024

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

JOSÉ CANDEO SERGIO ANTONIO EXPRESSÃO


Vice-Presidente Diretor 2º Secretário

EDUARDO LUIZ BICUDO FERRARO MARIA LÚCIA FERREIRA


Vice-Presidente Diretor 3º Secretário

MARCIO ANTONIO VASSOLER LUIZ SUTTI


Vice-Presidente Diretor 1º Tesoureiro

TIRSO DE SALLES MEIRELLES PEDRO LUIZ OLIVIERI LUCCHESI


Vice-Presidente Diretor 2º Tesoureiro

ADRIANA MENEZES DA SILVA WALTER BATISTA SILVA


Diretor 1º Secretário Diretor 3º Tesoureiro

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL


ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
CONSELHO ADMINISTRATIVO

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

DANIEL KLÜPPEL CARRARA SUSSUMO HONDO


Representante da Administração Central Representante do Segmento das Classes Produtoras

ISAAC LEITE JOSÉ MAURÍCIO DE MELO LIMA VERDE


Presidente da FETAESP GUIMARÃES
Representante do Segmento das Classes Produtoras

MÁRIO ANTONIO DE MORAES BIRAL


Superintendente

JAIR KACZINSKI
Gerente Técnico
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

AGROTÓXICOS:
APLICAÇÃO COM
PULVERIZADOR COSTAL
MANUAL

Solymar Ghizzi Bentos

Júlio Cezar Marques Soares

Luiz Atílio Padovan


SENAR-AR/SP
São Paulo - 2018
IDEALIZAÇÃO
Fábio de Salles Meirelles
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

SUPERVISÃO GERAL
Teodoro Miranda Neto
Chefe da Divisão de Formação Profissional Rural do SENAR-AR/SP

RESPONSÁVEL TÉCNICO
Jarbas Mendes da Silva
Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

AUTORES
Solymar Ghizzi Bentos - Engenheiro Agrônomo/Pedagogo
Júlio Cezar Marques Soares - Engenheiro Agrônomo
Luiz Atílio Padovan - Engenheiro Agrônomo

COLABORADORES FOTOS
Fatec Shunji Nishimura - Pompeia/SP Amauri Benvindo Maciel
Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia -
Pompeia/SP REVISÃO GRAMATICAL
Máquinas Agrícolas JACTO S.A André Pomorski Lorente
Marcelo Brotto e Outros - Fazenda Vista Alegre -
Monte Mor/SP DIAGRAMAÇÃO
Sindicato Rural de Monte Mor Thais Junqueira Franco
Sindicato Rural de Sorocaba Diagramadora do SENAR-AR/SP

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD

Bentos, Solymar Ghizzi


Agrotóxicos: aplicação com pulverizador costal manual / Solymar
Ghizzi Bentos, Júlio Cezar Marques Soares, Luiz Atílio Padovan. –
São Paulo : SENAR/AR-SP, 2018.
70 p. : il. color. ; 30 cm

Bibliografia
ISBN 978-85-7125-002-4

1. Produtos químicos agrícolas – aplicação 2 . Segurança do trabalho


I. Bentos, Solymar Ghizzi II. Soares, Júlio Cezar Marques III. Padovan,
Luiz Atílio IV. Título

CDD 632.95

Elaborado por Carolina Malange Alves - CRB-8/7281

Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a
expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.

4 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO............................................................................................................................................ 7

INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................9

APLICAÇÃO COM PULVERIZADOR COSTAL MANUAL......................................................................... 10

I. CONHECER OS ASPECTOS LEGAIS E DE SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DO PULVERIZADOR


COSTAL MANUAL.................................................................................................................................. 11
1. CONHEÇA SOBRE SAÚDE DO TRABALHADOR........................................................................... 11
2. CONHEÇA AS NORMAS DE SEGURANÇA NO TRABALHO......................................................... 11
3. CONHEÇA SOBRE ACIDENTE E DOENÇA DO TRABALHO........................................................ 11
4. CONHEÇA OS AGENTES DE RISCOS NO TRABALHO RURAL.................................................. 12
5. CONHEÇA OS AGENTES DE RISCOS NO TRABALHO COM PULVERIZADOR COSTAL
MANUAL.............................................................................................................................................. 15
6. CONHEÇA A SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA............................................................................... 16
7. CONHEÇA O USO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA............ 17
8. CONHEÇA AS NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS................................................................ 18

II. CONHECER OS TIPOS DE PULVERIZADOR COSTAL MANUAL.................................................... 19

III. CONHECER OS COMPONENTES DO PULVERIZADOR COSTAL MANUAL................................. 22


1. CONHEÇA OS COMPONENTES DO PULVERIZADOR COSTAL MANUAL................................. 22
2. CONHEÇA OS ACESSÓRIOS DO PULVERIZADOR COSTAL MANUAL...................................... 27

IV. CONHECER O FUNCIONAMENTO DO PULVERIZADOR COSTAL MANUAL................................ 29

V. CONHECER OS PARÂMETROS DA TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS......... 30


1. CONHEÇA OS FATORES QUE INTERFEREM NA APLICAÇÃO DOS AGROTÓXICOS............. 30
2. CONHEÇA A VAZÃO.......................................................................................................................... 33
3. CONHEÇA A PRESSÃO..................................................................................................................... 33
4. CONHEÇA O VOLUME DE PULVERIZAÇÃO.................................................................................. 33
5. CONHEÇA A VELOCIDADE............................................................................................................... 33
6. CONHEÇA A FAIXA DE APLICAÇÃO................................................................................................ 34
7. CONHEÇA A DISTÂNCIA DO BICO EM RELAÇÃO AO ALVO....................................................... 35

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8. CONHEÇA O TAMANHO DE GOTA.................................................................................................. 35
9. CONHEÇA A DERIVA E A EVAPORAÇÃO....................................................................................... 36
10. C ONHEÇA A COBERTURA DE APLICAÇÃO................................................................................... 36
11. CONHEÇA A FÓRMULA PARA CALIBRAÇÃO DO PULVERIZADOR............................................ 37

VI. CONHECER A PONTA DE PULVERIZAÇÃO....................................................................................... 38


1. CONHEÇA O TIPO DE PONTA.......................................................................................................... 38
2. CONHEÇA A VAZÃO DA PONTA....................................................................................................... 41
3. ESCOLHA O MATERIAL DA PONTA................................................................................................. 42

VII. FAZER A INSPEÇÃO E A MANUTENÇÃO DO PULVERIZADOR..................................................... 43


1. FAÇA A INSPEÇÃO DO PULVERIZADOR COSTAL MANUAL....................................................... 43
2. FAÇA A MANUTENÇÃO DO PULVERIZADOR COSTAL MANUAL................................................ 46

VIII. FAZER A CALIBRAGEM DO ­P ULVERIZADOR COSTAL MANUAL................................................. 49


1. FAÇA A CALIBRAGEM DO PULVERIZADOR COSTAL MANUAL PARA CULTURAS ANUAIS
(ÁREA TOTAL).................................................................................................................................... 49
2. FAÇA A CALIBRAGEM DO PULVERIZADOR COSTAL MANUAL PARA CULTURA PERENE.... 52
3. DETERMINE O NÚMERO DE TANQUES UTILIZADOS POR HECTARE..................................... 54

IX. FAZER A AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO.............................................................................................. 55

X. FAZER O PREPARO DA CALDA............................................................................................................. 57


1. CONHEÇA OS CUIDADOS NO PREPARO DA CALDA.................................................................. 57
2. DETERMINE A QUANTIDADE DE AGROTÓXICO A SER COLOCADA NO TANQUE DO
PULVERIZADOR................................................................................................................................. 58
3. FAÇA O PREPARO DA CALDA......................................................................................................... 59

XI. FAZER A APLICAÇÃO........................................................................................................................... 65


1. ATENTE PARA OS CUIDADOS ANTES DA APLICAÇÃO............................................................... 65
2. ATENTE PARA OS CUIDADOS DURANTE A APLICAÇÃO............................................................ 65
3. ATENTE PARA OS CUIDADOS DEPOIS DA APLICAÇÃO............................................................. 66

CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................................... 69

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................. 70

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APRESENTAÇÃO

O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR-AR/SP, criado em 23
de dezembro de 1991, pela Lei n° 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992,
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.

Instalado no mesmo prédio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São


Paulo - FAESP, Edifício Barão de Itapetininga - Casa do Agricultor Fábio de Salles
Meirelles, o SENAR-AR/SP tem, como objetivo, organizar, administrar e executar, em todo
o Estado de São Paulo, o ensino da Formação Profissional e da Promoção Social Rurais
dos trabalhadores e produtores rurais que atuam na produção primária de origem animal e
vegetal, na agroindústria, no extrativismo, no apoio e na prestação de serviços rurais.

Atendendo a um de seus principais objetivos, que é o de elevar o nível técnico, social e


econômico do Homem do Campo e, consequentemente, a melhoria das suas condições
de vida, o SENAR-AR/SP elaborou esta cartilha com o objetivo de proporcionar, aos
trabalhadores e produtores rurais, um aprendizado simples e objetivo das práticas agro-
silvo-pastoris e do uso correto das tecnologias mais apropriadas para o aumento da sua
produção e produtividade.

