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Olá!
É com grande satisfação que o ZAYN – Instituto Mineiro de Formação
Continuada agradece por escolhê-lo para realizar e/ou dar continuidade aos
seus estudos. Nós do ZAYN estamos empenhados em oferecer todas as
condições para que você alcance seus objetivos, rumo a uma formação sólida
e completa, ao longo do processo de aprendizagem por meio de uma fecunda
relação entre instituição e aluno.
Prezamos por um elenco de valores que colocam o aluno no centro de nossas
atividades profissionais. Temos a convicção de que o educando é o principal
agente de sua formação e que, devido a isso, merece um material didático
atual e completo, que seja capaz de contribuir singularmente em sua formação
profissional e cidadã. Some-se a isso também, o devido respeito e agilidade de
nossa parte para atender à sua necessidade.
Cuidamos para que nosso aluno tenha condições de investir no processo de
formação continuada de modo independente e eficaz, pautado pela
assiduidade e compromisso discente.
Com isso, disponibilizamos uma plataforma moderna capaz de oferecer a você
total assistência e agilidade da condução das tarefas acadêmicas e, em
consonância, a interação com nossa equipe de trabalho. De acordo com a
modalidade de cursos on-line, você terá autonomia para formular seu próprio
horário de estudo, respeitando os prazos de entrega e observando as
informações institucionais presentes no seu espaço de aprendizagem virtual.
Por fim, ao concluir um de nossos cursos de pós-graduação, segunda
licenciatura, complementação pedagógica e capacitação profissional,
esperamos que amplie seus horizontes de oportunidades e que tenha
aprimorado seu conhecimento crítico a cerca de temas relevantes ao exercício
no trabalho e na sociedade que atua. Ademais, agradecemos por seu ingresso
ao ZAYN e desejamos que você possa colher bons frutos de todo o esforço
empregado em sua atualização profissional, além de, pleno sucesso na sua
formação ao longo da vida.
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO E DA
ZAYN
APRENDIZAGEM
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
UNIDADE I:
EMENTA
UM POUCO DE HISTÓRIA DA
PSICOLOGIA
Matrizes epistemológicas da Psicologia.
UNIDADE II:
Escolas psicológicas que fundaram a
PRIMEIRAS INTERFACES ENTRE
Psicologia como ciência As concepções
PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO: O
de Desenvolvimento, Inatismo,
ESCOLANOVISMO
Comportamentalismo e Cognitivismo, e
UNIDADE III:
suas implicações para a Educação.
A PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA
Inserção Histórica da Psicologia da
REALIDADE BRASILEIRA
Educação no Brasil.
UNIDADE IV:
A PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA
REALIDADE BRASILEIRA
CARACTERIZAÇÃO DA DISCIPLINA
Disciplina: Psicologia da Educação e da Aprendizagem
OBJETIVOS
UNIDADE I
UM POUCO DE HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
Estruturalismo
O Estruturalismo de Wilhelm Wundt (1832–1920) e de Edward Bradford
Titchener (1867-1927) não teve implicações pedagógicas e extinguiu-se com a
morte destes pesquisadores, de modo que dedicaremos apenas poucas
palavras a esta escola da Psicologia, para que você possa compreender a
relação desta com as demais.
É interessante que você saiba que Wilhelm Wundt fundou o primeiro laboratório
de estudos experimentais em Psicologia, o que o faz fundador desta ciência.
A tarefa do pesquisador seria descobrir como são estes elementos e como
estes conteúdos mentais se combinam. O método eleito para este estudo era
a introspecção. Buscando especificar bem as características de cada um dos
processos psicológicos básicos, especialmente os de atenção, percepção e
memória, os estruturalistas fundaram os primeiros laboratórios de Psicologia na
Europa, migrando, posteriormente, para os Estados Unidos. A introspecção
deveria ser realizada por observadores altamente treinados. Estes se
concentrariam em analisar as suas próprias experiências vividas no contato
com os estímulos do ambiente, procurando descrever o mais precisamente
possível as sensações experienciadas e analisar as relações existentes entre
elas.
Funcionalismo
O Funcionalismo desenvolveu-se nos Estados Unidos. Os funcionalistas
preocupavam-se em entender o “porquê” da experiência e do comportamento.
Em lugar de fazer isso buscando os elementos componentes da mente, como
faziam os estruturalistas, buscavam examinar as atividades da mente,
procurando compreender como ela realiza as funções de adaptação à
realidade. O funcionalismo preocupa-se com a utilidade prática das ideias e
dos comportamentos para a sobrevivência do organismo no meio ambiente.
