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RECÉM-NASCIDO DE BAIXO classificado de acordo com a duração e qual fase da

gestação foi acometida por certas afecções.


PESO E PREMATURIDADE
Proporcional ou crônico (= simétrico – Chemin)
Nasce com baixo peso, mas proporcional em
Classificação do recém nascido: relação ao comprimento que está comprometido (e
perímetro cefálico < p10). Acometimento ocorre no início
 Peso ao nascimento (deve ser medido na 1º hora da gestação, resultando em um menor crescimento
de vida ): esquelético e cerebral. Dificilmente a criança consegue
o Recém-nascido de baixo peso ao nascer (RNBP) recuperar a estatura no período pós natal, mas pode
é aquele com igual ou menos de 2500g manter o canal de crescimento ascendente se apresentar
o Recém-nascidos de muito baixo peso ao nascer velocidade de crescimento adequada; porém sempre se
são aquele com peso inferior a 1500g manterá abaixo do referencial.
o Recém-nascido de extremo baixo peso é aquele
com peso de nascimento menor que 1000g. E menos de 28 Desproporcional ou agudo (= assimétrico – Chemin)
semanas de gestação (Chemin) Seu peso é baixo e desproporcional em relação à
altura que não está comprometida (e perímetro cefálico
 Idade gestacional (IG) entre p10-p90). O RN sofreu restrição somente no último
o Inferior a 37 semanas são chamados de período de gestação. Pode ser resultante de patologias
prematuros ou pré-termos (RNPT) obstétricas, diminuição da permeabilidade da placenta.
o Entre 37 e 41 semanas e 6 dias é uma gestação a No período pós natal, se houver condições ambientais
termo favoráveis, ocorrerá catch up e essa criança mudará o
o 42 semanas completas ou mais são os pós canal de crescimento, atingindo valores de referência.
termos
Determinação da idades gestacional:
 Percentil: relaciona peso e idade gestacional
(Chemin): A) Pré natal
o PIG: peso ao nascimento menor do que o Pode ser estimada: DUM; Altura uterina; Presença de
percentil 10 do peso padrão para aquela idade gestacional quickening (primeiros movimentos do feto que podem ser
o AIG (apropriado para idade gestacional): peso ao sentidos pela mãe); Batimentos cardíacos; Avaliação da
nascimento entre p10 e p90 na curva de crescimento intra ultrassonografia.
uterina
o GIG (grande para idade gestacional): acima do B) Após o nascimento
p90 no gráfico de crescimento intra-uterino É determinada pela avaliação clínica, cujos
parâmetros são: sinais neurológicos que dependem
A aceleração ou o retardo do crescimento pode principalmente das posturas e sons; e características
ocorrer independente do tempo de duração normal da externas que refletem a maturidade física do lactente.
gestação (Chemin). Os RN podem ter nascido a termo, A determinação da idade gestacional é feita pelo
mas apresentar condição desfavorável devido a um RCIU método de Capurro, mas pode ser estimada pela
ou à desnutrição fetal. Neste caso, será chamado de seguinte simples equação, que permite a classificação da
pequeno para idade gestacional (PIG). prematuridade:
Porém existe aquele que é AIG e apresenta baixo
peso ao nascer (BPN) devido ao parto prematuro que
IC = peso (g) x 4 / 5
pode ter sido ocasionado por condições como
desnutrição, etilismo e tabagismo maternos.
O BPN pode ser atribuído a um período de
O método de Capurro pode ser realizado logo
gestação abreviado, a prematuridade ou a taxa de
após o nascimento, mas não oferece precisão para
crescimento intra uterino retardada, o que o torna PIG.
prematuros com menos de 34 semanas (Chemin).
Para classificar se o bebê, seja ele prematuro ou
Avaliam-se características como textura da pele,
não, é PIG, AIG ou GIG, é necessária a utilização de
dobras plantares, glândulas mamárias, forma de orelha
curvas de crescimento, essa relação influenciará nas
e formação do mamilo.
necessidades fisiológicas, nutricionais e em toda
No caso de prematuros com menos de 34
abordagem clínica e de desenvolvimento.
semanas se faz o New Ballard.
Essa relação reflete o adequado crescimento
intrauterino e tem como objetivo antecipar a avaliação
da morbimortalidade neonatal, sendo recomendada pela
Academia Americana de Pediatria para todos os RN
(Chemin). Os PIG ou GIG irão apresentar problemas
clínicos imediatos ou tardios inerente à sua categoria, o
que torna importante a sua classificação (Chemin).
O retardo de crescimento intrauterino pode ser
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Classificação da prematuridade que são bons parâmetros para a avaliação do crescimento:

