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DIREITO ADMINISTRATIVO APLICADO

RESUMO
(ATENÇÃO: Este material destina-se ao acompanhamento em sala de aula,
para melhor compreensão é necessária a utilização do texto constitucional e
legislação em vigor, além da doutrina indicada e a jurisprudência)

AULA 13/14

PROCESSO ADMINISTRATIVO (P.A.)

INTRODUÇÃO:
- Este tema integra o conteúdo programático sobre o estudo das diversas formas
do exercício do Controle do Estado.
- A Constituição Federal e as leis estabelecem sistemas processuais, administrativo
e judicial, para o controle da atividade desenvolvida pela Administração Pública.

Art. 5º (CF)
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes;

SÚMULA VINCULANTE Nº 3
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a
ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

Art. 40 (CF/88)
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de
contribuição fictício.           (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

Art. 71.(CF) O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
...
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das
concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que
não alterem o fundamento legal do ato concessório;

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO:
1. O T.C.U. APRECIA A LEGALIDADE DA CONCESSÃO DE APOSENTADORIA, REFORMA E
PENSÃO.
(CERTO)
(ERRADO)

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2. O T.C.U. aprecia a legalidade das nomeações para cargo de provimento em comissão.
(CERTO)
(ERRADO)

- A Lei Federal 9784/99 :


(EMENTA DA LEI: Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública
Federal).

Estabelece o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e


indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao
melhor cumprimento dos fins da Administração.

- Não podemos em nenhum momento deixar de entender que a atividade


administrativa tem no interesse da coletividade a sua “espinha dorsal”. A ideia é de
que o interesse público está, em regra, acima dos interesses particulares.

ALCANCE DA LEI 9784/99:


I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta
e da estrutura da Administração indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

UNIÃO (ENTIDADE)

MINISTÉRIO DA ECONOMIA (ÓRGÃO)

DELEGADO DA RECEITA FEDERAL (AGENTE PÚBLICO)

*Atenção: A lei também se aplica aos órgãos do Poder Judiciário e


Legislativo.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:..

PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO PROCESSO ADMINISTRATIVO (básicos):


1. Princípio da legalidade: a estrita observância da Lei. O poder Público atua pela
permissão da lei.
2. Princípio da finalidade: Deve ser o resultado da motivação.
3. Princípio da motivação: Necessidade de fundamentação do motivo.
4. Princípio da razoabilidade: Inexistência de fundamentos, fatos ou circunstâncias,
ou seja, existência de necessidade do ato.
5. Princípio da proporcionalidade: equilíbrio entre os meios e os fins, ou seja,
ponderação entre o ato e a finalidade que se busca.
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6. Princípio da moralidade: é a moral administrativa, difícil de definir. É a
identificação do honesto e desonesto, o ato que se busca não pode ser maculado
pelo ardil, ou pela esperteza, ou ainda para agradar a opinião pública.
7. Princípio da ampla defesa e Princípio do contraditório: garantia de acesso e vista
do processo, prazos etc.
9. Princípio da segurança jurídica: possibilidade de rever os atos, convalidação etc.
10. Princípio do interesse público;
11. Princípio da eficiência;
12. Princípio do Formalismo Moderado;
Art. 7º da Lei 9784/99: Os órgãos e entidades administrativas deverão
elaborar modelos ou formulários padronizados para assuntos que
importem pretensões equivalentes.
Apesar desta exigência de disponibilidade ao administrado de modelos e
formulários para exercício de direitos. Os requisitos formais, por si só, não
podem ser o impedimento ao prosseguimento do processo administrativo.
13. Princípio da Verdade Material: A Administração Pública tem o dever de buscar
nas suas decisões a realidade. Apesar de resistências atuais, ante as dificuldades
da estrutura estatal e o conhecimento profundo da mente humana. Discute-se muito
a diferença entre a verdade absoluta e a verdade possível.
Certo é não se confundir a verdade material com a “verdade sabida” que existia
antes da Constituição de 1988.
“O critério da "verdade sabida" pereceu, definitivamente, com o advento da
Constituição Federal de 1988, não mais se concebendo a imposição de pena
disciplinar, por mais branda que seja, sem a garantia do contraditório e da ampla
defesa.”(Apelação Cível - Jurisprudência•22/05/2003•Tribunal de Justiça de Santa
Catarina)

14. Princípio da Responsabilidade Objetiva: é possível produzir responsabilidades


na forma do Art. 37, § 6º da CF/88 por danos causados.

