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ABORDAGENS E
cunho neoliberal; políti-
cas públicas de trabalho
diante dos desafios de-
correntes do contexto de
NARRATIVAS
crise e de reestruturação
do capital; democracia na
ação de controle social;
EM POLÍTICAS
identidade e corporeida-
de transexual de sujeito
social na escola; impac-
tos das políticas públicas
PÚBLICAS:
nas manifestações cul-
turais populares, dentre
outras. São abordagens
e narrativas que abarcam
debates atuais relaciona-
E s t ado , so c iedade e c idadania dos às políticas públicas,
tratados de forma densa
e pertinente, no sentido
de dar visibilidade às ex-
pressões da questão so-
cial e às formas de seu
enfrentamento via políti-
cas públicas e processos
sociais.
Jane Cruz Prates
César Albenes de Mendonça Cruz
Silvia Moreira Trugilho
ORGANIZADORES
ABORDAGENS E
NARRATIVAS
EM POLÍTICAS
PÚBLICAS:
E s t ado , so c iedade e c idadania
Vitória-ES
2016
Todos os direitos reservados
emescam
Primeira edição/Novembro 2016
Autores
Alexsandro Rodrigues
Angela Maria Caulyt Santos da Silva
César Albenes de Mendonça Cruz
Hiran Pinel
Larissa Leticia Andara Ramos
Maísa Miralva da Silva
Mateus Dias Pedrini
Max Freitas Mauro Filho
Pablo Cardozo Rocon
Rafael de Rezende Coelho
Raquel de Matos Lopes Gentilli
Soraya Gama de Ataíde Prescholdt
Steferson Zanoni Roseiro
Ubirajara Corrêa Nascimento
Valéria Ferreira Santos de Almada Lima
Organizadores
César Albenes de Mendonça Cruz e Silvia Moreira Trugilho
Conselho Editorial
Antonia Colbari
Francis Sodré
Idilia Fernandes
Jane Cruz Prates
Rogerio Drago
A154
Abordagens e narrativas em políticas públicas: estado, sociedade
e cidadania. / César Albenes de Mendonça Cruz; Silvia Moreira
Trugilho (org.). – Vitória : Emescam, 2016.
183p.
isbn:
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importantes da classe trabalhadora. Assistimos ao avanço do conserva-
dorismo no mundo, e o Brasil é parte desse processo, o que torna mister
aprofundarmos e problematizarmos o debate sobre a relação entre Esta-
do e sociedade.
No contexto estadunidense, os anos 1960-1970 foram um marco
temporal de um processo de desilusão com o liberalismo, possibilitando
a emergência de uma geração de conservadores. Essa geração mesclava,
em seus argumentos, ideais do liberalismo clássico com uma perspectiva
moral da sociedade. Chamados de neoconservadores, estes partiam de
um mesmo argumento sustentado pelos neoliberais: a crítica ao tamanho
e ao papel do Estado. Interpretavam que a implementação de políticas e
programas sociais tanto era responsável pelas repercussões na economia
(inflação, endividamento, prejuízos à produtividade) quanto desestimu-
lava o trabalho e a inovação. Tudo isso repercutia diretamente sobre os
valores considerados tradicionais da sociedade, como a família. Por isso,
os neoconservadores defendiam (e defendem) que é necessário reafirmar
“os valores clássicos ocidentais para prover a base normativa para os
Estados democráticos, liderados por homens capazes e ilibados” (MOLL,
2015, s. p.)1. Essa frase, escrita por Moll em 2015, nunca foi tão atual
no Brasil e no mundo. O que temos acompanhado no Brasil é o avanço
neoconservador no Congresso Nacional, com uma bancada evangélica
que cresce nas últimas eleições. Em 2006, a bancada evangélica pos-
suía 36 integrantes, passando a 73 nas eleições de 2010 e a 78 nas de
2014 (DIAP, 2015).
As forças políticas avançam desafiando o Estado laico. Temas que
coloquem em xeque a reprodução em todos os níveis da vida social de
um modelo de família tradicional (heterossexual) são rechaçados. Nessa
imagem idealizada de família, a doutrina cristã aprisiona a mulher (bela,
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cegueira branca se torna uma epidemia, os problemas da nossa socieda-
de que não queremos enxergar se intensificam de tal forma, que chega a
um ponto em que o civilizado se torna primitivo.
A análise radical é necessária mais do que nunca, para enfrentar-
mos a cegueira branca que nos atinge. Por isso, o livro poderá auxiliar-
nos em nossa análise do tempo presente. Boa leitura!
Vitória, 2016
APRESENTAÇÃO......................................................................................9
César Albenes de Mendonça Cruz
Silvia Moreira Trugilho
capítulo 1
POLÍTICAS PÚBLICAS, PRÁTICAS SOCIAIS E CIDADANIA...........................13
Raquel de Matos Lopes Gentilli
capítulo 2
POLÍTICA PÚBLICA, ESTADO E DEMOCRACIA
NO CONTEXTO DO CAPITALISMO BRASILEIRO.........................................29
Maísa Miralva da Silva
capítulo 3
POLÍTICAS PÚBLICAS DE TRABALHO NO BRASIL CONTEMPORÂNEO........45
Valéria Ferreira Santos de Almada Lima
capítulo 4
UMA DÉCADA PERDIDA: O SUBFINANCIAMENTO
DAS POLÍTICAS SOCIAIS NO ESPÍRITO SANTO.........................................71
Max Freitas Mauro Filho
César Albenes de Mendonça Cruz
capítulo 5
O CONTROLE SOCIAL DA POLÍTICA AMBIENTAL:
O CASO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
PARQUE ESTADUAL PAULO CESAR VINHA...............................................97
Rafael de Rezende Coelho
Larissa Letícia Andara Ramos
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capítulo 6
O QUE PODE UM CORPO “MAL-EDUCADO” NOS ENSINAR?
EDUCAÇÃO, DIVERSIDADE SEXUAL E CIDADANIA..................................113
Alexsandro Rodrigues
Pablo Cardozo Rocon
Mateus Dias Pedrini
Steferson Zanoni Roseiro
capítulo 7
POLÍTICAS PÚBLICAS E CULTURA POPULAR: UM ESTUDO DE CASO.......137
Ubirajara Corrêa Nascimento
Soraya Gama de Ataíde Prescholdt
Angela Maria Caulyt Santos da Silva
capítulo 8
UMA PEDAGOGIA SOCIAL COMO POLÍTICA PÚBLICA,
PRODUZIDA POR MARY, DEPOIS DO SUICÍDIO DE
SEU FILHO GAY, BOBBY: CINEMA, EDUCAÇÃO & INCLUSÃO....................153
Hiran Pinel
SOBRE OS AUTORES............................................................................179
APRESENTAÇÃO
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Os diversos capítulos que compõem este livro estão atravessados
por um argumento recorrente e central – as relações entre o Estado e a
sociedade, a democracia e a cidadania na relação com as políticas pú-
blicas –, mesmo que não apresentado de forma perfeitamente explícita.