Acreditamos que esta cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os
trabalhadores e produtores, será também, sem sombra de dúvida, um importante instrumento
para o sucesso da aprendizagem a que se propõe esta Instituição.

Fábio de Salles Meirelles


Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

“Plante, Cultive e Colha a Paz”

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INTRODUÇÃO

Esta cartilha descreve, de forma detalhada e generalizada para diferentes marcas e modelos,
todos os procedimentos necessários para a aplicação de agrotóxicos com pulverizador costal
manual levando ao trabalhador as informações técnicas e de segurança para a correta
execução da operação.

Contém informações gerais sobre os tipos, componentes e a inspeção e manutenção do


pulverizador.

Trata também dos aspectos da tecnologia de aplicação e dos parâmetros para a calibragem,
enfatizando-os como itens fundamentais no processo da aprendizagem do trabalhador.

Também são descritos os aspectos legais e de segurança na operação do pulverizador


costal manual, focando as precauções para a correta execução das operações, preservando
a saúde e a segurança do trabalhador, além de interferir na melhoria da qualidade e
produtividade das pulverizações agrícolas.

O trabalhador deve atuar com segurança, minimizando os riscos pertinentes ao trabalho


rural, sendo assim é indispensável os conhecimentos adquiridos no curso de Agrotóxicos:
Uso correto e seguro – NR 31.8. Os conteúdos desses dois cursos se complementam,
proporcionando benefícios aos produtores, trabalhadores e à sociedade como um todo

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APLICAÇÃO COM
PULVERIZADOR COSTAL MANUAL
A aplicação de agrotóxicos consiste na deposição de gotas sobre um alvo desejado com
tamanho e quantidade adequados ao objetivo proposto.

A aplicação é uma operação que pode ocorrer várias vezes durante o ciclo de uma cultura,
além de ser um dos itens de grande impacto no custo da lavoura. Esses fatos, juntamente com
a questão de eficiência, segurança e o cumprimento das exigências legais desafia o produtor
rural. Por isso, as pessoas envolvidas no processo devem atualizar-se constantemente para
acompanhar esse desenvolvimento através de treinamento.

A capacitação do operador possibilita aproveitar todos os recursos que a máquina oferece,


melhorando a qualidade na aplicação, aumentando a produção do trabalho, garantindo
vida útil do equipamento, reduzindo o custo operacional, além de melhorar a segurança do
trabalhador, diminuir a contaminação ambiental e contribuir para a produção de alimentos
mais saudáveis.

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I. CONHECER OS ASPECTOS LEGAIS
E DE ­S EGURANÇA NA OPERAÇÃO DO
­P ULVERIZADOR COSTAL MANUAL
Antes do conhecimento do agrotóxico, da máquina e de suas tecnologias, é importante
conhecer os aspectos legais sobre a operação com pulverizadores, como as normas de
segurança, o manual do operador e os cuidados na operação.

1. CONHEÇA SOBRE SAÚDE DO TRABALHADOR

A saúde é o maior patrimônio do trabalhador e cabe a ele preservá-la, atentando para


as condições do seu trabalho. Ao empregador cabe oferecer todos os meios para que o
trabalho realizado pelo empregado ocorra amparado por todos os recursos possíveis, a fim
de preservar a integridade física do trabalhador.

Segundo a Organização das Nações Unidas, “saúde é um estado de completo bem-estar


físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade”.

A saúde é o resultado das condições de alimentação, educação, renda, meio ambiente,


trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso a serviços de saúde, formas de
organização social e de produção.

A preservação da saúde não traz vantagem maior a não ser aos próprios trabalhadores.

2. CONHEÇA AS NORMAS DE SEGURANÇA NO TRABALHO

Segurança é um conjunto de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de


trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade laborativa
do trabalhador.

O aplicador deve estar capacitado e autorizado para essa atividade. Para isso, deve ser capaz
de compreender as instruções inerentes a sua função, por meio de cursos de formação, e
conhecer as normas de segurança relativas ao trabalho que realiza.

Devido aos riscos de acidentes em que o trabalhador rural está sujeito, foram criadas pelo
Ministério do Trabalho e Emprego normas de segurança, que visam diminuir os acidentes no
trabalho. Especificamente, no que tange ao assunto de máquinas e implementos agrícolas,
citam-se as Normas Regulamentadoras (NRs) 06, 12 e 31.

3. CONHEÇA SOBRE ACIDENTE E DOENÇA DO TRABALHO

No ambiente de trabalho o trabalhador está exposto a diversos fatores de riscos que podem
ocasionar acidentes ou doenças de trabalho.

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3.1. Conheça o que é acidente de trabalho

No âmbito legal é considerado acidente de trabalho aquele que acontece no exercício do


trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional podendo
causar morte, perda ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho
(Lei 8.213/91 do INSS).

No conceito prevencionista, ao contrário de se constituir obra do acaso como sugere a palavra


acidente, acidentes do trabalho são fenômenos previsíveis, dado que os fatores capazes de
desencadeá-los encontram-se presentes na situação de trabalho (passíveis de identificação)
muito tempo antes de serem desencadeados.

As possíveis causas de acidentes de trabalho podem ser agrupadas em duas:

• Ato inseguro: é a maneira como as pessoas se expõem, consciente ou inconscientemente,


aos riscos de acidentes.

• Condição insegura: são condições presentes no ambiente de trabalho que oferecem


perigo ou riscos ao trabalhador.

3.2. Conheça o que é doença do trabalho

São aquelas que podem ser adquiridas ou desencadeadas pelas condições inadequadas
em que o trabalho é realizado e que expõem o trabalhador aos agentes nocivos à saúde.

As doenças do trabalho normalmente ocorrem quando há pequenas exposições ao risco por


um período prolongado, podendo aparecer meses ou anos depois.

Precaução!!!

O trabalhador deve cuidar da sua saúde diminuindo a exposição aos fatores de


riscos, pois o fato de não haver sinais ou sintomas de intoxicação imediatos não
quer dizer que a doença não possa aparecer no futuro.

4. CONHEÇA OS AGENTES DE RISCOS NO TRABALHO RURAL

Os riscos no trabalho rural são inerentes à atividade, assim o trabalhador deve estar
capacitado para o uso dos equipamentos a fim de minimizar estes riscos e assim diminuir
os acidentes.

Os riscos no ambiente laboral podem ser classificados em cinco tipos, de acordo com o
Ministério do Trabalho e Emprego.

4.1. Conheça os riscos físicos

Os agentes de risco físico são: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e
não-ionizantes, vibração, etc.

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4.2. Conheça os riscos químicos

Os agentes de risco químico são as substâncias, compostos ou produtos que possam


penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos,
gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que, pela natureza da atividade, sejam de exposição,
possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo por meio das vias dérmica, ocular,
oral e inalatória.

4.3. Conheça os riscos biológicos

São agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos, parasitos, protozoários, entre
outros.

4.4. Conheça os riscos ergonômicos

Os riscos ergonômicos são os que podem interferir nas características psicofisiológicas


do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde no longo prazo como o
levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, jornada de trabalho extenso,
repetitividade, postura inadequada de trabalho, etc.

4.5. Conheça os riscos de acidentes

Os riscos de acidentes são provocados por fatores que colocam o trabalhador em situação
vulnerável e podem afetar sua integridade e seu bem-estar físico e psíquico, como as
máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico
inadequado, curto-circuito, armazenamento e iluminação inadequados, animais peçonhentos,
uso de ferramentas inadequadas ou defeituosas, etc.

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4.6. Conheça a tabela de classificação de riscos

Cada tipo de risco é identificado por uma cor, o que facilita a sinalização, contribuindo para
a segurança a do trabalhador.

GRUPO 01 GRUPO 02 GRUPO 03 GRUPO 04 GRUPO 05


VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL

RISCO RISCO RISCO DE


RISCO FÍSICO RISCO QUÍMICO
BIOLÓGICO ERGONÔMICO ACIDENTES

Esforço físico Arranjo físico


Ruído Poeiras Vírus
intenso inadequado

Levantamento e Máquinas e
Vibrações Fumos Bactérias transporte manual equipamentos
de peso sem proteção
Exigência Ferramentas
Radiações
Névoas Protozoários de postura inadequadas ou
ionizantes
inadequada defeituosas

Radiações não Controle rígido de Iluminação


Neblinas Fungos
ionizantes produtividade inadequada

Imposição de
Frio Gases Parasitas Eletricidade
rítmos excessivos

Probabilidade
Trabalho em turno
Calor Vapores Bacilos de incêndio ou
e noturno
explosão
Substâncias
Jornada de
Pressões compostas ou Armazenamento
trabalho
anormais produtos químicos inadequado
prolongadas
em geral

Monotonia e Animais
Umidade
repetitividade peçonhentos

Outras situações
Outras situações
de risco que
causadoras de
poderão contribuir
estresse físico ou
para a ocorrência
psíquico
de acidentes

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5. CONHEÇA OS AGENTES DE RISCOS NO TRABALHO COM PULVERIZADOR
COSTAL MANUAL

Os possíveis riscos e suas medidas preventivas no trabalho com pulverizador costal manual
estão descritos na tabela de riscos a seguir:

Fonte geradora: O próprio equipamento


Ruído

Tempo de exposição: Contínuo


RISCO FÍSICO

Uso do protetor auricular e manutenção


Medidas preventivas:
preventiva no equipamento
Fonte geradora: Sol
ionizante
Não

Tempo de exposição: Contínuo

Medidas preventivas: Uso de protetor solar, mangas compridas.