ATENÇÃO:
* Conforme o art.2º da Lei 9784/99 (também poderão ser aplicados outros
princípios)
* Não há um Rol taxativo (ROL EXAUSTIVO) dos Princípios aplicáveis, mas sim,
um “Rol exemplificativo” (ROL NÃO EXAUSTIVO), poderão ser aplicados outros
princípios, tais como, publicidade e impessoalidade, etc.
CRITÉRIOS APLICÁVEIS AO PROCESSO ADMINISTRATIVO:
1. Atuação conforme a lei e o Direito;
2. Atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de
poderes ou competências, salvo autorização em lei;
3. Objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção
pessoal de agentes ou autoridades;
4. Atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
5. Divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo
previstas na Constituição;
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6. Adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições
e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao
atendimento do interesse público;
7. Indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
8. Observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos
administrados;
9. Adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de
certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;
10. Garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações
finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de
que possam resultar sanções e nas situações de litígio;
11. Proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as
previstas em lei;
*Súmula Vinculante 21
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

CUSTOS (TARIFAS) # TAXAS (TRIBUTOS)

12. Impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação


dos interessados;
13. Interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de
nova interpretação.

ETAPAS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO:


1. FASE INCIAL:
A) “Ex officio” (de ofício);
B) Requerimento de interessado:
São legitimados como interessados no processo administrativo:
 Pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou
interesses individuais ou no exercício do direito de representação;
 Aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses
que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
 As organizações e associações representativas, no tocante a direitos e
interesses coletivos;
 As pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos
difusos.
        
DIREITOS DIFUSOS # DIREITOS COLETIVOS
↓ ↓
TITULARIDADE INDETERMINADA GRUPO DETERMINADO
↓ ↓
DIREITO AO MEIO AMBIENTE SUSTENTÁVEL PISO SALARIAL DOS BANCÁRIOS

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*ATENÇÃO:
São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito
anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.

COMPETÊNCIA:

- A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que


foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente
admitidos.
- Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento
legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que
estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em
razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

* ATENÇÃO:
Não podem ser objeto de delegação:
 I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
* O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio
oficial.
* O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade
delegante.
* Se é possível a delegação, também será possível a avocação.

2. INTIMAÇÃO:
- O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo
determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de
diligências.
- A intimação deverá conter:
a) identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;
b) finalidade da intimação;
c) data, hora e local em que deve comparecer;
d) se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;
e) informação da continuidade do processo independentemente do seu
comparecimento;
f) indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
- A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data
de comparecimento.
- A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal
com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a
certeza da ciência do interessado.
- No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio
indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.

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- As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições
legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.

* ATENÇÃO:
O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade
dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO:
Em determinado processo administrativo a ausência de defesa do
administrado, importará em violação da Constituição.
(certo) (errado)

Súmula Vinculante 5
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende
a Constituição.

3. INSTRUÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO:


- As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados
necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do
órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de
propor atuações probatórias.
- Não serão admitidas no processo administrativo, provas obtidas por
meios ilícitos.
- Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em
documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em
outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício,
à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias.
- Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do
dever atribuído ao órgão competente para a instrução.
- O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão,
juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir
alegações referentes à matéria objeto do processo. Todavia, poderão ser
recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos
interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.

3.1: PARECERES OBRIGATÓRIOS NO PROCESSO ADMINISTRATIVO:


- Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer
deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou
comprovada necessidade de maior prazo.
- Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o
processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se
quem der causa ao atraso.

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4. DECISÃO NO PROCESSO ADMINISTRATIVO:
- Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo
máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.
- A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos
processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua
competência.
- Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o
prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período
expressamente motivada.

5. ALTERAÇÃO DA DECISÃO NO PROCESSO ADMINISTRATIVO:


5.1: ANULAÇÃO:
- A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade.

5.2: REVOGAÇÃO:
- A Administração pode revogar seus próprios atos, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

*ATENÇÃO:
O direito da Administração de anular os atos administrativos de que
decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos,
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-
se-á da percepção do primeiro pagamento.

5.3: CONVALIDAÇÃO:
- Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público
nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
convalidados pela própria Administração.