Os vários olhares para as políticas públicas e as relações entre Estado e
sociedade presentes nesta coletânea envolvem abordagens e narrativas
que dialogam com leis, normas operacionais e mecanismos regulamen-
tadores de políticas públicas e destacam direitos de cidadania, tendo
como pano de fundo o contexto do capitalismo e as relações sociais na
contemporaneidade.
Na sequência da composição do livro, o capítulo desenvolvido por
Raquel de Matos Lopes Gentilli, tomando por tema as políticas públicas,
apresenta ao leitor uma abordagem teórico-conceitual e histórico-social
delas, com um enfoque que situa a compreensão, a reflexão e o debate
sobre políticas públicas e sociais numa perspectiva crítica, que possui
implícita a visão de totalidade, no tratamento do tema. Suas ideias e ar-
gumentos abarcam um debate sobre políticas públicas com asserções de
análises que incluem as relações entre Estado e sociedade, democracia,
cidadania, determinantes econômicos, direitos sociais e contexto atual,
elementos indispensáveis ao trato de qualquer abordagem sobre políticas
públicas.
Maísa Miralva da Silva, no capítulo de sua autoria, brinda-nos com
um texto em que procura articular a relação entre política pública, Estado
e democracia nos marcos da economia capitalista, com suas históricas
contradições e crises, tendo o cenário brasileiro como principal preocu-
pação. Sua abordagem toma por questão se a garantia dos direitos no
âmbito da sociedade burguesa poderá enfrentar e reduzir a desigualdade
social firmada e expressa na lógica do capital oligopolista e transnacio-
nal. A sensibilidade da autora transparece no texto por meio de uma real
preocupação com a democracia no contexto neoliberal.
O capítulo de Valéria Ferreira Santos de Almada Lima aborda as
implicações das recentes transformações do sistema capitalista, com
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de transexual, apontando a ação de resistência às pedagogias tradicio-
nais normatizadoras de corpos e identidades sociais que se desenvolvem
em contextos escolares, por meio das relações pedagógicas de ensino e
aprendizagem. Desvela-se como uma narrativa contundente que nos ins-
tiga a refletir sobre saberes e poderes instituídos e instituintes em tempos
e espaços escolares e de produção de sujeitos.
O texto de autoria de Ubirajara Corrêa Nascimento, Soraya Gama
de Ataíde Prescholdt e Angela Maria Caulyt Santos da Silva resulta de
uma pesquisa de campo e aborda a cultura popular por meio de debate
sobre as manifestações culturais presentes em uma comunidade urbano
-praiana do município da Serra-ES e os impactos das políticas públicas
nessa produção e formação cultural. Os argumentos apontam a defesa
da formação cultural como condição para a emancipação humana, numa
perspectiva crítica.
O texto de Hiran Pinel, tomando como pano de fundo o debate em
torno da condição de ser gay em uma sociedade excludente, autoritária,
moralizante e repressora, consiste em uma narrativa que apresenta e
descreve, com base no filme “Orações para Bobby”, o modo de cons-
tituição de uma forma de Pedagogia Social não escolar e não formal.
Trata-se de um texto que defende a possibilidade de efetivação de modos
de saber-fazer trabalho social mediante práticas dialógicas e reflexivas de
práxis educacional voltada para o fortalecimento dos sujeitos sociais e a
luta pela garantia de direitos humanos.
Fazemos aqui um convite à leitura desta coletânea, na certeza de
que o leitor nela encontrará reflexões, debates, análises, abordagens e
narrativas contundentes sobre políticas públicas e seus desafios nos tem-
pos atuais. As exposições apresentadas e desenvolvidas pelos autores
nos auxiliam a pensar o destino das políticas públicas no cenário con-
temporâneo e a apreender proposições, pensamentos e ações que alu-
dem ao chamado para o compromisso e a luta em defesa da cidadania,
da democracia e dos direitos sociais para o fortalecimento das políticas
públicas e sociais.
POLÍTICAS PÚBLICAS,
PRÁTICAS SOCIAIS E CIDADANIA
INTRODUÇÃO
A realidade brasileira persistente e cronicamente desigual, eco-
nômica e socialmente nunca ostentou um padrão fordista típico em
suas práticas sociais, nem teve suas políticas públicas associadas a
um padrão que pudesse ser legitimamente considerado como o modelo
de Welfare State, como o adotado na Europa do pós-Segunda Guerra
Mundial.
Apesar disso, ao longo de sua história, o Brasil desenvolveu medi-
das de proteção social incompletas e contraditórias, priorizando os traba-
lhadores dos setores mais importantes da economia em detrimento dos
segmentos mais pobres da sociedade. Isso gerou um padrão de proteção
social fundado numa clivagem de classe extremamente desigual, que
Santos denominou “cidadania regulada” (1979, p. 75), cujos problemas
que lhes são correlatos têm sido exaustivamente discutidos pelo Serviço
Social nas mais diversas abordagens, em todo seu período de consolida-
ção teórica e profissional.
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Raquel de Matos Lopes Gentilli
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Raquel de Matos Lopes Gentilli
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Raquel de Matos Lopes Gentilli
CIDADANIA E DEMOCRACIA
A cidadania nas sociedades capitalistas democráticas remete dire-
tamente à reflexão sobre como importantes decisões econômicas e so-
ciais afetam diretamente à população em geral, e particularmente aos
mais pobres e vulneráveis socialmente. Isto porque a cidadania consiste
num princípio jurídico-político de reconhecimento da igualdade de direi-
tos dos habitantes de determinado Estado-nação.
A complexidade das relações de desigualdades sociais nas socie-
dades capitalistas com baixo grau de redistributividade em geral, provoca
concretamente a existência de uma cidadania desigual. Na perspectiva
da crítica marxista, toda sociedade capitalista é uma sociedade desigual
e de relações de exploração de classe. Mas existem sociedades capitalis-
tas que são mais desiguais ainda que outras, como é o caso da sociedade
brasileira.
A preocupação com a cidadania e com a democracia reflete, no
campo das esquerdas, uma preocupação para as possibilidades de avan-
çar na implantação de políticas públicas e sociais que possibilitem o
alargamento das bases democráticas, tendo em vista a melhoria das con-
dições de vida da população como um todo, sobretudo dos trabalhadores
de mais baixa renda. Consiste, portanto, num processo de redução das
formas de exclusão social sem, contudo, afetar as contradições de classe,
da relação capital/trabalho, e, sobretudo, a garantia dos direitos sociais.