Idade Gestacional Características 1) Índice de Roher


Classificação É um índice de proporcionalidade, indica risco de
37 a 38 Apresentam boa evolução, morbidade perinatal, é um índice de crescimento que
35 a 37 (Chemin) pode ter sucção débil. caracteriza o tipo de crescimento intra-útero, dada pela
Prematuridade limítrofe Cuidados mais específicos equação:
quanto à sucção, ou seja,
o método de alimentação IC = peso x 100 / comprimento (cm3)
31 a 36 Esse bebê geralmente tem
31 a 35 (Chemin) entre 1600 e 2500g,
Prematuridade moderada comprimento entre 39 e Classificação:
46 cm e perímetro cefálico < 2,2 = crescimento retardado
de 29 a 33cm. São mais 2 ,2 -3,0 = crescimento normal
susceptíveis a anóxia > 3,0 = crescimento excessivo
(imaturidade pulmonar),
hiperbilirrubinemia, 2) Ganho de peso diário e de comprimento e
hipoglicemia, hipocalcemia, perímetro cefálico semanais
hiponatremia e infecções
pela maior vulnerabilidade A termo Prematuro
imunológica. Neste grupo Ganho de peso 25 a 30g/dia 14,5 g/dia
aplica-se a correção para médio/dia
IG * Incremento de 5 cm/mês 1,28
24 a 30 Este tem geralmente peso altura cm/semana
Prematuridade extrema < 1500g, comprimento < Perímetro 1,1 cm/semana 0,98
38 cm e perímetro cefálico cefálico cm/semana
< 29 cm. Podem ter o
mesmo problema que os O recém nascido pré-termo tem 4 fases de
moderados, mas com crescimento:
maior gravidade e maior
risco para enterocolite 1) Fase inicial (período de perda de peso):
necrotizante e anomalias Não há ganho de peso real, só redistribuição
cardíacas. hidroeletrolítica, com perda de peso fisiológica de 5 a 10%
*Correção = IG (idade cronológica) – tempo em do peso do nascimento.A perda de peso é inversamente
semanas que faltou para completar o termo (40sem). Ex: proporcional ao peso do nascimento.
RNPT com 8 semanas de vida, nasceu com 35 SG; logo
possui Idade Corrigida = 3 semanas  idade cronológica (8 2) Fase transitória (período de mínimo crescimento –
sem) – falta para o termo (40 – 35 = 5 sem). A idade corrigida Chemin): Tem ganho ponderal discreto, desde que haja
deve ser aplicada: aporte protéico calórico mínimo. Espera-se que as
intercorrências clínicas tenham sido controladas. Quanto
Medidas Accioly 2009 menor o RN maior a sua duração.
Comprimento 36 meses
Peso 24 meses
PC 18 meses
3) Fase de crescimento acelerado ou de crescimento
Avaliação do crescimento de recuperação (catch up): Controladas as intercorrências,
nesta fase o recém nascido tem incremento no ganho de
Estas crianças são avaliadas utilizando-se as peso e no crescimento linear. É a fase de crescimento
curvas de crescimento de crianças normais, utilizando-se compensatório. Ele ultrapassa a velocidade de
a idade corrigida (Accioly). crescimento normal, sendo inversamente proporcional ao
Mas segundo a Chemin, o RN de muito baixo peso, peso de nascimento. O pico de velocidade ocorre nos
por apresentar mais intercorrências clínicas prolongando primeiros 2 meses (Chemin).
o tempo de internação, deve ser acompanhado pelo
gráfico de Ehrenkranz, que considera evolução do peso, 4) Fase de crescimento normal (período de
do comprimento e do perímetro cefálico em um período normalização do crescimento – Chemin): O déficit do
de 104 dias, já os de baixo peso, poderão ser nascimento é compensado e o recém nascido assume a
acompanhados durante os primeiros 40 dias pelo gráfico velocidade de crescimento de crianças nascidas a termo,
de evolução ponderal descrito por Shaffer (Chemin). sendo inversamente proporcional ao peso de nascimento.
Pode-se usar complementarmente pode-se utilizar Dentro de suas potencialidades genéticas (Chemin).
algusn índices como: Roher, ganho de peso diário e
evolução semanal de comprimento e do perímetro cefálico

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Características estruturais do RNBP ou RNPT uréia e ácido úrico, e creatinina, que podem levar a
 Redução da estatura, comprimento do fêmur, acidose metabólica.
comprimento dos pés, perímetros cefálico (PC), torácico Há redução da atividade da cistationase (conversão
(PT) e abdominal (PA), da metionina em cisteína), com isso a taurina e a cistina se
 Redução da circunferência da coxa, do braço e tornam AA essenciais no RNPT. A taurina é essencial para
PCT (reserva adiposa insuficiente) o desenvolvimento da retina, do fígado e do SNC.
 Desproporção da relação cérebro-fígado (fígado é
proporcionalmente diminuído em relação ao cérebro)
 Desproporção da relação PC/PT (PC>PT)
 Retardo no desenvolvimento epifisário

