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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU


DOUTORADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

GILBERTO PIVETTA PIRES

PERIODIZAÇÃO ONDULATÓRIA: EFEITOS DE 14


SEMANAS DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO
DE FORÇA EM NADADORES JOVENS

SÃO PAULO

2014
ii

GILBERTO PIVETTA PIRES

PERIODIZAÇÃO ONDULATÓRIA: EFEITOS DE 14


SEMANAS DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO
DE FORÇA EM NADADORES JOVENS

Tese apresentada a banca


examinadora ao Programa de Pós-
Graduação Stricto Sensu em
Educação Física da Universidade
São Judas Tadeu como requisito
parcial à obtenção do título de
Doutor em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Aylton José Figueira Junior

SÃO PAULO

2014
iii
iv

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço а Deus quе permitiu quе tudo isso acontecesse, ао


longo dе minha vida, nãо somente nestes anos de estudo, mаs еm todos оs momentos.
Agradeço a minha esposa Karina Coelho Pires, minha companheira de todas as
horas, meu ponto de equilíbrio. Seu carinho, dedicação a família e sua forma positiva
de enfrentar as dificuldades da vida foram incentivos determinantes para chegar até
aqui.
A meus filhos Miguel e Helena. O tempo de nossa convivência "roubado" pela
tese só fez fortalecer a vontade de estar junto de vocês.
Aos meus pais, pelo amor, incentivo е apoio incondicional.
A meu pai Gilberto Toledo Pires, para mim, o melhor técnico de natação do
mundo.
Ao meu orientado, Prof. Dr. Aylton Figueira Junior, pelo incentivo e pelo
exemplo de competência e perseverança não apenas no campo científico como frente
às adversidades da vida. Muito obrigado por acreditar me mim.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Educação Física da
Universidade São Judas Tadeu, por partilharem seus conhecimentos.
Ao Prof. Dr. Ídico Luiz Pelegrinotti, pela participação na banca de defesa e
pelos seus ricos ensinamentos durante todo a orientação no mestrado, que foram
decisivos em minha trajetória profissional.
Aos professores da banca de qualificação e defesa, Prof. Dr. Danilo Sales
Bocalini; Prof. Dr. Gerson Leite e Prof. Dr. Érico Chagas Caperuto, agradeço as suas
preciosas considerações ao presente trabalho e generosas sugestões de
aprimoramento.
À CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pesquisa de Ensino Superior,
pela concessão de bolsa que otimizou o desenvolvimento deste trabalho.
v

“É muito melhor lançar-se em busca de conquistas


grandiosas, mesmo expondo-se ao fracasso, do que
alinhar-se com os pobres de espírito, que nem gozam
muito nem sofrem muito, porque vivem numa
penumbra cinzenta, onde não conhecem nem vitória,
nem derrota.” (Theodore Roosevelt)
vi

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Planejamento típico de treinamento de uma temporada de 24


semanas de nadadores competitivos......................................................................... 47

FIGURA 2 - Aumento progressivo da força muscular decorrente das adaptações


fisiológicas (neurais e hipertrofia muscular) ao treinamento de força .................... 77

FIGURA 3 - Fases de uma sessão de treinamento ................................................ 109

FIGURA 4 - Modelo de Periodização proposto por Leo Matveev ........................ 110

FIGURA 5 - Modelo de periodização com aumento da intensidade e diminuição


do número de repetições a cada ciclo de treinamento ............................................. 113

FIGURA 6 – Modelo de periodização ondulatória diária. Variação do volume e


da intensidade durante a semana de treinamento .................................................... 120

FIGURA 7 - Modelo Tabela Individual de Intensidades do Programa SEPT ....... 148

FIGURA 8 - Descrição gráfica e visual da posição da câmera e imagem das


marcações de referência feitas na piscina utilizadas na análise de saída do bloco de
partida em 15 metros ........................................................................................................... 161

FIGURA 9 - Descrição gráfica e visual da posição da câmera e imagem das


marcações feitas na borda da piscina utilizadas na análise do teste de virada em 15
metros ........................................................................................................................... 163

FIGURA 10 - Descrição gráfica e visual da posição da câmera e das marcações feitas


na borda da piscina utilizadas na análise dos parâmetros cinemáticos do nado .................. 165
vii

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Descrição dos sujeitos da amostra .................................................. 135

TABELA 2 – Periodização das sessões de treinamento de força muscular ........... 136

TABELA 3 - Organização sequencial dos testes nos microciclos de controle ....... 150

TABELA 4 - Nível maturacional e raça conforme protocolo de avaliação da


porcentagem da gordura corporal segundo protocolo de Slaughter et al. (1988)
para indivíduos do sexo masculino .......................................................................... 154

TABELA 5 - Distribuição de frequência da característica maturacional "Pêlos


Axilares" e da característica maturacional "Genitália + Pêlos Pubianos" dos
nadadores jovens do sexo masculino (n=9) ............................................................. 172

TABELA 6- Distribuição de frequência da característica maturacional


"Genitália" e "Pêlos Pubianos" dos nadadores jovens do sexo masculino (n=9) .... 173

TABELA 7 - Distribuição de frequência da característica maturacional


"Menarca" e da característica maturacional "Genitália + Pêlos Pubianos" na
nadadoras jovens do sexo feminino (n=8) ............................................................... 174

TABELA 8 - Distribuição de frequência da característica maturacional


"Genitália" e "Mamas" das nadadoras jovens do sexo feminino (n=9) ................... 174
viii

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: Média do volume global, e de predominância média de volume de


treinamento de potencial aeróbio e anaeróbio referente aos microciclos de
treinamento .............................................................................................................. 143

GRÁFICO 2 - Média do volume percentual, referente às micro-etapas de


mesma característica, realizado nas distintas zonas de intensidade ........................ 147

GRÁFICO 3 - Massa Corporal ............................................................................. 176

GRÁFICO 4 - Índice de Massa Corporal ............................................................. 177

GRÁFICO 5 - Porcentagem de Gordura Corporal ................................................ 177

GRÁFICO 6 - Massa Magra ................................................................................ 178

GRÁFICO 7 - Massa Magra .................................................................................. 179

GRÁFICO 8 - Circunferência de Braço Direito Contraído ................................... 180

GRÁFICO 9 - Circunferência da Coxa Medial Direita ......................................... 181

GRÁFICO 10 - Média Força Membros Superiores Região do Braço .................. 182

GRÁFICO 11 - Média Força Membros Superiores Região do Peitoral ................ 183

GRÁFICO 12 - Média Força Membros Superiores Região Dorsal ...................... 184

GRÁFICO 13 - Média Força Membros Inferiores ............................................... 185

GRÁFICO 14 - Tempo Passagem do 1ª 50 metros nado Crawl......................... 186

GRÁFICO 15 - Tempo Passagem do 2ª 50 metros nado Crawl ......................... 187

GRÁFICO 16 - Tempo Total do 100 metros nado Crawl ................................... 188

GRÁFICO 17 - Fase de Voo ................................................................................. 190

GRÁFICO 18 - Fase Submersa ............................................................................ 190

GRÁFICO 19 - Fase Complementar .................................................................... 191

GRÁFICO 20 - Tempo Total da Saída em 15 metros ........................................... 192

GRÁFICO 21 - Fase de Aproximação 5 metros ................................................... 193

GRÁFICO 22 - Fase de Afastamento 10 metros ................................................... 194

GRÁFICO 23 - Tempo Total de Virada 15 metros ................................................ 195


ix

GRÁFICO 24 - Velocidade Média da 1ª passagem de 50 metros ......................... 196

GRÁFICO 25 - Velocidade Média da 2ª passagem de 50 metros ......................... 197

GRÁFICO 26 - Índice de Braçada da 1ª passagem de 50 metros ......................... 198

GRÁFICO 27 - Índice de Braçada da 2ª passagem de 50 metros ......................... 199

GRÁFICO 28 - Comprimento de Braçada da 1ª passagem de 50 metros ............. 200

GRÁFICO 29 - Comprimento de Braçada da 2ª passagem de 50 metros ............. 200

GRÁFICO 30 - Frequência de Braçada da 1ª passagem de 50 metros ................. 201

GRÁFICO 31 - Frequência de Braçada da 2ª passagem de 50 metros ................. 202

GRÁFICO 32 - Índice Técnico de Competição ..................................................... 203


x

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - Procedimentos para elaboração do programas de treinamento de


força muscular típico para a atletas de natação competitiva .................................... 53

QUADRO 2 - Principais grupos musculares empregados nas ações propulsivas


dos membros do corpo durante o nado ................................................................... 55

QUADRO 3 - Exercícios de treinamento de força muscular típicos de atletas de


natação competitiva ................................................................................................. 56

QUADRO 4 - O conceito de força muscular por diferentes estudiodos do


treinamento .............................................................................................................. 74

QUADRO 5 - Modelo de Periodização de Treinamento de Força ........................ 111

QUADRO 6 – Montagem dos treinos A e B e sequência dos exercícios ............... 137

QUADRO 7 – Periodização linear semanal aplicada nos integrantes do grupo


139
com periodização linear (GPL) ................................................................................
QUADRO 8 – Periodização ondulatória semanal aplicada nos integrantes do
141
grupo com periodização ondulatória (GPOn). ........................................................
QUADRO 9 - Organização do Programa de Treinamento de Piscina ................... 143

QUADRO 10 - Disposição das semanas de avaliação e controle do treinamento


149
(AV) no macrociclo de treinamento de força muscular ...........................................
QUADRO 11 – Os segmentos musculares priorizados para a avaliação da
158
evolução da força muscular na pesquisa e os exercícios avaliados .........................
QUADRO 12: Escala de determinação da magnitude do efect size no
170
treinamento de força muscular nos diferentes níveis de condicionamento físico ...
xi

LISTA DE ANEXOS

ANEXO 1 - Estágio da Maturação Sexual Masculino - Pranchas de Tanner ..... 283


ANEXO 2 - Estágio da Maturação Sexual Feminino - Pranchas de Tanner ....... 284
ANEXO 3 - Autorização da Federação de Desportos Aquáticos de Roraima ..... 285
ANEXO 4 - Autorização da Associação de Pais e Atletas de Boa Vista ............. 286
ANEXO 5 - Autorização da ASSOPBPM ............................................................ 287
ANEXO 6 - Autorização do Instituto Batista de Roraima ................................... 288
ANEXO 7 - Autorização do Centro de Tradições Gaúchas ................................. 289
ANEXO 8 - Autorização do Centro Educacional Integrada Colméia .................. 290
ANEXO 9 - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa ......................................... 291
ANEXO 10 - Autorização do Instituto Federal de Roraima ................................ 293
xii

LISTA DE APÊNDICE

APÊNDICE 1 - Carta de Esclarecimento sobre o Projeto de Pesquisa ..............


294
APÊNDICE 2 - Questionário Diagnóstico .........................................................
295
APÊNDICE 3 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ..........................
297
APÊNDICE 4 - Resultados das médias e desvio padrão dos participantes dos
dois grupos GPL e GPOn nas avaliações do teste de 2x400 metros nado crawl .. 298
APÊNDICE 5 - Ficha de Auto-avaliação da Maturação Sexual - Sexo
Masculino .............................................................................................................. 299
APÊNDICE 6 - Ficha de Auto-avaliação da Maturação Sexual - Sexo
Feminino ............................................................................................................... 300
APÊNDICE 7 - Resultados de média e desvio padrão das análise de
antropométricas e de composição corporal ........................................................... 301
APÊNDICE 8 - Resultados do delta percentual effect size com o grau da
magnitude do efeito do programa de treinamento de força nas variáveis
antropométricas e de composição corporal ........................................................... 302
APÊNDICE 9 - Resultado da somatória das médias estabelecidas em cada
exercício pelo teste submáximo segundo protocolo de Brzycki, agrupados por
segmentos musculares ........................................................................................... 303
APÊNDICE 10 - Resultado dos Teste de Tomada de Tempo do 100 metros
nado Crawl realizados ao final de cada ciclo de treinamento ............................... 304
APÊNDICE 11 - Resultado do Teste Cinemático de Saída do Bloco de Partida
em 15 metros realizados ao final de cada ciclo de treinamento ........................... 305
APÊNDICE 12 - Resultado do Teste Cinemático de Virada em 15 metros
realizados ao final de cada ciclo de treinamento .................................................. 306
APÊNDICE 13 - Resultado de Velocidade Média (VM), Índice de Braçada
(IB) Comprimento de Braçada (CB) e Frequência de Braçada (FB) do Teste
Cinemático da prova de 100m nado Crawl realizados ao final de cada ciclo de
treinamento ............................................................................................................ 307
xiii

APÊNDICE 14- Resultado do Índice Técnico Competitivo realizados antes


do início, durante, e após do programa de treinamento de força muscular ........... 308
xiv

RESUMO

A comparação entre métodos de periodização do treinamento de força (TF) tem


sido nos últimos anos foco de estudo das ciências do esporte. Tem sido sugerido que a
periodização ondulatória (POn) com base na variação de repetições a cada sessão de
treinamento ao longo da semana, criando maiores variações no estímulo de treinamento,
produza respostas morfofuncionais superiores nas adaptações para o desempenho.
Embora documentado na literatura, este modelo não apresenta evidências de
experimentos concretizados com nadadores de competição. Diante de tal situação, o
presente estudo teve como objetivo verificar o efeito de 14 semanas de um programa de
TF com dois modelos: periodização linear (PL) e PO nas respostas morfofuncionais
(MF) e no desempenho de nadadores jovens de ambos os sexos. A amostra foi
constituída de 17 nadadores adolescentes que foram divididos em dois grupos: grupo
periodização linear (GPL) (n=8, 4 homens e 4 mulheres) e grupo periodização
ondulatória (GPOn) (n=9, 5 homens e 4 mulheres). Após 2 semanas de adaptação ao TF
(15-20 repetições máximas (RM)), o GPL aumentou a intensidade do treinamento a
cada 4 semanas que começou com 10-12RM, passou para 6-8RM e finalizou com 6 -
80% 1RM. GPO apresentou alternância destas intensidades dentro da semana sendo:
segunda-feira,10-12RM; quarta-feira,6-8RM e sexta-feira,6 - 80% 1RM. As avaliações
(AV) dos indicadores foram realizadas em 4 momentos (AV1=pré-intervenção;
AV2=após 6 semanas; AV3=após 10 semanas; AV4=após 14 semanas). Os testes de
controle aplicados foram divididos em duas categorias: testes de controle fora da piscina
(medidas antropométrica e força muscular) e testes de controle dentro da piscina
(tempo do 100 metros nado crawl, teste de saída, de virada, aspectos cinemáticos e
índice técnico de competição). Para a análise intragrupo foi utilizado o teste de variância
ANOVA one way, e para a análise intergrupo foi utilizado pelo Teste-t de Student para
amostras independentes. O Effect Size (ES) foi utilizado no tratamento estatístico para
melhor entendimento da magnitude do efeito do TF nas periodizações. Podemos
concluir que a POn é mais eficaz em proporcionar adaptações morfofuncionais
relacionadas ao aumento de força em regiões musculares do peitoral, dorsal e membros
inferiores; provocando aumentos hipertróficos significantes na massa magra e
circunferências de braço e coxa deste nadadores, além de apresentar melhores resultados
nos desempenhos de saída, virada, nos aspectos cinemáticos de velocidade média,
índice e comprimento de braçada em distâncias curtas (até 50 metros), e no índice
técnico de competitivo. A PL foi mais eficiente no aumento de força na região muscular
do braço (tríceps e bíceps), sendo mais efetiva em promover adaptações
morfofuncionais relacionadas a redução da massa gorda e porcentagem de gordura
corporal; e na manutenção da resistência muscular em variáveis de tempo, velocidade
média e comprimento de braçada em distâncias maiores (acima de 50 metros). O TF,
independente do tipo de periodização produz efeitos benéficos na força muscular e
desempenho em jovens nadadores.

Palavras-chave: natação, treinamento de força, treinamento de resistência,


periodização linear, periodização ondulatória
xv

ABSTRACT

A comparison of methods of periodization of strength training (ST) has in recent


years been the focus of study of sports science. It has been suggested that the undulating
periodization (UP) based on the variation of reps every training session throughout the
week, creating greater variations in the training stimulus, produces superior
morphological and functional adaptations in response to the performance. Although
documented in the literature, this model does not present evidence from experiments
realized with competitive swimmers. Faced with this situation, this study aimed to
verify the effect of 14 weeks of ST with a program of two models: linear periodization
(LP) and the morphological and functional responses PO (MF) and the performance of
young swimmers of both sexes. The sample consisted of 17 swimmers who were
divided into two groups: linear periodization group (LPG) (n = 8, 4 males and 4
females) and undulating periodization group (UPG) (n = 9, 5 men and 4 women) . After
two weeks of adaptation to ST (15-20 repetitions maximum (RM)), LPG increased the
intensity of training every 4 weeks that started with 10-12RM, went to 6-8RM and
finished with 6-80% 1RM. UPG showed alternation of these intensities within the week
as follows: Monday, 10-12RM; Wednesday, 6-8RM and Friday, 6-80% 1RM. The (AV)
ratings of the indicators were performed at 4 times (AV1 = pre-intervention; AV2 =
after 6 weeks; AV3 = after 10 weeks; AV4 = after 14 weeks). Control tests applied were
divided into two categories: control tests out of the pool (muscle strength and
anthropometric measures) and control tests in the pool (time 100 meters front crawl,
output test, turning, cinematic aspects and index technician competition). For intragroup
analysis testing of one way ANOVA was used, and to the intergroup analysis was used
by Student's t-test for independent samples. The Effect Size (ES) was used in the
statistical analysis for better understanding of the magnitude of the effect of TF in
periodization. Conclude that UP is more effective at providing morphofunctional
adaptations related to the increase of strength in the pectoral muscle regions, dorsal and
lower limbs; hypertrophic causing significant increases in lean mass and arm and thigh
circumferences this swimmers, and present better results in performance output, upset,
in the cinematic aspects of average speed, rate and stroke length over short distances (up
to 50 meters), and the technical index competitive. The LP was more effective in
increasing muscle strength in the region of the arm (triceps and biceps), being more
effective in promoting morphofunctional adaptations related to reduced fat mass and
percentage of body fat; and in maintaining muscle strength variables of time, average
speed and stroke length over greater distances (over 50 meters). The TF, regardless of
the type of periodization produces beneficial effects on muscle strength and
performance in young swimmers..

Key words: swimming, strength training, resistance training, linaer periodization,


undulating periodization
xvi

undulating periodization
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ......................................................................... 19


1.1. - O Caminho de uma Grande Aventura Aquática ....................................... 19
1.2. - Traçando o Caminho ................................................................................... 26
1.3. - Objeto, Objetivos do Estudo e Hipóteses ................................................... 28
1.4. - Organização do Estudo ................................................................................ 30
CAPÍTULO 2 - REVISÃO DA LITERATUTA ................................................ 31
2.1. - Crescimento, Maturação e Desenvolvimento Físico do Adolescente ....... 32
2.1.1. - A Maturação Sexual .................................................................................... 34
2.1.2. - O Desenvolvimento Corporal do Jovem Atleta .......................................... 36
2.2. - Desportos Aquáticos .................................................................................... 39
2.2.1. - Caracterização do Treinamento de Natação ................................................ 40
2.2.2. - O Treinamento de Endurance Aeróbia aplicado a Natação ....................... 42
2.2.3. - O Treinamento de Velocidade aplicado a Natação ..................................... 47
2.2.4. - O Treinamento de Força aplicado a Natação .............................................. 50
2.2.5. - O Treinamento de Natação para o Atleta Jovem ........................................ 66
2.3. - Princípios do Treinamento de Força .......................................................... 72
2.3.1. - Adaptações Morfofuncionais ao Treinamento de Força ............................ 72
2.3.1.1. - Definição de Força ................................................................................... 73
2.3.1.2. - Formas de Manifestação da Força Muscular .......................................... 75
2.3.1.3. - Adaptações Neuromusculares ao Treinamento de Força ........................ 77
2.3.1.4. - Adaptações Morfológicas ao Treinamento de Força ............................... 79
2.3.1.5. - Adaptações Metabólicas e Hormonais ao Treinamento de Força ........... 84
2.4. - O Treinamento de Força em Adolescentes ................................................. 86
2.4.1. - Adaptações Morfofuncionais do Adolescente ao Treinamento de Força .... 90
2.5. - Prescrição do Treinamento de Força ......................................................... 95
2.5.1. - Seleção de Exercícios .................................................................................. 95
2.5.2. - Ações Musculares e a Velocidade de Contração ........................................ 96
2.5.3. - Ordem dos Exercícios ................................................................................. 98
2.5.4. - Volume de Treinamento .............................................................................. 99
2.5.5. - Frequência, Intensidade e Descanso entre as Séries .................................... 101
2.6 - Prescrição do Treinamento de Força para o Atleta Jovem ...................... 104
2.7. - A Organização da Periodização do Treinamento de Força ..................... 107
xvii

2.7.1. – Modelo de Periodização Tradicional ou Linear .......................................... 113


2.7.2. – Modelo de Periodização Ondulatório ou Não-linear .................................. 119
CAPÍTULO 3. - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................... 132
3.1. - Delineamento do Estudo .............................................................................. 132
3.2. - Procedimentos para a Seleção dos Sujeitos da Amostra ........................... 132
3.3. - Critérios de Inclusão e Exclusão ................................................................. 133
3.4. - Randomização dos Grupos Estudados ...................................................... 134
3.5. - Caracterização da Amostra ......................................................................... 134
3.6. - Caracterização da Periodização do Treinamento ..................................... 135
3.6.1. – Periodização e Organização do Treinamento de Força Muscular .............. 135
3.6.2 – Periodização e Organização do Treinamento em Piscina ............................ 142
3.8. - Procedimentos e Organização das Avaliações ........................................... 149
3.9. - Testes de Controle da Periodização do Treinamento de Força Fora da
Piscina ..................................................................................................................... 150
3.9.1 - Avaliação da Maturação Sexual ................................................................... 150
3.9.2. – Avaliação Antropométrica ......................................................................... 152
3.9.3. – Avaliação da Força Muscular ..................................................................... 154
3.10 – Testes de Controle da Periodização do Treinamento de Força Dentro
da Piscina ............................................................................................................... 159
3.10.1. – Avaliação do Tempo do 100m nado Crawl na Piscina ............................. 160
3.10.2. – Avaliação da Saída no Bloco de Partida em 15 metros ............................ 160
3.10.3. – Avaliação da Virada em 15 metros .......................................................... 162
3.10.4. – Avaliação de Parâmetros Cinemáticos do Nado ....................................... 163
3.10.5. - Avaliação do Desempenho Competitivo ................................................... 167
3.11. – Análise Estatística ...................................................................................... 168
CAPÍTULO 4. - DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS ....................................... 171
4.1. - Resultado da Avaliação de Maturação Sexual ........................................... 172
4.1.1. - Características da Maturação Sexual no Sexo Masculino ........................... 172
4.1.2. - Características da Maturação Sexual no Sexo Feminino ............................ 173
4.2. - Resultados das Variáveis Antropométricas e de Composição Corporal
.............................................................................................................................. 175
4.3. - Resultados das Variáveis de Força Muscular do Membros Superiores e
Inferiores ................................................................................................................ 181
xviii

4.4. - Resultados da Variável Tempo de 100m nado Crawl ................................ 185


4.5. - Resultados das Variáveis Cinemáticas do Desempenho ........................... 188
4.6. - Resultados da Variável de Desempenho Competitivo ............................... 202
CAPÍTULO 5. - DISCUSSÕES E CONCLUSÕES .......................................... 204
5.1. - Discussão da Análise 1 ................................................................................. 204
5.1.1. - Conclusão da Análise 1 ............................................................................... 214
5.2 - Discussão da Análise 2 .................................................................................. 215
5.2.1 - Conclusão da Análise 2 ................................................................................ 224
5.3 - Discussão da Análise 3 .................................................................................. 224
5.3.1 - Conclusão da Análise 3 ............................................................................... 229
5.4 - Discussão da Análise 4 .................................................................................. 229
5.4.1 - Análise da Saída do Bloco de Partida em 15 metros .................................... 230
5.4.2 - Análise da Virada em 15 metros .................................................................. 233
5.4.3 - Análise da Velocidade Média, Índice de Braçada, Comprimento de
Braçada e Frequência de Braçada no Teste de Tomada 100m nado Crawl ............ 236
5.4.4 - Conclusão da Análise 4 ................................................................................ 242
5.5 - Discussão da Análise 5 .................................................................................. 243
5.5.1 - Conclusão da Análise 5 ............................................................................... 247
CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................... 248
CAPÍTULO 7 - REFLEXÕES METODOLÓGICAS ........................................ 249
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 251
ANEXOS E APÊNDICES ..................................................................................... 283
19

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

1.1. O Caminho de uma Grande Aventura Aquática

O esporte em minha vida sempre esteve presente de forma marcante. A paixão


de meu pai pela natação foi sem sombra de dúvidas, a razão pela minha identificação
por esta modalidade, além de ter um tio e uma tia técnicos de atletismo. Tanto meu pai
como meus tios foram funcionários da Secretaria de Esportes e Turismo do Estado de
São Paulo, fato que fez de minha infância, e a de meus primos, na capital paulista, uma
experiência, ora na beira da piscina, ora na beira da pista de atletismo, brincando no
Complexo Esportivo do Ibirapuera. Pode-se imaginar que os assuntos prediletos em
nossa família eram relacionados ao esporte.
Aos 5 anos de idade aprendi a nadar em uma das escolas de natação mais
tradicionais de São Paulo, a escola Mori Natação (1980), sendo o esporte praticado em
minha infância e juventude. Ao mudarmos de São Paulo, onde morávamos, para
Catanduva em 1982, já com 7 anos de idade, iniciei meus treinamentos com a equipe de
natação competitiva que meu pai acabara de formar na cidade. Boa parte de meus
amigos vieram do convívio dos treinamentos e das viagens para as competições.
Praticando a natação, conheci várias cidades e pessoas, obtive meu primeiro emprego,
encontrei minha esposa.
Apesar de não ter sido nenhum grande talento na modalidade, tive a
oportunidade de treinar e competir com vários atletas campeões paulistas, brasileiros,
sulamericanos e até medalhistas panamericanos; todos treinados por meu pai, o Prof.
Gilberto Toledo Pires. Em muitas oportunidades, mesmo não tendo índice para competir
nos torneios, estava junto com a equipe, auxiliando meu pai nas competições. Foi com
muita naturalidade que escolhi fazer o curso de Educação Física, pois afinal, já
acompanhava nas aulas de natação e participava de arbitragens de competições. Na
verdade, tinha o sonho de seguir os passos de meu pai: ser um grande técnico de
natação. Mas foi somente quando ingressei na Escola Superior de Educação Física e
Desportos de Catanduva - ESEFIC (1994) que percebi a dimensão das experiências que
20

eu havia vivido em toda minha vida esportiva, e quanto de conhecimento eu ainda


necessitaria para realmente ser um profissional qualificado.
Já no primeiro ano da faculdade era professor de natação na Academia "Do Baby
ao Campeão" e na Prefeitura Municipal de Catanduva. No ano seguinte (1995), fui
contratado pelo Clube de Tênis de Catanduva (equipe pela qual havia nadado em toda
minha carreira como atleta) como professor e técnico de natação, função que exerci
durante 15 anos.
Desta maneira, trabalhando, percebi o conhecimento que meu pai havia
adquirido em sua vida profissional, fato que justificava os excelentes resultados com
seus atletas.
Em 1972, meu pai trabalhou como assistente do técnico americano, Prof.
Richard Power, na Associação Atlética A Hebraica. O Prof. Richard foi um dos
pioneiros ao trazer para o Brasil as novas tendências biomecânicas e de periodização
desenvolvidas pelas pesquisas científicas com os nadadores campeões olímpicos norte-
americanos. Meu pai nada entendia sobre natação, pois havia praticante somente
atletismo. Conseguiu a vaga como assistente, quando, sendo entrevistado pelo Prof.
Richard, honestamente, revelou que nada entendia sobre natação e que gostaria de
aprender.
Desta passagem absorvi duas grandes lições para minha vida: primeiro que não
podemos desperdiçar as oportunidades que a vida nos oferece para crescimento;
segundo que, acima de tudo, devemos ter humildade.
Em 1982, meu pai viajou para aos Estados Unidos, e mal imaginava ele que
seria um dos primeiros treinadores brasileiros a fazer as clínicas de formação técnica em
natação em Fort Lauderdale. Em minha casa haviam as primeiras edições dos livros
clássicos dos pesquisadores da natação norte-americana, dos professores Dr. James
Counsilman (The Science of Swimming, 1968; The Complete Book of Swimming, 1977;
Swimming Manual for Coaches and Swimmers, 1977) e do Dr. Ernest Maglischo,
(Swimming faster: a comprehensive guide to the science of swimming, 1982). Acredito
que esse acervo seja histórico.
Ao me formar em 1998, intensifiquei meus estudos na área técnica da natação,
participando de vários cursos promovidos pela Associação de Técnicos de Natação do
Estado de São Paulo e Federação Aquática Paulista. Neste mesmo ano comecei a treinar
a equipe petiz e infantil do Clube de Tênis Catanduva. Nesse período, alguns nadadores
foram campeões paulistas e medalhistas em brasileiros nestas categorias. Foi nesse
21

período que meu interesse científico pela natação nasceu. Porém foi no ano de 2000 que
tive a oportunidade de aprimorar acadêmicamente, quando procurei no curso de Pós-
graduação Lato-sensu, de minha área de interesse, e que não prejudicaria meu trabalho.
Foi na Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) que ofereceu o curso de
Especialização em Atividades Aquáticas de forma intensiva no período de férias, em
janeiro de 2000. Tive a satisfação de ter aulas com vários profissionais da área do
treinamento desportivo como o Prof. Dr. Antônio Carlos Gomes, Prof. Dr. Sérgio
Gregório da Silva e Prof. Dr. Pedro José Winterstein que muito contribuíram para o
aprimoramento de meus conhecimentos sobre preparação de atletas competitivos,
entretanto, dois professores em particular foram marcantes para aguçar meu interesse
pela pesquisa e a vida acadêmica.
O Prof. Willian Urizzi de Lima, amigo de beira de piscina de meu pai, com um
currículo invejável como treinador do Esporte Clube Pinheiros, do Sport Club
Corinthians Paulista e Seleção Brasileira de Natação, dotado de um carisma e didática
incomuns, servia-me de inspiração. Além de excelente técnico, era docente da FMU, de
vários programas de pós-graduação lato-sensu pelo país e autor de vários livros da área.
Até hoje, tenho-o como modelo. O Prof. Dr. Oscar Amauri Erichsen, na época, técnico
da Londrina Country Clube e professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL),
incentuvou-me a pesquisar na área da natação. O Prof. Oscar tinha acabado de revisar e
publicar a primeira tradução em português do célebre livro do Dr. Ernest Maglischo,
Nadando Ainda Mais Rápido (1999). Um livro que é praticamente uma "biblia" para
técnicos de natação. Quase todos os treinadores que conheci usam ou usaram este livro
como base de seu planejamento.
A parte II do livro apresenta a mecânica da braçada nos diferentes estilos de
nado. Durante as aulas da especialização, interessei-me pelos aspectos biomecânicos
relacionados à frequência e ao comprimento de braçadas na natação. Habitualmente, eu
e meu pai, sempre filmávamos nossos atletas nos treinamentos e competições para
posterior análise da técnica do nado e estratégia de prova que seria utilizada.
Filmávamos, também, seus adversários, com o objetivo de estudar a melhor estratégia
para conseguir superá-los nas competições. Isso me levou a começar a pesquisar sobre o
tema.
Em minha monografia, na especialização, avaliei a velocidade média, frequência
e comprimentos de braçadas de nadadores participantes da prova de 100m nado Livre
dos Campeonatos Paulistas de Verão Petiz, Infantil e Juvenil do ano de 2000. Mesmo
22

sem ter publicado o que havia pesquisado na época, a experiência foi importante no
encorajamento para outras metas.
Até aquele momento, o mestrado era ainda um sonho distante, mas com as
experiências vividas com a especialização e o estímulo e ajuda de minha esposa, Karina
Coelho Pires que foi imprescindível, em todos os sentidos na realização deste plano de
vida, que iniciei em 2002, no programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Educação
Física na Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP, como aluno especial.
Tive a grata satisfação logo na primeira disciplina cursada no programa de
mestrado conhecer o Prof. Dr. Ídico Luiz Pellegrinotti que futuramente seria meu
orientador. Tive uma identificação "a primeira vista" com este profissional, mas foi com
o convívio que passei a admirá-lo. Conhecia o currículo do Prof. "Deco" (como é
carinhosamente conhecido) como docente da UNICAMP, mas nunca poderia imaginar
que além de professor havia sido atleta e técnico de atletismo e conhecido de minha
família. Com sua orientação, transformamos a ideia inicial da análise biomecânica da
braçada, tema do trabalho, da especialização, num projeto de pesquisa com amplo
embasamento científico, muito além daquela simples análise com base na minha
experiência prática. Foi com o Deco que aprendi a pesquisar periódicos, a redigir textos
científicos e a organizar uma apresentação de seminário. Senti-me acolhido pelo Prof.
Deco, que conhecendo minhas inseguranças e limitações, incentivava-me e ensinava-me
o caminho para superá-las.
No ano seguinte (2003), fui aprovado no programa de mestrado da UNIMEP, e
iniciei então a aplicação do projeto de pesquisa de análise cinemática de provas de
natação em algumas provas dos campeonatos paulistas e brasileiros de natação, que
participava com minha equipe com o objetivo de testar a metodologia. A partir deste
momento, comecei a divulgar os resultados destes estudos publicando trabalhos em
congressos científicos, como Congresso Científico Latino-americano de Educação
Física- UNIMEP, Simpósio Internacional de Ciências do Esporte - CELAFISCS,
Congresso Internacional de Educação Física e Motricidade Humana e Simpósio Paulista
de Educação Física - UNESP - Rio Claro, Encontro AAARL de Medicina Esportiva -
USP - Ribeirão Preto e ENAF - Poços de Caldas. Proferi palestras sobre o tema em
alguns cursos de graduação em Educação Física, como na própria UNIMEP, Centro
Universitário Moura Lacerda - Ribeirão Preto e União das Faculdades dos Grandes
Lagoa - UNILAGO - São José do Rio Preto. Mas, sem dúvida, o mais gratificante foi
ministrar uma palestra na 11ª Semana de Educação Física da ESEFIC - Catanduva,
23

faculdade onde me formei, e no Encontro de Técnicos de Natação do Estado de São


Paulo - Sorocaba (2004). Todas estas experiências foram enriquecedoras na minha
futura carreira. Com o título de mestre "debaixo do braço" parti em busca da realização
de um novo sonho: lecionar em uma faculdade de Educação Física. Em 2005, três
meses após ter defendido a dissertação de mestrado, surgiu à oportunidade de trabalhar
no Centro Universitário do Norte Paulista - UNORP, em São José do Rio Preto. No ano
seguinte (2006) comecei a ministrar aulas na Universidade Paulista - UNIP no campus
de São José do Rio Preto, e em 2007, iniciei, também, em outros campi da UNIP, na
cidade de São Paulo, como Chácara Santo Antônio, Marques de São Vicente, Alphaville
e Zona Norte.
No mesmo período passei, a trabalhar com a equipe principal de natação do
Clube de Tênis Catanduva, revelando campeões paulistas e medalhistas brasileiros em
outras categorias (juvenil e júnior), e tendo atletas selecionados para a Seleção Paulista
de Natação. Na mesma ocasião, fui convidado a compor o Conselho Técnico da
Federação Aquática Paulista, onde fiquei de 2007 a 2009. Com tantos compromissos,
reduzi as produções de pesquisas e participações em congressos científicos.
Em 2009 fui aprovado no processo seletivo para docentes do Centro
Universitário FAFIBE da cidade de Bebedouro - SP. Aquele momento foi importante na
minha carreira profissional e acadêmica, entretanto comecei a sentir dificuldades em
conciliar tantos compromissos e minha vida familiar. Cheguei dormir mais noites em
ônibus que na minha própria casa. Persegui tanto algumas metas que não havia me dado
conta de que havia pessoas que necessitavam de mim, e que outros objetivos deveriam
ser alcançados. Mas fatos novos mudariam os rumos de minha vida.
Em 2010 ao mesmo tempo em que fui dispensado pelo Clube de Tênis da função
da função de técnico de natação, sou convidado a trabalhar como docente na ESEFIC
em Catanduva. Diminuindo a quantidade de aulas nas faculdades "fora de casa", voltei-
me a dedicar aos estudos, e mais uma vez, com incentivo de minha esposa, inscrevi-me
no processo seletivo de doutorado em Educação Física do programa de pós-graduação
da Universidade São Judas Tadeu.
Necessitava, então, elaborar um projeto para concorrer na seleção, mas estava
tanto tempo afastado da pesquisa, que não sabia bem o que fazer. Retornando às minhas
bases, lembrei-me de uma indagação que o Prof. Deco sempre fazia durante as
orientações do mestrado: Como estas análises cinemáticas poderiam contribuir no
programa de treinamento do nadador? Com esse pensamento, elaborei uma proposta de
24

pesquisa que envolvia a utilização da avaliação cinemática durante um macrociclo de


treinamento de uma equipe de natação competitiva. Mas, foi sob a supervisão com a
tutoria de meu orientador o Prof. Dr. Aylton Figueira Junior, que a presente pesquisa se
configurou.
Percebendo minha experiência, o Prof. Aylton me fez refletir profundamente
sobre os métodos de treinamento utilizados na natação. Observamos que muitos
treinadores ministram volumes elevados de treinamento em piscina em seus programas,
ainda influenciados pelas antigas metodologias provenientes dos estudos norte-
americanos da década de 60 e 70, que valorizavam a capitação máxima de oxigênio
(VO2máx) para melhora do desempenho do nadador (COSTILL, et. al, 1991; MUJIKA
et. al, 1995; TERMIN e PENDERGAST, 2000). Assim como meu pai e eu, muitos
treinadores brasileiros foram influenciados por esta "escola norte-americana",
reproduzindo estas metodologias em seus treinamentos.
A avaliação cinemática interessou-me, pois avalia a eficiência técnica do nado
relacionado ao desempenho do atleta. Hoje, percebo que esse, foi um diferencial meu e
de meu pai. Não ministrávamos "grandes" volumes de treino, mas nos preocupávamos
muito com execução técnica de nado e com a estratégia de prova dos atletas. Poucos
treinadores, ainda nos dias de hoje, tem essas preocupações.
Porém, questões relacionadas ao treinamento de força eram pouco trabalhadas
em nossos programas. As literaturas clássicas de "Doc Coulsilman" e Maglischo, não
enfatizavam esse tema em seus estudos. Apesar de mencionado como importante por
esses autores na formação do nadador, o treinamento de força era visto mais como um
complemento de sua preparação física geral, principalmente nas etapas iniciais do
macrociclo. O que mais era evidenciado para esses autores, quanto ao treinamento da
força muscular para nadadores, estava muito relacionado ao princípio da especificidade,
que determina que a atividade deva ser aplicada nas condições concretas de como esta
se manifesta, ou seja, no caso da natação, na água.
Nos dias atuais, ainda é muito comum a preocupação que o treinamento de força
provoque uma diminuição na flexibilidade e elevação excessiva de massa muscular, o
que levaria o nadador a aumentar sua resistência ao deslocamento, diminuindo a
flutuabilidade e consequentemente o desempenho. Devido a esta falta de conhecimento
muitos treinadores, ainda não aplicarem esta metodologia em seus programas de
treinamento.
25

A visão sobre o treinamento de força na natação só começou a mudar no Brasil


nos últimos anos. Destaco dois fatores que contribuíram para esse novo olhar: 1°) uma
formação mais científica de uma nova geração de treinadores com acesso à outras
literaturas e metodologias do treinamento e a divulgação de um número crescente de
pesquisas científicas, que relatam os benefícios de diferentes metodologias do
treinamento de força na performance em atletas de natação competitiva; culminando
com a observação dos recentes resultados de atletas velocistas nos últimos Jogos
Olímpicos (Pequim 2008 e Londres 2012) e Mundiais de piscina longa (Roma, 2009 e
Barcelona 2013), particularmente com nadadores franceses e brasileiros (GIROLD et
al., 2012 ; GIROLD et al., 2007 e GIROLD et al., 2006); 2°) a tradução para o
português do livro do autor russo Vladimir Platonov, sobre os Sistemas de Treinamento
dos Melhores Nadadores do Mundo, Volumes 1 e 2, (2004) que relatam os trabalhos
desenvolvidos com o treinamento de força em nadadores do leste europeu, em especial
do nadador russo Bicampeão olímpico (Barcelona, 1992 e Atlanta, 1996) dos 50 e 100m
nado livre, Alexander Popov.
Hoje, estamos vivendo um momento muito especial da natação brasileira. Nunca
tivemos um número tão elevado de nadadores em destaque internacional. Os resultados
obtidos nas últimas Olimpíadas e Mundiais por brasileiros como Gustavo Borges,
Fernando Scherer e mais recentemente com os atletas Cesar Cielo e Thiago Pereira,
entre outros, são reflexo da mudança da forma de treinamento entre os treinadores
brasileiros.
Neste sentido, o que determinou o desenvolvimento deste estudo, atrelado à
apresentação anterior, foi o interesse de estudar novas metodologias relacionadas ao
treinamento de força em atletas de natação, a à aplicabilidade da análise cinemática num
programa de treinamento de natação. Desta forma surgiu uma nova questão: Para o
treinamento de força qual o modelo de periodização mais eficiente para jovens atletas
de natação?
Desenvolver a pesquisa com jovens nadadores da cidade de Boa Vista, não foi
por acaso. Devido a minha aprovação no concurso público para o provimento do cargo
de professor efetivo do curso superior em Educação Física do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima - IFRR, em 2012, obrigou minha
transferência de São Paulo para Roraima, fazendo com que realizasse toda a pesquisa
neste estado. Esse fato viabilizou a aplicação do projeto, pois além de estar mais
próximo da minha família, consegui reunir em meu local de trabalho toda o estrutura
26

necessária para desenvolvimento da pesquisa, como a piscina semiolímpica (25


metros), laboratório com material para avaliação física e antropométrica, e uma
academia de musculação.

1.2. Traçando o Caminho

O programa de treinamento físico é um processo complexo, que exige


organização em todas as suas etapas, em especial na fase inicial do programa para que
se conheça a capacidade do indivíduo (FONTOURA, 2007). Esta organização é
essencial quando se trata de atletas de competição. Para os treinadores e pesquisadores,
o rendimento do atleta se associa de um conjunto de fatores de ordem estratégica
incluindo aspectos táticos, técnicos, psicológicos, dependentes das diferentes
capacidades físicas específicas, de resistência orgânica e muscular (BANGSBO, 1994;
MARTIN, CARL e LEHNETZ., 1997; WEINECK, 2003; BOMPA, 2002)
O treinamento de natação competitiva, tem como objetivo melhorar o
desempenho desportivo em provas com diferentes demandas metabólicas. De modo
geral, treinadores de natação têm utilizado volumes semanais elevados de treinamento
na piscina não só com atletas experientes, mas também em categorias intermediárias
(COSTILL, et. al, 1991; MUJIKA et. al, 1995; TERMIN e PENDERGAST, 2000).
Sabe-se que excesso no volume de treinamentos pode resultar em fadiga crônica que por
sua vez conduz a um comprometimento do sistema imunológico, estresse mental, déficit
calórico e consequente queda no desempenho em diferentes etapas do período
preparatório levando os atletas ao estado de overtraining ou supertreinamento
(COSTILL et. al, 1988; COSTILL et. al, 1991; MACKINNON et. al, 1997; TRAPPE et.
al 1997; HOOPER, MACKINNON e HOWARD, 1999). Em alguns casos, estes fatores
estão relacionados ao abandono do atleta do programa de exercício. Nesse sentido, a
aplicação de novas metodologias que minimizem os efeitos crônicos do estresse
fisiológico e psicológico em nadadores, provocados pelos possíveis excessos no
treinamento tradicional em piscina torna-se necessário.
Seguindo a tendência dos estudos contemporâneos da metodologia do
treinamento desportivo da natação, foi encontrado discussões sobre estratégias de
treinamento que visam equalizar os componentes de carga (volume, intensidade) em
função da especificidade dos atletas (MARINHO e GOMES, 1999; MARINHO, 2002;
27

BARBOSA e ANDRIES JUNIOR, 2006; PYNE, MUJIKA e REILLY 2009; FIG, 2010;
ISSURIN, 2010).
Nesta perspectiva, o treinamento de força muscular tem sido considerado fator
primordial, visto que a potência muscular é decisiva no desenvolvimento de nadadores
(TRAPPE et al.,2000; BARBOSA e ANDRIES JÙNIOR, 2006; ZAMPAGNI et
al.,2008). Assim, o treinamento de força muscular tem sido aplicado na natação, sendo
parte integrante da preparação de nadadores competitivos (COSTILL, MAGLISCHO e
RICHARDSON, 1994; MAGLISCHO, 2010 e PLATONOV e FESSENKO, 2004).
Conforme Fig (2010), o treinamento de força é importante nos nadadores em
diferentes situações como na saída, viradas, pernada e braçada. Observa-se
estatisticamente forte correlação entre potência muscular e velocidade de nado
(MARINHO e GOMES, 1999; SWAINE, 2000; BARBOSA e ADRIES JUNIOR, 2006
e FIG, 2010).
Um dos pontos mais controversos na prática do treinamento de força muscular
para atletas de natação está relacionado à influência deste método de treinamento e sua
transferência no desempenho do nadador (MARINHO e GOMES, 1999). Segundo
Newton et al. (2002) e Antunes (2004) deve-se atentar para os níveis de hipertrofia
muscular, o que em determinadas situações pode ser prejudicial ao rendimento do
nadador. Portanto, evitar tal ocorrência é um dos objetivos da periodização que inclui a
maximização do princípio da sobrecarga garantindo melhora na relação entre estímulo e
recuperação. Este princípio é descrito pelo processo de aplicação de cargas ao sistema
neuromuscular (RHEA et al., 2002a). Quanto maior a demanda imposta ao sistema
neuromuscular, maior adaptação no nível de força (STONE, O’BRYANT e
GARHAMMER, 1981).
Segundo Oliveira, Sequeiros e Dantas (2005) dentre os estudos de periodização,
os modelos mais investigados são o linear ou tradicional, e o modelo de periodização
não linear ou ondulatória. O primeiro designa-se por constantes incrementos da carga de
treinamento e concomitante redução do volume, dispostos ao longo dos ciclos de
treinamento. O modelo não linear ou ondulatório é apresentado por RHEA et al.
(2002b) como alterações frequentes no volume e intensidade dos treinamentos com
pesos tanto em semanas, como em ciclos ou até mesmo com variações diárias.
Considerando as escassas evidências desse modelo aplicado em nadadores o
presente estudo foi delineado com a intenção de acompanhar a relação das metodologias
28

do treinamento de força muscular fora da piscina, e as contribuições no desempenho de


nadadores jovens em ambos os sexos.

1.3. Objeto, Objetivos do Estudo e Hipóteses

O desempenho na natação competitiva é influenciado pela capacidade de gerar


força propulsiva e minimizar o arrasto ao avanço no meio líquido. Isso acontece com a
melhora da técnica ou padrão biomecânico, e pela da condição física do nadador,
incluindo a composição corporal e a força.
Na natação, com o intuito da melhora do rendimento técnico, atletas buscam a
evolução no desempenho não só por meio de sessões de treinamento específicos na
água, mas também nos treinamentos executados em sessões ordinárias da preparação
física.
Com essa perspectiva, o presente estudo visa o acompanhamento de jovens
nadadores submetido a dois métodos de treinamento de força por um período de 14
semanas.
O objetivo geral do estudo foi verificar o efeito do treinamento de força com
periodização linear e ondulatória nas respostas morfofuncionais e de desempenho de
nadadores jovens de ambos os sexos em um macrociclo de 14 semanas.
Imaginamos que após o período de realização do estudo, encontraremos que a
periodização ondulatória promovera melhor adaptação morfofuncional comparado com
o modelo de periodização linear no aumento da força muscular e desempenho dos
nadadores submetidos a um macrociclo de 14 semanas de treinamento.

As análises complementares delimitadas nos objetivos específicos com suas


respectivas hipóteses, que segue:

Análise 1 - Identificar o impacto de um macrociclo de 14 semanas de


treinamento de força muscular com periodização linear e ondulatória no perfil
antropométrico e composição corporal (massa corporal, massa magra, massa gorda,
porcentagem de gordura corporal, circunferências de braço contraído e coxa medial ) de
nadadores jovens de ambos os sexos.
Hipótese 1: O modelo de periodização ondulatória promove melhora mais
acentuada no perfil antropométricos e composição corporal (massa corporal, massa
29

magra, massa gorda, porcentagem de gordura corporal, circunferências de braço e


perna) que o modelo de periodização linear após 14 semanas de treinamento.

Análise 2 - Comparar o efeito de um macrociclo de 14 semanas de treinamento


de força pela periodização linear e ondulatória no comportamento da força muscular dos
membros superiores e inferiores de nadadores jovens de ambos os sexos.
Hipótese 2 - O modelo de periodização ondulatório promove melhor adaptação
que o modelo de periodização linear na força dos nos membros superiores e inferiores
dos nadadores após 14 semanas de treinamento.

Análise 3 - Analisar os efeitos de um macrociclo de 14 semanas de treinamento


de força de periodização linear e ondulatória no tempo obtido no teste de 100m nado
Crawl de nadadores jovens de ambos os sexos.
Hipótese 3 - O grupo que praticou treinamento de força com periodização
ondulatória terá melhores resultados na potência anaeróbia, devido a melhora mais
acentuada no tempo obtido no teste de 100m nado crawl, que o grupo que praticou a
periodização linear apos 14 semanas de treinamento.

Análise 4 - Determinar o efeito de um macrociclo de 14 semanas de treinamento


de força com de periodização linear e ondulatória no desempenho através das avaliações
cinemáticas de: saída do bloco de partida em 15 metros, virada em 15 metros,
frequência e comprimento de braçada, velocidade e índice de braçadas em nadadores
jovens de ambos os sexos.
Hipótese 4 - O treinamento com periodização ondulatória apresenta melhores
resultados nas avaliações cinemáticas de saída do bloco de partida em 15 metros, virada
em 15 metros, frequência e comprimento de braçada, velocidade e índice de braçadas
que o grupo treinado com a periodização linar após 14 semanas de treinamento de força.

Análise 5 - Comparar o impacto de um macrociclo de 14 semanas de


treinamento de força com periodização linear e ondulatório no índice técnico de
competição de nadadores jovens de ambos os sexos.
30

Hipótese 5 - O grupo com periodização ondulatória apresentaria melhores


resultados no indice técnico de competição ao final do mesociclo de 14 semanas de
treinamento de força muscular que o grupo com periodização linear.

1.4. - Organização do Estudo

O presente estudo foi organizado em capítulos que sustentam o modelo


experimental desenvolvido no presente trabalho.
Desta forma, no Capítulo 1 apresentamos: os pontos que justificam o
desenvolvimento do estudo, aspectos de relevância profissional e científica , bem como
os pressupostos científicos que orientaram a elaboração do trabalho, o objeto , objetivo
e hipóteses principais.
O Capítulo 2 apresenta a revisão da literatura dividida em: a) aspectos que
caracterizam a natação competitiva; b) as formas de treinamento utilizadas na
modalidade; c) as adaptações morfofuncionais relacionadas ao treinamento de força; d)
adaptação do treinamento de força nos adolescentes; e) meios e métodos de
periodização do treinamento de força e as evidências comparando os métodos.
No Capítulo 3 apresentamos os procedimentos metodológicos do estudo e seu
delineamento, as características da amostra, critérios de inclusão e exclusão, bem como
as características da periodização do treinamento, organização e avaliação do
treinamento de força e desempenho esportivo na piscina, e todas as análises estatísticas
empregadas.
No Capítulo 4 seguem os resultados com a apresentação de tabelas e gráficos,
com a descrição do comportamento dos dados, bem como as respectivas comparações
demonstradas nos objetivos.
No Capítulo 5 são discutidos os resultados das análises do estudo, apresentando
conclusões prévias, mediante ao referencial teórico presente, buscando explicar as resposta
morfofuncionais das diferentes periodizações do treinamento de força e seu resultado no
desempenho no meio líquido.
As considerações finais e as proposições futuras do estudo são apresentadas no
Capítulo 6, bem como o delineamento dos próximos passos e perspectivas na análise da
periodização do treinamento de força muscular para jovens atletas de natação.
Referencias bibliográficas, bem como os apêndices e anexos estão apresentados
nos Capítulos 7 e 8 respectivamente.
31

CAPÍTULO 2 - REVISÃO DA LITERATURA

A revisão da literatura foi feita a partir de pesquisa bibliográfica realizada em


livros, revistas especializadas indexadas; artigos científicos, monografias, dissertações e
teses, nacionais e internacionais, da área de conhecimento da educação física e ciências
da saúde, mais especificamente, as produções de conhecimento científicas sobre o
treinamento desportivo, periodização e treinamento de força muscular, do treinamento
de natação competitiva; biomecânica e fisiologia do exercício.
Foram consultados os bancos de dados dos acervos das bibliotecas da
Universidade São Judas Tadeu (USJT), Universidade de São Paulo (USP), Universidade
Paulista (UNIP); Faculdades Integradas Padre Albino (FIPA) e Instituto Federal de
Roraima (IFRR).
Pesquisas foram realizadas em acervos digitais de monografias, dissertações e
teses de instituições como USP, Unicamp, UNESP, UFMG, UFRS, UEL, Unimep e
USJT.
A busca dos artigos científicos indexados foi realizada nas bases de dados
eletrônicas da MEDLINE, PubMed, Sports Discus, Scopus e Scielo. A seleção dos
descritores utilizados no processo de revisão foi efetuada mediante consulta ao DeCS
(descritores de assuntos em ciências da saúde da BIREME).
Nas buscas, os seguintes descritores/termos em inglês/português foram
considerados: resistance training/treinamento de resistência; strength
training/treinamento de força, swimming/natação; physical education and training/
educação física e treinamento; endurance training/treinamento de endurance; sprint
training/treinamento de velocidade; linaer periodization/periodização linear; nonlinear
periodization/periodização não-linear e undulating periodization/periodização
ondulatória. Recorreu-se aos operadores lógicos "AND", "OR" e "AND NOT" para
combinação dos descritores utilizados para rastreamento das publicações.
Dessa forma, foram utilizados para a revisão de literatura: 72 livros, 5 revistas
especializadas indexadas, 305 artigos científicos encontrados nas bases de dados
descritas, 5 dissertações de mestrado e 4 teses de doutorado.
32

2.1. - Crescimento, Maturação e Desenvolvimento Físico do Adolescente

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1989) a adolescência é uma


fase intermediária do desenvolvimento humano, que compreende a faixa etária entre 10
e 19 anos, dividida em 2 períodos: a pré-adolescência (10 a 14 anos) e a adolescência
(15 aos 19 anos). Porém, essa definição ocorre simplesmente por razões estatísticas,
pois varia de pessoa para pessoa.
Esta fase é marcada por diversas transformações corporais e comportamentais. É
neste período que acontece o desenvolvimento das funções reprodutivas, incluindo o
aparecimento das características sexuais secundárias conhecida como puberdade. A
puberdade é o período em que o adolescente exibe as maiores mudanças corporais,
sendo estas endócrinas, fisiológicas e morfológicas (GALLAHUE, 2013).
Essas transformações são caracterizadas por mudanças de peso, estatura,
composição corporal, além de alterações fisiológicas importantes em seus órgãos e
sistemas, incluindo crescimento físico geral. As modificações ocorrem em ritmos e
proporções diferentes entre indivíduos de um mesmo sexo ou não, no entanto, a ordem
em que esses eventos ocorrem é relativamente à mesma (MARSHALL e TANNER,
1995).
Muitos fatores estão associados ao processo de crescimento e maturação sexual.
Os fatores genéticos são, em grande parte, os responsáveis pelas variações individuais
dos eventos pubertários. Já os fatores externos: nutrição, atividade física, nível
socioeconômico-cultural, dentre outros, são os que precisam ser favoráveis para que o
adolescente possa alcançar a expressão máxima de seu potencial genético (SIGULEM,
DEVINCENZ e LESSA, 2000).
O conceito de crescimento, segundo Malina (2003), está diretamente ligado ao
aumento do tamanho do corpo como um todo e de suas partes, ou seja, é o aumento da
altura, peso, força, volume, quantidade de produção de secreções, entre outros, isto é,
um aumento fixável quantitativamente, através da associação de três fenômenos
distintos: 1) fenômeno da hiperplasia, ou seja, o aumento do número das células que
compõem os tecidos do organismo humano; 2) fenômeno da hipertrofia, aumento do
tamanho dessas células e 3) fenômeno da agregação celular, aumento da quantidade de
substâncias intracelulares (MALINA, BOUCHARD E BAR-OR, 2004; GUEDES e
GUEDES, 1997a).
33

Por sua vez, o termo maturação biológica é, para Malina, Bouchard e Bar-Or
(2004), o processo de tornar-se maduro, ou o progresso em direção ao estado maduro,
ou seja, maturação é, ao mesmo tempo, um processo e um estado, que pode ser
mensurado a partir de alguns indicadores que representam em que momento do estágio
maturacional o indivíduo se encontra.
Portanto, cada um dos tecidos, órgãos ou sistemas do organismo humano
apresentam velocidades de crescimento e desenvolvimento diferenciadas, seguindo um
padrão definido pelo estágio maturacional que é o resultado da ação mútua entre os
fatores biológicos e os fatores ambientais, entendidos aqui, respectivamente, como
fatores intrínsecos e extrínsecos (ARRUDA, 1997).
O processo maturacional até seu total complemento, de modo geral, leva cerca
de 20 anos e sistematicamente é dividido em períodos distintos e relativamente
homogêneos de acordo com as modificações orgânicas ocorrentes, implicando em um
grau crescente de maturação (GUEDES e GUEDES, 1995; DUARTE, 1993).
Durante a puberdade, indicada como a terceira fase de crescimento e
desenvolvimento, as modificações morfológicas e fisiológicas alcançam seus maiores
níveis, principalmente pelo aumento da produção dos hormônios sexuais. Como
conseqüência desse aumento, há uma aceleração do crescimento somático, além do
desenvolvimento das gônadas, das características sexuais secundárias e, ainda,
mudanças na composição corporal que, nos meninos, acarreta um aumento da massa
muscular e concomitante diminuição da gordura corporal (MALINA, BOUCHARD E
BAR-OR, 2004; GUEDES e GUEDES, 1995).
Essas modificações que ocorrem na puberdade em direção ao estágio maduro, ou
seja, na aquisição final da maturação biológica, acontecem de forma gradual, em ritmo
temporal próprio, fazendo com que cada indivíduo complete um determinado estágio
maturacional em idades cronológicas diferentes, dificultando a sua determinação.
Em geral, a idade em que os eventos pubertários ocorrem fica em torno dos 11
aos 14 anos, porém o processo maturacional não coincide necessariamente com a idade
cronológica, fazendo com que a idade biológica seja considerada. Essa diferença entre a
idade cronológica e a idade biológica pode levar a erros de avaliação metodológica, por
não garantir uma discriminação entre os indivíduos de mesma idade cronológica, mas
com desenvolvimento maturacional mais precoce ou tardio.
Dessa forma, a identificação da idade biológica é de fundamental importância,
principalmente nos estudos com crianças e adolescentes relacionados ao desempenho
34

motor, pois torna mais precisa a distinção entre as adaptações decorrentes de um


programa de exercícios físicos e as modificações fisiológicas e estruturais decorrentes
do processo de maturação biológica, principalmente na fase pubertária, onde essas
modificações são mais evidenciadas (VILLAR, 2000).
Determinar a idade biológica é, portanto, uma necessidade para conhecer e
aceitar a variabilidade individual dentro de faixas etárias pré-determinadas e assim,
conduzir o processo de treinamento físico de acordo com as possibilidades
biopsicológicas de cada indivíduo.
Para a determinação do estágio maturacional é necessário identificar o sistema a
ser analisado, pois cada um dos sistemas orgânicos tem variação temporal no processo
de maturação. Nesse sentido, os indicadores da maturação biológica mais comumente
utilizados em estudos de crescimento são: 1) indicador da maturação esquelética, 2)
indicador da maturação sexual secundária.
Malina, Bouchard e Bar-Or (2004) afirmam que a avaliação da maturação
esquelética é, talvez, o melhor indicativo da idade biológica, pois seu desenvolvimento
perfaz todo o período de crescimento.
A avaliação da maturação sexual secundária, assim como a avaliação da
maturação somática, como indicadores do status de maturação, também são
instrumentos importantes para a determinação do estágio maturacional, mas seu uso é
limitado à fase da pubescência, embora mostrem uma fase de maturação muito
importante para o treinamento sistemático de uma atividade física, visto que, é nessa
fase que acontecem as maiores modificações fisiológicas relacionadas ao desempenho
motor.

2.1.1. - A Maturação Sexual

A maturação, conforme Malina e Bouchard (2002), “refere-se ao tempo e


controle temporal do progresso pelo estado biológico maduro”.
Diz respeito às mudanças qualitativas que capacitam o organismo a progredir em
direção a níveis mais altos de funcionamento. Dessa forma, é um processo inato,
geneticamente determinado e resistente à influência do meio ambiente, que se refere às
transformações que ocorrem no corpo durante um determinado período de tempo. A
maturação diz respeito ao momento e à evolução para o desenvolvimento dos vários
35

sistemas, em direção ao estado biológico maduro e às alterações qualitativas que


capacitam o indivíduo a progredir para níveis mais altos de atividade. Com isso, o
processo de maturação tem foco no avanço ou nos indicadores para se alcançar esse
estado, bem como em suas decorrências individuais (UNESCO, 2013).
Com isso, pode-se definir maturação como:

a) o processo que conduz o corpo humano à forma e às funções normais adultas


(MALINA, BOUCHARD e BAR-OR, 2004);
b) o andamento, a sequência e o progresso em direção ao estado biológico
maduro (BAXTER-JONES, EISENMANN e SHERAR, 2005);
c) o processo que leva a um completo estado de desenvolvimento morfológico,
fisiológico e psicológico e que, necessariamente, tem controle genético e ambiental
(MATSUDO e MATSUDO, 1991).

As várias etapas desse processo não ocorrem simultaneamente em todas as


crianças e jovens com a mesma idade cronológica, ou seja, crianças e jovens de idade
biológica igual podem apresentar diferenças significativas em relação ao nível
maturacional (MALINA e BOUCHARD, 2002).
Baxter-Jones, Eisenmann e Sherar (2005) afirmam que o processo de maturação
apresenta duas fases distintas: o timing e o tempo. O timing refere-se à idade em que os
eventos maturacionais específicos acontecem (menarca, espermarca, início do
desenvolvimento das mamas, aparecimento de pelos pubianos e idade do pico de
crescimento, entre outros), enquanto o tempo diz respeito ao índice e à velocidade com
que a maturação avança e progride em direção ao estado maturacional adulto. Malina e
Bouchard (2002) afirmam que as diferenças maturacionais entre os sexos se destacam
entre os 9 e os 14 anos de idade, para o sexo feminino, e entre os 11 e os 16 anos, para o
sexo masculino. Maglischo (1999), por outro lado, traz uma referência mais específica,
ao apontar para as faixas de 11 a 13 anos no sexo feminino, e de 13 a 15 anos no sexo
masculino.
Portanto, infere-se que jovens em estado maturacional mais adiantado,
provavelmente serão mais altos, mais pesados, e terão maiores níveis de força e maior
resistência muscular, se comparados com aqueles de maturação tardia.
Segundo Malina e Bouchard (2002), são esses os fatores que auxiliam os jovens
a ter maior êxito em determinados esportes, dentre eles, a natação e o atletismo.
36

Todavia, essa vantagem maturacional tende a desaparecer após a puberdade. Segundo


Malina, Bouchard e Bar-Or (2004), as medidas de maturação variam de acordo com o
sistema biológico considerado. Geralmente, os indicadores mais utilizados são a
maturação esquelética, a maturação sexual e a maturação somática.
As características sexuais primárias são aquelas relacionadas diretamente com a
reprodução (DUARTE, 1993). No sexo feminino, dizem respeito ao desenvolvimento
dos ovários, do útero e da vagina; no sexo masculino, refere-se ao desenvolvimento dos
testículos, da próstata e da produção de esperma. As características sexuais secundárias
estão relacionadas ao dimorfismo sexual externo, isto é, o desenvolvimento dos seios,
do pênis, dos pelos faciais e pubianos, bem como a modificação da voz.
Os estudos sobre maturação tendem a se concentrar nas características sexuais
secundárias, de mais fácil avaliação, considerando-se a dificuldade ou mesmo a
impossibilidade de se determinar o desenvolvimento dos órgãos sexuais internos. Em
1962, Tanner desenvolveu um sistema de fotos (ANEXO 1 e ANEXO 2) que permite
determinar: os estágios de desenvolvimento dos pelos pubianos em ambos os sexos, de
PP1 a PP5; de desenvolvimento mamário para o sexo feminino, com os estágios de M1
a M5; e de desenvolvimento dos genitais do sexo masculino, com estágios de G1 a G5.
Malina, Bouchard e Bar-Or (2004) também citam as características sexuais secundárias
como elementos de avaliação.
Devido a questões éticas e legais, na atualidade pode-se contar com a
autoavaliação, que facilita a aplicação sistemática da avaliação junto aos jovens que
praticam esportes de cunho competitivo. Esse procedimento, segundo Matsudo e
Matsudo (1991), para jovens brasileiros, apresenta um alto índice de correlação (r =
0,80) entre a autoavaliação e a avaliação realizada por um profissional especializado
(médico).

2.1.2. - O Desenvolvimento Corporal do Atleta Jovem.