Manuseio do agrotóxico no preparo da calda e
Fonte geradora:
na aplicação.
Uso de agrotóxicos
RISCO QUÍMICO

Tempo de exposição: Contínuo


Uso de EPIs para aplicação de agrotóxicos
(máscara própria para produtos orgânicos, jaleco
Medidas preventivas: e calça impermeáveis, toca árabe, viseira ou
óculos, luvas a base de nitrila e bota de PVC, em
alguns casos o uso do avental impermeável).
Fonte geradora: -
BIOLÓGICO

Não há
RISCO

Tempo de exposição: -

Medidas preventivas: -
ERGONÔMICO

Fonte geradora: Posto de trabalho inadequado.


inadequada
de postura
Exigência
RISCO

Tempo de exposição: Durante a operação de pulverização.

Medidas preventivas: Readequar o posto de trabalho.

Acessórios do implemento (parafusos, pontas


Cortes, perfurações e

Fonte geradora: de ferro, cantos da máquina, polias, tomadas de


esmagamento

força, etc.)
RISCO DE ACIDENTES

Acoplamento, inspeção e manutenção do


Tempo de exposição:
pulverizador.
Treinamento, uso de luvas e ferramentas
Medidas preventivas:
adequadas.

Fonte geradora: Abastecimento e manutenção do pulverizador.


Quedas

Durante abastecimento e manutenção do


Tempo de exposição:
pulverizador.
Medidas preventivas: Treinamento e adesivos antiderrapantes.

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6. CONHEÇA A SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

A sinalização pretende orientar e condicionar a atuação do trabalhador perante situações


de risco para as quais se pretende chamar a atenção. É uma condição básica essencial de
segurança.

O empregador deve implementar a sinalização de segurança e saúde na empresa como


componente essencial de prevenção dos riscos profissionais, associada a processos e
métodos de organização do trabalho.

A sinalização de segurança pode ser dividida em vários grupos, com seus respectivos
símbolos.

a) Sinalização de segurança e saúde – fornece indicações ou prescrições relativas à


Segurança e Saúde do Trabalho por intermédio de placas, cores, comunicações verbais
e sinais luminosos, acústicos ou gestuais.

b) Sinal de proibição – proíbe um comportamento susceptível de provocar ou se expor a


um perigo.

c) Sinal de aviso – adverte sobre um perigo ou um risco.

d) Sinal de obrigação – impõe um determinado comportamento.

e) Sinal de salvamento ou socorro – dá indicações de saídas de emergência ou meios de


socorro ou salvamento.

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f) Sinal de indicação – fornece indicações não abrangidas por sinais de proibição, aviso,
obrigação e de salvamento ou socorro.

A sinalização deve ter caráter permanente, exceto quando as situações a identificar forem
de caráter acidental, como ações específicas de evacuação ou orientação, por exemplo.

A eficácia da sinalização de segurança depende da sua localização correta, do número


suficiente e do bom estado de conservação ou funcionamento.

Atenção!!!

Mantenha sempre os decalques de segurança limpos, legíveis e troque-os quando


se danificarem.

7. CONHEÇA O USO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E


COLETIVA

Os Equipamentos de Proteção são disponibilizados pelo empregador e têm a função de


minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade
e a capacidade laborativa do trabalhador.

7.1. Conheça os Equipamentos de Proteção


Individual - EPIs

Os EPIs são todos os dispositivos utilizados


individualmente pelo trabalhador, com a
finalidade de protegê-lo contra possíveis
riscos à sua saúde ou segurança durante
a realização de determinada atividade. Um
EPI pode ser constituído de um ou mais
dispositivos que, associados, protegem o
utilizador contra diferentes riscos.

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7.2. Conheça os Equipamentos de Proteção Coletiva - EPCs

Os Equipamentos de Proteção Coletiva são utilizados no ambiente de trabalho com o objetivo


de proteger um grupo de pessoas ao mesmo tempo.

Exemplos de EPC:

• Barreiras de proteção e de proteção contra luminosidade e radiação;

• Corrimão;

• Fitas sinalizadoras;

• Placas de alertas;

• Antiderrapantes em degraus de escada e piso


antiderrapante;

• Extintores de incêndio;

• Chuveiro de segurança;

• Cones e sinalizadores.

8. CONHEÇA AS NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS

Algumas noções para prestação de primeiros socorros devem ser conhecidas pelo trabalhador.

• Não tente remover objetos estranhos dos olhos. Deixe que o pessoal médico qualificado
o faça.

• No caso de respingos de substâncias nocivas nos olhos, lave-os com uma quantidade
abundante de água limpa;

• Caso haja suspeita de contusão séria ou fratura da coluna, não mova o acidentado. A sua
remoção deve ser feita por pessoal da área médica;

• Substâncias perigosas sobre a pele poderão ser removidas com quantidade abundante
de água, evitando esfregar;

• Conheça onde ficam os chuveiros de emergência e as fontes lava-olhos;

• Em caso de ingestão de produtos perigosos, proceda aos primeiros socorros de acordo


com a orientação do fabricante do produto.

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II. CONHECER OS TIPOS DE PULVERIZADOR
COSTAL MANUAL
O pulverizador costal manual é um equipamento versátil com ampla utilização nas
pulverizações de hortaliças, flores, viveiros de mudas, culturas anuais, culturas perenes,
controle de plantas daninhas e uso na aplicação de produtos veterinários. Além de trabalhar
com as diversas classes de produtos nas aplicações de herbicidas, fungicidas, inseticidas,
fertilizantes foliares e outros.

Os tipos de pulverizador costal manual diferem nas seguintes características:

• Quanto ao apoio por uma ou duas cintas;

uma cinta duas cintas


• Quanto à capacidade do tanque;

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• Quanto à forma anatômica do tanque;

• Quanto ao material de confecção da câmara de pressão e cilindro;

• Quanto à posição da alavanca (lado direito ou lado esquerdo);

alavanca lado direito alavanca lado esquerdo

• Quanto à existência da válvula controladora de vazão;

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• Quanto aos filtros do bico e do tanque;

• Quanto à existência do filtro de linha;

• Quanto aos acessórios.

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III. CONHECER OS COMPONENTES DO
­P ULVERIZADOR COSTAL MANUAL
Os pulverizadores costais manuais são constituídos por alguns componentes que são comuns
nos diversos modelos e fabricantes.

1. CONHEÇA OS COMPONENTES DO PULVERIZADOR COSTAL MANUAL

O pulverizador costal manual possui componentes básicos presentes em todos os modelos


e fabricantes.

1.1. Conheça o tanque

O tanque é fabricado em polipropileno, moldado por sopro por ser menos propenso a trincar.
Quanto à capacidade, encontra-se no mercado tanques variando de 5 a 20 litros.

1.2. Conheça a tampa do tanque

A abertura de abastecimento deve ter dimensões suficientes para facilitar a operação de


reabastecimento sem derramamento. Além disso, deverá ser de fácil limpeza, com o respiro
da tampa protegido contra vazamento.

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1.3. Conheça o agitador

O agitador de calda do pulverizador costal manual é uma haste acoplada à câmera de pressão
que se movimenta no sentido alternado de sobe e desce junto com esta, promovendo a
mistura da calda.

1.4. Conheça as cintas

Em relação às cintas, quanto mais largas melhor a distribuição do peso sobre os ombros.
Algumas possuem ombreiras com espuma propiciando maior conforto. As de material
absorvente, tais como lona ou couro, devem ser evitadas, pois não podem ser facilmente
limpas. Assim, os materiais não absorventes como plástico e náilon são os mais apropriados.

Podem ser encontrados no mercado, dependendo do tamanho do tanque, pulverizadores


com uma ou duas cintas.

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1.5. Conheça a câmara de pressão e o cilindro

A câmara de pressão e o cilindro formam a bomba que é de acionamento manual. A câmara


de pressão é acionada pela alavanca e o cilindro é fixado na base do tanque.

bomba câmara cilindro


1.6. Conheça o êmbolo

O êmbolo é o componente responsável em fazer a vedação entre o cilindro e a câmara


de pressão durante a sua movimentação. Este componente requer substituição quando
necessário.

êmbolo
1.7. Conheça as válvulas

As válvulas são do tipo “by pass”, que deixam passar o fluxo em um único sentido. São
duas válvulas, sendo uma localizada na entrada da câmara de pressão e outra na entrada
do cilindro.

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1.8. Conheça os filtros

• Filtro do tanque: localizado na boca do tanque,


serve para evitar a entrada de impurezas no
momento do reabastecimento.