Essa discussão foi possível com o avanço da realidade democrática
no país, desde a instauração da Constituição de 1988, que tornou possí-
vel um vislumbre na possibilidade de realização de governos democráti-
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Raquel de Matos Lopes Gentilli
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Raquel de Matos Lopes Gentilli
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A forma de olhar para a atual realidade política ante as mudanças
sociais e econômicas que estão acontecendo desde os finais de século
XX não pode ser considerada apenas como uma questão técnica a ser
resolvida por normas econômicas e procedimentos jurídicos, focados na
área das políticas públicas. Trata-se essencialmente de uma questão ide-
ológica que, conforme David Miliband (1997, p. 17), vem afetando rei-
teradamente a identidade das esquerdas do mundo inteiro. Desde a crise
das experiências socialistas do século XX, segundo o autor, há que se
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Raquel de Matos Lopes Gentilli
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Raquel de Matos Lopes Gentilli
REFERÊNCIAS
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capítulo 2
INTRODUÇÃO
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Maísa Miralva da Silva
1 O imperialismo diz respeito à dominação de uma nação sobre as demais, induzida tanto pela
força bélica quanto pelo poder econômico.
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Maísa Miralva da Silva
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Maísa Miralva da Silva
2 O Estado, segundo Pereira (2008, p. 144), “além de ser um conceito complexo é um fenômeno
histórico e relacional. [...] Como processo histórico, o Estado contém em si uma dinâmica que
articula passado, presente e futuro. O passado nunca é completamente superado, porque se
infiltra no presente e se projeta no futuro”.
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Maísa Miralva da Silva
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Maísa Miralva da Silva
3 Esse período é considerado a era dos direitos sociais e da organização sindical. Consolidou-se
vasta legislação social e trabalhista que culminou na CLT, sob a influência da concepção positi-
vista para a qual a política deveria incorporar o proletariado à sociedade por meio de medidas de
proteção ao trabalhador e sua família (CARVALHO, 2007).
4 Pela classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são quatro os eixos
fundamentais de desigualdade no Brasil: renda, gênero, raça e inter-regional. O que evidencia a
complexa e díspar situação do país para além da renda, incorporando outros elementos.
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Maísa Miralva da Silva
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A democracia, no seu sentido ampliado, ou seja, para além dos
direitos formalizados, sem dúvida está condicionada pelo tipo de sistema
econômico no qual incide. E, sobre esse esforço, pode-se dizer que “[...]
nossa história recente comprovou, mais uma vez, que as contradições
entre a democracia e o capitalismo são endêmicas e irresolúveis, e que
entre nós assume uma variedade de forque vão desde o grotesco até o
trágico” (BORÓN, 2001, p. 8).
Em realidades como a brasileira, a democracia ainda é um horizon-
te, está em construção. Por isso, a cidadania não pode ser vista só como
uma questão político-legal. É necessário apreender em que condições
ela pode ser exercida na desigualdade, para além da dimensão formal de
direitos e deveres. O parâmetro também deve ser o (precário) acesso à
riqueza socialmente produzida, seja por meio de políticas públicas, ser-
viços públicos, seja pela garantia de direitos universalmente garantidos.
Uma igualdade formal perante a lei, numa realidade de desigual-
dade multidimensional das condições materiais de vida, como o Brasil,
torna a cidadania sem efeito.
A emancipação política não ocorre meramente pela cidadania. O
horizonte da democracia, no sentido profundo de sua compreensão, é
a emancipação humana, a qual depende da libertação das pessoas em
relação aos determinantes da propriedade privada e seu poder de domi-
nação e submissão. A democracia verdadeiramente implica ultrapassar a
realidade de classes antagônicas, de condições desiguais de sobrevivên-
cia, de poder e de liberdade.
Na perspectiva da democracia, as disparidades sociais, econômi-
cas e políticas, e nelas, a existência da pobreza, escravidão, privação
material, fome, desemprego, subemprego, desproteção, violência e de
toda forma de subsistir se tornam situações intoleráveis. Ao contrário de
serem naturalizadas e banalizadas pela ideologia burguesa e fetiche do
capital, essas condições precisam aclarar e ampliar o debate da demo-
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Maísa Miralva da Silva
cracia, bem como da mediação das políticas públicas, para limitar as re-
gras do jogo no capitalismo em favor da travessia para outros patamares
de civilidade humana, contrária à reificação do mercado.
A relação política pública, Estado e democracia no contexto do ca-
pitalismo brasileiro é um debate que diz respeito às dimensões sociais e
políticas, pois remete a um passado ainda presente no palco da história.
Entretanto, a dimensão econômica é a que sustenta estruturalmente a
(re)produção da lógica da desigualdade mais objetiva, incontestavelmen-
te. Historicamente, a precária democracia se funda na concentração de
riqueza e aprofundamento da desigualdade. E, conforme afirma Carvalho
(2007, p. 229), “a precária democracia de hoje não sobreviveria à espe-
ra tão longa para extirpar o câncer da desigualdade”.
REFERÊNCIAS
LIMA, Carlos A.F. Estado, Financiamento público e crise. In: SILVA, Maria
Abadia da; SILVA, Ronaldo B. (Orgs.) A ideia de Universidade: rumos e
desafios. Ronaldo B. Silva. Brasília: Liber Libro editora, 2006.
MENY, Ives y THOENING, Jean Claude. Las políticas públicas. Trad. Sal-
vador del Carril. Barcelona: Editorial Ariel, 1992.
______. Política Social – Temas & Questões. São Paulo: Cortez, 2008.
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Maísa Miralva da Silva
INTRODUÇÃO
Este trabalho resulta de uma reflexão empreendida no âmbito do
projeto de pesquisa intitulado “Projeto de Funcionamento de Observató-
rio Social e do Trabalho: Eixo do Trabalho”, aprovado pelo CNPq, com
vistas à concessão de bolsa de produtividade. Tem por objetivo discutir
o papel desempenhado pelas políticas públicas de trabalho para fazer
face aos principais desafios impostos pela conformação e dinâmica do
mercado de trabalho no Brasil, no contexto das recentes transformações
socioeconômicas experimentadas pelo país.
Para tanto, aborda, em primeiro lugar, o perfil assumido pelas
políticas de trabalho no atual contexto de crise e de reestruturação do
capital, sob a hegemonia da ideologia neoliberal; em segundo, discute
as especificidades assumidas por essas políticas no Brasil ao longo do
seu desenvolvimento histórico, com destaque para as décadas de 1990,
2000 e 2010. O texto contém uma conclusão, cujo foco incide nos prin-
cipais requisitos para alcançar maior efetividade dos programas consti-
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Valéria Ferreira Santos de Almada Lima
1 Todo este item constitui versão resumida de um capítulo da tese de doutorado da autora, intitu-
lada “Qualificação e Emprego no Brasil: uma avaliação dos resultados do PLANFOR”, publicado
em Lima, 2008.