Nas últimas décadas, em decorrência da grande importância e visualização


adquirida pelo esporte competitivo na sociedade moderna, tem sido evidenciado um
crescente interesse por pesquisadores de inúmeras áreas do conhecimento, na tentativa
de melhor entender esse fenômeno. Nesse sentido, alguns estudos têm apontado um
aumento considerável na participação de crianças e adolescentes no desporto de alto
rendimento, em idades cada vez menores. Frequentemente verifica-se a participação de
37

jovens em competições de caráter regionais, nacionais e internacionais, exigindo um


alto desempenho físico, técnico e psicológico (WESTERSTAHL, et al., 2003,
MARQUES, 1998)
Entre populações adultas, as adaptações fisiológicas e morfológicas decorrentes
do envolvimento com a prática de atividades esportivas são bem conhecidas. Entretanto,
entre crianças e jovens, algumas evidências têm indicado que o treinamento físico pode
favorecer maiores taxas de crescimento físico (BAXTER-JONES, THOMPSON e
MALINA, 2002) De outro lado, pesquisas têm indicado um pequeno ou nenhum efeito
do envolvimento sistematizado com atividades esportivas de alto rendimento, no
crescimento desses jovens atletas (DAMSGAARD et al.; 2001, BAXTER-JONES et al.;
1995, MALINA, 1994). Tal falta de clareza, no que se refere à interação entre o
envolvimento com atividades esportivas e índices de crescimento, alicerça-se na
ausência de estudos de delineamento longitudinal que tenham abordado o assunto.
A Fédération Internacionale de Médicine Sportive (FIMS, 1997) indicou que
um número cada vez maior de lesões por sobrecarga tem atingido populações
pediátricas que praticam esportes organizados de alta intensidade. Nesse sentido, o
envolvimento de crianças e adolescentes com atividades esportivas que visam o alto
rendimento, constitui motivo de preocupação para os profissionais que trabalham com
essas populações, uma vez que inúmeras modalidades esportivas, exigem cargas
pesadas de treinamento que precisam ser bem orientadas e também um rígido controle
alimentar por parte desses jovens atletas.
Além disso, jovens atletas podem apresentar índices de crescimento físico
diferenciados dos seus pares não-atletas. No caso dos nadadores, algumas investigações
como a de Westerstahl et al. (2003), demonstraram que esses atletas são mais altos que
a população normal, na mesma faixa etária/sexo e o índice de massa corporal maior que
de outras modalidades. Adicionalmente, a ausência de estudos de corte longitudinal
limita as interpretações dos efeitos do treinamento de alta intensidade no crescimento
físico, bem como também, o impacto do crescimento no desempenho físico (MALINA,
1994), uma vez que não se pode discernir com clareza se tais atletas apresentam tais
características decorrentes do treinamento a que são expostos, ou se são resultado do
processo de seleção que envolve o esporte, onde tais características favorecem na
escolha dos atletas.
Portanto, os efeitos do treinamento intensivo sobre o crescimento e maturação de
adolescentes ainda não estão bem estabelecidos (BAXTER-JONES e MAFFULLI;
38

2002). Embora alguns estudos, como o de Baxter-Jones e Maffulli (2002) apontem que
o treinamento intensivo possa retardar o crescimento e atrasar a puberdade em meninas
atletas, outros trabalhos da literatura confirmam que o treinamento não parece afetar o
crescimento e a maturação nessas atletas jovens.
Com base no fato de que crianças e adolescentes não são “adultos em
miniatura” e que durante esta fase do desenvolvimento humano, o organismo jovem
passa por um processo constante de transformação fisiológico, morfológico e
comportamental, ocasionando respostas diferenciadas, em relação ao organismo do
adulto, ao estresse ocasionado por uma rotina de treinamento físico, parece evidente que
qualquer excesso cometido durante esta fase da vida pode vir a desencadear um
comprometimento a saúde do jovem e também posteriormente na idade adulta (FIMS,
1997; BERSON, 1990).
Muitas e importantes alterações na composição corporal de atletas jovens podem
ocorrer: algumas de efeito positivo, melhorando aspectos da saúde em geral, quando o
treinamento, a alimentação e os outros fatores externos são bem controlados
(WOLINSKY e HICKSON, 2002). Alguns trabalhos, por exemplo, indicam que a
massa magra em atletas de esportes de menor impacto, como a natação, é semelhante à
de outros esportes de maior impacto como ginastas, corredores, dentre outros, mas o
nível de massa magra é muito maior e estatisticamente significante, quando comparados
a outros jovens não ativos e de grupos controles. Também a porcentagem de gordura
corporal total é bem menor em atletas de baixo impacto (como os nadadores) e de maior
impacto, comparados com grupos controles menos ativos ou sedentários (LIMA et al;
2000).
Além disso, outro componente da composição corporal, que é um importante
indicador de saúde, é a densidade óssea, que entre atletas jovens praticantes de atividade
física intensa, sofre significativo incremento quando comparados aos seus pares não
atletas. Essas diferenças da magnitude das cargas dos diferentes esportes sobre o
sistema esquelético mostram importante aumento da densidade óssea entre atletas
adolescentes do sexo feminino, mais especificamente da natação e futebol, dentre outros
(BELLEW e GEHRING, 2006).
39

2.2. - Desportos Aquáticos

A natação competitiva atual, é internacionalmente caracterizada pelos quatro (4)


estilos de nado: borboleta, nado de costas, peito e o crawl. As competições de natação
obedecem às regras oficiais da Federação Internacional de Natação (FINA), que prevê
movimentos de braços e pernas dos três primeiros estilos citados. O quarto estilo
praticado em competições é descrito pela literatura especializada como nado crawl,
sendo o mais utilizado nas provas de nado livre (MAGLISCHO, 1999). Nesta prova os
nadadores podem usar qualquer estilo, mas utiliza-se o nado crawl pela maior
velocidade e propulsão de nado. Oficialmente as competições são realizadas em piscinas
de 25 e 50 metros e as distâncias cobertas nos diferentes nados variam entre 50 e 1500
metros. Além das provas mencionadas existe também uma combinada (medley) que
envolve a utilização dos quatro nados na seguinte sequencia: borboleta, nado de costas,
peito e crawl, realizada nas distâncias de 100, 200 e 400 metros em piscina curta (25
metros) e 200 e 400 (metros) em piscina longa (50 metros). Os revezamentos também
fazem parte do quadro competitivo e são disputados nas provas de 4x100 metros medley
e 4x100 e 4x200 metros nado livre, como mostra o anexo 12.
Em função das diferentes distâncias percorridas durante as provas, os nadadores
podem ser classificados como velocistas, fundistas e meio fundistas. Segundo
Maglischo (1999), as provas que caracterizam um velocista são realizadas
fundamentalmente em distâncias de 50 e 100 metros, ao passo que os meio fundistas e
fundistas participam de provas que compreendem distâncias entre 200, 400, 800 e 1500
metros.
Nos últimos anos, estamos presenciamos uma retomada, com maior evidencia na
mídia, pela prática das modalidades em águas abertas. Está prática que remete às
origens da natação, quando ainda não havia piscinas, voltou a ficar em evidência após a
decisão do Comitê Olímpico Internacional de integrar a natação de águas abertas no
programa dos Jogos Olímpicos. Nos campeonatos mundiais, são realizadas três provas
da modalidade, nas distâncias de 5 km, 10 km e 25 km, sempre para mulheres e
homens. Já nos Jogos Olímpicos e Pan-americanos, esta modalidade é disputada apenas
na distancia de 10 km para ambos os sexos.
Assim, os atletas nadadores necessitam de endurance e de velocidade para
conseguir o melhor desempenho. Porém, o fato de ser uma atividade aquática, faz com
que haja uma preocupação com a fisiologia específica das demandas energéticas desses
40

atletas. As alterações de resistência ao movimento, muito maiores na água, dificultam a


propulsão no meio líquido. Por causa desses fatores, a habilidade dos nadadores em
reduzir a resistência da água e a efetividade na aplicação da força de propulsão, pode ser
mais importante na determinação das demandas fisiológicas na natação do que a simples
análise do tempo de duração do exercício (COSTILL e THOMAS, 1985; CRAIG et. al.,
1985; TOUSSAINT, 1991 e TOUSSAINT e BEEK, 1992).

2.2.1 - A Caracterização do Treinamento de Natação

O treinamento é uma das principais formas de aperfeiçoar o desempenho do


atleta melhorando suas capacidades motoras, cognitivas e psicológicas. Quando
elaborada de forma adequada às características do indivíduo, seja ele atleta ou não, as
sessões de treinamento levam ao máximo rendimento, ou seja, o organismo tende a
trabalhar de forma econômica, visando atender às necessidades do corpo submetido a
um certo tipo de estímulo.
Cargas de treinamento inadequadas podem influenciar o rendimento do jovem
nadador e também o seu estado de saúde, por isso, devem ser dosadas em relação à
etapa evolutiva do indivíduo, a fim de favorecer seu desenvolvimento geral
(MAKARENKO, 2001; MAGLISCHO, 1999). As cargas são formadas por volume,
intensidade e frequência do treinamento. As diferentes combinações dessas variáveis
têm o objetivo de causar adaptações no organismo do atleta (FAUDE et. al, 2008).
O treinamento típico diário em nadadores consiste em treinamentos na água,
sendo um pela manhã e outro à tarde, com duração aproximada de duas horas, variando
em função do período específico do treinamento. A maior parte desse treinamento é
feita em velocidade submáxima com o objetivo de proporcionar o desenvolvimento de
adaptações aeróbias da mecânica da natação (COSTILL et al., 1991; MAGLISCHO,
2010; PLATONOV, 2005).
Em nadadores que não são de elite os modelos de treinamento preconiza volume
de treinamento menor com uma sessão diária, embora alguns princípios sejam os
mesmos adotados nos de elite.
Em geral o treinamento em piscina consiste em aquecimento (nados de
aquecimento), séries principais de treinamento concentradas em determinado estilo ou
ações motoras (batimento de pernas com ou sem auxílio de flutuadores ou trabalho de
rotação dos braços com pernas atadas), exercícios educativos e corretivos das técnicas
41

de nado e natação para volta à calma. As séries principais são normalmente designadas
à aquisição de resistência aeróbia, tolerância ao lactato ou velocidade (MAGLISCHO,
2010; COSTILL, MAGLISCHO e RICHARDSON, 1992; NAVARRO e RIVAS, 2001;
PLATONOV, 2005)
Em estudo realizado com os melhores nadadores do mundo Platonov e Fessenko
(2004) revelou que durante a etapa em que apresentavam os melhores resultados na
carreira, a média semanal foi de 36 horas, sendo que 28 horas foram dedicados ao
treinamento em piscina, trabalhando 50 quilômetros em sete dias de treinamento.
Os valores apresentados por Maglischo (1999) corroboram com a metragem
citada anteriormente, onde o referido autor relata para a mesma classe de nadadores 40 a
55 km semanais. Da mesma forma Parra (2000) investigando o volume de treinamento
semanal de nadadores velocistas brasileiros de nível olímpico encontrou valores
semelhantes aos delineados nos estudos anteriores numa média de 44 km oscilando
entre 30 a 60 km semanais.
Aparentemente existe uma similaridade nas informações apresentadas sobre o
volume de treinamento semanal sugerido. Entretanto alguns estudos relataram volumes
por volta de 70 e 100 km semanais (COSTILL, et. al, 1988; MUJILA et. al, 1996;
TERMIN e PENDERGAST, 2000).
O equilíbrio do volume total de treinamento realizado na piscina é
frequentemente nadado em velocidades variadas que de um modo geral, são
caracterizadas por cinco zonas distintas classificadas em função do metabolismo
energético solicitado (MUJIKA et. al, 1996; PLATONOV, 1994; ZAKHAROV e
GOMES, 1992; VASCONCELOS, 2000).
Os valores de lactato sanguíneo correspondentes às intensidades de treinamento
exercidos na natação e os respectivos efeitos fisiológicos desejados são descritos por
Platonov (1994) com sendo da seguinte maneira:
a) Zona 1 (Z1), lactato sanguíneo entre 1 e 3 mmol/l, correspondente a uma
intensidade de efeito fisiológico de manutenção das funções do sistema vegetativo,
aumento na oxidação das gorduras e aumento na circulação periférica;
b) Zona 2 (Z2), lactato sanguíneo entre 3 e 4 mmol/l, correspondente ao aumento
da capacidade aeróbia (limiar anaeróbio);
c) Zona 3 (Z3), lactato sanguíneo entre 4 e 8 mmol/l, que corresponde ao
aumento da potência aeróbia;
42

d) Zona 4 (Z4), lactato sanguíneo entre 8 e 12 mmol/l, correspondente ao


aumento da capacidade e potência anaeróbia glicolítica;
e) Zona 5 (Z5), valores de lactato sanguíneo abaixo de 3 mmol/l, que
correspondem ao aumento da capacidade e potência anaeróbia alática em atividades de
intensas a curtíssima duração.
Segundo Maglischo (1999) na programação do nadador, a Z1 corresponde ao
maior volume nadado em relação à metragem total (38%). A Z2 e Z3 juntas são
responsáveis por 20%, enquanto a Z4 e Z5 representam cada uma 7,5% do montante. O
volume remanescente (27%) é realizado em intensidades bastante reduzidas com
propósito de aquecimento e recuperação. Os dados de Platonov (2005) referentes a
atletas de nível internacional são ligeiramente contrastantes aos mencionados em
relação aos valores apresentados anteriormente. Para o referido autor, o volume total do
treinamento é assim distribuído: Z1 (30,4%), Z2 (30,1%), Z3 (23,8%), Z4 (13,8%) e Z5
(3,9%).
Nota-se que a distribuição do volume total de treinamento nas distintas zonas de
intensidade segue um padrão onde existe uma maior concentração nas zonas definidas
como aeróbias (Z1 e Z2). Embora esse padrão de distribuição, a priori, pareça
questionável pelo fato da maioria das provas de natação ter uma duração inferior a 2
minutos, onde o sistema energético predominante é o anaeróbio lático, um alto volume
de treinamento nas referidas zonas tem sido justificado pela necessidade de elevação
e/ou manutenção da capacidade aeróbia, com intuito de proporcionar um treinamento
anaeróbio posterior, com padrão qualitativo mais elevado (COSTILL, MAGLISCHO e
RICHARDSON, 1992; MAGLISCHO, 2010).

2.2.2 - O Treinamento de Endurance Aeróbia aplicado à Natação

A endurance pode ser definida como a capacidade de sustentar a atividade física


durante longos períodos (BOMPA,2002; BARBANTI, 1997). Weineck (1989) define
endurance como a capacidade psicofísica do indivíduo em sustentar a fadiga.
A endurance não é um recurso somente para esportes com longa duração, pois
uma boa base de endurance é necessária para a maioria dos atletas, de qualquer
modalidade, pois auxiliam na tolerância de esforços, a fim de otimizar os processos de
recuperação (BOMPA, 2002; BARBANTI, 1997).
43

Weineck (2003), afirma que o trabalho de endurance proporciona melhoras


morfológicas e funcionais no sistema vascular e circulatório. Essa maior eficiência dos
sistemas leva a uma melhora da capacidade de resistência do organismo.
Platonov e Fessenko (2004) destacam dois tipos de endurance: a geral e a
especial. A geral é caracterizada pela capacidade de realizar uma atividade prolongada
de forma eficiente e com capacidade de influenciar positivamente as habilidades
desportivas. Já a endurance especial é definida como a capacidade de realizar uma
atividade específica de forma eficaz e de superar a fadiga ao executar cargas
requisitadas pela modalidade, seja ela de curta, média ou longa duração. Na natação os
fatores que determinam o nível de endurance podem estar relacionados ao sistema de
fornecimento de energia e com a capacidade de utilização da mesma pelo organismo do
atleta em competição e durante o treinamento.
A endurance aeróbia é importante porque faz com que o atleta adquira uma
adaptação orgânica máxima, em particular, do sistema cardiorrespiratório. O organismo
do atleta treinado em endurance pode eliminar mais rapidamente os metabólitos
responsáveis pela fadiga. Além disso, o atleta recupera-se mais rápido após
treinamentos e competições. Seu sistema vegetativo está apto a alterar de um tônus
simpático (mobilização durante o desempenho) para um parassimpático (estímulo
vagal), influenciando positivamente a fase de recuperação, o metabolismo geral, a
velocidade e abrangência dos processos após carga esportiva (WEINECK, 2003).
Devido ao fato de nadadores competitivos praticarem grande parte do programa
de treinamento desenvolvendo a capacidade e potência aeróbia, estudos têm sido
realizados para determinar se a medida fisiológica da capacidade aeróbia está
relacionada ao desempenho e às mudanças características no treinamento de resistência
aeróbia. Quando o treinamento de resistência é feito de forma eficaz, pode-se observar
mudanças importantes no trabalho, metabolismo e na espessura das células do coração.
Em geral algumas variações ocorrem de acordo com a especialidade do atleta. As
alterações ocorrem também no número e no tamanho das mitocôndrias e na quantidade
enzimas oxidativas, que aumentam, para melhorar o fornecimento e consumo de
energia; há também um aumento na capilarização e o sistema muscular se adapta para
trabalhar de forma mais econômica, aumentando a eficiência do organismo durante todo
o exercício (PLATONOV e FESSENKO, 2004). Maglischo (1999), completa afirmando
que o organismo treinado tende também a resintetizar ATP pela via mais econômica, ou
44

seja, a via aeróbia é utilizada ao máximo, dentro dos seus limites de fornecimento
energético na velocidade nadada.
Para Maglischo (1999), sessões de treinamentos de endurance aeróbia,
realizados na velocidade do limiar anaeróbio individual do atleta, é a maneira mais
eficiente de se obter melhora na capacidade aeróbia, com o menor risco ao nadador, no
que diz respeito ao supertreinamento. O autor define limiar anaeróbio como a
velocidade em que o metabolismo aeróbio e os mecanismos de remoção de lactato estão
em atividade próxima da máxima. Há um equilíbrio entre a produção e a remoção de
lactato e, portanto, não há acúmulo significativo do mesmo no músculo.
Barbanti (1997), define limiar anaeróbio como o limite do organismo em liberar
energia necessária para a realização de trabalho sem que ocorra acúmulo de lactato, ou
seja, intensidade de esforço em que a principal fonte energética é de origem aeróbia e a
concentração de lactato sanguíneo na maioria das pessoas não ultrapassa 4 mmol/l.
McArdle, Katch, Katch (2008), afirmam que o limiar anaeróbio corresponde à
máxima intensidade ou nível de captação de oxigênio que não eleva consideravelmente
as concentrações de lactato no sangue. Segundo os autores, intensidades de esforço
acima desse limiar aumentam as concentrações de lactato no sangue para níveis
superiores a 4Mmol e esse ponto de início de acúmulo denomina-se OBLA (Onset Blood
Lactate Accumulation).
Ryan, Coyle e Quick (1990) avaliaram mudanças na velocidade a 4 mmol/l de
concentração de lactato em 14 mulheres, nadadoras de elite, durante uma temporada. O
primeiro teste foi realizado no mês de setembro, após as primeiras duas semanas de
treino. Os testes subsequentes foram realizados a cada duas semanas durante o
treinamento até o mês de fevereiro do ano seguinte. A velocidade, a 4 mmol/l de
concentração de lactato aumentou de 1,32 m/s para 1,52m/s, quando o volume de
treinamento aumentou de 6.400 m/dia para 8.229 m/dia em duas semanas, entre a data
do primeiro para o segundo teste. Logo após, a velocidade de 4 mmol/l de concentração
de lactato se manteve constante entre 1,52 e 1,55 m/s, enquanto o volume de
treinamento variou de aproximadamente 6.096 a 10.973 m/dia.
Quando o volume de treinamento aumentou de 4.200 a 8.200 metros/dia, no
estudo de Costill et al. (1988) realizado em 12 nadadores altamente treinados, o lactato
sanguíneo respondeu à padronização da velocidade diminuindo significativamente por
apenas cinco dias. Nessa investigação o lactato no sangue diminuiu de 7,5 mmol/l
enquanto treinavam 4.200 m/dia, para 4,9 mmol/l cinco dias após o início do
45

treinamento de 8.200 m/dia, e para 4 mM após 10 dias do aumento do treinamento. O


elevado declínio das concentrações do lactato sanguíneo com o aumento do volume de
treinamento foi atribuído à possível depleção crônica do glicogênio muscular,
aumentando o mecanismo de liberação de lactato, e ao aumento da capacidade oxidativa
do músculo. Esses resultados são similares aos encontrados por Ryan, Coyle e Quick
(1990), que mostraram mudanças significantes na concentração de 4 mmol/l de lactato,
quando o treinamento aumentou de 6.400 a 8.229 m/dia.
Outro estudo mostrou mudanças relacionadas à economia de nado durante o
treinamento de natação medindo o perfil do lactato sanguíneo e da velocidade de
Frequência Cardíaca (FC) durante os períodos de treinamento em nadadores colegiais
(SHARP, VITELLI e COSTILL, 1984). Para construir os perfis, os nadadores, nesse
estudo, nadaram duas séries de 200m nado livre com amostra de sangue e FC medido
após cada nado. A primeira série de natação foi feita em intensidade submáxima (80%
esforço) e a segunda série foi feita em intensidade máxima (esforço máximo). Os
períodos de teste foram realizados no início da temporada (T1), 8 (T2) e 16 (T3)
semanas após o início. A FC foi medida a 15, 45 e 90 segundos após cada série. As
concentrações de lactato, na velocidade padronizada a 1,50m/s diminuiu
significativamente durante a temporada (T1=10,7 mM; T2=7,4mM; T3=6,2mM).
Resultados similares foram encontrados para a FC de repouso (T1=139 bpm; T2=125
bpm; T3=122 bpm). Os autores concluíram que as adaptações responsáveis pela
redução da resposta do lactato sanguíneo e pela redução das respostas de FC ocorrem
mais efetivamente durante a primeira parte da temporada de treinamento.
A melhora na capacidade aeróbia em nadadores competitivos parece responder
ao treinamento de natação, especialmente no início do período ou na temporada de
treinamento. Porém, a capacidade aeróbia evolui apenas nas primeiras oito semanas de
treino, com base na revisão dos estudos já citados (COSTILL et al. 1988 e RYAN,
COYLE e QUICK; 1990).
Uma das funções mais importantes de um programa de treinamento de
endurance aeróbia é a de aumentar a contribuição do metabolismo aeróbio durante o
exercício de forma que forneça quantidade significativa de energia durante todas as
provas de natação. Outro fator importante é a capacidade de manter o consumo de
oxigênio adequado em diferentes manifestações de trabalho. O aumento da
concentração de lactato no sangue confirma que o esforço está acima do limiar; esse
limite, muitas vezes, corresponde a um consumo de oxigênio próximo a 45-50% do
46

VO2 máx; essa magnitude pode variar e depende de inúmeros fatores (sistema de
transporte de oxigênio e sua adaptação a várias intensidades de esforço e tipos de fibras
musculares). Quando um nadador é capaz de nadar numa velocidade correspondente a
uma porcentagem muito próxima do VO2 máx sem que a concentração de lactato
sanguíneo se altere, ou seja, quando seu Limiar Anaeróbio é muito próximo do seu VO 2
máx, seu organismo já tem grande vantagem sobre aqueles em que o VO 2 máx é
elevado, mas possui uma capacidade aeróbia não tão desenvolvida, isso porque, o
nadador com maior capacidade aeróbia tende a nadar em uma velocidade muito maior
que o atleta com característica de capacidade oposta (PLATONOV e FESSENKO,
2004; MAGLISCHO, 2010).
Logo após esse período o foco do treinamento começa a ser modificado,
passando a incorporar mais treinamentos nas intensidades mais elevadas para
desenvolver as repostas fisiológicas específicas necessárias para o sucesso nas
competições, como a potência anaeróbia, a tolerância ao lactato e velocidade específica
(MAGLISCHO, 2010; NAVARRO e RIVAS, 2001; PLATONOV e FESSENKO,
2004). Porém, este modelo de treinamento básico parece acompanhar a progressão
fisiológica lógica, o que acarreta um elevado risco de desenvolver uma fadiga crônica,
caso a carga de exercício não esteja ajustada para acomodar o estresse fisiológico,
quando o treinamento de alta intensidade é adicionado ao programa (COSTILL et al.,
1991; MACKINNON et. al, 1997; HOOPER, MACKINNON e HOWARD, 1999).
A figura 1 mostra o treinamento típico (modelo tradicional) de uma temporada
da natação. De acordo com esse modelo de treinamento, é na temporada inicial que se
encontra o maior volume de treinamento para o desenvolvimento da habilidade de
endurance, seguido do treinamento com ênfase maior em alta intensidade e treinamento
específico. Uma vez que a ênfase da capacidade aeróbia seja alcançada, o volume de
treino de endurance é diminuído, mas não em grande quantidade. A razão de um
volume de treinamento de endurance relativamente elevada durante a fase competitiva
da temporada é a manutenção das adaptações aeróbias adquiridas na fase anterior.
A fadiga no esporte é sinalizada por uma diminuição da capacidade de
rendimento como reação aos ônus do treinamento, ou seja, ante a presença da fadiga se
produz uma deterioração do rendimento. Por exemplo, o ritmo de um nadador pode
fazer-se mais lento ou a força das contrações musculares isotônicas máximas pode
diminuir (FERREIRA e MORO, 2011; FERTO, 2003). Ferreira e Moro (2011)
47

denominam fadiga como o acumulo da fadiga física ou muscular conjuntamente a


outros tipos de fadiga (mental, sensorial, local, geral, etc).

Meio da temporada
(progressão de intensidade orientada)

Início da temporada
(progressão de volume
orientada)

Volume
Intensidade
(volume x intensidade)
Carga de treinamento

Carga de treinamento

Fase pré-competição
(redução gradativa de
volume e de intensidade

1 6 11 16 21

Adaptada de Sharp In: Garrett e Kirkendall (1999), pag. 821

FIGURA 1 - Planejamento típico de treinamento de uma temporada de 24


semanas de nadadores competitivos.

O treinamento com nadadores deve considerar o estresse fisiológico total que


ocorre com o atleta na fase na qual o treinamento de alta intensidade é somado ao
treinamento de resistência aeróbia. Se ocorrer a combinação dos efeitos das várias
semanas de treinamento intenso com pouca variação de estímulos de treinamento,
somado ao trabalho de alta intensidade, e o estresse causado nas competições,
indubitavelmente os atletas estarão sujeitos a elevado risco de desenvolverem o
overtraining (supertreinamento ou excesso de treinamento).

2.2.3 - O Treinamento de Velocidade aplicado à Natação

Devido à maioria das provas de natação competitiva ter uma duração de menos
de dois minutos, as habilidades que geram melhor velocidade na propulsão são
geralmente variáveis que promovem vantagens no desempenho dos competidores.
48

Do ponto de vista fisiológico, a velocidade está integrada no tradicionalmente


designado "1º sistema de fornecedor de energia" (anaeróbio aláctico), o qual envolve a
separação de fosfagênios de alta energia (a fosfocreatina - CP) que, em conjunto com a
adenosinatrifosfato (ATP) armazenada na célula, fornecem a energia imediata
necessária nas fases iniciais dos exercícios intensos ou explosivos (GASTIN, 2001).
Segundo Manso, Valdvielso e Caballero (1996), Hellard et al. (1998) e Vilas-
Boas (2003), os exercícios de velocidade que se situem no intervalo compreendido entre
os 5 e 10 segundos parecem ser os mais adequadas para treinamento na natação
competitiva.
Para Weineck (2003) resistência de velocidade é a capacidade de manutenção de
uma determinada velocidade por um tempo máximo. A sua melhora deve-se
principalmente ao aumento das concentrações de ATP-CP e glicogênio muscular, além
da maior concentração das enzimas responsáveis pelo fornecimento de energia dessa via
metabólica.
No treinamento para resistência de velocidade, o atleta deve tornar-se capaz de
sustentar esforço em máxima velocidade, ou seja, deve manter a velocidade máxima
atingida por um período de tempo relativamente prolongado.
Segundo Weineck (2003), quando o esforço exige uma menor frequência de
movimentos, apenas um pequeno número de unidades motoras são recrutadas, neste tipo
de esforço a energia provem principalmente de metabolismo aeróbio. Se aumentar a
velocidade de execução do movimento ocorre um aumento crescente de recrutamento
de unidades motoras e o trabalho passa a ser, cada vez mais, realizado de forma
anaeróbia. Se a velocidade aumentar a níveis quase máximos, todas as unidades motoras
serão recrutadas e o trabalho passará a ser de predomínio anaeróbio.
Weineck (2003) define resistência anaeróbia como a aplicação de estímulos de
alta intensidade ou frequência em que o organismo deve fornecer energia por
metabolismos anaeróbios, visto que a quantidade de oxigênio disponível é insuficiente
para a necessidade de fornecimento de energia em relação ao tempo disponível.
Weineck (2003) e Maglischo (2010), acreditam que na prática, as duas vias, aeróbia e
anaeróbia, são requisitadas durante o exercício. Maglischo (2010) diz ainda que, a
diferença na contribuição de cada metabolismo depende da distância e da velocidade do
nado. Nos tiros de velocidade há predominância do metabolismo anaeróbio, porém uma
pequena contribuição vem do metabolismo aeróbio. A importância e a maior
49

contribuição deste, vem com o aumento na distância de prova e diminuição da


velocidade do nado, na qual há tempo suficiente para a produção de ATP por essa via.
Quando os esforços devem ser mantidos por um tempo ainda maior, o
fornecimento energético pela via anaeróbia vai perdendo importância e, aos poucos, é
substituído pela via aeróbia. Então, os sistemas circulatório e respiratório são acionados
e o fornecimento de oxigênio ocorre de forma mais apropriada para que a oxidação dos
ácidos graxos ocorra e, consequentemente, haja produção e liberação de energia. Essa
via fornece energia por um período de tempo prolongado.
Sobre a capacidade de velocidade, Platonov e Fessenko (2004), afirmam que
para o nadador, velocidade nada mais é que um conjunto de capacidades funcionais do
organismo que permitem a execução de ações no menor tempo possível. É influenciada
por processos de excitação e inibição dos sistemas nervosos, além da coordenação
neuromuscular e de outros fatores geneticamente determinados, como as
particularidades do sistema muscular. O autor ainda afirma que os níveis de força
máxima, explosiva e técnicas de nado desenvolvidas no atleta podem determinar o nível
de manifestação dessa capacidade.
Weineck (2003), acredita que a velocidade é uma capacidade pouco treinável, ou
seja, o treinamento para velocidade leva a ganhos de no máximo 20% e raramente esse
valor é ultrapassado, isso provavelmente ocorre porque a capacidade é muito
influenciada geneticamente e, portanto, o treinamento não leva a alterações capazes de
melhorar a velocidade do indivíduo de forma ainda mais significativa.
O treinamento de velocidade pode gerar algumas alterações morfológicas no
músculo como alteração na massa muscular, adaptações no retículo endoplasmático,
modificações na velocidade de condução nervosa, entre outras. O organismo apresenta
fibras do tipo IIx ou também conhecidas como fibras de contração rápida; fibras do tipo
I ou de contração lenta e fibras intermediárias (IIa), que podem tornar-se rápidas ou
lentas de acordo com o treinamento ou exigência do organismo (WEINECK, 2003).
Para Maglischo (2010), a diferença principal entre esses tipos de fibra está na
capacidade de resistência e na capacidade de força. As fibras de contração lenta
apresentam maior concentração de mitocôndria e consequentemente maior capacidade
de resistência, já as fibras de contração rápida são constituídas por maiores
concentrações de proteínas, cálcio e consequentemente são mais preparadas para o
metabolismo anaeróbio. As fibras de contração lenta são mais exigidas durante os
exercícios em baixa ou moderada intensidade, porém ambas são requisitadas durante os
50

exercícios em alta intensidade; o recrutamento das fibras de contração rápida vai


crescendo conforme a demanda de força, isso porque esse tipo de fibra necessita de um
nível elevado de estimulação nervosa para que ocorra a contração.
Quando o treinamento de velocidade é realizado em atletas em idades sensíveis
ao treinamento (adolescência), Weineck (2003) acredita que essas fibras intermediárias
transformam-se em fibras de contração rápida e desta forma a capacidade (velocidade)
pode ser ainda mais intensificada.
Maglischo (2010), afirma que o êxito na natação, provavelmente está
relacionado ao percentual de fibras de contração rápida e lenta de cada atleta. Segundo o
autor, os que apresentam proporções iguais ou muito semelhantes dos dois tipos de
fibras, levam uma grande vantagem sobre os nadadores com outras características; isso
porque o ATP pode ser reciclado em quantidades significativas pelos dois metabolismos:
aeróbio e anaeróbio. Todas essas características fisiológicas somadas a um bom programa
de treinamento, e uma boa mecânica de nado, podem gerar resultados muito relevantes
durante as competições.

2.2.4 - O Treinamento de Força aplicado a Natação

Para se obter êxito na natação competitiva uma das principais habilidades que
um nadador necessita é a capacidade de gerar força propulsiva para vencer a resistência
que a água oferece ao deslocamento (MAGLISCHO, 2010). Dentre as possíveis
alternativas de treinamento existentes para vencer com eficácia a resistência imposta
pelo meio líquido, como é o caso da melhora do padrão técnico do nado, da composição
corporal e de alguns componentes das qualidades físicas, como a velocidade e a
resistência, a força é de fundamental importância para o sucesso neste esporte.
Nas últimas décadas, a força muscular passou a ser considerada um componente
importante na preparação física do nadador, fazendo parte da maioria dos programas de
treinamento na natação competitiva com vista no melhor desempenho (SHARP et al,
1982; COSTILL et al, 1986; TANAKA et al, 1993; TANAKA & SWENSEN, 1998;
GIROLD et al, 2007; COSTILL, MAGLISCHO e RICHARDSON, 1994;
MAGLISCHO, 1999; PLATONOV e FESSENKO, 2004).
Algumas pesquisas demonstraram que o aumento da força muscular na parte
superior do corpo é correlacionado com a velocidade de natação (SHARP et al, 1982;
COSTILL et al, 1986; TOUSSAINT & VERVOORN, 1990; TANAKA & SWENSEN,
51

1998; ASPENES et al., 2009). Portanto, uma melhora na força dos membros superiores
pode resultar em maior disponibilidade de força muscular nas ações propulsivas durante
o percurso de uma prova de natação, levando a maior velocidade de nado,
especificamente em distâncias curtas (STRZALA & TYKA, 2009; MOROUÇO et al,
2011).
Os objetivos do treinamento de força para nadadores, segundo Vorontsov
(2011), Faigenbaum e Westcoott (2001) e Kraemer e Fleck (2001) são:

a) aumentar o potencial de força dos atletas (força geral e específica), de


preferência, sem ganho significativo de massa corporal;
b) formar um tipo de corpo específico com topografias musculares específicas
(como resultado de vários anos de formação);
c) criar uma estrutura específica de tempo-espaço e rítmo de aplicação de força
em movimentos de natação;
d) melhorar a oferta metabólica para a força dinâmica nas ações propulsivas (a
capacidade de reproduzir repetidamente força propulsora a cada de ciclo de braçada sem
diminuição significativa da sua magnitude);
e) desenvolver a força corporal como uma pré-condição para a transferência
eficiente de forças propulsoras criadas pelos membros para o centro do corpo de massa;
f) evitar lesões por meio de desenvolvimento de grupos musculares ao redor das
articulações, fortalecendo os ligamentos e tendões, eliminando desequilíbrios
musculares.

Entretanto, a história mostra que o treinamento de força, principalmente o


praticado fora da água, sempre foi tema controverso entre técnicos, pesquisadores e
atletas da natação competitiva. Durante muito tempo a preparação fora da água foi
trabalhada de forma desordenada, mas, nas últimas décadas, os programas de
treinamento de força, estão sendo baseados em estruturas organizadas, periodizadas e
com objetivos determinados de forma a complementar o trabalho realizado na água e
suas solicitações (MACHADO, 2006).
A preparação de força muscular em nadadores, entre as décadas de 50 e 70,
basicamente, visava apenas a sobrecarga e resistência tradicionais de força muscular,
utilizando pesos livres, a superação do peso corporal e a oposição do companheiro.
Nesta época, a periodização do treinamento de força era realizado prioritariamente nos
52

períodos iniciais da preparação básica do macrociclo e visavam somente a preparação


física geral do nadador. Havia uma preocupação de que o treinamento de força fora da
água provocasse uma diminuição na flexibilidade e elevação excessiva de massa
muscular, o que levaria o nadador a aumentar sua resistência ao deslocamento,
diminuindo a flutuabilidade e consequentemente o desempenho (MAGLISCHO, 1999;
NEWTON et al., 2002; PLATONOV e FESSENKO, 2004; COLWIN, 2000).
Além disso, dentro da visão tradicional dos princípios da aplicação do
treinamento de força, que considera que a atividade deve ser aplicada nas condições
concretas de como esta se manifesta, em atividades cíclicas (como é o caso da natação)
a utilização de meios e métodos correspondentes à modalidade praticada deve ser
relacionada adequadamente com as tarefas do treinamento para proporcionar a obtenção
de resultados positivos (VERKOSHANSKY; 1995).
Na natação, não somente pelo fato de ser uma atividade cíclica, mas, além disso,
praticada no meio líquido, o princípio da especificidade fica mais evidente, sendo
recomendado que o treinamento físico deva constar de estímulos que promovam, por
meio da sobrecarga imposta ao organismo, modificações morfofuncionais específicas
requeridas pela modalidade esportiva praticada (PEREIRA E SOUZA JÚNIOR, 2002).
Esse preocupação com a especificidade da natação, em oposição aos exercícios
realizados no treinamento de força fora da água, influenciou técnicos e pesquisadores
por várias décadas. Esta influência é evidente, inclusive, nas declarações do "Doc"
James Counsilman. Mesmo defendendo a importância dos exercícios realizados fora da
água, afirmando que tais exercícios devem ser parte integrante de um programa de
natação bem elaborado, Counsilman (1977) salienta que estes exercícios devem ser
praticados com cautela:
"Os exercícios devem ser projetados para ajudar a produzir
resistência muscular - embora não seja este seu principal
propósito. A resistência cardiorrespiratória e muscular são
conseguidas basicamente, mediante nado disciplinado."
(COUNSILMAN, 1977)

Counsilman (1977) ressalta, que os exercícios a serem praticados devem ser


planejados para fortalecer os músculos agonistas, ou seja, aqueles que impulsionam o
nadador através da água, e que ainda sejam exercitados quando possível do mesmo
modo como deverão trabalhar nos movimentos da natação:
53

"Ao executar o programa a ênfase deve ser posta no


desenvolvimento da potência dos músculos que arrastam os
braços através da água. Não deve ser incluído exercícios que
desenvolvam os músculos da recuperação dos braços, por
exemplo, pois estes não precisam ser potentes, devido a
recuperação ser feita no ar (salvo nado peito), enfrentando
assim pouca resistência." (COUNSILMAN, 1977).

Counsilman (1984) destaca ainda que alguns nadadores, recordistas de sua


época, jamais executaram treinamento de força fora da água. Refletindo sobre o tema o
autor defende a seguinte opinião:

"... tais nadadores poderiam ter nadado ainda mais velozes


se tivessem praticado um bom programa de exercícios".
(COUNSILMAN, 1984)

Foi somente a partir do anos 80, que o treinamento de força fora da água para
atletas de natação, passou a ser praticado de forma mais organizada e com
sistematização dos diferentes períodos de treinamento ao longo da temporada,
combinando exercícios tradicionais de treinamento de força, tanto com equipamento
com pesos, como com pesos livres e em forma de circuito (MAGLISCHO, 1999).
O quadro 1 mostra os procedimentos recomendados para o treinamento de força
fora da água típico para atletas de natação.

Procedimentos para os Treinamentos de Força para atletas de Natação


Frequência 3 a 5 dias por semana
Séries 3 a 5 séries
Repetições Parte superior do corpo = 4 a 8 repetições
Parte inferior do corpo = 8 a 12 repetições
Carga Força Muscular = 70 a 90% da Força Máxima
Potência Muscular = 30 a 80% da Força Máxima
Adaptado de Maglischo (1999), pag. 590

QUADRO 1 - Procedimentos para elaboração do programas de treinamento de força


muscular típico para a atletas de natação competitiva.
54

Os exercícios de ação isotônica são os mais utilizados nos programas de


treinamento da força muscular fora da água (MACHADO, 2006), e os mais
investigados em pesquisas científicas (PIRES, FIGUEIRA JUNIOR e MIRANDA,
2014) envolvendo atletas de natação competitiva. A variedade dos meios de treinamento
de força dinâmica tradicional garante uma ação ampla sobre o aparato muscular, e
permite o aperfeiçoamento conjunto das qualidades de força e dos elementos básicos
para uma eficiente técnica de nado.
A organização de séries de superação (ação concêntrica) e de manutenção (ação
excêntrica) dos músculos cria condições para a realização dos movimentos com grande
amplitude, constituindo um fator positivo para a manifestação e o desenvolvimento das
qualidades de força durante as ações propulsivas do nadador (PLATONOV, 2005).
Os principais grupamentos musculares empregados na natação estão
relacionados na quadro 2.
55

Ação propulsiva das partes do Grupos Musculares


corpo durante o nado

Membros Superiores
Tração desde a posição acima da Grande peitoral no tórax, grande dorsal, romboide,
cabeça até os quadris trapézio e o deltóide frontal (anterior) nos ombros
Varreduras para dentro Bíceps braquial, branquiorradial e supinador na
parte superior de braço e no antebraço, grande e
pequeno redondo na parte superior das costas
Varredura para fora e para cima Deltoide médio e superior
Extensão do braço Tríceps e ancôneo
Membros Inferiores
Extensão do joelho Quadríceps (reto femoral, vasto intermediário,
medial e lateral)
Flexores do quadril Grande psoas, ilíaco e pectíneo
Extensores do quadril Bíceps femoral, semitendinoso, semimenbranoso e
glúteo máximo
Compressão das pernas no nado Adutores curto e longo, adutor magno e grácil
peito
Extensão dos tornozelos para Gastrocnêmico, solear e plantar
saída e viradas
Músculos Abdominais
Estabilização do tronco durante Reto abdominal, oblíquios internos e externos,
os movimentos de braços e pernas eretores de espinha
Fonte: Faigenbaum e Westcoott (2001); Kraemer e Fleck (2001) e Maglischo (2010)

QUADRO 2 - Principais grupos musculares empregados nas ações propulsivas


dos membros do corpo durante o nado.

No quadro 3 estão relacionados alguns exercícios mais utilizados para o


treinamento de força para os grupos músculos solicitados nas ações propulsivas do
nadador.
A periodização do treinamento de força mais praticado pelos nadadores, baseia-
se na sobrecarga progressiva, ou seja, a medida que aumenta a força, a resistência
56

também deve ser ampliada, para que continue a sobrecarga da musculatura


(periodização linear). Os programas típicos envolvem exercícios específicos de
resistência, que é executado para determinado número de repetições (tempo) e de séries
(grupos de repetições). A velocidade de desempenho também é monitorada em alguns
programas (PLATONOV e FESSENKO, 2004; MAGLISCHO, 2010).

Articulações ou Partes do Exercícios


Corpo Envolvidas
Ombro Puxadas anteriores e posteriores na máquina do grande dorsal,
para varreduras para baixo remadas para cima, curvado e sentado, puxadas com os braços
e para cima: estendidos e em 90°, extensor de perna, barra, extensor inclinado e
em declínio, roldanas, elevação do ombro, banco de natação.
para varredura para dentro: Elevações deitado lateralmente, puxar pesos no lateral.
Parte superior do braço Flexores, extensores dos tríceps.
Antebraços Pronação e supinação do antebraço, flexão e extensão do punho.
Parte lombar das costas Hiperextensão das costas, levantamentos.
Abdome Abdominais, giros laterais.
Quadris e joelhos Flexão e extensão da perna, leg press, meio-agachamentos.
Tornozelos Elevação da perna
Adutores Adultores com roldanas, adultores na máquina, comprimir bolas de
borracha.
Fonte: Faigenbaum e Westcoott (2001); Kraemer e Fleck (2001) e Maglischo (2010)

QUADRO 3 - Exercícios de treinamento de força muscular típicos de atletas de


natação competitiva.

A periodização do treinamento de força sugerida para atletas de natação é


realizada em estágios que iniciam com ênfase do desenvolvimento da força muscular
inespecífica para a potência de nado específica durante toda a temporada. Segundo
Navarro e Rivas (2001) o primeiro estágio deve atender a preparação de força geral,
visando a melhoria da força absoluta do nadador segundo as necessidades de cada
especialidade (prova). Em provas de curta duração, como é o caso das provas de 50 e
57

100 metros, a necessidade de força máxima para um melhor desempenho do nadador,


corresponde entre 70% e 90% da força muscular geral do atleta.
Provas de média distância, como é o caso dos 200 e 400 metros, a necessidade
de força muscular máxima para um melhor rendimento varia entre 40% e 60% da força
muscular geral. Já, em provas de longa duração, que são as de 800 e 1500 metros, a
necessidade de força máxima varia entre 20% e 30% da necessidade de força muscular
geral do atleta para o rendimento do nadador.
Um dos objetivos desta fase, é o aumento da força máxima que pode ser
desenvolvida através dos métodos de hipertrofia e coordenação intramuscular.
Outro objetivo é o desenvolvimento da resistência de força em regime aeróbio.
Esta capacidade de força pode ser desenvolvida tanto com treinamento tanto fora quanto
dentro da água. Na água os exercícios podem ser incrementados utilizando materiais
adicionais como: palmares, aparelhos para aumentar o arrasto e cordas elásticas.
Os exercícios visam trabalhar os grandes grupos musculares do corpo de forma
inespecífica. Geralmente nesta fase, que varia de 2 a 4 semanas de duração, são
iniciados uma série de 10 a 15 repetições, progredindo para 3 séries de 8 a 12 repetições
(MAGLISCHO, 2010; NAVARRO e RIVAS, 2001).
O segundo estágio visa aumentar a força muscular e pode durar de 3 a 12
semanas. As repetições são reduzidas por volta de 4 a 8 repetições, utilizando de 3 ou
mais séries. A finalidade principal desta fase é executar exercícios contra quantidade
gradualmente maiores de força ao longo desse período (MAGLISCHO, 2010).
O terceiro e último estágio, visa a melhora da potência muscular. Nesta fase,
muitos programas de treinamento, optam por treinamento de força específica dentro da
água, ao invés dos exercícios usuais da musculação. Os exercícios devem ser os mais
específicos possíveis às ações de nado, e praticados com muita velocidade de
movimento. As resistências são reduzidas neste estágio, e ajustadas para acomodar o
maior número de repetições de forma rápida. O número de repetições varia em torno de
10 a 20 séries de três a cinco repetições (MAGLISCHO, 2010; NAVARRO e RIVAS,
2001).
Na década de 60, foi muito difundido e praticado entre os nadadores, exercício
de ação isométrica, como um dos recursos com grande influência sobre a força máxima
e resistência da força. Porém o treinamento isométrico não produziu os resultados
esperados tendo sua eficácia, em relação aos exercícios dinâmicos, não comprovados
até a publicação de Platonov e Fessenko (2004). Os mesmos autores relatam que treinos
58

isométricos beneficiam a preparação de nadadores de alto nível, com possibilidade de


influir de forma local sobre os grupos musculares separados, o que permite aumentar de
modo seletivo suas qualidades de força.
Para Platonov (2005), durante a realização de trabalho no regime isométrico, o
aumento de força é observado apenas em relação à parte da trajetória dos movimentos
que corresponde aos exercícios e com este tipo de treinamento o crescimentos das
qualidades de força é acompanhado da diminuição das capacidades de velocidade dos
atletas, exigindo assim, a combinação do trabalho de força com exercícios de caráter de
velocidade. Entre as vantagens do treinamento isométrico estão a possibilidade de atuar,
de modo intenso e localizado, sobre grupos musculares específicos, porém, na natação
atual, a utilização destes métodos é baixa.
Nos anos 70 surgem os primeiros relatos de treinamentos de força muscular com
equipamentos isocinéticos. Platonov e Fessenko (2004) comentam que neste período, a
antiga URSS utilizaram em seus nadadores treinamento de força com mecanismos
isocinéticos usando molas do tipo “Mertens-Huttel”, dando mais importância a
resistência de força e menos a outros tipos de força.
Ao mesmo tempo nos Estados Unidos, treinadores de natação também
utilizavam amplamente os treinamentos em regime isocinético, principalmente em
máquinas do tipo "Mini-Gym”. Já nos anos 80, surgem aparelhos mais sofisticados para
o treinamento de força, como do tipo “Nautilus”, e posteriormente nos anos 90 o
“Biokinetic”, sendo amplamente utilizado por treinadores americanos na preparação de
seus atletas (MAGLISCHO, 1999).
O método de treinamento isocinético, propicia um regime de ações motoras, em
que, a velocidade dos movimentos seja constante, fazendo com que os músculos
superem a resistência por meio de um trabalho com esforço máximo,
independentemente da alteração na correlação entre os vários ângulos das articulações
das alavancas ou dos momentos de rotação. Neste método de treinamento, quando o
movimento que se pretende trabalhar é realizado em alta velocidade, traz uma
correspondência grande com as exigências específicas da natação, comparada com os
outros métodos (PLATONOV, 2005)
O treinamento em equipamentos isocinéticos são os mais recomendados para o
treinamento de força (GLEESON e MERCER, 1996 e GAINES e TALBOT, 1999),
especialmente para nadadores (MAGLISCHO, 2010 e PLATONOV e FESSENKO,
2004; PLATONOV, 2005), pois a utilização destes aparelhos trabalha os grupos
59

musculares muito próximos a realidade dos gestos técnicos específicos de cada estilo da
natação, reproduzindo com maior confiabilidade em concordância, espaço temporal e
dinâmica estes exercícios físicos especiais.
Devido seu alto custo operacional, a sua utilização torna-se inviável na prática
do dia-a-dia de treinamento. Como são equipamentos caros, são restritos a laboratórios
de grandes universitários e centros de pesquisa, não sendo usualmente aplicados em
grande escala em equipes nos programas de treinamento de força. Já como instrumento
de avaliação do treinamento de força, o dinamômetro isocinético é muito utilizado em
pesquisas científicas (PIRES, FIGUEIRA JUNIOR e MIRANDA, 2014). Por possuir
boa validade e confiabilidade, o dinamômetro isocinético permite a avaliação do torque
máximo produzido pelos músculos durante toda a amplitude de movimento
(D´ALEXANDRO et al., 2005).
Na década de 90, treinamento de força com exercícios pliométricos passaram a
ser praticados como alternativa para o fortalecimento dos membros inferiores de
nadadores. Os procedimentos de treinamento envolvem saltos de pequena altura, com
aterrissagem ao solo com os joelhos e quadril flexionados, seguido de um salto rápido e
poderoso de repique no ar. Este método é utilizado para aumentar a força e potência das
pernas por meio do repique elástico dos músculos durante a aterrissagem. A medida que
os atletas vão se tornando mais fortes, algumas especialidades sugerem o incremento de
resistência, mediante o procedimento de saltar para maiores alturas. Carregar pesos nas
mãos ou nas costas, durante o salto é outro método de elevar a resistência
(MAGLISCHO, 1999).
Almejando outras alternativas metodológicas para o desenvolvimento da força
em nadadores, buscando exercê-lá o mais próximo da sua realidade, está sendo
recentemente estudado programas de treinamento de força dentro da água. Procurando
atender à esta necessidade, foram criados equipamentos específicos para o
desenvolvimento da força muscular dentro da água, tendo em comum o objetivo de
aumentar a resistência ao deslocamento do atleta no meio líquido. Estes programas
baseiam-se na utilização de um vasto número de recursos especiais orientados para
desenvolver as bases fundamentais para a formação de um amplo espectro de qualidade
de força e resistência, característicos para a execução efetiva de exercícios básicos de
caráter de preparação especial e competitiva no meio líquido (PLATONOV e
FESSENKO, 2004).
60

Dentre os recursos e materiais mais utilizados nos programas de força dentro da


piscina, encontram-se: (a) o nado atado (seguro) a um cordão elástico preso numa ponta
a cintura do nadador, e a outro na borda da piscina (treinamento resistido) (GIROLD et
al.; 2007 e GIROLD et al.; 2006); (b) o levantamento de peso dentro da água (Power
Rack e Swim Wheel) (MAGLISCHO, 1999); (c) nadar com palmares com superfícies de
diferentes tamanhos (GOURGOULIS et al., 2009); (d) nadar com cinturões
"frenadores" (paraquedas) (BOCALINI et al., 2010), e (e) nadar com cintos especiais
com bolsos ou "roupas de dragagem" com cúpulas que são projetadas para aumentar a
resistência de arrasto do nadador (drag suit) (DRAGUNAS et al., 2012).
A principal vantagem do treinamento de força específico dentro da piscina é que
exige do atleta o uso de mais força muscular para superar a resistência adicional
oferecida pelos materiais. Embora a resistência adicional incentive os nadadores a dar
braçadas com maior força, isso também altera a mecânica dos movimentos de seus
membros e a posição do corpo (MAGLISCHO et al, 2010). Apesar disso, estes
treinamentos podem ser benéficos, caso seja dada atenção especial ao controle da
frequência e ao comprimento de braçadas. Se a frequência das braçadas permanece
próxima ao nível utilizado nas competições e se o atleta tenta manter seu comprimento
das braçada, a potência das braçadas será elevada, ao mesmo tempo que serão reduzidos
os efeitos prejudiciais na mecânica dos movimentos dos membros e na posição do corpo
(MAGLISCHO, 2010).
Em uma presente revisão sistemática sobre o treinamento de força aplicado em
nadadores na natação competitiva, Pires, Figueira Junior e Miranda (2014), observaram
que o tipo de treinamento de força mais pesquisado foi com o equipamento com pesos
representando 62,5% das pesquisas revisadas (GIROLD, et al. 2012; GARRIDO, et al.
2010; ASPENES, et al. 2009; GIROLD, et al. 2007; BARBOSA, MORAES e
ANDRIES JÚNIOR, 2007; BARBOSA e ANDRIES JÚNIOR, 2006, SWANIK, et al.
2002; DELECLUSE et al. 1995; TRAPPE E PEARSON, 1994 e TANAKA et al. 1993),
seguido do treinamento pliométrico com 43,7% (POTDEVIN, et al. 2011; VAN DE
VELDE et al., 2011; GARRIDO, et al. 2010; GIROLD, et al. 2007; SWANIK, et al.
2002; DELECLUSE et al. 1995 e TRAPPE E PEARSON, 1994) e dos pesos livres com
31,2% (VAN DE VELDE et al., 2011; BARBOSA, MORAES e ANDRIES JÚNIOR,
2007; BARBOSA E ANDRIES JÚNIOR, 2006; TRAPPE E PEARSON, 1994 e
TANAKA et al. 1993). Tipos de treinamento com instrumentos como estimulação
elétrica (GIROLD, et al. 2012 e PICHON, et al. 1995) e elástico assistido e resistivo
61

(GIROLD, et al. 2007 e GIROLD, et al. 2006) representam cada um 12,5% das
pesquisas revisadas. Treinamentos de força muscular específicos ao meio líquido que se
baseiam no aumento da resistência como drag suit (DRAGUNAS, et al. 2012) o
parachute (BOCALINI, et al. 2010); e o treinamento funcional (SWANIK, et al. 2002)
foram os instrumentos menos pesquisados (6,2%, cada).
Em pesquisas conduzidas inicialmente sobre o tema, Trappe e Pearson et al.,
(1994) e Tanaka et al., (1993) não encontraram resultados significantes na força
muscular e no desempenho na natação em um grupo de nadadores submetidos a uma
combinação de treinamento de força com equipamento com pesos e pesos livres,
quando comparados a seus respectivos grupos controle. Devido à inconsistência destes
resultados a necessidade de mais estudos a fim de avaliar a melhora da força muscular
necessária no desempenho na natação foram realizados.
Barbosa, Morais e Andries Junior (2007), Barbosa e Andries Junior (2006)
também avaliaram os efeitos na força e no desempenho na natação usando a
combinação de equipamento com pesos e pesos livres, comparados a um grupo controle
que praticava apenas treinamento padrão de piscina.
Na pesquisa de Barbosa e Andries Júnior (2006) realizado em 16 nadadores
universitários durante um macrociclo de treinamento de 18 semanas, o grupo
experimental apresentou alterações significativas no aumento força com o treinamento
de força fora da piscina, porém, estas alterações não representaram melhoras
significativas no desempenho na piscina em testes de tomada de tempo de 25m e 50m
estilo crawl (respectivamente) para ambos os grupos.
Resultados semelhantes foram observados no estudo de Barbosa, Morais e
Andries Junior (2007), que avaliando um grupo de nadadores competitivos, com mais
de 5 anos de experiência na modalidade, e 3 anos em natação competitiva, não
observaram correlações significantes entre as alterações percentuais pelo teste de
tomada de tempo de 10m no estilo crawl e nos indicadores de força fora da água, apesar
do aumento significante da força muscular no grupo experimental.
Outros estudos utilizaram outros tipos de treinamento tanto de forma isolada
(GIROLD et al., 2012; POTDEVIN et al., 2011; DELECLUSE et al., 1995) como em
forma combinada (VAN DE VELDE et al., 2011; GARRIDO et al., 2010; GIROLD et
al., 2007; SWANIK et al., 2002; DELECLUSE et al., 1995) observaram aumentos
significantes na força e no desempenho na natação.
62

Delecluse et al. (1995), avaliaram o desempenho de natação em um grupos de 66


nadadores competitivos com média de idade de 19 anos, submetidos a dois tipos de
treinamento de força. Nos quatro grupos formados (2 experimentais e 2 controles), um
grupo experimental era submetido a uma combinação de treinamento com pesos e
pliometria, enquanto outro grupo experimental apenas com o treinamento pliométrico.
Dois grupos controle foram organizados, sendo que um deles, além do treinamento de
piscina padrão igual para todos os grupos, tiveram seções de corrida de baixa
intensidade e longa duração com um volume de tempo semelhante das seções de
treinamento de força realizados com os grupos experimentais. Os resultados mostraram
que após 9 semanas de treinamento de força, o grupo experimental que praticava o
treinamento pliometria de forma isolada, obteve um desempenho significativo na
tomada de tempo de 100m estilo crawl, comparado aos demais grupos. No teste de
tomada de tempo nos 100m estilo crawl tanto o grupo que praticava a pliometria de
forma isolada, quanto o grupo em combinação de treinamento com pesos e pliometria,
apresentaram desempenho significantes em relação aos grupos controle. O programa de
treinamento pliométrico aplicado na pesquisa de Delecluse et al. (1995) enfatizava a
máxima velocidade de movimento em séries de exercícios que trabalhavam,
principalmente, o fortalecimento dos membros inferiores por meio de uma variedade de
exercícios de salto. Segundo os autores, esta relação, entre o treinamento pliométrico
realizado de forma isolada e a melhora percebida no teste de 10m, pode ser explicado
pelo aumento da força muscular dos membros inferiores nas fases de decolagem dos
exercícios de salto, e sua similaridade com os movimentos de partida realizados pelo
nadador na saída do bloco nas prova de competição.
A pliometria é uma forma de exercício que busca a máxima utilização dos
músculos em movimentos rápidos e de explosão. Exercícios pliometricos buscam
conscientizar o praticante da melhor forma de utilização desta impulsão de força,
permitindo aprimorar suas técnicas. O treinamento pliométrico parece ser benéfico a
atletas de natação (DELECHUSE et al. 1995; SMANIK et al, 2002; GIROLD et al.
2007; GARRIDO et al. 2010; VAN DE VELDE et al. POTDEVIN, 2012).
Corroborando com os dados da pesquisa de Delecluse et al. (1995), os resultados
da pesquisa de Potdevin et al. (2012), apontam efeitos positivos nos testes de saltos
vertical e nos testes específicos de piscina em um grupo nadadores adolescentes (media
de 14,2 anos) submetidos a 6 semanas de treinamento pliométrico específico para
membros inferiores. Estes autores sugerem a incorporação da pliometria nas seções de
63

treinamento de nadadores com o objetivo melhorar desempenho nas fases de saída e


viradas das provas de competição.
Swanik el al. (2002) avaliaram os efeitos do treinamento pliométrico durante 6
semanas em 24 nadadoras competitivas divididas em dois grupos, encontrando efeitos
positivos na propriocepção, cinestesia e no torque na rotação dos ombros destas atletas.
No entanto, o enfoque dos autores foi avaliar a incorporação do treinamento pliométrico
para a restauração do controle neuromuscular e a estabilidade articular funcional dos
ombros em nadadores voltando-se na prevenção e reabilitação articular da região
superior do corpo. O estudo não se deteve nos resultados do desempenho produzidos
pela natação. Isso faz com que ainda exista uma lacuna de conhecimento sobre
treinamento de força para esta população.
Van de Velde et al. (2011) também observou um aumento da força do membro
dominante e conseguinte aumento da força absoluta nos membros superiores, advindas
de uma combinação do treinamento pliométrico e pesos livres durante 12 semanas em
18 nadadores adolescentes com idade média de 14,7 anos.
Garrido et al. (2010) avaliou o efeito da combinação do treinamento com pesos e
pliometria durante 8 semanas em um grupo de 25 jovens nadadores entre 11 e 14 anos
de idade. Corroborando com os resultados de Delecluse et al. (1995), o estudo de
Garrido et al. (2010) mostrou que a combinação do treinamento com pesos e pliometria
permite o desenvolvimento da força muscular específica fora da água e a melhoria no
desempenho na natação quando comparado ao grupo controle que pratica apenas o
treinamento de piscina padrão.
Outras formas de treinamento de força como o uso de palmares de diferentes
tamanhos (GOURGOULIS, et al. 2009); estimulação elétrica (GIROLD et al., 2012 e
PICHON et al., 1995); elástico assistido e resistivo (GIROLD et al.; 2007 e GIROLD et
al.; 2006); o drag suit (DRAGUNAS et al., 2012) e o parachute (BOCALINI et al.,
2010) também promoveram aumentos significantes na força muscular e no desempenho
na natação.
O estudo de Gourgoulis et al. (2009) teve como objetivo determinar a influência
dos palmares de diferentes tamanhos na coordenação da braçada em 10 nadadoras
competitivas. Os resultados mostraram que o uso dos palmares, aumenta a velocidade
média e o comprimento de braçada, enquanto que a frequência de braçada é reduzida
significativamente. Os autores concluem que o treinamento com palmar aumenta a
duração da fase de propulsão, sugerindo que com seu treinamento, o atleta aumente a
64

aplicação de força devido a maior resistência oferecida pelo uso do palmar, alcançando
uma melhor eficiência de nado.
A pesquisa de Pichon et al. (1995) foi uma das primeiras a analisar os efeitos da
estimulação elétrica em atletas de natação competitiva. Ao dividir um grupo de 14
nadadores de do sexo masculino, com média de idade de 23 anos, em um grupo
experimental submetido a 3 semanas de estimulação elétrica na musculatura grande
dorsal, comparado a um grupo controle que praticou pelo mesmo período de tempo
apenas o treinamento de piscina padrão igual para ambos os grupos, os resultados
mostraram aumento significativo na força concêntrica e excêntrica nos testes realizados
com dinamômetro isocinético, com consequente melhora no desempenho de natação
nos testes de tomada de tempo de 25m e 50m estilo crawl e testes cinemáticos da
braçada para do grupo experimental.
A estimulação elétrica também foi objeto de estudo da pesquisa de Girold et al.
(2012), que comparou os efeitos de um programa de 4 semanas de treinamento em vinte
e quatro nadadores de nível nacional divididos em 3 grupos: experimental com
treinamento de força fora da água utilizando equipamentos de peso; experimental com
estimulação elétrica; e controle executando o treinamento de piscina padrão. Os
resultados mostraram aumentos significantes na força concêntrica para ambos os grupos
experimentais e na força isométrica, e excêntrica no grupo com a estimulação elétrica,
comparado ao grupo controle nos teste realizados no dinamômetro isocinético. O
comprimento de braçada aumentou no grupo com treinamento de força fora da água,
mas não no grupo com estimulação elétrica. No entanto, não houve diferenças
significantes na tomada de tempo de 50m entre os grupos experimentais observados. Os
autores concluem que, tanto programas de treinamento de força fora da água como de
estimulação elétrica, levam a um ganho semelhante no desempenho de nado, e são mais
eficientes do que o treinamento padrão de piscina.
Dentre os equipamentos específicos desenvolvidos para o treinamento de força
dentro da água o mais avaliado neste revisão sistemática foi o treinamento que utiliza
tubo elástico preso em uma das extremidades a cintura do nadador, e no outro extremo a
um ponto fixo na piscina. Este equipamento proporciona tanto resistência ao
deslocamento do nadador devido ao estiramento do tudo elástico (elástico resistivo),
como velocidade extra durante o nado quando o tubo elástico retorna a sua forma
original após um estiramento máximo (elástico assistido) (GIROLD et al.; 2007 e
GIROLD et al.; 2006).
65

Girold el al. (2006), com o propósito analisar os efeitos na força muscular e no


desempenho de natação em atletas submetidos a um programa de treinamento utilizando
elástico de forma assistida e resistivo, selecionaram trinta e sete (16 homens e 21
mulheres) nadadores com média de idade de 17,5±3,5 anos que foram divididos em 3
grupos: assistido, resistido e controle. Após 3 semanas de treinamento o grupo que
utilizou o elástico de forma resistida apresentou aumentos significativos na força
muscular isométrica e concêntrica, na performance nos 100m estilo crawl e na
frequência de braçada. No grupo com o treinamento de elástico assistido foi observado
aumento significativo na força concêntrica e na frequência de braçada, e diminuição
significativa no comprimento de braçada, sem alteração na performance nos 100m estilo
crawl. Nenhuma variação significante foi observada no grupo controle. Segundo os
autores o treinamento utilizando elástico resistido e assistido é mais eficiente do que um
programa de treinamento tradicional padrão de piscina.
Com o objetivo de comparar os efeitos do treinamento de fora da água, com um
programa de treinamento específico utilizando tubos elásticos de forma assistida e
resistivo em nadadores, Girold et al (2007) reuniu vinte e um nadadores de nível
regional, que foram divididos em três grupos: um grupo experimental envolvido em um
programa com equipamento com pesos; outro grupo experimental envolvido em um
programa de treinamento específico na água utilizados tubos elásticos para gerar
resistência e assistência ao nadar; e um grupo controle que foi envolvido em um
programa de ciclismo aeróbio. Durante 12 semanas, os atletas realizaram seis sessões de
treinamento por semana em dias separados. Foram observados aumentos significativos
na tomada de tempo em 50 metros nado livre, e na força isométrica e concêntrica; e
diminuição no comprimento de braçada em ambos os grupos experimentais. No entanto,
não foram observadas diferenças significantes na força e no desempenho de natação
entre os grupos experimentais. Nenhuma mudança significativa ocorreu no grupo
controle. Ainda segundo estes autores, os programas que combinam treinamento de
força fora da água com equipamento com pesos e específicos com os tubos elásticos
tanto de forma resistiva como assistida, levam a um ganho de desempenho de natação
semelhante e são mais eficientes que só os métodos de treinamento de natação
tradicionais.
Outro equipamento desenvolvido para o treinamento de força específico dentro
água é o parachute. O parachute é um pequeno paraquedas preso a cintura do nadador
que tem por objetivo de oferecer resistência adicional ao seu deslocamento. Bocalini et
66

al. (2010) com o objetivo de verificar os efeitos do treinamento de força específico com
este equipamento no desempenho de nadadores velocistas, reuniu um grupo 20
nadadores com média de idade 24 anos, e os distribuídos em dois grupos: um sem e
outro com treinamento de parachute. Após 12 semanas do programa de treinamento foi
encontrada melhora significativa na força muscular e no tempo de nado em 50 metros.
Dragunas et. al. (2012) avaliou os efeitos do treinamento de força específica
utilizando o drag suit (sunga de arrasto resistivo). Durante 5 semanas, 18 nadadores
com média de idade de 19,2 anos, foram distribuídos em dois grupos: controle e
experimental usando o drag suit. Ambos os grupos realizaram exercícios de treino
semanais que incluíam 3 séries de alta velocidade, porem o grupo controle utilizava a
sunga tradicional e o experimental o drag suit. Não foram encontradas diferenças
significantes nos testes de natação entre os grupos.

