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Rita de Cássia Marques Costa
TEORIAS DA
EDUCAÇÃO
3
4
Sumário
Apresentação do Professor
Sobre o autor
O Pensamento Romano
Pensamento Medieval
Pensamento Renascentista
Pensamento Moderno
Pensamento Iluminista
Pensamento Positivista
Pensamento Socialista
O Pensamento Antiautoritário
O Pensamento Crítico
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A Educação Permanente
O surgimento da pedagogia
Pontos de destaque
Tendências Pedagógicas
Abordagem Tradicional
Abordagem Comportamentalista
Abordagem Humanista
Abordagem Cognitivista
Abordagem Sociocultural
A corrente racional-tecnológica
A corrente neocognitivista
Teorias Sociocríticas
6
Correntes “holísticas”
Correntes “Pós-Modernas”
Bibliografia
Bibliografia Web
7
8
Apresentação do Professor
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Este material lhe mostrará os estudos em Pedagogia na modernidade, e
você entenderá como os fatores socioculturais e institucionais se desenvolvem
nos processos de crescimento e de transformação dos indivíduos. E em que
condições esse sujeito aprende melhor nessa atualidade rica em contradições
socioeconômicas.
Os autores!
10
Sobre o autor
11
12
A História e o pensamento
pedagógico: A Educação
universal nos países de
primeiro mundo
13
14
Uma cronologia das ideais dos pensadores: Evolução
da Educação versus Evolução da Sociedade.
15
o aparelho moral que acirrava a tradição e o culto aos mortos” (GADOTTI,
2005,p.22).
16
à divisão social do trabalho e ao nascimento do Estado, da família e da
propriedade privada. Com a divisão social do trabalho, onde muitos trabalham
e poucos se favoreceram do trabalho de muitos, brotam as particularidades:
funcionários, sacerdotes, médicos, magos... E a escola passa a não ser mais a
aldeia e a vida, funcionando como um lugar especializado onde uns aprendem
e outros ensinam.
17
compreender a Educação como elemento fundamental para a
manutenção da desigualdade social, uma vez que os conhecimentos
científicos e tecnológicos passaram a ser compreendidos como, cada
vez mais necessários para o desenvolvimento do sistema produtivo
(SOARES, 2004; TONET, 2005 apud GUIZO; EUSÉBIOS FILHO
2005).
Lao significa “criança”, “jovem”, “adolescente”. Tsé é sufixo de muitos nomes chineses
e indica “idoso”, “maduro”, “sábio”, “espiritualmente adulto”. Pode-se transliterar Lao-
Tsé por “jovem sábio”, “adolescente maduro”. (GADOTTI, 2005, p.22).
18
O Pensamento Pedagógico Greco: Sócrates, Platão e
Aristóteles
19
Refeição matinal e logo após, ida à palestra, para as aulas de
música e ginástica;
Banho e regresso à casa para o almoço;
Retorno à palestra à tarde, para lições de leitura e escrita;
Ida para casa, sempre na companhia do pedagogo; estudo das
lições, trabalhos de casa, jantar e enfim repouso.
Não havia finais de semana ou férias, exceto pelos festivais
religiosos ou cívicos;
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Houve desacordos entre a educação espartana e a ateniense; entre os
espartanos preponderava a ginástica e a educação moral domada ao poder do
Estado. Já os atenienses, mesmo dando valor ao esporte, ofereceram mais
atenção à elaboração teórica para o exercício da política. Platão chegou a
dispor um currículo para seus alunos se tornarem reis, ele mesmo queria ser
rei.
21
qual gradualmente vai atingindo estágios mais elevados, até resultar em
pesquisas filosóficas, a esta etapa só chegariam os seres particularmente
talentosos.
22
Dos 17 aos 20 anos: Período da educação militar. Os jovens deverão
adquirir resistência e uma saúde a toda a prova. Será preciso
harmonizar a música à ginástica, faziam-se os homens ferozes.
Somente com a música, produzir-se-iam os afeminados;
23
preocupou em levar as pessoas, por meio do autoconhecimento, à sabedoria e
à prática do bem.
24
desenvolvimento espiritual do homem; disposição inata, hábito e ensino. Logo,
mostrou-se adepto a medidas educacionais condicionantes.
.