Características sistêmicas
 Perda de peso fisiológica: PIG: < 5% do peso ao
nascer; AIG: 5 – 10% do peso ao nascer. Quanto mais
imatura a criança maior a perda (Dan). A perda de água é
mais intensa em prematuros extremos (< 1000g) pelo fato
de sua pele não ser queratinizada e ser mais permeável à
água (Chemin).
 Diminuição da filtração glomerular (↓ reabsorção
de sódio, glicose e aminoácidos, além da excreção de
bicarbonato) e do envoltório de gordura (isolamento  Metabolismo de lipídeos: Tem-se acentuada
térmico) capacidade de lipólise, dificuldade de prolongar a cadeia
 Aumento da viscosidade sanguínea (massa do ácido linoléico a ácido graxo ômega 3 (fazendo com
eritrocitária, hematócrito) que o ácido linoléico e alfa-linolênico sejam essenciais,
 Diminuição do envoltório de gordura (isolamento estes são precurssores do AA e DHA) e a deficiência do
térmico) sistema carnitina para β-oxidação, tornado-os essenciais
 Retardo na maturação pulmonar (hipóxia crônica para os PMT.
e consumo de oxigênio c/ retenção de gás carbônico)
 Diminuição do glicogênio cardíaco e da largura Particularidades morfofuncionais digestivas:
das fibras miocárdicas  BOCA: debilidades em relação à sucção (iniciaria
na 28º sem) e a coordenação sucção-deglutição (iniciaria a
Características metabólicas partir da 32 até a 34º semana). As papilas gustativas se
desenvolvem com 16 semanas e a capacidade de
 Metabolismo de glicídeos: Tem-se hipoglicemiade diferenciar sabores é plena ao nascimento (Dan)
vido à:
o imaturidade dos mecanismos de adaptação ao  ESÔFAGO: refluxo gastro-esofágico pela
jejum, imaturidade esfincteriana e lento esvaziamento gástrico.
o aumento do consumo de glicose pelo cérebro,
diminuição da gliconeogênese,  ESTÔMAGO: lento peristaltismo, retardo do
o diminuição das reservas de glicogênio hepático e esvaziamento gástrico, reduzida capacidade gástrica,
cardíaco, limitada produção de HCl (50% da do adulto pela ↓ das
o desproporção entre o tamanho cérebro/fígado (o células parietais e imaturidade dos receptores de gastrina)
consumidor de glicose é maior que o produtor) e e a secretina e a gastrina estão presentes a partir da 20º
o pela redução da resposta de liberação de semana.
catecolaminas.
O cérebro dos RNPT são mais resistentes à  FÍGADO: Diminuição das concentrações de
hipoglicemia quando comparados aos adultos, porém os ácidos biliares (↓ circulação entero-hepática) e menor
sinais clínicos não são tão evidentes e podem ocorrer capacidade para conjugação da bilirrubina.
danos neurológicos. Para evitar a hipoglicemia é
recomendado (Accioly 09):  INTESTINO: vilosidades presentes a partir da 12º
sem e aprimoramento funcional no último trimestre.
Peptídeos reguladores no TGI (presentes entre a 6º e a
16º sem, porém com maturação só nas últimas 10
semanas) modulam o desenvolvimento morfo-funcional,
por isso se faz alimentação precoce e enteral mínima para
promover a maturação dos peptídeos que servirão de
 Metabolismo das proteínas: A redução da reserva
estímulo trófico à mucosa intestinal. E retardo do
energética ao nascimento (seria feita nos último 3 meses
peristaltismo.
de gravidez) provoca um estado catabólico protéico,
promovendo aumento plasmático do íon amônio (com a
 PULMÃO: Síndrome da angustia respiratória:
imaturidade do ciclo da uréia pode levar a hiperamonemia),
doença pulmonar causada por deficiência de surfactantes,
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desenvolve-se logo após o nascimento e é comum nos  Sais biliares; na 32º sem encontra-se 50% da
lactentes pré termo. produção do recém nascido a termo.

Enzimas digestivas: O feto inicia a deglutição do líquido aminiótico a partir


da 16º semana gestacional, de modo que no 3º trimestre o
 GLICÍDEOS: a absorção de glicose em RNPT volume ingerido é de 150ml/kg/dia, esse líquido contém
corresponde a 50-60% da capacidade do adulto. fatores tróficos, como fator de crescimento epidermal, além
 Amilase salivar: importante a partir da 22º sem. de carboidratos, proteínas, gordura, imunoglobulinas,
Ao nascer equivale a 5 a 10% da do adulto. eletrólitos e ainda é bacteriostático. A osmolaridade do
 Amilase pancreática (Accioly, 2009): níveis líquido aminiótico é de 275mOsmol/L e o valor energético é
bastante reduzidos. de 15kcal/L (Chemin). O RNPT é privado deste preparo
 Maltase, sacarase e α-dextrinase: aparecem entre intraluminal o que pode gerar intolerâncias alimentares
a 4º e a 10º sem. Na 28º-34º apresentam 70% da atividade (Chemin).
total.
 Lactase: aparece a partir da 10º sem, e entre a 28
e a 30º apresenta somente 30% da atividade total a termo.

Cae ressaltar que a absorção de glicose em RNPT


corresponde a 50 a 60% da capacidade do adulto. Por
esse motivo, os processos digestivos da matodextrina e
outros polímeros de glicose são mais satisfatórios do que o
da lactose.
Assim, a oferta de polímeros de glicose associados a
menor proporção de lactose, é a melhor estratégia de
fornecimento de carboidratos para RNPT, nas formulas
industrializadas (Accioly 09).
Por esse motivo, as fórmulas para prematuros
incluem além de lactose, polímeros de glicose, já que o
transporte ativo de monossacarídeos pela mucosa está
presente (Dan).