2.2.5. - O Treinamento de Natação para o Atleta Jovem

A metodologia do treinamento em natação evoluiu muito nas últimas décadas e,


por isso, é necessária uma constante atualização por parte dos técnicos de natação,
principalmente em se tratando de jovens atletas. Cargas de treinamento inadequadas
podem influenciar o rendimento do jovem nadador e também o seu estado de saúde,
por isso, devem ser dosadas em relação à etapa evolutiva do indivíduo, a fim de
favorecer seu desenvolvimento geral (MAKARENKO, 2001; MAGLISCHO, 1999).
Na fase de 7 a 12 e de 12 a 15 anos o organismo de crianças e adolescentes está
em constante mudança. Suas capacidades físicas estão se alterando e por isso a resposta
a uma determinada carga pode não ser a esperada, sendo necessária testes de controle e
constante adequação das cargas, para que o treinamento seja proposto de forma
apropriada.
Como o treinamento passa a ser intenso, um acompanhamento multidisciplinar
(nutricionista, psicólogo, médico, fisioterapeuta) auxilia o desenvolvimento de um
suporte físico e motivacional no jovem atleta para que este possa suportar as altas
cargas exigidas no processo de treino (MAKARENKO, 2001; MAGLISCHO, 2010).
Além disso, essa multidisciplinaridade favorece para que o jovem não desista da
carreira esportiva por algum motivo inerente ao treinamento como overtraining, lesão,
estagnação de rendimento ou falta de motivação.
67

O treinamento infantil não deve ser visto como um “vilão”, pois a prática bem
organizada trará grandes benefícios, não só no âmbito do rendimento esportivo como
para a vida da criança (ALMEIDA JÚNIOR, 2001). Acredita-se que uma base motora
multilateral e o desenvolvimento de capacidades físicas específicas ajustadas para cada
etapa evolutiva poderá contribuir para o sucesso esportivo do jovem atleta
(MAKARENKO, 2001, MAGLISCHO, 1999).
Em cada etapa evolutiva há momentos oportunos para o desenvolvimento de
certas capacidades motoras que estão de acordo com o nível de maturação da criança e
do adolescente. Muitas vezes, esses momentos não condizem com a idade cronológica
da criança, superestimando (no caso de desenvolvimento tardio do indivíduo) ou
subestimando (no caso de desenvolvimento precoce do individuo) suas capacidades de
suportar a carga e resposta ao treinamento (MAKARENKO, 2001). No caso de equipes
em que meninas e meninos treinam juntos, deve-se ter um cuidado maior, já que o
período de maturação de cada gênero é diferente. A familiarização com os tipos de
treinos e a experiência dos atletas também interferem nas adaptações e nas respostas ao
treinamento, normalmente de maneira positiva (MAKARENKO, 2001).
O treinador deve atentar a essas nuances, já que se deve aproveitar ao máximo a
treinabilidade da criança, pois o não aproveitamento dessa treinabilidade pode
prejudicar um provável futuro profissional do jovem atleta, além do risco do
overtraining e/ou lesões no caso da aplicação de cargas superiores às recomendadas.
Jovens que iniciam o treinamento esportivo em uma modalidade específica, na
sua grande maioria, têm desejo de chegar ao alto rendimento e alcançar o máximo de
conquistas que esse esporte tem à oferecer (PARRA, 2005). Na natação não é diferente,
desde muito jovens, crianças iniciam a prática na modalidade. No entanto, muitos anos
são necessários para que a criança alcance esse patamar esportivo, e durante esse
processo, inúmeras variáveis influem no sucesso de uma possível carreira esportiva,
como lesões, estagnação do desempenho e/ou abandono do esporte.
Assim, a preparação esportiva em muitos anos tem o intuito de proporcionar um
desenvolvimento ótimo para jovens atletas. Esse tipo de treinamento consiste numa
preparação racionalmente estruturada, organizada para o cumprimento de tarefas e
condicionada pelas particularidades biológicas, pelas características da modalidade, pela
eficiência dos meios e métodos de treinamento, entre outros (GOMES, 2002).
De acordo com Bompa (2002), a idade inicial para a prática esportiva da
natação é de 7 a 9 anos para a meninas e de 7 a 8 para os meninos, e a idade para iniciar
68

a especialização esportiva é de 11 a 13 anos para as meninas e de 13 a 15 anos para os


meninos. Segundo o mesmo autor a natação se enquadra em um grupo de modalidades,
como o salto ornamental, a ginástica olímpica, nado sincronizado e tênis, em que as
idades para início da prática esportiva e da especialização são baixas.
Concordando com Bompa (2002), Makarenko (2001) nomeia o início para a
prática esportiva como “etapa de preparação desportiva inicial”, sendo recomendada
para idades de 8 a 11 anos e a “etapa de preparação desportiva básica”, na qual se inicia
o processo de especialização, para a faixa etária de 10 a 15 anos. Maglischo (1999)
sugere o início da prática esportiva por volta dos 10 anos de idade e da especialização
não antes da faixa etária de 12 a 14 anos. Já Platonov (2008) afirma que a idade para a
“preparação básica preliminar” deve ocorrer na faixa etária de 10 a 12 anos para as
meninas e de 11 a 12 anos para os meninos, e a “preparação básica especializada” deve
ocorrer entre 12 e 16 anos para as meninas e entre 13 e 18 anos para os meninos,
dependendo da distância em que os jovens pretendem se especializar.
A maior mudança que ocorre durante esse período de desenvolvimento é a
transição da pré-puberdade para a puberdade. A pré-puberdade ocorre nas meninas entre
6 e 11 anos e nos meninos entre 7 e 12 anos, e é caracterizada pelo desenvolvimento
lento e equilibrado e a maior eficiência de alguns órgãos. Já a puberdade, que ocorre
para as meninas entre 11 e 13 anos e para os meninos entre os 12 e 14 anos, é
caracterizada pelo aumento do ritmo de desenvolvimento, pelo início da fertilidade,
pela alteração rápida da estrutura física e funcional e pela formação das particularidades
sexuais (BOMPA, 2002).
Por isso o treinamento de jovens atletas se torna um assunto delicado, pois a
aplicação inadequada de um estímulo pode causar influências negativas no treinamento,
bem como a perda de um momento apropriado para o desenvolvimento de determinada
capacidade física, o que pode comprometer o ganho de performance desse atleta
(MAKARENKO 2001; GOMES 2002). É imprescindível então, que haja um
planejamento dessa preparação a fim de buscar os melhores resultados na melhor faixa
etária (PLATONOV, 2008). Assim, conforme o treinamento em longo prazo avança, o
momento de especialização aparece. No entanto, essa deve ocorrer em momento
apropriado, ou seja, quando o jovem atleta já possui a base necessária para suportar o
aumento e direcionamento dos estímulos aplicados no treinamento que ocorrerá com a
especialização (MAGLISCHO, 1999; MAKARENKO, 2001; BOMPA, 2002;).
69

A especialização é inevitável para o esporte de alto rendimento, no entanto esta


deve ocorrer com estrutura adequada, levando-se em conta o desenvolvimento
individual do atleta e ministrada em cargas progressivas (WEINECK, 2003). Para Parra
(2005) a especialização é uma das etapas mais importantes para a formação do nadador,
principalmente em um planejamento em longo prazo.
Assim, essa especialização deve ocorrer de forma a garantir vantagens e
proporcionar o crescimento esportivo do atleta, por isso ela deve abranger a preparação
física, técnica, tática e psicológica para dar sustentação ao treinamento exaustivo
(PARRA, 2005).
Para Maglischo (1999), crianças podem treinar de modo semelhante aos adultos,
porém com intensidades e volumes proporcionalmente menores. O autor explica que,
apesar do menor VO2máx das crianças em comparação aos adultos, o consumo de
oxigênio relativo é igual. Isso é esclarecido, pois a criança tem um corpo menor. Além
disso, crianças têm menor eficiência de nado, devido, principalmente, a sua técnica, o
que pode explicar índices mais baixos em testes de resistência. Essa eficiência é
alterada conforme o treinamento evolui (JÜRIMÄE et al, 2007), aparentemente a
economia e eficiência de nado aumentam de pré-púberes pra púberes.
Concordando com os autores acima, Makarenko (2001) afirma que crianças
possuem alta treinabilidade de resistência aeróbia, e com 13 anos de idade meninas
treinadas chegam a alcançar 80 a 85% de sua capacidade aeróbia. Para Parra (2005) o
principal foco do treinamento na faixa etária de 10 a 11 anos é a resistência aeróbia
geral, e na faixa etária de 12 a 13 anos o foco é dividido entre resistência aeróbia e
anaeróbia.
Quando se trata da capacidade física velocidade, essa deve ser enfatizada
durante toda a infância, pois, como exemplo, a velocidade de corrida, o tempo de reação
e o movimento rápido dos pés aumenta continuamente desde os 5 anos de idade até a
maturidade. Dentro desse período, os ganhos de velocidade até a pré-puberdade são
resultantes, principalmente, da adaptação neural, e, a partir da puberdade, devido ao
incremento da força (BOMPA, 2002).
Segundo o mesmo autor, diferenças significativas na velocidade de corrida,
quando se compara o sexo, só aparecem conforme se aproxima da puberdade. Assim,
para o período pré-pubere, é indicado jogos e brincadeiras para o desenvolvimento
dessa capacidade, os exercícios devem ter curta duração ou distância curta. O autor
70

também afirma que, conforme aumenta a coordenação dos membros, os ganhos de


velocidade se tornam mais visíveis.
Já na puberdade o desenvolvimento de velocidade sofre um aumento
significativo, e a diferença entre os sexos se acentua, os ganhos nessa capacidade são
nítidos nos meninos, enquanto as meninas aparentam atingir um platô. Para o
treinamento dessa capacidade atenta-se à duração do intervalo, pois esse deve ser
suficiente para a recuperação quase total (BOMPA, 2002).
Concordando com o que foi descrito acima, Maglischo (1999) acredita que a
capacidade anaeróbia (que está fortemente relacionada ao desenvolvimento da
capacidade de velocidade), aumenta por ocasião da puberdade, ascende entre as idades
de 12 e 13 anos, até atingir um nível de menor magnitude de desenvolvimento, por
volta dos 14 ou 15 anos.
No entanto, segundo o mesmo autor, embora seja possível aprimorar a
capacidade aeróbia em crianças, isso não significa que, nessas faixas etárias, os treinos
de velocidade devam ultrapassar dos adultos em volume relativo. Com uma quantidade
pequena de treinos a melhora já é visível (MAGLISCHO, 1999). Os treinos de
velocidade devem ter uma prudência maior, pois é realizado em intensidades máximas,
causando assim, estresse aos jovens atletas de natação. tal estresse pode ser prejudicial
se ele apresentar volume muito grande ou for repetido muitas vezes, podendo levar ao
overtraining. (MAGLISCHO, 1999; COSTA, SAMULSKI, 2004). A frequência
semanal de treinos de velocidade deve ser de 3 a 5 vezes semanais em todas as
categorias menores (MAGLISCHO, 1999), sendo que esses treinos devem focar a
aplicação de estímulos para o desenvolvimento dessa capacidade.
A puberdade trás uma diferença significativa nos ganhos de força em crianças,
que aumenta continuadamente durante o período de puberdade. Outra diferença
significativa acontece entre os sexos, pois os meninos tendem a aumentar o
desenvolvimento de força, enquanto que as meninas tendem a ter menor magnitude de
desenvolvimento. Resultados semelhantes foram encontrados a respeito da potência
(BOMPA, 2002). Para Makarenko (2001) o desenvolvimento das capacidades de força
na natação deve ser realizado em distâncias curtas (15 a 25 m) com 100% de
intensidade e devem ter frequência de 2 a 3 vezes por semana, no entanto os esforços
propostos não devem levar à fadiga, sendo assim os intervalos devem ser de
recuperação total.
71

Referente aos treinamentos fora d’água, Maglischo (1999), sugere que até
alcançar a idade de 12 anos, os treinos fora d’água são opcionais e devem ser destinados
ao ganho de resistência, mas que com o passar do tempo podem adquirir formalidade
maior. A partir dos 12 anos de idade, o treinamento de força/potência fora d’água é
aconselhado e deve ter frequência de 2 a 3 vezes por semana.
Para crianças pré-púberes e púberes indica-se apenas como adição o trabalho
técnico, exercícios que se limitem ao peso corporal ou atividades com medicine balls.
Na fase púbere aconselha-se o início de um trabalho com os halteres (MAGLISCHO,
1999; BOMPA, 2002). O treinamento de força deve ser tratado como a construção da
base para a especialização, deve focar o fortalecimento dos tendões e aprimoramento da
área central do corpo (musculatura abdominal e lombar) (BOMPA, 2002). As mesmas
considerações se aplicam ao desenvolvimento de potência.
O estudo de Oliveira et al (2007) entrevistou 12 ex-atletas de natação, e
observou que o pico de performance foi alcançado, para a maioria dos voluntários, nas
categorias de base (classificada pelos autores como as categorias Mirim I e II, Petiz I e
II e Infantil I e II) que aponta em qual categoria houve o pico de performance dos ex-
atletas entrevistados de seu estudo. Assim, como conclusão da pesquisa, foi
caracterizada a ocorrência da especialização precoce, e que esta teve uma relação
altamente significativa com o término da carreira prematuramente.
Como se observa, a especialização precoce é um assunto delicado, pois envolve
os aspectos biológicos (etapa maturacional, desenvolvimento orgânico) e ambientais
(local de treino, materiais e recursos disponíveis), e a questão sócio-cultural (relação
com o técnico, família, colegas) que afetam diretamente no processo de treinamento
(FARINHA e DARIDO, 1997). Os mesmos pesquisadores encaram o treinamento de
jovens atletas como um desafio para os técnicos, pois envolve diversas variáveis, e um
descuido e desatenção de qualquer dessas variáveis pode comprometer o
desenvolvimento esportivo dos jovens atletas.
Outro aspecto que se deve ressaltar é o overtraining (ou supertreinamento) que,
frequentemente, está relacionado à especialização precoce (ALMEIDA JÚNIOR, 2001)
e à aplicação de cargas de treinamento inadequadas (COSTA, SAMULSKI, 2005).
Assim, uma preparação a longo prazo compreende o conhecimento das idades
ótimas para atingir bons resultados; do objetivo de cada etapa; o nível de preparação
técnica, tática, física e psicológica a ser atingido; o conjunto de metodologias; o
volume; a intensidade; e as normas de controle (GOMES, 2002).
72

Portanto planejamento do processo de treinamento é essencial para uma


preparação esportiva adequada. Como conclusão de sua pesquisa, Borin e Gonçalves
(2004), apontaram que a problemática para que se alcance o alto rendimento está na
organização e planejamento da carreira desportiva, além de conhecer as diferentes
etapas que compõe o treinamento esportivo e respeitá-las.
Enfim, conclui-se que o treinamento para jovens atletas conquistou avanços e
espaço em pesquisas, mostrando a importância que esse assunto possui. Além disso,
houve uma evolução nos métodos de treinamento, como o treinamento em longo prazo
(preparação de muitos anos) já citado anteriormente, que propõe evitar as dificuldades
citadas acima, e proporcionar aos jovens atletas a possibilidade de uma carreira
duradoura e de sucesso em categorias adultas.

2.3 - Princípios e Organização do Treinamento de Força

Elaborar um programa de treinamento de força é uma tarefa extremamente


complexa. Para sua estruturação deve ser considerada as diversas variáveis envolvidas
(tipo de exercício, a ordem que irão ser executados, volume, intensidade, a carga, etc), e
o fato de que cada pessoa precisa de um programa individualizado, pois, respondem de
forma diferente aos estímulos de treinamento (FARTHING e CHILIBECK, 2003;
BOMPA, 2002; FLECK e KRAEMER, 2006). Além das variáveis do programa de
treinamento de força, muitas outras variáveis fisiológicas, tais como, a nutrição e ou o
uso de substâncias ergogênicas irão influenciar na determinação da eficácia de um
programa de treinamento. Embora esses fatores sejam muito importantes, eles não são
escopo desta pesquisa neste momento.
Antes de explorar sobre a organização do treinamento de força, serão revisados
alguns conceitos, características e adaptações desse tipo de treinamento físico.

2.3.1 - Adaptações Morfofuncionais ao Treinamento de Força

A etimologia da palavra "morfofuncional" vem do grego morphé, que significa


"forma", mais o latim functio que significa "função". Desta maneira entente-se por
"morfofuncionais" como "as formas de funcionamento".
73

O termo "treinamento", numa forma geral, indica uma instrução organizada, cujo
o objetivo é aumentar o rendimento físico, psicológico, intelectual ou mecânico. Na área
esportiva a periodização do treinamento tem o sentido de preparar o atleta para níveis
elevados de rendimento. (BARBANTI, 1997)
A força é uma característica determinante no rendimento em vários esportes. O
seu treinamento promove uma série de respostas orgânicas de forma imediata e em
longo prazo no músculo esquelético devido a adaptações neuromusculares,
morfológicas e metabólicas, dependendo da forma como são submetidos os exercícios.
Hoof et al. (1999) destacam que o músculo humano é um maleável tecido orgânico que
apresenta como principal característica, uma exímia capacidade adaptativa. Neste
sentido, McArdle, Katch e Katch (2008) afirmam que a estimulação das alterações
estruturais e funcionais que aprimoram o desempenho dos músculos em determinadas
tarefas constitui-se como o principal objetivo do treinamento.

2.3.1.1 - Definição de Força

Existem várias definições para o termo "força", pois ela é referenciada a várias
ciências e com conceituações diferentes em cada área do conhecimento, gerando
interpretações diversas e até contráditórias.
Do ponto de vista da Física, por exemplo, a força (F) é uma entidade abstrata
que altera ou tende a alterar o estado de repouso que é traduzida em números, ou seja é
o resultado do produto da massa (m) pela aceleração (a) (F = m x a). Neste sentido, a
força é uma qualidade cuja definição exige o enunciado de um número, uma direção,
um sentido sobre essa direção que é medida pelo sistema internacional de unidade:
newtons (N). Portanto, a força como uma grandeza física é a causa do movimento.
Quando aplicado a um corpo em movimento este sofrerá aceleração ou desaceleração
(ação dinâmica), e, se aplicada a um corpo fixo, não provocará movimento ou
deformação (ação estática) (KOMI, 2006).

Dentre estudiosos do treinamento esportivo, o conceito de força muscular é


definido de várias formas:
74

AUTOR CONCEITO

Barbanti, 1997. "Capacidade de exercer tensão muscular contra uma resistência, envolvendo
fatores mecânicos e fisiológicos que determinam um movimento particular"

Knuttgen e "Quantidade máxima de tensão que um músculo ou grupo muscular pode


Kraemer, 1987. produzir em um padrão específico de movimento realizado em velocidade"

Guedes e Guedes, "Capacidade de exercer tensão contra a resistência , superando, sustentendo


1997b. ou cedendo à mesma"

Zatsiorsky, 1999. "Medida instantânea da interação entre dois corpos"

Verkhoshanki, "Capacidade de superar a resistência externa as custas dos esforços


2001. musculares"

Platonov, 2005. "Capacidade para vencer ou se opor a uma resistência mediante a ação
muscular"

Manso, Valdivielso "Capacidade de um sujeito vencer ou suportar uma resistência. Esta


e Caballero, 1996. capacidade do ser humano, por sua vez, é o resultado da contração
muscular"

Fleck e Kraemer, "É a máxima quantidade de força que um músculo, ou grupo muscular, pode
2006. gerar em um padrão específico de movimento a uma determinada velocidade"

Komi, 2006. "Força ou torque máximo que um músculo, ou grupo muscular, podem gerar
em específica ou determinada velocidade."

Uchida et al. 2003. "Capacidade de superar uma determinada resistência através da contração
muscular"

QUADRO 4 - O conceito de força muscular por diferentes estudiodos do


treinamento

No campo do esporte e da atividade física, a "força" manisfesta-se no aparelho


locomotor humano (músculo), e depende da interação de vários sistemas para seu
75

desenvolvimento. Desta maneira, a "força muscular" depende de uma ação dos


músculos para vencer a resistência externa ou contrária ao movimento.
Todo o movimento muscular realizado necessita de um grau de força. Sendo
assim, é necessário entender as formas de manifestação da força que o sistema muscular
pode gerar durante as sessões de treinamento.

2.3.1.2 - Formas de Manifestação da Força Muscular

A força muscular se manifesta basicamente de duas formas:

1°) Contração dinâmica ou isotônica: resultado do encurtamento das fibras


musculares, provocando uma aproximação ou afastamento dos segmentos musculares,
caracterizado por produzir movimento (MOURA, 2003).

Esta contração dinâmica é dividida em outros dois tipos:

a- Fase concêntrica: é aquela que se verifica uma superação da resistência, quando


a geração de forças internas dos músculos é maior que a força externa,
provocando um encurtamento da musculatura agonista. Esta força é a mais
utilizada na maioria dos movimentos esportivos (BARBANTI, 1997);
b- Fase excêntrica: existe quando a resistência é maior que a força muscular,
quando a geração de forças internas no músculo é menor que a resistência
externa, havendo o alongamento na musculatura agonista, que cede a resistência
externa, provocando um movimento de recuo (BARBANTI, 1997).

2°) Contração estática ou isométrica: resulta em pouca ou nenhuma alteração


no encurtamento das fibras musculares não gerando movimento, mas, porém, devido a
um aumento do tônus muscular, gera uma alta tensão muscular (MOURA, 2003).
Apesar dos conceitos serem bem definidos, na prática do treinamento esportivo
não exitem programas de exercícios puramente dinâmicos (isotônicos), nem estáticos
(isométricos). Esportes cíclicos como, a natação e a corrida, são exemplos mais
próximos de exercícios dinâmicos. Porém, quando um corredor enfrenta um aclive
acentuado, seu padrão de corrida é modificado, comparado a plano horizontal, levando a
um aumento de componentes estáticos da musculatura do quadríceps. Modalidades
76

como, levantamento de peso e lutas marciais, apresentam fortes componentes da força


estática, mas seus programas de treinamento não utilizam exercícios estáticos plenos
em sua execução diária (MOURA, 2003, FRIEDMAN et al, 1992).
Na área do treinamento esportivo, a força muscular pode ainda se manifestar, de
maneira dinâmica, de outras formas:

Força absoluta: a máxima quantidade de força que um músculo pode gerar


quando todos os mecanismos inibitórios e de defesa são removidos (STOPPANI, 2008);
Força máxima: a máxima quantidade de tensão que um músculo ou grupamento
muscular pode gerar durante uma repetição em determinado exercício. É medido pela
quantidade de quilos que uma pessoa consegue descolar (STOPPANI, 2008);
Força máxima estática: é produzida quando o atleta realiza uma contração
voluntária máxima contra uma resistência insuperável (BADILLO e AYESTÄRAN,
2001).
Força máxima dinâmica: é alcançada quando se supera o máximo de carga
possível em uma única contração concêntrica (BADILLO e AYESTÄRAN, 2001).
Força hipertrófica ou hipertrofia muscular: caracterizado pelo processo de
aumento da massa muscular, das proteínas contráteis, das vias intracelulares, e
sobretudo, da musculatura esquelética (COFFEY e HAWLEY, 2007);
Força rápida (explosiva) ou potência muscular: habilidade de recrutar
rapidamente as fibras musculares, a fim de movimentar o corpo e/ou objeto no menor
período de tempo possível. É o produto força, e da velocidade do movimento, presente
na grande maioria dos esportes onde movimento rápido representa um fator de
rendimento (PRESTES et al., 2010; STOPPANI, 2008);
Força de resistência ou resistência de força: habilidade de manter
repetidamente a produção de força por um período de tempo bastante prolongado. Ela é
a base para o desenvolvimento da força máxima e potência muscular (PRESTES et al.,
2010; STOPPANI, 2008).

Quanto a resistência de força, esta pode ser:

Resistência de força aeróbia: capacidade dos músculos de resistir à fadiga na


presença de suficiente provisão de oxigênio. Por exemplo, nas corridas de longa
distância (FLECK e KRAEMER, 2006).
77

Resistência de força anaeróbia: capacidade dos músculos de resistir à fadiga


na ausência de uma adequada provisão de oxigênio (com grande débito de oxigênio).
Por exemplo, nas corridas de 400 e 800m (FLECK e KRAEMER, 2006).

2.3.1.3 - As Adaptações Neuromusculares ao Treinamento de Força

O aumento da força muscular ocorre pelo ajuste do organismo à uma sobrecarga


de treinamento, no qual promove um fortalecimento muscular global que é utilizado
tanto no período preparatório, assim como no período específico, e utilizado no
fortalecimento dos principais grupos musculares aplicados na modalidade
(BARBANTI, 2001). Este fortalecimento ocorre devido a alterações fisiológicas
individuais e estruturais do organismo. São dois os determinantes diretos para o
aumento da força muscular pelo treinamento de força: os fatores neurais e os fatores
musculares que em conjunto são chamados de adaptações neuromusculares (PRESTES,
et al, 2010).
Progresso

Força Muscular
Adaptação Neural
Hipertrofia Muscular

0 10 20 30
Semanas de Treinamento

Adaptado de Prestes et al. (2010) pag. 5

FIGURA 2 - Aumento progressivo da força muscular decorrente das adaptações


fisiológicas (neurais e hipertrofia muscular) ao treinamento de força.

Para McArdle, Katch e Katch, 2008 e Komi, 2006 as adaptações


neuromusculares estão relacionadas fundamentalmente aos estímulos provenientes no
78

sistema nervoso central (SNC), e o recrutamento de unidades motoras. Segundo estes


autores, essas respostas também se aperfeiçoam por meio de uma maior frequência de
descargas eletrico-neurais que ocorrem para promover a contração muscular. Bacurau et
al. (2001) e Weineck (2003) destacam que o aumento da força promovido
predominantemente pelo treinamento com pesos e a principal resposta neuromusculares
que ocorre como adaptação ao exercício
As adaptações neurais exercem papel fundamental na adaptação global ao
treinamento de força, pois estão diretamente correlacionadas ao processo de
coordenação e organização de novos estímulos musculares e quando inseridos no
programa de exercícios seus benefícios são diversos (RICH e CAFARELLI, 2000).
No entanto, considerando o período em que as adaptações neurais ocorrem, estas
são diferentes entre indivíduos treinados e relativamente inexperientes. Indivíduos não
treinados, muitas vezes, experimentam ganhos de força sem a hipertrofia muscular
correspondente nas semanas iniciais de treinamento (HAKKINEN et al., 2000;
DESCHENES e KRAEMER ,2002; PRESTES et al., 2010).
Nas primeiras semanas, os principais ganhos estão relacionados devido à
ocorrência das alterações de fatores como: 1) maior frequência de descarga de estímulos
neuro-elétricos; 2) maior sincronização intramuscular, onde o tempo de liberação do
potencial de ação e o consequente recrutamento de unidade motoras se apresentam
reduzidos; 3) inibição do órgão tendinoso de Golgi; 4) adaptações corticais; 5)
aprimoramento da ação dos motoneurônios e neurônios sensoriais provenientes da
medula espinhal; 6) aperfeiçoamento da coordenação intermuscular, em que a ação
negativa de interferência dos músculos antagonistas é inibida durante a realização
específica do movimento; 7) expansão nas dimensões da junção neuromuscular; 8)
aumento no conteúdo de neurotransmissores receptores pré-sinápticos; e 9) maior
sincronicidade na descarga de unidades motoras (KRAEMER e HAKKINEN, 2004;
BAECHLE e EARLE, 2000; CHILIBECK et al. 1998; BEHM, 1995; HAKKINEN,
PAKARINEN e KALLINEN, 1992; HAKKINEN e KESKINEN, 1989; HAKKINEN e
KOMI, 1986).
As fibras musculares se tornam mais fortes quando ativadas pelo exercício.
Durante as fases inicias da formação, a atividade dos músculos agonistas é aumentada
enquanto que a atividade dos antagonistas é diminuída (KRAEMER e HAKKINEN,
2004).
79

Em concordância com algumas afirmações supracitadas, Ross, Leveritt e Rick


(2001), analisando especificamente as respostas de adaptação promovidas por
treinamentos de sprint em atletas de corrida de velocidade, demonstram que os elevados
níveis de desempenho desses, estão associados a maiores velocidades de condução dos
estímulos neuro-elétricos e a superiores capacidades de recrutamento de fibras
musculares específicas, nesta situação, de contração rápida. Adicionalmente, os mesmos
autores também abordam a temática da fadiga neural, atribuindo a mesma, os seguintes
fatores de causa: falha da ação “ótima” da medula supraespinhal e inibição da atuação
do(s) motoneuronio(s) eferente(s), além da concomitante depressão da excitabilidade
destes. No entanto, Ross, Leveritt e Rick (2001) não destacam os mecanismos pelos
quais o treinamento de sprint capacita o organismo humano a promover respostas de
reação diante dos efeitos depressores da fadiga neural.
Gabriel, Kamen e Frost (2006), por sua vez, destacam que muitas perguntas
acerca da temática que relaciona a fadiga neural e o treinamento anaeróbio ainda não
foram respondidas. Dessa forma, o mesmo levanta os seguintes questionamentos: como
a sincronização neuromotora contribui para o aumento da forca muscular? Qual via de
ação neural específica da medula espinhal responde ao exercício? Há alterações neurais
periféricas “anexadas” a determinados grupamentos musculares, como receptores,
estímulo excitáveis, que possibilitam o aumento de forca desses?.

2.3.1.4 - Adaptações Morfológicas ao Treinamento de Força

As adaptações morfológicas que ocorrem no músculo esquelético como resposta


à realização de exercícios de caráter anaeróbio são expressas segundo Ross e Leveritt
(2001) e Folland e Williams (2007), através das alterações que ocorrem nos tipos de
fibras musculares e seus respectivos retículos sarcoplasmáticos e áreas de secção
transversal.
Antes de evidenciar as possíveis modificações que incidem nas fibras
musculares, é importante destacar que existem dois tipos básicos de fibras: as do tipo I e
as do tipo II. De acordo com Fleck e Kraemer (2006), a fibras tipo I também chamadas
de fibras vermelhas, lentas ou oxidativas, possuem características de contratilidade lenta
e altos níveis de atividade mitocondriais, bem como de enzimas oxidativas, o que lhes
possibilitam maiores facilidades em obter ATP (Adenosina Trifosfato) por meio de vias
aeróbias. As fibras tipo II, brancas, glicolíticas ou rápidas, possuem propriedades de
80

rápida contratilidade, menor quantidade de mitocôndrias e elevados níveis de atividade


da enzima ATPase. Adicionalmente, segundo os mesmos autores, as fibras rápidas (tipo
II), por apresentarem algumas características divergentes, acabam sendo subdividas em
tipo IIx, de rápida glicólise (a tipo IIb são encontradas apenas em animais) e IIa, de
rápida oxidação / glicolíticas, tendo esta última, níveis de contratilidade mais elevados.
Diante desta breve revisão, evidencia-se que treinamentos de curta duração e alta
intensidade, parecem estimular mudanças no fenótipo IIx para o Ia (CAMPOS et al.,
2002; FRY et al., 2003). Em consonância com tais achados, estudos realizados por
Dawson et al. (1998) e Blazevich et al. (2003), demonstraram que o treinamento de
sprint, em atletas, promoveu mudanças nas características das fibras glicolíticas,
assinalando-se, assim, uma transição dos fenótipos IIx para o IIa.
Cada célula ou fibra muscular possue um retículo sarcoplasmático que é um
componente que a atribui integridade estrutural. É um extenso conjunto de redes de
canais tubulares e vesículas que se encontram associadas ao sistema de túbulos T. Este
sistema exerce uma função de extrema importância por ser responsável em conduzir o
potencial de ação que chega à membrana externa para o interior da célula. É também no
referido retículo, que estão localizadas as bombas de cálcio que viabilizam o processo
de liberação e remoção desse íon no sarcoplasma da fibra, possibilitando dessa forma, a
contração e o relaxamento muscular (GENTIL, 2005; MCARDLE, KATCH e KATCH,
2008).
O retículo sarcoplasmático, ao se estabelecer como uma estrutura que ativamente
participa do processo de contração e relaxamento do músculo esquelético, vem sendo
estudado e tendo sua conformação estrutural associada a positivas alterações provocadas
pelo treinamento de caráter anaeróbio (ROSS e LEVERITT, 2001). Neste contexto,
dados controversos podem ser destacados, havendo-se estudos evidenciando acréscimos
de conteúdo do retículo sarcoplasmáticos e consequentes aumentos na velocidade de
liberação e remoção do cálcio do sarcoplasma miofibrilar (ORTENBLAD et al., 2000),
e em contraste, pesquisas não corroborando tais achados (LI et al., 2002).
Uma secção transversal é um corte perpendicular de qualquer objeto
geométrico, que é tomada perpendicular ao eixo maior que passa pelo centro do
cilindro. O aumento da área de secção transversal de um músculo é conhecido como
hipertrofia muscular.
A hipertrofia do músculo esquelético é definida como o aumento do tamanho do
músculo (massa muscular) resultante do aumento da área de secção transversal das
81

fibras musculares (GLASS e ROUBENOFF, 2010; BARRY e CARSON, 2004,


PHILLIPS, 2000; CHILIBECK et al. 1998, HAKKINEN e KESKINEN, 1989,) sendo
determinado pelo equilíbrio entre a síntese e degradação de proteínas (SANDRI, 2008;
HORNBERGER e ESSER, 2004; MCARDLE, KATCH e KATCH, 2008). Em resposta
a uma sobrecarga de trabalho, o músculo hipertrofia tanto de forma quantitativa como
qualitativa, controlado por meio da produção de proteínas musculares. A adaptação ao
treinamento de força aumenta a síntese proteica decorrente das mudanças nos
mecanismos de transição e tradução, que elevam o número de miofibrilas e, em
consequência, o de sarcômeros (PRESTES el al. 2010).
Segundo Kosek et al. (2006) e Paul e Rosenthal (2002) a hipertrofia muscular
ocorre de duas formas:

Hipertrofia sarcoplasmática: por aumento do fluxo sanguíneo no interior dos


músculos em contração, decorrente do acúmulo de líquido (edema) nos espaços
intersticiais e intracelulares do músculo que perduram por um curto período de tempo.
Hipertrofia miofibrilar: por aumento do tamanho das fibras musculares, tanto
no seu diâmetro como no comprimento, resultado de implemento de cargas
progressivamente maiores que geraram uma adaptação crônica de características
estruturais.

Existe também a ocorrência da hiperplasia. A hiperplasia é o aumento do


número de fibras musculares (MACDOUGALL et al., 1982). Há muitas controvérsias
na literatura em relação à ocorrência ou não desse fenômeno. Quando uma fibra
muscular se divide na secção longitudinalmente, observa-se uma divisão da fibra ao
meio. A maioria dos estudos encontraram hiperplasia em modelos animais (TAMAKI et
al., 1997). Já em humanos essa questão é controversa (MCCALL et al., 1996
MCDOUGALL et al., 1982).
Os tipos de fibras são determinados geneticamente e influenciados pelo
treinamento físico. Os vários tipos de fibras apresentam características diferentes quanto
à coloração, velocidade de encurtamento, entre outros. Normalmente, as fibras do tipo II
apresentam uma taxa de crescimento mais rápido do que as do tipo I por causa do maior
recrutamento, devido à maior produção de força e velocidade de contração que são
necessários no treinamento de força (SCOTT, STEVENS e BINDER-MCLEOD, 2001;
BAECHLE e EARLE, 2000).
82

Os autores Paul e Rosenthal (2002) salientam ainda que nem todos os indivíduos
são responsivos da mesma maneira ao estímulo hipertrófico, sendo que algumas
variantes genéticas (mutações) estimulam ou diminuem tais respostas. Após um
estímulo como o treinamento de força, sinalizadores modulam o tamanho do músculo
através de vias específicas.
O modelo de hipertrofia mais estudado fundamenta-se na teoria das microlesões
musculares. O dano muscular exercido na musculatura com o treinamento de força,
origina um processo inflamatório que levam células do sistema imune (macrófagos e
neutrófilos) a iniciarem o processo de regeneração muscular devido a alteração locais
como: aumento de temperatura muscular, de fator de crescimento insulínico-I (IGF-I),
da interleucina-6 (IL-6), entre outros. Estes eventos, que são derivados da sobrecarga,
ativam as células satélites que sofrem proliferação, diferenciação e fusão, adicionando
novos mionúcleos entre a lâmina basal e o sarcolema (FOSCHINI, PRESTES e
CHARRO, 2007; PETRELA et al., 2006; SARTORELLI e FULCO, 2004; ADAMS,
2002; WILMORE e COSTILL, 2001) e são provavelmente a origem da dor muscular de
inicio tardio (DMIT) (FOSCHINI, PRESTES e CHARRO, 2007).
Um processo mais recente sobre o estudo da hipertrofia muscular é o do
princípio da biologia molecular. Nesse modelo, para que ocorra a hipertrofia é
necessário que as vias de sinalização intracelulares sejam ativadas e/ou inibidas. Os
autores não negam a existência das microlesões, mas que estas são parte de um processo
e não a única forma do músculo hipertrofiar. Para haver hipertrofia, é necessário que
ocorra aumento da síntese de proteínas realizadas pelo ribossomos. A regulação da
síntese proteica em resposta ao treinamento de força é controlado por meio da
fosforilação de proteínas quinases reguladoras das vias de sinalização. (HALSON e
JEUKENDRUP, 2004; KAWAMORI e HAFF, 2004; KRAEMER e RATAMESS,
2004; KRAEMER et al., 2004; AHTIAINEN et al, 2003; CHILIBECK et al., 1998;
FRY e KRAEMER, 1997; BAKER, WILSON e CARLYON, 1994; HAKKINEN e
KOMI, 1983)
O treinamento de força desencadeia várias alterações nos sistemas fisiológicos e
nas vias de sinalização intracelular, que respondem em com uma cascata de reações
sequenciais, que modulam o balanço proteico, favorecendo as vias de síntese proteica e
diminuindo a ativação das vias de catabolismo (degradação) muscular , resultando em
uma síntese proteica adicional (WACKERHAGE e RATKEVICIUS, 2008; JONES et
al., 2004). Algumas destas vias de sinalização foram identificadas, incluindo a proteína
83

quinase B (Akt)/alvo da rapamicina em mamíferos (mTOR) (GLASS, 2010); proteína


quinase ativada por mitógeno (MAPK) e vias dependentes do cálcio (Ca²+)
(SCHOENFELD, 2010).
Várias pesquisas apontam o IGF-I como sendo o principal peptídeo anabólico
que induzem esses processos miogênicos no músculo esquelético. (ROBERTS et al.,
2010; SCHOENFELD, 2010; HAMEED et al., 2004; HAMEED, 2003).
O gene do IGF-1 é expresso em três diferentes isoformas (IGF-1Ea, IGF-1Eb,
IGF-1Ec) (HAMEED et al., 2004). Apesar de estes serem expressos no músculo
esquelético, somente o IGF-1Ec é ativado por estímulo mecânico, e por esta razão é
denominado de fator de crescimento mecânico (MGF) (SCHOENFELD, 2010). A fonte
predominante de síntese de IGF-1 é o fígado, responsável por aproximadamente 75% do
IGF-1 total circulante. No entanto, outros tecidos, incluindo os músculos, cérebro e rins,
também sintetizam IGF-1 (RENNIE et al., 2004).
A ativação da via clássica de sinalização fosfatidilinositol-3-quinase
(PI3K)/Akt/mTOR pelo IGF-1 é considerada um processo celular de extrema
importância no controle da massa muscular (SCHMELZLE e HALL, 2000). A ativação
tem início com a ligação do IGF-1 ao seu receptor (IGF-1R), fosforilando os receptores
de insulina, o que resulta na fosforilação da PI3-K e ativação da Akt. Finalmente, este
processo promove a ativação da mTOR (GLASS e ROUBENOFF, 2010). A interação
da mTOR com fatores de tradução, como 4EBP e redução da interação com eIF4E,
induz o início do processo de tradução, bem como estimula a biogênese ribossomal e
atua no processo de elongação da tradução via S6K1 quinase (DUFFNER e THOMAS,
1999). O resultado desses processos moleculares é o aumento da síntese proteica e um
fenótipo hipertrófico.
O IGF-1 ativa as células satélites atuando, principalmente, no reparo das fibras, e
assim, promovendo crescimento muscular (PETRELA et al. 2006). Fatores de
crescimento anabólico e fatores de crescimento parácrino e autócrino expressos
localmente são descritos como moduladores da ativação e incorporação das células
satélites, entretanto, os mecanismos que levam a ativação de células satélites durante a
hipertrofia muscular ainda não são totalmente compreendidos (PETRELA et al. 2006;
SARTORELLI e FULCO, 2004).
84

2.3.1.5 - Adaptações Metabólicas e Hormonais ao Treinamento de Força

As adaptações metabólicas que decorrem dos estímulos provenientes do


treinamento de força são representadas, principalmente, pelo incremento da quantidade
e da consequente ação de enzimas-chave que controlam os sistemas energéticos de
resposta rápida, neste caso, os da glicose e creatina fosfato (ROSS e LEVERITT, 2001).
Tais respostas só se tornam possíveis de forem efetivadas, devido a característica
dinâmica do músculo esquelético de adaptar-se diante de diferentes demandas de
exigência que são impostas sobre si.
Para McArdle, Katch e Katch (2008), os aumentos significantes na função
dessas enzimas se estabelecem de maneira dominante nas fibras musculares de
contração rápida. Com referências as respostas inerentes ao metabolismo fosfogênico,
Parra (2000) destacam que treinamentos intensos de sprint promovem, a nível muscular,
aumentos na atividade das enzimas miosina quinase e creatina fosfoquinase, que
possibilitam a quebra mais rápida da creatina fosfato. Quanto ao metabolismo
glicolitico, treinamentos de alta intensidade e curta duração tendem a se mostrarem
efetivos em aumentar a atividade de enzimas como a lactatodesidrogenase,
fosfofrutoquinase e glicogenio-fosforilase (LINOSSIER et al., 1993; HELLSTEN-
WESTING et al., 1993).
Entretanto, resultados encontrados por Barnett et al. (2004) levantam dúvidas
acerca da ocorrência de todas essas respostas adaptativas que ocorrem no âmbito do
metabolismo energético. Em outro contexto, Gentil (2005) destaca que determinadas
adaptações metabólicas sofridas pelo músculo esquelético, diante da realização dos
treinamentos de forca, intervém na ação de certos hormônios. Exemplificando-se tal
afirmação, segundo Grewie, Hollosky e Semenkovich (2000), a atividade da insulina é
aprimorada devido a modificações no comportamento da proteína transportadora de
glicose-4 (Glut-4), que se localiza dentro da fibra muscular.
As alterações hormonais que ocorrem com o treinamento de força são um fator
importante para o desenvolvimento da força e massa muscular. A adaptação do sistema
endócrino está fora do estopo do nosso trabalho, mas é importante mencionar alguns
hormônios que podem afetar a utilidade de um programa de treinamento de força.
Ocorrem em geral quatro de adaptações hormonais ao treinamento de força
(KRAEMER e RATAMESS, 2005): 1) alterações agudas durante e pós-exercício de
resistência; 2) alterações crônicas nas concentrações de descanso; 3) alterações crônicas
85

na resposta aguda a um estímulo de treinamento de resistência; 4) mudanças no


conteúdo dos receptores androgênicos. Em suma, as adaptações hormonais ocorrem
quando os níveis de hormônios circundantes estão elevados e há um número suficiente
de receptores de ligação para interagir com as alterações celulares.
A testosterona é um hormônio anabólico e androgênico produzido nos testículos
a partir de reações enzimáticas com o colesterol. A testosterona exerce seu efeito por
meio de sua ligação com receptores androgênicos, induzindo mudanças
conformacionais, o que permite a associação com o receptor do co-ativador
transcricional beta-catenina (SINGH et al., 2006). Dessa forma, este complexo
molecular é translocado para o núcleo celular e se liga a sequências específicas do DNA
(sítios de reconhecimento do fator de transcrição), aumentando a transcrição gênica. O
resultado final é o aumento da síntese de proteínas, levando à hipertrofia.
Vários fatores têm sido relatados que afetam os níveis de resposta de
testosterona em uma sessão de treinamento de força, incluindo a massa muscular
envolvida, a intensidade, o volume, experiência de treinamento e ingestão nutricional
(KRAEMER e RATAMESS, 2005). Exercícios em grande grupos musculares em
levantadores de peso Olímpicos têm mostrado produzir as maiores elevações na
testosterona. Em intensidades mais elevadas são geralmente observados aumentos na
produção de testosterona em atividades de menor intensidade (KRAEMER e
RATAMESS, 2005; AHTIAINEN et al., 2003). A influência hormonal primária
relacionada a testosterona é a mais forte das diferenças entre as capacidades de
hipertrofia entre os sexos (AHTIAINEN et al., 2005).
A principal diferença na capacidade de produção hipertrófica e, por conseguinte,
os maiores ganhos de força, entre homens e mulheres, é a presença de níveis mais
elevados de testosterona em homens. Em uma revisão da literatura feita por Kraemer e
Ratamess, 2005 consta que a maioria dos estudos indicam um aumento dos níveis de
testosterona nos homens ao serem submetidos ao exercício de força, enquanto nenhuma
ou ligeira elevação ocorrem em mulheres. Hakkinen, Pakarinen, e Kallinen (1992)
relatam uma elevada variabilidade nos níveis de testosterona em mulheres, mas não
significativos durante o treinamento de curta duração.
86

2.4. - O Treinamento de Força em Adolescentes

Embora bem documentado pela literatura sobre os benefícios da força muscular


como um componente importante da atividade física para crianças e adolescentes na
melhora do indicadores de saúde, ainda persistem muitas dúvidas, devida a falta de
conhecimento, principalmente da sociedade, quanto à prática do treinamento de força
para jovens púberes e principalmente pré-púberes (BENEDET et al., 2013; BEHM et
al., 2008). O pouco conhecimento a respeito do treinamento de força e de como adaptá-
lo para esta faixa etária, dificultava o entendimento de pais, professores, pesquisadores e
médicos quanto a sua validade (BENEDET et al., 2013; BEHM et al., 2008, AAP,
2001).
Pareceres negativos da American Academy Pediatric (AAP, 1983) que publicou
que o treinamento de força era inútil e pouco indicado para crianças pré-puberes; e a
National Strength and Conditioning Association (NSCA, 1985) afirmando que os
resultados dos ganhos observados nas pesquisas revisadas pelo parecer, não estavam
livres de equívocos, como amostras pequenas, variáveis intervenientes não controladas e
intensidade inadequada dos exercícios, contribuíram para a não aceitação da
participação de crianças e adolescentes em programas de exercícios com o objetivo de
melhorar a força muscular.
Outra controvérsia quanto ao treinamento de força com crianças e adolescentes,
está relacionado a identificação deste tipo de treinamento com os esportes de
halterofilismo e fisiculturismo, esportes em que as repetições no treinamento de força
são realizadas com cargas máximas e visam à hipertrofia. Existe muita confusão,
principalmente por parte de pais e treinadores, entre programas de treinamento de força
devidamente planejados, que não visam exclusivamente o desenvolvimento da massa
muscular ou hipertrófica; com levantamento de cargas máximas (como a hipertrofia) ou
com a exibição de massas musculares descomunais como as observadas em
fisiculturismo (CARVALHO, 2004, CARVALHO e CARVALHO, 1996;
FAIGENBAUM, 2004).
A associação da melhora da força, somente através do aumento da massa
muscular, também, foi mais um argumento negativo para que o treinamento de força
não fosse desenvolvido em crianças e adolescentes. Essa ideia teve origem em estudos
que declaravam que devido a baixa concentração de andrógenos circulantes , não
87

permitiriam o aumento de massa muscular e sem volumes musculares não era possível a
criança desenvolver força (AAP, 1983).
No entanto, esses fatos não diminuíram o interesse dos jovens, treinadores e
pesquisadores quanto à prática e a pesquisa com o treinamento de força. Em atividades
esportivas nos quais a força é fundamental para o seu desenvolvimento, crianças e
adolescentes são sujeitas ao treinamento com cargas de pesos consideráveis que os
habituem a aprender e a realizar habilidades específicas ao esporte, como é caso da
ginástica olímpica, em que crianças e jovens necessitam de elevados níveis de força
para a execução de vários dos seus gestos técnicos, portanto estimuladas deste cedo a
treinarem com cargas elevadas. Com isso, algumas modalidades perceberam que, para
haver êxito na aprendizagem e execução de exercícios, os jovens deveriam estar
atrelados a programas de treinamento que aumentassem sua força muscular
(CARVALHO, 2004).
Atualmente, publicações afirmam que o treinamento de força com cargas
adequadas, controladas e progressivas; são eficientes na melhoria do rendimento
esportivo e prevenção de lesões em crianças e adolescentes (BENJAMIN e GLOW,
2003; CARVALHO, 2004; FAIGENBAUM, MILLIKEN e WESTCOTT, 2003).
Algumas publicações tem confirmado que qualquer atividade que sobrecarregue
o músculo, além do que normalmente está habilitado a ser exigido, é suficiente para que
se percebam ganhos de força (FAIGENBAUM et al., 1999; FAIGENBAUM, 1998).
Assim, com evidências contrárias a crença tradicional de que o treinamento de
força é perigoso para adolecentes, as principais organizações de saúde como: a
American College of Sports Medicine (ACSM, 2002), a American Academy of
Pediatrics (AAP, 2001), a National Strength and Conditioning Association (NSCA,
1999); e a Canadian Society for Exercise Physiology (CSEP - BEHM et al., 2008)
deram novos pareceres, e passaram a afirmar que o treinamento de força pode ser uma
atividade segura e eficaz para essa faixa etária, desde que os programas sejam
devidamente projetados e competentemente supervisionados.
Deve-se ressaltar, entretanto, que o treinamento de força é uma forma
especializada de condicionamento físico distinto dos esportes competitivos de
musculação e levantamento de peso, em que os indivíduos tentam levantar quantidades
máximas de peso na competição. Crianças e adolescentes podem participar de
programas de treinamento de força, desde que tenham a maturidade emocional para
aceitar e seguir instruções.
88

As respostas do organismo devido ao exercício e ao treinamento físico são os


mesmos em crianças, adolescentes e adultos, entretanto, particularidades em crianças e
adolescentes decorrem tanto do aumento da massa muscular, quanto da maturação que
aceleram durante a puberdade (LAZZOLI et al., 1998).
São vários os benefícios que adolecentes podem alcançar com a participação em
programas de treinamento de força. Dentre estes benefícios estão: o aumento de força e
resistência muscular; melhora na composição corporal e desempenho nas atividades
esportivas.
O treinamento deverá respeitar as particularidades do crescimento da criança. Os
possíveis benefícios advindos do treinamento são: prevenção e correção de deficiências
posturais; estimulação biológica favorável ao crescimento e desenvolvimento; aquisição
de novas habilidades motoras (RISSO, LOPES e OLIVEIRA, 1999).
Ao relacionar o treinamento de força com o crescimento ósseo, deve-se observar
a sobrecarga utilizada, uma vez que o tecido ósseo não se encontra em sua formação
final. Durante este período, músculos, tendões e ligamentos são mais resistentes do que
suas inserções nos ossos, o que aumenta o risco de lesões. LOPES, (2003) investigou as
possíveis alterações epifisárias ocorridas em função do treinamento de força muscular
em pré-púberes. As crianças foram submetidas a um período de 4 semanas de adaptação
ao treinamento, e a 12 semanas de treino com sobrecarga a 80% de uma repetição
máxima (1-RM). Foi realizado exame radiológico nas articulações do cotovelo e joelho
direito. Após o período de treinamento, as crianças repetiram as avaliações radiológicas,
e os resultados não indicaram nenhuma alteração das epífises dos ossos longos.
O treinamento de força consegue estimular eficientemente a força e o
desempenho esportivo, além prevenir lesões. De maneira similar a outras formas de
atividade física, o treinamento de força tem demonstrado um efeito benéfico em vários
marcadores de saúde tais como aptidão cardiovascular, a composição corporal, a
densidade mineral óssea, o perfil dos lipídeios sanguíneos e a saúde mental.
Em relação aos ganhos de força, estudos apontam que, em adolescentes, este
aumento está associado a um melhor aprimoramento da coordenação neuromuscular,
do que a aumentos substanciais no diâmetro transverso dos músculos, haja vista a
pequena quantidade de testosterona – hormônio responsável, dentre outras funções, pelo
aumento de massa muscular – sintetizada durante a infância. Este mecanismo esclarece
o aumento da força muscular em populações com baixas concentrações de hormônios
andrógenos, incluindo indivíduos do sexo feminino e meninos pré-adolescentes. A
89

hipertrofia muscular ocorre de forma mais pronunciada em meninos e meninas na


puberdade. (BERNHARDT et al., 2001; FLECK e KRAEMER, 2006; MCARDLE,
KATCH e KATCH, 2008; AAP, 2001; TSOLAKIS e VAGENAS, 2004; BENJAMIN e
GLOW, 2003).
McArdle, Katch e Katch (2008) confirmam este raciocínio argumentando que os
aumentos da força em crianças resultam, principalmente, do aprendizado e da ativação
neuromuscular aprimorada, e não de aumentos substanciais no tamanho dos músculos.
Da mesma forma, Silva (2002) afirma, que do ponto de vista fisiológico, nas crianças
pré-púberes, este aumento ocorre devido à melhoria na frequência de transmissão e
recrutamento das fibras motoras e não necessariamente à hipertrofia, fato que só passa a
ocorrer com a puberdade, devido ao aumento da quantidade de hormônio de
crescimento, sendo que nos meninos ainda há o aumento da testosterona, o que tende a
favorecer algumas respostas relacionadas à melhoria da força.
Assim, o crescimento acentuado do músculo em resposta ao treinamento de
força pode começar após a adolescência, quando os perfis hormonais de homens e
mulheres adultos começam a surgir. Após a puberdade, o treinamento de força tem a
capacidade de aumentar a hipertrofia muscular para além daquela alcançada no
crescimento normal. Entretanto, devido às diferenças nos períodos de maturação entre
as crianças, deve-se avaliar esse objetivo individualmente (FLECK e KRAEMER,
2006).
Embora os mecanismos exatos que promovem o aumento da força em indivíduos
pré-púberes e púberes ainda não estejam completamente elucidados, os autores supra-
citados atestam que o treinamento de força, claramente, promove aumentos na força de
meninos e meninas. No entanto, isto está na dependência de um treinamento
adequadamente estruturado com relação à frequência, tipo, intensidade e duração do
programa (GOLDBERG e SILVA, 2004).
Mesmo não gerando níveis significativos de hipertrofia, o treinamento de força
em crianças propicia nos músculos, nervos e no tecido conjuntivo, outras adaptações e
benefícios, tais como: mudanças no padrão de recrutamento das fibras musculares e no
tecido conjuntivo, aperfeiçoamento da força, melhora no desempenho esportivo, e
prevenção de lesões (BERNHARDT et al., 2001; FLECK e KRAEMER, 2006;
OLIVEIRA, LOPES e RISSO, 2003)
Além de influenciar diretamente no tecido muscular, o treinamento de força
pode apresentar um efeito favorável na densidade mineral óssea em crianças e
90

adolescentes de ambos os sexos, embora não se conheça um limiar mínimo de exercício


que promova mudanças na saúde óssea (FLECK e KRAEMER, 2006, OLIVEIRA,
LOPES e RISSO, 2003)
A força muscular tende a aumentar em função do crescimento e da maturação da
criança e do adolescente. Com o treinamento com sobrecarga, podem ocorrer ganhos
significativos na força muscular através de um aumento da eficiência de recrutamento
das unidades motoras responsáveis pela contração muscular e melhora na coordenação
motora, sem alterações das medidas antropométricas durante o período de treino
(OLIVEIRA, LOPES e RISSO, 2003).

2.4.1 - Adaptações Morfofuncionais do Adolescente ao Treinamento de Força

Dentre as alterações morfofuncionais ao treinamento de força muscular , as


alterações morfológicas incluem o aumento no tamanho do músculo, principalmente
devido a um aumento no tamanho das fibras, a hiperplasia, e as mudanças na
composição do tipo de fibra e do tecido conjuntivo, bem como alterações estruturais no
músculo. Comumente, estas alterações morfológicas implica em um aumento da massa
muscular ou hipertrofia. Estas alterações tem sido uma observação comum em adultos,
mas não tão comum em pré-adolescentes e adolescentes.
Embora o treinamento de força tenha mostrado ser eficaz no aumento da força
muscular em pré-adolescentes e adolescentes, estes aumentos verificados no tamanho
do músculo tem sido relativamente pequena entre os estudos. Programas de treinamento
de força não parecem influenciar no crescimento em estatura e peso em adolescentes, e
as alterações na composição corporal, considerando tanto a massa gorda e muscular, são
mínimas (FAIGENBAUM etl al. 2009, MALINA, 2006; FALK e ELIAQUIM, 2003;
SADRES, et al., 2001, BLIMKIE, 1993).
Em uma metanálise realizada por Payne et al. (1997), constatou-se que o
treinamento de força em jovens aumenta a força e a resistência muscular. Estes
resultados podem variar por sexo, idade e tipo de treinamento. Tais diferenças se
justificam, pois as alterações hormonais têm relação direta sobre a força e resistência
muscular em diferentes proporções para meninos e meninas. Sobre o tipo de
treinamento, o autor ressaltou que o isotônico mostra-se mais efetivo do que o
isométrico e o isocinético, nesta faixa etária.
91

Os estudos que examinam a hipertrofia do músculo inteiro em pré-adolescentes e


adolescentes têm usado geralmente técnicas antropométricas e forneceram evidências
limitadas de hipertrofia em adolescentes (LILLEGARD et al., 1997), não havendo
evidência de hipertrofia muscular em pré-adolescentes com o resultado do treinamento
de força (OZMUN et al., 1994 ; RAMSAY et al., 1990; SAILORS e BERG, 1987;
MCGOVERN, 1984;. SIEGEL et al., 1989).
No entanto, dois estudos em que foram utilizados métodos mais sensíveis de
medições (ressonância magnética e ultra-som) têm sugerido que a hipertrofia muscular
pode de fato ocorrer entre pré-adolescentes submetidas ao treinamento de força. Mersch
e Stoboy (1989) usaram a ressonância magnética e foram os primeiros a demonstrar um
aumento da área transversal do quadríceps, juntamente com o aumento na força
isométrica no exercício de extensão do joelho, em meninos pré-adolescentes.
Fukunaga, Funato e Ikegawa (1992) usaram ultrassom para demonstrar
aumentos na massa magra (músculos e ossos), área transversal de meninos e meninas
japonesas que se envolveram em um programa de treinamento de força (flexão do
cotovelo) ao longo de 12 semanas, enquanto poucas mudanças foram observadas nos
pré-adolescentes que não fizeram treinamento. Dado o pequeno tamanho da amostra no
estudo de Mersch e Stoboy (1989) e os resultados um pouco inconsistentes do estudo
por Fukunaga, Funato e Ikegawa (1992) (1992), pode ser prematuro concluir que a
hipertrofia do músculo inteiro, de fato, ocorre em crianças como uma resposta ao
treinamento de força. No entanto, estes dois estudos apresentaram a perspectiva de que
a hipertrofia muscular é possível entre as crianças. Ambos os estudos que sugerem que
na hipertrofia em pré-adolescentes (Mersch e Stoboy 1989;. Fukunaga, Funato e
Ikegawa (1992)1992), como é o caso na maioria dos estudos que examinam a
hipertrofia em adultos, os aumentos no músculo área da secção transversa foram muito
menores do que os aumentos nas força muscular. Em outras palavras, não houve um
aumento na força por unidade de área do músculo inteiro, por vezes referido como
tensão específica do músculo. Teoricamente, a área da secção transversa deve ser
medida perpendicularmente à linha transversal das fibras, chamada na fisiologia como
área de secção transversa. No entanto, esta medida é problemática e até o presente
momento não foi tentada em pré-adolescentes ou adolescentes submetidas ao
treinamento de força. O aumento na área em corte transversal do músculo, com o
resultado do treinamento de força em adultos, é devido principalmente à hipertrofia das
fibras musculares individuais (MCDONAGH e DAVIES, 1984 e JONES et al. 1989).
92

Alterações na fibra da área transversa em seres humanos apenas pode ser


examinada utilizando biópsias musculares. Dadas as considerações éticas, é
compreensível que induzidas pelo treinamento de tais fibras não existem dados em pré-
adolescentes e adolescentes saudáveis. No entanto, se a hipertrofia muscular ocorre em
crianças, isto é provavelmente devido à hipertrofia da fibra. O último é um resultado do
crescimento miofibrilar (um aumento de proteínas contrácteis) e a proliferação (um
aumento no número de miofibrilas), bem como a ativação de células satélite nas fases
iniciais do treinamento de força (FOLLAND E WILLIAMS, 2007). Esses mecanismos
não foram investigados em crianças ou adolescentes. A ocorrência de hiperplasia como
um resultado do treinamento de força permanece controverso, mas tem sido sugerido
que ocorra em adultos (APPEL et al., 1988;. KADI e THORNELL, 2000). No entanto,
esta hiperplasia potencial ocorre a um ritmo muito lento e sua contribuição para os
ganhos de força podem ser mínimas (APPELL, 1990). Tendo em vista a necessidade de
amostras de biópsia do músculo para investigar esta questão, a hiperplasia não foi
examinada em pré-adolescentes.
Outros potenciais efeitos morfológicos do treinamento de força, o que pode
explicar o aumento da força muscular, incluem mudanças da composição do tipo de
fibra. Vários estudos têm relatado um aumento no número de fibras tipo IIa e uma
diminuição concomitante em fibras do tipo IIx em adultos (CAMPOS et al 2002;.
HAKKINEN et al., 1998;. HATHER et al., 1991; STARON et al, 1990), sugerindo
pequenas alterações do tipo de fibras. Estes não foram examinados em pré-adolescentes
e adolescentes. Rigidez tendinosa tem demonstrado aumentar na sequência do
treinamento de força em adultos (KUBO et al., 2001, KUBO et al., 2002;. REEVES et
al., 2003), reduzindo o atraso eletromecânico no músculo e aumentar a taxa de
desenvolvimento de força.
Independentemente da sua existência potencial em crianças, adolescentes ou
adultos, as adaptações morfológicas descritas acima explicam apenas uma pequena
parte dos aumentos observados na força muscular em pré-adolescentes e adolescentes.
Mais estudos utilizando técnicas sensíveis são necessários para esclarecer a contribuição
das várias adaptações morfológicas para os ganhos de força observados em crianças
submetidas ao treinamento de força.
Tendo em vista as evidências limitadas de hipertrofia muscular e sua pequena
contribuição potencial nos ganhos de força entre os pré-adolescentes, têm sido
atribuídos principalmente a adaptações neurológicas. Estas adaptações são difíceis de
93

definir, mas pode ser visto como modificações na coordenação e aprendizagem que
facilitam uma melhor recrutamento e ativação de músculos envolvidos em tarefas de
resistência específicos (FOLLAND e WILLIAMS, 2007). Medidas dessa adaptação é
indescritível, e, portanto, adaptações neurológicas são baseadas principalmente em
evidências indiretas. Em adultos, a evidência indireta de adaptações neurais inclui
desproporcionalmente aumento da força muscular em comparação com os aumentos
observados no tamanho do músculo. O caso é semelhante ao dos adolescentes, onde a
hipertrofia foi demonstrado, mas não é suficiente para explicar o aumento da força
muscular. Em crianças, uma vez que há evidências mínimas de um aumento no tamanho
do músculo, as adaptações neurológicas são inferidas a partir de ganhos de força que
não são acompanhadas de hipertrofia muscular. Na maior parte dos casos, nos pré-
adolescentes, adolescentes ou adultos, há um aumento da tensão específica do músculo.
No entanto, como apontado por Folland e Williams (2007), este aumento da tensão
específica pode ser explicado não só por adaptações neurológicas, mas também por
algumas adaptações morfológicas, tais como aumento na rigidez tendinosa.
Nenhum estudo analisou especificamente adaptações neurológicas em
adolescentes. Dois estudos tentaram demonstrar diretamente alterações neurológicas em
crianças submetidas ao treinamento de força. Usando a técnica de contração
interpolados, Ramsay et al. (1990) demonstraram um aumento de 9% e 12% na ativação
da unidade motora dos flexores de cotovelo e extensores do joelho, respectivamente,
após 10 semanas de treinamento de força e um adicional de 3% e 2%, respectivamente,
após mais de 10 semanas de treinamento. No entanto, os aumentos induzidos força
foram muito maiores que os aumentos simultâneos na ativação neuromotora.
Da mesma forma, Ozmun et al. (1994) utilizaram a eletromiografia de amplitude
integrada (IEMG) para demonstrar um aumento na ativação neuromuscular dos
músculos agonistas após 8 semanas de treinamento de força em meninos e meninas pré-
púberes. Tal como com a técnica de contração interpolado, o aumento foi menor do que
IEMG os aumentos de força (16,8% vs 27,8%, respectivamente). Um aumento na
ativação do agonista é provável que resulte na produção de força reforçada. No entanto,
este último também seria resultado de uma diminuição da ativação antagonista, ou a
melhoria da coordenação inter-muscular.
Vários estudos têm demonstrado menor co-ativação antagonista em força e (ou)
de energia em atletas adultos em comparação com os não-atletas (BARATTA et al.,
1988;. OSTERNIG et al., 1986.). Da mesma forma, alguns estudos indicam menor co-
94

ativação antagonista em adultos em comparação com os pré-adolescentes (FROST et al,


1997;. LAMBERTZ et al., 2003.). Foram encontradas diminuir a co-ativação
antagonista em treinamento isométrico durante a extensão do joelho em adultos
(CAROLAN e CAFARELLI, 1992), mas não foi encontrado estudos comparativos em
crianças ou adolescentes. Este tipo de adaptação provavelmente tem uma influência
maior sobre as melhorias de força nos movimentos multi-articulares complexas, ao
invés de simples tarefas de um único conjunto.
Acredita-se que adaptações neurológicas ocorram predominantemente nas fases
iniciais de treinamento (MORITANI, 1992; SALE 1989). Esta opinião é corroborada
pelos resultados de Ramsay et al. (1990), quanto ao aumento da ativação da unidade
motora em crianças nas primeiros 10 semanas de treinamento, em comparação com o
segundo de 10 semanas, conforme citado anteriormente. Na verdade, a primeira fase de
treinamento provavelmente envolve a aprendizagem ou a otimização de coordenação
inter-muscular (agonistas, sinergistas, estabilizadores).
Folland e Williams (2007) propõem que a magnitude dessa aprendizagem
depende do nível de atividade física e experiências anteriores na tarefa específica. Isso
sugere que os pré-adolescentes, sendo mais jovens e geralmente menos experiente ou
hábil na maioria das tarefas que os adultos, que apresentam maiores adaptações
neurológicas em resposta ao treinamento de força. De fato, com base na falta de
alterações morfológicas observadas em pré-adolescentes, esta noção tem sido indicado
no passado (BLIMKIE, 1989). A especificidade do treinamento não foi investigada em
crianças. Em adultos, um programa de treinamento de força com baixa repetição e carga
alta é recomendada para aumentar a força máxima. No entanto, em crianças com 5 a 12
anos de idade, Faigenbaum et al. (1999) demonstraram um programas de treinamento de
força realizados com várias repetição, carga baixa e poucas repetições, ou alta carga,
resultou em um aumento semelhante de força máxima É, por conseguinte, não está
claro se as adaptações para o treinamento de força neurológicas em crianças são
específicos para os parâmetros de formação, como seria esperado, em adultos. Assim, os
ganhos de força induzidas pelo treinamento em crianças e adolescentes pode,
eventualmente, ser explicada em parte pela hipertrofia muscular, mas especialmente em
pré-adolescentes, são em grande parte explicado por adaptações neurológicas, tais como
o aumento da ativação da unidade motora ou outras alterações, como a melhoria da
coordenação inter-muscular ou neuromuscular (KRAEMER et al, 2004;. OZMUN et al,
1994; RAMSAY et al 1990). Este último, ações mais complexas como nos exercícios
95

multiarticulares (por exemplo, agachamento) provavelmente, tenha uma maior


contribuição relativa do que em contrações isométricas individuais (por exemplo, dos
extensores do joelho). O músculo aprende a ser mais eficiente, devido a esse estímulo e
não é, até que a puberdade aprendido, torna-se permanente no músculo a adaptação
hipertrófica (MALINA 2006). Tendo em vista a escassez de resultados, são necessárias
mais pesquisas para elucidar os efeitos nos diferentes modelos de treinamento, nos
parâmetros de formação diferentes (volume, intensidade, frequência, duração), e do
estado de maturação sobre as adaptações neurológicas para o treinamento de força em
pré-adolescentes e adolescentes, junto com as mudanças morfológicas que
possivelmente acompanham essas adaptações.