• Filtro de linha: alguns modelos possuem esse filtro no cabo de válvula do gatilho da
lança de pulverização.

• Filtro do bico: tem a função de reter as


eventuais impurezas que passaram nos
filtros anteriores, evitando o entupimento
das pontas. Esse filtro é do mesmo tipo dos
utilizados em pulverizadores de barras.

1.9. Conheça a alavanca

A alavanca tem a função de mover a câmara de pressão no cilindro. De regra, vem de fábrica
montada do lado esquerdo em relação ao operador, porém alguns pulverizadores costais
possuem alavanca com a possibilidade de montagem no lado direito.

alavanca lado direito alavanca lado esquerdo

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1.10. Conheça a mangueira

A mangueira deve suportar a pressão no


sistema e a ação dos agentes químicos
presentes nos agrotóxicos. É fixada por
abraçadeira e o tamanho deve ser em
função da aplicação.

Precaução!!!

Evite comprimento que propicie desconforto ou que enrosque facilmente.

1.11. Conheça o gatilho

O gatilho controla a abertura e fechamento do fluxo de calda através de uma válvula do tipo
agulha. É composto de uma trava para manter a válvula do gatilho aberta durante a aplicação.
Alguns modelos possuem uma trava para manter o sistema fechado a fim de evitar descarga
acidental da calda. Em alguns casos, o gatilho abriga um filtro de linha para reter impurezas.

1.12. Conheça a lança

A lança tem a função de conduzir a calda do gatilho até o bico. Seu comprimento é opcional
em função do tipo de operação, devendo ter no mínimo 50 cm de comprimento para que a
pulverização seja mais distante do corpo do operador, minimizando a sua contaminação.

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1.13. Conheça o bico

O bico de pulverização é todo o conjunto de estruturas de fixação como corpo, filtro, capa,
ponta e anel de vedação. Nos pulverizadores costais normalmente o corpo do bico possui
um “cotovelo” com ângulo de 45º fixando-o à lança.

As pontas de pulverização são componentes responsáveis por transformar a calda em


pequenas gotas e distribuí-las numa determinada faixa. O pulverizador costal pode utilizar
vários tipos de pontas.

2. CONHEÇA OS ACESSÓRIOS DO PULVERIZADOR COSTAL MANUAL

Os pulverizadores costais podem ser equipados com acessórios que possibilitam aplicações
específicas como: alvos mais distantes, diminuição da deriva, aumento da capacidade
operacional, entre outras.

2.1. Conheça a válvula controladora de vazão

A vazão da ponta do bico do pulverizador costal é variável de acordo com o ritmo de


bombeamento. A válvula controladora de vazão é um item opcional no pulverizador costal
manual e tem a função de manter a pressão e a vazão constantes, diminuindo a quantidade
de bombeamentos. Algumas válvulas também são antigotejantes. Geralmente são fixadas
junto ao bico do pulverizador.

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2.2. Conheça o chapéu de “Napoleão”

O chapéu de “Napoleão” proporciona a proteção do jato de aplicação, diminuindo a deriva.

2.3. Conheça a lança prolongada

A lança prolongada tem a finalidade de fazer o jato da pulverização alcançar alvos mais
distantes.

2.4. Conheça a barra de pulverização

A barra de pulverização é acoplada à lança e tem como finalidade aumentar a faixa de


pulverização em função do maior número de bicos. Existem no mercado barras com diferentes
tamanhos.

2.5. Conheça a haste para bicos múltiplos

Esses acessórios permitem a instalação de dois ou mais bicos com a finalidade de


proporcionar maior área de cobertura e penetração da aplicação.

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IV. CONHECER O FUNCIONAMENTO DO
­P ULVERIZADOR COSTAL MANUAL
O funcionamento do pulverizador costal manual inicia-se com o movimento da alavanca, a
qual, ao ser movimentada para cima, causa uma pressão negativa no cilindro, succionando
a calda do tanque através da válvula de entrada.

Ao abaixar a alavanca, a câmara de pressão é forçada contra o cilindro, fechando a válvula


do cilindro, fazendo com que a calda entre na câmara de pressão através da sua válvula
de entrada. As válvulas são do tipo “by pass”, que deixam passar o fluxo em único sentido.

Após pressurizada na câmara, a calda é liberada ao bico por meio do acionamento do gatilho.

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V. CONHECER OS PARÂMETROS DA
TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE
AGROTÓXICOS
Para melhor entendimento sobre a regulagem e calibração do pulverizador e sobre a
correta aplicação de agrotóxicos, é importante conhecer alguns parâmetros da tecnologia
de aplicação de agrotóxicos.

1. CONHEÇA OS FATORES QUE INTERFEREM NA APLICAÇÃO DOS AGROTÓXICOS

A qualidade da aplicação dos agrotóxicos na lavoura está sujeita a fatores que o aplicador
deverá conhecer e analisar previamente à tomada de decisão da aplicação. A interação
desses fatores fará com que o agrotóxico atinja plenamente seus objetivos.

Os fatores são: o alvo (praga, doença e planta daninha), o agrotóxico, o pulverizador, o


momento e o ambiente. Qualquer um destes fatores que for ignorado no momento da
regulagem e da aplicação poderá comprometer o resultado do trabalho.

1.1. Conheça a interferência do alvo

O alvo é a espécie de praga, doença ou planta daninha a ser controlada. Também conhecido
como alvo biológico, que é onde o agrotóxico deve agir para exercer sua eficácia. O
conhecimento detalhado do alvo é importante para definir o agrotóxico, o tipo de pulverizador
e o momento para a aplicação.

O agrotóxico deve atingir o alvo químico para exercer sua eficácia no controle do alvo
biológico.

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O alvo químico é o local onde o agrotóxico pode ser colocado para que tenha capacidade
de atingir o alvo biológico selecionado.

1.2. Conheça a interferência do agrotóxico

O agrotóxico, também chamado de defensivo agrícola, pesticida, produto fitossanitário ou


agroquímico, é usado para controlar pragas, doenças e plantas daninhas que causam danos
às plantações. Existem diversos tipos de agrotóxicos no mercado em função do modo de
aplicação e da finalidade.

Em relação ao uso, o agrotóxico deverá ser depositado de forma direta ou indireta, pelo
processo de aplicação. Diretamente, quando se coloca o agrotóxico em contato com o
alvo no momento da aplicação, e indiretamente, quando se atinge o alvo posteriormente,
pelo processo de redistribuição, que poderá se dar por meio da translocação sistêmica e
translaminar.

Por isso, é importante conhecer as características do agrotóxico, como modo de ação, classe,
formulação, ingrediente ativo, concentração, dosagem, entre outras.

1.3. Conheça a interferência do pulverizador

O equipamento de pulverização é responsável pela transformação do líquido (calda) em gotas


que deverão ser depositadas sobre o alvo desejado com tamanho e quantidade adequados.

Por meio da regulagem e da calibração do pulverizador se obtêm respectivamente a qualidade


e a quantidade da aplicação.

O pulverizador deve ser mantido em boas condições de uso, respeitando sempre as


indicações dos fabricantes quanto à condição de operação e de manutenção (lubrificação,
reposição de peças, revisões periódicas, etc.).

1.4. Conheça a interferência do momento da aplicação

O momento da aplicação é a ocasião correta em que o agrotóxico deverá ser aplicado e é


definido em função dos seguintes itens:

• Método de controle do agrotóxico, que pode ser preventivo ou curativo;

• Classe do herbicida, que pode ser pré ou pós-emergente;

• Estágio de desenvolvimento da planta;

• Intervalo de aplicação;

• Nível de dano econômico.

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Somente por meio de observações cuidadosas e periódicas dos fatores citados acima é que
poderá ser determinado o momento exato a ser aplicado o agrotóxico, de forma a se obter
um controle eficiente econômico das pragas, doenças e plantas daninhas.

1.5. Conheça a interferência do ambiente

A eficácia da aplicação do agrotóxico está em colocar a quantidade correta de agrotóxico


no alvo, para que este exerça sua ação de forma segura, sem riscos ao meio ambiente e à
saúde humana.

Os fenômenos climáticos como o vento, a temperatura e a umidade relativa do ar podem


interferir na eficácia da aplicação, pois agem de forma a causar perdas das gotas por
evaporação e deriva.

A temperatura e a umidade relativa do ar contribuem para a evaporação das gotas, enquanto


o vento forte causa deriva, que é o desvio da gota em relação ao alvo.

A deriva leva à evaporação das gotas, uma vez que estas percorrerão um caminho maior
até o alvo. As pulverizações com gotas de tamanho menores são mais propensas a perdas
por esses fenômenos climáticos. Veja a seguir um quadro sobre as condições climáticas
limitantes para aplicação.

CONDIÇÕES CLIMÁTICAS LIMITANTES

Velocidade do vento Entre 3 e 12 km/h


Mínima: 50%
Umidade relativa do ar Ideal: 70% a 90%
Máxima: 95%
Mínima: 10ºC
Temperatura Ideal: 20ºC a 30ºC
Máxima: 35ºC

Atenção!!!