Essa busca de utilidade confere aos funcionalistas um
modo pragmatista de ver o mundo, pois, para eles, só tem valor estudar os
processos mentais que têm um sentido prático.
William James, médico, filósofo e psicólogo, professor da Universidade de
Harvard, pode ser considerado o fundador do Funcionalismo em Psicologia.
Observamos o seu forte pragmatismo quanto este afirma que as ideias só tem
sentido se tiverem efeitos ou consequências. Para James, ideias que não têm
nenhuma implicação prática não têm por que existir.
Outra ideia que identificamos no pensamento de Willian James é a de que a
evolução biológica fez com que o ser humano desenvolvesse a capacidade de
reflexão, que permite que este se adapte ao ambiente em que está inserido. O
pensamento permite que possamos reagir aos estímulos do meio de modo
indireto, mediado pela inteligência, e não apenas por meio de respostas
imediatas, como ocorre com os animais.
Assim, James valoriza muito a capacidade que o homem tem de desenvolver
o auto-controle por meio da vontade, constituindo a sua própria consciência
pela seleção de bons hábitos. A noção de hábito como constituinte da
personalidade é expoente no pensamento de James. Para ele, a personalidade
é constituída de inclinações orgânicas e do hábito. A atividade repetida muitas
vezes produz uma trilha no cérebro. Esta seria a base fisiológica do hábito.
Segundo sua visão, o principal objetivo da educação seria contribuir para a
criação de bons hábitos. Desta forma, James defendia a aprendizagem por
repetição ou memorização.
Idosa e jovem
Fonte: http://www.ufrgs.br/faced/slomp/edu01135/idosa-jovem2.gif
Perfis e taça
Fonte: http://www.ufrgs.br/faced/slomp/edu01135/perfi s-taca1.gif
Pato e coelho
Fonte: http://www.ufrgs.br/faced/slomp/edu01135/patocoelho1.gif
A Psicologia da Gestalt defende o isomorfismo entre os fenômenos psíquicos
e os processos cerebrais a eles subjacentes. Isso significa que o
funcionamento psicológico apresenta propriedades semelhantes às do
funcionamento cerebral.
O Behaviorismo
Dêem-me uma dúzia de crianças sadias e bem formadas e o mundo por mim
especificado dentro do qual criá-las, e garanto que tomarei uma delas ao acaso
e treina-la-ei para que se torne um especialista em qualquer tipo que eu
escolha – médico, advogado, dentista, comerciante, bem como mendigo ou
ladrão, - quaisquer que sejam seus talentos, tendências, capacidade ou
vocação. (apud WERTHEIMER, 1989, p.154).
Caixa de Skinner
Fonte: http://www.str.com.br
No condicionamento operante de Skinner, é possível também reforçar um
comportamento pela retirada de um estímulo aversivo da situação em questão.
A retirada de estímulos aversivos é chamada de reforço negativo. Esta
retirada também aumenta a probabilidade de a resposta desejada ocorrer.
Para chegar a estes conceitos, Skinner utilizou-se de experimentos que ficaram
famosos realizados com ratos de laboratório num equipamento que ganhou o
nome de Caixa de Skinner. Cada rato era colocado sozinho no interior da
caixa, a qual era equipada com um bebedouro acionável pelo experimentador
ou pelo próprio rato, na medida em que pressionasse numa pequena barra
existente no interior do equipamento.
A estratégia era deixá-lo privado de água, isto é, com sede, antes da realização
do experimento. Em seguida, buscava-se treinar o rato para pressionar a barra.
A água lhe era oferecida cada vez que este realizava comportamentos que se
aproximavam da pressão à barra. Mais adiante, a água era oferecida ao rato
somente se ele pressionasse a barra de fato. Observando as consequências de
seus comportamentos anteriores, o rato passava a pressionar a barra com
mais frequência do que antes.
Este tipo de método, chamado de reforçamento, é muito usado com os alunos
na educação.
Sua abordagem teve profundo impacto nas tecnologias de ensino,
especialmente no que se refere à instrução programada. O sujeito que se
submete a este tipo de instrução vai passando por etapas curtas de exposição
a conteúdos com grau de dificuldade crescente. Recebe o conteúdo, responde
exercícios e verifica os
resultados obtidos com suas respostas para, só então, passar à etapa
seguinte. O resultado das respostas, positivo ou negativo, funciona como
incentivo para continuar o estudo, isto é, um reforço positivo. O objetivo é levar
o aluno a acumular o maior número possível de respostas corretas em seu
“repertório”. É o material instrucional que orienta todo o processo de
aprendizagem, e não o interesse ou a atividade do aluno, ou as características
do conteúdo, entre tantas outras possibilidades.