2.5 - Prescrição do Treinamento de Força

2.5.1 - Seleção de Exercícios

Fleck e Kraemer (2006) relatam que "o número de possíveis ângulos articulares
e conjunto de exercícios é tão ilimitado quanto os movimentos funcionais do corpo".
Isto é, sem dúvida, verdade, no entanto, muitas vezes os programas de treinamento de
força são projetados com uma abordagem tipo "receita de bolo". Para combater isso, os
indivíduos que desejam treinar a força devem ter bem estabelecidos quais são seus
objetivos, e, em seguida, aprender a maneira correta de treinar para alcançar esses
objetivos. A primeira pergunta que deve fazer é: qual o propósito para exercitar-se? Se
alguém estava procurando hipertrofia muscular, por exemplo, não seria acertado usar
um treinamento isocinético. Por outro lado, se o treinamento de velocidade era o
objetivo, o treinamento isocinético seria uma escolha aceitável. A decisão deve ser feita
respeitando se o treinamento é para esportes com vista no desempenho, na manutenção
da saúde e aptidão física ou estética.
Em seguida, deve-se decidir o que pretende ser desenvolvido: a hipertrofia,
força, potencia ou resistência muscular. Por fim o programa tem que definir os
músculos a serem trabalhados: parte superior ou inferior do corpo, ou regiões
específicas como bíceps ou peitoral, etc. No entanto, tem sido demonstrado que em
mulheres expostas a sessões de exercícios envolvendo todas as partes do corpo, os
resultados com o aumento da resistência parecem ser mais benéficos para a saúde do
praticante do treinamento de força (KRAEMER et al., 2004 e KRAEMER et al., 2001).
96

Além disso, é importante observar o stress exercido na musculatura agonista e as


proporções da resistência do antagonista de modo a não criar um desequilíbrio muscular
que poderá levar a indivíduo a lesão (por exemplo, apenas incluir exercícios para a
musculatura do quadríceps sem prescrever exercícios para o músculo isquiotibiais)
(BAECHLE e EARLE, 2000)
Um princípio decisivo para um programa de treinamento de força muscular é a
capacidade de escolher o exercício mais adequado para cada objetivo do treino.
Exercícios escolhidos de forma correta, irá exercitar apenas o músculo que deve ser
ativado durante o exercício (FLECK e KRAEMER, 2006). Ambos os conjuntos de
exercícios, uni e multi-articulares demonstraram ser eficazes no aumento da força
muscular em grupos musculares específicos (ACSM, 2009; KRAEMER e RATAMESS,
2004; FLECK e KRAEMER, 2006).
Conjunto de exercícios multi-articulares têm demonstrado um maior impacto
sobre ganhos de força e potência (ACSM, 2009; KRAEMER et al., 2004; BAECHLE e
EARLE, 2000; FLECK e KRAEMER, 2006), pois estes exercícios ativam uma maior
quantidade de massa muscular. Estes exercícios são necessários para a formação do
desempenho atlético, pois auxiliam na coordenação neuromuscular.
Além disso, os exercícios que envolvem grandes quantidades de massa muscular
têm mostrado fornecer maiores respostas hormonais, tais como o aumento do hormônio
do crescimento e de testosterona em homens e mulheres, embora em graus diferentes
(KRAEMER e RATAMESS 2005; KRAEMER et al., 2004). No entanto, estes
exercícios requerem mais habilidade técnica e pode não ser apropriado para o iniciantes
em treinamento de força.
Exercícios individuais comuns (por exemplo, rosca direta, extensão e flexão das
pernas) são usados para atingir um grupo muscular específico e são em geral mais
seguros por envolver reduzida habilidade para sua execução (ACSM, 2009; KRAEMER
et al., 2004; BAECHLE e EARLE, 2000; FLECK e KRAEMER, 2006).

2.5.2 - Ações Musculares e a Velocidade de Contração

Outro aspecto da seleção de exercícios envolve o tipo de ação muscular que será
utilizado. Um programa de treinamento de força bem elaborado deve envolver ações de
contração concêntricas e excêntricas, e possivelmente, as contrações isométricas, e uma
variação na velocidade de movimento para cada uma dessas ações musculares. Se a
97

modalidade desportiva escolhida exigi uma formação muscular específica, o atleta


deverá treinar com os padrões de movimento e velocidade que são necessários para o
melhor rendimento do esporte (KAWAMORI e HAFF, 2004; KRAEMER e
HAKKINEN, 2004; PEARSON et al.; 2000)
O tecido muscular responde a estímulos elétricos do celebro para produzir força.
O número e grau com que as fibras musculares são estimuladas determina que tipo de
ação que será produzida (KRAEMER e HAKKINEN, 2004). Ações concêntricas são
produzidas quando o músculo encurta devido a maior geração de força para superar uma
resistência exercida. Em contraste, as ações excêntricas alongam o musculatura devido a
uma menor geração de força em relação à resistência exercida. Exercícios isométricos
não envolvem movimento, pois a força produzida é igual ou inferior a resistência
exercida. Em movimentos naturais tais como saltos e corridas, uma ação concêntrica é
precedida de uma ação excêntrica. Esta série, conhecida como ciclo de alongamento-
encurtamento, serve para alongar a musculatura imediatamente antes da ação
concêntrica e aumentar a produção de força (KRAEMER e HAKKINEN, 2004;
BAECHLE e EARLE, 2000).
A velocidade dos movimentos é, talvez, o aspecto mais negligenciado dos
programas de treinamento de força. Muitos programas são frequentemente estruturados
sem tomar por conta os objetivos específicos de velocidade, muito importante para
várias modalidades como a natação e o atletismo (JONES et al. 2001). A velocidade de
cada repetição afeta as respostas neurais, hipertróficas e metabólicas ao exercício de
resistência (ACSM, 2009; KRAEMER et al., 2004). Existe evidências de que os
aumentos de força são específicos para a melhora da velocidade (ACSM, 2009;
KAWAMORI e HAFF, 2004; KRAEMER e RATAMESS, 2004; JONES et al. 2001;
FLECK e KRAEMER, 2006), no entanto, o contrário não ocorre (PALMIERI, 1997;
WENZEL e PERFETTO, 1992).
A produção da força é resultado tanto da ação do músculo utilizado e a
velocidade do movimento. Nas ações concêntricas, as capacidades de força são
inversamente relacionadas com a velocidade de movimento (JONES et al., 2001;
BAECHLE e EARLE, 2000). Isto significa simplesmente que os músculos são
incapazes de mover cargas mais pesadas no mesmo ritmo que eles podem mover cargas
mais leves. No entanto, a produção de força aumenta à medida que a velocidade
aumenta em ações excêntricas (FARTHING e CHILIBECK, 2003; BAECHLE e EARLE,
2000).
98

Existem divergências quanto ao maior ganho de força muscular quando


comparado as ações concêntricas e excêntricas. Farthing e Chilibeck (2003) relatam que
os exercícios de contração excêntricos têm demonstrado maior aumento da força e
hipertrofia do que os exercícios de contração concêntricos. No entanto, também tem
sido relatado não existir diferença significativa no ganho de força entre os exercícios de
contração concêntrica e excêntrica. (ACSM, 2009; KRAEMER e RATAMESS, 2004;
FLECK e KRAEMER, 1999). Brandenburg e Docherty (2002) relataram que o
treinamento excêntrico e concêntrico foram igualmente eficazes no aumento da força
nos flexores do cotovelo, mas afirmaram que o treinamento excêntrico pode ser mais
eficaz em outros grupos musculares.
As contrações com velocidade de execução lenta e cargas submáximas
produzem menor força que as contrações em velocidade moderada (ACSM, 2009;
KRAEMER e RATAMESS, 2004). Farthing e Chilibeck (2003) comparando diferentes
ações excêntricas e concêntricas em duas velocidades de diferentes protocolos de
treinamento de força com oito semanas, relataram que o treinamento de alta velocidade
excêntrica (180 graus/seg) causou aumento significativo (p ˂ 0,05) na hipertrofia
muscular do que os outros modelos, e que o treinamento de alta velocidade excêntrica é
o protocolo de treinamento mais eficaz para aumentar a força e hipertrofia muscular.

2.5.3 - Ordem dos Exercícios

Para alcançar maior ganho de força com um programa de treinamento, é


necessário, dentro do programa, dar atenção à ordem dos exercícios. Existem inúmeras
possibilidades de estruturas de treinamento. O modelo tradicionalmente mais utilizado
parte da realização de exercícios que trabalham no início da sessão os grandes grupos
musculares, para, posteriormente, trabalhar os pequenos grupos musculares. (ACSM,
2009; BAECHLE e EARLE, 2000; FLECK e KRAEMER, 1999).
Um modelo oposto discutido por Baechle e Earle (2000), assim como Fleck e
Kraemer (2006) propõe que os exercícios em grupos menores sejam realizados
primeiro, de forma intencional, para provocar fadiga nestes músculos. Teoricamente,
isso faria com que o grupos musculares grandes trabalhassem mais durante o exercício
dos grupos musculares, ainda que resultassem, por muitas vezes, em usar uma carga
menor. Os autores destacam ainda que este método da pré-exaustão carece de mais
99

investigações e não é recomendado ser aplicado em pessoas com pouca vivência com o
treinamento de força.
Fleck e Kraemer (2006) também descrevem um sistema conhecido como sistema
de prioridade, que determina que os exercícios que são mais importantes para o alcance
dos objetivos do programa de treinamento sejam praticados no início do treino.
Outra estrutura de treinamento descrita por Baechle e Earle (2000) é conhecida
como rotinas de divisão que trabalham os grandes e pequenos grupos musculares em
dias alternados, ou grupos musculares individuais em dias alternados. Nesta caso, ainda
é importante começar com exercícios multi-articulares.

2.5.4 - Volume de Treinamento

O volume do treinamento de força é tipicamente expresso na forma de séries,


repetições ou resistência (kg) (DESCHENES e KRAEMER, 2002). A manipulação do
volume de treinamento de força pode ser realizada alternando: a) o número de
exercícios realizados a cada sessão de treinamento; b) o número de séries realizadas a
cada exercício; c) o número de repetições realizadas por série; d) a resistência utilizada
(PRESTES, et al. 2010).
Mudanças no volume de treinamento influenciam nas respostas hormonais,
moleculares, neurais e metabólicas ao treinamento de força (WILLOUGHBY et al.,
1991; KRAEMER et al. 1990; HAKKINEN et al. 1987).
Estudos mostram que o volumes de treinamento de força com múltiplas séries
promovem melhores resultados quando comparados a programas de série única
(GALVAO e TAAFFE, 2004; WOLFE e COLE, 2004; RHEA et al.; 2002a;
KRAMER et al., 1997)
Kramer et al., (1997) relataram aumento de aproximadamente 50% na força no
teste de 1 RM para o exercício de agachamento a favor de um grupo de indivíduos que
praticavam um volume de treinamento de força com séries múltiplas, durante 14
semanas; em relação ao grupo que praticava, pelo mesmo período, um programa de
treinamento de força com um volume de série única.
Rhea et al. (2002a) com o objetivo de comparar programas de treinamento com
pesos utilizando série única e múltiplas séries, durante 12 semanas, em 17 homens
praticantes de musculação recreativa, relataram uma diferença significante (p=0,05) em
100

favor do grupo que praticava séries múltiplas no exercício leg press e diferenças
próximas da significância (p=0,07) no exercício de supino reto.
Em uma revisão de literatura realizada por Galvao e Taaffe (2004), com o
objetivo de apresentar uma visão geral dos estudos de treinamento de força que
comparam o volume de programas de séries única com programas de múltiplas séries;
apesar dos resultados dos estudos realizados antes de 1998 apresentarem resultados
inconsistentes entre os dois tipos de programas, as evidências sugerem que as séries
múltiplas promovem benefícios adicionais após o treinamento de força de curto e longo
prazo. Segundo estes mesmo autores, nos programas com séries múltiplas, o número de
séries é parte da equação de volume de exercício, e o volume de exercício é crucial para
produzir o impulso necessário para provocar adaptações fisiológicas específicas.
Wolfe e Cole (2004) realizaram uma meta-análise comparando na literatura
estudos que avaliaram programas de série única e múltiplas séries, aplicados em
indivíduos submetidas a seis ou mais semanas de treinamento de força. Dezesseis
estudos foram analisados, juntos somavam um total de 621 indivíduos avaliados. Os
resultados mostraram que os programas de séries múltiplas geram de forma significativa
maior aumento da força muscular.
Outras duas meta-análises, de Peterson, Rhea e Alavar (2004) e Rhea et al.
(2003a) objetivaram examinar as cargas de treinamento ideais para ganhos de força.
Cada um destes estudos defendem que as séries múltiplas são mais vantajosas para
ganhos de força, embora um estudo tenha examinado atletas de rendimento,
(PETERSON, RHEA e ALAVAR, 2004) e o outro, praticantes de musculação
recreativa (RHEA et al. 2003a). O primeiro artigo mostra que uma carga de 85% de
1RM, 2 dias por semana, com 8 séries de exercícios por grupo muscular parece ser a
"dose" ideal para atletas de rendimento (PETERSON, RHEA e ALAVAR, 2004);
enquanto o segundo artigo relata que 60% de 1RM, 3 dias por semana, com 4 séries por
grupo muscular com sendo o mais recomendado para praticantes de musculação
recreativo (RHEA et al. 2003a).
Apesar da maioria dos estudos terem relatado o programa com volume de
treinamento com série única não sendo tão eficaz quanto como os com séries múltiplas,
foi observado a obtensão de uma porcentagem de força muscular de forma mais rápida
nos testes iniciais com um programas de série única. Este fato pode ser explicado pela
rápida adaptações neural que este tipo de treinamento proporciona. Força, massa magra
e resistência muscular podem ser melhoradas através da utilização de volumes de
101

treinamento com séries únicas, mas se os objetivos do treinamento foram os ganhos de


força máxima ou hipertrofia, os programas com séries múltiplas são mais eficazes
(GALVAO e TAAFFE, 2004; WOLFE e COLE, 2004; RHEA et al.; 2002a;
KRAMER et al., 1997).

2.5.5 - Frequência, Intensidade e Descanso entre as Séries

Determinar a carga de treino ideal, sua duração, bem como a quantidade de


tempo de descanso entre as séries, é, muitas vezes, uma tarefa difícil para os
profissionais do treinamento de força. Estas variáveis, juntamente com a frequência de
treinamento, são os determinantes do sucesso de um programa. Uma inadequada
estruturação destas variáveis podem levar ao fracasso um programa de treinamento,
podendo levar a falta ou ao excesso de treinamento, causando a diminuição do
desempenho (ZATSIORSKY e KRAEMER, 2008).
A frequência é a variável de mais fácil determinação em um programa de
treinamento. A frequência de treinamento refere-se ao número de vezes que um
músculo, ou grupamento muscular, é exercitado na semana (ZATSIORSKY e
KRAEMER, 2008).
O estágio de treinamento do atleta é a mais importante consideração a ser vista
na atribuição das sessões de treinamento semanal (KRAEMER e RATAMESS, 2004;
BAECHLE e EARLE, 2000). O Colégio Americano de Medicina dos Esportes (ACSM,
2009) recomenda programas de treinamento de força de 2 a 3 dias por semana para
iniciantes, aumentando estes dias à medida que eleva seu nível de treinamento. As
recomendações ainda incluem que seja programado pelo menos um dia de descanso
para o grupamento muscular treinado, com não mais de três dias de descanso.
A intensidade pode ser definida como a quantidade de peso levantado ou a
resistência utilizada durante o exercício. A intensidade máxima a ser utilizada depende
muito de outras variáveis do programa, como o volume, a ordem dos exercícios
(SFORZO e TOUEY, 1996), a ação muscular (KOMI; KANEKO e AURA, 1987), o
tempo de intervalo entre as séries e os exercícios (GOTSHALK et al. , 1997). No
treinamento de força, é intrínseca a relação entre intensidade e volume, ou seja, com o
aumento da intensidade, diminui o número de repetições que podem ser realizadas
(PRESTES et al., 2010).
102

Na maioria das vezes, a intensidade é expressa pela porcentagem de 1 repetição


máxima (% de 1RM), determinada, geralmente, após um teste de 1RM. Entretanto, este
método de prescrição da intensidade apresenta limitações quando o programa de
treinamento é composto por vários exercícios, devido ao grande tempo despendido para
a realização de uma bateria de testes de 1RM.
Outras questões que inviabilizam a aplicação deste método estão relacionados a:
a) tempo de adaptação neuromuscular, que para indivíduos iniciantes e intermediários,
pode ser suficientemente rápida, desencorajando a realização de uma nova avaliação a
cada bimestre, ou até mesmo, a cada mês (PRESTES et al. 2010); b) concentração e
conhecimento prévio da técnica de execução, (WARE, et al.,1995); e, c) a execução de
esforços com cargas máximas pode acarretar elevado estresse muscular, ósseo e
ligamentar, desencadeando modificações metabólicas indesejáveis para este período do
treinamento (BRZYCKI, 1993).
Afim de minimizar estas questões, pesquisadores têm buscado desenvolver e/ou
validar equações preditivas para a estimativa dos valores de 1RM por meio de testes
submáximos, baseados na execução de múltiplas repetições (WHISENANT et at., 2003,
MAYHEW et al.,1999; CHAPMAN, WHITEHEAD e BINKERT, 1998; MORALES e
SOBONYA, 1996; ARNOLD, MAYHEW e LE SEUR, 1995; MAYHEW, WARE e
PRINSTER, 1993; BRZYCKI, 1993; LANDERS, 1985). Testes de repetições múltiplas
podem reproduzir relativamente as exigências das próprias sessões regulares de
treinamento, ao contrário do que se observa durante a aplicação de testes de 1-RM,
sendo muito mais aplicáveis a diferentes populações, em diversas situações. Vale
destacar que a recomendação para prescrição de programas de treinamento com pesos
publicada pelo ACSM (2009), para adultos saudáveis, enfatiza a utilização de repetições
múltiplas, sobretudo para o desenvolvimento da força, resistência de força, hipertrofia e
potência muscular.
Por esses motivos a prescrição da intensidade do treinamento de força vem
sendo realizada por meio de repetições máximas (RM). Esse método se baseia na
utilização da carga máxima para um determinado número de repetições, utilizando uma
zona de treinamento de acordo com a intensidade, para a determinação da carga exata
para certo número de repetições. Por exemplo, um indivíduo utiliza um peso de 50kg no
exercício supino máquina, pede-se que ele execute de 10 a 12RM (zona de
treinamento). Caso ele consiga executar mais de 12RM, realizando movimentos
completos e sem ajuda, adiciona-se de 2 a 10% do peso utilizado, porém, caso não
103

consiga chegar à zona de treinamento, ou seja, não for capaz de executar no mínimo
10RM, retira-se o mesmo valor de peso. O ajuste da intensidade será inversamente
proporcional à dificuldade relatada (PRESTES et al.,2010)
Para quantificar a intensidade de uma única sessão de treinamento, é necessário
saber o nível de condicionamento do praticante, e seus objetivos para a sessão de
treinamento. Por exemplo, um praticante de treinamento de força iniciante pode ganhar
força usando cargas de 45 a 50% de 1 RM, enquanto para um praticante de nível
avançado seria necessário elevar esta intensidade para adquirir ganhos na força. Quando
o nível de condicionamento melhora, cargas mais elevadas devem ser utilizadas para
aumentar a adaptação morfofuncionais (KRAEMER e RATAMESS, 2004). A ACSM
(2009), recomenda que iniciantes em treinamento de força a nível intermediário
comecem usando de 60-70% de 1RM para 8-12 repetições.
Kraemer e Hakkinen (2004) propõem que para atletas mais avançados, é
importante a realização de três tipos de treinamento de força distintos para incorporar
uma ampla gama de adaptações morfofuncionais ao organismo. Primeiro, uma sessão
que envolva treinamento de força elevada (80-100% de 1 RM) com um baixo número
de repetições (1-3 repetições) tem como objetivo melhorar o recrutamento das fibras
musculares. Segundo, deve trabalhar o treinamento de hipertrofia, que envolve cargas
de resistência de 60-80% de 1 RM, com 6 a 12 repetições por série, para o melhor
recrutamento das fibras musculares, importantes na manutenção massa muscular.
Terceiro, o treinamento de força envolve o treinamento de potência muscular. O
treinamento de potência muscular envolve baixas cargas de resistência (30-60%) com
velocidade máxima ou quase máxima de execução.
É consenso que a força muscular é melhor desenvolvida com longos períodos de
repouso que em curtos períodos. (ACSM, 2009; KRAEMER e RATAMESS, 2004;
TAN, 1999). Willardson e Burkett (2005) comparou o volume de conclusão nos
exercícios de agachamento e supino reto com intervalos de descanso de 1,2 e 5 minutos
em universitários do sexo masculino. O volume foi baseado no número total de
repetições que poderiam ser concluídos em 4 sets. No supino reto, diferenças
significativas foram encontradas entre todos os intervalos de descanso. No exercício de
agachamento, o intervalo de descanso de cinco minutos produziu significativamente
maior volume do que nas condições com 1 e 2 minutos. No entanto, um e dois minutos
não apresentaram diferença significantes.
104

Richmond e Godard (2004), compararam períodos de descanso de 1,3 e 5


minutos em homens universitários, submetidos a séries de 8 a 12 repetições em
diferentes exercícios de supino, durante 3 dias. Os resultados mostraram diferença
significativamente maior nos intervalos de 3 e 5 minutos de descanso em relação a um
intervalo de 1 minuto de descanso. No entanto, nenhuma diferença significativa foi
encontrada entre os descansos de 3 e 5 minutos. Assim, os autores concluem que três
minutos é um intervalo de descanso suficiente para séries de 8 a 12 repetições.

2.6 - Prescrição do Treinamento de Força para o Atleta Jovem

A prescrição do treinamento de força às pré-adolescentes e adolescentes atletas


deve ser aplicada de forma cuidadosa pela repetição crônica e pelo estresse imposto ao
sistema musculoesquelético dos indivíduos em questão, especialmente algumas
crianças com sinais de imaturidade no sistema musculoesquelético, já que essas não
serão tão hábeis para tolerar a mesma quantidade de exercícios que a maioria dos seus
colegas de treino consegue tolerar. Preferivelmente, o treinamento de força para pré-
adolescentes e adolescentes deve ser incorporado em um programa de condicionamento
periodizado que tenha rígido controle em volume e intensidade ao longo do ano.
(BENEDET et al., 2013; UGHINI, BECKER e PINTO, 2011).
Além disso, alguns fatores de risco como desequilíbrio muscular, rigidez
muscular e articular, e pouca condição física, deve ser identificados para que os
treinadores possam conhecer as necessidades específicas de cada criança. Em algumas
instâncias talvez, torna-se necessário para alguns jovens atletas reduzir seu
envolvimento desportivo, visando obter mais tempo para conseguir uma condição
preparatória adequada de tal modalidade em questão.
Almejando começar um treinamento de força, o pré-adolescente e o adolescente
devem estar mental e emocionalmente pronto para consentir com as instruções do
professor e se submeter ao estresse do programa de treinamento que deve levar em
conta o nível físico, emocional e maturacional do indivíduo. Os instrutores devem
reconhecer essas diferenças maturacionais e estarem cientes das predisposições
genéticas dos alunos. As crianças e adolescentes não devem ser consideradas como
adultos em miniatura, por isso os pressupostos e filosofias de treino dos mais velhos,
não devem ser impostos às jovens (BENEDET et al., 2013).
105

Para que o treinamento de força seja seguro e eficaz, algumas linhas de


orientação são, portanto, recomendadas para a sua aplicação em pré-adocescentes e
adolescentes (BENEDET et al., 2013; FAIGENBAUM, et al. 2009)
1. Adaptar o programa de treinamento ao nível de desenvolvimento psicológico
do participante: a aderência a programas de treinamento requer uma maturidade
emocional e a habilidade de seguir instruções. Essas características infelizmente não
são possuídas por todas os pré-adolecentes. Já em adolescentes, por sua vez, o interesse
no treinamento de força torna-se um pouco maior e a habilidade de tolerar programas
de treinamento já é considerável.

2. Instrução dirigida por profissionais qualificados: programas de treinamento


devem ser conduzidos por instrutores, professores e técnicos qualificados que não só
entendam os princípios básicos do treinamento de força, mas também compreendam a
singularidade da infância. Supervisão minuciosa, instrução adequada à idade, e um
ambiente seguro para os exercícios são requisitos fundamentais.

3. Elevação gradual da carga de treino: tem sido recomendado que pré-


adolescentes e adolescentes treinem de duas a três vezes por semana em dias não
consecutivos e realizem de 1 a 3 series de 6 a 15 repetições em uma variedade de
exercícios que foquem grandes grupos musculares. Todavia, no começo do programa
de treinamento, começar com séries únicas de 15 a 20 repetições por exercício, 2 vezes
por semana. Isso não só permitirá mudanças no desempenho muscular, mas irá prover
uma oportunidade dos participantes ganharem confiança em suas habilidades antes de
progredir para níveis mais elevados. Além disso, ganhos contínuos podem ser feitos
por aumentos graduais da carga, do número de repetições, ou pelo número de séries. Na
média, um aumento de 5 a 10 por cento na carga de treino é apropriado para a maioria
dos exercícios. Uma vez que o número desejado de repetições possa ser feito, a carga
pode ser aumentada de forma gradual, e as repetições podem ser diminuídas para
permitir ganhos contínuos. Isso não significa que toda a sessão de treino necessita ser
mais intensa que a sessão prévia; todavia a demanda sobre o indivíduo deveria ser
gradualmente aumentada ao longo do tempo.

4. Aderência aos princípios de treinamento: carga apropriada, progressão


gradual, e recuperação adequada entre as sessões de exercício são considerações
106

importantes. Muito frequentemente, o volume e a intensidade do treinamento de força


excedem as capacidades dos participantes e os períodos de descanso são muito curtos
para uma recuperação adequada. Esse método pode ser particularmente perigoso para
pré-adolecentes porque não só aumenta o risco de lesão, mas também enfraquece o
divertimento decorrente do programa de treinamento. Apesar de ser tentador seguir um
programa de treinamento das academias ou um treino descrito por profissionais de
saúde, cada participante deve ser tratado individualmente, em que a intensidade, o
volume e a progressão do treino devem ser cuidadosamente prescritos.

5. Técnicas apropriadas devem ser ensinadas e reforçadas: apesar de alguns


participantes quererem testar quanto de carga máxima conseguem levantar no primeiro
dia de programa, o seu interesse e entusiasmo no treinamento de força devem ser
direcionados ao desenvolvimento apropriado da forma e da técnica de exercício
(controlar o movimento e respiração adequada, por exemplo).

6. Enfatizar divertimento intrínseco: em programas de treinamento de força o


divertimento, a melhora das habilidades e o sucesso pessoal são fatores que devem
estar evidentes. O uso de registros personalizados em cada sessão pode auxiliar na
melhora de força de cada participante, e fazer com que acompanhem o
desenvolvimento.

7. Incorporar variedades no programa de treinamento: adicionar exercícios


novos, alterando o modo de treino, e variando o número de séries e repetições podem
ajudar a manter o programa “atraente” e desafiador.

8. Considerar múltiplos objetivos: os objetivos de um programa de treinamento


de força não devem se limitar apenas à melhora da força muscular. O treinamento deve
propor conhecimento sobre o corpo, promover procedimentos de treinamento seguro e
ser um estímulo para que o participante tenha uma atitude mais positiva sobre o
treinamento de força e a atividade física.
107

2.7 - A Organização da Periodização do Treinamento de Força

A periodização do treinamento pode ser definida como um sistemático,


sequencial e progressivo planejamento do treinamento de todas as qualidades motoras
para a obtenção do melhor desempenho do atleta. Sua eficácia depende de saber inter-
relacionar ao longo do período de treinamento todas as habilidades motoras para se
atingir o rendimento específico máximo (SEQUEIROS et al., 2005; GOMES,
ALMEIDA e ALMEIDA, 2000).
Segundo Bompa (2002), a periodização surgiu como uma forma de organizar as
estratégias relacionadas ao programa de treinamento, adequando as fases e suas
variáveis a serem adaptadas, com o objetivo de melhorar o desempenho.
Para Kraemer e Hakkinen (2004), a periodização é um conceito rígido, mas
poderá ser flexível em diferentes períodos, podendo ser utilizada em populações como
atletas, praticantes de atividade física dentre outros. Em atletas a periodização permite
que resultados sejam maximizados no desempenho em competições bem como permitir
o desenvolvimento do atleta durante anos de treinamento.
O programa de treinamento de força apresenta na sua periodização o controle de
intensidade, períodos ativos de descanso e volume. Essa combinação permite que os
resultados no desempenho sejam progressivos, reduzindo a probabilidade de
supertreinamento, proporcionando maiores ganhos na força e na potência muscular
(HERRICK e STONE, 1996).
O conceito de periodização do treinamento teve origem no final do século XIX e
início do século XX na Alemanha e na antiga União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS). Porém, foi a partir da década de 50, nos países do Leste Europeu,
que surgiram as primeiras pesquisas teóricas sobre a periodização (SEQUEIROS et al.,
2005).
A partir da década de 60, o cientista russo Leo Pavlovitch Matveev publicou
seus primeiros trabalhos sobre a periodização do treinamento de força. Inicialmente, a
periodização do treinamento de força foi desenvolvida para atender à atletas de
levantamento de peso, que buscavam atingir o pico de desempenho, uma ou duas vezes
por ano em competições. No entanto, a periodização agora se tornou parte dos
programas de treinamento de força, não tendo apenas o desempenho como objetivo, mas
também, a maximização dos ganhos de força e prevenção ao supertreinamento
108

(BAECHLE e EARLE, 2000; FLECK e KRAEMER, 2006; KRAEMER e


HAKKINEN, 2004).
A proposta de periodização de Matveev está intimamente ligada com o conceito
da síndrome geral da adaptação (SAG), desenvolvido pelo Dr. Hans Selye, na década de
30. Essa teoria, originalmente, não se relacionava especificamente com o treinamento de
força, mas sim, a uma teoria sobre como o organismo responde a todos os tipos de
agentes estressores (BAECHLE e EARLE, 2000; KRAEMER e HAKKINEN, 2004,
BROWN e GREENWOOD, 2005).
Selye (1974) define uma reação ao estresse como: "uma resposta não específica
do organismo a qualquer exigência". Além disso, ele afirma que: "todas as reações de
estresse são essencialmente defensivas", e que estas reações podem causar mais
problemas para o organismo que o próprio agente externo (SELYE, 1974).
Em respostas ao estímulo proveniente do treinamento de força, alterações são
promovidas no organismo, e são inicialmente bastante traumáticas para o corpo,
principalmente em pessoas iniciantes com esse tipo de treinamento, devendo ser
cuidadosamente monitoradas. Este aumento da sobrecarga imposta ao aparelho
locomotor induz ao dano muscular e à dor resultante, conhecida como dor muscular de
início tardio (DMIT). A DMIT é caracterizada como uma sensação de desconforto na
musculatura esquelética que ocorre algumas horas após o exercício físico, com
determinada sobrecarga a qual não se está acostumado realizar (FOSCHINI, PRESTES
e CHARRO, 2007). Assim, o conceito de sobrecarga progressiva começou a ser
adotado.
Segundo Zatsiorsky (1999) para induzir mudanças positivas no estado de um
indivíduo é necessário aplicar um exercício com sobrecarga. A adaptação do
treinamento somente ocorre se o nível de sobrecarga for maior que o nível habitual.
Consideramos duas formas para induzir a adaptação, uma é elevar a sobrecarga de
treinamento (intensidade, volume) a outra é mudar o exercício (método de treinamento).
A sobrecarga progressiva significa simplesmente que a estruturação do programa
de treinamento vai aumentar gradualmente conforme a intensidade, dando tempo
suficiente ao organismo para se adaptar aos estímulos mais intensos.
109

Sessão de
Treinamento Nível inicial
de preparação

Tempo

Choque Compensação Supercompensação

Adaptado de Zatsiorsky (1999), pag 153

FIGURA 3 - Fases de uma sessão de treinamento

Brown e Greenwood (2005) descrevem o conceito da SAG para o treinamento


de força, relacionando os três estágios da SAG com as três fases do treinamento,
proposto por Matveev. A primeira fase é chamada fase preparatória ou fase de
"choque". Nesta fase do treinamento, um novo estresse, ou maior intensidade de
estímulo é colocado sobre o organismo, levando a uma queda brusca de sua
homeostasia, que devido ao abalo de todo o sistema biológico do indivíduo, é forçado a
reagir. Neste ponto, o corpo provavelmente sentirá dor e terá menor desempenho. Este
período de adaptação é muitas vezes conhecido como overreaching (sintomas
transitórios relacionados a fadiga muscular que aparecem durante um treinamento
pesado). As adaptações morfofuncionais causadas no organismo durante esta primeira
fase do treinamento de força, levam a uma condição superior àquela observada antes do
estímulo, e é conhecida como supercompensação (BROWN e GREENWOOD, 2005).
Porém, antes de ocorrer a supercompensação, o corpo passa para uma fase de
recuperação ou compensação, que também está correlacionado a fase de preparação ao
treinamento. Durante a fase de compensação, o organismo se adapta ao estresse
exercido, superando os efeitos da fadiga causada pelo treinamento. A regeneração do
organismo, leva o indivíduo a um potencial aumentado de rendimento.
No entanto, se o regime de treinamento for muito exigente e não tiver períodos
de variação ou de descanso, o corpo entrará numa fase de exaustão e perderá a
capacidade de combater a fadiga proveniente do estresse, não conseguindo responder
mais aos estímulos, podendo chegar a falência total. Em termos gerais, a periodização é
110

a prescrição de variações de intensidade e volume que promovem ganhos de força


máxima, evitando o supertreinamento, por sempre se manter um passo à frente dos
mecanismos de adaptação do organismo (BAECHLE e EARLE, 2000; PRESTES et al.,
2010).

Adaptado de Beachele e Earle (2000), pag. 92

FIGURA 4 - Modelo de Periodização proposto por Matveev.

A criação dos programas de periodização foi acompanhada pela criação de


terminologias para descrever a disposição da periodização do treinamento. Matveev
(2001) foi o primeiro pesquisador a demonstrar que os melhores resultados são obtidos
pelo organização das cargas em forma de ciclos. O maior desses ciclos de tempo, que
varia de seis meses a 4 anos, dependendo da modalidade de exercício, do planejamento
e do nível da aptidão física dos atletas, é conhecido como macrociclo. O macrociclo
pode ser dividido em seções menores, conhecidos como mesociclos (vários meses) e
microciclos (algumas semanas) que são destinados aos objetivos de treino mais
específicos. Em outras palavras, o microciclo refere-se a um semana de treinamento, já
o mesociclo representa fases do treinamento, que juntas formam o macrociclo, o qual
retrata a estrutura do treinamento (PRESTES, et al., 2010; BAECHLE e EARLE, 2000;
KRAEMER e HAKKINEN, 2004).
111

O modelo inicial de periodização desenvolvido por Matveev, envolveu as três


fases principais do treinamento: preparação, transição e competição. Este modelo, como
mostra a figura 4, ilustra um modelo apropriado para iniciantes ou praticantes
inexperientes. Stone, O' Bryant e Garhmmer (1981), acrescentaram um outro ciclo,
chamando de "primeira transição", entre as fases de preparação e de competição,
criando o modelo tradicional de periodização (figura 4).
Cada uma destas fases tem uma adaptação muscular alvo específica. A fase
preparatória é projetada para desenvolver a hipertrofia e a força nos músculos que
permitem a máxima carga durante o período de treinamento. Durante esta fase, o
volume de treinamento é elevado, enquanto que a intensidade é mantida a um nível
baixo a moderado. É na fase preparatório que são desenvolvidas a base do
condicionamento, o treinamento de hipertrofia e o treinamento de força e potência
(quadro 5).

Período Preparação Transição Competição


Fase Hipertrofia / Força Força / Pico ou Manutenção Segunda
endurance Básica Potência transição
Variável (descanso ativo)
Baixo a Alta Alta Muito Alto Moderado
moderado
Intensidade 50-75% 1RM 80-90% 1RM 87-95% 1RM > 93% 1RM 80-95% 1RM
75-90% 1RM Atividade
Alto a Moderado Baixo Muito Baixo Moderado Recreativa
moderado (não envolve
Volume 3-6 séries 3-5 séries 3-5 séries 1-3 séries 2-3 séries treinamento de
10-20 4-8 2-5 1-3 6-8 resistência)
repetições repetições repetições repetições repetições
Adaptado de Beachele e Earle (2000)

QUADRO 5 - Modelo de Periodização de Treinamento de Força

Durante a fase de competição o objetivo é o pico ou manutenção, dependendo do


esporte e do número de competições por temporada.
A segunda fase de transição, proporciona um tempo de descanso e recuperação
para o atleta. Atividades leves, do tipo recreativas, são realizadas para manter um nível
112

de condicionamento geral, permitindo ao atleta recuperar-se de todo o período da


periodização do treinamento.
Este modelo tradicional é conhecido como periodização linear e envolve
progressivamente cada vez mais intensidade com consequente diminuição do volume
ao longo de vários microciclos.
Durante a fase de competição o objetivo é o pico ou manutenção, dependendo do
esporte e do número de competições por temporada.
A segunda fase de transição, proporciona um tempo de descanso e recuperação
para o atleta. Atividades leves, do tipo recreativas, são realizadas para manter um nível
de condicionamento geral, permitindo ao atleta recuperar-se de todo o período da
periodização do treinamento.
Este modelo tradicional é conhecido como periodização linear e envolve
progressivamente cada vez mais intensidade com consequente diminuição do volume
ao longo de vários microciclos.
É consenso que é necessário algum tipo de periodização no treinamento para que
ocorra ganho de força muscular (BOMPA, 2002; BAECHLE e EARLE, 2000; FLECK
e KRAEMER, 2006; KRAEMER e HAKKINEN, 2004, FLECK, 1999; KRAEMER, e
RATAMESS, 2004; LAGALLY et al. 2004; PETERSON, RHEA e ALAVAR, 2004;
PLISK e STONE, 2003; RHEA et al. 2002b; RICHMOND e GODARD, 2004; RHEA e
ALDERMAN, 2004; HARTMANN et al., 2009) embora alguns estudos aleguem que a
periodização não é melhor que um programa não periodizado (BAKER, WILSON e
CARLYON, 1994; HERRICK e STONE, 1996).
Vários estudos foram realizados com a intenção de comparar a eficiência de
diferentes modelos de periodização visando à obtenção dos melhores resultados nas
distintas manifestações da força (força máxima, potência e resistência de força)
(HARTMANN et al., 2009; HERRICK e STONE, 1996; RHEA et al., 2003b; WOLFE e
COLE, 2004; BROWN e GREENWOOD, 2005; PRESTES et al., 2009a).
Nesta revisão serão abordados dois métodos de periodização que são objetivo do
presente estudo: o modelo de periodização tradicional ou linear e o modelo de
periodização não-linear ou ondulatório.
113

2.7.1 – Modelo de Periodização Tradicional ou Linear

Dentre os modelos de periodização da força muscular que podem ser utilizados


estão a periodização linear, que consiste no aumento gradual da intensidade e
diminuição do volume, com mudanças ocorrendo dentro de ciclos com duração de uma
a quatro semanas aproximadamente (RHEA et al., 2003a; PRESTES et al., 2009a;
PRESTES et al., 2009b). A intensidade e o volume de treinamento são mantidos
constantes durante as fases do treinamento, somente havendo modificações de aumento
na intensidade e diminuição do volume ao final do ciclo proposto na periodização
(Figura 5).

15-20RM 10-12RM 80-85% 1RM


Volume

Intensidade
60-65% 1RM 70% 1RM 6-8RM

1ª a 6ª semana 7ª a 10ª semana 11ª a 14ª semana

Adaptado de Prestes et al. (2010), pag. 105

FIGURA 5 - Modelo de periodização com aumento da intensidade e diminuição


do número de repetições a cada ciclo de treinamento.

Em geral, o objetivo principal da periodização, e em particular da periodização


linear, é propiciar uma variedade de características do desempenho (potência, força ou
resistência muscular localizada) a uma elevada taxa de desenvolvimento,
proporcionando o máximo de desempenho no momento exato do pico de treinamento,
evitando qualquer estagnação, lesões e overtraining. Isto é alcançado através da
variação dos mesociclos dentro do período de preparação e competição (STONE,
O’BRYANT e GARHAMMER 1981; FLECK e KRAEMER, 2006).
A dinâmica de distribuição das cargas de treinamento neste tipo de periodização
é assim descrita: volume de formação inicial elevado com menor intensidade (fase de
hipertrofia), seguido por um aumento da intensidade com a diminuição simultânea de
114

volume (fases de potência e de força) convergindo para um pico de intensidade.


Considerando que cada fase de formação tem a duração de 2 a 6 semanas, o ciclo
completo de formação varia ao longo de aproximadamente 8 a 24 semanas (STONE,
O’BRYANT e GARHAMMER, 1981). A longo prazo, acredita-se que a periodização é
o fator decisivo para a elevação da potência e força máxima da musculatura e da área
de secção transversal do músculo.
Os primeiros estudos sobre a periodização no treinamento de força tiveram o
objetivo de comparar o modelo não-periodizado com o modelo de periodização linear,
tendo o objetivo principal, verificar se os modelos periodizados são superiores aos não-
periodizados em termos de resultados.
Stone, O`Bryant e Garhammer (1981) a partir de uma amostra de 90 homens
universitários treinados, verificou um aumento significativamente maior na força
máxima (1RM) , nos saltos verticais , na massa corporal magra, além de uma
diminuição no percentual de gordura dos indivíduos que realizaram o treinamento com
periodização linear, quando comparados com o não-periodizado, ambos em seis
semanas de treinamento.
Outros estudos (O’BRYANT, BYRD e STONE, 1988; MCGEE et al., 1992;
WILLOUGHBY, 1992; WILLOUGHBY, 1993) confrontaram o treinamento com
periodização linear com o não-periodizado, e encontraram ganhos significativamente
maiores de força, de desempenho motor, de massa corporal total , massa corporal magra
e diminuição do percentual de gordura corporal para os indivíduos que realizaram o
treinamento com periodização linear.
McGee et al. (1992), comparando 3 modelos de periodização: um modelo não-
periodizado de série única (uma série por exercício), um modelo não-periodizado com
séries múltiplas (mais de uma série por exercício) e um modelo com periodização linear
(também de séries múltiplas), em relação ao desenvolvimento da resistência de força,
constataram que, apesar de não haver encontrado diferença significante na força entre os
grupos com periodização linear e não-periodizado com de séries múltiplas, estes foram
superiores aos obtidos pelo grupo não-periodizado com de séries simples, o que os
levou a concluir que o modelo de treinamento para o desenvolvimento da resistência de
força é volume-dependente, ou seja, séries múltiplas seriam superiores às simples. Além
disso, parece que a simples manipulação de volume exerceu grande influência sobre a
melhora observada, visto que, apesar de o grupo com periodização linear ter realizado
um menor volume de séries múltiplas que o de série única, ambos obtiveram resultados
115

similares. Foi observado que na fase inicial (duas primeiras semanas) de treinamento do
grupo com periodização linear gerou adaptações suficientes na resistência de força, e
que talvez estas tenham sido mantidas pelo aumento da intensidade nas semanas
seguintes.
Kraemer et al . (2000), analisaram em vinte e quatro tenistas do sexo feminino, o
efeito do volume de treinamento de força sobre o desenvolvimento das habilidades no
desempenho competitivo. Para isso, as atletas foram divididas em três diferentes grupos:
um grupo controle, que não realizava treinamento de força, um grupo que realizava
treinamento com periodização linear com múltiplas séries, e um treinamento não-
periodizado com série única. A amostra foi avaliada em um pré-teste com 4, 6 e 9 meses
de treinamento. As variáveis examinadas foram: composição corporal , potência
anaeróbica, avaliação da força máxima (1RM) e máxima velocidade de saque.
Durante todo o protocolo de testes não foram observadas mudanças
significativas na massa corporal em nenhum dos grupos. No entanto, foram observados
aumentos significantes na massa muscular livre de gordura, e diminuição do percentual
de gordura no grupo com treinamento periodizado após 4, 6 e 9 meses de treinamento.
Um aumento significante na potência foi observado somente no grupo com treinamento
periodizado de forma linear após 9 meses de treinamento (KRAEMER et al ., 2000).
O desempenho de força foi medido no teste de 1 RM nos exercícios supino reto,
abdução de ombros livre e no leg press. Foram observados aumentos significantes após
4,6 e 9 meses de treinamento para o grupo de treinamento periodizado de forma linear,
enquanto para o grupo de treinamento em forma de séries simples não-periodizado
foram observados aumentos significativos somente após o 4º mês de treinamento. Na
velocidade do saque foram observados melhoras significativas para o grupo de
treinamento periodizado após 4 e 9 meses de treinamento, enquanto não foram
observadas mudanças significativas para o grupo de treinamento em circuito simples.
Os resultados demonstraram a superioridade do treinamento com periodização linear
direcionado para o esporte com alto volume de treinamento quando comparado ao
treinamento com baixo volume, e séries simples não-periodizados, quando o objetivo é
melhorar o desempenho atlético competitivo (KRAEMER et al . , 2000).
Em outro estudo, Kraemer et al. (2003), compararam o treinamento com
periodização linear com o não-periodizado. A amostra foi composta por mulheres
treinadas em tênis. Avaliações para a composição corporal, potência anaeróbica,
VO2max, velocidade, agilidade, força máxima, a altura do salto, velocidade do saque de
116

tênis, e concentrações séricas hormonais foram realizadas antes e após 4, 6 e 9 meses de


treinamento de força realizado 2-3 vezes por semana.
Após os treinamentos, Kraemer et al. (2003), verificaram um aumento
significante na massa magra e uma diminuição significativa do percentual de gordura
sem diferença entre os grupos com treinamento de periodização linear e o não
periodizado. O pico de potência foi significativamente maior no grupo com
periodização linear em relação ao grupo não-periodizado após 4 e 6 meses de
treinamento, porém, com 9 meses os valores de potência foram semelhantes entre os
dois grupos. O VO2máx. diminuiu significativamente após 9 meses de treinamento linear
e não-periodizado. No entanto, não foram encontradas diferenças no VO 2máx entre os
grupos em nenhum momento. A velocidade medida através de sprints e o teste de
agilidade não se alteraram após os treinamentos em ambos os grupos em qualquer ponto
do tempo. A altura do salto vertical com contra movimento aumentou
significativamente durante os dois treinamentos, mas o aumento percentual da altura do
salto depois de 9 meses foi significativamente maior após o treinamento com
periodização linear. A força máxima aumentou significativamente em ambos os grupos,
sem diferença significante entre os mesmos. As concentrações de IGF-1, testosterona e
cortisol tiveram um aumento significante em ambos os grupos, inclusive no grupo
controle, sugerindo que parte do aumento se deve à prática do tênis. As concentrações
foram significativamente maiores no grupo com periodização linear que ambos os
grupos não-periodizado e controle, após 4 e 9 meses de treinamento, mas não depois de
6 meses (apenas maior que o grupo controle). Por último, as velocidades do saque,
backhand e forehand aumentaram significativamente nos grupos “periodizado” e “não-
periodizado” , porém os aumentos percentuais no saque, backhand e forehand foram, ao
final de 9 meses de treinamento, significativamente maiores no treinamento com
periodizado linear .
Marx et al. (2001) compararam as adaptações em um treinamento de força com
baixo volume (série única), não-periodizado, e um treinamento de força com alto
volume (múltiplas séries), com periodização linear, no desempenho muscular de
mulheres destreinadas, além de analisar as alterações hormonais causadas pelos
treinamentos. Os treinamentos tiveram duração de 24 semanas e analisaram 50
mulheres. No protocolo de testes foram analisados desempenho de força muscular
(1RM e número máximo de repetições a 80% de 1RM), potência anaeróbica em ciclo
ergômetro, salto com contra movimento e um sprint de 40 jardas. Além disso, ainda
117

foram medidas as concentrações de hormônio do crescimento, testosterona, cortisol e


IGF-1 (MARX, 2001).
Não houve diferença significante na massa corporal para os grupos durante o
período de treinamento de 6 meses. Uma redução significativa no percentual de gordura
corporal foi observado com 12 semanas para ambos os grupos com treinamento. No
entanto, somente o grupo com treinamento de periodização linear apresentou maior
redução da gordura corporal ao final de 24 semanas. Tanto o grupo com treinamento
linear quanto o grupo com treinamento não-periodizado apresentaram aumento
significativos no teste de 1 RM após 12 semanas de treinamento, porém, somente o
grupo de treinamento com periodização linear aumentou significativamente o 1RM na
segunda metade do treinamento. O número de repetições executadas com 80% de 1RM
para o supino aumentou significativamente em 12 semanas, apenas no grupo com
treinamento linear. No teste de potência anaeróbica aumentou apenas para o grupo com
treinamento linear . Já no teste de salto verticais, houve aumento significante em ambos
os grupos, porém após a segunda metade do treinamento somente o grupo com
treinamento linear obteve melhoras significativas. Apenas o grupo com treinamento
linear melhorou significativamente o tempo do sprint de 40 jardas ao final dos 24
meses. Quanto à concentração hormonal , ambos os grupos com treinamento tiveram
aumento nos níveis de testosterona com 12 semanas de treinamento, porém, somente o
grupo com treinamento periodizado continuou aumentando a concentração na segunda
metade do estudo. As concentrações de cortisol diminuíram significativamente com 12
e 24 semanas no grupo com treinamento periodizado. Não foram observadas diferenças
significantes no grupo de treinamento com baixo volume e série única. Não houve
diferença significante nos níveis de GH em ambos os grupos (MARX, 2001).
Prestes et al. (2006) associado um treinamento aeróbio com o treinamento de
força com periodização linear, num período de 16 semanas, promoveu redução
significativa no porcentual de gordura, e nas circunferências do abdome e da cintura em
uma pesquisa realizada com 40 indivíduos sedentários, sendo 20 homens e 20 mulheres,
com idade de 35-55 anos. Os autores concluem que o treinamento com periodização
linear associado a exercícios aeróbios e com pesos, constitui um importante instrumento
para a melhora da composição corporal de indivíduos com sobrepeso, podendo melhorar
a saúde e qualidade de vida (PRESTES, et al. 2006).
Em outro estudo Prestes et al. (2009a) avaliaram o efeito de um programa de
treinamento de força de 12 semanas, com diferentes modelos de periodização sobre a
118

composição corporal e níveis de força em mulheres entre 20 e 35 anos de idade. Foram


divididos dois grupos: de periodização linear (n=10) e periodização linear reversa
(n=10). A intensidade foi aumentada semanalmente; o grupo com periodização linear
começou com 12-14 RM atingindo cargas de 4-6RM, enquanto o grupo com
periodização linear reversa começou com 4-6RM e terminou com 12-14RM. Em todos
os exercícios, três conjuntos foram realizados, número de repetições e descanso entre as
séries e os exercícios estavam de acordo com a intensidade prescrita semanalmente. As
avaliações foram realizadas a linha de base (A1), após 4 semanas de formação (A2),
após 8 semanas (A3), após 12 semanas (A4), e depois de 1 semana de destreinamento
(A5). Foram avaliadas a massa de gordura e massa livre de gordura, força máxima
(supino, puxada para baixo, rosca direta e extensão da perna). Houve um aumento da
massa livre de gordura e de uma diminuição na massa de gordura em comparação com
A4 e A1 apenas para o grupo com periodização linear . Tanto o grupo linear e grupo
linear reversa apresentou ganhos significantes nos níveis de força máxima em todos os
exercícios analisados. No entanto, com a periodização linear, os aumentos foram
maiores quando comparados com o grupo com periodização linear reversa. Em termos
práticos, a periodização linear é mais eficaz para a resistência e a hipertrofia em
comparação com periodização linear reversa.
Kerksick et al. (2009) compararam a composição corporal e a força muscular de
membros inferiores e superiores em um grupos de homens em idade universitária (18-
22 anos; n = 24) e de meia-idade (35-50 anos; n = 25) durante 8 semanas, que foram
submetidos a um programa de treinamento de força com periodização linear. Durante as
semanas de 1-4 os indivíduos completaram de 3-6 seis séries de exercícios a uma
intensidade de 10RM; em seguida a carga foi aumentada para 8 RM durante as semanas
5-8. Os resultados pré e pós intervenção mostraram programa de treinamento de força
com periodização linear, provocou aumento significante na força muscular no teste de
1RM no supino e leg press, e na massa magra em ambos os grupos ao longo do tempo.
Além disso, os homens de meia-idade perderam significativamente mais massa gorda e
diminuiu significativamente % de gordura corporal, em comparação com os homens em
idade universitária.
Mann et al. (2010) examinaram durante 6 semanas, 23 jogadores de futebol
americano colegiais da 1ª divisão (2,65 ± 0,8 anos de treinamento) divididos em dois
grupos, com o objetivo de comparar os efeitos de um programa de treinamento pelo
método da autorregularão progressiva do exercício de força (AREF, n=12), no qual o
119

atleta aumenta a progressão da carga no seu próprio ritmo, com base em variações
diárias e semanais do desempenho, ao contrário da periodização tradicional linear (PL,
n=11), onde o aumento na intensidade do exercício é realizado de semana para semana.
Análise de variância (ANOVA) e análise de covariância (ANCOVA), foram usadas para
determinar as diferenças entre grupos. Os grupos submetidos aos exercícios de força
progressiva autoreguladora demonstraram diferença significante no teste de 1RM no
supino (AREF, 93,4 ± 103N vs PL: -0,40 ± 49,6N; ANCOVA: F = 7,1; p = 0,02), na
estimativa de 1RM no agachamento (AREF: 192,7 ±199N vs PL: 37,2 ±155N; ANOVA
: F = 4,1 , p = 0,05) e pelo teste de maior número de repetições realizado com um peso
de 225 libras (AREF: 3,17 ± 2,86 vs PL: -0,09 ± 2,40 repetições; ANCOVA : F = 6,8 , p
= 0,02 ) em comparação com o grupo de PL.
González-Rave, Arija e Clemente-Suarez (2011) avaliaram os efeitos de 24
semanas de treinamento de força com periodização linear no desempenho do salto e na
composição corporal em 10 jogadoras de voleibol feminino da 1ª divisão da liga
espanhola ( 27,41 ± 4,94 anos; 72,2 ± 8,5 kg; 179,7 ± 6,4 centímetros). A progressão do
treinamento foi assim periodozada: condicionamento geral (semanas 1-4) , a hipertrofia
muscular (semanas 5-8), força máxima e potência muscular (semanas 9-16), e
treinamento de força específico (semanas 17-24). A composição corporal foi medida por
meio de análise de bioimpedância elétrica e capacidade neuromuscular foi estimada
pelo salto agachamento e salto contramovimento. Foi observado aumento da massa
muscular em (4,5 %), massa livre de gordura (4,38 %), diminuição da porcentagem de
gordura (13,90%) e no desempenho neuromusculares (20,89%).

2.7.2 – Modelo de Periodização Ondulatório ou Não-linear

Uma alternativa de mudança em relação a periodização do treinamento de força


no modelo tradicional linear, desenvolvida por Poliquin (1988), é conhecida como
periodização ondulatória ou não-linear. A periodização ondulatória ou não-linear
propicia variações mais frequentes em volume e intensidade em uma base diária ou
semanal, ou seja, a variação dos componentes do treinamento é mais frequente sendo
efetuada em períodos mais curtos, permitindo ao sistema neuromuscular períodos mais
frequentes de recuperação. As fases são muito mais curtas, proporcionando mudanças
mais frequentes nos estímulos, que podem ser altamente favoráveis ao ganho de força
120

(POLIQUIN, 1988; RHEA et al., 2003b; KRAEMER et al., 2003; FLECK, 1999;
MARX, 2001; KRAEMER et al., 2000, KRAEMER E FLECK, 2007) (Figura 6).

Durante a periodização ondulatória ocorre uma constante oscilação entre volume


e intensidade do treino de força, podendo acontecer entre 1 e 2 semanas (RHEA et al.,
2003b) ou até alterar a carga de treino (o volume e a intensidade) de um dia para o outro
(HOFFMAN et al., 2009), dependendo do objetivo do treinamento. A não linearidade
entre volume e intensidade permite que a intensidade seja mais alta e os ganhos na força
sejam mais significativos (p≤0,05) (RHEA et al.,2002b). Isso ocorre porque a oscilação
da carga permite uma recuperação ativa do atleta.

90
85
80 80 80 80
Porcentagem de 1 RM

75
70
65 65 65 65
60
55
50 50 50 50
45
40
Progressão Semanal

Adaptado de Prestes et al. (2010), pag. 106

FIGURA 6 – Modelo de periodização ondulatória diária. Variação do volume e


da intensidade durante a semana de treinamento.

No treinamento de força com periodização não-linear o atleta trabalha mais de


uma capacidade motora (KRAEMER et al., 2003). Os benefícios na força são
observados num período de 3 e 6 meses de prática nesse modelo (FLECK e FIGUEIRA
JUNIOR, 2003). Como num espaço curto de tempo essa periodização gera um aumento
constante na força, pode-se considerar que o esportista atinge vários picos de força e em
outras capacidades motoras ao longo da temporada.
121

As fases da periodização não-linear são compostas pela fase de hipertrofia, pela


fase de força máxima, pela fase de força rápida, pela fase de pico e fase de descanso
ativo (mesma função do período de transição) (BACURAU et al. 2001). O mais usual é
a aplicação da fase de força máxima e da fase de força rápida no treinamento, visando à
fase de pico na competição ou no momento mais importante da temporada. Também é
comum acontecer no mínimo uma ou duas vezes a fase de descanso ativo.
Poucos estudos examinaram diretamente a eficácia entre os programas de
treinamento com periodização linear e ondulatória.
Kraemer et al. (2000) compararam a eficácia de um programa de periodização
ondulatória com um protocolo de treinamento em circuito com série única, durante um
período de nove meses em tenistas colegiais. O estudo avaliou diversas variáveis de
desempenho, incluindo a força muscular, e descobriu que o grupo com periodização
ondulatória demonstrou aumentos significativos no teste de 1RM no supino, elevação
lateral do ombro, leg press no 4°, 6° e 9° mês de treinamento. O grupo com série única
só aumentou significativamente a força no 4° mês de treinamento. Apesar dos
resultados positivos encontrados com a periodização ondulatório, o estudo não
comparou um programa de periodização ondulatório com um programa de periodização
linear. Os autores concluem que os resultados encontrados no grupo submetido ao
programa com periodização ondulatório, podem ser devidos a superioridade de um
programa periodizado em relação a um programa com série única.
Baker, Wilson e Carlyon (1994) não encontraram diferença significante na força
muscular nos teste de 1RM nos exercícios de agachamento, supino reto e salto vertical,
em 22 atletas do sexo masculino, submetidos a um programa de 12 semanas de
treinamento de força muscular, divididos em 3 grupos: controle sem periodização (n=9),
com periodização linear (n=8) e com periodização ondulatória (n=9). Este estudo
alterou o volume e intensidade a cada 2 semanas no grupo da periodização ondulatória,
e a cada 3 e 4 semanas no grupo linear. As alterações nas variáveis do treinamento não
mostraram diferenças significantes na melhoria da força muscular quando o volume de
treinamento e intensidade relativa eram equiparados. Apesar de não ter sido encontrado
diferença significante entre os grupos, o modelo de periodização ondulatória apresentou
maiores ganhos percentuais significativos em força do que nos outros programas.
A pesquisa de Rhea et al. (2002a) teve o objetivo de comparar séries simples e
múltiplas de treinamento com pesos para ganhos de força em dezesseis homens (idade
= 21 ± 2,0 anos) aleatoriamente designados, divididos em dois grupos: série única (S-1,
122

n = 8) e com 3 séries (S-3, n = 8), que treinaram 3 dias por semana durante 12 semanas.
Os sujeitos da amostra foram treinados de acordo com a periodização ondulatória diária,
envolvendo exercícios de supino e leg press entre 4RM e 8RM. A intensidade do
treinamento foi igualado em ambos os grupos. A análise de variância com medidas
repetidas revelou diferença estatisticamente significante, favorecendo S-3 no leg press
(p <0,05, e efect size [ES] = 6,5). As diferenças entre os grupos S-1 e S-3, no exercício
supino, ficaram muito próximas de serem considerada significantes (p = 0,07, ES =
2.3). Os resultados demonstram que para os indivíduos usando treinamento com
periodização ondulatória diária, com três séries de treinamento são mais eficientes
quando comparados a uma um modelo com uma série, para induzir ganhos de força
máxima.
Em outra pesquisa, Rhea et al. (2002b) compararam os ganhos de força em vinte
homens com idade de 21 ± 2.3 anos, com experiência em treinamento de força,
selecionados de forma aleatória, submetidos a periodização linear (PL, n=10) e
periodização ondulada diária (POD, n=10). O grupo PL seguia a forma tradicional de
periodização com a diminuição do volume e aumento na intensidade, realizando séries
de 8 RM durante as semanas de 1 a 4; 6 RM durante semanas 4 a 8, e 4 RM durante
semanas 9a 12. O grupo POD seguiu um programa de treinamento com pesos,
alternando o treinamento de um dia para o outro (segunda-feira, 8 RM; quarta-feira, 6
RM; sexta-feira, 4 RM). A análise de variância com medidas repetidas revelou diferença
estatisticamente significante em favor do grupo POD entre T1 para T2 e T1 a T3. Os
autores concluíram que fazer alterações de programa em uma base diária foi mais eficaz
para provocar ganhos de força do que fazê-lo a cada 4 semanas.
Rhea et al. (2003a) verificaram o efeito da força muscular, comparando
diferentes periodizações: linear (PL), linear reversa (PLR) e ondulatória diária (POD)
em um programa de treinamento visando o aprimoramento da resistência muscular.
Sessenta indivíduos iniciantes em treinamento de força (30 homens , 30 mulheres)
foram aleatoriamente selecionados. O grupo PL realizou séries de 25RM, 20RM,
15RM, mudando a cada 5 semanas. O grupo PLR progrediu na ordem inversa (15RM,
20RM, 25RM) , mudando a cada 5 semanas. O grupo POD ajustou as variáveis do
treinamento a cada sessão de exercício (25RM, 20RM, 15RM, repetindo por 15
semanas). Volume e intensidade foram equiparados para cada programa de
treinamento.Os resultados evidenciaram que todos os grupos apresentaram aumentos
significantes na resistência muscular, com aumento médio de 55,9% na periodização
123

linear, 54,5%, na periodização ondulatória e 72,8% na periodização linear reversa, em


indivíduos treinados em programas de treinamento de força. Os autores concluíram que
aumentos graduais de volume e diminuição gradual da intensidade foi o programa mais
eficaz para aumentar a resistência muscular.
Buford et al. (2007) compararam três modelos de periodização, durante um
programa de treinamento de 9 semanas com o volume e a intensidade equacionado para
a força. Foram comparados os modelos de periodização linear, periodização ondulada
diária, e periodização ondulada semanal. O programa de treinamento para cada grupo
foi de 9 semanas, com uma frequência de três vezes por semana. Os atletas foram
testados em 4 semanas para ajustar o seu 1 RM . Cinco semanas mais tarde , eles foram
testados novamente para comparar os resultados . Embora todos os três grupos
melhorarem a força, não foram encontradas diferenças significantes entre os grupos.
Kok, Hamer e Bishop (2009) compararam as alterações na força em mulheres
não treinadas, submetidas a dois programas de treinamento força muscular: um com
periodização linear (PL), e outro com periodização ondulatória (PO), combinado a
carga de trabalho total e a intensidade média até o final do programa de
treinamento.Vinte mulheres foram treinadas (3 semanas) e avaliadas no teste de 1RM
no agachamento (1RMG) e supino (1RMS) antes de ser designado para o grupo PL ou
PO (9 semanas), com treinamento realizado em 3 dias por semana. Força máxima,
potência média durante os saltos de agachamento com contra-movimento (SACM) e
arranque no supino (AS) , massa corporal, circunferência dos membros superiores e
inferiores, e área transversal do músculo (ATM) foram avaliados no início (T1) e a cada
3 semanas (T2, T3 e T4), para diferenciar a eficácia de PL e PO. Ambos os grupos
melhoraram significativamente em 1RMG (PL = 34,8% , PO = 41,2% ) , 1RMS (PL =
21,8% , PO = 28,3 %) , na potência média do SACM (PL = 10,4% , PO = 9,5 %) e AS
(PL = 11,1% , PO = 13,8%); no circunferência do braço (PL = 1,14% , PO = 1,73 %) e
da coxa (LP = 1,58% , PO = 1,99% ), mas, sem diferença significante entre eles. ATM
para o grupo PL aumentou significativamente em T2 antes de manter respostas
hipertróficas semelhantes até T4, enquanto que o grupo PO obteve aumentos
significativos de T1 para T2 e T2 para T3, antes de se estabilizar entre T3 e T4.
Aumento na ATM foi maior do que o encontrado anteriormente (6,8 % , em T2 , 11,3 %
de T3, e 11,8 % em T4). A comparação do treinamento com sobrecarga de volume e
intensidade entre a PL e PO sugere que os dois programas foram igualmente hábeis na
melhoria de diferentes qualidades de força em mulheres ativas, mas não treinadas.
124