6. RECURSO ADMINISTRATIVO:
- Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e
de mérito.
- O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a
reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
- Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe
de caução.
- Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da
súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a
reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as
razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.
*Art. 103-A (CF/**):
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que
indevidamente a aplicar, caberá RECLAMAÇÃO ao Supremo Tribunal Federal que,
julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial
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reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula,
conforme o caso.    ( grifo nosso)

- O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias


administrativas, salvo disposição legal diversa.

PRAZO:
- Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de
recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão
recorrida.
- Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser
decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo
órgão competente.
- O prazo poderá ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.

LEGITIMADOS AO RECURSO ADMINISTRATIVO:


I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela
decisão recorrida;
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e
interesses coletivos;
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

- O recurso não será conhecido quando interposto:


I - fora do prazo; (intempestivo)
II - perante órgão incompetente;
III - por quem não seja legitimado;
IV - após exaurida a esfera administrativa.

* Atenção:
1. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
2. O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de
ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa.

7. REVISÃO ADMINISTRATIVA:
- Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser
revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou
circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção
aplicada.
- Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.

SÚMULAS VINCULANTES:

Nº3:
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a
ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato

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administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

Nº 5:
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende
a Constituição.

Nº 14:
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de
prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

Nº 21:
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens
para admissibilidade de recurso administrativo.

**Texto legal de apoio: Lei 9784/99 (alguns artigos relevantes)

**CAPÍTULO VII
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o
servidor ou autoridade que:
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou
representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro
ou parente e afins até o terceiro grau;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado
ou respectivo cônjuge ou companheiro.
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve
comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento
constitui falta grave, para efeitos disciplinares.
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que
tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou
com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro
grau.
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de
recurso, sem efeito suspensivo.
CAPÍTULO XIV
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
        Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos.
        Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé.

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        § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da
percepção do primeiro pagamento.
        § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade
administrativa que importe impugnação à     validade do ato.
        Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela
própria Administração.

CAPÍTULO XV
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
        Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de
mérito.
        § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a
reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
        § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução.

SÚMULA VINCULANTE 21
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para
admissibilidade de recurso administrativo.

        § 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula
vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar,
explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou
inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).
        Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas,
salvo disposição legal diversa.
          Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:
        I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;
        II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão
recorrida;
        III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses
coletivos;
        IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.
        Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso
administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
        § 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no
prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.
        § 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período,
ante justificativa explícita.
        Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor
os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.
        Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
        Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação
decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou
a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.
        Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os
demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.
        Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
        I - fora do prazo;
        II - perante órgão incompetente;
        III - por quem não seja legitimado;
        IV - após exaurida a esfera administrativa.
        § 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-
lhe devolvido o prazo para recurso.
        § 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato
ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa.
        Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou
revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.
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        Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à
situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da
decisão.
        Art. 64-A.  Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão
competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da
súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).
        Art. 64-B.  Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de
enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente
para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos
semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e
penal. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).
        Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes
suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
        Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.
(REFORMATIO IN PEJUS)

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (P.A.D.)

BASE LEGAL:
Art. 143 ao 182 - Lei 8112/90.
* Ver também os Art. 116 ao 142 – Lei 8112/90 ( É uma lei federal e alcança
Servidores Públicos Estatutários da União, Autarquias Federais e Fundações
Públicas Federais).

1. Responsabilidades dos Servidores Públicos:


- A responsabilização dos Servidores Públicos pode ser Civil, Penal e
Administrativa. Segundo a Lei 8112/90 tais sanções poderão ser cumulativas e são
independentes (Art. 125).
Art. 127. (Lei 8112/90) São penalidades disciplinares:
        I - advertência;
        II - suspensão;
        III - demissão;
        IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
        V - destituição de cargo em comissão;
        VI - destituição de função comissionada.

Atenção:
*A responsabilidade administrativa DISCIPLINAR do servidor será afastada no
caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
** Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou
administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver
suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para
apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de
que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo,
emprego ou função pública. (** Lei nº 12.527, de 2011)

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2. Fundamentação das penalidades disciplinares:
A) a natureza e a gravidade da infração cometida,
B) os danos que dela provierem para o serviço público,
C) as circunstâncias agravantes ou atenuantes,
D) os antecedentes funcionais.