Aristóteles acreditava que a educação era o caminho para uma vida
pública, cabendo a ela a formação do caráter do aluno. Via virtude como modo
de educar para viver bem prazerosamente. Tinha o Estado como o único
responsável pelo ensino. Defendia a ideia de que a criança aprende com o ato
de imitar os bons hábitos do adulto. Para ele o ser humano só será feliz se der
sua melhor contribuição ao mundo, se desfrutar suas condições necessárias
para desenvolver os talentos.
Leitura Obrigatória:
25
Abaixo acompanhe um quadro resumo sobre os principais educadores
gregos:
26
O Pensamento Pedagógico Romano
27
não se restringe ao ideal de homem sábio, mas se estende à formação do
homem virtuoso, como ser moral, político e literário.
Direito do pai sobre o filho (pater potestas). No lar o pai infligia sobre
os filhos, e nas escolas os castigos podiam ser severos, incluindo
açoites;
Direito do marido sobre a esposa (manus);
Direito do senhor sobre os escravos (patestas dominica);
28
Direito do homem livre sobre um outro que a lei lhe dava por contrato
ou por condenação judiciária (manus capare);
Direito sobre a propriedade (dominiun).
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=M1AL8nGFDRk
29
Marco Túlio Cícero (106 - 43 a.C.): ampliou o vocabulário latino,
apoiado na experiência com o mundo grego e na erudição. Valorizou a
fundamentação filosófica do discurso, tornando-se um dos mais claros
representantes da humanitas romana. Compreendia que a educação integral
do orador requer: cultura geral, formação jurídica, aprendizagem da
argumentação filosófica, bem como o desenvolvimento de habilidades literárias
e até teatrais, igualmente importante para o exercício da persuasão. Cícero
será inclusive um dos principais modelos dos pedagogos para os
renascentistas. Orador e político romano, nascido numa região próxima a
Roma. Estudou literatura grega, literatura latina e retórica com os melhores
mestres da época, aprofundou-se no estudo das leis e nas doutrinas filosóficas.
30
Plutarco (por volta de 46 – depois de 119): dava ênfase em uma
educação que procurasse mostrar a biografia dos grandes homens, para que
assim servissem de exemplos vivos de virtude e de caráter. Reconhece a
importância da música e da beleza na educação.
31
Defendia muito a necessidade de dominar os aspectos técnicos da
educação, sobretudo a formação do orador. Dizia que o ideal educacional da
eloquência (falar com o público de maneira convincente) associada à sabedoria
seria a fórmula perfeita para educar uma pessoa.
32
A patrística é o nome dado à filosofia cristã dos primeiros sete séculos,
elaborada pelos Padres da Igreja, que são os primeiros estudiosos da Escritura
e os mais antigos testemunhos da fé da Igreja e da vida cristã. A ponte que une
a Tradição Apostólica às gerações cristãs posteriores ocorreu no século I ao VII
depois de Cristo, acordou a fé cristã com doutrinas greco-romanas e
disseminou escolas catequéticas para todo império. E em seguida, surgiu a
concentração do ensino por parte do Estado cristão.
33
apenas na guerra. As classes trabalhadoras só legavam a cultura da luta pela
sobrevivência.
Para muitos historiadores, a Idade Média não foi uma idade das trevas
e da ignorância, como os ideólogos do Renascimento fixaram. Ao contrário, foi
fecunda em lutas pela autonomia, com greves e debates livres. Discutiam
sobre a gratuidade do ensino e pagamento dos professores. As escolas
medievais não possuíam o formato das escolas que conhecemos hoje, as
aulas podiam ser ministradas ao ar livre e a maioria esmagadora delas era
ligada á Igreja Católica (escolas monacais e catedralícias). E o que se ensinava
nessas escolas?
34
TRIVIUM QUADRIVIUM
Estudo de gramática, retórica e Estudo de geometria, aritmética,
dialética corresponderia atualmente astronomia e música, eram
ao ensino médio era mais comum e consideradas como uma categoria
de caráter mais popular, menos superior de ensino. Geralmente só a
complexo que o quadrivium. elite econômica tinha acesso ao
mesmo.