 PROTEÍNAS
 O processo de digestão do RNPT é limitado, mas
não compromete o aproveitamento nitrogenado.
 Restrita produção de HCl: leva a menores níveis
Necessidades nutricionais e aspectos metabólicos do
de pepsina, no entato não compromete a o processo
RNPT/RNBP
digestivo da proteína
Objetivo do cuidado nutricional é tentar fornecer
 Elevação das proteases pancreáticas a partir da
condições de nutrição semelhantes àquelas que teria no
28º sem. A partir da 26º sem, o tripsinogênio aparece e a
útero materno, veiculando os nutrientes necessários ao
tripsina apresenta níveis semelhantes aos do adulto.
seu crescimento e desenvolvimento (Accioly),
 Quimiotripsina e carboxipeptidase: ao nascimento
principalmente o desenvolvimento neurológico, que é o de
tem de 10 a 60% da atividade do adulto.
maior risco.
 Aminopeptidases: níveis reduzidos, mas não
Baixo aporte nutricional no período em que o cérebro
limitam o processo digestivo. está se desenvolvendo resulta em diminuição das células
cerebrais e dificuldade de comportamento, aprendizagem e
 LIPÍDEOS
memória (Accioly 09). Além de prevenir a morbidade
 Lípase do leite materno: é a principal enzima
relacionada à alimentação e melhorar os resultados
lipolítica. Porém, como o leite da própria mãe, na maioria
nutricionais a longo prazo (Chemin).
das vezes não é ofertado ou é oferecido em pequenas
Algumas estratégias dietéticas utilizadas para o
quantidades, esta enzima pode ter pouca importância no RNPT são aplicáveis ao RNBP que não são prematuros, a
processo de aproveitamento das gorduras (x O LM é depender do seu estado nutricional e intercorrências as
vantajoso por conter sua própria lípase que auxilia na
quais podem contribuir para um quadro semelhante ao da
digestão de triglicerídeos - Dan)
prematuridade (Accioly 09).
 Lípase lingual e gástrica: importantes no processo
Antes da 34º semana NÃO há uma coordenação
de hidrólise de TG de cadeia curta e média adequada entre sucção, deglutição e respiração, por isso
 Lípase pancreática: aparece a partir da 16º sem RNPT com essa idade não são introduzidos na via oral e
com produção restrita, limita o processo de aproveitamento sim na sonda naso ou orogástrica até apresentarem
dos lipídeos dietéticos.
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coordenação (Chemin), necessitando escolher uma via
alternativa para fornecimento das necessidades Accioly: Suas necessidades são estimadas com base nos
nutricionais. gastos energéticos do RNBP, os quais utilizam em torno
O valor das necessidades irá variar de acordo com: de 40% do seu gasto energético para síntese de proteínas
 Idade gestacional; (Accioly 09):
 Peso ao nascimento;
 Via de administração (enteral ou parenteral);
 Intercorrências clínicas (Chemin).

