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SUMÁRIO

Introdução..........................................................................................................................1
Definições e conceitos de criança......................................................................................2
Características das crianças em idade escolar...................................................................2
Caracteristicas da criança segundo a teoria do desenvolvimento......................................3
Desenvolvimento Cognitivo..............................................................................................5
Desenvolvimento emocional e social................................................................................6
Conclusão..........................................................................................................................8
Referencias........................................................................................................................9
INTRODUÇÃO

Nos dias de hoje, nos deparamos freque com comportamentos de outras pessoas
e nos perguntamos: “por que ele faz o que faz? Aprendeu ou é uma característica que
herdou de alguém?” É relativamente comum atribuirmos comportamentos à herança,
como fazemos com características físicas, como cor dos olhos, altura ou alguma
habilidade. Isso é o que comumente chamamos de “senso comum”. Mas o que dizem as
teorias do desenvolvimento sobre os comportamentos serem desta ou daquela forma?

O presente trabalho destacará as características da criança em idade escolar, o


presente tema irá possibilitar-nos uma maior compreensão do desenvolvimento dos
estudantes afim de auxiliar suas ações em sala de aula. No entanto, pretendemos
apresentar uma caracterização da criança em idade escolar, possibilitando uma maior
compreensão do desenvolvimento dos estudantes, a fim de subsidiar suas ações.
Conhecer as características de cada etapa do desenvolvimento pode evitar que, ao lidar
com nossos estudantes, subestimemos ou exijamos habilidades cognitivas, sociais ou
emocionais para as quais eles ainda não estão preparados.

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DEFINIÇÕES E CONCEITOS DE CRIANÇA

Segundo Piaget, o conceito de criança designa, pois, pessoas cuja inteligência


apresenta características de egocentrismo intensa que se resume na confusão entre
significante e significado, entre interno e externo, entre pensamento e matéria.
(Piagt,1951, p.39) O termo egocentrismo significa simplesmente que a criança não é
capaz de diferenciar entre o eu e o meio social, nessa fase a criança tem dificuldades em
perceber certos pontos de vista é uma fase do desenvolvimento em que toda criança
vivenciará.

Para Vigotsky (1998), a criança é um ser social e faz parte de um contexto


macrossocial, o qual interefere no seu comportamento através de actividades mediadas
entre este ser e a linguagem. No entender de Freire (2000, p.40) a criança é um ser
histórico e produtor de cultura, seres capazes de saber, de saber que sabem, de saber que
não sabem, de saber melhor o que já sabem, de saber o que ainda não sabem. As frases
supracitado por Freire significa que a criança é curiosa e é capaz de interferir na sua
própria hitória e interage com o seu meio. Quando Paulo diz: ‘’ de saber que não
sabem’’. Quer dizer que é importante levar em consideração os limites da criança. ‘’ De
saber melhor o que já sabem’’ quer dizer que é importante reconhecer as
potencialidades da criança.

CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR

Os anos intermediários da infância, aproximadamente dos seis aos doze anos,


são muitas vezes chamados de anos escolares ou período da meninice. Caracteriza-se
como um período de cristalização, já que os seus desenvolvimentos são lentos,
uniformes e proporcionam previsores razoavelmente estáveis das características da
criança como jovem adulto. Embora a família continue a desempenhar um papel
importante nos processos de desenvolvimento, a escola surge nesta época como
contribuidor fundamental para o crescimento da criança. Não somente ela provê uma
atmosfera para o desenvolvimento das habilidades cognitivas e acadêmicas, como
também representa um ambiente em que os grupos de pares podem influenciar a
socialização da criança (Papalaia & Olds, 2006).

A criança em idade escolar enfrenta situações de autonomia que exigem maior


capacidade de compreensão dos estados afetivos dos outros que a cercam, bem como

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uma melhor definição das necessidades internas versus necessidades e imposições
coletivas. A criança vítima de abuso tem grande dificuldade em lidar com a regulação
das emoções. Além disso, esses estados afetivos internos ocasionam dificuldades de
concentração, hipervigilância e ansiedade, prejudicando o processo de aprendizagem
(Lopes & Loureiro, 2007).

O desenvolvimento emocional começa no nascimento e mesmo antes dele.


Embora, haja divergências entre autores, no que concerne às respostas específicas que
estejam presentes. Já na ocasião do nascimento, todos aceitam que o recém-nascido
apresenta reações que denotam sentimentos de prazer e desprazer (Braghirolli, Bisi,
Rizzon, Nicoletto, 2015, p. 119). Para Shaffer (2004), as crianças aprendem sobre as
emoções sobretudo no contexto das relações. Relações interpessoais próximas são
invariavelmente situações emocionais – cheias de amor e ódio, orgulho e vergonha,
tristeza e alegria. As emoções são assim, uma companhia constante em nossa vivência
quotidiana.