3. Competência:
a) demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade:
- Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e
dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República. (PAD)

b) suspensão superior a 30 (trinta) dias:


      - Autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas
mencionadas acima. (PAD)

c) advertência ou de suspensão de até 30 (trinta)  dias:


      - chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos
ou regulamentos.(SINDICÃNCIA OU PAD)

d) destituição de cargo em comissão:


- pela autoridade que houver feito a nomeação.

4. Prescrição:
- A ação disciplinar prescreverá:
        I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação
de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
        II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
        III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
     - O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou
conhecido.
     - Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações
disciplinares capituladas também como crime.
     - A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a
prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.
     - Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia
em que cessar a interrupção.

5. Instrumentos de apuração das infrações disciplinares:


A) Sindicância;
B) Processo Administrativo Disciplinar (PAD).

*ATENÇÃO:
Instrução normativa nº 8, de 19 de março de 2020
Regulamenta a Investigação Preliminar Sumária (I.P.S.) no âmbito do Sistema
de Correição do Poder Executivo Federal.
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Sindicância:

Afastamento preventivo:
O afastamento preventivo do acusado é ato de competência da autoridade
instauradora, formalizado por meio de portaria, apenas para situações em que se
vislumbra que o servidor, caso tenha mantido livre o seu acesso à repartição, nessa
qualidade de servidor, traga ou possa trazer qualquer prejuízo à apuração.
O afastamento do agente público de suas atividades, cria obstáculo ao acesso às
dependências da repartição, na qualidade de servidor, esta medida é excepcional e
cautelar, sempre que não exista outro meio eficaz.

Considerações Importantes:
i) A sindicância deve ser aplicada para apuração de irregularidades que comportem
a pena de suspensão de até 30 dias (Art. 145 da Lei 8112/90)
Da sindicância poderá resultar:
        I - arquivamento do processo;
        II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30
(trinta) dias;
        III - instauração de processo disciplinar.

ii) Será obrigatória a instauração de processo disciplinar, sempre que o ilícito


praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais
de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou
destituição de cargo em comissão.

Processo Administrativo Disciplinar (PAD).


- O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de
servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha
relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido.
- O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três
servidores estáveis designados pela autoridade competente.

* Atenção:
A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada
a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo
administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
O Contraditório e ampla defesa têm fundamento constitucional, a sua
ausência implicará na nulidade do processo administrativo disciplinar.

Fases do Processo Administrativo Disciplinar:


I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;
        II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório;
       III - julgamento.

13
O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60
(sessenta) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão,
admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.

Prazo para defesa escrita:


a) um acusado, o prazo de defesa é de 10 (dez) dias contados da data da
citação. 
b) Havendo mais de um acusado, o prazo será de vinte dias contados da data
em que o último servidor foi citado, de forma que o prazo termina para todos
no mesmo dia.
c) No caso de citação por edital, o prazo de apresentação de defesa é de quinze
dias contados a partir da última publicação.

**OBS.:
- No caso de REVELIA, será designado para defender o indiciado revel, um
servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo
superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao
do indiciado.
- A citação por edital dar-se-á após devidamente publicado em DOU e em jornal de
grande circulação.

SÚMULA VINCULANTE nº 5
A falta de defesa técnica por advogado no P.A.D. não ofende a Constituição.

Atenção:
A defesa no P.A.D. é indispensável, sob pena de nulidade do processo
disciplinar.

Exercício de Fixação de Conteúdo:


A falta de defesa no processo administrativo disciplinar não
ofende a Constituição.
(certo) (errado)
*Atenção:
Todo processo administrativo disciplinar terá defesa escrita, mesmo com o indiciado
Revel.

PRAZO PARA DECISÃO:


- 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo com o relatório da
Comissão, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.