Os professores costumam, tradicionalmente, utilizar punições para modelar o
comportamento dos sujeitos. Com a instrução programada, vai se tornando
desnecessário utilizar estímulos aversivos ou punições para levar o aluno a
desenvolver o comportamento desejado, pois ele mesmo vai modelando suas
respostas de acordo com o que é solicitado pelo material instrucional. O
planejamento do professor torna-se fundamental para o sucesso do processo
de ensino e aprendizagem.
A instrução programada pode ser realizada por meio das chamadas máquinas
de ensinar. Nelas, são apresentadas fichas com sentenças que contêm
lacunas a serem preenchidas com a resposta correta. O conteúdo das fichas
pode ser apresentado também em programas de computador.
A Psicanálise e o Humanismo
A partir desta estrutura teórica proposta por Freud, muitos trabalhos vêm se
desenvolvendo até hoje no sentido da compreensão do ser humano. No campo
da educação, os conceitos propostos por Freud são largamente utilizados para
a compreensão e intervenção sobre as dificuldades de aprendizagem pela
Psicopedagogia Clínica.
A Psicopedagogia Clínica, ao inspirar-se na Psicanálise, entende as
dificuldades de aprendizagem como sintomas. Como vimos, os sintomas são
uma das formas de expressão dos conteúdos do id, conteúdos estes que não
são conscientes e, portanto, não podem ser controlados pelo sujeito.
A Psicanálise também é acionada para a compreensão das questões
subjetivas que envolvem o relacionamento professor-aluno. O conceito de
transferência, tomado da psicoterapia psicanalítica, costuma ser utilizado para
tratar desta relação. A transferência é entendida como uma repetição pelo
sujeito, em suas relações atuais, de modalidades de relacionamento vividas por
ele com outras figuras significativas e outros espaços. Pelo processo de
transferência, relações infantis carregadas de afetividade podem ser revividas
no relacionamento com outras pessoas, mesmo muito tempo depois, ou num
contexto completamente diferente.
UNIDADE II
PRIMEIRAS INTERFACES ENTRE PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO:
O ESCOLANOVISMO
Maria da Glória Silva e Silva
Para Dewey (apud GADOTTI, 1999), o ato de pensar ocorre sempre que
estamos diante de um problema. Nesta situação, o pensamento passa por
cinco estágios:
1) uma necessidade sentida que coloque o sujeito numa situação de
experiência real e atividade contínua que o interesse por si mesmo;
2) a análise da dificuldade do problema por meio do pensamento;
3) as alternativas de solução do problema, neste momento é necessário buscar
informações para agir na situação, fazendo as observações necessárias para
este fim;
4) a experimentação de várias soluções, desenvolvendo-as de modo bem
ordenado até que o teste mental aprove uma delas;
5) a ação como prova final para a solução proposta, que deve ser verificada de
maneira científica. Pondo à prova as próprias idéias, aplicando-as e tornando
clara sua significação, o sujeito descobre por si mesmo o valor das soluções
desenvolvidas.
UNIDADE III
A PSICOLOGIA COGNITIVISTA E A APRENDIZAGEM
Os processos mentais
De certa forma, mesmo que nunca tenha ouvido falar deste termo, você sabe o
que são processos mentais. Você sabe porque você os vive e, muitas vezes,
reflete sobre o seu funcionamento em seu cotidiano.
Quando dizemos para nós mesmos: “Hum, minha memória não anda boa!
Esqueci de buscar meu filho na escola!” ou “Puxa, não posso me distrair, este
assunto é importante! Vou concentrar minha atenção na leitura desta seção
deste livro!”, estamos falando de nossos próprios processos mentais.
No Cognitivismo, os processos mentais são comparáveis
aos softwares executados num computador que, neste caso, seria o cérebro.
Os processos mentais são responsáveis pelo conjunto de competências
cognitivas que diferenciam o ser humano dos outros animais. As capacidades
cognitivas permitem que os humanos acessem e conheçam as características
da realidade que os cerca, obtendo, armazenando e utilizando, de modo mais
ou menos inteligente, a informação sobre esta realidade. São os processos
mentais que, combinados e desenvolvidos de modo singular em cada ser
humano, nos tornam capazes de resolver problemas de lógica, de lembrar de
nossos entes queridos e de nossa história pregressa, de perceber diferenças
sutis entre dois aromas ou dois padrões de cores. Entre estes processos, estão
a atenção, a percepção, a memória, o pensamento, a linguagem e a
imaginação.