Necessidade hídrica
A necessidade em RNPT é muito variável, pois ocorre
alta perda renal em decorrência de sua imaturidade
(Chemin). São estimadas com base no elevado conteúdo
* Pode variar de 60 a 75 kcal/kg/dia, sendo que o metabolismo
corpóreo hídrico do RNPT/RNBP. Podem exigir: cerebral corresponde a 40% do metabolismo global.
 Aumentar a oferta em casos de atividade física
aumentada (convulsões, desconforto respiratório), Na pratica clínica, em geral o aporte de
umidade ambiental baixa, frio ou febre, perdas gastro- 120kcal/kg/dia é suficiente para que os RNBP atinjam um
intestinais, calor radiante, fototerapia (aumenta em 20% X crescimento satisfatório (Accioly 09):
10 a 16% - Chemin). Além de taquipnéia, infecção e
glicosúria (Chemin). 1ª semana 50-100 kcal/lg/dia
 Diminuir a oferta: insuficiência renal, insuficiência
2ª semana 110-150 kcal/kg/dia
cardíaca, pós operatório e meningite. Além da síndrome de
secreção inapropriada do hormônio antidiurético (10 a
Entretanto, para alguns deles e para os RNPT PIG,
20%), uso de plástico, umidificação da incubadora,
por vezes, é necessário 200 kcal/kg/dia.
ventilação mecânica e encefalopatia hipóxica isquêmica.
Aumenta-se o aporte lentamente e deve-se observar
 Aporte em excesso pode levar a: displasia
as melhores fontes de glicídeos (maltodextrina e
broncopulmonar, enterocolite necrotizante e aumento da
oligossacarídeos) e lipídeos (TCM + ácidos graxos
incidência de persistência do canal arterial (Accioly e
essenciais) mais convenientes pelos processos
Chemin). E insuficiência cardíaca congestiva e edema
enzimáticos e metabólicos alterados do prematuro.
(Accioly).
 Aporte inadequado pode levar a: desidratação,
Vasconcelos: energia para RNPT devem girar em torno de
desequilíbrio de eletrólitos e hipotensão
110 a 150 kcal/kg/dia, sendo 25 a 50% de carboidratos, 30
a 40% de lipídeos e 10 a 20% de proteínas.
Período ml/kg para RNBP, Capacidade
prematuro ou não gástrica
Chemin: Embora a recomendação seja de 110 a
1º dia 50 -60 2 ml/kg 150kcal/kg/dia, existe uma dificuldade em se alcançar 120
2º dia 90 kcal/kg/dia em razão da inabilidade de se conseguir a
3º dia 120 ingestão adequada, considerando a restrição de líquidos,
4º dia intolerância à infusão das soluções de glicose,
140 16 ml/kg
hiperbilirrubinemia, sepse e etc... Oferta de nutrientes em
5º dia 150
excesso pode acarretar acidose metabólica, edema,
1ª 150-180 (RNBPT)
persistência do canal arterial e enterocolite necrotizante; e
semana 180-120 (RNPT)
o déficit levar a perda de peso, hipernatremia, desidratação
Para os de muito baixo
e apnéia.
peso (<1500g) começa-
se com 60 ml e
Dan: A temperatura corporal influencia no aumento da
aumenta 15 a 30 ml/dia
demanda energética, uma vez que o aumento de 1ºC na
até 150 ml/kg/dia entre
temperatura aumenta 13% o metabolismo basal, e esse
7º e 8º dia
aumento pode ser maior quanto menor for a criança.
10ª dia 27 ml/kg
Necessidades proteicas:
Influenciam na utilização de proteínas pelo RNBP:
Necessidades energéticas: estado nutricional, ritmo de crescimento, relação kcal/ptn
As necessidades energéticas variam de acordo com o (geralmente ≥ 40), valor biológico (cistina, taurina e
metabolismo basal, a velocidade de crescimento, a carnitina essenciais para o prematuro), uso de
atividade física, o clima, o tipo de alimento, a via de fórmulas industrializadas (excretam mais creatinina do que
administração e a presença de enfermidade (Dan). os amamentados exclusivamente).
Os RNPT têm necessidade de aporte especial pelo A qualidade ou o tipo de proteína é uma
seu grau de imaturidade bioquímica, crescimento consideração importante, pois as necessidades de
acelerado e maior incidência de complicações clínicas
(Chemin).
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aminoácidos dos lactentes prematuros são diferentes dos Um importante componente para atingir as
RN a termo. recomendações é o TCM. É necessário a inclusão do
As fórmulas destinadas ao prematuro têm maior teor TCM, pois os RNPTs possuem dificuldade na digestão e
protéico, relação lactoalbumina:caseína de 60:40, e absorção de lipídios, pela ineficiência das lipases.
maiores quantidades de cisteína, que é condicionalmente As necessidades de lipídeos são estimadas com base
essencial neste caso (Dan). na importância nutricional e funcional dos lipídeos para
Consequências do excesso de proteínas: aumento de RNBP cumprindo as seguintes funções:
amônia e uréia, acidose metabólica, sobrecarga  Fonte de AGE
metabólica e renal (imaturidade do processo de filtração  Desenvolvimento do SNC e retina
glomerular). Pode levar a distúrbios neurológicos também  Isolante térmico
(Dan).
Accioly: Recomenda-se proporção de 40% de TCM o
Dan 17 restante em AGE.
Recém-nascidos pré-termo estáveis a partir da
segunda semana de vida podem receber até
4,4g/kg/dia de proteína.

Accioly:

Chemin: A oferta deve ser composta de 10% de PUFA,


10% de saturadas, 80% monossaturados, na dosagem de
1 a 3,5g/kg/dia e de ácidos graxos essenciais (ômega 3 e
6): 0,6 a 1,2g/kg/dia.