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Valéria Ferreira Santos de Almada Lima
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Valéria Ferreira Santos de Almada Lima
dade a qualquer preço, ou ainda, como diz Castel (1998), “[...] ocupar-
se dos válidos invalidados pela conjuntura” (p. 559).
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Valéria Ferreira Santos de Almada Lima
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Valéria Ferreira Santos de Almada Lima
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Valéria Ferreira Santos de Almada Lima
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Valéria Ferreira Santos de Almada Lima
CONSIDERAÇÕES FINAIS
À guisa de conclusão, pode-se confirmar, pela argumentação de-
senvolvida ao longo deste texto, que nem sempre as chamadas “políticas
de mercado de trabalho” têm efetividade para enfrentar as problemáticas
do desemprego e da informalidade das relações de trabalho.
Com efeito, há de se reconhecer que programas dessa natureza,
em sua maioria, não têm a capacidade de contribuir para o crescimento
das oportunidades de emprego para o conjunto da economia. Isso por-
que, evidentemente, o número de postos de trabalho gerado é o resultado
da dinâmica de acumulação capitalista, cujos condicionantes têm lugar
fora do mercado de trabalho.
Portanto, embora as políticas de mercado trabalho cumpram o im-
portante papel de prestar assistência aos trabalhadores desempregados,
elas se revelam de pouco valor em um quadro geral de desaquecimento
da economia, no qual deixam de ser produzidos bons empregos. Não
obstante, o reconhecimento dos limites de programas dessa natureza
não deve levar ao extremo de negar a sua importância como parte inte-
grante de um sistema público de emprego que visa a fornecer assistência
e proteção aos desempregados e aos trabalhadores sob o risco de deso-
cupação.
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Valéria Ferreira Santos de Almada Lima
REFERÊNCIAS
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Valéria Ferreira Santos de Almada Lima
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capítulo 4
INTRODUÇÃO
O Fundo de Desenvolvimento da Atividade Portuária (Fundap) foi
criado para estimular a dinâmica das atividades no Porto de Vitória, ainda
que nem todas as operações tenham passado necessariamente por esse
porto brasileiro. São conhecidos os casos em que apenas a nota fiscal
era carimbada pelas autoridades locais e as mercadorias desembarcadas
em outras regiões do país. O Ministério Público Federal no Estado do Rio
de Janeiro denunciou, em 2001, à Comissão de Fiscalização e Controle
do Congresso Nacional fatos relacionados a esse tipo de operação (BRA-
SIL, 2001). Desse modo, procuramos reconstruir a conjuntura do estado
do Espírito Santo, por ocasião da criação do Fundap, dentro da dinâmica
econômica do Brasil, inserida no quadro maior das relações internacionais
do capitalismo globalizado. Para tanto, algumas forças sociais e políticas
atuaram internamente nesse processo, segundo seus vínculos, motivações
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Max Freitas Mauro Filho
César Albenes de Mendonça Cruz
PANORAMA HISTÓRICO
O Brasil, diferentemente dos países centrais, se inseriu tardiamente
no capitalismo (MELLO, 1982). No Espírito Santo, de forma ainda mais
retardatária, as relações de produção capitalista se consolidaram, pois,
desde o império, se determinou que essa região não deveria desenvolver-
se, porque era necessário preservar o controle da produção mineral do
estado de Minas Gerais sob os auspícios da Coroa Portuguesa. O contexto
histórico em que se deu a instituição do Fundap é exatamente um perí-
odo em que a nação brasileira estava sob a vigência de uma ditadura;
portanto, além da repressão aos dirigentes oposicionistas, foi interditada
a eleição direta para os seus representantes; período chamado por Flo-
restan Fernandes de autocracia burguesa (1974)1. Consequentemente
a essa análise, o Congresso foi fechado, as liberdades democráticas ex-
tintas, forte repressão aos movimentos sociais, com prisões arbitrárias
acompanhadas em muitos casos de tortura e morte. Também as eleições
diretas foram suprimidas. Para os estados, houve indicação de interven-
tores, também conhecidos como governadores biônicos.
No governo biônico de Cristiano Dias Lopes, fora instituído o Fun-
dap. Certamente o que levou o governador, à época, a criar esse sistema
de incentivo foi o atraso econômico do estado capixaba ante os demais
estados que integram a região sudeste do país. De fato, o governo Cris-
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Max Freitas Mauro Filho
César Albenes de Mendonça Cruz
R.: Sim, pois das 300 empresas certificadas para operar com o
Fundap, grande parte tem sua estrutura logística, administrativa
e financeira no ES e devem mantê-las aqui no ES. É certo que
outras, com menor porte ou estrutura, poderão deixar de operar ou
transferir suas atividades para outros estados.
R.: A nossa empresa se preparou dois anos antes para essas re-
formas e mudanças. Quando observamos a fragilidade política do
nosso estado migramos boa parte das nossas operações de im-
portação por conta e ordem para o estado de Santa Catarina, que
estava na mesma condição do Espírito Santo. Porém o Estado de
Santa Catarina vinha nos últimos dez anos investindo pesadamen-
te em sua estrutura logística compreendida em Portos, Aeroportos,
estrada e vias de acesso, só faltando incremento em ferrovias. Vale
aqui ressaltar que o estado de Santa Catarina, sofreu duas gran-
des enchentes, uma delas destruiu parte do Porto. Felizmente e
construtivamente os Catarinenses, souberam dar a volta por cima,
sendo considerado hoje o segundo melhor porto para se operar
no comércio exterior no Brasil. O nosso estado nada fez, cruzou
os braços, ficou esperando cair do céu um porto e um aeroporto.
Politicamente somos fracos e sem força, não temos voz. Mas só a
título de curiosidade, Santa Catarina pelas dimensões parecidas
com nosso estado, vive um bom momento no que se refere ao
comércio exterior.
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Max Freitas Mauro Filho
César Albenes de Mendonça Cruz
DO FUNDAP AO SUBFINANCIAMENTO
DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Do nosso ponto de vista, o Fundap é muito mais um incentivo às
importações do que qualquer outra coisa, portanto não gera emprego
no mercado local. No caso capixaba, uma importante via de valorização
fora da órbita produtiva se daria pelo uso indiscriminado do Fundap –
instrumento utilizado para ampliar as importações pelo Porto de Vitória,
que possibilitou a um grupo de empresários ligados às atividades mer-
cantil-portuárias, beneficiários da abertura comercial, o uso contínuo dos
incentivos dados pelo estado do Espírito Santo (MOTA, 2002, p. 96-97).