1. A ausência de vento (vento zero) pode influenciar negativamente no resultado


das aplicações, pois diminui a deposição das gotas no alvo.

2. A tabela acima é uma referência das condições climáticas. Os valores mínimo e


máximo específicos devem ser consultados na bula do agrotóxico.

Alerta ecológico!!!

A aplicação deve ser feita nas horas mais frescas do dia, na ausência de chuvas e
de ventos fortes, diminuindo o risco de contaminação ambiental.

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2. CONHEÇA A VAZÃO

Vazão é o volume transportado em um intervalo de tempo. A unidade de vazão mais utilizada


em pulverização é “litros por minuto”. A vazão é medida na ponta de pulverização.

3. CONHEÇA A PRESSÃO

Pressão é definida como uma força aplicada sobre uma área e é medida por meio de
dispositivo chamado manômetro.

A pressão no pulverizador costal manual está relacionada com o ritmo de bombeamento que
afetará a vazão e o tamanho de gota gerada pela ponta. Quanto maior a pressão, maior será
a vazão gerada pela ponta, e menor o tamanho das gotas de pulverização.

O intervalo de pressão a ser utilizado é definido pelo fabricante da ponta de pulverização e


é disponibilizado nas tabelas de bicos.

Atenção!!!

Pressão excessiva acelera o desgaste da ponta e gera maior deriva e evaporação.

4. CONHEÇA O VOLUME DE PULVERIZAÇÃO

É a quantidade de calda (água+produto) distribuída por unidade de área e expressa


normalmente em litros por hectare. Também é conhecido como taxa de aplicação.

O volume de pulverização depende de:

• Tipo de produto químico;

• Estágio de desenvolvimento;

• Arquitetura da planta;

• Alvo desejado;

• Nível de infestação;

• Condições climáticas.

Atenção!!!

Para definir um volume ideal de pulverização, consulte um engenheiro agrônomo.

5. CONHEÇA A VELOCIDADE

É o deslocamento do operador por unidade de tempo. É expresso em quilômetros por hora


ou em metros por segundo.

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A velocidade de trabalho depende:

• Do tipo e estágio de desenvolvimento da cultura;

• Da compleição física do operador;

• Do tipo de produto.

Para determinação da velocidade, deve-se marcar uma distância de 10 metros no terreno


em que se trabalhará. Em seguida, cronometrar 2 ou 3 passadas do operador para obter a
média do tempo em segundos para percorrer 10 metros. Obtém-se a velocidade de operação
em km/h, através da seguinte relação:

Velocidade (km/h) = 10 m x 3,6 = 36


t(s) t(s)

t = tempo em segundos para percorrer 10 metros

6. CONHEÇA A FAIXA DE APLICAÇÃO

É a largura da faixa tratada em cada passada do pulverizador.

Em culturas anuais (área total), a faixa de aplicação é igual à largura tratada pelo bico.

Em culturas perenes (arbustos), a faixa de aplicação é igual à metade do espaçamento


entrelinhas.

Nas aplicações em que houver mais de um bico no pulverizador a faixa de aplicação é igual
à largura tratada por todos os bicos.

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7. CONHEÇA A DISTÂNCIA DO BICO EM RELAÇÃO AO ALVO

A distância ideal do bico em relação ao alvo é aquela que permite boa cobertura sem causar
escorrimento. A distância em relação ao alvo varia em função do ângulo da ponta e da direção
da pulverização, ou seja, aplicação em culturas porte baixo (para baixo) ou aplicação em
culturas porte alto (para o lado ou acima).

Atenção!!!

A altura da lança além do limite ideal leva a perdas por deriva e evaporação.

8. CONHEÇA O TAMANHO DE GOTA

O tamanho de gota gerada por uma ponta de pulverização depende do tipo de ponta, da
vazão e da pressão de trabalho. A gota é classificada de acordo com diâmetro mediano
volumétrico (DMV) e é medida em mícrons (micrômetros). Um mícron é igual a 0,001 mm.

Alguns órgãos normatizadores como British Crop Production Council – BCPC, de acordo
com a Norma S-572 da American Society of Agricultural Engineeres - ASAE, estabelecem
um padrão de classificação dividindo o tamanho de gotas em seis categorias:

Classificação por categorias, símbolos, código de cores correspondentes e DMV aproximado:

Categoria Símbolo Código de cores DMV aproximado (µm)

Muito Fina MF ou VF Vermelho < 100

Fina F Laranja 100 - 175

Média M Amarelo 175 - 250

Grossa G ou C Azul 250 - 375

Muito Grossa MG ou VC Verde 375 - 450

Extremamente Grossa EG ou XC Branco >450


Fonte: Norma ASAE S – 572

As gotas grossas minimizam as perdas por deriva e evaporação. As gotas finas proporcionam
melhor cobertura e penetração, além de reduzir a possibilidade de escorrimento dos produtos
nas folhas.

Gotas Deriva Evaporação Cobertura Penetração Escorrimento


Finas
RUIM RUIM BOM BOM BOM
(<175 µm)
Médias - grossas
MÉDIO MÉDIO MÉDIO MÉDIO MÉDIO
(175 - 375 µm)
Muito grossas
BOM BOM RUIM RUIM RUIM
(>375 µm)

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9. CONHEÇA A DERIVA E A EVAPORAÇÃO

As duas formas de perdas de produto emitidas pelo bico e que não atingem o alvo são a
deriva e a evaporação.

A deriva é o desvio das gotas em relação ao alvo. Os fatores que mais causam a deriva são:
o tamanho da gota e a velocidade do vento.

A evaporação é o desaparecimento da gota em relação ao alvo, provocado pela baixa


umidade relativa, altas temperaturas e tamanho das gotas.

Alerta ecológico!!!

O controle da deriva melhora a eficiência da aplicação e reduz a contaminação


ambiental.

10. CONHEÇA A COBERTURA DE APLICAÇÃO

A cobertura é a quantidade de gotas depositadas em uma determinada área (planta ou solo)


no momento da aplicação. A cobertura está em função de alguns fatores:

• Alvo (praga, doença ou planta daninha);

• Classe do agrotóxico;

• Volume de pulverização;

• Tamanho da gota;

• Fator de espalhamento (adjuvantes).

O volume de pulverização e o tamanho de gota são as formas mais utilizadas para se alterar
a cobertura; por isso, ambas devem fazer parte da análise no momento da escolha da técnica
de aplicação a ser utilizada.

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Atenção!!!

Utilize papel hidrossensível para avaliar a cobertura e as perdas de gotas para


locais indesejáveis.
125 L/ha 85 L/ha 45 L/ha

Fina

Média

Grossa

Muito Grossa

Ext. Grossa

Faixa de papel hidrossensível

11. CONHEÇA A FÓRMULA PARA CALIBRAÇÃO DO PULVERIZADOR

As variáveis quantitativas envolvidas na calibragem do pulverizador são o volume de


pulverização, a vazão, a velocidade de trabalho e a faixa de aplicação, que se relacionam
na seguinte fórmula:
Q = Volume de pulverização (l/ha)

q = Vazão do bico (l/min)


Q = 600 x q
V = Velocidade de trabalho (Km/h)
Vxf
f = Faixa de aplicação (m)

600 = Fator de conversão

Ou

Q = Volume de pulverização (l/ha)

q = Vazão do bico (l/min)


q= VxQxf
V = Velocidade de trabalho (Km/h)
600
f = Faixa de aplicação (m)

600 = Fator de conversão

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VI. CONHECER A PONTA DE PULVERIZAÇÃO

A ponta de pulverização é componente de fundamental importância em um pulverizador e


possui três funções essenciais:

• Determinar a vazão, que depende do tamanho do orifício da ponta e da pressão;

• Determinar a distribuição, que está em função do modelo da ponta, da característica do


líquido e da pressão;

• Determinar o tamanho de gotas, que está em função do modelo da ponta, da característica


do líquido e da pressão.

Os critérios a serem levados em conta na escolha de uma ponta de pulverização são:

• Tipo de ponta: depende do tipo do agrotóxico que se deseja aplicar;

• Vazão: está em função do volume de pulverização e da velocidade de trabalho;

• Material de confecção: define a durabilidade da ponta.

1. CONHEÇA O TIPO DE PONTA

De acordo com o tipo de agrotóxico, a bula traz recomendações sobre o tamanho da gota e
da cobertura (gotas/cm2), para melhor eficiência na aplicação. Quanto menor a gota, maior
a cobertura, com o mesmo volume aplicado. Essas informações definem o tipo de ponta a
ser utilizado.

De forma geral utilizam-se as seguintes recomendações:

AGROTÓXICO TAMANHO DE GOTAS

Fina

Fungicidas e Inseticidas de contato

Média
Fungicidas e inseticidas sistêmicos;
Herbicidas de contato

Grossa
Herbicidas sistêmicos e aplicação em
pré-emergência

38 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


O tipo de ponta a ser utilizado na aplicação é escolhido de acordo com a classe, o modo de
ação e a forma de aplicação (pré ou pós-emergente) do agrotóxico. Para isso, os fabricantes
das pontas disponibilizam tabelas que auxiliam nessa escolha, classificando as pontas em
excelente, boa e não indicada para o determinado agrotóxico.

