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Legislação Ambiental

Tópicos Importantes
1. Licenciamento
2. LP, LI, LO
3. EIA
4. Competências

1. Licenciamento Ambiental

 Instrumento de caráter preventivo de tutela do meio ambiente.


 Encadeamento de atos administrativos – É um Procedimento Administrativo
 3 etapas distintas e insuprimíveis: LP → LI → LO
 Entre uma etapa e outra podem-se fazer necessários o EIA/RIMA e a audiência pública.
 Pode gerar: ato administrativo de natureza jurídica vinculada (licença ambiental) ou, quando pertinente, ato
jurídico de natureza discricionária, com caráter precário (autorização ambiental).
 É possível a outorga de licença ambiental ainda que o EIA seja desfavorável.
 A Adm deve analisar o equilíbrio do meio ambiente vs desenvolvimento econômico

Licença Administrativa Licença Ambiental


Ato declaratório e vinculado Ato discricionário
“Ato unilateral e vinculado, pelo qual a “Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente
Administração faculta àquele que preencha os estabelece as condições, restrições e medidas de controle
requisitos legais o exercício de uma atividade” ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa
física ou jurídica, para [...] atividades utilizadoras dos recursos
ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras...”

CF 88
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

Art. 23. É competência comum da União, Estados e Municípios:


VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora;

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção
do meio ambiente e controle da poluição;
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico;
Nos seguintes casos, o empreendedor deve procurar o órgão ambiental licenciador para fins de pedido de
Licenciamento Ambiental:

I – Por exigência de órgãos financeiros de projetos, como o BNDES e o BID e/ou agências que subsidiam
infraestrutura para objetos, como a SUDAM;

II – Por exigência de órgãos da administração pública responsáveis pelo licenciamento/alvará da atividade a


ser implantada, tais como: Prefeitura Municipal, no caso de loteamentos urbanos e construção civil em geral
e INCRA, para implantação de atividades rurais;

III – No caso de construção de rodovias, os órgãos a serem procurados são o DER e o DNER;

IV – No caso de atividades de lavra e/ou beneficiamento mineral, o DNPM.

V – Por exigência do IBAMA, ou órgão estadual competente, no caso de desmatamento.

Celso Antônio Pacheco Fiorillo, com relação à discricionariedade da licença ambiental, diz
que a existência de um EIA/RIMA favorável condiciona a autoridade à outorga da licença ambiental,
existindo, dessa feita, o direito do empreendedor desenvolver sua atividade econômica. Tem-se nessa
hipótese o único caso de uma licença ambiental que vincula. De fato, se a defesa do meio ambiente é
limitadora da livre iniciativa (art. 170, VI), e inexistindo danos àquele, não haverá razão para que o
empreendimento não seja desenvolvido (2009).

O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo, considerado procedimento


complexo, por envolver múltiplos órgãos, por meio do qual o Poder Público, por meio do órgão ambiental
competente, licencia a localização, a instalação, a ampliação e a operação de empreendimentos e atividades
utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, ou que possam
causar degradação ambiental considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas
aplicáveis a cada caso. O licenciamento ambiental pode gerar: ato administrativo de natureza jurídica
vinculada (licença ambiental) ou, quando pertinente, ato jurídico de natureza discricionária, com caráter
precário (autorização ambiental).

A regra legal da responsabilidade objetiva por danos ambientais, bem como o Princípio da
Precaução, portanto, impõem a prevalência do interesse público na preservação do meio ambiente sobre o
interesse do particular, e evidenciam que a concessão da licença ambiental não gera qualquer direito
adquirido ao seu beneficiário, e muito menos direito a indenização em face de sua revogação.

Os principais instrumentos legais que regem o licenciamento ambiental no Brasil são a Lei Federal nº
6.938/1981, a Resolução Conama nº 1/1986, a Resolução Conama nº 237/1997 e a Lei Complementar
Federal nº 140/2011.

Tem também o CONAMA 379/06 que cria e regulamenta sistema de dados e informações sobre a
gestão florestal no âmbito do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA. CONAMA 303/02 - Dispõe
sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente.

Em 1986, com a publicação da Resolução Conama nº 1/1986, foram estabelecidos os critérios


básicos e diretrizes gerais para a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). A AIA é um instrumento da Política
Nacional do Meio Ambiente, fundamental no processo de licenciamento ambiental, que tem por finalidade
identificar, prever e interpretar os efeitos ambientais, econômicos e sociais que podem advir da
implantação de atividades antrópicas, e propor ações de monitoramento e controle desses efeitos pelo
Poder Público e pela sociedade. Por meio da Resolução Conama nº 1/1986 foram determinadas as principais
atividades modificadoras do meio ambiente que dependem da elaboração de Estudo de Impacto Ambiental
(EIA) e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (Rima).