Por outro lado, na época medieval a maior parte das mulheres não
tinha acesso à educação formal. Apesar de trabalharem arduamente ao lado do
marido, continuariam analfabetas. As meninas nobres aprendiam alguma coisa
em seu próprio castelo, ocasião em que recebiam aulas de artes domésticas.
Quando surgiram as escolas seculares, as meninas burguesas começaram a
ter acesso à educação. Porém nos mosteiros (alunas internas) e nos
educandários (alunas externas) as meninas aprendem a ler, escrever, fazer
35
artes da miniatura, executar cópia de manuscritos (raramente). Já que somos
educadores ou futuros educadores, é bom nos perguntar quem eram esses
mestres medievais? Os pedagogos – no sentido exato da palavra – não
aparecem na época medieval.
36
que permitiu as grandes navegações. Todos esses achados beneficiaram um
crédito ao individualismo, pioneirismo e aventura. Beneficiou a arte da guerra
com o achado da pólvora.
37
levantar os olhos. Tinha como lema a obediência ao papa até a morte. Os
jesuítas desprezaram a educação popular, para o povo sobrou apenas o ensino
dos princípios da religião cristã.
38
nos pensamentos do mais simples ao mais composto; fazer em toda parte
enumerações tão completas e revisões tão gerais que apresentasse a certeza
de nada omitir.
39
João Amos Comênio foi respeitado como grande educador e pedagogo
moderno e um dos maiores reformadores sociais de sua época. Foi o primeiro
a sugerir o sistema articulado de ensino e defendeu que a educação deveria
ser permanente, acontecer durante toda a vida do homem. Além disso,
defendeu que o sistema educacional deveria abarcar 24 anos com quatro tipos
de escolas: a escola materna de 0 a 6 anos; a escola elementar ou vernácula,
dos 6 a 12 anos; a escola latina ou o ginásio, de 12 aos 18 anos e a academia
ou universidade, dos 18 aos 24 anos.
SAIBA MAIS:
40
O Pensamento Pedagógico Iluminista
41
XVIII torna-se político pedagógico por excelência. Rousseau resgata a relação
entre a educação e a política. A partir dele, a criança não seria mais
considerada um adulto em miniatura, mas sim como um ser que vive em seu
mundo próprio; a criança nasce boa, o adulto, com sua falsa concepção da
vida, é que perverte a criança.
42
Além de Rousseau, outro grande teórico que se destacou foi o alemão
Kant (1724-1804). Descartes sustentava que todo conhecimento era inato e
Locke que todo saber era alcançado pela experiência. Kant suplantou essa
contradição, defendendo que o homem é o que a educação faz dele através da
disciplina, da didática, da formação moral e da cultura (aculturação,
socialização e personalização). Espaço, tempo, causalidade e outras relações.
43
SAIBA MAIS:
44
positivismo concretiza uma ordem pública através da paciência ao seu status
quo. Nada de doutrinas criticas revolucionária, como as do iluminismo ou do
socialismo.
45
OBSERVAÇÃO: A Educação para Durkheim é um fato fundamentalmente
social, imagem e reflexo da sociedade. Portanto, o ato educacional é uma ação
exercida pelas gerações adultas em relação às mais jovens, que deveriam ser
tutoradas em seu ingresso na vida social.
46
sociedade individualista e propôs a diminuição da jornada de trabalho para seis
horas diárias, a educação laica e a coeducação.
47
Criticou a escola tradicional que dividia o ensino em clássico e
profissional. E propôs a superação dessa divisão de classes, defendendo uma
escola critica e criativa deve ser ao mesmo tempo clássica, intelectual e
profissional. Uma escola unitária significa uma relação entre trabalho intelectual
e trabalho industrial em toda vida social e não apenas na escola, ou seja, em
todos os organismos da cultura. O novo intelectual orgânico, para ele,
representava uma organização do conhecimento do mundo moderno a partir da
educação técnica ligada ao trabalho industrial. O trabalho como modalidade da
prática.
Para ele só o aluno poderia ser autor das suas experiências, aluno
como centro (paidocentrismo) da Escola Nova. Desenvolveu-se o método de
projetos centrado na atividade prática do aluno.