Chemin: Em geral, são necessárias de 1,5 a 2g/kg/dia para Vasconcelos: Recomendação: 30 a 40% VET. Os AG
evitar catabolismo, mas de acordo com a Academia essenciais possuem grande importância no crescimento e
Americana de Pediatria, o RNPT deve ingerir de 1 a desenvolvimento do SNC (mielinização e crescimento dos
3g/kg/dia na 1º semana, de 3,5 a 4g/kg/dia no crescimento neurônios), no desenvolvimento da retina, fazem parte na
estável e 2,2g/kg/dia após a alta. composição dos fosfolipídeos da membrana plasmática e
também são de fácil absorção. A recomendação gira em
Vasconcelos: Recomendação: 10 a 20% do VET. Em
torno de 4,7g/kg/dia, com variação de 4 a 9 g/kg/dia.
decorrência da imaturidade do TGI e hepática, a qualidade
dos aas ofertados terão mais importância do que a
quantidade. Sendo os mais importantes: tirosina, Necessidades glicídicas
cisteína, taurina, histidina, glicina, glutamina e Estima-se que a necessidade de CHO seja de 40 a
arginina. 45% das calorias totais o que corresponde a 10 a 14
g/kg/dia, e como a atividade da lactase está baixa, a
Considerações: maioria das fórmulas contém 50% de lactose e 50% de
 Percebe-se que em média, essas recomendações polímeros de glicose (Dan)
variam de 3 a 4 g/kg/dia. Em geral, são necessárias de 1,5 O consumo médio está em torno de 10 a 15 g/kg/dia.
a 2g/kg/dia para evitar catabolismo (Accioly 09 e Chemin). Quando oferta-se glicídeos em torno de 20g/dia observa-
 Os RN alimentados somente com glicose perdem se que os lipídeos são preferencialmente depositados no
cerca de 1,2g/kg/dia de proteínas (Chemin). tecido adiposo.
 Para agregação proteica recomenda-se
3,85g/kg/dia, com ingestão energética mínima de 50 a 60
Kcal/kg/dia (Accioly 09).
 RNBP depositam menor quantidade de proteína e
energia do que os RN AIG, quando ingerem o mesmo
aporte nutricional. As melhores fontes glicídicas são maltodextrina e
oligossacarídeos.
Necessidades lipídicas O fornecimento de lactose deve ser em torno de 3 a
Os RNPT são mais vulneráveis à falta de aporte 12g/100kcal, não ultrapassando 8g/100ml X não
lipídico já que o aporte intra-útero, que ocorre no 3º ultrapassar de 11g/dl, pois pode ocorrer diarréia osmótica
trimestre, foi impedido pela prematuridade (Chemin). e distorção na proporção energia-proteína (Chemin).
Importância dos lipídeos: desenvolvimento do SNC e da
retina, fontes de ácidos graxos essenciais (AGE) e isolante Accioly 09: Para se evitar a hipoglicemia, o recém nascido
térmico. Além de ser responsável por 50% da fonte deve receber em torno de 3 a 4mg de glicose/kg/min; o
energética e transportar vitaminas lipossolúveis (Chemin). RNPT necessita mais e, em casos extremos, até 10 a

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12mg/kg/min. A velocidade de infusão de glicose inicial é o 3º trimestre, assim prematuros não recebem estes
de 4 a 6 mg/kg/min (Chemin) minerais, estando associados a osteopenia e raquitismo da
prematuridade.
As fórmulas para prematuros têm aumento de cálcio,
fósforo e vitamina D, necessária à incorporação óssea, e
prevenção da osteopenia da prematuridade (Dan). Os RN
têm maior risco de desenvolver deficiências de elementos
Chemin: Os níveis mínimos de glicose toleráveis para os traços como zinco, cobre, selênio, pois a passagem deles
prematuros são valores entre 45 e 55ml/dl. é maior no final da gestação e o crescimento pós natal é
muito rápido (Chemin).
Vasconcelos: Recomendação: 25 a 50% do VET. A
glicose é a principal fonte de energia, uma vez que os  Ferro: tem suas reservas depositadas no último
depósitos de glicogênios são limitados, pois possuem trimestre de gestação, por isso RNPT têm maior risco de
dificuldade de produzi-los. No LH, o principal carboidrato é anemia. É necessária a suplementação de 2mg/kg/dia com
a lactose e nas fórmulas infantis (FI) há: 50% de lactose e início entre 1,5 e 2 meses, continuando até 1 ano de idade,
50% de polímeros de glicose. Essa adição tem o objetivo independente do tipo de alimentação. No caso de recém
de adequar a oferta calórica, diminuir a carga osmótica e nascidos com peso < 1500g, a suplementação é de 3
melhorar a absorção de carboidratos. Propõe-se a mg/kg/dia e < 1000g é de 4 mg/kg/dia. A suplementação
ingestão de 3,2 a 12g de carboidrato para cada 100 kcal rotineira deve ser iniciada ao redor de 6 semanas de
(LH ou FI especial de RNPT), não devendo ultrapassar 8g vida, na dose de 2 a 5 mg/kg/dia de ferro elementar ( a
por 100 ml. Uma ingestão maior pode causar diarreia introdução da suplementação antes das 6 semanas de
osmótica, por conta da dificuldade do RNPT absorver idade cronológica pode alterar a imunidade e
grandes quantidades de lactose. promover hemólise (Dan 17).