Métodos de Avaliação de Impacto Ambiental:

 Método ad hoc
 Método de checklist ou listagem de controle
 Método de matrizes de interação
 Método de sobreposição de mapas (cartas)

Para a emissão de licença ou autorização, os órgãos ambientais dos estados, DF e Ibama baseiam-se na
análise de documentos e estudos ambientais relativos à localização, instalação, operação e ampliação da
atividade ou empreendimento. Os principais documentos e estudos analisados são: Estudo de Impacto
Ambiental (EIA), Relatório de Impacto Ambiental (Rima), Relatório Ambiental (RA), Plano de Controle
Ambiental (PCA), Relatório Ambiental Preliminar (RAP), diagnóstico ambiental, plano de manejo, Plano de
Recuperação de Área Degradada (Prad), Relatório de Controle Ambiental (RCA), entre outros. A definição
do tipo de estudo ambiental a ser apresentado pelo empreendedor depende do tipo de atividade ou
empreendimento a ser licenciado e dos procedimentos e critérios adotados por cada órgão ambiental.

Documento/Estudo Objetivo (descrição Norma referente


Estudo de Impacto Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto; CONAMA 01/1986
Ambiental (EIA) Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas
alternativas; Definição das medidas mitigadoras (e não
compensatórias) dos impactos negativos; Elaboração do
programa de acompanhamento e monitoramento (os
impactos positivos e negativos
Relatório de Impacto São as conclusões do EIA. Contém: A descrição do projeto e CONAMA 01/1986
Ambiental (Rima) suas alternativas tecnológicas e locacionais; A descrição dos
prováveis impactos ambientais da implantação e operação da
atividade; A caracterização da qualidade ambiental futura da
área de influência; etc.
Relatório Ambiental Tem como objetivo oferecer elementos para a análise da CONAMA 279/01
Simplificado (RAS) viabilidade ambiental de empreendimentos ou atividades de
pequeno porte consideradas potencial ou efetivamente
causadoras de degradação do meio ambiente.
Plano de Controle É um estudo que tem por objetivo identificar e propor CONAMA 009/90
Ambiental (PCA) medidas mitigadoras aos impactos gerados por Requisitado para LI de
empreendimentos de médio porte. O Plano deverá expor, de atividades minerais
forma clara, o empreendimento e sua inserção no meio
ambiente com todas as suas medidas mitigadoras e
compensatórias.
Relatório Ambiental O RAP – Relatório Ambiental Preliminar tem como objetivo CONAMA 279/01
Preliminar (RAP) analisar a viabilidade ambiental de empreendimentos ou Requisitado para LP
atividades consideradas potencial ou efetivamente
poluidoras, enfatizando a interação entre elementos dos
meios físico, biológico e socioeconômico, o projeto
urbanístico, os impactos que podem ser causados pela
implantação do empreendimento, as medidas mitigadoras e
de controle ambiental que devem ser adotadas para a sua
viabilidade.
Plano de Recuperação Propiciar o retorno do sítio degradado a uma forma de Instrução
de Área Degradada utilização, visando a obtenção de uma estabilidade do meio Normativa IBAMA
(PRAD) ambiente. 04/2011
Relatório de Controle Seu conteúdo constitui-se numa série de informações, CONAMA 010/90
Ambiental (RCA) levantamentos e estudos que visam à identificação de não Para atividades que
conformidades legais e de impactos ambientais, efetivos ou não geram impactos
potenciais, decorrentes da instalação e do funcionamento do ambient. significativos
empreendimento para o qual está sendo solicitada a licença.
Legislação Ambiental no Ceará
Órgão Competência
Semace executar a política estadual de controle ambiental do estado, tendo, entre outras
competências, a de administrar o licenciamento de atividades poluidoras
Conpam Vinculado à Semace, é um órgão colegiado encarregado da formulação e planejamento da
política ambiental do Ceará, além de ser o articulador do sistema de gestão estadual
Coema Durante a deliberação quanto à concessão de licenças ambientais cujo estudo ambiental
apresentado seja o EIA/Rima, o Coema/CE deve ser ouvido pela Semace antes da decisão

Leis de embasamento no Ceará:

Instrumento Legal Descrição


Lei Estadual nº 11.411, de 28 de Dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente e cria o
dezembro de 1987. Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema/ CE), a
Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), e dá
outras providências.
Portaria Semace nº 154, de 22 de Dispõe sobre padrões e condições para lançamento de efluentes
julho de 2002. líquidos gerados por fontes poluidoras.
Portaria Semace nº 151 de 25 de Dispõe sobre normas técnicas e administrativas necessárias à
novembro de 2002. execução e ao acompanhamento do automonitoramento de
efluentes líquidos industriais.
Resolução Coema/CE nº 8, de 15 de Revisa critérios e parâmetros outrora aplicados aos processos de
abril de 2004. licenciamento e autorização ambiental no estado do Ceará.
Lei Estadual nº 13.875, de 2 de Dispõe sobre a criação do Conselho de Políticas e Gestão do
fevereiro de 2007. Meio Ambiente (Conpam).
Instrução Normativa Semace nº 1, de Define normas e procedimentos a serem seguidos nas diversas
29 de setembro de 2010. etapas e fases do procedimento licenciamento ambiental dos
empreendimentos, obras ou atividades utilizadoras de recursos
ambientais, potencial ou efetivamente poluidoras, bem como
aqueles que causem, sob qualquer forma, degradação
ambiental.
etc etc
CONAMA 237 – Licenciamento Ambiental
 O licenciamento ambiental consiste em três fases progressivas: fase deflagratória, fase instrutória e
fase decisória.

De acordo com a resolução CONAMA 237/97, podem ser elencados como principais passos do processo de
licenciamento ambiental:

I. Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos


documentos, projetos e estudos ambientais necessários ao início do processo de licenciamento
correspondente à licença a ser requerida;
II. Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e
estudos ambientais pertinentes, dando a devida publicidade;
III. Análise, pelo órgão ambiental competente, dos documentos, projetos e estudos ambientais
apresentados, e a realização de vistorias técnicas quando necessárias;
IV. Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, em
decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando
couber, podendo haver a reiteração caso os esclarecimentos e complementações não tenham sido
satisfatórios;
V. Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente;
● A audiência pública não obriga o órgão responsável pelo licenciamento ambiental a acolher as
contribuições dela decorrentes, desde que apresente justificativa. Se houver, ocorre num
prazo de 45 dias do recebimento do RIMA.
VI. Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, decorrentes
de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da solicitação quando os
esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;
VII. Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico;
VIII. Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando a devida publicidade.

No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar, obrigatoriamente,

 Certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo de empreendimento ou


atividade estão em conformidade com a legislação aplicável
 Autorização para supressão de vegetação e a outorga para o uso da água, emitidas pelos
órgãos competentes (quando aplicável).

O licenciamento dos empreendimentos cuja localização compreenda concomitantemente áreas das


faixas terrestre e marítima da zona costeira será de atribuição da União exclusivamente nos casos previstos
em tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo. a partir de proposição da Comissão Tripartite
Nacional.

Além da proposição desses procedimentos, a Resolução Conama nº 237/1997 define em seu art. 8º as
modalidades de licença expedidas pelo Poder Público, a saber: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI)
e Licença de Operação (LO).

III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à
localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como
subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle
ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de
área degradada e análise preliminar de risco.

III - Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambiental que afete diretamente (área de
influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois ou mais Estados.

 Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou Licença


Prévia: concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando
sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos
e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;
 Licença de Instalação autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de
controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;
 Licença de Operação: autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do
efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinados para a operação.
 Autorização Ambiental: não configura licença ambiental e possuem caráter precário e natureza
discricionária. Empreendimentos passíveis de AA não possuem caráter potencial ou
efetivamente poluidor. Surgiu da necessidade de cada estado/município/distrito em lidar com
suas singularidades territoriais e econômicas não contempladas pela legislação federal

LP LI LO
Estabelecido pelo
Estabelecido pelo
Tempo mínimo cronograma de 4 anos
cronograma do projeto
instalação
Tempo máximo 5 anos 6 anos 10 anos
A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os prazos de validade prorrogados, desde que
não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos nos incisos I e II

A falsa descrição de informações nos documentos exigidos pelo órgão ambiental para concessão de
licença, graves riscos ambientais ou à saúde são causas que podem gerar o cancelamento do licenciamento
ambiental pela fiscalização, caso constate tais irregularidades

 Art. 2º - A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de


empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental
competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.