48
Jean Piaget (1896-1980) pesquisou a natureza do desenvolvimento da
inteligência na criança. Estudou como a criança organiza o real. Criticou a
escola tradicional que ensina a copiar e decorar e a não pensar. E para obter
bons resultados no aprendizado da criança, o professor deveria respeitar as
fases de desenvolvimento da criança. Compreendia que aprendizagem é um
conceito psicológico. A epistemologia genética também não é uma ciência
entre outras, mas uma matéria interdisciplinar que se ocupa com todas as
ciências. A gênese do conhecimento foi o maior interesse de estudo de Piaget,
onde analisou as relações entre conhecimento e vida orgânica. Buscou
conhecer como o ser humano consegue organizar, estruturar e explicar o
mundo em que vive. Sua teoria foi importante para explicar a evolução do
comportamento cognitivo. Sua teoria epistemológica influenciou outros
estudiosos como Emília Ferreiro.
49
Freire foi o maior defensor da tendência progressiva. Destaca
contrastes entre formas de educação que tratam pessoas como objetos em
lugar de assuntos e procura entender a educação como ação cultural.
Atividade de Aprendizagem:
Descreva o que você pode observar a partir das ideias de Dewey referente a
Escola Nova?
50
Já o educador Carl R. Rogers (1902-1987), foi o pai da não-diretividade,
defendendo que o clima de liberdade favorecia o pleno desenvolvimento do
individuo. Apreciava a empatia e autenticidade. Todo processo educativo
deveria ser centrado na criança e não no professor. O professor seria o
facilitador dessa aprendizagem. O papel do educador era de cooperação para
com os alunos, aperfeiçoando a vida comunitária de sua escola.
Leia o artigo “Brasil, 1930 – 1961: Escola Nova, LDB e disputa entre Escola
Pública e Escola Privada”. Acesse o link:
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario7/Resumo/res_ire
ne%20da%20silva%20fonseca%20dos%20santos.pdf
51
escola enquanto violência simbólica, Baudelot e Establet, a teoria da escola
dualista.
52
Avance com foco no seu aprendizado
53
54
O Pensamento Pedagógico do
terceiro mundo: As teorias na
América Latina e as novas
possibilidades na Educação.
55
56
O Pensamento Pedagógico do terceiro mundo: as
novas possibilidades na Educação.
57
A prática de enfrentamento da crise parece juntar duas fortes
correntes: de um lado os defensores da escola pública e de outro, os
educadores ligados aos movimentos sociais, pela chamada educação popular.
Uma educação empenhada com o fortalecimento da organização popular e
pela luta da libertação dos povos.
58
baseados na natureza da criança. Segundo eles, o Estado deve intervir o
mínimo possível na vida de cada cidadão.
A Educação Permanente
59
Em 1968, a UNESCO analisou a crise da educação, e propôs uma
nova orientação chamada educação permanente, seguindo o princípio que o
homem se forma e se educa durante a vida inteira.
60
O pressuposto básico da educação moderna é a hegemonia, universalização
de uma visão de mundo. O da pós-moderna é a autonomia, capacidade de
autogoverno de cada cidadão.
61
Avance com foco no seu aprendizado
A Educação proibida
62
A Pluralidade dos modos de
conhecimento: Democratizando
a Ciência
63
64
A Pluralidade dos modos de conhecimento:
Democratizando a Ciência
65
O multiculturalismo emancipatório parte do reconhecimento da
pluralidade de conhecimentos e de concepções distintas sobre a dignidade
humana e sobre o mundo. Ao longo dos séculos, as constelações de saberes
foram desenvolvendo formas de articulações entre si, construindo um modo
dialógico de engajamento permanente, entre os saberes modernos,
científicos, ocidental às formações nativas, locais, tradicionais de
conhecimento.
66
existentes entre o técnico e o não técnico, mas compreendendo que a
fronteira entre o técnico e o social, é móvel e deve ser redefinida em função
da situação e do problema, através das decisões de todos envolvidos com as
consequências das decisões que forem tomadas.
67
de outros conhecimentos. Quando se fala de limites da ciência, não significa a
rejeição incondicional da ciência moderna, mas implica uma concepção
alargada de pôr a ciência em cultura (SANTOS 2005). Significa restaurar as
ciências a sua profundidade cultural e histórica, readquirir a sua história e
interrogar suas implicações na sociedade e no mundo.