Esta não é a opinião do então presidente do Bandes, que ressaltou a
função social do Fundap como gerador de empregos, conforme se vê na
entrevista por nós realizada:
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Max Freitas Mauro Filho
César Albenes de Mendonça Cruz
Quais efeitos sua empresa sentiu com o fim dessa vantagem com-
parativa para o ES?
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Max Freitas Mauro Filho
César Albenes de Mendonça Cruz
3 Estamos falando das importações, pois o mundo construiu a ideia de que não se exportam im-
postos – para isso o Brasil já tem a lei Kandir para compensar os estados que perderam receita
com a desoneração das exportações.
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Max Freitas Mauro Filho
César Albenes de Mendonça Cruz
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Max Freitas Mauro Filho
César Albenes de Mendonça Cruz
Vila Velha 3,0% 3,1% 3,8% 4,3% 4,8% 4,9% 6,3% 5,9% 5,5% 5,4% 5,1%
Municípios (Excluído Vila Velha) 40,8% 42,6% 44,0% 46,0% 47,6% 59,6% 58,6% 57,8% 55,9% 56,4% 53,7%
Estado 56,3% 54,3% 52,2% 49,7% 47,6% 35,6% 35,0% 36,3% 38,6% 38,2% 41,2%
receita icms-fundap não
592,9 687,1 530,0 806,3 887,0 1.029,7 1.239,5 1.418,6 1.221,6 1.094,1 9.506,7
contabilizada para o fundep/fundeb
% não aplicado no fundef/fundeb 88,9 103,1 79,5 120,9 133,0 154,5 206,5 260,0 244,3 218,8
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estamos convictos de que grande parte da insatisfação popular
existente hoje no Brasil, sem dúvida, tem origem no subfinanciamento
das políticas sociais. No caso do Espírito Santo, pelas razões alinhava-
das neste texto. Examinando o voto do relator das contas do governo do
Estado, quando da reorientação contábil no Espírito Santo, tem-se que
os desvios levaram a um quadro gravíssimo no campo desse subfinan-
ciamento, pois o valor aplicado em educação, em todo o exercício de
1995, na ordem de R$ 250.226.582,41 (duzentos e cinquenta milhões
duzentos e vinte e seis mil quinhentos e oitenta reais e quarenta e um
centavos), corresponde apenas a 21,10% da receita de impostos, cujo
valor alcançou o montante de R$ 1.186.065.137,45 (um bilhão cento
e oitenta e seis milhões sessenta e cinco mil cento e trinta e sete reais e
quarenta e cinco centavos), insuficiente para elidir a obrigação do gover-
no, uma vez que 25% do total arrecadado com impostos corresponde a
nada menos do que R$ 296.516.284,34 (duzentos e noventa e seis mi-
lhões quinhentos e dezesseis mil duzentos e oitenta e quatro reais e trinta
e quatro centavos) (ESPÍRITO SANTO, 1996, p. 166). Ainda explorando
tal documento jurídico, mesmo que a força de sua convicção não tenha
sido suficiente para convencer o colegiado daquela corte de contas, foi
contundente ao afirmar que, para colocar uma pá de cal sobre o assunto,
a Constituição Federal não impede, não proíbe nem limita a aplicação de
outros recursos, que não tributários, em educação. O que ela estabelece
é o mínimo a ser aplicado, nada impedindo que se aplique, no setor edu-
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Max Freitas Mauro Filho
César Albenes de Mendonça Cruz
REFERÊNCIAS
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Max Freitas Mauro Filho
César Albenes de Mendonça Cruz
INTRODUÇÃO
Este capítulo resulta de uma pesquisa desenvolvida como disser-
tação de mestrado em Políticas Públicas e Desenvolvimento Local, cujo
objetivo geral consistiu em estudar o controle social da política ambien-
tal, exercido na Unidade de Conservação Parque Estadual Paulo Cesar
Vinha, sediada no estado do Espírito Santo. Para tanto, procedeu-se ao
exame da literatura corrente sobre a ecologia numa interface com as
disciplinas das ciências humanas, mais especificamente a sociologia, an-
tropologia e história. Aliado a isso, realizou-se pesquisa empírica com os
atores sociais que atuam no Conselho Gestor do Parque Estadual Paulo
Cesar Vinha (PEPCV), com vistas a descrever a atuação dos conselheiros
na efetivação de práticas sociais voltadas ao controle social em políticas
públicas direcionadas à proteção do meio ambiente.
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Rafael de Rezende Coelho
Larissa Letícia Andara Ramos
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1 Conurbação (do lat. urbis, cidade) corresponde a um fenômeno de unificação da malha urbana
de duas ou mais cidades vizinhas, em consequência de seu crescimento geográfico.
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Rafael de Rezende Coelho
Larissa Letícia Andara Ramos
Eu sou até novo aqui, mas esse senhor aqui, por exemplo, mora
aqui há 50 anos e conhece isso como se fosse o quintal da casa
dele, então eu acho que ninguém pode chegar assim e tomar
uma área do nada, sem falar nada com você e eles fizeram muita
coisa aqui. Infelizmente é isso que tem acontecido né, não só
aqui, eles querem acabar com o pescador artesanal, deixar só a
industrial né, e assim eles podem cobrar o que quiser, mas eles
esquecem que o pescador artesanal respeita mais a natureza e
alimenta muitas famílias daqui tá. Então é isso. (SC Associação
de Pescadores)
gradado mais o meio ambiente do que a pesca artesanal. Por outro lado,
o representante da sociedade política, mesmo admitindo o uso regular
da terra, reivindica para o Estado a posse e domínio da terra ocupada do
entorno do parque.
Essas questões reforçam o entendimento de que os representantes
da sociedade política no conselho representam os interesses do Estado;
portanto, configuram-se na classe dominante. Já os representantes da
sociedade civil representam os interesses da sociedade, que, pela frag-
mentação na sua forma de organização, se configuram na classe domi-
nada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados apontam que, apesar dos avanços observados na
política ambiental brasileira em geral, que sugere propostas participati-
vas, democráticas em relação às políticas voltadas para as Unidades de
Conservação, em particular o PEPCV, as ações do Conselho Gestor ainda
são pouco efetivas na prática social, uma vez que se observa, no cenário
eleito, descrença sobre a efetiva participação dos conselheiros da socie-
dade civil nas deliberações relativas à gestão do parque.
A composição do conselho segue os princípios democráticos,
porém com dupla interpretação de seu caráter, que a refere ora como
democracia consultiva, ora como democracia participativa. Mas, in-
dependentemente de seu caráter, o conselho é considerado espaço de
discussão pública do funcionamento de uma Unidade de Conservação,
aproximando-se do pensamento de Antônio Gramsci, na conformação da
democracia, quando o pressuposto é a relação entre a sociedade civil e
a sociedade política.