Os principais tipos de pontas de pulverização são: ponta de jato plano e ponta de jato cônico.

1.1. Conheça a ponta de jato plano

Podem ser do tipo ‘leque’ ou ‘de impacto’ e produzem jato em um só plano (vertical), cuja
projeção forma uma elipse. Seu uso é mais indicado para alvos planos. São pontas que
trabalham a baixas pressões.

As pontas de jato plano ‘leque’ podem ainda ser subdivididas em:

• Stand ou padrão: leque comum com deposição triangular, com menor concentração
de líquido nas extremidades do jato e maior no centro, necessitando, portanto, serem
associados na barra, fazendo a sobreposição entre jatos, para melhor uniformidade de
distribuição.

• Deposição plana: para utilização em faixas, sem sobreposição.

• Uso ampliado: trabalha a pressões mais baixas que a padrão, produzindo gotas maiores.

• Baixa deriva: possui um pré-orifício para proporcionar gotas mais grossas e reduzir o
número de gotas pequenas com tendência de deriva.

• Indução de ar: a calda é misturada ao ar succionado por um sistema venturi, proporcionando


gotas mais grossas.

• Leque duplo: possui dois orifícios idênticos produzindo um leque voltado 30º para frente
e outro 30º para trás, em relação à vertical.

• Defletor: também chamado de bico de impacto, tem como característica a formação de


ângulo maior a fim de permitir menor altura da barra.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 39


Alguns modelos podem combinar características desses tipos.

Exemplo:

• Leque duplo com indução de ar;

• Leque duplo de uso ampliado;

• Uso ampliado com indução de ar;

• Defletor com deposição plana;

• Indução de ar com deposição plana.

Todos esses tipos de pontas são produzidos com diferentes vazões e ângulo de abertura
do leque, embora os de uso mais frequente sejam os de 80º e 110º.

Para trabalhar com pontas de jato plano é necessário que as pontas estejam posicionadas
conforme o sentido de aplicação.

Bico com engate rápido já apresenta o posicionamento do ângulo correto. Para bicos com
rosca, utilize a chave de alinhamento das pontas.

1.2. Conheça a ponta de jato cônico

São tipicamente compostas por dois componentes denominados de disco e núcleo (difusor,
caracol, ou core).

As pontas de jato cônico trabalham a pressões mais elevadas que as de jato plano, produzindo
gotas menores.

40 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


As pontas de jato cônico são divididas em:

• Cone vazio: A deposição de gotas concentra-se somente na periferia do cone e no centro


não há gotas.

• Cone cheio: A deposição das gotas se dá em todo o cone, porém se concentra mais no
centro.

2. CONHEÇA A VAZÃO DA PONTA

A vazão das pontas de jato plano é padronizada em cores pela norma ISO (International
Organization for Standardization – Organização Internacional para Padronização).

A vazão das pontas de jato cônico segue as especificações de cada fabricante. Para tanto
deve ser consultadas as respectivas tabelas de pontas.

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Quanto à nomenclatura, alguns fabricantes seguem a Norma ISO, enquanto outros ainda
seguem a Norma Americana.

Sistema Normativo
Sistema Americano
ISO
COR DO BICO
q = galão USA/min q = Litros/min
Pressão = 40PSI Pressão = 3 bar
Laranja 0,1 0,4

Verde 0,15 0,6

Amarelo 0,2 0,8

Lilás 0,25 1,0

Azul 0,3 1,2

Vermelho 0,4 1,6

Marrom 0,5 2,0

Cinza 0,6 2,4

Branco 0,8 3,2

Preto 1,0 4,0

3 bar = 43,5 PSI 1 galão = 3,785 litros

Atenção!!!

A barra deve possuir pontas de mesmo tipo e mesma cor.

3. ESCOLHA O MATERIAL DA PONTA

No momento da escolha da ponta de pulverização, deve-se levar em conta o material em


que foi confeccionada, pois este é fator determinante na durabilidade.

Os materiais mais comuns empregados na fabricação das pontas são a cerâmica, o poliacetal
e o aço inox. A cerâmica possui maior durabilidade que os demais materiais.

42 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


VII. FAZER A INSPEÇÃO E A MANUTENÇÃO DO
PULVERIZADOR
Existem diversos modelos de pulverizadores costais. Apesar disso a quantidade de itens
para se realizar a inspeção e a manutenção é geralmente a mesma.

1. FAÇA A INSPEÇÃO DO PULVERIZADOR COSTAL MANUAL

Antes de iniciar a calibragem verifique se todos os componentes do pulverizador encontram-


se em boas condições de utilização.

a) Inspecione a tampa do tanque; b) Inspecione o respiro da tampa do tanque;

c) Inspecione o filtro do tanque; d) Inspecione a limpeza do tanque;

e) Inspecione a fixação e o estado do f) Inspecione a fixação e o estado das


agitador; cintas;

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g) Inspecione a fixação do cilindro; h) Inspecione o estado da câmara de
pressão;

i) Inspecione o estado do êmbolo;

Êmbolo

j) Inspecione a alavanca; k) Inspecione a mangueira;

44 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


l) Inspecione o estado das abraçadeiras;

m) Inspecione o estado do gatilho;

n) Inspecione a lança;

o) Inspecione o estado e a limpeza do filtro p) Inspecione a ponta de pulverização.


do bico;

Caso exista alguma irregularidade em algum componente, faça a sua manutenção ou a sua
substituição.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 45


Precaução!!!

Não desentupa bicos com a boca.

2. FAÇA A MANUTENÇÃO DO PULVERIZADOR COSTAL MANUAL

Alguns componentes do pulverizador exigem manutenção periódica, que é fundamental


para que este seja utilizado de forma correta e segura, possibilitando bom funcionamento
em toda a vida útil do equipamento.

A manutenção deve ser realizada de acordo com as instruções do manual do operador.


Entretanto, alguns procedimentos são comuns para as diversas marcas e modelos de
pulverizadores costais.

a) Faça a troca do êmbolo;

Quando em trabalho o pulverizador apresentar perda de pressão ou exigir bombeamento


excessivo para acúmulo de pressão, deverá ser realizada a troca do êmbolo.

O tipo de êmbolo e a sequência para realização da troca estão descritos no manual do


operador.

b) Lubrifique o êmbolo e o cilindro;

Periodicamente (de acordo com manual do operador) faça a lubrificação do êmbolo e do


cilindro com vaselina.

46 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


c) Lubrifique a gaxeta e câmara de pressão;

A lubrificação deve ser feita com vaselina em toda a sua volta a fim de facilitar seu movimento;

d) Ajuste a vedação da gaxeta;

e) Lubrifique o ponto de fixação da alavanca;

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 47


f) Faça a troca de reparo do gatilho;

Quando em trabalho houver vazamento pelo gatilho ou não fechamento por completo da
pulverização, deve-se proceder à troca do reparo do gatilho.

g) Limpe o filtro do bico;

h) Verifique possíveis vazamentos no pulverizador.

Para verificar possíveis vazamentos, abasteça o pulverizador com água limpa pela metade
e bombeie até o limite máximo de pressão. Caso haja vazamento, faça o reparo específico.

Precaução!!!

1. Durante a inspeção e manutenção utilize somente água limpa no tanque do


pulverizador.

2. A inspeção só poderá ser realizada por pessoas treinadas e protegidas com EPI.

48 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


VIII. FAZER A CALIBRAGEM DO
­P ULVERIZADOR COSTAL MANUAL
O pulverizador costal manual tem aplicações para diversas culturas. Nos processos descritos
abaixo será apresentada a calibragem de um pulverizador em duas situações: para culturas
anuais (área total) e para culturas perenes (arbustos).

1. FAÇA A CALIBRAGEM DO PULVERIZADOR COSTAL MANUAL PARA CULTURAS


ANUAIS (ÁREA TOTAL)

a) Marque uma área de 100 m2 (10 m x 10 m) no local a ser pulverizado;

b) A b a s t e ç a c o m á g u a o t a n q u e c) Marque o nível da água no tanque;


do pulverizador na metade de sua
capacidade, aproximadamente;

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 49


d) Coloque o pulverizador nas costas e ajuste as cintas;

Precaução!!!

Utilize um local de apoio ou peça ajuda de outra pessoa.

e) Pulverize a área marcada em um ritmo constante de bombeamento e de caminhamento;

Alinhe o bico em relação à forma de aplicação para pontas de jato plano.

Mantenha uma distância constante de aproximadamente 30 cm entre o bico e o alvo.