68
Avance com foco no seu aprendizado
Moléculas da aprendizagem
69
70
Uma análise sobre as
Teorias da Educação
71
72
Conceituando Teorias da Educação
O enfoque desse tema são as Teorias da Educação.
73
finalidades, os valores que expressam, uma visão geral de Homem, de
mundo e de sociedade, com vistas a orientar a compreensão do
fenômeno educativo;
74
Para isto, é necessário acreditar, que a educação escolar possa “se
voltar para o Homem” (STOBÃUSE E MOSQUERA, 199, 47), numa concepção
de educação humanizadora, capaz de extinguir a escola do silencioso, onde há
uma aglomeração de pessoas inativas, que se adaptam como receptores do
conhecimento dos mestres. E assim, construir uma escola do diálogo, onde
todos são reconhecidos, em sua unicidade. Uma escola que promova a escuta,
o pensar, o participar. Como afirma Fazenda “[...] além do que os livros já
falam, além das possibilidades que lhe são oferecidas, além dos problemas
mais conhecidos” (FAZENDA, 1989, p.19).
75
Nesse sentido destaca-se a ideia de interdisciplinaridade, valorizar os
tipos de conhecimento e à importância de se articular a educação escolar com
a extraescolar. Também, contribuiu com a ideia do professor ser um mediador,
isto, reforça que o educador é mediador entre o conhecimento e o educando,
promovendo situações que incentivem a aprendizagem.
76
ferramentas sociais que permitam seu pleno desenvolvimento.
O surgimento da pedagogia
77
Segundo Genovesi (apud SAVIANI, 2007, p.102) é uma ciência que
caminha com suas próprias pernas nas palavras do teórico:
78
interpessoais e a produção e circulação dos
conhecimentos. (MARQUES, 1990, p. 24).
79
A base de um curso de Pedagogia não pode ser a docência. A base de
um curso de Pedagogia é o estudo do fenômeno educativo, em sua
complexidade, em sua amplitude. Parafraseando Libâneo, 2006, podemos
dizer que: todo trabalho docente é trabalho pedagógico, mas nem todo trabalho
pedagógico é trabalho docente.
80
Alargamento do significado de ciência, acolhendo os pressupostos
epistêmicos, compatíveis com o elemento educativo delimitado como
objeto.
81
Tendências Pedagógicas
Importante lembrar:
82
Como existe diversidade de critérios e diferenças relativas aos
principais componentes que explicam o processo educativo, no decorrer deste
estudo, resolvemos adotar os conceitos expostos por Mizukami (1986), com
algumas adaptações para efeito comparativo.
Abordagem Tradicional
Fonte: http://casanaviagem.com/tag/inkiri/
83
de cerimônia, o ensino e aprendizagem constituídos de forma mecânica, na
relação professor – estudante com poder decisório e individual do professor, a
metodologia reprodutivista e avaliação realizada de forma quantitativa, onde,
apenas o professor é capaz de avaliar o desenvolvimento cognitivo, através
provas individuais, rigorosas, com exames escritos e orais.
Vamos analisar!
O professor é o único
O estudante é responsável pela
responsável pela
aprendizagem
aprendizagem.
O ensino e a aprendizagem
O ensino é um processo de
são um processo de
instrução.
construção do saber.
Os estudantes são passivos. Os estudantes são ativos.
O professor instrui e dá aulas O professor facilita e
expositivas. aconselha.
84
O estudante tem possibilidade
de ter acesso a um número
O estudante trabalha com
material apenas escrito, grande de informações por
gravado ou televisionado. meio das novas tecnologias
educacionais.
O estudante é uma pessoa
O estudante recebe a
criativa que resolve problemas
informação.
e usa a informação.
Projetos e conquistas são
Trabalho é colaborativo.
individuais.
Abordagem Comportamentalista
85
Bordenave (1984), denomina essa abordagem de pedagogia da
moldagem do comportamento, descrevendo:
86
estudante, valoriza-se a hierarquia, a ordem, a impessoalidade, as normas
fixas e precisas, a uniformidade e obediência. O professor é um especialista,
um transmissor do saber, e o estudante, o receptor das informações.
Abordagem Humanista
87
O Homem é a pessoa situada no mundo em processo continuo de
descoberta de seu próprio ser. Não nasce com um fim determinado, mas goza
de liberdade plena e se apresenta como um projeto pronto e inacabado. O
Homem é o arquiteto de si mesmo, sabe que um ser tem transformação, e que
este é um agente transformador da realidade.