Os maiores conflitos da relação entre sociedade civil e sociedade
política durante as reuniões do conselho acontecem por diversidade de
ideias, em razão da cultura artesanal e da regularização fundiária prin-
cipalmente. Nessa correlação de forças, os representantes da sociedade
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Rafael de Rezende Coelho
Larissa Letícia Andara Ramos
REFERÊNCIAS
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capítulo 6
Alexsandro Rodrigues
Pablo Cardozo Rocon
Mateus Dias Pedrini
Steferson Zanoni Roseiro
INTRODUÇÃO
Na condição de trabalhadores culturais implicados em problema-
tizar os discursos que tomam as sexualidades como alvo de julgamentos
e condenações e buscam, pelo exercício de poder-saber, barrar os fluxos
que expandem sentidos de uma vida a ser vivida como obra de arte,
aventuramo-nos numa escrita polifônica comprometida com os proces-
sos de significação envoltos no universo trans (BENEDETTI, 2005) em
suas redes educativas. Nessa aventura ensaística, colocamo-nos no lugar
1 Este é um recorte da pesquisa intitulada “Outras histórias porque possíveis: narrativas da Diver-
sidade Sexual entre o dentrofora da escola, da produção cultural dos corpos trans ao acesso á
saúde” realizada com o apoio financeiro da Fundação de Amparo a Pesquisa do Espírito Santo e
da Universidade Federal do Espírito Santo.
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Mateus Dias Pedrini
Steferson Zanoni Roseiro
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Pablo Cardozo Rocon
Mateus Dias Pedrini
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3 Aprendemos, nos estudos com o cotidiano e especificamente com Nilda Alves, a fazer uso da
junção das palavras como tentativa de fazer as palavras dizerem coisas que não diriam isolada-
mente.
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Alexsandro Rodrigues
Pablo Cardozo Rocon
Mateus Dias Pedrini
Steferson Zanoni Roseiro
dos curriculares, que uma vida, um corpo trans, busca pôr em xeque
a normatividade da identidade que se produz como desejo hegemônico
de significados de uma construção social e cultural heteronormativos.
A heteronorma é a norma invisível da estratégia e ideal de padrão po-
lítico-avaliativo ao qual todas as outras sexualidades, produzidas como
diferenças pejorativas, devem submeter-se. Burrillo explica:
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4 As políticas de igualdade, ao não abarcarem a pluralidade do universo trans, podem excluir pela
via de inclusão. Um exemplo claro é o processo transexualizador do SUS, que, ao eleger um
sujeito transexual oficial, priva do acesso à saúde os demais sujeitos que não se enquadram nos
“termos” do diagnóstico.
5 Lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros e intersexos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Afrodite, decerto, é aquele corpo “mal-educado”, aquele corpo
que, sob quaisquer ópticas, seria taxado das mais infinitas (des)educa-
ções. Parece haver uma tese geral a esses corpos que, como dissemos
antes, não podem ser “educados”; portanto, só lhes restariam os pesares.
Todavia, esse próprio jogo parece não se exercitar muito bem. Na
relação entre o corposujeitoidentidadetrans e o corpoescola, algo parece
acontecer, e ironicamente parece que é o próprio corpo escolar que co-
meça a se modificar, a se fazer fármaco, tecnológico, hormonal, sexual...
É esse desvio do próprio corpoescola que nos interessa. Cada vez
mais, somos convocados a pensar e problematizar a condição da sexua-
lidade e da diversidade sexual com a escola, uma vez que estamos com-
preendendo que a multiplicidade de configurações desejantes que um
corpo/sujeito pode assumir, ao se pôr em movimento nas redes de poder,
pode sempre produzir respostas a meio caminho, respostas desviantes,
que nos fazem querer continuar na aventura investigativa e no exercício
da pergunta.
Quando nos propomos a contar outras histórias envoltas na escola,
podemos compreender que, por dentro dela, existem espaços-tempos de
aprendizagens que nenhuma pedagogia consegue capturar. O corpo da
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Pablo Cardozo Rocon
Mateus Dias Pedrini
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REFERÊNCIAS
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capítulo 7
INTRODUÇÃO
Pretende-se, por meio deste capítulo, contribuir no processo de
discussão no que tange à identificação dos impactos das políticas públi-
cas de cultura do município da Serra, mais especificamente focados na
comunidade de Nova Almeida, a partir da década de 1990, o qual não
tem a pretensão de exaurir o tema. A riqueza do contexto histórico dessa
comunidade possibilita uma gama de eixos temáticos a ser analisada,
especialmente no que concerne à cultura popular. Para esta categoria, de
acordo com Chauí (2006, p.133-134), tem-se que ela compreende tudo
“[...] aquilo que é elaborado pelas classes populares, em particular, pela
classe trabalhadora, segundo o que se faz no polo da dominação, ou seja,
com repetição ou com contestação, dependendo das condições históricas
e das formas de organização populares”.
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Ubirajara Corrêa Nascimento
Soraya Gama de Ataíde Prescholdt
Angela Maria Caulyt Santos da Silva
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Soraya Gama de Ataíde Prescholdt
Angela Maria Caulyt Santos da Silva
das da vida particular e coletiva dessa sociedade, que tem caráter públi-
co, isto é, de interesse comum. Toda ela deve estar fundada na legislação
e organizada em ações promovidas pelo Estado. O modelo que gera a
estrutura estatal é a repartição pública, que é o aparato que concentra os
trâmites para definição das demandas, projetos e ações, assim como o
elemento que colabora para a implementação das atividades, neste caso,
o funcionário público.
Diante do exposto, para fins de comparação, tornou-se necessário
promover alguns destaques. Quando se consulta a existência do Sistema
de Cultura em âmbito federal, estadual e municipal, observa-se que,
respectivamente, há o Ministério da Cultura, a Secretaria de Estado da
Cultura e a Secretaria Municipal de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer,
criados de acordo com a legislação em vigor. Ao pesquisar a legislação de
incentivo à cultura, o Governo Federal tem suas prerrogativas na Consti-
tuição Federal de 1988, além da Lei Rouanet. O Governo do Estado em
destaque na Constituição Estadual de 1989 e o Governo Municipal na
Lei Orgânica de 1990 e a Lei Projeto Cultural Chico Prego de 1995 (com
suas reformulações).