Considerações:  Zinco e oligoelementos (Se, Mo, Co, Mn): ocorre


 A glicose apesar de ser a principal fonte de deficiência em RN antes da 28º sem. Todas as fórmulas
energia, a sua tolerância é limitada, principalmente nos para RNPT contém 0,5mg/100kcal (Dan 17).
PMTMBP, em razão da produção inadequada de insulina,
resistência à insulina e liberação hepática contínua de  Vitaminas A e D: suplementação a partir dos 10
glicose enquanto a glicose intravenosa esta sendo dias de vida em doses de 1500UI (1000 a 1500UI -
infundida. Chemin) e 400UI, respectivamente. A vitamina A é
 A hiperglicemia é menos provável de acontecer adicionada às fórmulas na dose de 240 a 970 UI/dL ou
quando a glicose é administrada com aas, pois estes 300 a 1200UI/100kcal para proteger o epitélio
exercem um efeito estimulatório de insulina. E a prevenção respiratório, especialmente na displasia
de hiperglicemia é importante, pois pode acarretar diurese broncopulmonar (Dan 17).
e desidratação.
 Vitamina E: a necessidade é maior em RNPT -
Quadro resumo (Vasconcelos): 35UI/dia – Chemin; suplementação a partir da 1º sem,
tanto em LM quanto em fórmulas. Recomendada dose de
Macronutrientes Peso < 1000g Peso entre 1000- 5U/dia, com a finalidade de incrementar a eritropoese
1500 g (Dan 17).
Energia (kcal) 130 a 150 110 a 130
Proteína (g) 3,8 a 4,4 3,4 a 4,2  Complexo B: suplementação a partir da 1º sem,
Carboidrato (g) 9 a 20 7 a 17 tanto em LM quanto em fórmulas.
Gorduras (g) 6,2 a 8,4 5,3 a 7,2
Ácido linoléico (mg) 900 a 1680 600 a 1440  Vitamina C: 25mg/dia (Chemin), suplementação a
DHA (mg) >21 >18 partir da 1º sem, tanto em LM quanto em fórmulas.
AA (mg) >28 >24
Sódio (mEq) 3a5 3a5  Vitamina K: 0,5 a 1 mg/semana (Chemin)
Cloro (mEq) 3a7 3a7
Potássio (mEq) 2a3 2a3  Cálcio: 130 – 150mg/kg/dia (64% de retenção)
(132 – 175mg/100kcal; 140 a 210mg/kg/dia – Dan 17)
Cálcio (mg) 100 a 200 100 a 200
Fósforo (mg) 60 a 140 60 a 140
 Fósforo: 60 – 75mg/kg/dia (76% de retenção). A
Magnésio (mg) 7,9 a 15 7,9 a 15
melhor relação Ca/P é encontrada no LM (2:1). 102 a
Ferro (mg) 2a4 2a4
120mg/100kcal; 90 a 140 mg/kg/dia – Dan 17

Necessidades de vitaminas e minerais


 Sódio: considerar as necessidades aumentadas
As fórmulas e ao leite materno de pool podem
pela perda urinária. As fórmulas devem conter de 2,5 a
apresentar diminuição de Na, Fe, Ca, Cu e P. O depósito
3,5mEq de Na/kg/dia (Dan)
de cálcio, fósforo e ferro, nos ossos do feto, ocorre durante

192
 Magnésio: 5 a 7 mg/100kcal (Dan 17) nutrição enteral atinge 100ml/kg/dia. Essa
recomendação se refere a RNMBP ou menores de 32
 Potássio (Dan) as necessidades são similares semanas gestacionais, para os quais a utilização do
às de RN a termo: 2 a 3 mEq/kg/dia (Dan) leite humano ou de banco pode ser insuficiente para
suprir as necessidades energéticas, proteicas, de
 Probióticos e Prebióticos: Estudos ainda não sódio, cálcio e fósforo. Se a oferta for de 200ml de leite
comprovam os benefícios e segurança (Dan 17). humano/kg, não há necessidade de aditivo, porém
esse volumen muitas vezes é excessivo (Dan 17).
 Quadro de Vasconcelos:
Vitaminas Quantidades diárias
Vitamina A (UI) 700 a 1500
Vitamina D (UI) 150 a 400 Comparação entre o leite materno de mãe de recém
Vitamina E (UI) 6 a 12 nascido a termo e de mãe de RNPT:
Vitamina K (µg) 8 a 10  Calorias, lipídio, proteína, sódio e IgA: Maior
Vitamina C (mg) 18 a 24 concentração (Dan 17)
Tiamina (µg) 180 a 240  Carboidratos: menor quantidade no LMPT (menor
Riboflavina (µg) 250 a 360 teor de lactose – Dan 17)
Niacina (µg) 3,6 a 4,8  Osmolaridade, volume, cálcio: semelhante dos 2
Folato (µg) 25 a 50 tipos (menor concentração de cálcio e fósforo – Dan
Vitamina B12 (µg) 0,3 17)
Ácido pantotênico (mg) 1,2 a 1,7  Restante: maior quantidade no LMPT
Biotina (µg) 3,6 5,0  Imunologicamente o LMPT é superior