Art. 4º - Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA,
órgão executor do SISNAMA, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades com significativo
impacto ambiental de âmbito nacional ou regional (em grandes proporções, que afetem mais de um Estado
ou que use material radioativo)

 Compete ao órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal o licenciamento ambiental dos


empreendimentos e atividades:
I - localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades de conservação de domínio
estadual ou do Distrito Federal;
II - localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação natural de preservação
permanente relacionadas no artigo 2º da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e em todas as que assim
forem consideradas por normas federais, estaduais ou municipais;
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais Municípios;
IV - delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal ou convênio.

 Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da União, dos Estados e do
Distrito Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto
ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio.

Art. 18 – O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de validade de cada tipo de licença,
especificando-os no respectivo documento, levando em consideração os seguintes aspectos:
Lei Complementar 140 – Cooperação entre Entes Federativos no L.A.
Será de competência FEDERAL, empreendimentos localizados:

 No Brasil e em país limítrofe


 Em 2 ou mais Estados
 Em terras indígenas
 No mar territorial, plataforma continental ou em zona econômica exclusiva
 Em áreas de UC da União (exceto APA)
 De caráter militar
 Que envolvam materiais radioativos ou usem energia nuclear

Será de competência ESTADUAL, empreendimentos localizados:

 Em áreas de UC do Estado (exceto APAs)


 Empreendimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente
poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, ressalvado aqueles
de competência federal e municipal.

Será de competência MUNICIPAL, empreendimentos localizados:

 Em áreas de UC do Município (exceto APAs)


 Que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local

Atuação Supletiva vs Subsidiária

Supletiva: ação do ente da Federação que se substitui ao ente federativo originariamente detentor das
atribuições, nas hipóteses definidas nesta Lei Complementar

Subsidiária: ação do ente da Federação que visa a auxiliar no desempenho das atribuições decorrentes das
competências comuns, quando solicitado pelo ente federativo originariamente detentor das atribuições
definidas nesta Lei Complementar.

- A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio de apoio técnico, científico,
administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de cooperação.

- A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente detentor da atribuição nos termos desta
Lei Complementar.

Formas de Cooperação
 Consórcios públicos, nos termos da legislação em vigor;
 Convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos similares com órgãos e entidades
do Poder Público, respeitado o art. 241 da Constituição Federal;
 Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites Estaduais e Comissão Bipartite do Distrito
Federal;
 Fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos;
 Delegação de atribuições de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta
Lei Complementar;
 Delegação da execução de ações administrativas de um ente federativo a outro, respeitados os
requisitos previstos nesta Lei Complementar.
CONAMA 001/86 – Estudo de Impacto Ambiental
Abrangência
Atividades sujeitas à elaboração de EIA e RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual
competente, e do IBAMA em caráter supletivo:

I. Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;


II. Ferrovias;
III. Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
IV. Aeroportos;
V. Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários;
VI. Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV;
VII. Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fins hidrelétricos,
acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem e
irrigação, retificação de cursos d'água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias,
diques;
VIII. Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão);
IX. Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração;
X. Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos;
XI. Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MW;
XII. Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos,
destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos);
XIII. Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI;
XIV. Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores,
quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista
ambiental;
XV. Projetos urbanísticos, acima de 100ha. ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a
critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes;
XVI. Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a 10 (DEZ) toneladas por dia.

As atividades poluidoras que estão sujeitas a licenciamento ambiental, constituem um rol de atividades
potencialmente poluidoras, ou seja, pode o ente ambiental complementá-las, fundamentando a
necessidade, conforme as especificidades, os riscos ambientais e as características do empreendimento.

Os órgãos ambientais competentes e os órgãos setoriais do SISNAMA deverão compatibilizar os processos


de licenciamento com as etapas de planejamento e implantação das atividades modificadoras do meio
Ambiente, respeitados os critérios e diretrizes estabelecidos por esta Resolução e tendo por base a natureza
o porte e as peculiaridades de cada atividade.

Diretrizes gerais
I. Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a
hipótese de não execução do projeto;
II. Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e
operação da atividade ;
III. Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos,
denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na
qual se localiza;
IV. Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de
influência do projeto, e sua compatibilidade.

Técnicas empregadas no EIA


I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e análise dos recursos
ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área,
antes da implantação do projeto, considerando:
a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os
tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes
atmosféricas;
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da
qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de
preservação permanente;
c) o meio sócio-econômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio-economia, destacando
os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de
dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses
recursos.
II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão da
magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os
impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo
prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e
sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais.
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de controle e
sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas.
lV - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos (os impactos positivos
e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados).