No que tange à fonte de recursos, o país tem o Fundo Nacional de
Cultura. O Estado tem o Fundo de Cultura do Espírito Santo (Funcultura)
desde 2008 e o município ainda não dispõe desse instrumento de incen-
tivo. Ao observar a existência de instâncias de participação social, existe
o Conselho Nacional de Política Cultural, o Conselho Estadual de Cultura
e o Conselho Municipal de Cultura da Serra. Ao identificar os fóruns de
debate em todos os níveis, há a Conferência de Cultura. Ao enfocar o
âmbito do planejamento, foram identificados o Plano Nacional de Cul-
tura e o Planejamento Estratégico 2011-2014 da Secretaria de Estado
da Cultura. Registra-se que, em âmbito estadual e municipal, não há um
plano específico para o setor.
Ao enfocar as atividades culturais da Serra, de acordo com Bor-
ges (2003), tem-se que o Ciclo Folclórico Religioso de Nova Almeida,
que ocorre com maior intensidade em janeiro. Inicia-se com as home-
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Ubirajara Corrêa Nascimento
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1 De acordo com o Espírito Santo (2009), Congo ou Banda de Congo é um grupo típico capixaba
formado de um número variável de homens e mulheres que se apresentam em festas de santos
(especialmente as de São Pedro, São Sebastião e São Benedito) notadamente nas puxadas de
mastro ou em outras ocasiões festivas.
2 As Puxadas de Mastro são eventos que compreendem três etapas distintas nas festividades di-
rigidas aos santos. Compõem-se da derrubada ou arrancada do mastro; puxada, levantamento
e fincada do mastro; retirada ou descida do mastro. A primeira etapa corresponde à retirada de
uma árvore na mata, a qual conta com a participação da Banda de Congo. No dia da festa do
santo ou na véspera, ocorre a Puxada do Mastro, que, depois de ornamentado, é fincado em fren-
te à Igreja Católica local. Completadas as festividades, é realizada a retirada do mastro, quando
da conclusão do ciclo de homenagens. Em Nova Almeida, o ciclo folclórico religioso inicia-se no
Dia de São Benedito (26 de dezembro) e encerra-se no Dia de São Sebastião (20 de janeiro).
3 Um ícone existente em Nova Almeida que se destaca como elemento da arquitetura local são a
Residência e Igreja dos Reis Magos, datadas do século XVI. No interior da igreja jesuíta, destaca-
se o imponente retábulo entalhado com elementos da fauna e flora, além da exposição do quadro
Adoração dos Reis Magos, cuja pintura é uma das mais antigas do continente americano.
4 Registra-se que a identificação da etnia foi de forma espontânea, sem apresentar aos entrevista-
dos quaisquer conceitos ou estímulos complementares. Essa categoria foi inserida no instrumento
de pesquisa para identificar como os entrevistados se reconhecem.
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setor, bem como da comunidade que busca viabilizar atividades que sub-
sidiem a manutenção da cultura local.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base na proposta em discussão, foi possível identificar fa-
tores relativos ao Ciclo Folclórico Religioso de Nova Almeida que são
influenciados pelas políticas públicas de cultura do município da Serra.
Com embasamento nos referenciais teóricos, especialmente na perspec-
tiva marxista, observa-se claramente o conflito existente entre o interesse
do capital e as demandas sociais existentes na comunidade da área de
estudo. Há uma necessidade de mudança desse modelo de exploração
que demande uma nova ordem social, política, educacional e cultural
e colabore positivamente na superação da alienação, para estimular a
emancipação política e cultural que valorize o pensamento crítico do
trabalhador.
É mister que as iniciativas relacionadas à manutenção da cultura
deixem de ter como origem ações de governo (de efeito transitório) e
passem a ser efetivamente ação do Estado (de efeito constante), as quais
devem ser caracterizadas como Políticas Públicas de Cultura. Registra-se
que os governos (nos âmbitos municipal, estadual e federal) desenvol-
vem atividades, mas identificou-se uma carência na publicidade desses
atos, o que justifica parte do desconhecimento das ações realizadas por
parte da comunidade.
Desse modo, ao analisar os dados obtidos, sugere-se o fortaleci-
mento do Sistema Municipal de Cultura, de maneira que propicie uma
ambiência que favoreça ao desenvolvimento das demandas das ativi-
dades culturais. As carências e sugestões para a manutenção do Ciclo
Folclórico Religioso de Nova Almeida são amplas e merecem ser objeto
de atenção e intervenção, não somente no âmbito da cultura, mas ainda
nas demais políticas públicas e no desenvolvimento local.
REFERÊNCIAS
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capítulo 8
Hiran Pinel
INTRODUÇÃO
O objetivo aqui é o de descrever narrativamente algumas cenas do
filme produzido pela/para a televisão, intitulado “Orações para Bobby”
(ESTADOS UNIDOS, 2009, “Prayers for Bobby”, direção de Russell Mul-
cahy), procurando desvelar a Pedagogia Social produzida/criada/inven-
tada, de modo não consciente, pela personagem Mary, mãe de Bobby,
rapaz que se suicidou justamente por encontrar resistência materna
quando confessou ser gay. Descrevemos uma resistência materna, sur-
gida nos Estados Unidos, em um período muito repressor nessa esfera,
que, no filme, é pautado, no microcotidiano, por duas formas de praticar
uma mesma religião – um modo rígido e arcaico e o outro libertador–,
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Hiran Pinel
pecou – que está no céu. Nesse sentido (e contexto), Mary ousa redefinir-
se e o faz com novas leituras e interpretações da Bíblia, a seu arbítrio,
contextualizando o texto.
Há pouco mais de seis meses, Mary perdeu Bobby e ela diz isso à
senhora Lambert. Ela começa a restaurar-se, permitir-se. É como se ela
começasse a contar a história para nós, os espectadores. Das cinzas ela
renasce. Há esperança, diria Paulo Freire.
A visitante diz frases humanistas: “nós mães sabemos sempre”
(que seus filhos são gays, insinuando que elas têm um “sexto sentido”);
“acho que nenhum pai que escuta que o filho é gay, pensa: ‘que bom’-”.
Mary começa a sorrir, quando escuta o “que bom”. Dá ainda dicas de
como é a Pedagogia Social da P-Flag: orientação educacional não escolar
individual (marcada pela “escuta”), trabalhos de grupos (preferencial-
mente): “acho que ficará chocada com a quantidade de pessoas que
pensam que são as únicas famílias estadunidenses a ter um filho gay”,
diz Betty para Mary.