50 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


f) Retire o pulverizador das costas;

g) Reabasteça o tanque até a marca anterior, medindo o volume gasto, com uso de uma
vasilha graduada;

Obtenha maior precisão com o pulverizador na mesma posição antes e depois da operação.

h) Repita essa operação por mais duas vezes e calcule a média do gasto de água;

i) Calcule o volume de pulverização em litros/hectare:

Volume de pulverização (L/ha) = Volume gasto x 10.000


Área aplicada

Exemplo:
Área aplicada: 10 x 10 = 100 m2

Volume médio gasto para recompletar o tanque: 2 litros

Volume de pulverização (l/ha) = 2 x 10000 = 200 L/ha


100

Caso o volume de pulverização encontrado não seja o desejado, utilize os seguintes recursos:

• Aumentar ou diminuir a velocidade de caminhamento;

• Trocar as pontas de pulverização por outras de maior ou menor vazão.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 51


2. FAÇA A CALIBRAGEM DO PULVERIZADOR COSTAL MANUAL PARA CULTURA
PERENE

a) Meça a faixa de aplicação, que é igual ao b) Marque com estacas a distância de 20


espaçamento entrelinhas da cultura; metros na cultura a ser tratada;

c) Abasteça o pulverizador somente com água e marque o nível no tanque;

d) Coloque o pulverizador nas costas e ajuste as alças;

Precaução!!!

Utilize um local de apoio ou peça ajuda de outra pessoa.

52 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


e) Pulverize as plantas dentro da linha demarcada, indo de um lado e voltando pelo outro,
em um ritmo constante de bombeamento e de caminhamento;

f) Retire o pulverizador das costas;

g) Reabasteça o tanque até a marca anterior, medindo o volume gasto, com uso de uma
vasilha graduada;

Obtenha maior precisão com o pulverizador na mesma posição antes e depois da operação.

h) Repita essa operação por mais duas vezes e calcule a média do gasto de água;

i) Calcule o volume de pulverização em litros/hectare:

Volume de pulverização (L/ha) = Volume gasto x 10.000


Área aplicada

Exemplo:
Espaçamento entrelinhas: 3,5 metros

Distância demarcada: 20 metros

Área aplicada: 3,5 x 20 = 70 m2

Quantidade gasta de água: 2,1 litros

Volume de pulverização (l/ha) = 2,1 x 10000 = 300 l/ha


70

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 53


Caso o volume de pulverização encontrado não seja o desejado, utilize os seguintes recursos:

• Aumentar ou diminuir a velocidade de caminhamento;

• Trocar as pontas de pulverização por outras de maior ou menor vazão.

3. DETERMINE O NÚMERO DE TANQUES UTILIZADOS POR HECTARE

Para determinar o número de tanques gasto por hectare divida o volume de pulverização
pela capacidade do tanque do pulverizador.

Número de tanques por hectare = Volume de pulverização (L/ha)


Capacidade do tanque (L)

Exemplo:

Volume de pulverização: 300 L/ha

Capacidade do tanque: 20 litros

Resposta:

Nº de tanques/ha = 300 = 15 tanques/ha


20

54 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


IX. FAZER A AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO

A avaliação da qualidade da aplicação consiste na quantificação do depósito de calda no alvo.


É a última etapa a ser realizada antes da aplicação, a fim de que se obtenha a cobertura ideal,
ou seja, o número de gotas por unidade de área (cm2), conforme a modalidade de aplicação.
Qualquer quantidade de agrotóxico que não atinja o alvo estará representando uma forma
de perda. Assim, a eficácia da aplicação está diretamente ligada ao volume que chega ao
alvo e não ao volume pulverizado.
A fixação pouco exata do alvo leva a grandes perdas, pois o produto é também aplicado
sobre partes que não têm relação direta com o controle.
Qualquer que seja o alvo selecionado, a pulverização deverá ser capaz de produzir sua
cobertura adequada. A cobertura ideal deve variar com o agente a ser controlado e o modo
de ação do produto.
O método mais comum para fazer a avaliação da cobertura é o papel hidrossensível, que
se trata de um papel com tratamento químico que, quando em contato com gotas de água,
indica onde as gotas foram depositadas.
A informação sobre a densidade de gotas está na bula do produto ou como sugere o quadro
abaixo:

PRODUTO COBERTURA IDEAL (GOTAS/CM²)


Inseticidas sistêmicos 20 a 30
Inseticidas de contato 50 a 70
Herbicidas pré-emergentes 20 a 30
Herbicidas pós-emergentes sistêmicos 20 a 30
Herbicidas pós-emergentes de contato 30 a 40
Fungicidas sistêmicos 50 a 70
Fungicidas de contato > 70

Procedimentos para a avaliação da aplicação:

a) Fixe o papel hidrossensível aleatoriamente b) Proceda à aplicação sobre o alvo;


no alvo químico;

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c) Recolha o papel hidrossensível segurando-o lateralmente para fazer a contagem das
gotas;

d) Conte as gotas utilizando gabarito de amostragem;

Atenção!!!

1. Para precisão na contagem utilize uma lupa.

2. Não tocar na superfície amarela do papel hidrossensível.

e) Compare com a recomendação de cobertura para o produto;

f) Faça os ajustes necessários.

Precaução!!!

A avaliação da aplicação deve ser realizada somente com água.

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X. FAZER O PREPARO DA CALDA

A calda é o agrotóxico diluído em água na proporção que está prescrita na bula ou no


receituário agronômico.

No preparo da calda, desde que recomendado pelo fabricante do agrotóxico, podem ser
adicionados os produtos adjuvantes. Os adjuvantes possuem funções específicas e os
mais comuns são: espalhantes adesivos, supressores de espuma, reguladores de ph,
solubilizantes, penetrantes, entre outros.

1. CONHEÇA OS CUIDADOS NO PREPARO DA CALDA

O preparo da calda exige muito cuidado, pois é o momento em que o trabalhador está
manuseando o produto concentrado e tem maior exposição a este.

Precaução!!!

No preparo da calda, sempre utilize EPI completo.

Atenção!!!

Leia o rótulo, a bula ou receita agronômica antes de iniciar o procedimento do


preparo da calda.

Recomendações para o preparo da calda:

• Utilize EPI completo com avental na parte da frente e viseira facial;

• Manuseie os produtos ao ar livre, longe de crianças, animais e pessoas desprotegidas;

• Evite beber, comer ou fumar durante o preparo da calda, pois pode causar intoxicação;

• Prepare somente a quantidade de calda necessária a ser consumida na jornada de trabalho;

• Esteja sempre acompanhado por uma pessoa no momento do preparo da calda;

• Evite inalação, respingo e contato com os agrotóxicos;

• Utilize sempre água limpa para preparar a calda;

• Abra a embalagem com cuidado para evitar derramamento do agrotóxico;

• Utilize balanças, copos graduados, baldes e funis específicos para o preparo da calda;

• Lave os utensílios e seque-os ao sol após o preparo da calda;

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• Mantenha a sobra do agrotóxico em sua embalagem original;

• Faça a tríplice lavagem ou a lavagem sob pressão logo após seu esvaziamento, caso a
embalagem seja lavável;

• Inutilize as embalagens após o uso completo, fazendo um furo no fundo;

• Guarde as embalagens vazias no depósito de armazenamento específico;

Atenção!!!

1. É vedada a utilização das embalagens vazias para outro fim.

2. O preparo da calda deve ser o mais próximo da área que vai ser tratada.

Alerta ecológico!!!

A calda deve ser preparada longe de córregos, nascentes e outras fontes de água.

2. DETERMINE A QUANTIDADE DE AGROTÓXICO A SER COLOCADA NO TANQUE


DO PULVERIZADOR

A dosagem do agrotóxico é recomendada na bula ou no receituário agronômico.

2.1. Determine a quantidade de agrotóxico a ser colocada no tanque quando a dosagem


for dada por área

A dosagem por área é a quantidade de produto comercial por unidade de área dada em:

• kg/ha

• L/ha

• g/ha

• ml/ha

Quantidade de agrotóxico por tanque = Capacidade do tanque x Dosagem


Volume de pulverização

Exemplo:
Dosagem recomendada de produto comercial: 4,0 L/ha

Capacidade do tanque: 20 litros

Volume de pulverização: 200 L/ha

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Resposta:

Quantidade de agrotóxico por tanque = 20 x 4,0 = 0,4 litros por tanque


200

2.2. Determine a quantidade de agrotóxico a ser colocada no tanque quando a dosagem


for dada em concentração

A dosagem em concentração é a quantidade de produto comercial por 100 litros de água e,


pode ser dada em:

• kg/100 L d’água

• L/100 L d’água

• g/100 L d’água

• ml/100 L d’água

Quantidade de agrotóxico por tanque = Capacidade do tanque x Dosagem


100

Exemplo:
Dosagem recomendada de produto comercial: 200 gramas/100 L d’água

Capacidade do tanque: 20 litros

Resposta:

Quantidade de agrotóxico por tanque = 20 x 200 = 40 gramas por tanque


100

3. FAÇA O PREPARO DA CALDA

Normalmente o preparo da calda é realizado diretamente no bocal do tanque, porém alguns


agrotóxicos possuem formulações que exigem que se faça uma pré-mistura. Esse processo
consiste em diluir o produto num recipiente, com uma pequena quantidade de água, o qual,
após bem misturado, será incorporado ao tanque do pulverizador.

Atenção!!!

Verifique a recomendação do fabricante quanto à utilização ou não de uma pré-


diluição.

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3.1. Faça o preparo da calda diretamente no bocal do tanque

a) Reúna os materiais necessários.