88
Por outro lado, Saviani (1984) não explicita o trabalho de Rogers
(1972), mas, em função das características observadas de não-diretividade do
ensino e o primado do sujeito, podemos enquadrar a abordagem humanista
dentro do que Saviani (1984), chama de a Pedagogia Nova, que é considerada
o marco inicial para o surgimento das tendências não-diretivas e
antiautoritárias.
ORIENTAÇÕES DE APRENDIZAGEM
Diferentes Aprendizagem
Behaviorista Cognitivista Humanista
Aspectos Social
Teóricos de
Lewin Maslow Bandura
aprendizagem Thorndik Skinner.
Piaget. Rogers. Rotter.
.
Processo
mental
interno
(incluindo Um ato Interação e
Visão do
Mudanças no insight, pessoal para observação dos
processo de
comportamento. processamen realizar outros em um
aprendizagem.
to de potencial. contexto social.
informações,
memória e
percepção).
Interação de
Estrutura Necessidade
Locus da Estímulo no pessoa,
cognitiva s cognitivas e
aprendizagem. ambiente externo comportamento e
interna. afetivas.
ambiente.
89
Desenvolver
capacidade e
Tornar-se Modelar novos
habilidade
Produzir auto papéis e
para
mudança de atualizado e comportamento
aprender
comportamento autônomo. Socialização
Propósito da melhor:
em direção Andragogia Papéis sociais
educação. Inteligência
desejada aprendizage Aprendiza Relação com
m e memória
Objetivo gem mentor
como função
behavisoristas da idade; autodireciona Locus de
Aprendendo
da. controle.
como
aprender.
Manifestação
Desenvolvimento
na
e treinamento de
aprendizagem
habilidades.
de alunos.
Abordagem Cognitivista
90
Pela assimilação o indivíduo descobre o ambiente, transformando-o e
incorporando-o a si. Dessa forma, o pensamento é a base da aprendizagem,
que se constitui de um conjunto de mecanismos que o indivíduo movimenta
para se adaptar ao meio ambiente.
91
que essa maneira de entender a educação, por
referência a pedagogia tradicional tenha deslocado o eixo
da questão pedagógica do intelecto para o sentimento: do
aspecto lógico para o psicológico; ... de uma pedagogia
de inspiração filosófica centrada na ciência da lógica para
uma pedagogia de inspiração experimental baseada
principalmente nas contribuições da biologia e da
psicologia. Trata-se de uma teoria pedagógica que
considera que o importante não é aprender, mas
aprender a aprender. (SAVIANI, 1984, págs. 11-15).
O Homem e o mundo
92
O ser humano progride de estágios mais primitivos (período sensório –
motor), em direção ao hipotético – dedutivo, onde adquire instrumentos de
adaptação que irão possibilitar qualquer perturbação do meio, podendo usar a
sua descoberta e invenção como instrumentos de adaptação às suas
necessidades.
Sociedade e Cultura
93
Autonomia: o ser humano atinge quando chega ao período das
abstrações tendo participação ativa na elaboração de regras comuns
para o grupo.
Conhecimento
Educação
94
Escola
Ensino e Aprendizagem
95
Atividade de Aprendizagem:
Abordagem Sociocultural
96
Libâneo (1982) classifica essa abordagem como pedagogia
progressista. Em sua versão libertadora expressa que:
97
Vale relembrar que Bordenave (1984), classifica e distingue as opções
pedagógicas, segundo o fator educativo que elas mais valorizam. Libâneo
(1982), utiliza como critério a relação das teorias aos fins sociais da escola.