Mary vai a uma reunião. E como se envolver? Como boa parte da
redenção fílmica, a personagem está desconfiada – “eu vim, mas não vou
ficar muito tempo”. Ela é excelentemente acolhida por todos – a escuta
acompanhada pelo acolhimento é outro tema caro à Pedagogia Social
(PINEL, 2003), o outro a vai constituindo. Todos a ouvem, inclusive
o reverendo, além de Betty, pais e amigos dos gays. São falas tristes e
alegres, contando acerca da cultura gay no discurso dos filhos – a par-
te alegre de ser gay – como o interesse por moda, cor, artistas. Escuta
discursos paternos acerca das agressões que o filho recebeu na escola
e da desatenção da instituição pedagógica, bem como das autoridades
em geral. Outro homem diz que chamava os gays de “frutinhas”, boio-
las, bichas e completa: “Eu não tinha noção do que eu falava e levei um
tempo para aceitar meu filho Sam”. Mary vai escutando as narrativas e
se inserindo como cidadã no mundo; ela não está só, não mesmo. Outro
testemunho é acerca de um filho gay levado ao psiquiatra que usou ele-
trochoque, objetivando a cura da homossexualidade do seu filho – algo
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Hiran Pinel
fiz isso, matei meu filho”, e chora compulsivamente. “Como Deus vai
me perdoar? Como Bobby vai me perdoar?”. O reverendo usa frases a
bel-prazer, para tranquilizar a mãe, já que, como diz Pinel (2013), “o
problema dos mortos são os vivos, eles que ficam para contar história,
sentimentos, desejos, emoções, raciocínios – esvaziarem-se e entrega-
rem-se à vida que clama vir a lume” (p. 97). “Deus já te deu o perdão,
agora você deve perdoar a si mesma”, anuncia o reverendo, e ela, final-
mente, se autoriza a escutar.
Mary vai ao cemitério e se perdoa. O aconselho do reverendo serviu
para algo que estava com ela. E será ali que ela tomará a decisão de ser
educadora social: ela pede força para educar os outros: “transmitir as ou-
tras pessoas cujas vidas nunca serão as mesmas por causa da morte de
entes queridos. Eu não decidi ter olhos castanhos, e agora compreendo
que Bobby não decidiu ser gay, não foi sua escolha”. Ela vai-se reinven-
tando nos seus modos de ser (sendo) junto ao outro no mundo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mary vai ao Conselho Público objetivando legalizar o “Dia da Liber-
dade Gay”, e a proposta é negada. Ela almeja com desejo profundo, com
os outros no mundo, construir uma Política Pública, tendo por foco uma
Pedagogia Social, que dali emerge, subjetiva/objetiva. Diz Pinel (2006)
que a subjetividade, aquela que se desvela nos “modos de ser sendo
junto ao outro no mundo”, se dá no mundo, na objetividade desse mes-
mo lugar-tempo, sendo então indissociáveis. Assim, para construir uma
Política Pública, “um grupo, que muitas vezes se constituiu devido uma
pessoa que contagia positivamente, precisa de uma subjetividade de re-
siliência, e acima de tudo, de resistência” (p. 12).
O finco desse grupo que luta pode ser, evocando um programa edu-
cacional como Política Pública (GRIGOLETO, 2010), minimizar e até ex-
tinguir as injustiças, as quais podem ser cometidas por ação ou omissão
contra os homossexuais. Entretanto, está-se vivendo um arcadismo, uma
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Hiran Pinel
REFERÊNCIAS
CALDAS, Wagner Kirmse. 12 dias das mães sem ela. Vitória, ES. Sítio:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10206357971138888&-
set=a.1894214125825.109916.1555721807&type=1&theater
[capturado em 11 de maio de 2015].
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Hiran Pinel
Alexsandro Rodrigues
Pedagogo. Doutor em Educação pela UFES. Mestre em Educação pela
UFF. Professor adjunto do Centro de Educação, do Programa de Pós-
Graduação em Psicologia Institucional da Universidade Federal do Es-
pírito Santo. Coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas e Sexua-
lidades (NEPS).
E-mail: xela_alex@bol.com.br.
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César Albenes de Mendonça Cruz
Graduado em Filosofia. Mestre em Educação pela Universidade Federal
do Espírito Santo (UFES). Doutor em Serviço Social pela Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Professor adjunto e coordenador do
Mestrado em Políticas Públicas Desenvolvimento Local da Escola Supe-
rior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória – Emescam.
Desenvolve estudos e pesquisa na área de trabalho e políticas públicas.
E-mail: cesar.cruz@emescam.br.
Hiran Pinel
Bacharel em Psicologia. Formação de Psicólogos. Licenciado em Psico-
logia, Pedagogia, Filosofia. Pós-doutorado em Educação, Universidade
Federal de Minas Gerais, UFMG. Doutor em Psicologia, Universidade de
São Paulo, USP. Mestre em Educação, Universidade Federal do Espírito
Santo (UFES). Especialista em Saúde Pública, Universidade de Ribei-
rão Preto, UNAERP. Professor titular (UFES), Centro de Educação, De-
partamento de Teorias do Ensino e Práticas Educacionais, Programa de
Pós-Graduação em Educação. Líder da linha de pesquisa “Diversidade e
Práticas Educacionais Inclusivas”.
E-mail: hiranpinel@gmail.com.
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Pablo Cardozo Rocon
Assistente Social. Mestrando em Saúde Coletiva na Universidade Federal
do Espírito Santo e membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas e Sexua-
lidades (NEPS).
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Os Organizadores A coletânea Abordagens e Narrativas em Política Públicas expõe debates
César Albenes que argumentam a respeito das relações entre o Estado e a sociedade,
de Mendonça Cruz democracia, cidadania e direitos sociais tomados a partir do universo das
Graduado em Filosofia e Mes- políticas públicas. Resulta de um esforço conjunto de unir debates que
tre em Educação pela Univer- se realizam por meio de estudos e pesquisas sobre a política pública nas
sidade Federal do Espírito suas possibilidades de efetivação e em seus desafios face às relações exis-
Santo (UFES), Doutor em
tentes entre a sociedade civil e o Estado, atravessadas por questões de
Serviço Social pela Univer-
sidade do Estado do Rio de
ordem econômica, política, culturais, na dinâmica da sociedade contem-
Janeiro (UERJ). Professor Ad- porânea. Representa uma interlocução possível entre olhares e sentidos,
junto e Coordenador do Mes- sensíveis e críticos, na estimulante tarefa de agregar ideias, concepções e
trado em Políticas Públicas abordagens sobre temas diversos inerentes às políticas públicas na con-
Desenvolvimento Local da temporaneidade.
Escola Superior de Ciências
da Santa Casa de Misericór-
César Albenes de Mendonça Cruz
dia de Vitória - Emescam
Silvia Moreira Trugilho
Silvia Moreira Trugilho
Assistente social. Mestre e
Doutora em Educação pela
UFES. Docente do Curso
de Graduação em Serviço
Social e do Mestrado em
Políticas Públicas e Desen-
volvimento Local da Esco-
la Superior de Ciências da
Santa Casa de Misericór-
dia de Vitória – Emescam.
E-mail: silvia.trugilho@emescam.br
substituir