De acordo com a teoria de vinculação de Bowlby, logo que exista oportunidade,


para tal, a criança está pré disposta para se vincular àquele que lhe dispensa cuidados,
estando envolvidas neste fenómeno muitas formas de comportamento específico
(Strongman, 2004, p. 164). Em estudos desenvolvidos por Bandura, o autor observou
que crianças em idade pré-escolar se observavam um adulto num comportamento
agressivo, as crianças reproduziam o mesmo comportamento caso estivessem
previamente zangadas.

CARACTERISTICAS DA CRIANÇA SEGUNDO A TEORIA DO


DESENVOLVIMENTO

Define-se como desenvolvimento a capacidade progressiva do ser humano em


realizar funções cada vez mais complexas. Este processo é o resultado da interação entre
os fatores biológicos, próprios da espécie e do indivíduo, e os fatores culturais, próprios
do meio social onde esse indivíduo encontra-se inserido. Assim, a aquisição de novas
habilidades da criança está diretamente relacionada não apenas à faixa etária, mas
também às interações vividas com os outros seres humanos do seu grupo social
(Meyers, 1998).

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Didaticamente, o desenvolvimento é descrito de acordo com alguns domínios de
funções, como o desenvolvimento sensorial; as habilidades motoras grossas, que se
referem à utilização dos grandes músculos do corpo, as habilidades motoras finas,
relacionadas ao uso dos pequenos músculos das mãos, a linguagem, o desenvolvimento
social e emocional e a cognição, que se refere aos processos mentais superiores, como o
pensamento, memória e aprendizado. Esses domínios são interdependentes, cada um
deles influenciando e sendo influenciado pelos outros (Rosas, 2019).

As teorias do desenvolvimento consideram que o comportamento é fruto tanto


de características hereditárias quanto de outras aprendidas no meio ambiente em que
vivemos. Entretanto, algumas dessas teorias divergem quanto à parcela de influência de
cada uma destas fontes. Por outro lado, as teorias concordam que a pessoa assume um
papel ativo no seu desenvolvimento. Essa é uma característica filogenética, isto é, o
homem é o único animal que modifica seu ambiente. Ele influencia e é influenciado
pelo meio ambiente em que vive. Todavia, cada ser humano nasce com potencialidades
diferentes para responder aos estímulos. A relação do homem com o meio ambiente
acontece desde o nascimento, e as aprendizagens acontecem num contínuo, das mais
simples para as mais complexas.

De acordo com a teoria de Piaget, o desenvolvimento intelectual deve ser


considerado tendo dois componentes: o cognitivo e o afetivo. Piaget concebeu o
desenvolvimento do raciocínio moral como uma conseqüência do desenvolvimento
cognitivo e afetivo. Ele sugere que a norma moral apresenta três características, as quais
são generalizadas a todas as situações análogas, não apenas às idênticas, dura além das
situações e das condições que a geraram e está ligada a sentimentos de autonomia. Estas
normas do raciocínio moral não estão plenamente realizadas até o estágio operacional
concreto. Por exemplo, uma criança pré-operacional acha errado mentir a seus pais e a
outros adultos, mas não a seus colegas. Durante este período o raciocínio moral é pré-
normativo, ou seja, baseia-se na obediência à autoridade mais por medo do que por
respeito mútuo.

Para Freud, a criança tem pouco controle sobre as forças biológicas e sociais,
que exercem forte influência sobre ele. Somente por meio da experiência que eles vão
aprendendo a lidar com essas influências, formando assim sua personalidade (Oliveira
& Davis, 1994). Segundo as idéias do autor, o que induz o indivíduo a agir são os

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instintos, ou seja, sua excitação energética. O instinto é o aspecto que se encontra no
alicerce das condutas, motivos e pensamentos, que são dirigidos a partir de três fontes
de energia que são a sexualidade, os impulsos de autoconservação e a agressão. Em suas
ações os indivíduos buscam descarregar a energia neles acumulada e que lhes causa
incomodo (FREIRE, 2011).

Esses atores destacaram dois aspectos principais para caracterizar as crianças em


idade escolar:

Desenvolvimento Cognitivo

Segundo Jean Piaget (1896-1980), grande pesquisador sobre o desenvolvimento


cognitivo, este se dá em paralelo ao desenvolvimento físico da criança. A medida que a
criança se desenvolve, a sua inteligência se modifica, partindo de reflexos e movimentos
espontâneos, quando bebe, até a conquista de habilidades para realizar operações
abstratas, no final da adolescência.

Para Piaget, ao final do período de desenvolvimento cognitivo, alguns


comportamentos devem ter sido aprendidos pela maioria das crianças, como:
pensamento espacial; noção de causa e efeito; classificação e seriação; raciocínio
indutivo; noção de conservação e habilidade para lidar com números, solucionando
problemas matemáticos envolvendo as quatro operações (Sousa e Sarmento, 2010, p.
145).