98
Síntese - As Concepções e Tendências da Educação
Pedagogia Preparação São conhecimento Exposição e Autoridade do A aprendizagem é Nas escolas que
Liberal intelectual e e valores sociais demonstração professor que receptiva e adotam
Tradicional moral dos acumulados verbal da exige atitude mecânica, sem se filosofias
alunos para através dos matéria ou por receptiva do considerar as humanistas
assumir seu tempos e meios de aluno características clássicas ou
papel na repassados aos modelos próprias de cada científicas
sociedade alunos como idade
verdades
absolutas
Tendência A escola deve Os conteúdos são Por meio de O professor é É baseada na Maria
Liberal adequar as estabelecidos a experiências, auxiliador no motivação e na Montessori,
Renovadora necessidades partir das pesquisas e desenvolvimento estimulação de Ovide Decroly,
Progressiva individuais ao experiências método de livre da criança problemas John Dewey,
meio social vividas pelos solução de Jean Piaget e
alunos frente às problemas Lauro de Oliveira
situações Lima
problemas
Tendência É modeladora São informações Procedimento Relação objetiva Aprendizagem Lei: 5.540/68
Liberal do ordenadas numa s e técnicas onde o professor baseada no
Tecnicista. comportament sequência lógica e para a transmite desempenho. Lei: 5.692/71
o humano psicológica. transmissão e informações e o
através de recepção de aluno vai fixá-
técnicas informações. las.
específicas.
Tendência Não atua em Temas geradores. Grupos de A relação é de Resolução da Paulo Freire
Progressista escolas, porém discussão. igual para igual, situação
Libertadora visa levar horizontalmente problema.
professores e
alunos a atingir
99
um nível de
consciência da
realidade em
que vivem na
busca da
transformação
social.
Tendência Transformação As matérias são Vivência É não diretiva, o Aprendizagem Celestin Freinet
Progressista da colocadas, mas grupal na professor é informal, via e
Libertária. personalidade não exigidas. forma de orientador e os grupo. Miguel Gonzales
em um sentido auto-gestão. alunos livres. Arroyo
libertário e
autogestionário
.
Anton
Tendência Difusão dos Conteúdos O método Papel do aluno Baseadas nas
Makarenko,
Progressista conteúdos. culturais parte de uma como estruturas
Bernard Charlot,
"crítico social universais que relação direta participador e do cognitivas já
Bogman
dos conteúdos são incorporados da professor como estruturadas nos
Suchodoski,
ou "histórico- pela humanidade experiência mediador entre o alunos.
crítica" frente à realidade do aluno saber e o aluno.
Mario Alighiero
social. confrontada
Manacorda,
com o saber
Georges
sistematizado
Snyders e
.
Demerval
Saviani
Fonte: http://wikiescolarizando.blogspot.com.br/2013/03/as-tendencias-pedagogicas.html
100
A interface entre as Teorias
Modernas, Contemporâneas e
Pós-Modernas
101
102
A Pedagogia e suas exigências em o mundo de
mudanças.
103
não ocorrerá mudanças reais enquanto, a elite intelectual do campo científico
da educação e os profissionais da educação não se derem conta de algo muito
simples: escola existe para formar sujeitos organizados para sobreviverem
nesta sociedade e, para isso, precisa da ciência, da cultura, saber resolver
conflitos, ter autonomia e responsabilidade, saber dos seus direitos e deveres,
edificar sua dignidade humana, ter uma autoimagem positiva, ampliar
capacidades cognitivas para se ajustar criticamente aos benefícios da ciência e
da tecnologia em favor do seu trabalho, da sua vida cotidiana, do seu
crescimento pessoal. Mesmo sabendo-se que essas aprendizagens implicam
em saberes originados nas relações cotidianas e experiências socioculturais,
isto é, a cultura da vida cotidiana.
104
sociais, necessidades individuais, para a reprodução, apropriação ativa de
saberes, para a inserção nas normas sociais e culturais crítica e produção de
estratégias inovadoras.
105
Conforme Libâneo (2009), estudos sobre as práticas pedagógicas
correntes nas escolas no Brasil mostra que tais tendências continuam ativas e
estáveis, mantendo seu núcleo teórico forte, ainda que as pesquisas dos
últimos anos venham mostrando outras formas de aplicabilidade pedagógica.
Isso não significa que não se apontem novas tendências, algumas já
experimentadas em nível operacional, outras ainda restritas ao mundo
acadêmico. Esquematicamente, essas teorias apresentam como características
em comum:
106
sentimento, a imaginação, a subjetividade e, até, a liberdade, à medida que a
razão institui-se como instrumento de dominação sobre os seres humanos.
107
elemento psicológico sobre o social. Os métodos ativos, tão exaltados pelos
escolanovistas, em Piaget estão fundamentados na ciência da psicologia
genética.