• Balde plástico;

• Copo graduado ou balança;

• Haste para mexer;

• Pulverizador;

• Agrotóxico;

• Água limpa.

Precaução!!!

Esses utensílios (balanças, copos graduados, baldes e funis) devem ser utilizados
somente para essa finalidade.

b) Coloque água limpa no tanque até aproximadamente metade de sua capacidade;

Mantenha o filtro do bocal do tanque para este procedimento.

c) Adicione o agrotóxico no tanque na quantidade calculada.

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d) Complete o tanque com água limpa

e) Tampe o pulverizador e proceda à aplicação.

Precaução!!!

1. Use EPI completo.

2. Cuidado ao manusear o agrotóxico.

3. Atente-se para a segurança ao colocar o produto no tanque.

Alerta ecológico!!!

1. Evite que o agrotóxico atinja o solo, nascentes, rios e outras fontes de água.

2. Faça a tríplice lavagem da embalagem de agrotóxico.

3. Faça o descarte correto da embalagem de agrotóxico.

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3.2. Faça o preparo da calda com pré-mistura

a) Reúna os materiais necessários:

• Balde plástico;

• Copo graduado ou balança;

• Pulverizador;

• Agrotóxico;

• Haste para mexer;

• Água limpa.

Precaução!!!

Esses utensílios (balanças, copos graduados, baldes e funis) devem ser utilizados
somente para essa finalidade.

b) Coloque um pouco do diluente no balde;

O diluente pode ser água ou óleo dependendo da formulação do agrotóxico.

Atenção!!!

Leia na bula ou no receituário agronômico qual o diluente recomendado para o


agrotóxico.

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c) Adicione o agrotóxico no balde na quantidade calculada;

Precaução!!!

Ao abrir a embalagem do agrotóxico cuidar para que não haja respingos e


aspiração, pois ele está concentrado.

d) Mexa a pré-mistura utilizando a haste até a homogeneização;

Precaução!!!

Não mexa com as mãos, mesmo utilizando as luvas.

e) Abasteça o tanque do pulverizador até a metade com água limpa;

Mantenha o filtro do bocal do tanque.

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f) Despeje a pré-mistura no tanque;

g) Complete o tanque com água limpa;

h) Tampe o pulverizador e proceda à aplicação.

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XI. FAZER A APLICAÇÃO

A aplicação do agrotóxico é uma das operações mais onerosas e arriscadas do ciclo produtivo.
A sua realização de forma correta e segura está relacionada com a segurança do trabalhador,
com o meio ambiente e com a eficácia do agrotóxico.

Para que a pulverização seja realizada de forma correta e segura, alguns cuidados devem
ser tomados antes, durante e depois da aplicação.

1. ATENTE PARA OS CUIDADOS ANTES DA APLICAÇÃO

No momento de iniciar a aplicação deve-se levar em conta alguns fatores que irão afetar o
êxito do processo. Dentre os mais importantes citam-se:

• Proteção específica do trabalhador contra cada risco envolvido durante o processo da


aplicação (EPI);

• Fatores climáticos: velocidade do vento, umidade relativa e temperatura;

A velocidade do vento deve estar entre 3 e 12 km/h, a umidade relativa superior a 50% e a
temperatura deve estar abaixo de 35ºC.

• Possibilidade de chuva;

Não se deve fazer a aplicação em dias chuvosos.

• Melhor horário para realizar a aplicação.

A aplicação deve ocorrer preferencialmente nas primeiras horas da manhã ou no final da tarde.

Precaução!!!

Trabalhador com ferimentos ou problemas de saúde não deve preparar a calda ou


aplicar agrotóxicos.

2. ATENTE PARA OS CUIDADOS DURANTE A APLICAÇÃO

Durante a aplicação o operador deve estar atento a todos os itens do pulverizador e do


ambiente a sua volta.

• Observe sempre as condições de deriva, a fim de evitar a perda de agrotóxico e a


contaminação de áreas vizinhas, pessoas e animais;

• Observe sempre se está ocorrendo vazamento;

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• Aplique a calda mantendo a velocidade das passadas constantes;

• Mantenha o ritmo de bombeamento constante para obter a pressão constante;

• Aplique evitando falhas e sobreposições na aplicação;

• Evite aplicar próximo a áreas residenciais, reservas florestais e fontes de águas.

Atenção!!!

Conforme a legislação, a aplicação ou qualquer outro manuseio com agrotóxico são


proibidos para pessoas com idade inferior a 18 e superior a 60 anos, gestantes ou
que estejam amamentando.

Precaução!!!

1. Nunca comer, beber ou fumar.

2. Nunca tocar o rosto ou qualquer parte do corpo com as luvas sujas.

3. Todo e qualquer tipo de inspeção ou manutenção deve ser feita em local seguro.

4. Não permita a presença de animais e pessoas não autorizadas ou desprotegidas


na área durante a aplicação.

3. ATENTE PARA OS CUIDADOS DEPOIS DA APLICAÇÃO

Ao final da aplicação deve-se atentar para alguns cuidados tanto com o pulverizador, quanto
com o operador.

3.1. Atente para os cuidados com o pulverizador

Após a aplicação faça a descontaminação do pulverizador, fundamental para que seja


reutilizado de forma correta e segura, possibilitando bom funcionamento em toda a vida útil
do equipamento. Deve ser realizada de acordo com as instruções do manual do operador.

Alguns procedimentos são comuns para as diversas marcas e modelos de pulverizadores.

a) Caso sobre calda no tanque pulverizador, acrescente água 10 vezes em relação ao volume
da sobra e aplique nas áreas marginais da lavoura;

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b) No final da aplicação, coloque água limpa no tanque (50% da capacidade), retire o bico
e o filtro em local adequado e bombeie o equipamento até esgotar toda a água, a fim de
limpar o circuito de defensivo;

c) Lave externamente o pulverizador com água limpa;

Alerta ecológico!!!

Essa operação deve ser realizada em locais onde não haja riscos de contaminação
para pessoas, solos, animais, fontes de água, residências, etc.

d) Limpe o filtro e a ponta de pulverização utilizando água limpa, detergente neutro e uma
escova com cerdas de náilon;

Precaução!!!

Essa operação deve ser feita com o uso de EPIs.


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e) Aplique um produto protetivo adequado ou óleo lubrificante nas partes metálicas;

f) Guarde o pulverizador em local coberto, seco e arejado.

Precaução!!!

Não guarde o pulverizador em ambientes onde estejam armazenados alimentos.

3.2. Atente para os cuidados com o operador

Uma vez finalizados os cuidados com o pulverizador, retire os EPIs, tome um banho com
água e sabão e vista roupas limpas.

A higiene pessoal é de grande importância antes, durante e após as aplicações de agrotóxicos.

Os EPIs utilizados na pulverização deverão ser descontaminados por pessoa treinada, e


armazenados em local adequado.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta cartilha teve o propósito de levar ao aplicador conceitos técnicos e práticos sobre o
trabalho com o pulverizador costal manual, permitindo-lhe que realize a aplicação com
segurança e qualidade.

Com as mudanças nas exigências legais e controles nos processos produtivos, fazem-se
necessários aprimoramento e atualização contínuos dos trabalhadores.

Quanto maior o conhecimento sobre a atividade que está sendo realizada, maiores serão
os resultados obtidos.

A capacitação proporciona conhecimento sobre a segurança, preservação dos recursos


naturais e melhora na capacidade de operação, além de promover o crescimento pessoal
e a qualidade de vida.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL – ANDEF. O que os Engenheiros


Agrônomos Devem Saber Para Orientar o Uso de Produtos Fitossanitários. Viçosa:
UFV, 2014, 564 p.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL – ANDEF. Manual de Boas Práticas de


Aplicação de Produtos Fitossanitários. São Paulo, [s.n.], 2012.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL – ANDEF. Manual de Tecnologia de


Aplicação. São Paulo, [s.n.], 2013.

JACTO. Catálogo geral. Bicos e acessórios. Pompéia: 2016. 47p.

JACTO. Clínica do Pulverizador - Guia de Pulverização. Pompéia: 2016. 34p.

MÁQUINAS AGRÍCOLAS JACTO. Acessórios de Pulverizadores Costais Manuais. Brasil.

NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA


AGRICULUTRA, PECUÁRIA, SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA
– NR 31. Portaria nº 86 de 03 de março de 2005, Aprovada pelo Ministério do Trabalho e
Emprego.

PADOVAN, L. A.; SOARES, J. C. M.; CANÔNICO, M. F. Aplicação de Agrotóxicos com


Pulverizador Costal Manual. São Paulo: SENAR, 2012. 74 p.il color.; 30 cm.

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL. Aplicação de Agrotóxicos com


Pulverizador Autopropelido. Brasília: SENAR, 2016. 196 p. (Coleção SENAR – 170)

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL. Agrotóxicos: aplicação com


pulverizador costal manual. – 1. ed. Brasília: SENAR, 2014. 44 p. (Coleção SENAR – 161)

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SENAR-AR/SP
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CEP: 01042-907 - São Paulo/SP
www.faespsenar.com.br

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