Hartmann et al. (2009), comparou os efeitos de dois diferentes modelos de


periodização de força e potência sob condições dinâmicas e estáticas no supino, em
homens treinados em musculação. A amostra foi dividida em três grupos (controle,
treinamento periodizado de força e potência, e treinamento ondulatório com variação
diária) . Foram avaliados a máxima velocidade de movimento (Vmáx) e o teste de 1RM,
além da contração voluntária máxima (CVM) e a taxa de desenvolvimento da força
(MRFD) , em isometria, todos no exercício supino . A medição do peso corporal não
apresentou diferenças estatisticamente significativas do início para o pós-treinamento
nos 3 grupos. Tanto o treinamento periodizado de força e potência quanto o treinamento
ondulatório com variação diária, tiveram aumento significante na performance no teste
de 1RM no supino, sem diferença estatística significante entre os grupos. Ambos os
grupos experimentais mostraram uma diferença significante quando comparados com o
grupo controle, que não obteve nenhuma mudança significante. Em relação à CVM e
MRFD, nenhum grupo apresentou diferença significante após o período de treinamento.
Já a máxima velocidade de movimento, aumentou significativamente em ambos os
grupos experimentais, sem diferença significante entre eles, mas com diferença
significante quando comparados com o grupo controle, que não sofreu nenhuma
alteração (HARTMANN et al.,2009).
Prestes et al. (2009b) compararam o efeito do treinamento periodizado
linearmente e o ondulatório na força máxima, e a composição corporal em indivíduos
adultos. Não foi encontrada diferença significante na composição corporal nos dois
grupos. Em relação à força máxima, os resultados obtidos apresentaram maior ganho no
grupo submetido ao treinamento ondulatório, embora diferença significante não tenham
sido encontradas entre os grupos. Contudo, o aumento da força muscular e as alterações
ao término do microciclo de uma semana na base diária foram mais eficazes do que se
esperava.
Monteiro et al. (2009) compararam os ganhos de força após 12 semanas de
treinamento de força utilizando rotinas com modelos não-periodizado (NP),
periodização linear (PL), e periodização não-linear (PNL). Vinte e sete homens
experientes em treinamento de força foram recrutados e aleatoriamente designados para
um dos três grupos: NP , PL e PNL. Ganhos de força nos exercícios leg press e supino
foram avaliadas. Não houve diferenças entre os grupos de formação em pré-testes de
exercício ( p> 0,05). O grupo PNL foi o único grupo a aumentar significativamente a
força máxima no supino durante todo o período de treinamento de 12 semanas. Neste
125

grupo, a força na parte superior do corpo aumentou significativamente a partir de pré-


treinamento para a 4ª semana ( p <0,0001), da 4ª para a 8ª semana ( p = 0,004) , e da 8ª
semanas para o pós-treinamento (p < 0,02). O grupo PNL também exibiu um aumento
em 1RM no leg press (pré- treinamento para 4ª semana, 4ª-8ª semanas , e 8ª semana
pós- treinamento , p <0,0001). O grupo PL demonstrou aumento na força depois da 8ª
semana de treinamento (p < 0,02). Não houve novos aumentos de força a partir da 8ª
semana para o teste pós-treinamento . O grupo NP não mostrou aumento na força após o
período de treinamento de 12 semanas. Não foi observada diferença significante nos
perfis antropométricos entre os modelos avaliados. Os dados sugerem que a PNL foi
mais eficaz em aumentar força tanto na parte superior e inferior do corpo, para
indivíduos treinados.
Hoffman et al. (2009) avaliaram cinquenta e um jogadores de futebol americano,
divididos em três grupos que diferiam apenas na manipulação da intensidade e volume
de treinamento durante 15 semanas de programa de treinamento de força. O grupo 1
participou de um programa de treinamento não-periodizado (NP), o grupo 2 participou
de um programa de treinamento tradicional com periodização linear (PL), e o grupo 3
participou de uma programa de treinamento com periodização não-linear (PNL). Teste
de força e a potência musculares foram realizadas antes do treino (PRE), num período
intermediário após 7 semanas de treinamento (INT), e no final do programa de
treinamento (POS). Aumentos significantes no teste de 1RM no agachamento, supino, e
salto vertical foram observados a partir de PRE para INT para todos os grupos. Esses
aumentos foram ainda significativamente maiores do PRE para o POST em todos os
grupos, no entanto, estas mesmas mudanças não foram vistas do MID para o POS em
todos os grupos. Os resultados não fornecem uma indicação clara quanto ao programa
de treinamento mais eficaz para a melhora da força em jogadores de futebol já
treinados. Estes dados indicam que períodos mais longos de treinamento são necessários
após um período de recuperação ativa de longo prazo, e que a recuperação ativa pode ter
de ser encurtada drasticamente para melhor otimizar a força e a potência em jogadores
de futebol previamente treinados.
McGuigan et al. (2009) investigaram o efeito de um programa de treinamento de
força com periodização ondulatória durante de 8 semanas em quarenta e oito crianças
que estavam com sobrepeso ou obesos. (n = 26 meninas e 22 meninos , com idade de
9,7 anos). Medidas antropométricas da composição corporal, força e potência muscular
foram avaliadas antes e após a intervenção de treinamento. Houve uma redução
126

significativa na percentagem de gordura corporal absoluta de 2,6% (p=0,003), e um


aumento significativo da massa corporal magra de 5,3% (p=0,07) . Não houve mudança
significante na altura, peso, índice de massa corporal, massa gorda total. Houveram
aumentos significativos no teste de 1RM no agachamento (74%), no número de flexões
(85%), na altura do salto contramovimento (8%) e na altura do salto estático (4%). Estes
resultados demonstram que o programa de treinamento de força muscular
implementado, produz mudanças significantes na composição corporal e nas medidas de
força. O programa de periodização ondulatória proporcionou aumento
significativamente a massa corporal magra, diminuição na porcentagem de gordura
corporal e aumenta a força e potência muscular em crianças que estão com sobrepeso e
obesos.
Foschini et al. (2010) compararam os efeitos de dois modelos de periodização
sobre os fatores de risco da síndrome metabólica em adolescentes obesos, e verificaram
se a enzima genótipo conversora de angiotensina (ACE) é importante para estabelecer
esses efeitos. Um total de 32 adolescentes pós-puberes obesos foram submetidos a
treinamento aeróbio (TA) e treinamento de força (TF) durante 14 semanas. Os
indivíduos foram divididos em periodização linear (PL, n = 16) e periodização
ondulatória diária (POD, n = 16). A composição corporal, gordura visceral e
subcutânea, glicemia, insulinemia, modelo de avaliação da homeostase da resistência à
insulina (HOMA-IR), perfil lipídico, pressão arterial, o consumo máximo de oxigênio,
taxa metabólica de repouso (RMR), resistência muscular foram analisadas no início do
estudo e após a intervenção. Ambos os grupos demonstraram uma redução significante
da massa corporal, IMC, gordura corporal, gordura visceral, subcutânea total,
lipoproteína de baixa densidade e pressão arterial; e um aumento significante na massa
livre de gordura, VO2max e resistência muscular. No entanto, apenas POD promoveu
uma redução nas concentrações de insulina e HOMA-IR. É importante ressaltar que não
houve diferença significante entre os grupos PL e POD, no entanto, parece haver
mudanças maiores no grupo POD que no grupo PL em alguns dos fatores de risco da
síndrome metabólica em adolescentes obesos em relação ao efect size (ES). Ambos os
modelos de periodização apresentaram um grande efeito sobre a resistência muscular.
Apesar da limitação na dimensão da amostra, os resultados sugerem que o genótipo
ACE pode influenciar as características funcionais e metabólicas de adolescentes obesos
e podem ser considerados em futuras estratégias para o controle da obesidade em
adolescentes.
127

Vanni et al. (2010) avaliaram os efeitos de um treinamento de força de 28


semanas com periodização linear (PL, n=14) comparado com um modelo com
periodização ondulatória (PO, n=13) na densidade mineral óssea (DMO), na força
muscular, nas variáveis antropométricas e nos parâmetros de lesão muscular em 27
mulheres na pré-menopausa. Os testes de força muscular dinâmica máxima e
submáxima foram medidos por meio de testes de 1RM e 20 RM, respectivamente.
Dados antropométricos como massa corporal, dobras cutâneas, perímetros, foram
avaliados, e os parâmetros de lesão muscular foram obtidos por meio de coletas de
sangue, sendo analisados a creatina quinase (CK) e da dor muscular de início tardio
(DMIT). DMO manteve-se inalterada em ambos os grupos, apesar de aumentos
significativos na força muscular máxima (PL , 37-73 % ; PO , 40-70% ) e submáxima
(PL , 82-114 % ; PO , 70-102 %). O perímetro da coxa distal foi aumentada (cerca de
1,7 cm) em ambos os grupos. CK e DMIT foram maiores no primeiro mesociclo do que
nos subsequentes. Em ambos os grupos a DMO não foi alterada, mas a força muscular
aumentou. Houveram alterações nos parâmetros antropométricos e danos musculares,
indicando que nesta população, estes modelos são semelhantes a respeito dessas
variáveis.
Com o objetivo de estudar os efeitos na força e na potência muscular pela
periodização não-linear flexível (PNLF) em comparação com uma periodização não-
linear (PNL); McNamara e Stearne (2010) reuniram 16 estudantes iniciantes em
musculação, designados aleatoriamente para um grupo PNLF (n=8) ou um grupo PNL
(n=8). O programa de exercícios incluía uma combinação de máquinas e pesos livres,
com duração de 30 minutos, duas vezes por semana, durante 12 semanas consecutivas.
Ambos os grupos foram atribuídos o mesmo volume de treinamento com 3.680
repetições e as mesmas atribuições máximas com séries de 10, 15 e 20 repetições. O
grupo PNLF, no entanto, teve a possibilidade de escolher em que dia eles completariam
as 10, 15, ou 20 repetições de exercícios. Essa foi a única diferença entre os grupos.
Medidas de pré- e pós-teste foram realizadas no teste de 1RM para o supino, leg press e
salto vertical contra-movimento. O grupo PNLF apresentou aumento significante em
para todos os aparelhos (p <0,05), enquanto o grupo PNL apenas apresentou aumento
significante apenas no exercício leg press. O grupo PNLF não diferiu significativamente
no salto vertical contra-movimento quando comparado ao grupo PNL. Os autores
concluem que um programa de PNLF pode ser um método altamente eficaz para
melhorar a força muscular dos membros inferiores.
128

Apel , Lacey e Kell (2011) compararam as adaptações obtidas durante 12


semanas de treinamento de força com modelo de periodização linear (PL) e
periodização ondulatória semanal (POS). Quarenta e dois homens ativos (idade = 22 ±
2,3 anos) foram aleatoriamente designados para um dos três grupos: controle (C)
(n=14), LP (n=14) ou POS (n=14). Os indivíduos treinavam 3 dias por semana
(aproximadamente 135 min/semana) de 1 a 2 semanas, 4 dias por semanas entre a
semana 3 à semana 12 (aproximadamente 180 min/semana) . O grupo PL apresentou
um aumento linear de intensidade, enquanto que o grupo POS teve uma intensidade
variada. Os resultados mostraram que tanto a PL quanto a POS apresentaram aumento
significante (p≤0,05) em força nas semanas 8 e 12, mas na semana 12 , o grupo PL não
foi significativamente (p≤0,05) mais forte do que o grupo POS. Estes resultados
indicam que a PL apresenta um aumento linear na intensidade, sendo mais eficaz em
provocar ganhos de força do que a POS com uma intensidade variada. As diferenças nos
ganhos de força entre a PL e o POS podem estar relacionados com os períodos
prolongados de dor muscular e fadiga que estavam presentes no grupo POS mas não no
grupo de PL. Assim, durante o treinamento a longo prazo, os indivíduos podem
beneficiar-se mais de programas de PL, porque pode haver menor dor muscular e fadiga
para interromper a prática e o treinamento.
Miranda et al. (2011) verificaram os efeitos das periodizações do treinamento de
força linear (PL) e ondulatória diária (POD) com cargas de 1RM e 8RM, durante 12
semanas nos exercícios leg press e supino, em vinte praticantes de treinamento de força
do sexo masculino. O programa de treinamento foi realizado em sessões alternadas para
a parte superior (sessão A: peito, ombro e tríceps) e parte inferior do corpo (sessão B:
perna , costas e bíceps). Ambos os grupos apresentaram aumento significante nas cargas
de 1RM, mas não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos. No
entanto, o grupo POD apresentou uma efect size (ES) de magnitude considerada
"grande" nas cargas de 1RM e 8 RM para os exercícios de leg press e supino, quando
comparado ao grupo PL. Em conclusão, o treinamento de força periodizado pode ser um
método eficiente para o aumento da força e resistência muscular em indivíduos
treinados. Não houve diferença estatisticamente significante entre os modelos de
periodização, porém, o grupo com POD apresentou valores superiores de ES na força
muscular máxima (1RM) e força submáxima (8RM) quando comparado ao grupo com
PL.
129

De Lima, et al. (2012) com o objetivo de verificar o impacto do treinamento de


força muscular, durante 12 semanas, em séries com um grande número de repetições
(15-30 RM), comparando dois modelos diferentes de periodização sobre a composição
corporal, força máxima, resistência muscular e aptidão cardiorrespiratória, reuniram 28
mulheres sedentárias com idade entre 20-35 anos, que foram aleatoriamente designados
para: grupo controle (CON) (n = 8), periodização linear (PL) (n=10) e periodização
ondulada diária (POD) (n=10). Os modelos PL e POD melhoraram significativamente a
composição corporal, força máxima e resistência muscular. No entanto, não foram
detectadas alterações significativas para a aptidão cardiorrespiratória. O grupo PL
apresentou uma maior perda de gordura corporal (-12,73%) em relação ao POD
(- 9,93%) (p=0,049), e efect size (ES) superior quando comparado com POD para força
máxima e parâmetros de aptidão cardiorrespiratória (por exemplo, ES=0,53 para limiar
ventilatório ). Em contraste, o grupo com POD apresentou significativamente (p=0,002)
maior resistência muscular (129,43%) em relação ao PL (70,72%) no supino, e maiores
ES em todos os exercícios. Pode-se sugerir que PL realizada com um elevado número
de repetições pode ser considerado como um modelo adequado para periodização em
mulheres jovens não treinadas por serem susceptíveis de conduzir à melhoria da
composição corporal e desempenho de força máxima , ao passo que POD é mais eficaz
para o desenvolvimento de resistência muscular.
Painter, et al. (2012) compararam 31 atletas praticantes de futebol de ambos os
sexos, que foram divididos em dois grupos: um grupo que realizou 10 semanas de
treinamento com periodização em forma de bloco, e outro grupo que realizou um
treinamento com periodização ondulatória (GPO). Durante a excussão do estudo,
houveram quatro sessões de testes, que foram utilizadas para avaliar uma variedade de
características de resistência. Não foi encontrada diferença estatisticamente significante
entre os dois grupos de treinamento. No entanto, valores estatisticamente significante
(p≤0,05) foram encontrados para o volume estimado de trabalho (carga de volume) e na
quantidade de melhoria por carga de volume entre os grupos com periodização em
bloco e GPO. Com base em escores calculados de eficiência de treinamento, estes dados
indicam que um modelo de treinamento com periodização em forma de blocos é mais
eficiente do que um modelo GPO na produção de ganhos de força.
A pesquisa de Ahmadizad et al., (2014) teve o objetivo de verificar os efeitos de
8 semanas de treinamento de força muscular com diferentes protocolos de periodização
do treinamento de força em homens sedentários com sobrepeso com média de idade
130

23,4 ± 0,6 anos. A amostra foi dividida em quatro grupos: grupo controle (CON) , não-
periodizado (NP), periodização linear (PL) e periodização ondulatória diária (POD).
Amostras de sangue foram coletadas antes e a 72h após o período de treinamento,
sendo analisadas a adiponectina, a leptina , a glicose, e a insulina plasmática. A
resistência à insulina diminuiu em todos os grupos de treinamento, mas foi encontrada
diferença significante apenas nos grupos POD e CON (p<0,05). Após 8 semanas de
treinamento de resistência muscular não foi observada alteração significante na
concentração de adiponectina e leptina plasmática. Percentual de gordura corporal e
relação cintura quadril (RCQ) diminuiu significativamente (p<0,05) após treinamento,
enquanto nenhuma mudança significante foi detectada na massa corporal e IMC
(p>0,05). A força máxima (1RM) no supino e no leg press aumentou significativamente
após o treinamento de resistência em todos os grupos de treinamento (p<0,05).
Smith et al. (2014) investigaram os efeitos no desempenho de jovens jogadores
de futebol americano submetidos a um programa de treinamento de força utilizando o
modelo de periodização não-linear, durante 10 semanas, 4 dias/semana. O treinamento
do grupo 1 (n=20 idade: 18,95±0,76anos, altura: 186,63±7,21 centímetros, massa
corporal: 97,66±18,17 kg, experiência: 1,05±0,22 anos) objetivou a aumento na
hipertrofia muscular e ganhos de massa corporal. O treinamento do grupo 2 (n=20,
idade: 20,05±1,05 anos, altura: 189,42±5,49 centímetros, massa corporal: 106,99±13,53
kg, e experiência: 2,35 ± 0,75 anos), priorizou o treinamento para o ganho de força
muscular. O treinamento do grupo 3 (n=20, idade: 21,05±1,10 anos, altura: 186,56±6,73
centímetros, massa corporal: 109,8±19,96 kg, experiência: 4,4±0,50 anos) priorizou seu
treinamento para o ganho de potência muscular. Os testes incluíram a avaliação da
massa corporal (kg) , uma repetição máxima (1RM) no supino (kg), e 1RM no
agachamento (kg), e salto vertical contra-movimento (SVCM) (centímetros). Os
resultados desta investigação foram os seguintes: grupo 1 obteve aumentos significante
no teste de 1RM no agachamento e na potência máxima (p ≤ 0,05). O grupo 2 teve
aumento significante no testes de 1RM no supino, e no teste de 1RM no agachamento e
potência máxima (p≤0,05). O grupo 3 teve um aumento significante na potência
máxima (p≤0,05). No grupo 1 o aumento estatístico significante era esperado por causa
de pouca idade e formação histórica de treinamento relativamente reduzido, quando
comparado com os grupos 2 e 3. No grupo 1 não foi visto um aumento significante na
massa corporal. Nos grupo 2 e 3 a aumento significante era esperado. Inesperadamente,
não foi observado em nenhum grupo aumento significante na altura máxima SVCM.
131

Priorização da força muscular parece afetar de forma global e positiva um programa de


desempenho de futebol fora da temporada. Esta investigação mostrou que um programa
de treinamento de força muscular com um modelo de periodização não-linear pode
produzir resultados satisfatórios.
132

CAPÍTULO 3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1. - Delineamento do Estudo

O presente estudo é um modelo longitudinal, comparativo e randomizado, com


adolescentes nadadores de ambos os sexos que totalizou 18 semanas de um programa de
treinamento de força muscular, estruturado com duas semanas de adaptação, três
mesociclos de quatro semanas cada, e mais quatro semanas de avaliações. A duração do
projeto considerou um macrociclo de treinamento e competição de natação.

3.2 - Procedimentos de Seleção dos Sujeitos da Amostra

Foi realizado contato com a Federação de Desportos Aquáticos de Roraima


(FEDAR) quando foi exposto o projeto de pesquisa ao presidente da entidade.
Em seguida, após autorização do presidente (ANEXO 3), foi realizada uma
reunião com os técnicos das equipes filiadas à FEDAR, sendo exposto o projeto de
pesquisa. Cinco equipes autorizaram a participação de seus atletas na pesquisa:
Associação Aquática de Pais e Atletas de Boa Vista (APABV) (ANEXO 4); Associação
dos Policiais e Bombeiros Militares do Estado de Roraima (ASSOPBM) (ANEXO 5);
Instituto Batista de Roraima (IBR) (ANEXO 6); Centro de Tradições Gaúchas (CTG)
(ANEXO 7); e Centro de Educação Integrado "Colmeia" (Colégio Colmeia) (ANEXO
6).
Após este primeiro contato, foram realizadas reuniões de esclarecimentos sobre
o projeto de pesquisa com as equipes interessadas: primeiro com os técnicos,
posteriormente com os atletas de cada equipe; em dias distintos, sendo entregues uma
carta de esclarecimento sobre a pesquisa (APÊNDICE 1) e um questionário diagnóstico
com questões abertas e fechadas (APÊNDICE 2). O questionário visou a determinação
de características individuais como: tempo de prática da natação, volume e intensidade
de treinamento, aspectos competitivos, aspectos nutricionais, uso de recursos
ergogênicos e práticas de treinamento de força anteriores, além de dados pessoais de
identificação, contato e a disponibilidade de horário de realização do programa de
treinamento de força.
133

Antes de iniciar a seleção dos sujeitos da amostra, foi realizada reunião conjunta
no auditório do IFRR, onde foram convidados pais, responsáveis, atletas e técnicos de
todas as equipes. Nesta reunião conjunta, foram apresentados todos os procedimentos
que seriam aplicados durante o projeto de forma detalhada em uma exposição oral com
o auxílio de recursos visuais.
Na ocasião, foi assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
(APÊNDICE 3), pelos atletas interessados na participação no projeto de pesquisa,
juntamente com a assinatura dos pais ou responsável legal, no caso dos atletas com
idade inferior a 18 anos. Somente após a assinatura do TCLE é que foi recolhido o
questionário diagnóstico.
Todos os procedimentos experimentais desta pesquisa foram aprovados pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu (45.262/2012)
(ANEXO 9). Todos os participantes foram instruídos e estavam cientes dos
procedimentos dos testes, e assinaram um TCLE pós-informado, conforme a resolução
do Conselho Nacional de Saúde (196/96).
Nesta primeira etapa apresentaram-se interessados na participação do projeto de
pesquisa 55 nadadores, sendo 23 atletas do sexo feminino e 32 atletas do sexo
masculino.

3.3. - Critérios de Inclusão e Exclusão

Os critérios de inclusão da pesquisa foram: 1) estar praticando natação


competitiva há pelo menos dois anos; 2) ser atleta federado a Federação de Desportos
Aquáticos de Roraima (FEDAR) há pelo menos dois anos, 3) ter participado ativamente
nos eventos promovidos pela FEDAR nos últimos dois anos, 4) ter disponibilidade de
horário para realização do treinamento de força muscular.
Os critérios de exclusão da pesquisa foram: 1) ter feito uso de qualquer tipo de
substância ergogênica (suplementos alimentares) nos seis meses que antecederam o
início e durante o programa de treinamento, com exceção de carboidratos; 2) ausência
nas sessões de treinamento em: a) mais de quatro sessões de treinamento
alternadamente; b) mais de duas sessões consecutivas de treinamento; 3) ter participado
de qualquer treinamento com pesos além das sessões prescritas no programa; 4)
apresentar qualquer lesão ou impedimento motor.
134

3.4. - Randomização dos Grupos Estudados

Dos 55 atletas que apresentaram interesse na participação do projeto de


pesquisa, apenas 22 atletas atenderam aos critérios de inclusão e exclusão, sendo estes
12 do sexo masculino e 10 do sexo feminino. Estes 22 nadadores selecionados foram
submetidos ao processo de randomização.
Para garantir homogeneidade da amostra os participantes foram randomizados
por meio de um programa computacional gerador de aleatorização (Randomization 1.0),
que utilizando os seguintes itens estabelecidos previamente pela coleta de dados: idade,
sexo, o volume de treinamento diário e o melhor tempo de competição na prova de 100
metros nado livre; que determinou o grupo de cada participante.
O programa utilizado foi extraído do site www.randomization.com (Acesso em
30/03/2012).

3.5. - Caracterização da Amostra

A amostra foi constituída por 22 atletas (12 homens e 10 mulheres) que


atendiam aos critérios de inclusão da pesquisa. Estes nadadores foram submetidos às
avaliações iniciais para randomização dos grupos. Foram divididos em dois grupos de 6
homens e 5 mulheres. Ao final, a amostra do projeto foi constituída de 17 indivíduos de
ambos os sexos, integrantes de programas de treinamento de natação competitiva de
entidades vinculadas a FEDAR. Os voluntários foram distribuídos em dois grupos: um
grupo com periodização linear (GPL) e um grupo com periodização ondulatória
(GPOn). Sua descrição está apresentada na tabela 1, a seguir:
Os nadadores de ambos os grupos tinham valores de prática de natação que
variou entre 3 e 8 anos, relatando que no período que antecedia a realização da pesquisa
praticavam um volume de treinamento diário entre 4.000 metros e 8.000 metros,
dependendo o período do programa de treinamento.
Dos 17 indivíduos que compuseram a amostra, apenas três relataram ter
praticado treinamento de musculação em um período precedente a realização da
pesquisa, não ultrapassando 3 meses, sendo considerados iniciantes em programas de
treinamento de força.
135

TABELA 1 - Descrição dos sujeitos da amostra

Grupo N Fem Masc Idade Peso Estatura Envergadura


(anos) (kg) (cm) (cm)
GPL 8 4 4 15,13±1,96 55,99±12.06 164,05±9,40 165,55±10,90
GPOn 9 4 5 15,50±2,88 59,37±10,93 168,51±11.09 170,68±12,19
Legenda: GPL: Grupo Periodização Linear; GPOn = Grupo Periodização Ondulatória; N = Número da
amostra; Fem = Sexo Feminino; Masc = Sexo Masculino

Dos sujeitos da pesquisa, nove (9) atletas eram velocistas, sendo três (3)
especialistas em provas de nado peito, dois (2) nadadores de meio-fundo, um (1)
especialista na prova de estilo medley, e três (3) nadadores fundistas (dois participavam
de provas de águas abertas).

3.6. - Caracterização da Periodização do Treinamento

3.6.1. – Periodização e Organização do Treinamento de Força Muscular

Os treinamentos de força muscular foram realizados na academia de musculação


do Instituto Federal de Roraima, Campus Boa Vista, da cidade de Boa Vista - RR, onde
foram desenvolvidas as duas periodizações: linear, aplicada no grupo GPL, e a
ondulatória no grupo GPOn (ANEXO 10).
Os dois métodos de treinamento de força muscular (linear e ondulatório) tiveram
por objetivo o treinamento da resistência de força, força máxima e potência muscular.
A periodização das sessões do treinamento de força muscular foi aplicada nos
integrantes dos grupos GPL e GPOn, e está apresentado na tabela 2.
Como eram iniciantes em programa de treinamento de musculação, os
integrantes dos grupos GPL e GPOn foram submetidos a duas semanas (dois
microciclos) de adaptação ao treinamento de força muscular (tabelas 2, 4 e 5), com a
finalidade de familiarizar-se ao ambiente e equipamentos; minimizar os efeitos de dor
muscular de início tardio, e proporcionar uma resistência de força inicial (PRESTES et
al., 2010).
Nesta fase foram aplicadas duas séries com intensidade de 15 a 20 repetições
máximas (RM), com intervalo de 1 minuto entre os exercícios, realizados com
movimentos lentos, 3 vezes por semana.
136

O treinamento de resistência de força teve por objetivo melhorar a habilidade de


manter a produção de força muscular por um tempo prolongado (STOPPANI, 2008).
Este treinamento foi realizado em três séries com intensidade de 10 a 12 RM,
com intervalo de 1 minuto entre os exercícios, realizado com movimentos lentos, três
vezes por semana (Tabela 2).
O treinamento da força máxima teve por objetivo melhorar a tensão muscular
nos exercícios, sendo aplicado três séries, com intensidade de 6 a 8 RM, com intervalo
de 2 minutos entre os exercícios, realizado com movimentos moderados, três vezes por
semana (PRESTES et al., 2010) (Tabela 2).

TABELA 2 – Periodização das sessões de treinamento de força muscular

Objetivo da Intensidade Numero Intervalo Velocidade Frequência


sessão de das séries de de séries das séries do semanal
treinamento exercício por Movimento
(RM) exercício (minutos) (dias/semana)
Adaptação 15 - 20 2 1 Lenta 3
Resistência 10 - 12 3 1 Lenta 3
de força
Força 6–8 3 2 Moderada 3
máxima
Potência 6 repetições a 3 2 Rápida 3
muscular 80% - 1 RM
RM = repetição máxima; 1 RM = valor de uma repetição máxima

O treinamento de potência muscular ou força explosiva teve por objetivo


melhorar a habilidade de movimentar o corpo com velocidade. Este treinamento foi
aplicado em três séries, realizando 6 repetições, com uma intensidade de 80% de uma
repetição máxima (1 RM), com intervalo de 2 minutos entre os exercícios, realizado
com movimentos rápidos, três vezes por semana (STOPPANI, 2008) (Tabela 2).
A intensidade das cargas dos exercícios foi determinado considerando a força
máxima como valor absoluto estabelecido no teste indireto de repetições múltiplas
segundo protocolo de Brzyck (1993) (sessão 3.9.2) para cada indivíduo dos grupos GPL
e GPOn.
A montagem do treinamento com a sequência dos exercícios e a respectiva
descrição da região muscular a ser priorizada está apresentada na Quadro 6.
A seleção dos exercícios teve como finalidade promover o treinamento dos
principais grupamentos musculares utilizados pelos nadadores em sua propulsão no
137

meio líquido, com a utilização de equipamentos comumente utilizados nos programas


de treinamento de força muscular em nadadores de competição.

Treino A Treino B
Denominação do Região Muscular Denominação do Região Muscular
Exercício Priorizada Exercício Priorizada
Supino Reto Peitoral Peck Deck Peitoral
Puxada Alta Grande Dorsal Remada Horizontal Grande Dorsal
Supino Inclinado Peitoral Fly Reto Peitoral
Remada Alta Deltoide/Dorsal Pull Dowm Grande Dorsal
Pulley Tríceps Tríceps Testa Tríceps
Rosca Alternada Bíceps Rosca Direta Bíceps
Mesa Extensora Quadríceps Elevação Lateral Deltoide
Mesa Flexora Bíceps Femoral Leg Press 45º Quadríceps
Panturrilha Sentado Gastrocnêmio/Sóleo Panturrilha em Pé Gastrocnêmio/Sóleo
Abdominais Solo Abdômen Abdominais Solo Abdômen

QUADRO 6 – Montagem dos treinos A e B e sequência dos exercícios

Os grupos musculares responsáveis pelos movimentos que conduzem os braços


de uma posição acima da cabeça até os quadris estão o deltóide anterior, o grande
peitoral no tórax e a região do grande dorsal (rombóide e trapézio). As varreduras para
dentro com os braços são realizadas, predominantemente, pelo músculo bíceps braquial
e as varreduras para fora e para cima pelo deltóide médio e posterior. O tríceps é o
principal músculo envolvido na ação de extensão dos braços ao nível dos cotovelos. Os
movimentos de pernada são efetuados por meio dos músculos extensores do joelho
(quadríceps) e flexores e extensores do joelho (bíceps femoral e glúteo máximo). O
músculo abdominal (reto abdominal) é importante na estabilização dos movimentos de
braçadas e pernadas (FAIGENBAUM e WESTOCOTT, 2001; KRAEMER e FLECK,
2001, MAGLISCHO, 2010).
O treinamento foi organizado em treino A e B (Quadro 6), sendo alternados,
repetindo cada um deles de forma intercalada. Em cada um dos exercícios listados
foram realizadas 3 séries (com exceção do período de adaptação que foi realizado em 2
séries). O número de repetições e descanso entre as séries e exercícios foram seguidos
138

de acordo com a intensidade semanal prescrita, como apresentado na tabela 2. A


frequência estabelecida foi de três vezes por semana, e a duração média de cada sessão
foi de 60 minutos. Cada repetição teve a duração média de 3 a 4 segundos, contando
com as fases concêntrica e excêntrica. Ao final de cada sessão foram realizadas 3 séries
de 20 repetições de exercícios abdominais. Todas as sessões foram acompanhadas pelo
pesquisador e por dois estagiários estudantes do 5° módulo do curso de Licenciatura em
Educação Física do Instituto Federal de Roraima.
A periodização semanal do treinamento de força muscular no modelo linear
aplicado aos integrantes do grupo GPL está apresentada na Quadro 7.
139

Microciclos SEG TER QUA QUI SEX


AV1 - 1ª semana
ADP Treino A - Treino B - Treino A
2ª semana 15 – 20 RM 15 – 20 RM 15 – 20 RM
ADP Treino B - Treino A - Treino B
3ª semana 15 – 20 RM 15 – 20 RM 15 – 20 RM
Mesociclo 1 Treino A - Treino B - Treino A
4ª semana 10 – 12 RM 10 – 12 RM 10 – 12 RM
Mesociclo 1 Treino B - Treino A - Treino B
5ª semana 10 – 12 RM 10 – 12 RM 10 – 12 RM
Mesociclo 1 Treino A - Treino B - Treino A
6ª semana 10 – 12 RM 10 – 12 RM 10 – 12 RM
Mesociclo 1 Treino B - Treino A - Treino B
7ª semana 10 – 12 RM 10 – 12 RM 10 – 12 RM
AV2 -8ª semana
Mesociclo 2 Treino A - Treino B - Treino A
9ª semana 6 – 8 RM 6 – 8 RM 6 – 8 RM
Mesociclo 2 Treino B - Treino A - Treino B
10ª semana 6 – 8 RM 6 – 8 RM 6 – 8 RM
Mesociclo 2 Treino A - Treino B - Treino A
11ª semana 6 – 8 RM 6 – 8 RM 6 – 8 RM
Mesociclo 2 Treino B - Treino A - Treino B
12ª semana 6 – 8 RM 6 – 8 RM 6 – 8 RM
AV3 - 13ª semana
Mesociclo 3 Treino A - Treino B - Treino A
14ª semana 6x 80% - 1 RM 6x 80% - 1 RM 6x 80% - 1 RM
Mesociclo 3 Treino B - Treino A - Treino B
15ª semana 6x 80% - 1 RM 6x 80% - 1 RM 6x 80% - 1 RM
Mesociclo 3 Treino A - Treino B - Treino A
16ª semana 6x 80% - 1 RM 6x 80% - 1 RM 6x 80% - 1 RM
Mesociclo 3 Treino B - Treino A - Treino B
17ª semana 6x 80% - 1 RM 6x 80% - 1 RM 6x 80% - 1 RM
AV4 - 18ª semana
AV = semana de avaliação do treinamento; ADP = semana de adaptação ao treinamento; Mesociclo =
período de 4 semanas de treinamento; RM = repetição máxima; 1 RM = valor de uma repetição máxima

QUADRO 7 – Periodização linear semanal aplicada nos integrantes do grupo


com periodização linear (GPL).
140

O modelo de periodização linear foi organizado em três mesociclos (4 semanas).


As intensidades do treinamento foram aumentadas e o seu volume foi reduzido a cada
mesociclo. O número de repetições foi reduzido (mantendo-se a faixa mínima de
repetições preconizadas na intensidade prescrita) em razão do aumento da intensidade
(Quadro 7 - Tabela 4).
A intensidade e o volume previsto nas quatro semanas do primeiro mesociclo
(Mesociclo 1) foram de 10 a 12 RM, e tiveram o objetivo de desenvolver a resistência
da força. O segundo período de quatro semanas (Mesociclo 2) teve intensidade e
volume de 6 a 8 RM e objetivou desenvolver a força máxima. O terceira e último
período de quatro semanas (Mesociclo 3) com intensidade e volume de 80% de 1 RM
objetivou o desenvolvimento da potência muscular (Tabela 4).
A periodização semanal do treinamento de força muscular no modelo
ondulatório que foi aplicada aos integrantes do grupo GPOn está apresentada na Quadro
8.
141

Microciclos SEG TER QUA QUI SEX


AV1 - 1ª semana
ADP Treino A - Treino B - Treino A
2ª semana 15 – 20 RM 15 – 20 RM 15 – 20 RM
ADP Treino B - Treino A - Treino B
3ª semana 15 – 20 RM 15 – 20 RM 15 – 20 RM
Mesociclo 1 Treino A - Treino B - Treino A
4ª semana 10 – 12 RM 6x 80% - 1 RM 6 – 8 RM
Mesociclo 1 Treino B - Treino A - Treino B
5ª semana 10 – 12 RM 6x 80% - 1 RM 6 – 8 RM
Mesociclo 1 Treino A - Treino B - Treino A
6ª semana 10 – 12 RM 6x 80% - 1 RM 6 – 8 RM
Mesociclo 1 Treino B - Treino A - Treino B
7ª semana 10 – 12 RM 6x 80% - 1 RM 6 – 8 RM
AV2 - 8ª semana
Mesociclo 2 Treino A - Treino B - Treino A
9ª semana 10 – 12 RM 6x 80% - 1 RM 6 – 8 RM
Mesociclo 2 Treino B - Treino A - Treino B
10ª semana 10 – 12 RM 6x 80% - 1 RM 6 – 8 RM
Mesociclo 2 Treino A - Treino B - Treino A
11ª semana 10 – 12 RM 6x 80% - 1 RM 6 – 8 RM
Mesociclo 2 Treino B - Treino A - Treino B
12ª semana 10 – 12 RM 6x 80% - 1 RM 6 – 8 RM
AV3 - 13ª semana
Mesociclo 3 Treino A - Treino B - Treino A
14ª semana 10 – 12 RM 6x 80% - 1 RM 6 – 8 RM
Mesociclo 3 Treino B - Treino A - Treino B
15ª semana 10 – 12 RM 6x 80% - 1 RM 6 – 8 RM
Mesociclo 3 Treino A - Treino B - Treino A
16ª semana 10 – 12 RM 6x 80% - 1 RM 6 – 8 RM
Mesociclo 3 Treino B - Treino A - Treino B
17ª semana 10 – 12 RM 6x 80% - 1 RM 6 – 8 RM
AV4 - 18ª semana
AV = semana de avaliação do treinamento (ver tabela 3); ADP = semana de adaptação ao
treinamento; Mesociclo = período de 4 semanas de treinamento; RM = repetição máxima; 1
RM = valor de uma repetição máxima

QUADRO 8 – Periodização ondulatória semanal aplicada nos integrantes do


grupo com periodização ondulatória (GPOn).

O modelo de periodização ondulatória teve três mesociclos (4 semanas). Na


periodização ondulatória ocorreu uma variação da intensidade e volume na mesma
semana. O volume (número de séries) e a intensidade (número de repetições) foram
iguais à periodização linear (Quadro 8).
142

Num mesmo microciclo (uma semana) foram desenvolvidas as três


manifestações de capacidade de força, objetivo do programa de treinamento. As
segundas-feiras foi desenvolvida a resistência de força (10 – 12 RM), as quartas-feiras a
potência muscular (80% - 1 RM) e as sextas-feiras a força máxima (6 – 8 RM). Esta
sequência foi mantida ao longo dos três mesociclos (Mesociclo 1, 2 e 3) (Quadro 8)
A intensidade semanal dos treinamentos (linear e ondulatório) foi garantida pelo
uso de repetições máximas em cada semana. As cargas foram reajustadas
individualmente os grupos (GPL e GPOn) para manter as repetições máximas
programadas a cada microciclo e sessão nos dois modelos de treinamento.

3.6.2 – Periodização e Organização do Treinamento de Piscina

Os voluntários realizaram treinamentos específicos de piscina em suas entidades


de origem. Foram realizadas reuniões com os treinadores das equipes participantes da
pesquisa objetivando a interação, auxílio e organização dos programas de treinamento
que seriam realizados. Os treinamentos foram desenvolvidos considerando a
especialidade dos sujeitos do estudo e os objetivos individuais dos atletas e das equipes,
sendo empregado nos integrantes dos dois grupos (GPL e GPOn) um programa de
treinamento baseado no método intervalado tradicional, com caráter extensivo e
intensivo, inseridos em concordância com os objetivos propostos nas sessões de
treinamento envolvendo esforços com características nas seguintes variáveis
(NAVARRO e RIVAS, 2001; MAGLISCHO, 1999):

a) resistência aeróbia e anaeróbia – lática e alática;


b) velocidade;
c) treinos com materiais específicos no desenvolvimento da força dentro da
piscina, ex: palmar, pé-de-pato, batimento de perna com e sem prancha, etc).

O quadro 9 ilustra a organização do macrociclo de treinamento de piscina e de


força fora da piscina, suas meso-etapas e micro-etapas, e as competições-alvo, com o
respectivo nível de relevância.
143

Microciclo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Meses Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Mesociclo Específico 1 Competitivo 1 Transição Base 2 Específico 2 Competitivo 2
PTF ADP Mesociclo 1 Mesociclo 2 Mesociclo 3
Controle AV1 AV2 AV3 AV4
Competição * *
Legenda: PTF = Programa de Treinamento de Força; ADP = Período de Adaptação; AV1 = Avaliação antes do
início do PTF; AV2 = Avaliação após 6 semanas do PTF; AV3 = avaliação após 10 semanas do PTF; AV4 =
Avaliação ao final das 14 semanas do PTF; *Baixo nível de relevância; Médio nível de relevância; Alto nível
de relevância.

QUADRO 9 - Organização do Programa de Treinamento de Piscina

No Gráfico 1 estão apresentadas as médias dos volumes de treinamento global e


por predominância de potencial aeróbio e anaeróbio.

45000

40000

35000

30000

25000

20000

15000

10000

5000

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

VOLUME AEROBIO ANAEROBIO

GRÁFICO 1: Média do volume global, e de predominância média de volume de


treinamento de potencial aeróbio e anaeróbio referente aos microciclos de treinamento.

O macrociclo de treinamento de piscina foi estruturado na apresentação deste


trabalho, teve duração de 18 semanas, tomando por base a continuação dos programas
de treinamento que os nadadores já estavam realizando em suas entidades. O programa
de treinamento foi elaborado objetivando a preparação dos atletas, visando o melhor
desempenho nos eventos promovidos de acordo com calendário da Federação de
144

Desportos Aquáticos de Roraima (FEDAR) e Confederação Brasileira de Desportos


Aquáticos (CBDA).
Os nadadores que fizeram parte da amostra, estavam nas duas primeiras semanas
do programa de treinamento (Microciclo 1 e 2), em um período final da preparação de
base específica, seguindo o programa de treinamento de suas respectivas agremiações.
Esta etapa do macrociclo de treinamento de piscina do nosso estudo foi denominado
como mesociclo Específico 1, sendo neste período verificado os maiores volumes
médios de treinamento do programa (Quadro 9 e Gráfico 1).
Segundo Maglischo (2010), o domínio da capacidade de realizar o exercício
competitivo em alta velocidade a partir da organização de cargas similares as de
competição, e o treinamento da técnica desportiva específica, configuraram a principal
tarefa desta etapa.
Na primeira semana do programa foram realizados os testes de controle iniciais
(AV1). Na semana seguinte ao inicio do programa de treinamento em piscina, o
programa de treinamento de força muscular fora da piscina teve inicio com a etapa de
adaptação do treinamento de força fora da piscina igual em ambos os grupos (GPL e
GPOn), e teve a duração de 2 semanas, compreendendo os microciclos de treinamento
2 e 3. Na sequência deste período de adaptação ao treinamento de força,
compreendendo entre os microciclos 4 e 7, foi desenvolvido o Mesociclo 1 de
treinamento de força fora da piscina, nos integrantes dos grupos GPL e GPOn
respectivamente descritos anteriormente na sessão 3.6.1 (Quadro 9).
Após período de duas semanas, os atletas iniciaram o mesociclo de treinamento
de piscina denominado Competitivo 1, com duração de 5 semanas. Segundo Maglischo
(2010), o foco principal desta etapa do macrociclo é a continuidade da elevação da
velocidade competitiva por meio das cargas de competição.
Esta etapa do mesociclo coincidiu com dois eventos do calendário competitivo
das equipes, considerado de prioridade média na preparação dos atletas pelos
treinadores: o XIV Meeting Internacional das Fronteiras Norte, realizado na cidade de
Boa Vista, que reuniu atletas dos Estados de Roraima e Amazonas e atletas da
Venezuela e Guiana; e o V Torneio da Amazônia Ocidental de Infantil a Sênior,
realiado na cidade de Manaus - AM, e reuniu atletas dos Estados de Amazonas,
Roraima, Rondônia e Acre.
Para estes dois eventos, que compreenderam os microciclos de treinamento 3 e
4, foi observado uma diminuição na média do volume global de treinamento de piscina,
145

e dos potenciais aeróbio e anaeróbio respectivamente, objetivando a participação dos


atletas nestes eventos.
Na semana seguinte, no mesociclos 5, foram retomados os volume de
treinamento, tendo como característica a maior atenção ao volume de treinamento do
desenvolvimento do potencial anaeróbio (Gráfico 1).
Esta mesma característica é observada no mesociclo 6, compreendendo o
período de polimento para o evento principal da temporada. No polimento, segundo
Maglischo (2010) ocorre uma redução do treinamento de endurance e elevação do
treinamento de velocidade, que ocasionarão as condições para incrementos nas
capacidades anaeróbias, que serão elevadas ao máximo.
A manutenção do potencial anaeróbio ficou evidente no mesociclo 7, com o
predomínio do volume de treinamento do potencial anaeróbio em relação ao do
potencial aeróbio (Gráfico 1). O pico do polimento foi estabelecido no mesociclo 7, que
coincide com o principal evento da temporada de 2012, o Torneio Norte-Nordeste
CBDA de Clubes Infantil a Sênior, realizado na cidade de Manaus - AM, e reuniu
clubes de toda a região norte e nordeste do país.
Os mesociclos de treinamento 8 e 9 compreenderam um período do treinamento
de piscina denominado Transição. Maglischo (2010) destaca que durante a elaboração
de um programa de natação competitiva, é importante ocorrer descansos de uma a duas
semanas entre cada temporada importante do ano de treinamento. Ainda segundo
Maglischo (2010), os nadadores sentem-se exauridos depois da principal competição da
temporada, e ficam na expectativa de terem alguns dias longe dos treinamentos, para
repousar e tratar de outros interesses.
Aproveitando este período na diminuição da carga de treinamento de piscina, foi
aplicado na semana do mesociclo 8, a semana de avaliação 2 (AV2), compreendendo o
período de avaliação após 6 semanas do início de treinamento de força fora da piscina e
7 semanas do treinamento de piscina, contados após o início do programa de
treinamento de piscina do estudo.
No macrociclo 9, inicia-se o período de treinamento de força fora da piscina,
denominado de Mesociclo 2 (descrito na sessão 3.6.1) que se estendo durante 4 semanas
até seu término no macrociclo 12. Quanto ao treinamento de piscina, observa-se
manutenção dos volumes de potencial anaeróbio elevados no mesociclo 9, devido a
participação das equipes em um evento tradicional do Estado, o XXII Torneio Piaba
Dourada, porém de baixa prioridade ao programa de treinamento de piscina (Gráfico 1).
146

O período compreendido entre os microciclos 10 e 12, foi destinado a retomada


do período de base, denominado nesta pesquisa como Base 1 , que segundo Maglischo
(2010) compreende ao treinamento que visa a elevação do potencial motor do atleta,
objetivando desenvolver base aeróbia específica na modalidade (prova) em que o atleta
ira competir.
No microciclo 11, foi observado ligeira diminuição nas médias de volume de
treinamento tanto global, como de potencial aeróbio como anaeróbio, devida a
participação de alguns atletas pertencentes ao estudo nas Olimpíadas Escolares
Brasileiras, promovidas pelo Comitê Olímpico Brasileiro, realizado na cidade de Foz do
Iguaçu. Este evento foi considerado de importância média na elaboração do programa
de treinamento das equipes.
No microciclo 13, foi realizado as avaliações de controle após 10 semanas de
treinamento de força muscular fora da piscina, e 12 semanas de início do programa de
controle do treinamento de piscina dos nadadores pertencentes a amostra do estudo
(AV3) . É neste momento, que se dá início a um novo período de base específica do
treinamento de piscina, denominado nesta pesquisa como mesociclo Específico 2, com
duração de 3 semanas. Neste período de treinamento, é observado um gradual aumento
nas médias dos volumes globais de treinamento de piscina, com predominância do
volume de treinamento de potencial aeróbio. No microciclo 15, há uma diminuição nas
médias dos volumes de treinamento, devido a realização do XI Torneio de Velocidade 4
Estilos, servindo de transição a próxima etapa do programa de treinamento de piscina.
Os microciclos 14 e 17 são compreendidos pela aplicação das 4 ultimas
semanas do treinamento de força muscular fora da piscina, denominada de Mesociclo 3.
Nos microciclos 16 e 19, são desenvolvidos o 2° período competitivo do
programa de treinamento de piscina, que foi denominada nesta pesquisa como
mesociclo Competitivo 2. Neste mesociclo, observamos a diminuição das médias de
volume global do treinamento, porém, com uma predominância do volume de potencial
anaeróbio em relação ao volume de treinamento de potencial aeróbio (Gráfico 1).
O microciclo 18 é marcado pelo início do período de polimento do programa de
treinamento de piscina, visando no microciclo seguinte (microciclo 19) a participação
no principal evento de natação do Estado de Roraima, o Campeonato Estadual de
Natação, e pela realização do último período de avaliação (AV4) que compreendeu o
período de 14 semanas de treinamento de força muscular fora da piscina e 17 semanas
início do programa de controle do treinamento de piscina.
147

No gráfico 2 estão apresentadas as médias percentuais dos volumes de


treinamento de piscina nas diferentes zonas de intensidade aplicadas durante o
macrociclo de treinamento dos atletas pertencentes a pesquisa.

80

70

60

50
Percentil

40

30

20

10

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Z1 72 63 70 72 63 72 67 38 40 65 65 66 66 64 66 60 51 57
Z2 16 24 16 13 29 21 22 48 47 27 14 27 25 29 25 33 37 20
Z3 3 3 3 2 1 1 0 4 2 2 8 4 6 4 4 0 8 0
Z4 6 7 4 7 3 1 7 2 3 4 10 0 0 1 1 4 1 17
Z5 3 3 7 7 3 4 4 8 8 2 3 3 2 3 3 2 4 6

GRÁFICO 2 - Média do volume percentual, referente aos microciclos


realizados nas distintas zonas de intensidade.

O percentual global de treinamento foi composto pelas distâncias percorridas nas


distintas zonas de intensidade, além da metragem realizada com o objetivo de
aquecimento e recuperação. A Z1 representou o maior volume em todos os microciclos,
seguida pela Z2 e Z3 respectivamente. Os valores percentuais atribuídos a cada zona de
intensidade sofreram alterações constantes em função da localização no macrociclo,
determinadas fundamentalmente pelo comportamento da intensidade, ou seja, quando
houve um aumento da participação das cargas mais intensas consideradas específicas
(Z3, Z4 e Z5), a porcentagem referente às cargas gerais (Z1 e Z2) diminuiu.
Para auxiliar os treinadores no controle das intensidades (velocidade) de
treinamento correspondentes às distintas zonas de treinamento, foi realizado nos
períodos de avaliações da pesquisa, o teste de 2x400m proposto por Maglischo (1999).
148

O protocolo do teste consiste em deslocar-se à máxima velocidade possível em


duas tomadas de tempo de 400 metros, nadando em ritmo regular do início ao final do
teste. O avaliado inicia a tomada de tempo de cada 400 metros saindo de dentro da
piscina, tendo um intervalo de 1 minuto entre as tentativas.
O objetivo do teste de 2x400m é determinar de forma indireta a velocidade do
limiar anaeróbio de cada atleta, ou seja, o limite de esforço para que este estímulo possa
ser considerado aeróbio (produção de ácido lático igual a capacidade máxima de
remoção pela corrente sanguínea) (MAGLISCHO, 1999).
Para auxiliar na determinação do limiar anaeróbio foi utilizado o programa
computacional for windows SEPT (Sistema Esportivo para Prescrição de Treinos)
versão 2.0. O SEPT é um programa de computador elaborado para auxiliar no controle
das intensidades do treinamento, individualizando as médias e os intervalos de tempo de
séries. Com o cálculo do tempo para percorrer as duas distâncias de 400 metros,
descontado o tempo de 1 minuto de descanso entre as séries, este dado foi lançado no
sistema que gerou automaticamente uma tabela individual de intensidades que foi
disponibilizado a cada um dos atletas participantes da pesquisa e seu respectivo
treinador, conforme o modelo de demonstração referido na figura 7.

FIGURA 7 - Modelo Tabela Individual de Intensidades do Programa SEPT


149

Os resultados das médias e desvio padrão dos participantes dos dois grupos GPL
e GPOn nas avaliações do teste de 2x400 metros nado crawl, nos quatro momentos de
avaliação além do resultado da diferença numérica e do delta percentual entre a AV4 e a
AV1 estão apresentados no apêndice 4.

3.8. - Procedimentos e Organização das Avaliações

As avaliações foram aplicadas pelo próprio pesquisador com o auxílio de dois


alunos do 5° módulo do curso de Licenciatura em Educação Física do Instituto Federal
de Roraima. Os testes de força fora da piscina foram realizados na academia de
musculação do Instituto Federal de Roraima; e os testes dentro da piscina foram
realizados na piscina semi-olímpica do Instituto Federal de Roraima, Campus Boa
Vista, na cidade de Boa Vista – RR. Todos as avaliações ocorreram no período da tarde
entre 14:00 e 18:00hs.
As vestimentas utilizadas para os testes fora da piscina foram bermuda, camiseta
e tênis, ao passo que para a realização dos testes na piscina os homens vestiram sunga,
touca e óculos, e as mulheres, maiô, touca e óculos.
As avaliações foram empregadas nos dois grupos (GPL e GPOn) com a intenção
de verificar as alterações dos indicadores de aptidão física e cinemática decorrentes da
aplicação dos diferentes programas de treinamento (linear e ondulatório).

Semanas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Etapas AV1 ADP Mesociclo 1 AV2 Mesociclo 2 AV3 Mesociclo 3 AV4
Mês Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

= controle; AV = semana de avaliação do treinamento; ADP = semana de adaptação ao treinamento;


Mesociclo = período de 4 semanas de treinamento

QUADRO 10: Disposição das semanas de avaliação e controle do treinamento


(AV) no macrociclo de treinamento de força muscular.

Assim, como ilustrado no quadro 10, o primeiro momento de controle (AV1), foi
realizado na 1ª semana do macrociclo de treinamento, e buscou identificar o nível da
condição física dos sujeitos. Os grupos GPL e GPOn realizaram duas semanas de
150

adaptação ao treinamento de força muscular (ADP) com a mesma intensidade e volume


de treinamento, antes de iniciarem as primeiras 4 semanas de treinamento (Mesociclo
1). O segundo momento de controle (AV2) foi realizado na 8ª semana do macrociclo, e
avaliou as alterações funcionais decorrentes do primeiro período de 6 semanas de
treinamento. O terceiro momento de controle (AV3), foi realizado na 13ª semana do
macrociclo, e avaliou as alterações decorrentes do período de 10 semanas de
treinamento. O quarto momento de controle (AV4), foi realizado na 18ª semana do
macrociclo e avaliou as alterações finais decorrentes de todo o programa de treinamento
de força muscular.
Os testes de controle foram organizados de forma sequencial, respeitando
sempre um período de 72 horas entre o último estímulo da semana antecedente ao início
dos testes, sendo, estes, realizados na mesma ordem, todos no período da tarde
conforme tabela 3.

TABELA 3: Organização sequencial dos testes nos microciclos de controle

Dias da Semana Testes de Controle


Segunda Avaliação Antropométrica
Terça Teste de Saída e de Potência Aeróbia de Nado
Quarta Testes de Força Submáximos do Treino A
Quinta Descanso
Sexta Teste de Virada e de Potência Anaeróbia de Nado
Sábado Testes de Força Submáximos do Treino B
Domingo Descanso

3.9. - Testes de Controle da Periodização do Treinamento de Força Fora da


Piscina

3.9.1 - Avaliação da Maturação Sexual

Para verificar o nível de maturação sexual foi utilizado o método da auto-


avaliação validado por Matsudo e Matsudo (1991). Para esta avaliação, os nadadores
151

participantes da pesquisa, antes do início do programa de treinamento de força


muscular, foram divididos segundo o sexo, e encaminhados a uma sala reservada do
laboratório de Medidas e Avaliações em Educação Física do Instituto Federal de
Roraima - IFRR.
Os jovens nadadores do sexo masculino, com o auxílio de um professor de
Educação Física, e as do sexo feminino, com o auxílio de uma professora de Educação
Física, em uma sala reservada, individualmente, verificaram através de fotos ilustrativas
e coloridas (ANEXO 1, ANEXO 2) (BRASIL, 2009) os estágios em que se
encontravam em relação aos pêlos púbicos (P1 a P5) e genitais (G1 a G5), para os
jovens do sexo masculino, e as mamas (M1 a M5) e genitais, para as jovens do sexo
feminino, anotando os resultados em um na de auto-avaliação (apêndice 5 e 6).
Na ficha de auto-avaliação, era também solicitado do avaliado do sexo feminino,
a presença ou não da primeira menarca, e para o avaliado do sexo masculino, era
solicitado a averiguação da existência de pelos axilares.
O estágio maturacional foi classificado da seguinte maneira: (MATSUDO e
MATSUDO, 1991; FORTES e CASTRO, 2002, UNESCO, 2013)

Os indivíduos do sexo masculino, como sendo:

Pré-púbere - quando o somatório da genitália e pêlos pubianos for menor ou


igual a “2” ;
Púbere - quando o somatório da genitália e pêlos pubianos for maior que “2” e
menor ou igual a “9”; e
Pós-púbere - quando o somatório da genitália e pêlos pubianos for maior que
“9”.
Os indivíduos do sexo feminino, como sendo:

Pré-púbere - quando o somatório da genitália e mama for menor ou igual a “2” ;


Púbere - quando o somatório da genitália e mama for maior que “2” e menor ou
igual a “9”; e
Pós-púbere - quando o somatório da genitália e mama for maior que “9”.
152

3.9.2. – Avaliação Antropométrica

A avaliação antropométrica foi realizada pelas medidas de peso (Kg) e estatura


(metros) aferidas por uma balança com estadiômetro da marca Filizola® seguindo o
protocolo Matsudo (2005).
A medição do peso foi realizada com o avaliado na posição ortostática de costas
para a escala da balança, com afastamento lateral dos pés. Em seguida o indivíduo foi
colocado no centro da plataforma, em posição ereta com o olhar num ponto fixo à sua
frente.
A medida da estatura foi realizada com o avaliado em posição ortostática com os
pés unidos, em contato com o instrumento de medida, às superfícies posteriores do
calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região occipital. A medida foi feita com o
indivíduo em apnéia inspiratória, de modo a minimizar possíveis variações. A medida
foi feita com um cursor em ângulo de 90º em relação à escala. Foi exigido para as
ambas medidas que o avaliado usasse calção e camiseta, e que estivesse descalço.
Para a medida da envergadura foi utilizado uma fita métrica da marca Sanny®
com resolução de 1 mm, fixada à uma parede conforme o protocolo de Ross et. al.
(1990). A aferição da envergadura foi realizada com avaliado em pé, de costas para a
parede onde está fixada a fita métrica, estando os ombros à 90º de abdução, cotovelos,
punhos e dedos em extensão, sendo aferida a maior distância entre os extremos das
mãos.
As medidas de circunferência do braço contraído e de coxa medial foram
realizadas com uma fita métrica da marca Sanny®, seguindo o protocolo de Matsudo
(2005). Para aferição da circunferência do braço contraído, o avaliado ficou em pé, com
o braço elevado à frente, no nível do ombro, com o antebraço supinado e cotovelo
formando um ângulo de 90º no braço direito do avaliado. Foi solicitado ao avaliado que
fizesse uma contração da musculatura flexora do braço direito, sendo medido a maior
circunferência, estando a fita em um ângulo reto em relação ao eixo do braço. Para a
aferição da circunferência de perna, o indivíduo foi avaliado de pé, com o peso do seu
corpo distribuído em ambas as pernas, ligeiramente afastadas. Foi colocada a fita à
altura medial da coxa direita do avaliado, de modo que a fita ficasse perpendicular ao
eixo longitudinal da perna. Em ambas as aferições foram realizadas três (3) medidas
considerando-se a média.
153

A determinação de adiposidade ocorreu pelo método duplamente indireto de


dobras cutâneas, utilizando o compasso da marca CESCORF®, modelo científico.
A equação utilizada para a predição da gordura corporal foi a de Slaughter et al.
(1988) para indivíduos entre 8 e 29 anos, e levou em consideração o nível maturacional
e o aspecto social do avaliado, utilizando o somatório das dobras cutâneas tricipital e
subscapular.
A aferição da espessura da dobra cutânea tricipital foi realizada com o avaliado
em pé, com os braços relaxados ao longo do corpo, tendo como ponto de referência
anatômica a dobra na face posterior do braço, na distância média a borda súpero-lareral
do acrômio e o bordo inferior do olecrano. A dobra cutânea tricipital foi pinçada
verticalmente, acompanhando o sentido anatômico do músculo triciptal.
Para a medida da espessura da dobra cutânea da região subescapular, a
referencia anatômica foi determinada acerca de 2 cm imediatamente abaixo do ângulo
inferior da escápula. A dobra cutânea subescapular foi destacada obliquamente ao eixo
longitudinal, no sentido descendente e lateral, formando um ângulo aproximadamente
45°.
As equações utilizadas para determinação da porcentagem da gordura corporal
nos diferentes sexos, níveis de maturação e condição social, segundo do protocolo de
Slaughter et al. (1988), foram:

Para o sexo masculino:

Equação para soma de dobra cutânea inferior ou igual a 35 mm:


% Gordura = 1,21 (Σ DC) – 0,008 (Σ DC)2 - NMR
Equação para soma de dobra cutânea maior que 35 mm:
% Gordura = 0,783 (Σ DC) – NMR

Sendo:

Σ DC = somatório das dobras tríceps e subescapular


NMR = Nível Maturacional e Raça. (varia conforme a tabela 4 a seguir).
154

TABELA 4 - Nível maturacional e raça conforme protocolo de avaliação da


porcentagem da gordura corporal segundo protocolo de Slaughter et al. (1988) para
indivíduos do sexo masculino.

Fase Maturacional Raça Negra Raça Branca


Criança (pré-púbere) 3,5 1,7
Adolescente (púbere) 5,2 3,4
Adulto Jovem (pós púbere) 6,8 5,5

Para o sexo feminino:

Equação para soma de DC inferior ou igual a 35 mm:


% Gordura = 1,33 + (Σ DC) – 0,013 (Σ DC)2 + NMR
Equação para soma de DC maior que 35 mm:
% Gordura = 0,546 (Σ DC) + 9,7

Sendo:

• Raça negra NMR = 2;


• Raça branca NMR = 3

A partir destas equações, foram estimados o percentual de gordura (%), e os


valores de gordura corporal (Kg) e massa magra (Kg).

3.9.3. – Avaliação da Força Muscular

Para a avaliação da força muscular dinâmica máxima dos indivíduos foi


utilizado o teste indireto de repetições múltiplas segundo protocolo de Brzycki (1993),
para a determinação da estimativa da carga de uma repetição máxima (1RM). Segundo
o protocolo, a estimativa da carga de treinamento é estabelecida por uma fórmula
matemática, que leva em consideração o número de repetições máximas para uma
determinada quantidade de peso (carga) levantada (BRZYCKI, 1993).
O modelo matemático proposto por Brzycki (1993), para a determinação da
carga de 1RM, adotado na recente pesquisa foi:
155

1-RM = 100 * carga rep / (102,78 – 2,78 * rep)

Sendo:

• carga rep: valor da carga de execução das repetições, expressa em kg;


• rep: número de repetições máximas executadas.

A força máxima é frequentemente medida pelo teste de 1RM, que é definido


como a maior carga que pode ser movida por uma amplitude específica de movimento
uma única vez e com execução correta (ESTON e EVANS, 2009; NIEWIADOMSKI et
al. 2008; PEREIRA e GOMES, 2003; HORVAT et al., 2003; MAYHEW et al., 1995;
BRAITH, et al., 1993).
O teste de 1RM, apesar de ser um dos mais utilizados e citados pela literatura,
exige do avaliado grande concentração e conhecimento prévio da técnica de execução,
dentre outras características importantes (WARE et al., 1995). O longo tempo envolvido
na realização do teste de 1RM e os possíveis riscos de lesões, mesmo que pouco
evidenciados (SHAW, MCCULLY e POSNER, 1995; ADAMS et al., 2000 e
FAIGENBAUM, MILLIKEN e WESTCOTT, 2003), mas talvez mais presentes em
grupos mais inexperientes ou frágeis (PEREIRA e GOMES, 2003; POLLOCK et al,
1991), levam os investigadores a buscarem testes mais simples e menos lesivos que
possam estimar a força máxima (PEREIRA e GOMES, 2003; BRZYCKI, 1993).
Na tentativa de minimizar essas dificuldades, diversas equações têm sido
desenvolvidas nas últimas décadas para a estimativa da carga de 1RM a partir da
utilização de cargas submáximas (LANDER, 1985; BRZYCKI, 1993; O'CONNOR,
SIMMONS e O'SHEA, 1989; BAECHLE E GROVES, 2000). Alguns estudos têm
investigado a validade das estimativas fornecidas por essas equações em populações
distintas e com diferentes níveis de aptidão física (MAYHEW et al., 2008;
WHISENANT et al., 2003; WOOD, MADDALOZZO e HARTER, 2002), com
coeficientes de correlação elevados, sendo encontrados entre a carga de 1RM medida e
aquela estimada por essas equações.
Em estudos realizados com o objetivo de validação da equação de Brzycki
(1993), os resultados mostraram elevados coeficientes de correlação entre os testes de
1RM e os testes submáximos utilizando este protocolo, para o exercício de supino em
156

banco horizontal (r = 0,99) apresentando um baixo erro padrão de estimativa (EP)


(3,4%), para indivíduos sedentários com média de idade de 22,2±3,5 anos
(NASCIMENTO et al., 2007), e para o exercício supino reto (r = 0,94), baixo EP (3,1%)
em alunos de ginásio (21,8±4.0 anos) ativos (LACIO et al., 2010).
Em uma pesquisa recente, Menêses et al. (2013), verificaram a validade de
equações preditivas para a estimativa de 1RM comparando teste de 1RM e de teste
submáximo de 8-12RM, em adultos jovens (21,4±4,0 anos) com experiência em
treinamento com pesos. Menêses et al. (2013) encontraram no protocolo de Brzycki
(1993) forte correlação nos exercícios leg press 45° (r = 0,94), supino reto (r = 0,92),
extensão de joelho (r = 0,92), remada (r = 0,93), flexão de joelho (r = 0,96) e elevação
lateral (r = 0,89); sendo considerado válido para a estimativa de 1RM.
Pelo fato da presente pesquisa ser composta de um público jovem, formado por
adolescentes com pouco conhecimento prévio das técnicas de execução de exercícios de
força muscular, durante uma temporada preparatória de treinamento de natação, visando
resultados em competições a níveis estaduais, regionais (toda região norte e nordeste do
Brasil) e nacionais (participação em campeonatos brasileiros), defendendo o interesse
de diferentes agremiações, optou-se pelo teste de repetições múltiplas (submáximo),
como uma forma preventiva â exposição destes atletas não familiarizados ao
treinamento de força, e muito menos a pesquisas científicas.
A execução de esforços com cargas máximas poderia acarretar elevado estresse
muscular, ósseo e ligamentar, desencadeando modificações metabólicas que poderiam
ser prejudiciais, não só à integridade física dos avaliados, mas ao programa de
treinamento competitivo de natação que estavam sendo submetidos em seus clubes,
podendo ir contra aos interesses de pais, dirigentes e técnicos.
Além disso, a opção pela aplicação do teste submáximo para a estimativa de
1RM, buscou avaliar os efeitos na força muscular em todos os exercícios propostos no
programa de treinamento, para os resultados serem utilizados, não somente para a
averiguação dos ganhos de força muscular nos período de avaliação, mas, também, para
a determinação da nova intensidade de carga de trabalho de cada indivíduo, a cada
início de mesociclo.
Apesar das fortes correlações encontradas em pesquisas que avaliam testes de
força submáximas, uma das maiores preocupações com a realização destes testes é a
confiabilidade intra-avaliador, relacionado ao número e a intensidade de carga para
157

determinação da qualidade dos dados coletados em uma avaliação (PEREIRA e


GOMES, 2003; WHISENANT et al., 2003).
Segundo Whisenant et al. (2003), que estudou precisão de 11 equações de
predição para a estimativa de 1RM no exercício de supino em jogadores de futebol
americano colegiais, concluíram que a validade das equações de predição foram
dependentes do número de repetições realizadas, ou seja, a validade foi maior quando
menor número de repetições foram concluídas.
Em duas pesquisas que objetivaram avaliar o número máximo de repetições em
um teste com uma carga fixa de 225lb (102,1kg) realizado no supino livre em jogadores
de futebol americano, Chapman, Whitehead e Binkert (1998) e Mayhew et al. (1999),
encontraram uma correlação alta com o teste de 1RM (r = 0,96), com EP baixo na
ordem de 4,9 e 6,4kg, respectivamente. A predição foi melhor quando o número de
repetições atingido foi menor ou igual a dez.
Almejando uma elevada confiabilidade intra-avaliador na aplicação do teste
indireto de repetições múltiplas segundo protocolo de Brzycki (1993), aplicados em
todos os exercícios propostos no programa de treinamento, foram adotados os seguintes
procedimentos para a determinação do número de repetições e volume da carga:

1°) estabeleceu-se o número máximo de 10 repetições a serem executadas pelos


indivíduos avaliados;
2°) foi estabelecida uma carga submáxima que procurava levar o avaliado até a
falha concêntrica, sem exceder a 10 repetições.