O controle consciente do funcionamento de nossos próprios processos mentais
e a reflexão sobre eles é chamada de metacognição. A capacidade de
metacognição é fundamental para que o sujeito seja capaz de resolver os
problemas que se apresentam a ele na realidade, e para realizar muitas das
tarefas que se impõem no cotidiano.
A atenção é um processo mental de grande importância para a aquisição de
conhecimento. É este processo que confere ao sujeito a capacidade de
concentrar o esforço mental num estímulo específico, deixando de lado outros
estímulos que não merecem ser considerados para a realização da tarefa em
questão. Estes estímulos desconsiderados costumam permanecer como um
“pano de fundo”. Os psicólogos da Gestalt, que você estudou nesta disciplina,
foram precursores do Cognitivismo e estudaram a fundo os processos mentais
de atenção e de percepção.
Os pesquisadores cognitivistas buscam compreender que fatores influenciam
na concentração dos sujeitos. O tempo de concentração possível em cada fase
da vida e em diferentes situações é um dos fatores pesquisados. As crianças
da educação infantil, por exemplo, podem concentrar a atenção num
determinado estímulo por menos tempo do que as crianças que já frequentam
o último ano das séries iniciais. A motivação para aprender sobre o estímulo,
no entanto, faz diferença para a definição do tempo de concentração.
A memória é outro processo mental, responsável por armazenar e recuperar
no momento certo as nossas representações das experiências vividas ou
transmitidas por outras pessoas. Isso pode acontecer de diferentes maneiras,
por muito ou pouco tempo, o que depende da relevância da informação, do
contexto em que foi aprendida, do significado atribuído à informação, entre
outros fatores.
Os estudos dos cognitivistas sobre o processo mental da memória chegaram à
formulação de diferentes conceitos: memória de curto e de longo prazo,
memória episódica, memória semântica, memória autobiográfica, entre outros.
O processo mental de memória já foi muito mais valorizado pela educação.
Decorar um conteúdo já foi mais importante do que é hoje. Atualmente,
processos como pensamento, linguagem e imaginação têm assumido maior
relevância nos estudos realizados pelas teorias psicológicas que fundamentam
práticas pedagógicas. De qualquer modo, sem a memória, não saberíamos
nem mesmo quem somos, como se evidencia nas situações de sujeitos que
sofrem lesões e tornam-se vítimas de amnésia. Assim, atenção e memória
nunca perderão sua relevância para que ocorra a aprendizagem.
O pensamento é o processo mental compreendido pelo cognitivismo como
responsável pela capacidade de comparar objetos e conceitos, generalizar o
que vale numa situação para outras situações
semelhantes, abstrair elementos em comum de diferentes
experiências, relacionar diferentes situações, analisar um determinado
contexto, entre outras operações.
É um processo mental bastante complexo, que depende dos demais e se
desenvolve mais tarde do que a atenção voluntária e a memória na criança.
Aprender a pensar e resolver problemas, e não somente a dar as respostas
consideradas corretas, constituiu-se como um dos grandes objetivos da
educação por influência do cognitivismo.
Os processos mentais cujas características foram esboçadas aqui de modo
introdutório são estudados pelas teorias psicológicas em geral. O Cognitivismo,
no entanto, é uma linha da Psicologia que se caracteriza por destacar estes
processos e estudá-los, isoladamente e em sua inter-relação.
A compreensão da aprendizagem numa perspectiva cognitivista é
compartilhada por pesquisadores de diferentes épocas, como: os psicólogos da
Gestalt, seus discípulos, David Ausubel e outros teóricos do processamento da
informação.
Jerome Bruner e Jean Piaget também são citados como cognitivistas, mas
muitos estudiosos entendem que a concepção de aprendizagem nutrida por
eles transcende o mero Cognitivismo, por valorizar aspectos que vão além do
funcionamento dos processos mentais para que o conhecimento seja
construído, em especial, as interações sociocognitivas.
Jerome Bruner é um autor cognitivista cujas ideias acerca da aprendizagem
foram influenciadas pela Psicologia da Gestalt e divulgadas em duas obras de
grande impacto no mundo da educação: “The process of education” (1962) e
“Toward a theory of instruction” (1966).
Referências Bibliográficas