Pedido de Revisão: (Lei 8112/90)

14
Art. 174.  O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido
ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis
de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.
        § 1o  Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor,
qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do processo.
        § 2o  No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida
pelo respectivo curador.
        Art. 175.  No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.
        Art. 176.  A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui
fundamento para a revisão, que requer elementos novos, ainda não apreciados no
processo originário.
        Art. 177.  O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro de
Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará o
pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar.
        Parágrafo único.  Deferida a petição, a autoridade competente providenciará a
constituição de comissão, na forma do art. 149.
        Art. 178.  A revisão correrá em apenso ao processo originário.
        Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora para a
produção de provas e inquirição das testemunhas que arrolar.
        Art. 179.  A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclusão dos
trabalhos.
        Art. 180.  Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que couber, as
normas e procedimentos próprios da comissão do processo disciplinar.
        Art. 181.  O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade, nos
termos do art. 141.
Art. 141 (LEI 8112/90).  As penalidades disciplinares serão aplicadas:
        I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder
Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se
tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor
vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
        II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior
àquelas mencionadas no inciso anterior     quando se tratar de suspensão superior a
30 (trinta) dias;
        III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos
regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30
(trinta) dias;
        IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de
destituição de cargo em comissão.

        Parágrafo único.  O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do


recebimento do processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá
determinar diligências.
        Art. 182.  Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a
penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em
relação à destituição do cargo em comissão, que será convertida em exoneração.

15
        Parágrafo único.  Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de
penalidade. (reformatio in pejus)

Atenção:
No Processo Administrativo Disciplinar Federal, não há uma segunda
instância (Recurso Hierárquico). O eventual pedido de Revisão do Processo
Administrativo Disciplinar não caracteriza Recurso ou Segunda Instância.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO:
No Processo Administrativo Disciplinar Federal após a decisão administrativa e não
ocorrendo elementos que justifiquem a Revisão Administrativa, ainda assim, será
possível o Controle Judicial.
(certo)
(errado)

**Texto legal de apoio:


**Atenção:
Art. 125.  As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se,
sendo independentes entre si.
Art. 126.  A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no
caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.

Processo Administrativo Disciplinar Sumário ( Lei 8112/90): prazo 30 dias


       Art. 133.  Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
públicas, a autoridade a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua
chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data da
ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização
imediata, cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:(Redação dada
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por dois
servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão
objeto da apuração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório; (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
        III - julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        § 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor, e
a materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação
ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do
correspondente regime jurídico.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        § 2oA comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de
indiciação em que serão transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como
promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata, para,
no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição,
observado o disposto nos arts. 163 e 164. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        § 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à
responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude
da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade
instauradora, para julgamento.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        § 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora
proferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3o do art. 167. (Incluído pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97)

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        § 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé,
hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo. (Incluído
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        § 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão,
destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou
funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de
vinculação serão comunicados. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        § 7o O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito
sumário não excederá trinta dias, contados da data de publicação do ato que constituir a
comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias o
exigirem. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        § 8o  O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste artigo, observando-se, no que lhe
for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei. (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
        Art. 134.  Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na
atividade, falta punível com a demissão.
        Art. 135.  A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será
aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
        Parágrafo único.  Constatada a hipótese de que trata este artigo, a exoneração efetuada nos
termos do art. 35 será convertida em destituição de cargo em comissão.
        Art. 136.  A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X
e XI do art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da
ação penal cabível.
        Art. 137.  A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art. 117,
incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo
prazo de 5 (cinco) anos.
        Parágrafo único.  Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou
destituído do cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
        Art. 138.  Configura abandono de cargo a ausência intencional do servidor ao serviço por mais
de trinta dias consecutivos.
        Art. 139.  Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por
sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses.
        Art. 140.  Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade habitual, também será
adotado o procedimento sumário a que se refere o art. 133, observando-se especialmente
que: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        I - a indicação da materialidade dar-se-á: (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período de ausência intencional
do servidor ao serviço superior a trinta dias; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao serviço sem causa
justificada, por período igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de doze
meses; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência
ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará o
respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre a intencionalidade da
ausência ao serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para
julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

BIBLIOGRAFIA:
1. Meirelles, Hely L. – Curso de Direito Administrativo – Ed. Malheiros.
2. Carvalho Filho, José dos Santos – Manual de Dir. Administrativo – 31ª Ed. –
Ed. Atlas/GEN.
3. Di Pietro, Maria S.Z.– Direito Administrativo – Ed. Atlas.
4. Mello, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 22. Ed.
Malheiros, 2007.
17
5. Nohara, Irene Patrícia – Direito Administrativo – 7ª Ed. – Ed. Atlas/GEN.
6. Knoplock, Gustavo M. – Manual de Direito Administrativo – Ed. Campus.

INTERNET:
1. www.stf.jus.br
2. www.planalto.gov.br
3; https://www.jusbrasil.com.br

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