Quando o avaliado demonstrava dificuldade para a realização da carga, por ela


ser excessivamente alta, não apresentando proficiência suficiente para proceder o
exercício de maneira correta, esta era interrompida e seu resultado descartado da
análise. Após um descanso de 10 minutos, uma nova tentativa era realizada neste
mesmo exercício, com um novo ajuste da carga.
Quando o avaliado ultrapassando 10 repetições com extrema facilidade, não
apresentando nenhuma dificuldade para a realização das repetições, devido a carga
estipulada ter sido baixa, uma nova avaliação era conduzida, com um novo ajuste da
carga.
Quando detectado que a intensidade da carga prevista, para qualquer um dos
exercícios, durante o período de treinamento do mesociclo, não mais se adequava ao
158

treinamento proposto para o indivíduo, na sessão seguinte, antes do início do


treinamento, era realizado um novo teste de carga submáxima para o referido exercício,
reajustado-o para a próxima sessão de treinamento.

Segmento Muscular Região Muscular Exercício Avaliada


Avaliado Priorizada no Treinamento
Membros Superiores Peitoral Supino Reto
Região Peitoral Supino Inclinado
Peck Deck
Fly Reto
Membros Superiores Grande Dorsal Puxada Alta
Região do Dorsal Remada Horizontal
Pull Dowm
Deltóide Remada Alta
Elevação Lateral
Membros Superiores Tríceps Pulley
Região do Braço Tríceps Testa
Bíceps Rosca Direta
Rosca Alternada
Membros Inferiores Quadríceps Leg Press 45º
Cadeira Extensora
Bíceps Femoral Cadeira Flexora
Gastrocnêmio/Sóleo Panturrilha Sentado

QUADRO 11 – Os segmentos musculares priorizados para a avaliação da evolução da


força muscular na pesquisa e os exercícios avaliados.

Para efeito de avaliação da força máxima foi realizada a somatória das médias
estabelecidas em cada exercício, agrupados por segmentos musculares, assim divididos:

I) Média da força dos membros superiores da região do peitoral


(musculatura peitoral), somatória das médias dos exercícios supino reto, supino
inclinado, peck deck e fly reto;
159

II) Média da força dos membros superiores da região dorsal (musculaturas


do grande dorsal e deltóide) puxada alta, remada horizontal, pull dowm, remada alta e
elevação lateral;
III) Média da força dos membros superiores da região do braço
(musculaturas triciptal e biciptal) somatórias das médias dos exercícios pulley, tríceps,
rosca direta e rosca alternada;
IV) Média da força dos membros inferiores (musculatura do quadríceps,
bíceps femural e panturrilha) somatória das médias dos exercícios leg press 45°, cadeira
extensora, cadeira flexora e o panturrilha sentado.

Visando reduzir a margem de erro nos testes de carga submáximos, foram


adotadas as seguintes estratégias, seguindo as orientações de Monteiro, Simão e
Farinatti (2005):

a) instruções padronizadas fornecidas antes do teste, de modo que o avaliado


ficasse ciente de toda a rotina que envolveu a coleta de dados;
b) o avaliado era instruído sobre a técnica de execução do exercício;
c) avaliador atento quanto à posição adotada pelo praticante no momento da
medida, pois pequenas variações no posicionamento das articulações envolvidas no
movimento poderiam acionar outros músculos, levando a interpretações errôneas dos
escores obtidos;
d) estímulos verbais foram realizados a fim de manter alto o nível de
estimulação;
e) os pesos adicionais utilizados no estudo foram previamente aferidos em
balança de precisão.
Os intervalos entre as tentativas em cada exercício durante o teste de carga
submáximo foram fixados em 10 minutos (BAECLE e EARLE, 2000). Após obtenção
da carga em um determinado exercício, intervalos não inferiores a 10 minutos foram
dados, antes de passar-se ao teste no exercício seguinte.

3.10 – Testes de Controle da Periodização do Treinamento de Força Dentro


da Piscina.
160

3.10.1 – Avaliação do Tempo do 100m nado Crawl.

A avaliação da potência anaeróbia ocorreu pela tomada de tempo de 100m nado


crawl. A referida avaliação seguiu uma adaptação do protocolo de Olbrecht (1995), que
prevê a estimativa da capacidade anaeróbia mediante determinação do tempo obtido ao
final de um esforço realizado em intensidade máxima num tempo inferior a dois
minutos (preferencialmente entre 45 a 90 segundos). Após o aquecimento de 1000
metros nado crawl, foi solicitado aos sujeitos que realizem no nado crawl uma tentativa
de 100 metros à máxima velocidade partindo do bloco de saída em uma piscina de 25
metros.

3.10.2 – Teste de Saída no Bloco de Partida em 15 metros.

O protocolo de avaliação da saída no bloco de partida para os indivíduos


pertencentes à amostra foi o Teste de Saída no Bloco de partida em 15 metros. Este teste
constitui de uma análise em vídeo, de uma saída realizado no bloco de partida,
percorrendo uma distância de 15 metros, que é dada desde o sinal sonoro de partida até
que a cabeça do nadador atingir a marca de 15 metros, conforme os protocolos adotado
por ARELLANO (1994) e COSSOR e MASON (2002), dividido nas seguintes fases:

1- Fase de vôo – ao sinal sonoro de partida até a mão do nadador atingir a água.

2- Fase submersa – do toque da mão do nadador com a água até a emersão da


cabeça.
3- Fase complementar – da emersão da cabeça até a mesma alcançar a marca de
15m.
4- Fase total de saída – Consiste na somatória de todas as fases anteriores.

Para a avaliação dos parâmetros temporais e espaciais foi utilizada uma


filmadora da marca SONY, modelo DCR-TRV, com frequência de captura de imagem
de 30 Hz (30 quadros por segundo), e suas imagens foram digitalizadas e avaliadas em
um computador notebook da marca Acer modelo Pentium 4, placa de captura de vídeo
da marca Pinnacle, por um programa de edição de imagem de vídeo for Windows
Media Studio® versão Pro 7.0
161

Segundo Arellano et al (1994), a frequência de amostragem de 30 quadros por


segundo (fremes/s) é considerada adequada para este tipo de estudo uma vez que as
ações dos nadadores são relativamente baixas comparadas a outros desportos.
A análise dos dados temporais registrados foram realizadas com o auxílio de um
cronômetro vídeo digital (timecode). O timecode é um filme de um cronômetro digital
que registra o tempo em horas, minutos, segundos e centésimos; estando em sintonia
com o tempo real capturado (30 fremes/s) da filmagem digitalizada pelas câmeras de
vídeo.

Marcas de
referência

15 Metros

FIGURA 8 - Descrição gráfica e visual da posição da câmera e imagem das marcações


de referência feitas na piscina utilizada na análise de saída do bloco de partida em 15 metros
162

3.10.3 – Teste de Virada em 15 metros.

O protocolo de avaliação da virada foi o teste de virada proposto por HALJAND


(2011) dividido nas seguintes fases:

1) Fase de Aproximação: registro do tempo dos últimos 5 metros de


aproximação a borda da piscina até o momento de contato dos pés na parede
da piscina;
2) Fase de Afastamento: registro de tempo de afastamento, após o contado dos
pés na parede da piscina, até a marca de 10 metros.

O nadador era orientado pelos avaliadores, estando posicionado dentro da


piscina, a percorrer uma distância de aproximadamente 40 metros da seguinte maneira:
os primeiros 12,5 metros (metade da piscina) eram percorridos com uma velocidade de
nado crescente; a partir deste ponto (12,5 metros), o nadador deveria desenvolver a
máxima velocidade de nado antes de atingir a marca de 5 metros em relação a borda
posterior da piscina (contrária a da cabeceira de largada). A avaliação da virada,
somente era considerada finalizada, quando o atleta ultrapassava todo o corpo pela
marca de 10 metros contados da borda posterior da piscina.
Para melhor aferição do tempo do teste de virada, foi registrado por uma
filmadora da marca SONY, modelo DCR-TRV, com frequência de captura de imagem
de 30 Hz (30 quadros por segundo), registrou todo deslocamento percorrido pelo atleta,
desde a saída até a marca de 25m, e suas imagens foram digitalizadas e avaliadas em um
computador notebook da marca Acer modelo Pentium 4, placa de captura de vídeo da
marca Pinnacle, por um programa de edição de imagem de vídeo for Windows Media
Studio® versão Pro 7.0
A análise dos dados registrados pela filmadora foi feita com o auxílio do
timecode que é um filme de um cronômetro digital que registra o tempo em horas,
minutos, segundos e centésimos; estando em sintonia com o tempo real capturado (30
fremes/s) da filmagem digitalizada pelas câmeras de vídeo.
163

Marcas de Marcas de
referência referência

10 Metros 5 Metros

FIGURA 9 - Descrição gráfica e visual da posição da câmera e imagem das


marcações feitas na borda da piscina utilizadas na análise do teste de virada em 15 metros.

3.10.4 – Avaliação de Parâmetros Cinemáticos do Nado

Os integrantes dos grupos GPL e GPOn tiveram seu desempenho técnico de


nado analisado por meio da avaliação dos parâmetros cinemáticos no Teste de 100
metros nado Crawl.
A técnica de nado é um dos fatores determinantes do rendimento desportivo
(CAPUTO et al., 2000). Na natação competitiva, a técnica é considerada um fator
essencial ao desempenho do nadador (ALBERTY et al., 2008). Essa elevada
importância atribuída à técnica de nado é justificada pela especificidade do meio onde a
modalidade é desenvolvido; no caso, o meio líquido (FERREIRA, et al., 2012)
164

Foram analisados os parâmetros cinemáticos de frequência média de braçada


(FB), comprimento médio da braçada (CB), e velocidade média de braçada (VM) que
são consideradas ferramentas eficazes para a avaliação técnica do nado (TOUSSAINT e
BEEK, 1992; WAKAYOSHI et al., 1995; FERNANDES et al., 2006; SEIFERT et. al.,
2010; FERREIRA, et al., 2012).
A VM é igual ao produto da FB pela CB (CRAIG e PENDERGAST, 1979) e o
aumento ou diminuição da VM é devido a aumentos ou diminuições na FB e no CB,
respectivamente. A FB em natação é definida pelo número de ciclos realizados pelos
membros superiores por unidade de tempo (CRAIG; PENDERGAST, 1979). A duração
de um ciclo e, como tal, a FB, depende da velocidade angular do movimento rotacional
em torno da articulação escapulo-umeral e da distância que a parte distal do membro
superior percorre na água e no ar ao longo da ação do membro superior (KESKINEN;
KOMI; RUSKO, 1989). O CB é, por definição, o espaço percorrido pelo nadador
durante um ciclo completo dos membros superiores. Este indicador depende da força
propulsora produzida pelos segmentos propulsores e da intensidade da força de arrasto
hidrodinâmico oposta ao deslocamento do nadador (HAY, 1981).
Estudos prévios têm mostrado que existe um relacionamento característico entre
a FB e a velocidade na natação (CRAIG et al., 1985, SEIFERT et al. 2010). Utiliza-se a
FB para controlar a técnica do nado e a economia de energia durante treinamento
(CAPUTO et al., 2000; SEIFERT et al., 2010, BARBOSA et al. 2010), enquanto o CB é
considerado um bom indicador para avaliar a eficiência propulsiva (HAY, 1981;
TOUSSAINT, 1990; TOUSSAINT e BEEK, 1992; WAKAYOSHI et al., 1995;
FERNANDES et al., 2006, SEIFERT et. al., 2010).
165

Marcas de
referência Marcas de
referência

10 Metros 15 Metros

FIGURA 10 - Descrição gráfica e visual da posição da câmera e das marcações feitas


na borda da piscina utilizadas na análise dos parâmetros cinemáticos do nado.

O cálculo da FB foi registrado o número de ciclos de braçadas realizado pelo


atleta em uma distância de 5 metros, compreendendo a distância entre os 10 e 15 metros
contados a partir da cabeceira de saída; sendo este valor dividido pelo tempo gasto para
percorrer este mesmo percurso de acordo com o protocolo de Hay (1981) pela seguinte
fórmula:

FB = número de ciclos de braçada / tempo gasto no percurso


166

O cálculo do CB foi determinado pela divisão da distância de 5 metros e pelo


número de ciclos de braçadas realizadas nesta mesma distância, que compreendeu o
espaço entre os 10 e 15 metros contados a partir da cabeceira de saída, de acordo com o
protocolo de Hay (1981), pela seguinte fórmula:

CB = distância percorrida em metros / número de ciclos de braçada

A VM foi calculada como sendo o produto da multiplicação da FB e do CB


(HAY, 1981), obtida pelos cálculos anteriores, sendo que sua mensuração foi realizada
desconsiderando o tempo que o nadador encontra-se em deslize devido aos efeitos que a
saída e as viradas causam na sua interpretação (CRAIG e PENDERGAST, 1979;
WAKAYOSHI et al., 1993; SEIFERT et al. 2010; FERREIRA, et al., 2012). Sendo
assim, a fórmula utilizada para o cálculo da VM é descrita da seguinte maneira:

VM = CB x FB

Outra variável utilizada na avaliação cinemática foi o índice de braçada (IB).


Considerado como um estimador de eficiência do nado o IB foi definido pela
multiplicação da VM da distância a ser avaliada pelo CB na mesma distância em
unidades em metros por segundo ao quadrado de acordo com o protocolo de Costill e
Thomas (1985), pela seguinte fórmula:

IB = VM x CB

As filmagens foram realizadas por meio de uma câmera filmadora da marca


SONY modelo DCR-TRV com frequência de captura de imagem de 30 Hz (30 quadros
por segundo), colocada em um suporte (tripé) à distância de 5 metros da borda lateral da
piscina, a altura de aproximadamente 1,60 metros em relação ao nível do solo. A
filmadora registrou o deslocamento percorrido pelo nadador, e suas imagens foram
digitalizadas e avaliadas em um computador notebook da marca Acer modelo Pentium
4, placa de captura de vídeo da marca Pinnacle, programa de edição de imagem de
vídeo for Windows Media Studio® versão Pro 7.0
A filmadora foi ajustada para focalizar as marcações que foram feitas nas bordas
da piscina conforme o protocolo de análise de provas no formato europeu, proposto por
167

HALJAND (2011). O registro do tempo e do número de braçadas realizados pelos


sujeitos da amostra foram realizados quando a cabeça do nadador atingira as marcações
que foram feitas na borda da piscina com papel contact preto (de 45 cm de comprimento
por 20 cm de largura), em um espaço de 10 metros entre as distância de 45 e 55 metros
em relação a cabeceira de saída nas duas bordas laterais da piscina, tanto distais como
proximais em relação à filmadora.

3.10.5. - Avaliação do Desempenho Competitivo

A avaliação do desempenho competição dos nadadores foi utilizado o sistema


Point International Score (IPS) reconhecido pelo FINA, o órgão dirigente da natação no
mundo. O sistema IPS foi desenvolvido pela SWIM NEWS
(http://www.swimnews.com/ipspoints) e permite verificar o nível competitivo de
nadadores do sexo masculino ou feminino em qualquer um dos diferentes eventos de
natação competitiva (nado livre, borboleta, costas, peito e medley individual).
O sistema IPS atribui valores que quantificam o desempenho do nadador ou
índice técnico (IT), por meio de pontuação. Quanto maior a pontuação, melhor o IT do
atleta. Este sistema pontua eventos de 0 a 1100 pontos, sendo que estes valores são
atribuídos no início de cada temporada com base nos desempenhos dos 8 melhores
resultados de todos os tempos em cada prova e gênero, pela seguinte fórmula:

IT = (Média dos oito melhores resultados / Tempo do atleta na competição) x 1000

O IT tem sido utilizado em pesquisas científicas como ferramenta de avaliação


do desempenho de nadadores entre homens e mulheres, mesmo em provas de distâncias
e nados diferentes, pois a forma relativa de seu cálculo permite esta comparação
(LEITE, 2014; MARINHO, 2008; PYNE et al.; 2005).
A Confederação Brasileira de Desportos Aquático (CBDA) e suas respectivas
federações filiadas calculam os IT dos seus nadadores, por meio deste sistema em suas
competições.
Para avaliar os efeitos do programa de treinamento no desempenho de
competição dos indivíduos da amostra, foram comparados os melhores índices técnicos,
retirados dos resultados oficiais da FEDAR, das três principais competições da
temporada de natação do ano de 2012:
168

1) VII Copa Roraima de Natação: realizada entre os dias 1 e 2 de junho de


2012 na cidade de Boa Vista - RR, em piscina de 50 metros; ou seja, um período de
pré-intervenção com 10 semanas antes do início do programa de treinamento de força
muscular.
2) V Torneio Norte-Nordeste CBDA de Clubes: realizado entre os dias 21 e
22 de setembro de 2012 na cidade de Manaus - AM, em piscina de 50 metros; ou seja,
após 7 semanas do início, do programa de treinamento de força muscular,
3) XI Campeonato Estadual de Natação - Roraima: realizado entre os dias 14
e 15 de dezembro de 2012 na cidade de Boa Vista - RR, em piscina de 50 metros, ou
seja, um período de pós-intervenção de uma semana após o término do programa de
treinamento do força muscular.

As provas analisadas nos cálculos do IT foram: 50m nado livre; 100m nado
livre; 200m nado livre, 400m nado livre; 1500m nado livre, 50m nado borboleta; 100m
nado peito; 200m nado peito e 200m costas.

3.11 – Análise Estatística

Todos os dados foram expressos em valores médios ± desvio padrão e delta


percentual a cada variável proposta no estudo. Para verificar a normalidade dos dados
foi aplicado o teste de Shapiro-Wilk, adequado para amostras com um número inferior a
30 indivíduos.
Foi aplicado o teste-t de Student para amostras independentes em todos os
resultados obtidos na 1ª avaliação (AV1) antes do início do programa de treinamento
para avaliar a igualdade entre os grupos (GPL e GPOn) nas variáveis propostas antes
do início dos programas de treinamento. Quando observada diferença estatística na AV1
em alguma das variáveis propostas, o teste da variância ANOVA one way não era
aplicado a avaliação intragrupos. Para estes casos, foi realizado uma avaliação
estatística calculando o ganho percentual destas variáveis entre o momento de avaliação
inicial (AV1) e momento de avaliação final (AV4), calculando-se o delta percentual
destes períodos de avaliação, e seus resultados analisados pelos teste-t de Student com o
objetivo de verificar os ganhos percentuais dos grupos.
169

As variáveis foram comparadas através da análise intragrupo, utilizando-se do


teste de variância ANOVA medidas repetidas de fator único (ANOVA one way); e da
análise intergrupo, utilizando o Teste-T de Student para amostras independentes.
Para a comparação dos efeitos da análise estatística, foi utilizado o ajuste de
intervalo de confiança de Bonferroni.
O conceito de Effect Size (ES) foi utilizado no tratamento estatístico dos dados
para melhor entendimento da magnitude do efeito das periodizações (linear e
ondulatória). O cálculo desenvolvido por Rhea (2004) foi usado para comparar os dois
modelos de periodização do projeto de pesquisa proposto.
Para análise, foram utilizados os dados de média de um grupo pré-treinado,
média pós-intervenção e desvio-padrão pré-intervenção pelo seguinte formula:

ES (pré vs pós) = (média pós-intervenção – média pré-intervenção) / desvio


padrão pré-intervenção.

De acordo com a proposta de avaliação do ES, a magnitude do efeito é


classificada em quatro diferentes escalas (superficial, pequeno, moderado e grande),
dependendo do nível de condicionamento físico do avaliado (RHEA, 2004). Rhea
(2004) considera o praticante com nível de condicionamento destreinado ou iniciante,
que apresente um período de prática em treinamento inferior a 1 ano. Nível de
condicionamento avançado é classificado para indivíduos com 1 a 5 anos de prática de
treinamento de força sistematizado. Indivíduos altamente treinados são aqueles que
apresentam mais de 5 anos de treinamento de força muscular sistematizado.
Na avaliação do ES foi adotado o nível de magnitude para indivíduos com
condicionamento de destreinados ou iniciantes em treinamento de força, e nas demais
avaliações o nível de condicionamento de avançados conforme o quadro 12.
170

Magnitude Destreinado ou Iniciantes Avançados Altamente Treinados


Superficial ˂ 0.50 ˂ 0.35 ˂ 0.25
Pequena 0.50 - 1.25 0.35 - 0.80 0.25 - 0.50
Moderada 1.25 - 1.90 0.81 - 1.5 0.51 - 1.00
Grande > 1.90 > 1.50 > 1.00
Fonte: Rhea (2004), pag. 919

QUADRO 12 - Escala de determinação da magnitude do efect size no


treinamento de força muscular nos diferentes níveis de condicionamento físico.

Todas as análises foram processadas com o uso do programa computacional da


IBM software SPSS® 20.0 e para as comparações foi fixado nível crítico menor de 5%
(p<0,05), com exceção da análise de correlação de Pearson que avaliou cada variável
em dois valores de nível crítico: menor que 5% (p<0,05) e menor que 1% (p<0,01).
171

CAPÍTULO 4 - DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS

O teste de normalidade de Shapiro Wilk foi aplicado nos resultados de todas as


avaliações nos dois grupos com modelos de periodização linear (GPL) e periodização
ondulatória (GPOn) para verificar a normalidade dos dados. Foi observada normalidade
dos dados, e a estatística paramétrica adotada, exceto para as variáveis média da força
dos membros inferiores no momento de avaliação AV1; na massa corporal e fase de voo
do teste de saída em 15 metros, ambas no momento de avaliação AV4, em na variável
envergadura nos 4 momentos de avaliação (AV1, AV2, AV3 e AV4), todos ocorridas
apenas no grupo GPOn, que não foi observada distribuição normal.
Para testar se os grupos apresentavam igualdade em todas as variáveis propostas
antes do início dos programas de treinamento de força, foi aplicado o Teste-t de Student
para amostras independentes nos resultados obtidos na 1ª avaliação antes do início do
estudo (AV1). O teste da variância ANOVA medidas repetidas fator único (ANOVA
one way), não foi aplicado nas variáveis que apresentaram diferença estatística na AV1
entre os grupos (GPL e GPOn). Assim, para efeito de avaliação estatística para estas
variáveis que apresentaram diferença estatisticamente significante na AV1 , foi
calculado o ganho percentual destas variáveis entre o momento de avaliação inicial
(AV1) e momento de avaliação final (AV4), calculando-se o delta percentual destes
períodos de avaliação, e seus resultados analisados pelos Teste-t de Student com o
objetivo de verificar os ganhos percentuais para os grupos.
Foi encontrada diferença estatisticamente significante entre a AV1 dos grupos
com periodização linear (GPL) e com periodização ondulatória (GPOn) nas seguintes
variáveis: fase de vôo e fase complementar do teste de saída do bloco de partida em 15
metros; na velocidade média na 1ª passagem de 50 metros do 100m nado crawl; no
índice de braçada (IB) e no comprimento de braçada (CB) na 1ª e na 2ª passagem de 50
metros do 100 metros nado crawl. Em todas a variáveis analisadas por este
procedimento, o ganho percentual foi considerado igual entre os grupos GPL e GPOn,
com exceção da variável CB passagem do 1° 50 metros do 100m nado crawl, que
apresentou ganho percentual diferente entre os grupos.
Os valores do coeficiente de correlação de Pearson aplicado em todas as
variáveis estudas, comparando as variáveis de força muscular com as demais variáveis
de desempenho na piscina, antropométrica e de composição corporal em todos os
172

momentos de avaliação e em ambos os grupos (GPL e GPOn) separadamente, estão


disponíveis no apêndices 7, para as variáveis do grupo GPL; no apêndices 8 para as
variáveis do grupo GPOn; e no apêndice 9 para os resultados de correlação em ambos
os grupos para a variável de índice técnico de competição, e serão apresentados quando
necessário no capítulo 5, na discussão do trabalho.

4.1 - Resultado da Avaliação de Maturação Sexual

4.1.1 - Características da Maturação Sexual no Sexo Masculino

As tabelas 5 e 6 trazem informações de cada variável maturacional dos


indivíduos do sexo masculino que compuseram a amostra do estudo.

TABELA 5 - Distribuição de frequência da característica maturacional "Pêlos


Axilares" e da característica maturacional "Genitália + Pêlos Pubianos" dos nadadores
jovens do sexo masculino (n=9).

Pelos Axilares f.a f.r


Ausente 0 0
Presente 9 100,00%
TOTAL 9 100,00%
Estágio Puberal f.a f.r
Pré-púbere 0 0%
Púbere 9 100,00%
Pós-púbere 0 0%
TOTAL 9 100,00%
Legenda: f.a = frequência absoluta; f.r. = frequência relativa

Podemos observar que, em relação aos pêlos axilares, 100% da amostra acusava
a presença parcial ou total de pêlos axilares. Em relação aos pêlos pubianos, podemos
verificar que 77,78% da amostra se encontram nos estágios maturacionais IV e V, que
22,22% da amostra se encontram nos estágios II e III, e que nenhum indivíduo se
encontrava em estágio considerado pré-púbere (Tabela 6).
173

TABELA 6 - Distribuição de frequência da característica maturacional


"Genitália" e "Pêlos Pubianos" dos nadadores jovens do sexo masculino (n=9).

Pelos Pubianos f.a f.r


I(P1) 0 0%
II(P2) 1 11,11%
III(P3) 1 11,11%
IV(P4) 6 66,67%
V(P5) 1 11,11%
TOTAL 9 100,00%
Genitália f.a f.r
I(G1) 0 0%
II(G2) 0 0%
III(G3) 2 22,22%
IV(G4) 4 44,44%
V(G5) 3 33,33%
TOTAL 9 100,00%
Legenda: f.a = frequência absoluta; f.r. = frequência relativa

Com relação à genitália, podemos verificar que os jovens não apresentam


maturação nos estágios I e II, que os jovens na sua maioria (77,77%) se encontram nos
maturacionais estágios IV (44,44%) e V (33,33%), e que apenas 22,22% se encontram
no estágio maturacional III. Quando somados genitália e pêlos pubianos, o porcentual
de jovens púberes representa 100% da amostra da pesquisa para o sexo masculino.

4.1.2 - Características da Maturação Sexual no Sexo Feminino

As tabelas 7 e 8 trazem as informações de cada variável maturacional dos


indivíduos do sexo feminino que compuseram a amostra do estudo.
174

TABELA 7 - Distribuição de frequência da característica maturacional


"Menarca" e da característica maturacional "Genitália + Pêlos Pubianos" na nadadoras
jovens do sexo feminino (n=8).

Menarca f.a f.r


NÃO 0 0
SIM 8 100,00%
TOTAL 8 100,00%
Estágio Puberal f.a f.r
Pré-púbere 0 0%
Púbere 8 100,00%
Pós-púbere 0 0%
TOTAL 8 100,00%
Legenda: f.a = frequência absoluta; f.r. = frequência relativa

TABELA 8 - Distribuição de frequência da característica maturacional


"Genitália" e "Mamas" das nadadoras jovens do sexo feminino (n=9).

Pelos Pubianos f.a f.r


I(P1) 0 0%
II(P2) 1 12,50%
III(P3) 2 25,00%
IV(P4) 4 50,00%
V(P5) 1 12,50%
TOTAL 8 100,00%
Mamas f.a f.r
I(M1) 0 0%
II(M2) 0 0%
III(M3) 1 12,50%
IV(M4) 7 87,50%
V(M5) 0 0%
TOTAL 8 100,00%
Legenda: f.a = frequência absoluta; f.r. = frequência relativa

Podemos observar que, em relação â menarca, 100% da amostra registraram a


presença do importante evento puberal. Em relação aos pelôs pubianos, foram
verificados que 37,5% da amostra se encontram nos estágios II (12,5%), e III (25%); e
que 62,5% se encontram no estágio IV (50%) e V (12,5%). Nenhuma jovem nadadora
da amostra apresentou estágio maturacional I em relação aos pêlos pubianos. Em
175

relação as mamas, podemos verificar a maior a maioria das jovens nadadoras (87,5%) se
encontram no o estágio V, e apenas 12,5% no estágio maturacional de mama a nível
III. Não foram encontradas ocorrências nos estágios maturacionais I e II e V de mamas
nas jovens pertencentes a amostra da pesquisa.
Quando somados mamas e pêlos pubianos, o percentual de jovens púberes
representa 100% da amostra da pesquisa.

4.2 - Resultados das Variáveis Antropométricas e de Composição Corporal

O apêndice 7 apresenta os resultados das médias e desvio padrão dos


participantes dos dois grupos com modelos de periodização linear (GPL) e ondulatória
(GPOn) nas avaliações antropométricas e de composição corporal.
No apêndice 8 estão apresentados os resultados do delta percentual e do effect
size (ES) com grau de magnitude do efeito do programa de treinamento de força nas
variáveis antropométricas e de composição corporal dos indivíduos grupos GPL e
GPOn.
Os nadadores do grupo GPOn apresentaram uma média de aumento de massa
corporal de 3,13% entre a AV1 e AV4, sendo esta diferença considerada significante
pelo teste de variância ANOVA. Esta diferença significante também foi observado entre
as avaliações da AV1 e AV2 e AV1 e AV3 do grupo GPOn. O grupo GPL não
apresentou diferença estatisticamente significante na massa corporal entre AV1 e AV4,
mesmo sendo observado um aumento percentual de 2,88% nessa variável. A valor do
ES para o grupo GPL foi de 0,13, enquanto que o valor do ES para o grupo GPOn foi de
0,17, ambos sendo considerados de efeito de magnitude superficial para atletas de nível
de treinamento avançado (entre 1 e 5 anos de prática sistematizada) (Gráfico 3).
176

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento;
AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento aDiferença estatisticamente
significativa com AV1.
GRÁFICO 3 - Massa Corporal

Não ocorreram alterações estatisticamente significativas nas média de estatura


entre os grupos, durante o período de 18 semanas de realização da pesquisa. A média de
altura do GPL foi de 1,64 cm, enquanto que no GPOn a média de estatura variou 1 cm
entre o momento AV2 (média de 1,68 cm) para AV3 (média de 1,69 cm), aumento de
0,59% na estatura para este grupo de nadadores (Apêndice 7 e 8 ).
O índice de massa corporal (IMC) também foi avaliado na pesquisa. Não forma
encontradas diferenças estatísticas nas médias do IMC para ambos os grupos. O GPL
teve um aumento de 2,04% no IMC entre os momento de avaliação AV1 e AV4,
apresentando um valor de ES de 0,16 considerado de magnitude superficial. Por outro
lado, o GPOn teve aumento de 2,26 na média do IMC entre os momento AV1 e AV4,
apresentando um ES no valor de 0,35 considerado de magnitude pequena para após 18
semanas do programa de treinamento (Gráfico 4).
177

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento;
AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento.

GRÁFICO 4 - Índice de Massa Corporal

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento;
AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento aDiferença estatisticamente
significativa com AV1.
GRÁFICO 5 - Porcentagem de Gordura Corporal

Na porcentagem de gordura corporal a diminuição percentual de 20,84% e


14,72% para os grupos GPL e GPOn, respectivamente, entre as avaliações AV1 e AV4,
178

não foi considerada estatisticamente significante. Nesta variável de porcentagem de


gordura corporal, uma diferença significante foi observada entre as momentos de
avaliação AV1 e AV3. Não foi encontrado diferença significante em nenhum dos
momentos de avaliação entre os grupos GPL e GPOn na variável percentual de gordura
corporal. Porém foi observado uma tamanho de efeito de 0,40 no ES da variável
porcentagem de gordura no GPL considerado de pequena magnitude, enquanto que para
o GPOn este efeito foi considerado superficial (ES = 0,21) (Gráfico 5).
Resultados semelhantes ao observado na variável percentual de gordura
corporal, também foram observados na variável de massa magra, onde foi observado
aumento significante (p < 0,05) na primeira avaliação (AV1) comparado a quarta
avaliação (AV4) para ambos os grupos, em uma porcentagem de 5,64% e 4,87% para os
grupos GPL e GPOn respectivamente. No grupo GPL, a diferença significante da massa
magra foi observada entre a AV1 e AV3, AV2 e AV3 e AV1 e AV4; enquanto que no
grupo GPOn diferença significante foi observada entre as avaliações da AV1 e AV2,
AV1 e AV3 e AV3 e AV4 (tabela 9). Os valores de ES entre estes dois momento de
avaliação também foram semelhantes (ES = 0,23 para GPL, e ES = 0,22 para GPOn)
sendo ambos considerado de magnitude superficial para atletas de nível avançado de
treinamento (Gráfico 6).

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento;
AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento aDiferença estatisticamente
significativa com AV1; bDiferença estatisticamente significativa com AV2.

GRÁFICO 6 - Massa Magra


179

Ao compararmos as médias da AV1 com AV4 da variável massa gorda, a


diminuição percentual de 17,58% para o grupo GPL, e 11,04% para o grupo GPOn, não
foi considerada pela análise estatística como sendo significante para os grupos. Para
essa variável, foi observado diferença significativa entre as avaliações AV1 e AV3, para
ambos os grupos. Não foi encontrado diferença estatística significante entre os grupos
GPL e GPOn em nenhum dos momentos de avaliação (tabela 9). Foram avaliados
valores de ES de 0,34 para GPL, e 0,18 para GPOn, ambos considerados de magnitude a
nível superficial (Gráfico 7).

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento;
AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento aDiferença estatisticamente
significativa com AV1.

GRÁFICO 7 - Massa Gorda

Foi observado diferença significante na variável circunferência do braço direito


contraído (CBDC), nos grupos GPL e GPOn ao final das 14 semanas do programa de
treinamento de força (momentos AV1 e AV4), numa ordem de 10,52% para o grupo
GPL, e 12,06% para o grupo GPOn. O grupo GPOn apresentou também diferença
significante entre as avaliações AV1 e AV3, AV2 e AV3 e AV2 e AV4. A análise
estatística apontou diferença significante na variável circunferência de braço direito
contraído entre os momentos de avaliação AV1 e AV3 e AV2 e AV4 no grupo GPL. O
tamanho do efeito do programa treinamento de força na variável CBDC para o GPOn
180

foi considerado de magnitude moderada (ES = 0,85), enquanto que para o GPL foi de
magnitude pequena (ES = 0,78) (Gráfico 8).

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento;
AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento aDiferença estatisticamente
significativa com AV1; bDiferença estatisticamente significativa com AV2.

GRÁFICO 8 - Circunferência de Braço Direito Contraído

Na comparação com as médias entre os momentos de avaliação inicial (AV1) e


avaliação final (AV4) para ambos os grupos avaliados (GPL e GPOn) na variável
circunferência da coxa medial direita (CCMD) foi observado diferença significante na
ordem de 5,97% para o grupo GPL e 6,78% para grupo GPOn. A análise estatística
ainda mostra que para o GPOn, existe diferença significante entre os momentos AV1 e
AV3, AV2 e AV4 e AV3 e AV4 na variável circunferência de coxa medial direita. Já
para o grupo GPL a análise estatística aponta diferença significante, além dos momentos
AV1 e AV4, entre os momentos AV1 e AV3 nesta mesma variável (Gráfico 9).
181

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento;
AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento aDiferença estatisticamente
significativa com AV1; bDiferença estatisticamente significativa com AV2; cDiferença estatisticamente significativa com AV3.

GRÁFICO 9 - Circunferência da Coxa Medial Direita

4.3 - Resultados das Variáveis de Força Muscular dos Membros Superiores


e Inferiores.

O apêndice 9 apresenta os resultados das médias e desvio padrão dos


participantes dos grupos GPL e GPOn nas somatórias das médias das avaliações em
cada exercício obtidos pelo teste da carga submáximo proposto pelo protocolo de
Brzycki, dividido por segmentos musculares da parte superior e inferior do corpo, nos
quatro momentos de avaliação (AV1, AV2, AV3 e AV4), mais o resultado da diferença
numérica, do delta percentual entre a AV4 e a AV1, e valor do efect size (ES) entre
AV1 e AV4, bem como, a classificação do nível de sua magnitude para atletas iniciantes
em treinamento de força muscular.
Nos resultados da análise intragrupos (Teste-t de Student) nas médias de força
muscular dos membros superiores e inferiores foi observado diferença significante (p <
0,05) em todos as variáveis avaliadas (média da força dos membros superires da região
do braço, peitoral, dorsal e membros inferiores) na AV1 quando comparada com a AV4
para ambos os grupos. Entretanto, na análise intergrupos (ANOVA one way) não foi
182

encontrado diferença significante entre os grupos (GPL e GPOn) em nenhuma das


variáveis das médias de força por segmentos testados (Apêndice 9).
Na comparação das médias de força dos membros superiores da região do braço
percebe -se que os atletas do GPOn apresentaram aumento estatisticamente significante
entre os momentos AV1 e AV4, com um valor de percentagem de aumento de 38,11%.
Para esta mesma análise, o GPOn apresentou um ES no valor de 1,05; que representa
um nível de magnitude de ganho de força considerado "pequena". Na variável força
região do braço, o grupo GPOn apresentou ainda diferença significante entre AV1 e
AV2, AV1 e AV3, AV2 e AV3 e AV3 e AV4. Por outro lado, no grupo GPL, não foi
encontrado diferença estatisticamente significante entre a AV1 e AV4, apesar do
aumento percentual avaliado de 47,47%, com um valor de ES de 1,46; considerado de
magnitude moderada. Para o grupo GPL, na variável de força região do braço, foi
encontrado diferença significante entre os momentos de avaliação AV1 e AV2, AV1 e
AV3 e AV2 e AV4 (Gráfico 10).

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento;
AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento aDiferença estatisticamente
significativa com AV1; bDiferença estatisticamente significativa com AV2; cDiferença estatisticamente significativa com AV3.

GRÁFICO 10 - Média Força Membros Superiores Região do Braço

Nas médias da AV1, quando comparadas com as médias da AV4, nos resultados
da força dos membros superiores da região peitoral no grupo GPOn, percebe-se que
183

estes nadadores apresentaram diferença estatisticamente significante nesta variável. O


aumento da força na região peitoral para o grupo GPOn foi na ordem percentual de
51,72%, tendo um ES no valor de 1,32; que representa um aumento de magnitude em
num nível considerado pequena para a faixa de iniciantes em treinamento de força
muscular. O grupo GPOn apresentou ainda diferença significante entre os momentos de
avaliação AV1 e AV2, AV1 e AV3, AV2 e AV3, AV2 e AV4, e AV3 e AV4. O grupo
GPL teve um aumento percentual na força da região peitoral de 55,53%, com um ES de
1,24; considerado de nível de magnitude "pequena", porém não apresentando diferença
significante entre AV1 e AV4. Diferença significativa na variável força da região
peitoral para o grupo GPL foi observada nos demais momentos de avaliações realizadas
na pesquisa (Gráfico 11).

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento;
AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento aDiferença estatisticamente
significativa com AV1; bDiferença estatisticamente significativa com AV2; cDiferença estatisticamente significativa com AV3.

GRÁFICO 11 - Média Força Membros Superiores Região do Peitoral

Resultados semelhantes aos descritos anteriormente na variável força da região


peitoral, foram observados nas comparações das médias da AV1 e da AV4 da variável
média da força dos membros superiores região dorsal. O grupo de atletas do GPOn
apresenta diferença significante, não somente nos momentos de avaliação AV1 e AV4,
com aumento percentual de 36,72%, e ES de 1,11; considerado de magnitude
184

"pequena", mas, também entre os momentos da avaliação AV1 e AV2, AV1 e AV3,
AV2 e AV3, AV2 e AV4, e AV3 e AV4. O grupo GPL não apresentou diferença
estatisticamente significante entre os momentos de avaliação AV1 e AV4, apesar do
aumento percentual de 29,66%, apresentando um ES de 1,01; representando uma
magnitude de efeito considerado pequena para ganhos de força muscular para atletas
iniciantes neste tipo de treinamento. Diferenças significantes no grupo GPL foram
observados nos demais momentos de avaliação (Gráfico 12).

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento;
AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento aDiferença estatisticamente
significativa com AV1; bDiferença estatisticamente significativa com AV2; cDiferença estatisticamente significativa com AV3.

GRÁFICO 12 - Média Força Membros Superiores Região Dorsal

Foi observado aumento significante (p<0,05) da variável média da força dos


membros inferiores ao final das 14 semanas do programa de treinamento de força
(AV4) comparado com o momento da avaliação inicial (AV1) em ambos os grupos
avaliados (GPL e GPOn). O grupo GPL apresentou um aumento percentual de 90,57%
na média da força dos membros inferiores, apresentando um ES no valor de 2,53; que
representa um nível de magnitude considerado de efeito grande para atletas de iniciação
ao treinamento de força. Uma análise parecida é observada no grupo GPOn, onde o
aumento percentual foi de 111,17%, apresentando um ES de 2,87; também considerado
185

de efeito de "grande" magnitude nos ganhos de força muscular. Ambos os grupos


apresentaram diferenças significantes entre todas as demais avaliações (Gráfico 13).

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento;
AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento aDiferença estatisticamente
significativa com AV1; bDiferença estatisticamente significativa com AV2; cDiferença estatisticamente significativa com AV3.

GRÁFICO 13 - Média Força Membros Inferiores

4.4 - Resultados da Variável Tempo de 100m Nado Crawl

O apêndice 10 apresenta os resultados das médias e desvio padrão dos


participantes dos dois grupos com modelos de periodização linear (GPL) e ondulatória
(GPOn) nas avaliações de potência anaeróbia pelo teste de 100 metros nado crawl, nos
quatro momentos de avaliação: AV1, antes do início do programa; AV2, após 6
semanas de treinamento, AV3, após 10 semanas de treinamento, e AV4 ao término das
14 semanas de treinamento; além do resultado da diferença numérica e do delta
percentual entre a AV4 e a AV1. Não foi encontrado diferença estatisticamente
significante (p<0,05) nas análises intergrupos (pelo teste-t de Student) entre os grupos
GPL e GPOn.
Foi observada uma diminuição percentual de 1,90% e 3,37% no tempo da
passagem dos 1° 50 metros nado crawl entre as avaliações AV1 e AV4 para os grupos
GPL e GPOn, respectivamente. Valores de magnitude considerada de nível superficial
186

para atletas avançados de condicionamento ao treinamento de natação, foram


encontradas em ambos os grupos: ES = 0,12 para o GPL, e ES = 0,31 para o GPOn
(Gráfico 14).

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento;
AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento.

GRÁFICO 14 - Tempo Passagem do 1ª 50 metros nado Crawl

Já para o tempo de passagem dos 2° 50 metros nado crawl, a diminuição


percentual foi favorável ao grupo GPL, que obteve um valor percentual de redução
nesta variável de 6,70%, em comparação a redução percentual de 1,97% para o grupo
GPOn (Gráfico 15).
187

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento.

GRÁFICO 15 - Tempo Passagem do 2ª 50 metros nado Crawl

A análise do ES na variável de tempo na passagem dos 2° 50 metros nado crawl


foi considerada de magnitude superficial para ambos os grupos, com valores de 0,31
para o GPL e 0,18 para o grupo GPOn (Gráfico 15).
A diminuição percentual também foi encontrada no tempo total do 100 metros
crawl no grupo GPL, que apresentou uma redução percentual de 5,12% nesta variável
entre os momentos de avaliação AV1 e AV4, contra um redução de 3,19% para o grupo
GPOn. Porém, o valor de magnitude do efeito no tempo total da prova de 100 metros
nado crawl foi favorável para o grupo GPOn, com um valor de ES = 0,28, enquanto
que o GPL registrou um ES = 0,19, sendo ambas consideradas de magnitude superficial
para atletas de rendimento a nível avançado (Gráfico 16).
188

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento .

GRÁFICO 16 - Tempo Total do 100 metros nado Crawl

4.5 - Resultados das variáveis cinemáticas do desempenho.

O apêndice 11 apresenta os resultados das médias e desvio padrão dos


participantes dos dois grupos com modelos de periodização linear (GPL) e ondulatória
(GPOn) nos testes cinemáticos de saída do bloco de partida em 15 metros, nos quatro
momentos de avaliação: AV1, antes do início do programa; AV2, após 6 semanas de
treinamento, AV3, após 10 semanas de treinamento, e AV4, ao término das 14 semanas
de treinamento; além do resultado da diferença numérica e do delta percentual entre a
AV4 e a AV1. Os valores ES foram avaliados a um nível de magnitude para atletas de
nível avançado de treinamento de natação.
Os resultados das médias apresentadas no apêndice 11 foram avaliadas pelo
Teste-t de Student em cada um dos momentos de avaliação. Foi encontrada diferença
estatisticamente significante (p<0,05) entre os grupos GPL e GPOn no momento
primeiro momento de avaliação (AV1), ou seja, antes do início do programa de
treinamento, nas variáveis de tempo da fase de vôo e fase complementar (Gráficos 17 e
19).
Para estas duas variáveis foi aplicada a análise do cálculo do ganho percentual
entre os momentos de avaliação inicial (AV1) e ao fim das 14 semanas de treinamento
189

(AV4), calculado-se o delta percentual de cada período de avaliação, e seus resultados


analisados pelos Teste-t de Student com o objetivo de verificar estatisticamente os
ganhos percentuais para os grupos neste momento da avaliação.
Os resultados estatísticos das médias do delta percentual de tempo da fase de
vôo e fase complementar do teste-t de Student, para o teste de saída do bloco de partida
em 15 metros, apontam que entre os grupos GPL e GPOn os momentos de avaliação
AV1 e AV4, foram consideradas iguais para as duas variáveis (Gráficos 17 e 19).
A análise intergrupos, que também utilizou o Teste-t de Student para a avaliação
estatística entre os grupos GPL e GPOn, foi aplicada nas demais variáveis do teste de
saída do bloco de partida em 15 metros (fase submersa e tempo total da saída). Não foi
encontrada diferença estatisticamente significante entre os grupos GPL e GPOn em
todos os momentos de avaliação nas variáveis de fase submersa e tempo total de saída
em 15 metros.
Nas análises intragrupos, o teste de variância ANOVA medidas repetidas com
fator único (ANOVA one way); não encontrou diferença significante entre os momentos
de avaliação AV1, AV2 AV3 e AV4 nas variáveis cinemáticas de saída da fase
submersa e tempo total da saída.
A porcentagem no aumento do tempo na fase de vôo da análise cinemática de
saída do bloco de partida em 15 metros entre os momentos de avaliação AV1 e AV4
para o grupo GPL foi de 2,91%. O grupo GPOn não apresentou aumento percentual na
variável da fase de vôo na saída do bloco de partida. O valor do ES para o GPL na
variável fase de voo foi de 0,27, considerada de magnitude insignificante. Não foi
encontrado diferença no tempo de voo entre os momentos AV1 e AV4 nas médias do
grupo GPOn (Gráfico 17).
190

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento;
AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento; ǂDiferença estatisticamente
significativa na AV1 entre os grupos (ganho percentual pelo teste-t student igual entre os grupos)

GRÁFICO 17 - Fase de Voo

Na fase submersa da saída do bloco de partida, o grupo GPL apresentou um


aumento percentual de 12,07% entre os momentos de avaliação AV1 e AV4, enquanto
que o grupo GPOn apresentou um aumento de 6,79% nesta variável (Gráfico 18).

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento.

GRÁFICO 18 - Fase Submersa


191

Ao compararmos as médias da AV1 com AV4 da variável fase complementar do


teste de cinemática da saída do bloco de partida, a diminuição percentual de 20,13%
para o grupo GPL, e 13,61% para o grupo GPOn, foi considerada pela análise estatística
do delta percentual como sendo iguais para os grupos. Um valor de ES considerado de
magnitude moderada (1,03) foi encontrada no GPL, enquanto que no GPOn este valor
de ES foi considerado de efeito pequeno (0,71) (Gráfico 19).

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento;
AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento; ǂDiferença estatisticamente
significativa na AV1 entre os grupos (ganho percentual pelo teste-t student igual entre os grupos)

GRÁFICO 19 - Fase Complementar

Foi observada diminuição percentual de 8,37% para o grupo GPL, e de 5,58%


para o grupo GPOn na variável de tempo total da saída em 15 metros entre os
momentos AV1 e AV4, não sendo esta diferença considerada significante entre os
grupos. Ambos os grupos apresentaram um efeito de tamanho considerado pequeno
para os grupos: GPOn, ES = 0,58; e GPL, ES 0,53 (Gráfico 20)
192

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização
Linear; GPOn = Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação
após 6 semanas de treinamento.

GRÁFICO 20 - Tempo Total da Saída em 15 metros

O apêndice 12 apresenta os resultados das médias e desvio padrão dos


participantes dos dois grupos GPL e GPOn nas avaliações cinemáticas de virada em 15
metros, nos quatro momentos de avaliação: AV1, antes do início do programa; AV2,
após 6 semanas de treinamento, AV3, após 10 semanas de treinamento, e AV4, ao
término das 14 semanas de treinamento; além do resultado da diferença numérica e do
delta percentual entre a AV4 e a AV1. O nível de tamanho do efeito considerado para
efeito de avaliação das médias de desta variável de tempo da virada em 15 metros, foi a
nível de treinamento considerado avançado (entre 1 e 5 anos de prática sistematizada).
Nos resultados das médias de tempo da fase de aproximação em 5 metros foi
observada diferença significante (p < 0,05) entre os grupos GPL e GPOn, os momentos
de avaliação da AV3 e AV4. A análise intergrupos foi aplicada nas variáveis da fase da
afastamento e tempo total do teste cinemático de virada em 15 metros; sendo encontrada
diferença significante entre os grupos GPL e GPOn na variável da fase de aproximação
de 5 metros nas variáveis AV2 e AV3 (Gráfico 21).
Na variável fase de aproximação de 5 metros, do teste cinemático de virada, foi
observada uma diminuição percentual de 1,24% no tempo da execução desta variável
para o GPL, enquanto que para o grupo GPOn, na mesma variável foi registrado um
aumento percentual do tempo 3,45%. O resultado da análise do ES, nesta mesma
193

variável apontou para o aumento percentual percebido no tempo da fase de aproximação


de 5 metros, no GPOn um ES de 0,37, enquanto que a diminuição percentual observado
no GPL teve um valor de ES de 0.07. Em ambos os grupos a magnitude do efeito foi
considerada de tamanho a nível superficial para atletas avançados de treinamento de
natação (Gráfico 21).

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento;
AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento; *Diferença estatisticamente
significativa entre os grupos GL e GO na AV2; #Diferença estatisticamente significativa entre os grupos GL e GO na AV3.

GRÁFICO 21 - Fase de Aproximação 5 metros

Ambos os grupos (GPL e GPOn) apresentaram diminuição na porcentagem de


tempo na variável fase de afastamento de 10 metros, na ordem de 1,24% e 1,72%,
respectivamente (Gráfico 22).
194

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento.

GRÁFICO 22 - Fase de Afastamento 10 metros

Um efeito considerado de nível superficial para atletas avançados em


treinamento foi observado entre os grupos, com valor de ES de 0,07 para o GPL, e ES
de 0,22 para o GPOn (Gráfico 22).
Nas médias da avaliação AV1, quando comparados com as médias da avaliação
AV4, no tempo total da saída de 15 metros, percebe-se que os nadadores apresentaram
diminuição percentual nas médias de tempo na ordem de 2,47% para o grupo GPL, e
0,40% para o grupo GPOn. Um valor de 0,14 para o GPL, e de 0,05 para o GPOn, foi
avaliado pelo teste de ES aplicado nas médias da variável de tempo total de saída, sendo
para ambas considerado de magnitude superficial para atletas avançados de treinamento
(Gráfico 23).
195

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento.

GRÁFICO 23 - Tempo Total de Virada 15 metros

O apêndice 13 apresenta os resultados das médias e desvio padrão dos


participantes dos dois grupos GPL e GPOn no teste cinemáticos da tomada de tempo da
prova de 100 metros nado crawl, para as variáveis de velocidade média (VM), Índice de
Braçada (IB), Comprimento de Braçada (CB) e Frequência de Braçada (FB), nos quatro
momentos de avaliação: AV1, antes do início do programa; AV2, após 6 semanas de
treinamento, AV3, após 10 semanas de treinamento, e AV4, ao término das 14 semanas
de treinamento; além do resultado da diferença numérica e do delta percentual entre a
AV4 e a AV1.
Não foi encontrada diferença estatisticamente significante (p<0,05) nas análises
intergrupos (pelo teste-t de Student) entre os grupos GPL e GPOn, com exceção do
primeiro momento de avaliação (AV1) nas variáveis de VM da 1ª passagem de 50
metros; e nas variáveis de IB e CB nas duas passagens de 50 metros (1ª e 2ª passagem
de 50 metros dos teste de tomada de tempo do 100m nado crawl). Foi realizada a
análise estatística para estas variáveis que apresentaram diferença estatísticas entre os
grupos na AV1, calculando do ganho percentual entre os momentos de avaliação AV1 e
AV4 dos grupos GPL e GPOn. O resultado da do Teste-t de Student, aplicado no valor
do delta percentual dos grupos GPL e GPOn, entre nesta variáveis foram considerados
iguais entre os grupos, com exceção da variável CB na passagem do 1° 50 metros da
196

tomada de tempo do 100m nado crawl, sendo considerado de diferente entres os grupos
GPL e GPOn (Apêndice 13).
Não foi encontrada diferença significante (p < 0,05) na VM na passagem do 1°
50 metros nado crawl, entre os momentos de avaliação AV1 e AV4 e AV3 e AV4 para
ambos os grupos. O GPL apresentou um aumento percentual de 6,96% na VM da
passagem do 1° 50 metros nado crawl, enquanto os nadadores do grupo GPOn
apresentaram um aumento de 8,06% na mesma variável. Uma magnitude de efeito
considerado pequena foi avaliada nos valores de ES nos grupos GPL (0,40) e GPOn
(0,59) (Gráfico 24).

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual entre AV4-AV1; ES = Valor do Effect Size; GPL = Grupo Periodização Linear;
GPOn = Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de
treinamento; AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento aDiferença
estatisticamente significante com AV1; cDiferença estatisticamente significante com AV3, #Diferença estatisticamente significante
entre os grupos; §Ganho percentual pelo Teste-T student igual entre os grupos.

GRÁFICO 24 - Velocidade Média da 1ª passagem de 50 metros

Na VM da passagem do 2° 50 metros do 100 metros nado crawl, foi observado


aumento significante (p < 0,05) na primeira avaliação (AV1) comparado a quarta
avaliação (AV4) para ambos os grupos, em uma porcentagem de 11,11% e 5,08% para
os grupos GPL e GPOn respectivamente. No grupo GPL foi registrado ainda diferença
estatisticamente significante entre os momentos de avaliação AV1 e AV4, e no GPOn
nos momentos de avaliação AV1 e AV4 e AV3 e AV4. (Gráfico 25).
197

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual entre AV4-AV1; ES = Valor do Effect Size; GPL = Grupo Periodização Linear;
GPOn = Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de
treinamento; AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento aDiferença
estatisticamente significante com AV1; cDiferença estatisticamente significante com AV3.

GRÁFICO 25 - Velocidade Média da 2ª passagem de 50 metros

Foi observada diferença significante (p < 0,05) para o aumento percentual de


18,67% na variável índice de braçada (IB) na 1ª passagem de 50 metros nado crawl, no
grupo GPL ao término das 14 semanas do programa de treinamento. Diferenças
significantes também foram encontradas no GPL nesta variável entre os momento AV2
e AV4 e AV3 e AV4. Um aumento percentual de 11,68% para grupo GPOn foi
significante pela análise intragrupos entre os momento AV1 e AV4 também foi
registrado no GPOn. Já o ES no grupo GPOn para a variável de IB na 1ª passagem de
50 metros foi de 0,72; enquanto que no GPL este efeito foi de 0,65; ambos de
magnitude considerada pequena para atletas de nível avançado de treinamento (Gráfico
26).
198

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual entre AV4-AV1; ES = Valor do Effect Size; GPL = Grupo Periodização Linear;
GPOn = Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de
treinamento; AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento aDiferença
estatisticamente significante com AV1; bDiferença estatisticamente significativa com AV2; cDiferença estatisticamente significante
com AV3, #Diferença estatisticamente significante entre os grupos; §Ganho percentual pelo Teste-T student igual entre os grupos.

GRÁFICO 26 - Índice de Braçada da 1ª passagem de 50 metros

Tanto na 1ª quanto na 2ª passagem de 50 metros na variável de IB, foi


encontrado diferença significante no momento de avaliação AV1. Em ambos as
variáveis o procedimento de avaliação do ganho percentual pelo Teste-T de student foi
aplicado, e o seu resultado considerou os ganhos percentuais entre as os momentos de
avaliação iguais para ambos os grupos nas duas variáveis (IB 1° 50 metros e IB 2° 50
metros) (Gráficos 26 e 27).
Resultados semelhantes na análise estatística foram observado na variável IB da
2ª passagem de 50 metros da tomada de tempo dos 100 metros nado crawl. Foram
observados na variável um aumento no percentual de 19,40% e 10,92% para os grupos
GPL e GPOn, respectivamente, entre as avaliações AV1 e AV4, considerada
estatisticamente significante para ambos os grupos. Nesta variável de IB da 2ª passagem
de 50 metros nado crawl, também foi observado uma diferença significante entre as
momentos de avaliação da AV1 e AV2 para grupo GPL.
O ES foi aplicado nesta variável, sendo encontrado um valor considerado de
magnitude pequena em ambas as variáveis (ES = 0,55 para GPL; e ES = 0,58 para
GPOn) (Gráfico 27).
199

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual entre AV4-AV1; ES = Valor do Effect Size; GPL = Grupo Periodização Linear;
GPOn = Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de
treinamento; AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento aDiferença
estatisticamente significante com AV1; #Diferença estatisticamente significante entre os grupos; §Ganho percentual pelo Teste-T
student igual entre os grupos.

GRÁFICO 27 - Índice de Braçada da 2ª passagem de 50 metros

Foi encontrada diferença estatisticamente significante (p<0,05) na análise


intergrupos (pelo teste-t de Student) entre os grupos GPL e GPOn, no primeiro
momento de avaliação (AV1) no CB nas passagens do 1° e do 2° 50 metros do teste
cinemático de tomada de tempo de 100 metros nado crawl (Tabela 15 e Gráficos 28 e
29).
Desta maneira, foi realizada a análise estatística para estas variáveis, calculando
o ganho percentual entre os momentos de avaliação AV1 e AV4 dos grupos GPL e
GPOn. O valor do delta percentual deste período foi avaliado, e seus resultados
analisados novamente pelos Teste-T de student com o objetivo de analisar
estatisticamente a diferença percentual para os grupos entre estas passagens. O resultado
estatístico desta análise aponta que o ganho percentual entre os grupos GPL (11,97% no
CB da 1ª passagem do 50 metros) e GPOn (3,14% no CB da 1ª passagem de 50 metros)
entre os momentos de avaliação AV1 e AV4, foram consideradas percentualmente
diferentes entre os grupos. Nesta mesma variável também, foi encontrada diferença
significante entre os momento de avaliação AV3 e AV4 (Gráfico 28).
200

Já na variável de CB da 2ª passagem de 50 metros a diferença significante no


aumento percentual de 9,92% para o GPL e de 5,44% para o GPOn foi considerado pelo
Teste-T de student como sendo percentualmente iguais entre os grupos (Gráfico 29).

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual entre AV4-AV1; ES = Valor do Effect Size; GPL = Grupo Periodização Linear;
GPOn = Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de
treinamento; AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento aDiferença
estatisticamente significante com AV1; cDiferença estatisticamente significante com AV3, #Diferença estatisticamente significante
entre os grupos; ¤Ganho percentual pelo Teste-T student diferente entre os grupos

GRÁFICO 28 - Comprimento de Braçada da 1ª passagem de 50 metros

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual entre AV4-AV1; ES = Valor do Effect Size; GPL = Grupo Periodização Linear;
GPOn = Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de
treinamento; AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento aDiferença
estatisticamente significante com AV1; #Diferença estatisticamente significante entre os grupos; §Ganho percentual pelo Teste-T
student igual entre os grupos.

GRÁFICO 29 - Comprimento de Braçada da 2ª passagem de 50 metros


201

Resultados semelhantes ocorreram nas análises de ES entre as variáveis de CB


na 1ª e na 2ª passagem de 50 metros na tomada de tempo de 100 metros nado crawl. Em
ambas as passagens na variável CB, o GPL registrou um efeito de magnitude
considerada pequena, com um valor de ES de 0,68 no CB da 1ª passagem de 50 metros,
e ES de 0,65 na 2ª passagem de 50 metros. O GPOn apresentou nas mesmas variáveis
de CB uma magnitude considerada de nível superficial, com valores de ES de 0,26 e
0,24 nas passagens do 1° e no 2° 50 metros respectivamente (Gráficos 28 e 29)
Pelas médias dos quatro momentos de avaliação para a variável FB das
passagens tanto do 1° 50 metros, como do 2° 50 metros, observamos que não houve
diferença estatisticamente significante em nenhum momento das avaliações intergrupos
(GPL e GPOn) ou intragrupos (AV1, AV2, AV3 e AV4) (Gráficos 30 e 31).

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento.

GRÁFICO 30 - Frequência de Braçada da 1ª passagem de 50 metros

Foi observado aumento percentual na variável FB na 2ª passagem de 50 metros


no GPOn após as 14 semanas do programa de treinamento, numa ordem de 3,80%.
Enquanto que o grupo GPL apresentou diminuição percentual de 4,94% entre as
avaliações AV1 e AV4. Em ambos os grupos a magnitude do efeito do treinamento na
variável de FB na passagem de 50 metros foi considerada de nível superficial; tendo
apresentado o GPL um ES de 0,33; e o GPOn um ES de 0,21
202

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização
Linear; GPOn = Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação
após 6 semanas de treinamento.

GRÁFICO 31 - Frequência de Braçada da 2ª passagem de 50 metros

O GPL apresentou uma diminuição percentual de 1,33% na FB da 2ª passagem


de 50 metros, com um valor de ES de 0,09 considerada de magnitude superficial. Os
nadadores do grupo GPOn também apresentaram diminuição na média percentual na
variável FB na 2ª passagem de 50 metros no valor de 1,26%, com um valor de ES de
0,08, também considerado de magnitude a nível superficial (Gráfico 31).

4.6 - Resultados da Variável de Desempenho Competitivo

O apêndice 14 apresenta os resultados das médias e desvio padrão dos


participantes dos dois grupos com modelos de periodização linear (GPL) e ondulatória
(GPOn) nos resultados de índice técnico do desempenho competitivo avaliados dos 3
eventos principais do calendário oficiais da FEDAR, nos quais os nadadores
pertencentes à amostra do estudo obtiveram nos momentos de avaliação PRÉ (10
semanas antes do início do programa de treinamento de força muscular); DUR (após o 7
semanas do início do programa de treinamento de força) e PÓS (1 semana após o
término do programa de treinamento de força).
203

Legenda: PRÉ = 10 semanas antes do inicio do programa de treinamento de força; DUR= após 5 semanas do início
do programa de treinamento de força; PÓS = uma semana após o término do programa treinamento de força; ∆% =
Delta Percentual de PÓS-PRÉ; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn = Grupo Periodização
Ondulatório; aDiferença estatisticamente significante com PRÉ.