108
autor crê que existe um conjunto de espécies sociais, culturais, econômicas
típicas que dissimulam todas as instâncias da vida social, de modo a ser
admissível afirmar que vivemos numa condição pós-moderna.
109
Menciono alguns aspectos que o pensamento e a condição pós-
moderna trazem para a educação escolar, em contraposição aos que foram
mencionados como traços da pedagogia moderna:
110
Um mapeamento das transformações que vão ocorrendo no mundo
contemporâneo, que caracterizam a chamada “condição pós-
moderna” para aguçar a consciência dos que se propõem a se
manter com criticidade;
111
conhecimentos, do fechamento em campos disciplinares. Nesse caso, as
classificações seriam, portanto, reducionismos, simplificações, fragmentações.
112
Sociocríticas: Sociologia crítica do currículo; Teoria histórico-cultural;
Teoria sociocultural; Teoria sociocognitiva; Teoria da ação comunicativa;
A corrente racional-tecnológica
113
(versão tecnicista do “aprender a aprender”), utilização mais ativa dos meios de
comunicação e informação e do aparato tecnológico.
A corrente neocognitivista
114
computadores. Seu objetivo é buscar novos modelos e referências para
avançar na investigação sobre os processos psicológicos e a cognição. A partir
da psicolinguística, da teoria da comunicação e da cibernética (ciência dos
computadores), surgem duas variantes: a psicologia cognitiva, que estuda o
comportamento inteligente de sujeitos humanos, isto é, o ser humano como
processador de informações, e a ciência cognitiva, que aprofunda as relações
entre mente e computador, visando à construção de modelos computacionais
para entender a cognição humana. Seu empenho é a construção de programas
de inteligência artificial que realizam tarefas que implicam um comportamento
inteligente (Eysenk; Keane, 1994). Há estudos da abordagem do
processamento da informação ao construtivismo piagetiano.
Teorias Sociocríticas
115
Diferenças na determinação dos objetivos da educação e do ensino
induzem a distintas opções metodológicas que vão desde a visão do ensino
como transmissão cultural, até a uma ideia de escola mais informal centrada na
valorização de experiências, da convivência social, minimizando ou até
recusando um currículo formal.
116
sociais. A atividade do sujeito supõe a ação entre sujeitos, no sentido de uma
relação do sujeito com o outro. As funções mentais superiores (linguagem,
atenção voluntária, memória, abstração, percepção, capacidade de comparar,
diferenciar etc.) são ações interiorizadas de algo socialmente mediado, a partir
da cultura constituída. Essa abordagem está focalizada na estrutura do
funcionamento cognitivo em suas interações com as mediações culturais
(Daniels, 2003). Nos últimos anos, dentro dessa mesma orientação, tem se
destacado a teoria histórico-cultural da atividade.
117
Paulo Freire que exerceu forte influência em autores da Sociologia crítica do
currículo de procedência norte-americana, como Giroux e Apple.
Correntes “holísticas”
119
das perguntas e do acesso de informações, por uma pedagogia da
complexidade, que saiba trabalhar assuntos transversais, acessíveis para o
inesperado. A teoria da corporeidade, desenvolvida por esse autor, propõe uma
visão nova do conhecimento em que a partida é a intensa identidade entre
processos vitais e processos de conhecimento.
120
Correntes “Pós-Modernas”
121
O papel do professor muda, ele não pode mais ser aquele que forma a
consciência crítica, que manuseia as subjetividades dos estudantes. A partir de
temas centrais como o poder, a linguagem e a cultura, o pós-estruturalismo
debate questões como a identidade/diferença, a subjetividade, os significados e
as práticas discursivas, as relações gênero-raça-etnia-sexualidade, o
multiculturalismo, os estudos culturais e os estudos feministas (Silva, 2004). É
com base em averiguações e análises ligadas a esses temas que as correntes
pós-críticas aparecem nas estratégias pedagógico-didáticas nas escolas.
122
envolvendo a solidariedade, a diferença, visando experiências transformativas
nas pessoas.
Atividade de Aprendizagem:
123
124
Bibliografia
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DA SILVA, Maria Ozanira et al. A política social brasileira no século XXI: a
prevalência dos programas de transferência de renda. São Paulo, Cortez,
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