Conteúdo Obrigatório no RIMA

I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as políticas setoriais, planos
e programas governamentais;
II - A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando para cada um deles,
nas fases de construção e operação a área de influência, as matérias primas, e mão de obra, as fontes
de energia, os processos e técnica operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia,
os empregos diretos e indiretos a serem gerados;
III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de influência do projeto;
IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da atividade, considerando
o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando os
métodos, técnicas e critérios adotados para sua identificação, quantificação e interpretação;
V - A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as diferentes
situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem como com a hipótese de sua não realização;
VI - A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos negativos,
mencionando aqueles que não puderam ser evitados, e o grau de alteração esperado;
VII - O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;
VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários de ordem geral).
Auditoria Ambiental
CONAMA 306/2002
II - Auditoria ambiental: processo sistemático e documentado de verificação, executado para obter e avaliar,
de forma objetiva, evidências que determinem se as atividades, eventos, sistemas de gestão e condições
ambientais especificados ou as informações relacionadas a estes estão em conformidade com os critérios de
auditoria estabelecidos nesta Resolução, e para comunicar os resultados desse processo.

Auditoria ambiental é um instrumento que permite avaliar o grau de implementação e a eficiência dos
planos e programas no controle da poluição ambiental: Os resultados da auditoria ambiental devem ser
motivadores de melhoria contínua do sistema de gestão;

Art. 3o As auditorias ambientais devem ser independentes e realizadas de acordo com escopo, metodologias
e procedimentos sistemáticos e documentados

Tipos de Auditoria Ambiental


 Auditoria de Conformidade Legal: Consiste em avaliar se as práticas adotadas pela empresa estão de
acordo com as leis ambientais, se utilizando da legislação ambiental, licenças e processos de
licenciamentos além de termos de ajustamento. Normalmente esse tipo de auditoria acontece antes da
solicitação de uma licença ambiental, ou com o objetivo de evitar multas e penalidades.
 Auditoria de Avaliação de Desempenho // de Desempenho Ambiental: tem como objetivo avaliar o
funcionamento e desempenho de uma empresa através de indicadores ambientais como a quantidade
de poluentes e resíduos gerados, bem como o consumo de energia, água e recursos naturais.
 Auditoria de Descomissionamento: Verifica os tipos de danos ambientais relacionados ao
encerramento das atividades de uma empresa
 Auditoria de Responsabilidade: Comum em processos de venda ou fusão de empresas, avalia os
passivos ambientais de uma empresa, definindo conjunto de obrigações ambientais que a empresa tem
visando compensar os impactos causados ao meio ambiente e à sociedade.
 Auditoria de Cadeia Produtiva: Fiscaliza todas as etapas, agentes e serviços utilizados na cadeia
produtiva de um produto, avaliando os possíveis riscos associados a esse processo
 Auditoria de Sistema de Gestão: Busca fiscalizar se uma empresa atende as exigências estipuladas por
leis ambientais, garantindo certificações de acordo com o cumprimento dos requisitos de um sistema
ambiental específico.
 Auditoria de Pós-Acidente: Acontece após acidentes, para verificar causas e consequências e possíveis
medidas de redução de danos
Competência dos Órgãos Ambientais
Constituição de 1988
 Distribuiu os poderes para fiscalização e elaboração de normas entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios
 Institui os deveres no âmbito nacional em relação ao meio ambiente no Art 225

Lei 6.938/81 – PNMA e SISNAMA


 Estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA)
 Estabelece o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA

PNMA

Conjunto de objetivos, princípios e instrumentos nacionais para a busca do desenvolvimento sustentável e


preservação do meio ambiente no país.

SISNAMA

É constituído pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria
da qualidade ambiental.

Estruturação:

I. Órgão Superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na


formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos
ambientais;
II. Órgão Consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, com a
finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas
governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua
competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente
equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; (Inciso com redação dada pela Lei nº 8.028, de
12/4/1990)
III. Órgão Central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a finalidade de
planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes
governamentais fixadas para o meio ambiente; (Inciso com redação dada pela Lei nº 8.028, de
12/4/1990)
IV. Órgãos Executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -
IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico Mendes, com
a finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o
meio ambiente, de acordo com as respectivas competências; (Inciso com redação dada pela Lei nº
12.856, de 2/9/2013, retificada no DOU de 4/9/2013)
V. Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas,
projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental;
(Inciso com redação dada pela Lei nº 7.804, de 18/7/1989)
VI. Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas
atividades, nas suas respectivas jurisdições.

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