GRÁFICO 32 - Índice Técnico Competitivo

A análise intergrupos, que utilizou o teste-t de Student, para a avaliação


estatística entre os grupos GPL e GPOn, não encontrou diferença estatisticamente
significante entre os grupos GPL e GPOn em nenhum dos momentos de avaliação
(PRÉ, DUR e PÓS) na variável de índice técnico competitivo (Gráfico 32).
Nas análises intragrupos, o teste de variância ANOVA encontrou diferença
significante entre os momentos de avaliação PRÉ e PÓS e entre os momento PRÉ e
DUR nos grupos GPL e GPOn respectivamente. O GPL apresentou um aumento
percentual de 26,10% enquanto o grupo GPOn, apresentou um aumento percentual de
16,86% na variável de índice técnico competitivo, entre os momento PRÉ e PÓS. Por
outro lado, o GPOn obteve um valor de ES = 0,65, enquanto o GPL registrou um ES =
0,52, sendo ambos considerados de magnitude pequena para atletas avançados em
treinamento.
204

CAPÍTULO 5 - DISCUSSÕES E CONCLUSÕES

5.1 - Discussão da Análise 1

O objetivo desta análise foi comparar o impacto de 14 semanas de treinamento


de força muscular com periodização linear e ondulatória no perfil antropométrico e
composição corporal de nadadores jovens de ambos os sexos.
Os resultados da análise de frequência das características maturacionais, que
levaram em consideração o nível de maturação de pêlos pubianos e genitálias (mamas
no caso das meninas) apontam que tanto homens como mulheres da amostra eram
considerados em sua totalidade por jovens em estágio maturacional púbere, segundo a
classificação de Tanner (MATSUDO e MATSUDO, 1991; FORTES e CASTRO,
2002). A maioria dos avaliados, encontravam-se nos estágios de maturação entre os
níveis IV e V. Nos meninos, 77,8% apresentaram resultados tantos nos pêlos pubianos
quanto na genitália nestes estágios maturacionais; tendo ainda todos da amostra
verificado a presença de pêlos na região axilar. Nas meninas, a porcentagem para estes
estágios de maturação foi de 62,5% nos pêlos pubianos, e 87,5% nas mamas, tendo
todas à presença da menarca.
Na adolescência ocorrem várias mudanças na composição corporal, além
alterações fisiológicas e comportamentais, desde variações no tamanho, formato do
corpo, larguras dos ombros, circunferências, tamanhos das mãos e pés, massa magra e
percentual de gordura (GALLAHUE, 2013).
Na presente pesquisa inferimos que ocorrências de grandes transformações
provenientes da puberdade estariam memorizadas pelo fato da maioria dos jovens
estarem em estágios finais do processo maturacional. Esta afirmação condiz com a
observação de Mashall e Tanner (1995) que relatam que as alterações provenientes do
processo pubertário ocorrem em ritmo e proporções diferentes entre os indivíduos de
um mesmo sexo ou não, no entanto a ordem em que esses eventos ocorrem é
relativamente à mesma (MASHALL e TANNER, 1995). Malina e Bouchard (2002) e
Maglischo (1999) afirmam que, em geral, a ocorrência dos eventos pubertários entre os
sexos, se destacam entre as faixas de 9 e 14 anos de idade no sexo feminino, e entre 13
e 16 anos no sexo masculino; mas que a aquisição da maturação biológica final é
205

alcançado, de modo geral, a cerca de 20 anos contados a partir no nascimento do


indivíduo (GUEDES e GUEDES, 1995, DUARTE, 1993).
Em nossa pesquisa a média de idade para ambos os grupos foi de 15,13±1,96
anos no grupo com periodização do treinamento de força linear (GPL), e 15,50±2,88
anos no grupo periodização do treinamento de força ondulatória (GPOn), posterior ao
período das grandes alterações nas mulheres, e próximo do fim nos homens.
Como estágio maturacional tem influência direta no crescimento da criança e
adolescente, com aumento dos hormônios circulantes, principalmente em meninos, este
controle se faz necessário quando se estuda este tipo de população (FAIGENBAUM et
al., 2009; MALINA, BAUCHARD e BAR-OR, 2004; BAXTER-JONES,
EISENMANN e SHERAR et al, 2005).
As somatórias destas informações com relação a idade dos eventos pubertários e
das informações do nível do estágio de maturação sexual da amostra, nos leva a
acreditar que as alterações morfofuncionais ocorridas nas variáveis de composição
corporal não tenham causa nas alterações maturacionais ocorridas em geral nos
adolescentes, não apenas pela descrição feita do estado maduro da amostra, mas
também, pelo período de realização do estudo. Entretanto, entendemos que existem
dificuldades na interpretação dos dados, pelas inúmeras variáveis já mencionadas, e
pelo fato de analisarmos grupos formados por jovens do sexo masculino e feminino.
Estudos avaliaram a composição corporal de crianças e jovens praticantes de
natação (POTDEVIN el al. 2011, ASPENES et al, 2009; GIROLD et al, 2007;
DAMSGAARD et al, 2001), mas as comparações ficam limitadas pois nestes estudos
não há a classificação por estágio maturacional, somente menção da idade cronológica,
ficando difíceis de interpretação e comparação (SCHNEIDER et al, 2004).
Os valores médios de massa corporal dos nadadores do grupo submetido ao
programa de treinamento de força periodização linear (GPL) fora da piscina, não
apresentaram aumentos significantes nesta variável após 14 semanas (AV1,
55,99±12.06 kg e AV4, 57,60±12,13kg) (Gráfico 3). Resultado semelhante foi
observado em nadadores adultos do sexo masculino (21,93±2,17 anos) submetidos a
programa de treinamento de força fora da piscina com periodização linear, em um
período de 17 semanas (BARBOSA, MORAES e ANDRIES JÚNIOR, 2007). Trappe e
Pearson (1994) também não encontraram diferenças nas médias de massa corporal em
nadadores, homens, com média de idade de 20,1±1.2 anos, submetidos a programa de
206

treinamento de força fora da água periodizado de forma linear num período de 12


semanas.
Manutenção na massa corporal também foi observada na pesquisa de Potdevin et
al. (2011) em um grupo misto constituído de nadadores e nadadoras púberes na faixa
etária entre 13 e 15 anos, submetidos a programa de treinamento pliométrico fora da
piscina por período de 6 semanas. Período maior de treinamento pliométrico (12
semanas) também não foi suficiente para que fossem registrados aumentos significantes
nas médias de massa corporal em nadadores do sexo masculino, com idade média de
25±1,5 anos (BOCALINI, et al. 2007).
Em nosso estudo, porém, foi observado aumento significante na massa corporal
nos nadadores pertencentes ao grupo com periodização ondulatória (GPOn) após 14
semanas de treinamento (AV1 59,37±10.93 kg; e AV4, 61,23±11,51 kg). Na presente
pesquisa o GPOn registrou ainda aumento significante em 6 semanas de treinamento
(AV2 60,36±11.07 kg) e 10 semanas de treinamento (AV3 60,73±11,43 kg) (Gráfico
3).
Em uma pesquisa realizado em um grupo de bombeiros fisicamente
condicionados (21,9±1,8 anos) submetidos a 9 semanas de treinamento de força com
periodização ondulatória, Peterson et al. (2008) não encontraram aumento significante
na massa corporal. Monteiro et al. (2009) também não observou aumento nesta variável
em praticantes de musculação altamente treinados submetidos a periodização
ondulatória em período de 12 semanas.
O aumento na massa corporal observado no GPOn pode ser explicado pela
possível influencia da maturação no crescimento corporal da amostra. O mesmo
fenômeno pode ser a causa do aumento observado também na estatura no GPOn
(Apêndice 7).
O aumento de 0,01 centímetro na média da estatura após 10 semanas de
treinamento, mesmo não sendo estatisticamente significante, pode ter interferido
significativamente no aumento da massa corporal, uma vez que o treinamento de força
parece não influenciar no crescimento da estatura em adolescentes (FAIGENBAUM et
al., 2009; MALINA, 2006, FALK e ELIAQUIM, 2003, SADRES et al.,2001). O GPL
não apresentou alterações na variável estatura no período de realização do estudo
(Apêndice 7).
A pouca variação observada na estatura em ambos os grupos, no período de
realização da pesquisa, que resultou em alterações insignificantes nos valores de índice
207

de massa corporal (IMC). Em pesquisas onde o IMC de nadadores foram avaliados os


resultados também não apresentaram diferenças significantes durante o período de
realização dos estudos (BOCALINI, et al., 2010; BOCALINI et al., 2009 e BOCALINI
et al, 2007). Porém, ao analisarmos Effect Size (ES) do IMC dos grupos, observamos
um efeito de magnitude pequena para esta variável no GPOn (ES = 0,35), superior ao de
magnitude superficial encontrado no GPL (ES = 0,16). O aumento estatístico avaliado
da massa corporal entre o momento de avaliação AV4 e as demais avaliações, em
conjunto com o singelo aumento na estatura do GPOn, foram as possíveis causas da
diferença encontrada na magnitude do efeito no IMC da amostra, apesar de valores
semelhantes de melhora em 14 semanas de treinamento (GPL = 2,04% e GPOn =
2,26%).
Por outro lado, pesquisas apontam que o treinamento de força em jovens
aumenta a força e a resistência muscular, podendo variar em relação ao sexo, idade e
tipo de treinamento na qual foi submetido, provocando alterações na composição
corporal, tanto na massa gorda como na massa muscular, mesmo que em proporções
superficiais (FAIGENBAUM et al., 2009; FOLLAND e WILLIAMS, 2007;
FUKUNAGA et al.; 1992).
Pelo fato da maioria da amostra, independente do tipo de periodização do
treinamento submetido, encontra-se em um estágio maturacional níveis IV e V, ou seja,
ao término da puberdade, próximo do período pós-maturacional, acreditamos que as
alterações observadas na massa corporal no GPOn, tiveram influencia do programa de
treinamento aplicado.
Alterações morfológicas relacionadas ao treinamento de força como o aumento
no tamanho das fibras (hiperplasia), mudanças no tipo de fibra e do tecido conjuntivo,
bem como alterações estruturais, implicam em aumento da massa muscular
(hipertrofia), influenciando na massa corporal (PRESTES et al. 2010; MCARDLE,
KATCH e KATCH, 2008; FOLLAND e WILLIAMS, 2007; FLECK e KRAEMER,
2006; KRAEMER e HAKKINEN, 2004).
Aumentos significantes após 14 semanas de treinamento de força muscular
foram observados na massa magra em ambos os grupos. Os grupos apresentaram
valores semelhantes nos ganhos de massa magra, na ordem de 5,64% para o GPL, e
4,97% para o GPOn (Gráfico 6). Resultados semelhantes foram encontrados por
Potdevin et al. (2011) que analisando o efeito de 6 semanas de treinamento de força
208

pliométrica em nadadores adolescentes púberes de ambos os sexos, encontraram


diferenças significantes na ordem de 6,8% na massa magra destes atletas.
Em pesquisa realizada com nadadores adultos jovens (20,1±1.2 anos) do sexo
masculino, Trappe e Pearson (1994) não encontraram diferenças nas médias de massa
magra após 12 semanas de treinamento de força com periodização linear fora da piscina.
Outros estudos também não encontraram diferenças estatísticas significantes no
aumento da massa magra em nadadores submetidos ao diferentes programas de
treinamento de força dentro da piscina (DRAGUNAS, 2012; BOCALINI, et al., 2009;
BOCALINI, et al, 2010) quanto fora a piscina (BARBOSA, MORAES e ANDRIES
JÚNIOR, 2007, BARBOSA e ANDRIES JÚNIOR, 2006).
Efeitos morfológicos relacionados ao aumento da massa magra, em nadadores
submetidos a programa periodizado de treinamento de força podem ser mais
evidenciados nos adolescentes em estágio puberal, que em nadadores adultos.
Schneider e Meyer (2005), ao avaliarem nadadores pré-púberes e púberes,
encontraram maiores valores de massa magra e peso corporal nos nadadores púberes.
Tais achados reforçam relatos da literatura nos quais se afirma que, durante a
fase da puberdade, a presença de maiores níveis hormonais, principalmente de
androgênios, pode contribuir na maior síntese proteica e consequentemente
proporcionar um ganho acentuado de massa magra (ESCODA e PINHEIRO, 1995;
GALLAHUE e OZMUN, 2005).
O ES para o aumento da massa magra também foi semelhante (0,23 e 0,22) para
GPL e GPOn respectivamente, consideradas segundo Rhea (2004) de magnitude nível
superficial. De Lima et al. (2012) com o objetivo de comparar os efeitos das
periodizações linear e ondulatória em uma amostra constituída de 28 mulheres
sedentárias, com idades de 20 a 35 anos, divididas em dois grupos, encontraram
aumentos significantes de massa magra em ambos os grupos, com valores superiores
aos observados no presente estudo (0,45 para o grupo com periodização linear e 0,40
para o grupo com periodização ondulatório), porém, sendo classificadas como
magnitude superficial, devido ao nível de condicionamento de iniciante em treinamento.
O tipo de periodização do treinamento de força pode ter influenciado nas
adaptações morfológicas ocorridas na massa corporal e massa magra relatados nos
indivíduos da amostra. O GPOn apresentou aumento significante na massa magra em 6
semanas de treinamento. Tal aumento estatístico na massa magra ocorreu no GPL
depois de 10 semanas de treinamento de força muscular. A variação da intensidade e
209

volume, objetivando o desenvolvimento da resistência de força, força máxima e


potência muscular, na mesma semana de treinamento, aplicado no GPOn, propiciou
adaptações morfológicas na musculatura da amostra, iniciantes em treinamento de força,
que resultaram no aumento na massa magra, em curto período de tempo.
Tal aumento na massa magra e consequente na massa corporal, em período de 6
semanas de treinamento, ocorrido no GPOn, pode estar relacionado ao aumento
significante encontrado na circunferência do braço direito contraído (CBDC) no mesmo
período de tempo (AV1, 27,52±3,89 cm para AV2, 29,21±3,55 cm) (Gráfico 8). O
aumento hipertrófico nos membros superiores, ocorrido no GPOn, foi novamente
significativo entre os momentos de avaliação da AV2 para a AV3 (30,18±3,61 cm) e
após as 14 semanas de treinamento (AV4, 30,84±3.84 cm) (Gráfico 8).
O GPL apresentou aumento significativo na CBDC após as 14 semanas de
treinamento, que influenciou o aumento da massa magra neste grupo. Porém, no GPL, o
primeiro aumento estatístico foi registrado nesta variável após 10 semanas de
treinamento (AV3) em periodização onde se objetivava primeiramente a resistência
muscular (período de 4 semanas) e depois a força muscular (outro período de 4
semanas), com duas semanas de adaptação que ocorreram antes destes períodos, em
forma linear do implemento de carga de treinamento. Percentualmente, após 14 semanas
de treinamento de força, o GPOn teve aumento de 12,06% na CBDC (3,32 cm) com um
ES de 0,85 considerado de efeito de magnitude moderada para atletas avançados em
treinamento sistematizado (RHEA, 2004). O GPL também apresentou aumento
percentual significativo na CBDC (10,52%, 2,73 cm), porém de ES de magnitude
considerada de nível pequeno (0,78) (Gráfico 8).
Aumentos significantes foram registrados nas circunferências da coxa medial
direita (CCMD) que podem estar relacionados ao aumento hipertrófico , influenciando
no aumento percebido na massa corporal e massa magra. Ambos os grupos já
apresentavam em 10 semanas (AV3) diferenças significantes nesta variável, porém ao
final da 14 semanas de treinamento o GPOn apresentou diferença estatística da AV4
para todas as demais avaliações, enquanto o GPL apresentou diferença significante
apenas a AV1 (Gráfico 9).
Em nossa revisão da literatura, não encontramos pesquisas realizadas com atletas
de natação que avaliaram medidas de circunferência de sua amostragem. Pesquisa
realizada em atletas de voleibol, Shneider, Benetti e Meyer (2004), encontraram
diferenças de circunferência de coxa e braço entre atletas pré-púberes e púberes em
210

ambos os sexos, mas somente entre meninos púberes e pós-púberes está diferença foi
significativa. Nossa amostra foi composta de atletas púberes, muitos em processo
pubertário final, assim, acreditamos que efeitos provenientes da maturação sexual, não
interferiram de maneira significativa nos resultados na composição corporal
relacionados as circunferências de braços e coxas na amostra.
Em um outro estudo Peterson et al. (2008) comparou os efeitos de um programa
de treinamento de força com periodizações ondulatória e tradicional em 14 bombeiros
adultos, bem condicionados, durante 9 semanas. Os pesquisadores não encontraram
diferenças significantes nas circunferências de coxa e braço entre os grupos, e entre os
momentos de avaliação em ambos os grupos ao final das 9 semanas de treinamento. Em
nossa pesquisa, somente na CBDC o GPOn apresentou diferença significativa em um
período menor que 9 semanas; nas demais medidas de circunferência, diferenças foram
percebidas após 10 semanas de treinamento. Porém, inviável é a comparação da
pesquisa de Peterson et al. (2008) com a atual pesquisa pois, além de serem realizadas
em um público diferente, ou seja, adultos bem condicionados a programas de
treinamento de força, onde as respostas morfológicas são de demorada percepção, os
autores não especificam como foram realiadas as medidas de circunferência (qual
referência de medida da coxa; braço com ou sem contração) dificultando comparações.
Quanto ao ES avaliado na variável CCMD, o GPOn apresentou após as 14
semanas de treinamento ES de 1,15, classificado de magnitude moderada para atletas de
condicionamento avançado, enquanto o GPL registrou ES de 0,49, considerado de
magnitude pequena.
Em relação às variáveis de massa gorda e percentual de gordura corporal
percebemos um comportamento parecido entre os grupos avaliados em nossa pesquisa.
Para ambas as variáveis nos dois grupos, foram somente registradas diminuições
significantes entre os momentos de avaliação AV1 e AV3. Houve redução tanto na
massa magra quanto na porcentagem de gordura corporal, em ambos os grupos, após as
10 semanas de treinamento de força, porém estes valores aumentaram ao final das 14
semanas, em valores estatisticamente não significantes avaliados antes do início do
programa (Gráficos 5 e 7). Em pesquisas realizadas com nadadores adultos, submetidos
a uma combinação de programas de treinamento de natação e força, também não foram
observadas diferenças estatísticas na porcentagem de gordura e massa gorda em 10
semanas (BOCALINI, 2009) e em 12 semanas de treinamento (BOCALINI, 2010;
TRAPPE e PEARSON 1994). Em estudo muito similar a nossa pesquisa, Potidevin et
211

al. (2011) também não encontraram diferença significante na porcentagem de gordura


corporal em nadadores púberes de ambos os sexos, submetidos durante 6 semanas à
programa de treinamento pliométrico.
O período de tempo, tipo de treinamento e sua periodização podem interferir nas
variações da porcentagem de gordura corporal e conseguinte na massa gorda de
indivíduos submetidos a programas de treinamento de força (GRAHL et al., 2013;
FERREIRA et al., 2006; FLECK e KRAEMER, 2006). Em estudo de Prestes et al.
(2009) que compararam dois grupos de mulheres adultas, com mais de seis meses de
experiência em treinamento de força, durante 12 semanas de um programa de
treinamento de força com periodização linear e linear reversa, observou diminuição
significante na porcentagem de gordura corporal e massa gorda apenas nas mulheres
submetidas a periodização linear. Por outro lado, Kerksick, et al. (2009) comparando os
efeitos da força e composição corporal entre adultos jovens em idade acadêmica e
adultos de meia idade, submetidos a 8 semanas de programa de treinamento de força
com periodização linear, não observaram, apesar das diferenças significantes entre estas
populações, diferenças significantes entre a avaliação inicial e após as 8 semanas de
treinamento nas variáveis de composição corporal da porcentagem de gordura e massa
gorda.
Provavelmente, a condição física do avaliado e o objetivo do treinamento de
força podem modificar ou não estas variáveis de porcentagem de gordura corporal e
massa gorda de indivíduo para indivíduo.
Em pesquisa que comparou os efeitos do treinamento de força com periodização
ondulatória, linear e a não-periodizada, em adultos praticantes de musculação em um
período de 12 semanas, objetivando o hipertrofia muscular; Monteiro et al. (2009) não
encontraram diferenças nas médias de massa gorda e porcentagem de gordura corporal
entre estes indivíduos. Por outro lado, em mulheres adultas com sobrepeso, tanto a
periodização linear quanto a ondulatória reduziram significativamente a porcentagem de
gordura corporal e massa magra destas mulheres submetidas a um programa de
treinamento de força também por 12 semanas, mas objetivando a redução do peso
corporal (DE LIMA et al., 2012).
O programa de treinamento de força de nossa pesquisa objetivou ganhos de
força muscular de uma maneira geral, visando a melhora do desempenho do nadador no
meio líquido. A diminuição do percentual de gordura, e conseguinte da massa gorda, e a
212

hipertrofia muscular poderiam ocorrer (como ocorreram) naturalmente pela exposição


dos indivíduos participantes da pesquisa no programa de treinamento proposto.
A hipertrofia muscular ocorreu, como podemos observar nos resultados da
massa magra, CBDC e CCMD já citados, com melhores resultados para os indivíduos
pertencente ao GPOn. Entretanto, em relação as variáveis de massa gorda e
porcentagem de gordura corporal, os resultados de nossa pesquisa apontam que o GPL
obteve melhores resultados nestas variáveis de composição corporal.
Os valores de ES da porcentagem de gordura corporal encontrados no GPL, após
as 14 semanas de treinamento foram de 0,40, classificadas como de magnitude pequena
para atletas avançados em treinamento periodizado. O GPOn obteve nesta variável de
porcentagem de gordura corporal valor de ES de 0,18, considerado de magnitude
pequena. Corroborando com estes achados, De Lima et al. (2012) também encontraram
valores de ES na porcentagem de gordura corporal maiores que em nossa pesquisa (0,85
no grupo linear; e 0,71 no grupo ondulatório), porém em mulheres adultas com
sobrepeso. Devido ao nível de condicionamento do grupo avaliado por De Lima et al.
(2012), estas mulheres devem ser classificadas como iniciantes em treinamento de
força, levando então a classificar o tamanho do efeito do treinamento de força nesta
mulheres como sendo de magnitude também considerada pequena, como a de nosso
estudo.
Na variável de massa magra observamos mesmo comportamento observado na
variável de percentual de gordura, e fenômeno semelhantes ao estudo de De Lima et al.
(2012). O GPL obteve um valor de ES de 0,34, (apenas 0,01 para ser classificada como
de magnitude pequena) melhor que o valor encontrado no GPOn de 0,18, apesar de
ambos terem sido classificados como de magnitude superficial. A pesquisa de De Lima
et al. (2012) registrou ES para o grupo de mulheres com sobrepeso que praticaram o
treinamento de força com periodização ondulatória no valor de 0,45 e no grupo que
praticou a periodização ondulatória de 0,40, ambas também devendo ser classificadas de
magnitude superficial pelo nível de condicionamento iniciante da amostra.
Outra questão observada nas variáveis de porcentagem de gordura corporal e
massa magra, está relacionada aos baixos valores encontrados na amostra da presente
pesquisa. Como se tratam de jovens púberes praticantes de atividade física de nível
competitivo intermediário, estes valores baixos da porcentagem de gordura corporal
nesta população são considerados normais.
213

Segundo Malina e Bouchard (2002) a porcentagem de gordura corporal para os


meninos permanece bastante estável ao longo de toda a infância e até a fase adulta. A
taxa aumenta em 3% ou 4% durante a infância, ficando entre 10% para
aproximadamente 15%, cai em torno de 2% durante a puberdade e, em seguida, cresce
em média 2% a 3% no início da fase adulta. O exercício afeta enormemente a
quantidade de gordura que uma pessoa carrega.
O jovem que participa regularmente de programas de atividade física geralmente
tem mais massa magra e menos gordura que aqueles que não são regularmente ativos
afetando a quantidade de gordura do jovem atleta (MAGLISCHO, 1999; MALINA E
BOUCHARD, 2002).
Segundo Deurenberg (1990), uma porcentagem de gordura corporal baixa para
crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos seria em torno de 6,01 a 10% em homens, e
12,01 e 15% em mulheres.
Em nossa pesquisa a porcentagem de gordura corporal variou entre 10,12 e
13,15% no GPL e 8,64 e 10,46% no GPOn. Em pesquisas que avaliaram a composição
corporal de nadadores púberes, foram encontrados valores de percentual de gordura
mais elevados, como pesquisa de Potdevin et al (2011) com média de 22,44 a 24,46%
nos grupos mistos de ambos os sexos. Na pesquisa de Scheneider, Benetti e Meyer
(2004) de 13,4% em meninos púberes e 18,7% em meninas púberes. É importante
destacar que nestas duas pesquisas citadas anteriormente, apesar do público ser
considerado de adolescentes praticantes de natação, o tempo de prática nestas pesquisas
não ultrapassavam a 3 anos de prática sistematizada (POTDEVIN et al, 2011 e
SCHENEIDER, BENETTI e MEYER, 2004), e não deixam claro em suas
metodologias a intensidade e volume de treinamento que eram submetidos
(SCHENEIDER, BENETTI e MEYER, 2004). Por meio destas informações podemos
então classificar que os indivíduos da amostra das pesquisas citadas acima, teriam
composições corporais mais próximas de jovens sedentários, e não de jovens atletas
condicionados.
Em uma pesquisa realizada em jovens nadadores (20,1±1,2 anos), que
disputavam o Campeonato Colegial Norte-americano, as porcentagem de gordura
corporal ficou entre 9,1 e 9,9% (TRAPPE e PEARSON, 1994).
As alternâncias percebidas nos índices de porcentagem de gordura e massa
gorda, em nossa pesquisa, podem ter sofrido também influência das oscilações ocorridas
durante programa de treinamento de piscina com vista nas participações das
214

competições de natação que ocorreram ao longo do mesociclo de treinamento da


amostra (Quadro 6 e Gráfico 1)
Com o início do programa de treinamento de força, somado ao programa de
treinamento de piscina, já execução, foram provocados os efeitos morfológicos
esperados na composição corporal da amostra. Após a AV2, depois de 6 semanas de
treinamento, houve duas semanas de transição, para início de outro ciclo de treinamento
de base, visando o Campeonato Estadual que foi realizado ao final do mesociclo da
pesquisa. Esta mudança no foco do treinamento, com conseguinte diminuição e
oscilação no volume e intensidade do treinamento de piscina, podem ter interferido nos
resultados encontrados no percentual de gordura e massa gorda da amostra.

5.1.1 - Conclusão da Análise 1

A partir das observações realizadas nas avaliações de perfil antropométrico e


composição corporal dos indivíduos da presente pesquisa podemos concluir que a
hipótese de que o modelo de periodização ondulatória promova melhoras mais
acentuadas nas variáveis após 14 semanas de treinamento de força muscular são, em
parte verdadeiras.
A periodização do treinamento de força muscular com periodização ondulatória
mostrou ser mais eficiente para ganhos relacionados às adaptações morfológicas,
ligados a hipertrofia muscular, como massa magra, circunferências de braço e coxa, e
consequentemente, na massa corporal de jovens nadadores púberes submetidos a este
tipo de treinamento por um período de 14 semanas.
A periodização linear mostrou ser mais eficiente na redução dos percentuais de
gordura corporal e massa magra. Porém, resultados significantes também ocorreram nas
outras variáveis ligadas as adaptações morfológicas nas variáveis de composição
corporal e perfil antropométrico.
Pelo fato da maioria da amostra, estar em um níveis IV e V da maturação sexual,
acreditamos que possíveis interferências na interpretação das análises, provenientes do
crescimento corporal, ocorridas normalmente na adolescência, não foram significativos,
por estarem em período final do processo.
Os resultados na porcentagem de gordura corporal e massa gorda da amostra,
podem ter sofrido interferência pelo volume e intensidade do treinamento de piscina.
215

5.2 - Discussão da Análise 2

O objetivo da segunda análise é comparar os efeitos de um macrociclo de 14


semanas de treinamento de força muscular com periodização linear e com ondulatória
no comportamento da força dos membros superiores e inferiores de nadadores jovens de
ambos os sexos.
A comparação entre métodos de periodização do treinamento de força tem sido
nos últimos anos foco de estudo das ciências do esporte (PAINTER et al., 2012). A
literatura científica tem destacado os benefícios da periodização do treinamento de força
não apenas na melhoria da saúde e qualidade de vida (ACSM, 2002; PRESTES et al,
2009a; PRESTES et al, 2009b, KERKSICK et al., 2009; APEL et al., 2011; DE LIMA
et al, 2012), mas também para a melhoria no desempenho esportivo (BUFORD et al.,
2007; MONTEIRO et al, 2009; HOFFMAN, et al, 2009; PAINTER et al., 2012). A
periodização é uma organização prevista das variáveis de treinamento, como por
exemplo, o número de séries e repetições, ordem dos exercícios, carga repouso; que são
manipuladas de forma a aumentar a capacidade de uma pessoa para alcançar metas
específicas (FLECK, 1999; RHEA e ALDERMAN, 2004; RHEA et al. 2002b; STONE
et al., 1999).
A periodização tradicional (também conhecida como periodização linear) tem
como característica: grande volume de treinamento inicial com intensidade moderada,
aumentando a intensidade e diminuindo o volume (PRESTES et al., 2009a; RHEA et al.
2002b; WILLOUGHBY, 1993). A periodização ondulatória fundamenta-se nas
alterações de volume e intensidade ao longo de um ciclo de treinamento. Este tipo de
periodização tem curtos de períodos treinamento de alto volume, alternados com curtos
períodos de alta intensidade, todos dentro de 1 semana de treinamento (BAKER,
WILSON e CARLYON, 1994; RHEA et al. 2002b; HOFFMAN et al., 2009; PRESTES
et al., 2010). Tem sido sugerido que a periodização ondulatória com base na variação de
repetições a cada sessão de treinamento ao longo da semana, criando maiores variações
no estímulo de treinamento, produza respostas morfofuncionais superiores nas
adaptações para desempenho (PAINTER, et al.; 2012)
Poucos estudos analisando ou comparando os efeitos do treinamento de força
muscular, utilizando a periodização ondulatória foram realizados com atletas praticantes
de atividades desportivas (SMITH et al., 2014; PAINTER et al.,2012; HOFFMAN et al,
2009;). Com base em nossa revisão da literatura, até o presente momento nenhum
216

estudo realizado com a periodização ondulatória foi realizado com atletas praticantes de
treinamento sistematizado na natação.
O programa de treinamento da presente pesquisa teve como objetivo o
treinamento da resistência de força, força máxima e potência muscular, ao longo da
estruturação de um macrociclo de treinamento de 18 semanas. O treinamento do GPL
foi estruturado em 3 mesociclos, de forma que as intensidades foram aumentadas e o
volume fora reduzido a cada macrociclo; sendo, no primeiro meso, desenvolvido a
resistência, no segundo, a força, na terceira, a potência muscular. O GPOn fez
oscilações destas três capacidade dentro da semana de treinamento: segunda-feira
(resistência), quarta-feira (potência) e sexta-feira (força).
O treinamento de força foi estruturado por exercícios típicos de treinamento em
academia, com o objetivo de promover o treinamento dos principais grupamentos
musculares utilizados nos gestos mecânicos dos nados. Todos estes exercícios foram
avaliados e suas médias por regiões musculares foram somadas para compor as análises
dos segmentos corporais dos membros superiores, subdivididos por região peitoral,
dorsal e do braço, e membros inferiores.
Em nossa revisão da literatura, não encontramos pesquisas que se propuseram a
avaliar médias de vários exercícios de treinamento de força divididos por segmentos
musculares, assim para efeito de comparação iremos analisar pesquisas que utilizaram
os mesmos exercícios ou exercícios que priorizaram a avaliação das mesmas regiões
musculares, com o objetivo de comparar os efeitos da periodização do treinamento de
força.
A média de força dos membros superiores da região do braço (tríceps e bíceps),
que é resultado das médias dos exercícios pulley, tríceps testa; rosca alternada e rosca
direta, tiveram um aumento percentual e significante de 47,47% nos indivíduos do GPL
após 14 semanas de treinamento de força, comparado com o momento de avaliação
AV1. O GPOn obteve aumento percentual e também significante de 38,11% na média
dos exercícios do segmento braço. Apesar de numericamente o aumento em kg tenha
sido semelhante (GPL 10,14 kg e GPOn 10,48 kg), a magnitude do ES foi considerada
moderada no GPL (1,46) e pequena para o GPOn (1,05) a nível de condicionamento de
iniciantes em treinamento de força (Gráfico 10).
Pesquisa em que o exercício rosca direta foi avaliado em 40 adultos jovens
(21,5±8,3 anos) com mais de 1 ano de experiência com treinamento de força muscular,
divididos em dois grupos, um submetido a programa de treinamento de força com
217

periodização linear e outro com periodização ondulatória, Prestes et al.; (2009b)


observaram que em período de 12 semanas, o grupo com periodização linear teve
aumento significativo neste exercício num percentual de 14,15% na força, enquanto o
grupo com periodização ondulatória teve um aumento de 23,53%. Apesar da
porcentagem ter sido menor ao compararmos com o nosso estudo, o valor de ES
calculado para tal pesquisa mostra que o grupo periodização ondulatória teve um valor
de ES de 3,46 e o linear de 3,18, ambos considerados tanto atletas avançados ou de alto
treinamento como sendo de grande magnitude.
Em uma pesquisa com 28 mulheres adultas destreinadas, submetidas a programa
de treinamento de força durante 12 semanas, comparando o efeito do treinamento linear
e ondulatório, o grupo com a periodização ondulatória obteve um aumento percentual
de 20,89% e valor de ES de 1,19, considerado de magnitude pequena para um público
com nível inicial em treinamento de força no exercício rosca direta, diferente do grupo
linear que apesar de apresentar um aumento percentual menor (18,4%), o valor de ES
melhor (1,30), com uma magnitude considerada de efeito moderada. (DE LIMA et al.
2012). Os valores percentuais encontrados na pesquisa de De Lima et al. (2012) também
foram menores das encontradas em nosso estudo, porém, ao contrário da pesquisa de
Prestes et al. (2009b), os valores de ES foram semelhantes com uma ligeira vantagem
para os grupos submetidos a periodização linear nestas variáveis de força da região dos
braços.
Os valores percentuais elevados encontrados em nossa pesquisa, devem-se a
forma de avaliação conduzida, que usou o resultado das médias de vários exercícios que
trabalham não somente a musculatura do bíceps, mas também a musculatura do tríceps.
Ainda relacionado à forma de avaliação de nossa pesquisa, utilizamos um teste de
repetições submáxima para a determinação de 1RM, enquanto as demais pesquisas
quantificaram o ganho de força por meio de um teste de 1RM. Outra possibilidade para
esta diferença nos resultados entre as pesquisas, pode estar relacionada às análises
realizadas em diferentes públicos com diferentes níveis de condicionamento.
Entretanto, fenômenos marcantes foram observados ao avaliarmos estes
trabalhos. Nota-se que, para um público com menor experiência em treinamento de
força muscular, a periodização linear aparenta-se mais eficiente na magnitude de ganho
de força muscular, como é o caso da nossa pesquisa e de De Lima et al. (2012). A
periodização ondulatória aparenta-se mais eficiente quando se trata de indivíduos mais
bem condicionados ou atletas, com o visto na pesquisa de Prestes et al. (2009b). Como
218

em nossa pesquisa, o público foi constituído de jovens iniciantes em treinamento de


força, os resultados positivos encontrados na periodização linear condizem com os
relatados por De Lima et al. (2012). Porém, ao avaliarmos as diferenças estatísticas
entre os momentos de avaliação, percebemos que apenas o GPOn obteve aumento
significante entre os momentos de avaliação AV3 e AV4, ou seja, ainda registrou
aumento significante entre a 10ª e a 14ª semana. Podemos concluir que, após um
período de maior adaptação morfofuncional da musculatura, a periodização ondulatória
apresenta-se mais eficiente que a periodização linear para continuar promovendo
adaptações para variável de força da região do braço.
Resultados semelhantes ao encontrado na média de força dos membros
superiores da região do braço, foram encontradas nas análises realizadas nas médias de
força da região peitoral. A média de força dos membros superiores da região peitoral,
que é resultado das médias dos exercícios supino reto, supino inclinado, peck deck e fly
reto; tiveram um aumento percentual e significante de 55,53% nos indivíduos do GPOn
após 14 semanas de treinamento de força comparado com o momento de avaliação
AV1; e de 51,72% para os indivíduos do GPL. Porém, não apenas numericamente, mas
em valor de tamanho do efeito, o GPOn obteve resultados ligeiramente maiores no
aumento da peso levantado (25,39 kg) e valor de ES (1,32) que o GPL (21,95 kg; ES =
1,24). Para ambos os grupos o valor de ES foram considerados de efeito de magnitude
pequena para indivíduos iniciantes (Gráfico 11).
Comparando nossa pesquisa com a de Garrido et al. (2010) que avaliou 25
jovens atletas de natação (11 meninas e 14 meninos) com média de idade 12,08±0,76
anos, os valores das médias de ganho de força no exercício supino reto, obtidos em teste
submáximo de 6RM mostram que, após 8 semanas de treinamento de força fora da
piscina, houve um aumento de 35,1% na força pelo exercício que exercita a região
peitoral. Barbosa e Andries Junior (2006), encontraram valores percentualmente
menores (16,4%) neste mesmo exercício em jovens nadadores adultos universitários
(21,93±2,17 anos) com experiência em treinamento de força fora da piscina em período
de 17 semanas de treinamento de força muscular fora da piscina.
Observando os ganhos percentuais entre estas pesquisas e nossa pesquisa,
podemos deduzir que quanto maior a idade e o nível de condicionamento e experiência,
menor são registrados os ganhos percentuais de força para a região peitoral do corpo de
nadadores submetidos a programas de treinamento.
219

Analisando pesquisas que avaliaram os ganhos de força muscular utilizando o


exercício de supino reto, em comparação a grupos de indivíduos submetidos a
programas de treinamento de força com periodização linear e ondulatória, percebemos
que existe aumento significativo nesta variável em um período de 12 semanas de
treinamento de força muscular para ambas as periodizações (DE LIMA et al., 2012;
APEL, RYAN e KELL, 2011; PRESTES et al., 2009a ou b; MONTEIRO et al., 2009).
Apel, Ryan e Kell (2011) avaliando 42 homens com média de idade de 22±2,3
anos, avançados em treinamento de força, encontraram no exercício supino reto,
diferenças significantes entre um grupo que praticava a periodização linear (aumento de
19,29%) e ondulatória (aumento de 15,71%). Estes autores encontraram valores de ES
de 1,42 para o grupo linear, e valor de ES de 0,94 para o grupo ondulatório, ambos
considerados de magnitude moderada para o nível de avançados em treinamento de
força. Resultados semelhantes foram encontrados na pesquisa de De Lima et al. (2012)
que apesar de percentualmente terem observado aumentos significantes no grupo
ondulatório (16,22%) em relação ao grupo linear (14,86%), o valor do ES (1,77) no
grupo linear foi considerado de magnitude moderada para iniciantes em treinamento de
força, enquanto o ES (0,95) do grupo ondulatório foi considerado de magnitude
pequena.
Por outro lado, Monteiro et al. (2009) comparando os ganhos de força em atletas
praticantes de musculação altamente treinados, com média de idade de 26,6±2,2 anos,
observaram que o grupo submetido ao treinamento com periodização ondulatória foi o
único a aumentar significantemente a força máxima no supino reto durante todo o
período de treinamento (p ˂0,001), sendo da diferença entre o grupo com periodização
linear estatisticamente significante. Corroborando com estes resultados, Prestes et al.
(2009a ou b) também observaram um aumento significativo para um grupo submetido
ao treinamento com periodização ondulatória (20,05%) apresentando ES de 5,54, e
aumento de 15,40% para o grupo com periodização linear, que apresentou ES menor
(3,16), porém ambos considerados de grande magnitude para atletas avançados em
treinamento de força muscular para o teste de 1RM no supino reto.
Nossa pesquisa avaliou a força muscular da região peitoral usando as médias de
vários exercícios usualmente praticados em academia como o supino inclinado, peck
deck, fly reto e o supino reto. Este fato pode ser uma das razões para a grande diferença
dos ganhos percentuais observado nesta pesquisa, em comparação às encontradas na
literatura. Por outro lado, os valores de ES foram de magnitude menor, certamente
220

influenciados pelo mesmo motivo. Mas, quando analisamos as diferenças estatísticas


entre os momentos de avaliação, percebemos que o GPOn é o único que mantém um
aumento significante entre os momentos de avaliação AV3 e AV4, sugerindo que esta
periodização consegue manter por um período mais prolongado de tempo adaptações
morfofuncionais mais significantes que a periodização linear, corroborando resultados
positivos da periodização ondulatória encontradas em pesquisas com atletas de maior
nível de condicionamento (PRESTES et al., 2009b; MONTEIRO et al.,2009).
A média de força dos membros superiores da região do dorsal que é resultado
das médias dos exercícios puxada alta, remanda horizontal, pull down, remada alta e
elevação lateral, tiveram um aumento percentual e significante de 36,72% para os
indivíduos do GPOn após 14 semanas de treinamento de força comparado com o
momento de avaliação AV1. O GPL obteve aumento percentual e também significante
de 29,66% na média da força máxima dos exercícios do segmento dorsal.
Numericamente o aumento em kg foi favorável ao GPOn com aumento de 13,61 kg e
magnitude do ES de 1,11, e aumento de 10,48 kg e ES de 1,01 para o GPL. O nível de
magnitude do ES foi considerado para ambos os grupos de nível pequeno (Gráfico 12).
Em atletas praticantes de natação, Barbosa e Andries Junior (2006), observaram
aumentos de 17,3% na força máxima no exercício remada alta, em atletas nadadores
jovens com experiência tanto em treinamento de natação competitiva, como em
treinamento de força muscular. Para fins de avaliação, calculamos o valor de ES deste
resultado no exercício remada alta, nesta pesquisa, e o valor encontrado foi de 1,18 que
segundo Rhea (2004) deve ser considerado de magnitude de efeito moderado para
atletas avançados em treinamento.
Na revisão da literatura conseguimos identificar apenas uma pesquisa que
avaliou o exercício pull down com uma proposta de avaliação dos efeitos no ganho de
força muscular, comparando diferentes tipos de periodização do treinamento de força.
Segundo Apel, Ryan e Kell (2011), para este exercício, o grupo submetido a
periodização linear teve aumento 22,38% na força máxima em 12 semanas de
treinamento; e aumento de 16,24% para o grupo ondulatório. Valor de ES foi maior
para o grupo linear (1,78) e valor de 1,5 para o grupo ondulatório, sendo para ambas as
periodizações sendo de efeito de grande magnitude para indivíduos avançados em
treinamento de força.
Em relação aos valores de aumento da força máxima em ganhos percentuais, na
variável da região dorsal dos membros superiores, ao contrário dos valores analisados
221

em outras regiões musculares, os valores percentuais não foram significativamente


maiores que os observados em outras pesquisas, porém, valores de ES foram menores,
provavelmente por causa nível de condicionamento da amostra ser baixo (iniciantes)
quando comparados a das outras pesquisas (avançados) (APEL, RYAN e KELL, 2011 e
BARBOSA e ANDRIES JUNIOR, 2006).
Este mesmo fenômeno ocorrido na média das variáveis de força na região do
braço e peitoral, foi observado na variável da média de força da região dorsal. O GPOn
foi o único a conseguir diferença significante entre o momento de avaliação AV3 e
AV4, sugerindo, que nesta variável, as adaptações morfofuncionais ligadas aos ganhos
de força, continuaram a ser significantemente maiores que na periodização linear. Esta
observação é contrária à observada por Apel, Ryan e Kell (2011) que encontraram em
indivíduos submetidos à periodização linear melhores resultados em exercício (pull
dowm), porém, corrobora com outros autores (PRESTES et al., 2009b; MONTEIRO et
al.,2009; DE LIMA et al., 2012) que observaram vantagem para ganhos de força com a
periodização ondulatória, só que em outros exercícios que analisavam outras regiões
musculares.
A média de força dos membros inferiores que é resultado das médias dos
exercícios leg press 45°, cadeira extensora, cadeira flexora e panturrilha, tiveram
aumento percentual e significante 111,17% para os indivíduos do GPOn após 14
semanas de treinamento de força comparado com o momento de avaliação AV1. O GPL
obteve no mesmo período aumento percentual significante de 90,57% na média da
força máxima dos exercícios nos membros inferiores. Numericamente o aumento em kg
foi favorável ao GPOn com aumento de 112,74 kg e magnitude do ES de 2,87, aumento
de 76,26 kg e ES de 2,53 para o GPL. O tamanho do efeito do ES foi considerado para
ambos os grupos de grande magnitude (Gráfico 13).
Garrido et al. (2010) avaliando jovens atletas de natação competitiva encontrou
nas médias de ganho de força no exercício leg press 45°, obtidos em um teste
submáximo de 6RM, após 8 semanas de programa de treinamento de força fora da
piscina, valores de 27% de aumento na força neste exercício. Este valor é inferior aos
encontrados em nossa pesquisa, porém é importante destacar que na pesquisa de
Garrido et al. (2010) a amostra foi constituída por atletas pré-puberes e púberes de
níveis de maturação II e III, enquanto em nossa pesquisa, a amostra foi formado por
jovens púberes em sua maioria nas etapas finais da maturação sexual (níveis IV e V). A
força muscular entre pré-puberes e púberes é estatisticamente significante
222

(SCHENEIDER, BENETTI e MEYER, 2004) e podem ser a causa desta porcentagem


de ganho significativamente menor entre as pesquisas com nadadores jovens.
Analisando outras pesquisas que avaliaram os ganhos de força muscular
utilizando o exercício leg press 45°, em comparação a grupos de indivíduos submetidos
a programas de treinamento de força com periodização linear e ondulatória, percebemos
que existe aumento significativo nesta variável em um período de 12 semanas de
treinamento de força muscular para ambas as periodizações (DE LIMA et al., 2012;
APEL, RYAN e KELL, 2011; PRESTES et al., 2009b; MONTEIRO et al., 2009).
Apel, Ryan e Kell (2011) encontraram no exercício leg press 45°, diferenças
significantes entre um grupo que praticava a periodização linear (aumento de 28,22%) e
ondulatória (aumento de 21,3%). Estes autores encontraram valores de ES de 1,38 no
grupo linear, e valor de ES de 1,13 no grupo ondulatório, ambos considerado de
magnitude moderada para o nível avançado em treinamento de força. Resultados
semelhantes foram encontrados na pesquisa de Lima et al. (2012) que apresentaram
aumentos percentuais significantes no grupo linear (32,52%) em relação ao grupo
ondulatório (27,69%). O valor do ES (2,99) no grupo linear foi considerado de grande
magnitude para iniciantes em treinamento de força, enquanto o ES (1,73) do grupo
ondulatório foi considerado de magnitude moderada.
Em nossa pesquisa o GPL apresentou ganhos expressivo na variável de força dos
membros inferiores. Valores percentuais foram significativamente maiores que os das
pesquisas de Apel, Ryan e Kell (2011) e De Lima et al. (2012), porém os valores de ES
foram muito semelhantes e a favor da periodização linear, o que nos leva a concluir que
este tipo de periodização tem grande efeito para a magnitude de ganho de força na
região dos membros inferiores em iniciantes de treinamento de força muscular.
Monteiro et al. (2009) comparando os ganhos de força em atletas praticantes de
musculação altamente treinados, observaram que o grupo submetido ao treinamento
com periodização ondulatória foi o único a aumentar significantemente a força máxima
no leg press 45°durante todo o período de treinamento (p ˂0,0001), sendo a diferença
entre o grupo com periodização linear estatisticamente significante. Corroborando com
estes resultados, Prestes et al. (2009b) observaram aumento significativo no grupo
submetido ao treinamento com periodização ondulatória (28,88%) apresentando um ES
de 11,13, e aumento de 19,82% no grupo com periodização linear, que apresentou ES
menor (3,78), porém ambos considerados de grande magnitude para atletas avançados
em treinamento de força muscular para o teste de 1RM para o leg press 45°.
223

Valores significativamente maiores, tanto a nível de percentual, como a nível de


magnitude de efeito (ES), encontrados em nossa pesquisa, estão em concordância ao
mesmos valores encontrados na literatura científica especializada na avaliação e
comparação das periodizações do treinamento (DE LIMA et al., 2012; APEL, RYAN e
KELL, 2011; PRESTES et al., 2009b; MONTEIRO et al., 2009). Para esta variável de
força dos membros inferiores, percebemos o mesmo fenômeno ocorrido nas demais
variáveis de força dos membros superiores, que o GPOn conseguiu manter ganhos
significantes entre todos os momentos de avaliação e principalmente entre os dois
últimos momentos (AV3 e AV4), ratificando também nessa variável, o ocorrida nas
outras avaliadas, que após um período de maior adaptação morfofuncional da
musculatura, a periodização ondulatória é eficiente para continuar promovendo estas
adaptações ao longo dos ciclos de treinamento em adolescentes iniciantes em
treinamento de força muscular. O fato novo é que o GPL, nesta variável de membros
inferiores, alcançou diferença significante entre os momentos da avaliação AV3 e AV4,
oferecendo assim, à exemplo da periodização ondulatória, continuidade de adaptações
morfofuncionais significantes por maior período de tempo, tendo como objetivo do
treinamento somente o desenvolvimento da potência muscular (Gráfico 13).
Os resultados expressivos observados nas variáveis de força dos membros
inferiores, foram mais expressivos também nesta pesquisa, pelo fato da própria
modalidade natação, não exercer em uma ação de trabalho mais acentuada em membros
inferiores do que ocorre normalmente nos membros superiores. Como a amostra era
formada por iniciantes em treinamento de força muscular, os efeitos do treinamento
neste segmento teve um efeito significativo nos membros superiores, levando a estes
resultados expressivos. A periodização ondulatória por ter provocado ES de valor muito
expressivo na amostra, leva-nos a concluir que esta forma de periodização seja mais
eficiente para ganhos de força neste segmento muscular de membros inferiores.
Por outro lado, os valores de ES foram de magnitude menor, certamente
influenciados pelo mesmo motivo. Mas, quando analisamos as diferenças estatísticas
entre os momentos de avaliação, percebemos que o GPOn é o único que mantém um
aumento significante entre os momentos de avaliação AV3 e AV4, sugerindo que esta
periodização consegue manter por período mais prolongado de tempo de adaptações
morfofuncionais significantes que a periodização linear, corroborando com os
resultados positivos desta periodização encontrada em pesquisas com atletas de maior
nível de condicionamento (PRESTES et al., 2009b; MONTEIRO et al.,2009).
224

5.2.1 - Conclusão da Análise 2

A partir das observações realizadas nas avaliações de força muscular dos


membros superiores e inferiores dos indivíduos da presente pesquisa podemos concluir
que a hipótese de que o modelo de periodização ondulatória promove melhores
adaptações morfofuncionais nestas variáveis após 14 semanas de treinamento de força
muscular são verdadeiras.
A periodização ondulatória apresentou-se como sendo mais eficiente para
ganhos de força muscular máxima em nadadores jovens, nos segmentos musculares dos
membros superiores da região dorsal, peitoral e dos membros inferiores.
Apesar do GPL ter apresentado um resultado melhor na avaliação da força
máxima na variável de média de força dos membros superiores da região do braço, o
fenômeno observado de manutenção do aumento significante da força, entre a 10ª e a
14ª semana de treinamento ocorrido em todas as variáveis de força analisadas no GPOn,
nos leva a concluir que a periodização ondulatória é mais eficaz para a produção de
força em nadadores jovens iniciantes em treinamento de força muscular.

5.3 - Discussão da Análise 3

A terceira análise tem como objetivo avaliar os efeitos do um macrociclo de 14


semanas de treinamento de força de periodização linear e ondulatória no tempo obtido
no teste de tomada de tempo de 100 metros nado crawl..
Diminuir o tempo de realização em determinada prova de natação é o objetivo
final de qualquer nadador competitivo. A natação competitiva usa a medida do "tempo"
para a determinação dos resultados que os atletas obtém em competições. Diminuir ou
não o tempo gasto para a realização da prova, determina o sucesso ou fracasso de um
nadador. Milésimos de segundos podem definir a realização da marca pessoal, a
obtenção de índice, a conquista da medalha, a vitória ou derrota na competição.
A prova de 100 metros nado livre, em que a maioria dos nadadores optam pela
realização no nado crawl, é a prova mais clássica da natação mundial. Quase todo
nadador inicia seu aprendizado das técnicas de natação neste estilo, sendo geralmente,
o mais praticado e trabalhado nos programas de iniciação, aperfeiçoamento e
treinamento de natação (MACHADO, 2006; MAKARENKO, 2001; COLWIN, 2000)
225

A escolha pelo teste de tomada de tempo de 100 metros nado crawl foi motivada
não apenas por ser uma prova tradicional da natação, de fácil execução e comparação de
resultados entre nadadores; mas por ser um dos testes mais utilizados no cotidiano de
treinamento de atletas (MAGLISCHO, 2010; PLATONOV e FESSENKO, 2004); e em
avaliações científicas, tanto de análise do tempo, como em análises cinemáticas das
técnicas de nado (MAGLISCHO, 2010; ; ASPENES et al. 2009; PLATONOV e
FESSENKO, 2004; DELECLUSE et al. 1995; TOUSSAINT e VERVOORN, 1990).
Em nossa pesquisa o teste de tomada de tempo do 100m nado crawl foi
fracionado em dois momentos: 1°) o tempo de passagem do 1° 50 metros da tomada de
tempo do 100 metros nado crawl; e o 2°) o tempo de passagem do 2° 50 metros da
tomada de tempo do 100 metros nado crawl. O tempo total do 100 metros nado crawl
também foi avaliado.
Os resultados da análise estatística aplicada em todas estas variáveis propostas
para a análise do desempenho de nado relacionado ao tempo obtido nas parciais (1ª e 2ª
passagem dos 50 metros) e no tempo total do 100 metros nado crawl, não apresentaram
diferenças significantes entre os grupos GPL e GPOn, em nenhum dos momentos de
avaliação após as 14 semanas de treinamento de força muscular. Diferenças
significantes não foram registradas entre os momentos de avaliação (AV1, AV2, AV3 e
AV4) dentro dos grupos (Gráficos 14, 15 e 16).
Na média do tempo registrado na passagem do 1° 50 metros da tomada de tempo
do 100m nado crawl, o GPOn apresentou uma percentual de 3,70% (porém não sendo
estatisticamente significante) na diminuição do tempo para a primeira parcial, enquanto
o GPL registrou diminuição percentual (não significante) na média de tempo na mesma
passagem, com valor de 1,90% (Gráfico 14).
Bocalini el al. (2010), avaliando um grupo de nadadores velocistas, com média
de idade de 24 ± 2 anos, submetidos a programa de treinamento de força específico de
piscina (parachute), em teste de tomada de tempo de 50 metros (T50) foram observadas
diferenças significantes (p ˂ 0.001) entre os resultados de tempo no pré e pós-teste, após
12 semanas de treinamento, sendo registradas diminuições de 9 a 16% no tempo do
T50.
Em outra pesquisa realizada em 21 nadadores franceses competitivos de nível
nacional daquele país (10 homens e 11 mulheres) com média de 16,5 ± 3.5 anos de
idade; Girold et al. (2007) observaram redução significativa do tempo no T50 em
226

percentual de 2,8%, após 12 semanas de programa de treinamento de força fora da


piscina.
O desempenho de nado em teste de T50, foi avaliado por Aspenes et al, (2009),
em 26 nadadores jovens com idade acima de 14 anos, submetidos a programa de
treinamento de força fora da água, durante macrociclo de treinamento. Foram
observadas diminuições percentuais, mas não estatisticamente significativas, no tempo
do T50 no valor de 1,15% em homens, e de 1,94% em mulheres desta pesquisa.
Ao compararmos os resultados de nossa pesquisa, com os resultados de outros
estudos realizados com nadadores submetidos à programas de treinamento de força
muscular (dentro ou fora da piscina) podemos concluir que o treinamento de força
propicia melhoras no desempenho em testes de nado em curtas distâncias (50 metros).
As melhoras significativas e percentuais elevados, observado por Bocalini et al.
(2010) podem estar relacionado ao fato de terem sido aplicados em nadadores adultos,
mais adaptados à treinamento de força muscular, e principalmente especialista em
provas de velocidade. Em nossa pesquisa, além da amostra ser constituída de nadadores
adolescentes e iniciantes em treinamento de força, o dado comparado é da 1ª passagem
de 50 metros da tomada de tempo de 100m, onde a velocidade de nado do atleta é
menor, em comparação à tomada de tempo de 50 metros.
Porém, mesmo sendo a passagem do 1° 50m, da tomada de tempo de 100 metros
nado crawl, os valores percentuais encontrados no GPOn foram semelhantes aos
encontrados por Girold et al. (2007) e Aspenes et al. (2009) no teste de T50, em uma
população de jovens nadadores com idades, metodologias de treinamento de força e
avaliação semelhantes ao presente estudo (Gráfico 14).
Em uma pesquisa realizada com nadadores de 17,5 ± 3.5 anos, onde o
desempenho de teste de 100m nado crawl foi fragmentado a cada passagem de 50
metros, como em nossa pesquisa, Girold et al. 2006, avaliaram os efeitos de 3 semanas
do treinamento de força dentro da piscina com elástico resistivo e encontraram
porcentagens de melhora para a 1ª passagem de 50 metros na ordem de 1,67%; menores
que os valores encontrados em nossa pesquisa, em ambas as periodizações. O curto
período de tempo de treinamento de força pode ter influenciado nestes resultados
percentuais inferiores entre o estudo de Girold et al. (2006) e o nosso estudo, mas, por
outro lado, mostram o quanto é eficiente o treinamento de força na melhora da variável
tempo dos 1° 50 metros, comparado a um grupo controle que praticava treinamento com
elástico assistido (velocidade) (0,57%), e controle sem treinamento com elástico
227

(aumento percentual do tempo de 0,63%), em um curto período de tempo (apenas 3


semanas de treinamento)
Foi analisado o ES do GPOn em nossa pesquisa, com valor de 0,31, sendo
melhor que o valor de ES do GPL, de 0,12, ambos sendo considerados de magnitude
superficial para atletas avançados em treinamento. O valor do ES calculado na pesquisa
de Girold et al. (2006) para a passagem do 1° 50 metros foi de 0,23, menor do que o
avaliado no GPOn em nossa pesquisa (Gráfico 14).
Por outro lado, os resultados da 2ª passagem de 50 metros da tomada de tempo
do 100m nado crawl, foram mais favoráveis ao GPL, que registrou diminuição
percentual no tempo de 6,70%, enquanto o GPOn, registrou diminuição de 1,97% nesta
variável.
No GPL o treinamento de força muscular, mostra-se mais positivo em relação a
melhores adaptações morfofuncionais relacionados ao condicionamento físico geral da
amostra. Observa-se tal afirmação, por exemplo analisando a resistência de força
necessária para atividades prolongadas, como é o caso da 2ª passagem de 50 metros do
100m nado crawl (Gráfico 15).
Pires e Pellegrinotti (2010) analisando as médias de tempo das passagens a cada
50 metros em prova de 400m nado livre, comparando o desempenho de nadadoras
brasileiras (paulistas) e europeias, concluíram que a capacidade de manter níveis
constantes de média de tempo elevados durante todo o percurso da prova, é maior
quanto melhor o nível técnico do atleta.
Girold et al. (2006) avaliando a 2ª passagem de 50 metros, em tomada de tempo
de 100 metros nado crawl, encontraram melhoras de 2,68% no tempo de nado de
nadadores submetidos à programa de treinamento de força dentro da água com elástico
resistido, contra apenas 0,90% para atletas submetidos à treinamento com elástico
assistido (velocidade) e aumento de tempo de 0,29% para grupo controle sem
treinamento com elástico, em período de 3 semanas. Podemos concluir, assim, que o
GPL obteve uma melhora acentuada no nível técnico proveniente do programa de
treinamento de força. A melhora na eficiência técnica no GPL, justifica-se, ainda, pelo
resultado da avaliação da magnitude do efeito nesta variável. O valor de ES do GPL na
variável tempo da 2ª passagem de 50 metros nado crawl, foi de 0,31, enquanto que, no
GPOn foi 0,18. Comparando com os resultados calculados da pesquisa de Girold at al.
(2006), nossos dados registraram ganhos percentuais menores, comparado ao grupo
submetido ao treinamento com elástico resistido (0,42), porém melhores que os do
228

grupo submetido ao treinamento com elástico assistido (velocidade) (0,12) e grupo


controle (0,003).
Analisando-se, de maneira geral, o teste de tomada de tempo total dos 100
metros nado crawl do GPL (5,12%) e do GPOn (3,19%), observa-se melhor
desempenho no GPL (Gráfico 16).
Delecluse et al. (1995) utilizando o teste de 100m nado livre avaliou o
desempenho de nado de 102 praticantes de natação com idade entre 18 e 20 anos, que
foram submetidos a diferentes protocolos de treinamento de força fora da água, com
exercícios que priorizavam para determinado grupo o desenvolvimento da potência
muscular, e para outro grupo a resistência de força, por 9 semanas. Os autores
observaram, no grupo de nadadores que treinaram, potência muscular, diminuição
percentual de 0,24% no tempo do 100m, enquanto o grupo de nadadores que treinaram
resistência de força, redução no tempo de 1,71%.
Aspenes et al, (2009), por sua vez, avaliou um grupo de 26 nadadores jovens
com idade acima de 14 anos submetidos à programa de treinamento de força fora da
água, durante um macrociclo. O desempenho de nado no teste de T100 foi melhor no
grupo constituído por jovens do sexo feminino, apresentando uma diminuição de 2,73%
no tempo total do 100m, enquanto nos jovens do sexo masculino diminuição de 1,53%.
Podemos observar que os tempos de tomada de tempo de 100m, em nosso
estudo, foram melhores que os encontrados em outros estudos com populações de idade
semelhante à idade de nossa amostra. É importante destacar que o programa de
treinamento de força fora da água realizado nestes estudos (Delecluse at al. 1995; e
Aspenes et al. 2009) foram estruturados com base em periodização linear, enquanto em
nosso estudo, somente parte da amostra foi submetida a este tipo de periodização.
Assim mesmo, os resultados de nossos dois grupos foram superiores percentualmente
aos resultados de tempo de 100 metros nado crawl destes estudos.
Porém, analisando os valores de ES registrados em nossa pesquisa, a magnitude
do efeito registrada ao final das 14 semanas de treinamento de força, na variável de
tempo total dos 100 metros nado crawl no GPOn foi de 0,28; enquanto no GPL este
valor de ES foi de 0,19. O valor de ES calculada na pesquisa de Girold et al. (2006) no
grupo de nadadores submetido ao treinamento de força com elástico resistido, foi de
0,31, enquanto no grupo com treinamento com elástico assistido foi de 0,10, e no grupo
controle apenas 0,03. Como o nível técnico dos nadadores da pesquisa de Girold et al.
(2006) eram melhores que os de nossa pesquisa, acreditamos que pelos valores de ES
229

encontrados no GPOn, por serem próximos aos valores encontrados por estes
pesquisadores, observa-se que a magnitude do efeito da periodização ondulatória para
esta variável de tempo foi mais significativa.

5.3.1 - Conclusão da Análise 3

A partir das observações realizadas na avaliação de tomada de tempo do 100


metros nado crawl, podemos concluir que a hipótese de que o modelo de periodização
ondulatória terá melhores resultados na potência anaeróbia, devido a melhora mais
acentuada no tempo obtido no teste de 100m nado crawl, é em parte verdadeira.
O GPOn mostrou ser mais eficiente em ganhos percentuais nos resultados de
tempo para metragem iniciais (1° 50 metros) do 100 metros nado crawl, ou seja, em
distâncias mais curtas.
Na 2ª passagem de 50 metros, do teste de 100m nado crawl, o GPL apresentou
ser mais eficiente na manutenção da resistência de força, qualidade física importante
para este tipo de prova.
Apesar de percentualmente o GPL ter obtido um melhor resultado médio de
tempo que o GPOn, em níveis de magnitude do efeito, a periodização ondulatória
mostro ser mais efetiva que a da periodização linear.
Mesmo que os dados estatísticos não tenham sido considerados significantes, a
redução no tempo de 4,44 segundos no GPL e de 2,32 segundos no GPOn, no tempo
final dos 100m nado crawl, devem ser considerados significativos na avaliação da
melhora do desempenho destes nadadores.

5.4 - Discussão da Análise 4

A quarta análise tem como objetivo determinar o efeito de um macrociclo de 14


semanas de treinamento de força com periodização linear e periodização ondulatória no
desempenho através das avaliações cinemáticas de: saída do bloco de partida em 15
metros, virada em 15 metros, velocidade média, frequência, comprimento, índice de
braçada em nadadores jovens de ambos os sexos.
230

5.4.1 - Análise de Saída do Bloco de Partida em 15 metros

Na natação competitiva, centésimos de segundo podem ser a diferença para se


obter vitória ou a quebra de record . Assim, o aperfeiçoamento da técnica é de
fundamental importância na busca por melhor desempenho (ARAÚJO et al., 2010).
Para melhor avaliarmos as técnicas da natação competitiva é necessário dividir
seus fundamentos em partes menores. Dessa forma, a melhora no tempo em
determinado fundamento, como a saída ou a virada, pode representar a diferença
necessária para o sucesso do nadador.
O desempenho da saída mensurada pelo tempo gasto por um nadador para
percorrer a distância de 15m iniciais da prova, representa de 0,8 a 26,1% do tempo total
da prova, (CASSOR e MASON, 2001), sendo assim, essencial em provas de
velocidade, mas não menos importantes a medida que a distância da prova aumenta.
Para a avaliação da saída foi aplicado o teste de saída do bloco de partida em 15
metros, subdividido em quatro partes: fase de voo, fase submersa, fase complementar e
o tempo total dos 15 metros.
A análise estatística foi aplicada em todas as variáveis propostas para a análise
do desempenho relacionadas ao tempo gasto em cada fase da saída do bloco de partida
em 15m. Diferenças significativas foram encontradas, somente no momento de
avaliação AV1 nas variáveis de fase de voo e fase complementar, entre os grupos GPL e
GPOn. O Teste-T aplicado nas diferenças de ganho percentual, nestas duas variáveis,
apontam que estes ganhos foram iguais entre os grupos. Não foram registradas
diferenças estatísticas entre os momentos de avaliação (AV1, AV2, AV3 e AV4) dentro
dos grupos (Gráficos 17 e 18).
Bocalini et al. (2010) também não encontraram diferenças estatísticas no teste de
saída do bloco em 15m em nadadores velocistas submetidos durante 12 semanas ao
treinamento de força com o parachute, porém, em outro estudo realizado com
nadadores de nível nacional submetidos a 12 semanas de treinamento pliométrico,
Bocalini et al. (2007) encontraram diferenças significantes no teste de saída em 15m no
grupo com treinamento pliométrico, que apresentaram uma queda percentual de 10% no
tempo total da saída.
No tempo total de saída em 15m, o GPL registrou redução percentual de 8,37%
no tempo gasto para a execução da saída, enquanto o GPOn, registrou diminuição
percentual de 5,58%. Em valores de ES, o GPL obteve valor de magnitude de 0,58;
231

enquanto o GPOn registrou valor de 0,53; ambos considerados para atletas avançados
em treinamento como sendo considerado de tamanho pequeno.
As ações de força dos membros inferiores durante ato de saída do bloco de
partida na natação, caracteriza-se pela extensão completa das articulações na direção do
movimento, para frente e para cima (MAGLISCHO, 2010), que é finalizado pela
extensão da articulação do tornozelo no instante em que o atleta termina o contato com
o bloco. A potência muscular dos membros inferiores é uma qualidade física importante
para a saída de bloco (BOCALINI et al. 2007; BREED e YOUNG, 2003; WEST et al.,
2010). É neste momento específico, que as ações relacionadas a aplicação de força
muscular dos membros inferiores são mais evidenciados durante a saída, influenciando
as fases seguintes (GALBRAITH,et al., 2008). Nesta fase de voo, o nadador desloca seu
centro de massa corporal, tanto na vertical como na horizontal. A melhor relação entre
estes vetores é determinante para a execução de uma boa saída (GALBRAITH,et al.,
2008). A redução no deslocamento vertical do centro de massa indica redução da
projeção vertical do salto, permitindo maior aplicação de força de impulso na direção
horizontal, assim otimizando a aplicação de força para melhorar o desempenho no salto
(TIPLER, 1995). O aumento obtido na velocidade horizontal do centro de massa é
determinante para a melhora do desempenho de salto e da fase submersa (GALBRAITH
et al. 2008). A somatória de todos estes fatores resulta em maior distância de voo
percorrida pelo nadador.
Não foi objetivo de nossa pesquisa avaliar estes vetores de deslocamento da
massa corporal, nem a distância percorrida durante a fase de voo da saída do bloco de
partida, mas, sim do tempo de voo do nadador, contado do momento dado pelo sinal de
largada, até a entrada da mão do atleta na água.
Os resultados das médias de tempo obtidos na fase de voo entre os grupos GPL e
GPOn não apresentaram diferenças significantes após as 14 semanas de treinamento de
força muscular. Porém na fase submersa da saída, foram encontrados aumentos
significativos nos percentuais no GPL (12,07%) e a nível de ES no GPOn no valor de
0,36; considerada de magnitude pequena.
Alguns autores dizem que um melhor desempenho na fase submersa e retomada
do nado está relacionado a melhora da relação do deslocamento e velocidade dos
vetores (vertical e horizontal) (BISHOP et al., 2009; TAKERA et al., 2009;
POTDEVIN et al., 2011), e distância de voo (BREED e YOUNG, 2003). Detanico et al.
(2011) diz ainda que o nadador que realiza a saída de bloco com ângulos menores em
232

relação ao plano horizontal, obterá melhor trajetória e, consequentemente, obterá maior


distância e menor tempo de voo antes de tocar o água.
Como não encontramos diferenças significantes no tempo de voo, mas
encontramos aumentos significativos na fase seguinte (submersa) é possível sugerir que
a maior ação muscular exercida, principalmente pelos membros inferiores no bloco de
partida, (influenciada pelos programas de treinamento de força que foram submetidos os
atletas), influenciou positivamente na saída destes nadadores, levando-os a alcançar
melhor relação entre a distância de voo (o que poderia explicar a manutenção do tempo
de voo) e a velocidade de entrada na água, proporcionando aumento no tempo de
deslize dos nadadores, o que provocou o aumento no tempo da fase submersa da saída.
Estes resultados de nossa pesquisa, conferem com as afirmações de Galbraith et
al., (2008) quanto aos determinantes de uma boa saída na natação. A melhora na relação
de deslocamento do centro de massa corporal (vertical e horizontal), influenciado pela
maior ação da força exercida no bloco de partida no momento da saída, representa
maior distância, e consequentemente aumento no tempo de voo, influenciando o
desempenho do salto e das fases aquáticas subsequentes da saída de natação
(GALBRAITH et al. 2008).
Estas afirmações são novamente confirmadas quando avaliamos os resultados da
fase complementar da saída de 15m dos integrantes da amostra. A fase complementar
representa a fase de início do nado propriamente dito, até o atleta atingir a distância de
15 metros. Os indivíduos de nossa amostra obtiveram redução significativa da
porcentagem de tempo desta fase da saída; sendo de 20,13% no GPL e de 13,6% no
GPOn. Sugerimos que esse resultado de diminuição no tempo da fase complementar,
tenha sido influenciado pela maior distância de voo, e maior velocidade de entrada na
água destes atletas, que influenciados pela maior ação de força no momento da saída no
bloco de partida, iniciaram a fase complementar em menor distância em relação à marca
de 15m, que juntamente com a melhora das ações de nado, levaria a esta redução. O
mesmo, confirma-se pelos valores encontrados no tamanho do efeito (ES), que foi de
magnitude moderada no GPL (1,03) e de magnitude pequena no GPOn (0,71).
Entretanto, alguns estudos não conseguiram observar relações entre os
componentes neuromusculares e o desempenho da saída. Breed e Young (2003) relatam
que após 8 semanas de treinamento de força, os sujeitos pesquisados apresentaram
ganhos no teste de salto vertical, mas, este ganho, não foi transferido diretamente para o
desempenho da saída do bloco.
233

Detanico et al. (2011) avaliando 10 nadadores do sexo masculino, relacionando


os resultados obtidos em um avaliação cinemática da saída do bloco com resultados do
teste de salto vertical, não encontraram relações no desempenho com a performance
muscular.
A dificuldade de estabelecer uma relação entre os componentes
neuromusculares e o desempenho de maneira mais precisa, prejudicou melhor avaliação
da saída do bloco em 15 metros de nossa pesquisa. Uma das limitações desta avaliação
foi não ter sido utilizado recursos tecnológicos para a avaliação da distância de voo, e de
velocidade dos vetores de massa corporal, tanto vertical como horizontal.
Entretanto, pelos resultados observados, de conformidade com os relatos
encontrados na literatura, podemos concluir que ambas as periodizações (linear e
ondulatória) foram favoráveis ao desempenho na saída destes atletas, devida a uma
melhora nas ações de potência muscular, especificamente nos membros inferiores,
resultando na redução do tempo de execução nesta variável.