A criança em idade escolar adquire essas características à medida que se


desenvolve cognitivamente e se torna capaz de compreender e aprender os conteúdos
trabalhados em sala de aula. Ainda que esse seja um processo gradual, é fundamental
dar oportunidades para as crianças de sistematizar e organizar a aprendizagem. O
desenvolvimento na idade escolar ocorre à medida que as crianças aprendem
habilidades que a permitem processar e reter informações. O desenvolvimento cognitivo
se dá à medida que as crianças aprendem a usar a memória, a ter atenção concentrada e
aprendem a ler e escrever.

Nessa fase a criança a criança desenvolve, a sua intligência e se modifica,


partindo de reflexões e movimentos espotâneos. A inteligência, para Piaget, modifica-se
à medida que a criança se desenvolve e parte de um continuum entre reflexos

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biológicos, movimentos espontâneos e hábitos adquiridos, que podemos localizar na
fase de bebê (no período sensório-motor), até alcançar as habilidades de realizar
operações abstratas, características do período operatório formal (final da adolescência)
(FREIRE, 2011).

No período pré-escolar ocorre um predomínio da assimilação sobre a


acomodação, isto é, existe uma tendência maior a assimilar dados da realidade externa a
sua visão de mundo do que se acomodar a eles. A criança nessa época já pôde acumular
um bom conhecimento, elaborado por meio de experiências pessoais e no contato
permanente com situações repetitivas que contêm relações espaciais, temporais e
causais entre seus elementos (Guadalupe, 2012). A criança que saiu de um ambiente
doméstico, tendo contato basicamente com os integrantes de sua família, passa a se
relacionar numa sociedade muito mais ampla, o que garante oportunidades de interação
e estimulação muito maiores. O esquema organizado atua como importante ajuda para a
apreensão e memorização de situações, para prognóstico de futuros acontecimentos e
para o planejamento da atuação no meio social.

Vale lembrar que algumas crianças apresentam necessidades especiais e um


olhar individualizado. As dificuldades de aprendizagem na idade escolar podem ter
origem em transtornos como dislexia, TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade), autismo, assim como em deficiências visuais, auditivas, motoras ou
intelectuais.

Nesses casos, é preciso oferecer condições de ensino que visem superar essas
dificuldades de aprendizagem. Em muitos casos, será preciso uma reorganização
curricular para suprir as necessidades educacionais de alguns alunos.

Desenvolvimento emocional e social

Segundo Gueniche (2005) emoção é uma resposta a um estímulo externo ou


interno como medo, tristeza, raiva ou alegria. A medida que as crianças em idade
escolar se desenvolvem cognitivamente, aprendem mais sobre si mesmo e a controlar
suas emoções e expressa-las de forma mais adequada. Ao mesmo tempo em que as
crianças em idade escolar se desenvolvem cognitivamente, aprendem mais sobre elas
mesmas assim como a ter mais controle emocional.

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Quando as crianças começam a tomar consciência de suas emoções, se tornam
capazes de reconhecer sentimentos e lidar com eles. As crianças em idade escolar
aprendem a se conscientizar não só de suas emoções, mas as dos outros. Esse aspecto é
fundamental para a interação social e a medida que se desenvolvem, aprendem a
controlar suas emoções. Ainda que inicialmente reajam de forma inadequada a emoções
como tristeza e medo, aprendem a identificá-las e expressá-las de formas mais
adequadas, com a mediação dos adultos (Gueniche, 2005).

Tanto a escola quanto a família ajudam a criança a desenvolver o controle de


suas emoções, assim como a sua autoestima. A medida que a criança percebe seus
sentimentos e as possibilidades de reagir a eles, ela adquire mais autoconfiança e a
capacidade de lidar com desafios. Assim com as crianças que reagem agressivamente,
aquelas mais quietas e retraídas, também devem receber a atenção dos adultos. Ainda
que pareça um comportamento adequado, pode ser um motivo de preocupação, por isso
essa criança deve ser orientada e, se preciso, encaminhada para um atendimento
psicológico.

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CONCLUSÃO

Como vimos, o desenvolvimento é algo contínuo no ser humano e depende do


contexto para que possa ser favorável ou não. Diversos aspectos são comuns a muitas
pessoas, o que possibilita trabalhos focais, envolvendo-os. Outros são específicos, frutos
de condições da própria pessoa (a presença de algum tipo de deficiência) ou, ainda,
frutos de condições sociais e/ou culturais (ser índio ou vir de outro país). Apartir do
desenvolviemto podemos caracterizar a criança. Especialmente no final da infância e da
adolescência, as mudanças orgânicas, psicológicas e sociais são intensas e nem sempre
os familiares e professores estão preparados para ajudar os adolescentes a enfrentarem
as dificuldades decorrentes desse processo.

As teorias do desenvolvimento consideram que o comportamento é fruto tanto


de características hereditárias quanto de outras aprendidas no meio ambiente em que
vivemos. Entretanto, algumas dessas teorias divergem quanto à parcela de influência de
cada uma destas fontes. Quando falamos de ambiente, estamos nos referindo às
influências da família, da escola, do bairro, da cultura.

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REFERENCIAS

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