5.4.2 - Análise de Virada em 15 metros

O principal objetivo da virada é mudar de direção no menor tempo possível para


obter a maior velocidade na direção oposta (TOURNY-CHOLLET et al., 2002). Este
segmento de virada, é um dos principais contribuintes para desempenho em prova de
natação, estando relacionado diretamente ao tempo e a distância que se pode atingir em
uma execução bem realizada (THAYER e HAY, 1984).
No caso específico no nado crawl e costas, depois de fazer a ação de giro do
corpo a 180° (cambalhota), o nadador tem que empurrar com toda a sua força a parede
da piscina, juntamente com os movimentos ondulatórios submersos, para manter uma
alta velocidade, antes de retomar as ações específicas no nado.
Para a avaliação da virada da amostra, foi aplicado o teste de virada em 15
metros, subdividido em três partes: fase aproximação, fase de afastamento e o tempo
total dos 15 metros.
Os resultados da análise estatística aplicada na análise do tempo obtido nas fases
de aproximação, afastamento e tempo total da virada em 15 metros, não apresentaram
diferenças significantes entre os grupos GPL e GPOn, após as 14 semanas de
treinamento de força muscular (Gráficos 21, 22 e 23). Porém, diferenças significantes
foram encontradas entre os momento de avaliação AV2 e AV3 na fase de aproximação
234

entre os grupos. Diferenças significantes não foram registradas entre os momentos de


avaliação (AV1, AV2, AV3 e AV4) dentro dos grupos (Gráfico 21).
A aproximação para a virada é a ação em que o nadador, faltando uma braçada
para atingir a borda piscina, realiza ajustes corporais (por exemplo, bloqueio da
respiração), sem reduzir sua velocidade de nado, para a realização de uma melhor
abordagem na execução da cambalhota (MAGLISCHO, 1999). Uma variação desta
velocidade de aproximação é muito comum na execução das viradas entre os nadadores.
As diferenças significantes encontradas entre os momentos de avaliação AV2 e
AV3, na fase da aproximação, entre os grupos GPL e GPOn, representam indicativos de
variação isolada entre os grupos, não podendo ser atribuído aos programas de
treinamento de força dos quais foram submetidos. Da mesma maneira que diminuição
no tempo nesta variável poderia indicar melhora na execução técnica de aproximação e
giro na virada (GPL, -1,24%), seu aumento, poderia indicar maior tempo de ajuste
corporal para a execução de maior ação de potência muscular dos membros inferiores
(GPOn, +3,45%). Assim, a fase de aproximação no teste de virada em 15m não é uma
ferramenta muito precisa para a análise de desempenho ligado a ganhos de força
muscular provenientes de programa de treinamento de força.
A fase de afastamento do teste de virada em 15 metros, representa as fases de
impulsão, deslize e retomada do nado, na realização da virada em prova de natação. É
durante a impulsão que verificamos o maior potencial de ação da força dos membros
inferiores na execução da técnica da virada. Ao término da cambalhota, as pernas do
nadador encontram-se flexionadas perto dos 90° nos quadris e em mais de 90° nos
joelhos (MAGLISCHO, 1999). Uma ação rápida, de grande potencial muscular, é
aplicado pelos membros inferiores ao contato dos pés na parede, resultando em imediata
extensão das pernas e simultânea dos braços em sua horizontalidade, para aumentar o
ímpeto da impulsão e início da ação de deslizamento.
Os resultados de nossa pesquisa apontam que o GPOn obteve diminuição de
1,72% no tempo de afastamento nesta variável, enquanto o GPL obteve melhora de
1,24%. Quanto ao tamanho deste efeito, o GPOn obteve valor de ES de 0,22; mais
significativo que o do GPL de 0,07, ambos considerados de magnitude superficial.
Ao avaliarmos o tempo total da virada em 15 metros, somados os tempo de
aproximação e afastamento, observamos que, o GPL obteve o melhor resultado nesta
variável, após 14 semanas de treinamento de força muscular, com redução percentual de
2,47% no tempo (-0,28 segundos) de execução de virada. O GPOn registrou
235

diminuição de 0,40% (-0,04 segundos). Porém ao avaliarmos as médias das avaliações,


percebemos que no momento da avaliação AV2 foi registrado a menor média de tempo
de virada entre as avaliações no GPOn (9,86 segundos), este tempo comparado ao
tempo obtido na AV1 representa redução de 0,91%, melhor que a da avaliação AV4,
porém inferior ao encontrado no GPL.
Na revisão da literatura não encontramos pesquisas que avaliaram diretamente
os efeitos do treinamento de força periodizado na ação de virada em nadadores. Isto é
um fato preocupante, pois além de ser uma lacuna no conhecimento, não apenas no
sentido de termos poucas evidências científicas sobre os efeitos do treinamento de força
muscular nesta variável tão importante do desempenho de nadadores, mas demonstra
pouca preocupação com relação ao desenvolvimento de metodologias de treinamento
para a melhora desta importante variável de rendimento do nadador (FREITAS et al,
2008; VEIGA et al.; 2013; PUEL et al. 2012).
Veiga et al. (2013) avaliando a evolução das viradas durante uma prova de 200m
nado de costas, comparando o desempenho de nadadores de nível nacional com
nadadores de nível regional, observou que o nível de habilidade do nadador tem impacto
sobre os segmentos de viradas em competições. Nadadores de nível nacional conseguem
manter maior distância e velocidade no deslize submerso, com tempos menores a cada
virada de 15 metros que nadadores de menor nível técnico.
Resultados semelhantes foram observados por Pires e Pellegrinoti (2010) na
redução no tempo de execução da virada em 15 metros, ao longo da prova de 400m
nado livre, realizada em piscina de 25 metros, quando compararam as viradas de
nadadores europeias e brasileiras. Esses autores relatam que a diferença nestes
segmentos avaliados podem ter sido provocados pelas diferenças antropométricas e de
força entre estas nadadoras.
Freitas et al., (2008) propondo investigar uma metodologia de treinamento
utilizando indicadores biomecânicos, verificou, em uma semana de treinamento o efeito
do feedback extrínseco no desempenho da virada no nado crawl, em variáveis como
tempo de velocidade em 10m, pico de força, e tempo de contato e impulso. Mediante os
resultados observados, os autores concluíram que informações verbais e a visualização
da virada, associados a maior tempo de prática, tem reflexo positivo no desempenho.
Puel et al., (2012) com o objetivo de identificar as variáveis cinemáticas e
dinâmicas relacionadas aos melhores tempos durante a ação de virada em 10 nadadores
de elite, utilizando imagens tridimensionais de cinco câmeras posicionadas tanto fora
236

como dentro da piscina, observaram que os melhores tempo de virada estão associados
à: tempo maior na ação de rotação; maior tempo na ação de hiperextensão das pernas
após a contato com os pés na parede; velocidade horizontal resultante do pico de força
logo após a impulsão; distância percorrida (deslize) após a virada.
Refletindo sobre tais evidências, podemos concluir que a melhora no tempo total
de virada, requer melhora nas ações relacionadas a ação de giro e posicionamento do
corpo para a melhor aplicação de força muscular explosiva (potência muscular), que
resulta em maior velocidade horizontal e distância no deslize após a virada (PUEL et al,
2012). Quanto maior o nível técnico do nadador, melhores são aplicadas estas variáveis
na execução da virada durante uma provas de natação competitiva (VEIGA et al., 2013;
PIRES e PELLEGRINOTI; 2010). Um treinamento utilizando estes indicadores
biomecânicos pode ter reflexo positivo em sua execução (FREITAS et al.; 2008)
O GPOn por ter apresentado menor tempo na fase de afastamento e maior na
fase de aproximação nos resultados do teste de virada de 15 metros em relação ao GPL,
podemos sugerir que, a amostra, o maior tempo de aproximação, estaria relacionado à
maior ação de giro e posicionamento do corpo para uma maior aplicação de força
muscular explosiva (potencia), que resultou, no menor tempo observado durante a fase
de afastamento, estando relacionado a maior velocidade horizontal e deslize do atleta.
Como se tratam de nadadores de nível técnico intermediário, o aprimoramento da
relação entre estes indicadores ainda não foi totalmente estabelecido, resultando em
diferenças entre os resultados no tempo total da virada, e os resultados fracionados de
aproximação e afastamento encontrados em nossa pesquisa.

5.4.3 - Análise da Velocidade Média, Índice de Braçada, Comprimento de


Braçada e Frequência de Braçada no Teste de Tomada 100m nado Crawl.

A técnica de nado representa um papel muito importante dentre os fatores que


determinam o desempenho em natação. Dentre estes determinantes os aspectos
biomecânicos (relacionados à manifestação da técnica de nado), destacam-se aqueles
relacionados à cinemática do nado: frequência de braçada (FB) e o comprimento de
braçada (CB). CB e FB apresentam relação inversa entre si (WALKER, 2002), sendo os
componentes da velocidade média de nado (VM).
Na presente pesquisa, estes componentes técnicos foram avaliados durante a
execução do teste de tomada de tempo de 100 metros nado crawl, sendo fracionado em
237

passagens do 1° e do 2° 50 metros para melhor interpretação dos fenômenos


relacionados a técnica de nado.
A análise estatística aplicada nas variáveis de VM, apresentou diferença
significante entre os grupos no momento de avaliação AV1 da 1ª passagem de 50m. Os
ganhos percentuais para esta variável foram calculados, e o resultado do Teste-T
indicou que estes ganhos percentuais foram iguais entre os grupos (Gráfico 24).
A VM da 1ª passagem de 50 metros teve um aumento percentual e significante
de 8,04% no do GPOn após 14 semanas de treinamento de força, comparado com o
momento de avaliação AV1. O GPL obteve aumento percentual significante de 6,96%.
Ambos os grupos registraram aumento da significante da VM entre os momento de
avaliação AV3 e AV4 (Gráfico 24). Porém este aumento significante deve ser analisado
com cautela. No momento de avaliação AV3 podemos observar redução na média da
VM em ambos os grupos em relação ao momento de avaliação AV2.
Esta redução do desempenho, em ambos os grupos, pode ter sido influencia
das oscilações ocorridas durante programa de treinamento de piscina com vista nas
participações das competições de natação que ocorreram ao longo do mesociclo de
treinamento da amostra (Quadro 6 e Gráfico 1). Após a AV2, depois de 6 semanas de
treinamento, a amostra entrou em período de transição de duas semanas, para início em
outro ciclo de treinamento de base, visando o Campeonato Estadual, que foi realizado
ao final do mesociclo da pesquisa. Esta mudança no foco do treinamento, com
conseguinte diminuição e oscilação no volume e intensidade do treinamento de piscina,
podem ter interferido no desempenho de nado da amostra na avaliação AV3.
Barbosa e Andries Junior (2006), observaram aumento percentual e significante
de 4,49% na VM em teste de 50m aplicado em nadadores universitários submetidos à
programa de treinamento de força fora da água, em 17 semanas.
Aumento percentual e significante de 2% na VM em um teste de 50m foi
registrado por Girold et al.(2012) em grupo de nadadores de nível nacional com média
de idade de 21,8±3,9 anos, submetidos à programa de treinamento de força fora da água,
porem em um período de apenas 4 semanas.
Em pesquisa que avaliou os efeitos do treinamento de força fora da piscina em
nadadores com média de idade de 12,08±0,76 anos, em período de 8 semanas, Garrido
et al., (2010) registraram ganhos percentuais e significantes de 4,05% na VM em um
teste de 50m em grupo de jovens nadadores.
238

Não foram encontradas, na literatura, pesquisas que avaliaram os efeitos do


treinamento de força muscular, no desempenho de nado, em tomadas de tempo de 100m
nado livre. Assim para efeito de avaliação, comparamos os ganhos percentuais de
pesquisas que avaliaram a VM em testes de tomada de tempo nos 50m.
Podemos observar que as médias de aumento percentual foram maiores em
nossa pesquisa que as encontradas nos estudos revisados. Esta menor porcentagem da
VM nestas pesquisas pode estar relacionado ao tipo de avaliação. A VM atingida em
tomada de tempo de 50m, é mais elevada que a de passagem de 50m da tomada de
100m. Pequeno ganho porcentual, pode representar redução significativa no tempo em
prova onde décimos de segundo são decisivos. Assim, qualquer tentativa em relação a
apontar que os resultados de nossa pesquisa foram melhores que nestas pesquisas
revisadas, seria equivocada. Entretanto, fazendo relação entre o período de tempo de
aplicação do treinamento de força e os ganhos percentuais observados, podemos
observar que quanto maior o período de tempo de treinamento de força, maior a
porcentagem de ganhos na VM (BARBOSA e ANDRIES JUNIOR, 2006; GIROLD et
al., 2012; e GARRIDO et al. 2010).
O valor de ES no GPOn foi de 0,59; enquanto no GPL este valor foi de 0,40. Em
ambos os grupos a magnitude do efeito foi considerada pequena para atletas avançados
em treinamento sistematizado. Para a variável de VM, na primeira parte da tomada de
tempo dos 100m nado crawl, o GPON obteve melhor resultado
Entretanto, na variável de VM na passagem do 2° 50 metros da tomada de tempo
do 100m nado crawl, o GPL obteve aumento percentual 11,11%, sendo maior que o
aumento percentual registrado pelo GPOn com valor de 5,08%. Para ambos os grupos
estes valores médios foram considerados significantes após as 14 semanas de
treinamento de força muscular (Gráfico 25).
O GPOn registrou aumento significante na média entre os momentos de
avaliação AV3 e AV4, na variável de VM na passagem do 2° 50 metros. Porém, este
aumento, não pode ser interpretado como efeito de melhora proveniente do programa de
treinamento de força. A oscilação do volume e intensidade de treinamento de piscina
ocorrido neste período, podem ter interferido no desempenho de piscina, influenciando
nos resultados de VM na avaliação AV3.
O GPL obteve melhores resultados nos valores de ES na variável de VM da 2ª
passagem de 50m da tomada de tempo de 100m nado crawl, apresentando ES de 0,47;
239

enquanto o GPOn registrou um ES de 0,37. A magnitude do efeito foi considerada


pequena para ambos os grupos.
Ao aplicarmos a análise estatística nas médias de CB na 1ª passagem de 50m da
tomada de tempo de 100m nado crawl, foi registrada diferença significante entre os
grupos (GPL e GPOn) no primeiro momento da avaliação (AV1) (Gráfico 28).
Calculado os ganhos percentuais entre as médias dos 4 momentos de avaliação, a
análise estatística apontou que os ganhos percentuais entre estes grupos foram
diferentes. Diante deste dado, podemos concluir que a diferença significante encontrada
no primeiro momento de avaliação, continuou a ser significante entre os grupos, mesmo
nas médias de ganhos percentuais.
Na revisão da literatura sobre o treinamento de força aplicado em nadadores,
encontramos uma única pesquisa que apontou diferença significante entre grupos no
momento da avaliação inicial. Aspenes et al., (2009) registraram diferença significante
no momento pré-intervenção entre o grupo intervenção (n=5) e o grupo controle (n=7)
de jovens adolescestes do sexo feminino submetidos a um programa de treinamento de
força fora da piscina.
Estas diferenças encontradas no CB, podem ter sido influenciadas pelas
diferenças nas médias de estatura (GPL=164,05±9,40 e GPOn=168,51±11,09), e,
principalmente, pela médias de envergadura (GPL=165,55±10,90 e
GPOn=170,68±12,19), entre os atletas dos grupos avaliados.
O GPL registrou aumento percentual significante (11,97%) após 14 semanas de
treinamento de força na variável de CB da 1ª passagem de 50m, enquanto o aumento
percentual de 3,14% no GPOn não foi considerado significante. Diferença significante
também foi registrada no GPL entre os momento de avaliação AV3 e AV4, porém, tido
anteriormente, este resultado pode ter sido influenciado pela oscilação no volume e
intensidade ocorrido no treinamento de piscina neste período.
Pichon et al. (1995) registraram aumento percentual e significativo de 2,33% no
CB em nadadores universitários do sexo masculino, altamente treinados, submetidos à
programa de treinamento de força por meio de estimulação elétrica em um teste de
tomada de tempo de 50 metros.
Um singelo aumento percentual (0,94%) no CB foi observado por Girold et
al.,(2006) na 1ª passagem de 50m de tomada de tempo de 100m. O ES calculado nesta
passagem foi de 0,12 no grupo de nadadores submetidos à programa de treinamento de
força com elástico assistido.
240

Nadadores adolescentes analisados por Aspenes et al., (2009) apresentaram


aumento percentual no CB de 2,89% entre os homens; e de 2,42% entre as mulheres,
submetidos à programa de treinamento de força fora da água, programada em formato
de periodização linear.
Analisando os resultados de pesquisas que avaliaram a componente cinemático
CB, observamos que ocorrem aumentos nesta variável, porém em pequenos níveis
percentuais (GIROLD et al., 2006; ASPENES et al., 2009), e em alguns casos
significativos estatisticamente (PICHON et al. 1995).
Os resultados observados na variável de CB no GPOn foram mais condizentes
com os resultados encontrados na literatura (PICHON et al. 1995; GIROLD et al., 2006;
ASPENES et al., 2009). Apesar do GPL ter apresentado valor médio de CB na 1ª
passagem de 50m significativamente maior, tanto em porcentagem, como em ES
(0,68), a análise entre os grupos nestes resultados ficou comprometida pela diferença
observada, não apenas na altura e estatura na amostra, mas também pelo resultado de
diferença significativa encontrada no momento da avaliação AV1.
A análise estatística nas médias da variável de CB na 2ª passagem de 50 metros,
encontrou diferenças significantes no momento da avaliação AV1 entre os grupos GPL
e GPOn. Os ganhos percentuais nesta variável foram calculados, e o resultado do Teste-
T indicou que estes ganhos percentuais foram iguais entre os grupos (Grupo 29).
Diferença percentual e significante foi encontrada no GPL, que registrou
aumento de 9,92% no CB após as 14 semanas de treinamento. O GPOn apresentou
aumento percentual de 5,44%, porém não sendo considerado estatisticamente
significante.
Girold et al., (2006) analisando o CB na 2ª passagem de 50m na tomada de
tempo de 100m nado livre em grupo de nadadores jovens universitários, submetidos à
programa de treinamento com elástico assistido, observou diminuição percentual de 1%
no CB destes nadadores.
Manutenção do CB, em conjunto com diminuição no tempo e na VM em prova
de natação competitiva, pode representar aumento nos níveis de condicionamento físico
e na técnica de nado (PELAYO et al., 1996; CHOLLET et al., 1997; PELAYO et al.,
1999; CAPUTO, 2000). Apesar das dificuldades apresentadas para melhor comparação
dos resultados de CB entre os grupos (GPL e GPOn), o GPL apresentou diferenças
percentuais e de ES mais elevados ao longo das 14 semanas de treinamento, o que
sugere que a periodização linear, seja mais eficiente para o aprimoramento no CB.
241

Ao ser aplicada a análise estatística na variável de FB, nas passagens tanto do 1°


50m; quanto na passagem do 2° 50m, não foram encontradas diferenças estatisticamente
significativas nem entre os grupos, nem entre os momentos de avaliação após as 14
semanas de treinamento de força muscular (Gráficos 30 e 31).
Enquanto o GPL registrou diminuição percentual de 4,94% na FB na 1ª
passagem de 50m, o GPOn obteve aumento de 3,80% na FB. Já na FB da 2ª passagem
de 50m, o GPL registrou aumento percentual de 1,33%, enquanto o GPOn obteve
aumento percentual de 1,26%
Em pesquisas onde foi analisado a variável de FB em grupos de nadadores
submetidos a treinamento de força, também não foram encontradas diferenças
significativas entre os grupos de nadadores adultos de nível técnico avançado (Pichon et
al., 1995; Girold et al., 2006; Girold et al., 2012) e em nadadores adolescentes (Aspenes
et al., 2009).
Outra maneira eficaz de quantificar a habilidade da técnica de nado de forma
indireta, utilizando variáveis cinemáticas, é através do índice de braçadas (IB), definida
por Costill e Thomas (1985) como a multiplicação da velocidade média (Vm) da
distância a ser avaliada pelo CB a mesma distância em unidades em metros por segundo
ao quadrado (m/s²). Caputo (2000) diz que, quanto mais elevado for o IB, mais
adequada, mecanicamente, será a técnica utilizada, e o nadador que apresentar para
mesma velocidade de deslocamento maior CB e, consequentemente, menor FB, será
mais eficiente.
A análise estatística aplicada nas variáveis de IB, apresentou diferença
significante entre os grupos no momento de avaliação AV1 na 1ª e na 2ª passagem de
50m. Os ganhos percentuais para esta variável, tanto na 1ª quanto na 2ª passagem foram
calculados, e o resultados do Teste-T indicaram que em ambas, os ganhos percentuais
foram iguais entre os grupos (Gráficos 26 e 27).
O IB da 1ª passagem de 50 metros teve aumento percentual e significante de
11,68% no GPOn após 14 semanas de treinamento de força comparado com o momento
de avaliação AV1. O GPL obteve aumento percentual e também significante de 18,67%.
O GPL registrou diferenças significantes também entre os momentos de avaliação AV2
e AV4 e AV3 e AV4. Esta diferença estatística significante entre o momento de
avaliação AV2 e AV4, mostra como o programa de treinamento teve impacto muito
significativo na eficiência técnica de nado destes nadadores após as 14 semanas de
treinamento (Gráfico 26).
242

Esta observação fica mais evidenciada quando analisamos o IB da 2ª passagem


de 50m entre estes mesmos momentos de avaliação AV1 e AV2 no GPL. Em 6 semanas
de treinamento de força já foi encontrado aumento significante no IB na amostra,
mostrando o aumento significativo da eficiência. Porém, a diferença encontrada entre os
momento de avaliação AV3 e AV4, na 1ª passagem de 50m, na variável de IB, deve ser
analisado com cautela, devido às oscilações no volume e intensidade ocorridos no
treinamento de piscina (Gráfico 27).
Resultados semelhantes ao da variável IB da 1ª passagem de 50m, após 14
semanas de treinamento de força muscular, foram encontrados na variável IB da 2ª
passagem de 50m da tomada de tempo do 100m nado crawl. O GPL registrou aumento
percentual e significativo de 19,40%, maior que o GPOn que obteve aumento percentual
significativo de 10,92%. Porém ao avaliarmos os valores de ES em ambas as variáveis
de IB (tanto na 1ª passagem, como na 2ª passagem de 50m) o GPOn registrou os
melhores valores de tamanho do efeito (0,72 na 1ª passagem de 50m; e 0,58 na 2ª
passagem de 50m) em relação ao GPL, que apresentou valores de 0,65 na 1ª passagem
de 50m; e 0,55 na 2ª passagem de 50m.
Apesar dos valores percentuais terem sido maiores para o GPL nas duas
passagens da variável de IB, o GPOn obteve magnitude de efeito maior para ganhos de
eficiência de nado após 14 semanas de treinamento de força muscular.

5.4.4 - Conclusão da Análise 4

A partir das observações realizadas nas avaliações das variáveis cinemáticas,


podemos concluir que a hipótese de que o treinamento com periodização ondulatório
apresenta melhores resultados nas avaliações cinemáticas de saída do bloco de partida
em 15 metros, virada em 15 metros, VM, CB, FB e IB, após 14 semanas de treinamento
de força, é em parte verdadeira.
Ambas as periodizações (linear e ondulatória) são favoráveis ao desempenho na
saída propiciando melhora nas ações de potência muscular dos membros inferiores,
resultando em redução no tempo de execução do teste de saída em 15 metros. A
diferença significativa encontrada no momento de avaliação AV1 entre os grupos,
dificultou a análise dos efeitos das diferenças entre as periodizações, entretanto, levando
em consideração a maior magnitude de efeito observada na fase submersa e
complementar ao final das 14 semanas de treino, percebemos que a periodização
243

ondulatório propicia melhora mais acentuada na potência muscular dos membros


inferiores resultando em melhor ação de saída em jovens nadadores.
O treinamento de força com periodização ondulatória foi mais eficaz na melhora
da ação de virada no teste de virada em 15 metros, resultado da maior produção de força
muscular explosiva (potencia) observada pelos resultados no GPOn que mostrou maior
tempo de ação de giro e posicionamento do corpo, relacionados a maior aplicação de
força no momento de impulsão na borda da piscina, resultando em maior velocidade
horizontal e deslize do atleta, resultando no menor tempo na fase de afastamento.
As diferenças significativas encontradas no momento pré-intervenção nas
variáveis de VM, IB e CB entre os grupos, dificultou melhor análise sobre os efeitos das
diferentes periodizações, porém, analisando os efeitos intragrupos concluímos que
periodização ondulatória propicia efeito de maior magnitude na técnica de nado, devido
aos resultados de ES da variável de eficiência de nado (IB) que tem relação direta com a
VM e CB; e pelo fato de não ter sido encontrado diferença significativa entre os
grupos na FB que poderia ter interferido no desempenho entre os grupos.
A periodização ondulatória mostrou-se mais eficiente no aumento da VM em
distância mais curtas. A periodização linear por sua vez, parece ser mais eficiente no
aumento de resistência muscular, importante para a manutenção e aumento da VM na
segunda metade da prova de 100m nado crawl.

5.5 - Discussão da Análise 5

A quinta análise tem como objetivo comparar o impacto de um macrociclo de 14


semanas de treinamento de força em dois grupos com diferentes periodizações (linear e
ondulatória) no índice técnico (IT).
Uma competição de natação engloba uma série de provas que são divididas em
diferentes modalidades e distâncias, gerando diferentes resultados. O cálculo do IT
serve como comparativo entre esses resultados, para determinar qual o melhor
desempenho dentre todos os analisados, mostrando naquela oportunidade específica, o
resultado técnico do atleta (MOURA , 2014).
Algumas pesquisas avaliaram, com o IT, o desempenho de atletas em
competições de natação de alto nível (LEITE, 2014; MARINHO, 2008, PYNE
TREWIN e HOPKINS, 2004; PYNE, LEE e SWANWICK, 2001); sendo apontados por
estes autores como uma alternativa para a análise e comparação do desempenho de
244

diferentes grupos de atletas, em diferentes provas, distâncias, gêneros, competições e


entre pesquisas. Entretanto, em nossa revisão da literatura não encontramos pesquisas
que utilizaram o IT para a avaliação ou comparação do desempenho em atletas com
pontuações inferiores a 900 pontos, considerados como não sendo nadadores de alto
rendimento (PYNE, LEE e SWANWICK, 2001)
Em nossa pesquisa o IT foi extraído dos resultados oficiais de 3 competições
sendo duas destas promovidos pela FEDAR e uma promovida pela CBDA. A 1ª
competição analisada, realizada 10 semanas antes do início do programa de treinamento
de força, foi a VII Copa Roraima de Natação, o último e principal evento do 1° semestre
competitivo da amostra. Para efeito de abreviação será descrito como o momento pré-
intervenção (PRÉ).
Até o momento PRÉ, a média de IT dos atletas de ambos os grupos não
ultrapassava os 500 pontos. O GPL registrava média de IT de 378,74 ± 189,90 pontos,
enquanto o GPOn, neste mesmo período, apresentava média 461,89 ± 118, 95 pontos.
A segundo competição avaliada foi o Torneio Norte-Nordeste CBDA de Clubes.
Este evento, depois dos campeonatos nacionais, é considerado o mais importante evento
de natação da região norte e nordeste do país. Como a maioria da amostra não tinha
índice para a participação em Campeonatos Brasileiros, este evento foi considerado o
principal do ano competitivo destes atletas e clubes.
Todo o programa de treinamento de piscina foi, em média, desenvolvido,
objetivando o melhor desempenho para este evento, que ocorreu durante a 7 semana
após o início do programa de treinamento de força, ou seja, realizada durante (DUR) a
pesquisa.
No momento DUR foram registrados diferenças de IT significantes em relação
ao momento PRÉ. O GPL registrou IT acima de 400 pontos (432,75 ± 162 pontos),
aumento de 54 pontos, na média; enquanto o GPOn, teve aumento de 50 pontos, na
média (511,44 ± 102,33).
Leite (2014) analisando o IT de nadadores da seleção brasileira entre a última
seletiva olímpica (Troféu Maria Lenk) e os Jogos Olímpicos de Londres (2012);
registrou uma melhora de 4,0 ± 5,8 pontos para estes nadadores de alto rendimento,
período de preparação de 14 semanas. Valor de IT semelhante, em igual período de
preparação, foi analisado por Pyne et al. (2005) que avaliou nadadores australianos do
entre um campeonato nacional, e um internacional, avaliando aumento de 5,6 ± 13,2
pontos.
245

Pyne, Lee e Swanwick (2001) destacam que atletas com valores superiores a 950
pontos tem grandes chances de serem medalhistas em provas de nível internacional.
Tanto as pesquisas de Leite (2014) como a de Pyne et al. (2005) apresentaram em média
valores de IT de 960 ± 7,74 pontos e 973 ± 26,0 pontos, respectivamente; mostrando o
alto nível destes atletas avaliados, muito destes medalhistas olímpicos.
Numericamente, uma melhora entre 50 e 54 pontos em um período de 7
semanas, poderia ser considerado melhor que os valores encontrados na literatura de 4 a
5,6 pontos (LEITE, 2014; PYNE et al., 2005), porém ao analisarmos o nível técnicos
dos atletas, parece obviu que uma pequena melhora de pontuação, no alto nível de
rendimento, é muito significativo, pois quanto mais elevado o nível do atleta, mais
difícil a diminuição do tempo de prova.
Não encontramos na literatura pesquisas realizadas com atletas de menor nível
técnico. A comparação entre o IT da amostra com atletas de maior nível técnico torna-se
inviável. Porém, a diferença significativa encontrada entre os momentos PRÉ e DUR
nos grupos GPL e GPOn mostram que o efeito do programa de treinamento,
principalmente o de piscina, teve grande influencia no desempenho de IT destes
nadadores.
A terceira e última competição avaliada foi o XI Campeonato Estadual de
Natação de Roraima, realizada pela FEDAR, uma semana após o termino do programa
de treinamento de força (PÓS). Passado o Torneio Norte-Nordeste CBDA de Clubes, o
programa de treinamento de piscina foi reiniciado, visando novo ciclo de preparação
(porém de tempo reduzido) com total de 11 semanas de treinamento.
A análise estatística apontou diferença significante entre os momentos PRÉ E
PÓS, porém não significante entre os momentos DUR e PÓS para ambos os grupos. O
GPOn registrou média de pontuação de 539,78 ± 81,50 pontos, aumento de 28 pontos
entre DUR e PÓS, enquanto o GPL registrou média de pontuação de 477,63 ± 140,85,
aumento de 45 pontos neste mesmo período (Gráfico 32).
Em valores percentuais o GPL registrou após o termino de um macrociclo de 14
semanas de treinamento de força aumento percentual de 26,10% no IT no desempenho
em eventos competitivos, aumento entre os momentos PRÉ e PÓS de 99 pontos. O
GPOn obteve aumento de 16,86%, total de 78 pontos de aumento no IT neste período.
Apesar da análise estatística não apontar diferença significante, observamos que
a diferença na pontuação do IT diminuiu entre os grupos GPL e GPOn. No momento
246

PRÉ a diferença entre os grupos era de 83 pontos. Para o momento DUR esta diferença
diminuiu para 79 pontos, e ao término no momento PÓS ficou em 62 pontos.
De maneira geral, o GPL obteve melhora significativa no desempenho
competitivo após as 14 semanas de macrociclo de treinamento de força. O aumento na
pontuação do IT registrado neste período e a diminuição na diferença desta pontuação
para o GPOn confirmam esta observação. Porém, o GPOn também obteve melhora
significante do desempenho competitivo. Apesar de numericamente menor que a do
GPL, deve ser considerada como significativa, pois quanto maior o IT do nadador,
maior a dificuldade para diminuir o tempo de prova. Outra observação é a diminuição
significativa entre as médias dos indivíduos do GPOn. O desvio-padrão registrado no
GPOn do período PRÉ era de 118,95. No momento PÓS esta diferença de desvio-
padrão entre as médias dos indivíduos foi de 81,50.
A magnitude de efeito (ES) foi observada no IT nas competições analisadas
entre os momentos PRÉ E PÓS. Nesta análise, o GPOn que registrou maior ES, com
valor de 0,65, enquanto o GPL registrou valor de 0,52; porém, ambos classificadas de
magnitude de efeito pequena para atletas de nível avançado de treinamento (RHEA,
2004).
Leite (2014) também avaliou o ES nas pontuações de IT de nadadores da seleção
brasileira de natação entre dois eventos competitivos (Troféu Maria Lenk e Jogos
Olímpicos de Londres - 2012) em período de tempo semelhante ao de nossa pesquisa
(14 semanas). Este autor encontrou valor de ES de 0,16, considerado de magnitude de
efeito superficial (trivial) (RHEA, 2004). Magnitude de efeito semelhante (superficial)
foi registrado na pesquisa de Skorski et al. (2014) que comparou o ES de nadadores de
elite entre duas competições de nível internacional. Devemos considerar que um
pequeno aumento de ES em atletas de elevado nível técnico, principalmente entre
competições internacionais (olimpíadas e mundiais), mesmo sendo consideradas de
magnitude superficial, são significativas, pois podem ser o fator de diferença para a
obtenção de uma marca expressiva (medalha, record, ets), entretanto Rhea (2004)
prevendo estas diferenças entre os níveis de condicionamento, propôs tabelas
normativas para a avaliação do ES entre diferentes níveis de atletas. Em nosso estudo,
ambos os grupos apresentaram uma magnitude considerada de efeito pequeno para
atletas avançados em treinamento, superior aos estudos citados (LEITE, 2014;
SKORSKI et al, 2014), mostrando como os programas de treinamento de força, tanto
linear quanto ondulatória, foram efetivos no desempenho competitivo destes atletas.
247

Aspenes e Karlsen (2012), em pesquisa de revisão da literatura, com 17 estudos,


sobre o treinamento físico controlado dentro da natação competitiva, calcularam o ES
destes estudos e encontraram valores de efeito considerados de magnitude superficial a
moderado (0,19 a 0,56), para atletas altamente treinados (RHEA, 2004); valores
semelhantes ao de nosso estudo.
Tais pontos apresentados, confirmam a importância da utilização de análises do
desempenho a partir de metodologias que normatizam os dados, como são os casos do
IT e o ES, entre grupos heterogêneos e de diferentes níveis técnicos (DE ARAÚJO,
1981, HOPKINS, 2005; LEITE 2014), pois facilitaram as comparações dos resultados
de várias análises com os dados de nossa pesquisa.

5.5.1 - Conclusão da Análise 5

A partir das observações realizadas na avaliação de índice técnico de


competição, podemos concluir que a hipótese de que o grupo com periodização
ondulatória apresentaria melhores resultados no índice técnico ao final do mesociclo de
14 semanas de treinamento de força muscular é verdadeira.
Apesar do GPL ter obtido aumento percentualmente maior que o GPOn,
registrou valor ES de 0,65, ligeiramente maior que o valor de 0,52 vista no GPL. Apesar
de em ambos os grupos estes valores serem considerados de magnitude pequena, o
GPOn apresentou nível técnico mais elevado em relação ao GPL, o que torna mais
difícil e significativo o aumento no desempenho.
248

CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste estudo foi verificar o efeito do treinamento de força com


periodização linear e ondulatória nas respostas morfofuncionais e de desempenho de
nadadores jovens de ambos os sexos em um macrociclo de 14 semanas de treinamento.
A partir dos dados coletados e dos resultados da análise estatística, conclui-se
que:
● O treinamento de força, independente do tipo de periodização (linear ou
ondulatória), produz efeitos benéficos na força muscular e desempenho em jovens
nadadores.
● A periodização ondulatória é mais eficaz em proporcionar adaptações
morfofuncionais relacionadas ao aumento de força em regiões musculares do peitoral,
dorsal e membros inferiores; pois provocaram aumentos hipertróficos significantes na
massa magra e circunferências de braço e coxa de nadadores jovens.
● A periodização linear foi mais eficiente no aumento de força na região
muscular do braço (tríceps e bíceps), sendo mais efetiva em promover adaptações
morfofuncionais relacionadas a redução da massa gorda e porcentagem de gordura
corporal.
● A análise do desempenho mostra que em distâncias menores e de maior
intensidade (50 metros) a periodização ondulatória proporciona melhores resultados em
variáveis técnicas como tempo, velocidade média, índice de braçada e comprimento de
braçada.
● Em situações de prova, que o nadador necessite manter a intensidade do nado
por uma distância maior (2ª parcial da prova), a periodização linear apresentou melhores
resultados em relação a manutenção de resistência muscular em variáveis de tempo,
velocidade média e comprimento de braçada.
● Em fundamentos importantes do desempenho de prova como saída e virada,
que necessitam de grande potencial muscular, principalmente dos membros inferiores,
para uma melhor ação de execução, a periodização ondulatória mostra-se mais eficiente
nos resultados dos testes aplicados.
● A periodização ondulatória exerceu influência de maior magnitude no
aumento do índice técnico de competição dos jovens nadadores competitivos.
249

CAPÍTULO 7 - REFLEXÕES METODOLÓGICAS

A primeira limitação prende-se a dificuldade em manter a amostra mais


significativa e homogênea. A amostra foi constituída inicialmente por 22 atletas (12
homens e 10 mulheres). Porém, devido a problemas que surgiram longo do projeto
ocorreram perdas de 5 indivíduos (3 homens e 2 mulheres). Estas perdas provocaram
um ligeiro desequilíbrio entre os grupos da amostra, que haviam sido previamente
randomizados, o que prejudicou a análise em alguma variáveis, principalmente
relacionados ao desempenho de piscina.
A segunda limitação relaciona-se com o fato da amostra ser constituída por
nadadores jovens de diferentes especialidades de nado e sem experiência com
treinamento de força. Tais fatores fizeram com que optássemos por avaliações que
fossem mais adequadas para atender a este tipo de público, prejudicando de uma certa
forma a comparação com outros estudos.
A terceira limitação tem a ver com a não avaliação da distância de voo, e de
velocidade dos vetores de massa corporal, tanto vertical como horizontal, no teste de
saída em 15 metros. A falta de um instrumento de melhor recurso tecnológico
prejudicou uma melhor análise desta variável.
A quarta limitação está relacionada aos eventos competitivos que influenciaram
o programa de treinamento de piscina. Como o evento principal de temporada
encontrava-se durante do programa de treinamento de força, as oscilações no volume e
intensidade do treinamento de piscina podem ter interferido em nas análises de alguns
resultados.
Poucos estudos se propuseram a estudar os efeitos de diferentes periodizações
em jovens púberes iniciantes em treinamento de força. São poucos também os estudo
que relacionam os efeitos do treinamento de força com o desempenho em piscina de
jovens praticantes de natação de nível técnico intermediário. O caráter exploratório do
estudo limitou fortemente a comparação de resultados em outros estudos.
O nível técnicos dos grupos avaliados eram considerados de baixo rendimento.
A pouca habilidade técnica destes nadadores prejudicaram uma melhor análise dos reais
efeitos do treinamento de força nos resultados relacionados as técnicas de nado
(avaliações cinemáticas) e nas variáveis onde o tempo em segundos foram registrados.
250

Destacamos que a estatística convencional, parece não ser uma ferramenta muito
precisa para se avaliar o efeito do tempo, principalmente em provas onde frações de
segundo são decisivos para a melhoria do desempenho de um atleta.
Para a realização de futuras pesquisas nesta temática devem ser aplicados
programas de periodização do treinamento de força em um número maior de jovens
nadadores, na tentativa de obter resultados mais conclusivos.
Poder-se-ia aumentar a representatividade da amostra de atletas da mesma
especialidade; como pesquisas realizadas somente com velocistas, meio fundistas e
fundistas; e de gêneros distintos (somente homens ou apenas mulheres).
A avaliação do treinamento de força em nadadores deve ser realizada com
atletas em diferentes faixas etárias e diferentes níveis técnicos, utilizando instrumentos
de avaliação respeitando os níveis de maturação sexual e a experiência prévia com este
tipo de treinamento, para melhor compreendermos este fenômeno em diferentes
públicos.
Um maior número de pesquisas que relacionem os efeitos do treinamento de
força com variáveis de desempenho como saída e principalmente virada com nadadores
de diferentes níveis de técnicos de nado e condicionamento físico devem ser realizados.
As pesquisas com natação competitiva devem passar a utiliza mais o índice
técnico de competição com forma de normatização das avaliações, pois facilita as
comparações dos resultados em diferentes especialidades, gêneros e níveis técnicos dos
atletas.
251

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283

ANEXO 1

ESTÁGIOS DA MATURAÇÃO SEXUAL MASCULINA

PRANCHAS DE TANNER

Fonte: Brasil, 2009


284

ANEXO 2

ESTÁGIOS DA MATURAÇÃO SEXUAL FEMININA

PRANCHAS DE TANNER

Fonte: Brasil, 2009


285

ANEXO 3
286

ANEXO 4
287

ANEXO 5
288

ANEXO 6
289

ANEXO 7
290

ANEXO 8
291

ANEXO 9
292
293

ANEXO 10
AMC - Serviços Educacionais Ltda
294–SP
Rua Taquari, 546 - Mooca - São Paulo
CEP 03166-000
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSO

CARTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE A PESQUISA


Orientador: Prof. Dr. Aylton Figueira Junior

Doutorando: Prof. Ms. Gilberto Pivetta Pires

TÍTULO PROVISÓRIO: "Periodização ondulatória: efeitos de um programa de


treinamento de força em nadadores jovens.

Este projeto de pesquisa visa analisar os efeitos do treinamento de força muscular na


aptidão física e no desempenho de jovens nadadores de ambos os sexos. Serão avaliados
indicadores de composição corporal, força máxima, velocidade média em diferentes distâncias
de nado, na capacidade aeróbia e anaeróbia, e em indicadores cinemáticos na saída, virada,
chegada, bem como a frequência, comprimento e índice de braçadas em diferentes distâncias,
decorrentes da utilização do modelo de treinamento proposto.
Para que possa ser desenvolvido o projeto, torna-se-á necessário à obtenção de dados
prévios para a classificação da amostragem experimental da pesquisa.
Assim, o presente termo de consentimento livre e esclarecido tem por objetivo
formalizar um concordata entre os pesquisadores, clubes, técnicos, pais e atletas interessados
na participação da pesquisa.
Os pesquisadores se responsabilizam na elaboração e prescrição gratuita do
treinamento de força muscular, em dias e locais que serão previamente estipulados,
atendendo a todos os critérios de segurança, respeitando: faixa etária, questão de gênero,
individualidade, princípios de crescimento e desenvolvimento humano, etc. Tudo respaldado
em bases científicas e no rigor da responsabilidade pedagógica e profissional pelo prazo que
durar a aplicação da pesquisa a ser divulgada posteriormente.
Os interessados deverão comprometer-se a: manter junto aos pesquisadores
atualizados os contatos (telefones e e-mails) e a apresentarem-se quando convocados nas
reuniões junto aos pesquisadores em local e dias previamente agendados, ficando cientes que
a ausência nas mesmas acarretará em desligamento do projeto.
Para que este trabalho possa ser desenvolvido com todo o rigor científico é de estrema
importância a sua aprovação com o consentimento de seus responsáveis legais no caso de
menor de idade, e da assinatura e devolução do termo de consentimento livre e esclarecido e
do preenchimento correto de todas as informações solicitadas no questionário diagnóstico.
Atenciosamente, agradecendo sua colaboração

Prof. Ms. Gilberto Pivetta Pires

E-mail: gilbertopires@globomail.com

Telefones: (95) 8103-6505 - RR / (17)8108-5464 - SP ou recado (17) 8103-0772 (todos


TIM)
AMC - Serviços Educacionais Ltda
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QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO

Nome do Atleta : ________________________________________________________

Idade ___________ Sexo __________ Categoria para 2012 ______________________

Residente à _____________________________________________________________

Bairro _______________________________ CEP ______________________________

E-mail _________________________________________________________________

Há quanto tempo pratica natação? _________________________________________

Há quanto tempo você treina para competir? _________________________________

Em qual equipe treina atualmente? _________________________________________

Você treina quantos dias por semana? _______________________________________

Quantas horas por dia você treina? __________________________________________

Qual a menor metragem diária você treinou este semestre? ______________________

Qual a maior metragem diária você treinou este semestre? ______________________

Qual(is) seu(s) estilo de competição? ________________________________________

______________________________________________________________________
296

Você se considera um nadador: ( ) Velocista ( ) Meio-fundista ( ) Fundista

Qual seu melhor tempo de 100 metros nado livre em competição? _______________

Você faz acompanhamento nutricional, ou dieta alimentar (com um nutricionista) para


fins de melhoria da performance de treinamento e competição? ( ) Sim ( ) Não

Você faz ou fez uso nos último 6 meses de algum tipo de suplemento nutricional ou
ergogênico para o treinamento e competição? ( ) Sim ( ) Não

Quais: _________________________________________________________________

Você participa ou participou nos último 6 meses de algum programa de treinamento


de força muscular (musculação)? ( ) Sim ( ) Não

No caso afirmativo, a quanto tempo? ________________________________________

Quais equipamentos de força específica de treinamento de piscina você já utilizou ou


utiliza?

( ) Palmar ( ) Elástico resistivo ( ) Elástico Assistido


( ) Nadadeira ( ) Pára-quedas ( ) Outros
Quais? _____________________________________________

Agradecemos a sua colaboração e


contamos com você para o
prosseguimento no projeto.

Um grande abraço.
AMC - Serviços Educacionais Ltda
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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu _______________________________________________________ RG _________________________________

responsável legal pelo menor ______________________________________________________________________

autorizo sua participação voluntária no projeto de pesquisa intitulado “Periodização Ondulatória: efeitos de um programa de
treinamento de força em nadadores jovens” . Declaro que fui informados que o projeto tem a finalidade de analisar os efeitos do
treinamento de força muscular na aptidão física e no desempenho de nadadores jovens de ambos os sexos. Fui esclarecido que o
meu (minha) filho(a) será avaliado por profissionais de Educação Física, os quais realizarão medidas referentes a composição
corporal por meio das avaliações antropométricas (peso, altura, envergadura, circunferência e das dobras cutâneas) e a força
muscular máxima pelo teste de Brzycki em equipamentos de musculação. Fui esclarecido que serão realizadas avaliações dentro
da piscina quando serão realizados teste de 100 metros no nado livres e teste de 2x400m nado Livre. Fui informado que nos doi s
testes será coletado sangue do lóbulo da orelha com o auxílio de uma microlancetas (pequenas agulhas) descartáveis. Estou ciente
e autorizo que as avaliações sejam filmadas por meio de câmeras de vídeo e suas imagens analisadas com a finalidade de
determinar os indicadores cinemáticos do desempenho na saída do nado, viradas, chegada, bem como a velocidade média de
nado, frequência e comprimento de braçada durante o nado. Estou ciente que as imagens de vídeo serão armazenadas em
software de análise de vídeo e que os dados coletados não serão consultados por pessoas leigas sem a minha autorização, no
entanto, poderão ser usadas para fins de pesquisa científica e publicados de acordo com o rigor ético de pesquisa científica, desde
que minha privacidade seja sempre resguardada. Sei que participação de meu filho contribuirá para melhor conhecimento dos
resultados de performance, o que é imprescindível na prescrição de treinamento de atletas jovens. Os pesquisadores
esclareceram que não haverá custo na participação, sendo que a qualquer momento meu (minha) filho (a) poderá interromper a
participação na pesquisa. Os pesquisadores se responsabilizam na elaboração e prescrição do treinamento de força muscular
atendendo a todos os critérios de segurança, respeitando: faixa etária, questão de gênero, individualidade, princípios de
crescimento de desenvolvimento humano, apresentando neste caso risco mínimo de desconforto e outros impedimentos
musculares como dor transitória e lesão. Após a análise dos resultados serão arquivados e mantidos em sigilo no Laboratório d o
Movimento Humano da Universidade São Judas, sendo utilizados unicamente para fins acadêmicos-cientificos. Em nenhum
momento haverá identificação do avaliado. Com isso, esclareço que estamos cientes: 1 - Obtivemos todas as informações
necessárias para decidir sobre a participação na pesquisa; 2 – Os dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados farão
parte de publicações científicas na área do conhecimento da saúde; 3 - Todas as informações que recebemos no momento das
avaliações foram conduzidas pelos próprios pesquisadores. Em caso de dúvida poderemos contatar os pesquisadores Prof. Ms.
Gilberto Pivetta Pires (Tel.: 95-8103-6505 / 17-8188-5464) e o Prof. Dr Aylton Figueira Junior, orientador do estudo (Tel.: 11-2799-
1909), estarão a disposição, bem como o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu para conhecimento da
veracidade do estudo pelo telefone (11) 2799-1665.

_____________________________ ______________________________

Responsável Legal Atleta

_____________________________ ______________________________

Prof. Dr Aylton Figueira Júnior Prof. Ms. Gilberto Pivetta Pires

Boa Vista, __________ de _________________________ de 2012


298

APENDICE 4 - Resultado dos Teste de Potência Aeróbia (2x400 metros nado Crawl)
realizados ao final de cada ciclo de treinamento

AV1 AV2 AV3 AV4 AV4-AV1 ∆% ES Magnitude


Tempo dos 2x400 metros nado Crawl (seg)
GPL x 862.36 821.88 802.29 764.49 -135.87 -15.76% 0.46 Pequena
s 215.93 162.42 149.07 138.43
GPOn x 740.22 722.34 728.83 726.01 -14.21 -1.92% 0.17 Insignificante
s 83.01 73.05 73.55 76.62
Tempo do Linear Anaeróbio do Teste de 2X400 metros nado Crawl (seg)
GPL x 108.16 102.69 100.21 96.45 -11.71 -10.83% 0.43 Pequena
s 27.28 20.30 18.64 18.26
GPOn x 92.47 90.79 91.49 90.71 -1.76 -1.90% 0.17 Insignificante
s 10.35 9.86 9.38 9.57
Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo
Periodização Linear; GPOn = Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do
programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento; AV3 = avaliação após 10 semanas de
treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento.
299

APÊNDICE - 5

FICHA DE AUTO-AVALIAÇÃO DA MATURAÇÃO SEXUAL

SEXO MASCULINO

NOME DO AVALIADO: _________________________________________

DATA DE NASCIMENTO: _______________________________________

Você apresenta pelôs axilares? ( ) Presente ( ) Ausente

Depois de avaliar as figuras dos diferentes estágios maturacionais, marque com


um "X" o grau de maturação sexual que você se encontra segundo as características de:

Pelos Pubianos Marque com "X" Genitália Marque com "X


I(P1) I(G1)
II(P2) II(G2)
III(P3) III(G3)
IV(P4) IV(G4)
V(P5) V(G5)
300

APÊNDICE - 6

FICHA DE AUTO-AVALIAÇÃO DA MATURAÇÃO SEXUAL

SEXO FEMININO

NOME DO AVALIADO: _________________________________________

DATA DE NASCIMENTO: _______________________________________

Você já teve a primeira menarca? ( ) SIM ( ) NÃO

Depois de avaliar as figuras dos diferentes estágios maturacionais, marque com


um "X" o grau de maturação sexual que você se encontra segundo as características de:

Mamas Marque com "X" Genitália Marque com "X


I(M1) I(G1)
II(M2) II(G2)
III(M3) III(G3)
IV(M4) IV(G4)
V(M5) V(G5)
301

APÊNDICE 7 - Resultados de média e desvio padrão das análise de


antropométricas e de composição corporal.

GPL GPOn
AV1 AV2 AV3 AV4 AV1 AV2 AV3 AV4
Massa x 55,99 56,59 57,09 57,60 59,37 a
60,36 60,73 a
61,23a
Corporal S 12,06 11,77 12,11 12,13 10,93 11,07 11,43 11,51
Estatura x 1,64 1,64 1,64 1,64 1,68 1,68 1,69 1,69
S 0,10 0,09 0,09 0,09 0,11 0,11 0,11 0,11
IMC x 20,68 20,87 20,99 21,11 20,78 21,13 21,09 21,26
S 2,72 2,50 2,72 2,73 1,36 1,28 1,50 1,44
% Gordura x 13,15 11,77 10,12 a
10,41 10,46 9,85 8,64a 8,92
S 6,80 5,82 5,14 4,99 7,20 7,23 6,16 6,30
Massa x 48,76 50,05 51,43 ab
51,51a 53,43 54,66 55,67a
a
56,03a
Magra S 11,83 11,70 12,03 11,48 12,06 12,23 12,10 11,97
Massa x 7,28 6,53 5,65 a
6,00 5,98 5,69 5,05 a 5,32
Gorda S 3,78 3,13 2,77 2,47 3,70 3,77 3,29 3,49
CBDC x 25,96 27,18 27,86 a
28,69ab 27,52 29,21 30,18ab
a
30,84ab
S 3,49 3,57 3,24 3,36 3,89 3,55 3,61 3,84
CCMD x 47,76 49,21 49,78 50,61a 47,21 47,94 49,21 a 50,4 abc
S 5,78 5,55 4,83a 5,24 2,78 3,46 2,79 3,22

Legenda: AV = Avaliação; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn = Grupo Periodização Ondulatório; AV1 =
Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento; AV3 = avaliação após
10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento; IMC = Índice de Massa Corporal;
CBDC = Circunferência de Braço Direito Contraído; CCMD = Circunferência da Coxa Médial Direita; aDiferença
estatisticamente significativa com AV1; bDiferença estatisticamente significativa com AV2; cDiferença
estatisticamente significativa com AV3.
302

APÊNDICE 8 - Resultados do Delta Percentual e Effect Size com o grau da magnitude do


efeito do programa de treinamento de força nas variáveis antropométricas e de composição
corporal.

GPL GPOn
AV4- ∆% ES Magnitude AV4- ∆% ES Magnitude
AV1 AV1
Massa
Corporal +1,61 +2,88% 0,13 Superficial +1,86 +3,13% 0,17 Superficial
Estatura
0 0 0 Superficial 1 +0,59% 0,09 Superficial
IMC
+0,43 +2,04 0,16 Superficial +0,48 +2,26 0,35 Pequena
%
Gordura -2,74 -20,84% 0,40 Pequena -1,54 -14,72% 0,21 Superficial
Massa
Magra +2,75 +5,64% 0,23 Superficial +2,60 +4,87% 0,22 Superficial
Massa
Gorda -1,28 -17,58% 0,34 Superficial -0,66 -11,04% 0,18 Superficial
CBDC
+2,73 +10,52% 0,78 Pequena +3,32 +12,06% 0,85 Moderada
CCMD
+2,85 +5,97% 0,49 Pequena +3,20 +6,78% 1,15 Moderada
Legenda: GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn = Grupo Periodização Ondulatório; AV = Avaliação; AV1 =
Avaliação antes do início do programa; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento; ∆% = Delta Percentual de
AV4-AV1; ES = Efect Size; IMC = Índice de Massa Corporal; CBDC = Circunferência de Braço Direito Contraído; CCMD
= Circunferência da Coxa Médial Direita.
303

APÊNDICE 9 - Resultado da somatória das médias estabelecidas em cada


exercício pelo teste submáximo segundo protocolo de Brzycki, agrupados por
segmentos musculares.

AV1 AV2 AV3 AV4 AV4-AV1 ∆% ES Magnitude


Média Força Membros Superiores Região do Braço (kg)
GPL x 21,36 25,24a 28,64a 31,50ab +10,14 +47,47% 1,46 Moderada
s 6,96 6,59 8,08 9,56
a ab
GPOn x 27,50 31,75 35,35 37,98abc +10,48 +38,11% 1,05 Pequena
s 9,97 10,88 11,86 12,70
Média Força Membros Superiores Região Peitoral (kg)
GPL x 39,51 48,41a 55,25ab 61,45ab +21,95 +55,53% 1,24 Pequena
s 17,66 17,11 15,92 15,76
a ab
GPOn x 49,09 61,05 69,80 74,48abc +25,39 +51,72% 1,32 Pequena
s 19,19 20,39 21,78 23,60
Média Força Membros Superiores Região Dorsal (kg)
GPL x 35,33 40,39a 44,36ab 45,81ab + 10,48 +29,66% 1,01 Pequena
s 10,34 11,86 10,75 10,25
a ab
GPOn x 37,06 43,17 48,18 50,67abc +13,61 +36,72% 1,11 Pequena
s 12,26 13,26 14,86 14,92
Média Força Membros Inferiores (kg)
a
GPL x
84,20 112,26 141,74ab 160,46abc +76,26 +90,57% 2,53 Grande
s 30,16 35,56 40,22 47,02
a ab
GPOn x 101,41 148,17 188,71 214,47abc +112,74 +111,17% 2,87 Grande
s 39,39 46,77 49,55 54,78
Legenda: AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento; AV3 =
avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação ao final das 14 semanas de treinamento; ∆% = Delta
Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; Magnitude = tamanho do efeito; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; aDiferença estatisticamente significante com AV1; bDiferença estatisticamente
significante com AV2; cDiferença estatisticamente significante com AV3.
304

APÊNDICE 10 - Resultado dos Teste de Tomada do 100m nado Crawl


realizados ao final de cada ciclo de treinamento

AV1 AV2 AV3 AV4 AV4-AV1 ∆% ES Magnitude


Tempo da passagem do 1° 50 metros nado Crawl (seg)
GPL x 38,87 38,71 38,28 38,13 -0,74 -1,90% 0,12 Superficial
S 6,33 5,59 5,83 6,21
GPOn x 35,38 35,16 34,91 34,07 -1,31 -3,70% 0,31 Superficial
s 4,10 4,03 3,47 3,64
Tempo da passagem do 2° 50 metros nado Crawl (seg)
GPL x 44,61 43,09 42,16 41,62 -2,99 -6,70% 0,31 Superficial
s 9,70 9,19 8,07 7,90
GPOn x 37,10 36,69 36,48 36,37 -0,73 -1,97% 0,18 Superficial
s 4,12 4,39 3,81 3,82
Tempo Total do 100 metros nado Crawl (seg)
GPL x 86,68 85,03 82,71 82,24 -4,44 -5,12% 0,19 Superficial
s 22,62 20,02 18,19 18,18
GPOn x 72,64 71,87 71,39 70,32 -2,32 -3,19% 0,28 Superficial
s 8,35 8,34 7,21 7,28
Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo
Periodização Linear; GPOn = Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do
programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento; AV3 = avaliação após 10 semanas de
treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento
305

APÊNDICE 11 - Resultado do Teste Cinemático de Saída do Bloco de Partida


em 15 metros realizados ao final de cada ciclo de treinamento

AV1 AV2 AV3 AV4 AV4-AV1 ∆% ES Magnitude


Fase de Voo (seg)
ǂ
GPL x 1,03 1,08 1,09 1,06 +0,03 +2,91% 0,27 Superficial
S 0,11 0,12 0,12 0,17
GPOn x 0,92 0,96 0,95 0,92 0,00 0,00% 0 Superficial
S 0,09 0,12 0,10 0,09
Fase Submersa (seg)
GPL x 2,32 2,50 2,71 2,60 +0,28 +12,07% 0,28 Superficial
S 1,01 0,63 0,83 0,61
GPOn x 2,65 2,68 2,95 2,83 +0,18 +6,79% 0,36 Pequena
S 0,50 0,46 0,56 0,72
Fase Complementar (seg)
GPL x 6,21ǂ 5,56 5,22 4,96 -1,25 -20,13% 1,03 Moderado
S 1,21 1,01 0,70 0,97
GPOn x 4,85 4,44 4,20 4,19 -0,66 -13,61% 0,71 Pequena
S 0,93 0,62 0,61 0,69
Tempo Total da Saída em 15 metros (seg)
GPL x 9,56 9,14 9,03 8,76 -0,80 -8,37% 0,58 Pequena
S 1,39 1,5 1,14 1,05
GPOn x 8,42 7,99 8,18 7,95 -0,47 -5,58% 0,53 Pequena
S 0,89 0,80 0,82 0,61
Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo
Periodização Linear; GPOn = Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do
programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento; AV3 = avaliação após 10 semanas de
treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento; ǂDiferença estatisticamente significativa
na AV1 entre os grupos (ganho percentual pelo teste-t student igual entre os grupos)
306

APÊNDICE 12 - Resultado do Teste Cinemático de Virada realizados ao final de cada


ciclo de treinamento

AV1 AV2 AV3 AV4 AV4-AV1 ∆% ES Magnitude


Fase de Aproximação 5 metros (seg)
GPL x 4,04 4,10* 4,09# 3,99 -0,05 -1,24% 0,07 Superficial
s 0,75 0,62 0,71 0,53
#
GPOn x 3,48 3,49* 3,50 3,60 +0,12 +3,45% 0,37 Superficial
s 0,32 0,42 0,36 0,36
Fase de Afastamento 10 metros (seg)
GPL x 7,28 7,32 6,95 7,19 -0,09 -1,24% 0,07 Superficial
s 1,27 1,03 1,77 1,20
GPOn x 6,41 6,34 6,56 6,30 -0,11 -1,72% 0,22 Superficial
s 0,49 0,67 0,55 0,56
Tempo Total da Virada 15 metros (seg)
GPL x 11,33 11,42 11,36 11,05 -0,28 -2,47% 0,14 Superficial
s 2,00 1,65 1,90 1,90
GPOn x 9,95 9,86 10,07 9,91 -0,04 -0,40% 0,05 Superficial
s 0,78 0,98 0,94 0,87
Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual de AV4-AV1; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn =
Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento;
AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 = Avaliação após 14 semanas de treinamento; *Diferença estatisticamente
significativa entre os grupos GL e GO na AV2; #Diferença estatisticamente significativa entre os grupos GL e GO na AV3.
307

APÊNDICE 13 - Resultado de Velocidade Média (VM), Índice de Braçada (IB)


Comprimento de Braçada (CB) e Frequência de Braçada (FB) do Teste Cinemático da
prova de 100m nado Crawl realizados ao final de cada ciclo de treinamento.

A
Grupos AV1 AV2 AV3 AV4 ∆A% ESA Mag
Velocidade Média da 1ª passagem de 50 metros do 100 metros nado Crawl (m/s)

GPL 1,15±0,20 1,18±0,18 1,15±0,21 1,23±0,19ac +6,96% 0,40 Pequena
ac
GPOn 1,24±0,17 1,28±0,17 1,25±0,13 1,34±0,16 +8,06% 0,59 Pequena
Velocidade Média da 2ª passagem de 50 metros do 100 metros nado Crawl (m/s)
GPL 0,99±0,23 1,05±0,23 1,04±0,21 1,10±0,22a +11,11% 0,47 Pequena
ac
GPOn 1,18±0,16 1,22±0,17 1,19±0,13 1,24±0,13 +5,08% 0,37 Pequena
2
Índice de Braçada da 1ª passagem de 50 metros do 100 metros nado Crawl (m/s )

GPL 1,66±0,48 1,76±0,45 1,59±0,38 1,97±0,41abc +18,67% 0,65 Pequena
a
GPOn 1,97±0,32 2,10±0,43 1,99±0,32 2,20±0,36 +11,68% 0,72 Pequena
2
Índice de Braçada da 2ª passagem de 50 metros do 100 metros nado Crawl (m/s )

GPL 1,34±0,47 1,51±0,51a 1,49±0,46 1,60±0,45a +19,40% 0,55 Pequena
a
GPOn 1,74±0,33 1,88±0,41 1,78±0,30 1,93±0,29 +10,92% 0,58 Pequena
Comprimento de Braçada da 1ª passagem de 50 metros do 100 metros nado Crawl (metros/ciclo)

GPL 1,42±0,25 1,47±0,21 1,39±0,15 1,59±0,16ac +11,97% 0,68 Pequena
GPOn 1,59±0,19 1,63±0,17 1,61±0,19 1,64±0,16 +3,14% 0,26 Superficial
Comprimento de Braçada da 2ª passagem de 50 metros do 100 metros nado Crawl (metros/ciclo)

GPL 1,31±0,20 1,41±0,22 1,39±0,16 1,44±0,18a +9,92% 0,65 Pequena
GPOn 1,47±0,34 1,54±0,43 1,50±0,33 1,55±0,35 +5,44% 0,24 Superficial
Frequência de Braçada da 1ª passagem de 50 metros do 100 metros nado Crawl (ciclos/seg)
GPL 0,81±0,12 0,81±0,10 0,80±0,13 0,77±0,11 -4,94% 0,33 Superficial
GPOn 0,79±0,14 0,79±0,10 0,78±0,11 0,82±0,11 +3,80% 0,21 Superficial
Frequência de Braçada da 2ª passagem de 50 metros do 100 metros nado Crawl (ciclos/seg)
GPL 0,75±0,11 0,75±0,12 0,75±0,12 0,76±0,11 +1,33% 0,09 Superficial
GPOn 0,79±0,12 0,79±0,12 0,80±0,12 0,80±0,08 +1,26% 0,08 Superficial

Legenda: AV = Avaliação; ∆% = Delta Percentual; ES = Valor do Effect Size; Mag = Magnitude (tamanho) do efeito; ARelação
entre AV4 e AV1; GPL = Grupo Periodização Linear; GPOn = Grupo Periodização Ondulatória; AV1 = Avaliação antes do
início do programa; AV2 = Avaliação após 6 semanas de treinamento; AV3 = avaliação após 10 semanas de treinamento; AV4 =
Avaliação após 14 semanas de treinamento aDiferença estatisticamente significante com AV1; bDiferença estatisticamente
significativa com AV2; cDiferença estatisticamente significante com AV3, #Diferença estatisticamente significante entre os
grupos; §Ganho percentual pelo Teste-T student igual entre os grupos. ¤Ganho percentual pelo Teste-T student diferente entre
os grupos.
308

APÊNDICE 14 - Resultado do Índice Técnico Competitivo realizados antes do


início, durante, e após do programa de treinamento de força muscular.

PRÉ DUR PÓS PÓS-PRÉ ∆% ES Magnitude


Índice Técnico de Competição (pontos)
GPL x 378,75 432,75a 477,63a +98,88 +26,10% 0,52 Pequena
s 189,90 162,00 140,85
a
GPOn x 461,89 511,44 539,78a +77,89 +16,86% 0,65 Pequena
s 118,95 102,33 81,50
Legenda: PRÉ = 10 semanas antes do inicio do programa de treinamento de força; DUR= após 5
semanas do início do programa de treinamento de força; PÓS = uma semana após o término do programa
treinamento de força; ∆% = Delta Percentual de PÓS-PRÉ; ES = Efect Size; GPL = Grupo Periodização
Linear; GPOn = Grupo Periodização Ondulatório; aDiferença estatisticamente significante com PRÉ.

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