Estratégias alimentares
A superioridade do leite materno para os RNPT é Atenção!! Para o Chemin ainda são maiores as
indiscutível, muito embora alguns pesqusiadores defendam calorias, o cloro e a IgA secretória, mantendo essas
a suplementação de cálcio, fósforo e proteínas do leite características durante as 4 primeiras semanas.
materno, alegando que o leite da mãe do prematuro não
apresenta composição compatível. Na realidade o que O leite de mães de prematuros tem de 3,5 a 4g de
ocorre é uma defasagem entre a porduçõaz de nutrientes proteína/kg/dia para 180ml/kg/dia e esse conteúdo vai
pela própria mãe ordenhando e as necessidades muito diminuindo com o amadurecimento do leite, após 2
aumentadas do prematuro. semanas de lactação (2 a 2,5g/kg/dia), a relação
A 1º indicação é a utilização do leite materno, caseína/albumina (caseína/soro) é de 30:70% (30:70 a
principalmente pelo seu elevado teor de fatores 40:60), sendo esta albumina digerida mais facilmente,
imunológicos. O risco de enterocolite necrotizante e a acelerando o esvaziamento gástrico (Chemin; Dan 17).
mortalidade em prematuros são menores quando se utiliza Os lipídios correspondem a 50% do teor calórico,
o leite materno ordenhado em comparação às fórmulas com elevado teor de ácido palmítico, oleico, linoleico e
infantis (Dan). linolênico (fornecem ácido araquidônico e DHA), de
As fórmulas para prematuros, em síntese, têm maior fácil absorção e com a presença de lipase, cuja ação é
teor de energia, proteínas, TCM, vitaminas e minerais, e estimulada pelos sais biliares (Dan 17).
menor teor de lactose (Dan). Os carboidratos presentes são lactose e
O LM transfere toda a proteção imunológica natural, oligossacarídeos complexos, com capacidade de
anticorpos produzidos pela colonização com bactérias absorção da lactose em 90%) (Dan 17).
hospitalares e células do sangue, evitando a infecção
hospitalar da criança; por isso a importância da presença Leite de vaca: Quando consumido por prematuros
da mãe no hospital para ter contato com estas bactérias pode causar azotemia, acidose metabólica e
(Chemin). hiperamonemia. Tem quantidades insuficientes de
Pool de leites do banco de leite, pasteurizado aminoácidos essenciais. Quanto a gordura, esta é melhor
adequadamente para eliminar o possível HIV, é absorvida no LM devido à presença da lipase, além da
considerado inadequado por ter baixo teor de proteínas e posição do ácido palmítico nos TGs no LM impedir a
minerais, levando a hiponatremia, hipofosfatemia e formação de sabões de cálcio contendo este ácido graxo.
raquitismo. Sendo necessária, a suplementação com Ca, P
(envolvidos na mineralização óssea), Na, Zn, vit C e Co, já Fórmulas: Existem no mercado algumas fórmulas
que o leite de outra mãe não está adaptado às adaptadas as particularidades do prematuro, além disso, a
necessidades do RNPT. Segundo Dan 17, é possível mãe tem dificuldade de oferecer seu próprio leite, devido à
usar leite de banco segundo seu valor calórico (> imaturidade do reflexo sucção-deglutição, dificultando a
700kcal/L) e proteico (> 2g/dL) para promover produção láctea. Nestes casos, a melhor opção é o uso de
crescimento nos Recém-nascidos muito baixo peso, fórmulas para RNPT em vez de pool de LM. As
praticamente sem complicações. desvantagens são a possibilidade de ocorrência de
Os aditivos de leite humano são recomendados a fenômenos de sensibilização (embora isso seja mais
partir da segunda semana de vida, quando o aporte da comum em lactentes a termo), ausência de fatores imunes

193
e maior facilidade de transtornos gastrointestinais. As  Lipídios: 0,5 g/kg/dia, com incremento diário do
fórmulas devem ter osmolalidade entre 240 a mesmo valor, podendo chegar a no máximo 2,5 a
300mOsm/kg e densidade calórica ao redor de 3,0 g/kg/dia.
80kcal/100mL (Dan 17). A oferta proteica é de 2,0 a
2,4g/100mL (excesso de ptn causa hiperamonemia, 2) Via digestiva inicia-se em recém nascidos com
uremia e acidose metabólica). Com relação ao CHO, as peso em torno de 1300g e com o tubo digestivo
fórmulas apresentam 50% de lactose e 50% de funcionante, mesmo que com volumes pequenos para
polímeros de glicose, geralmente maltodextrina + FOS estímulo trófico (alimentação enteral mínima, que varia de
e GOS para efeito prebiótico (Dan 17). Os lipídios que 2,5 a 20ml/kg/dia), além do estímulo para motilidade
constituem as fórmulas são 20 a 50% triglicerídeos de intestinal e proteção contra translocação bacteriana.
cadeia média (85% de absorção), além da A presença de leite no lúmen intestinal estimula o
suplementação de DHA e ARA devido a ineficiência desenvolvimento de sua mucosa, a maturação da atividade
dos prematuros em convertê-los a partir dos seus motora e a secreção de hormônios reguladores, sendo
precursores (Dan 17). importante a nutrição enteral mínima ou nutrição trófica
para preparar o TGI da criança para a real nutrição
Deve-se observar a ausência de distensão abdominal
e alterações gastrointestinais, presença de peristalse e
Vias e técnicas de alimentação para o RNPT prévia eliminação do mecônio.
Mesmo considerando imaturo o TGI do RNPT, é
necessário iniciar um aporte nutricional nas primeiras 24 a Pode ser por:
72hs de vida, pois esses bebês têm baixo estoque de
energia, suas características incluem baixa reserva, alto  Sonda oro-entérica usada em casos de grave
metabolismo, peristalse lenta, maior perda de água risco de refluxo e com uso de ventilação mecânica
insensível, necessidade aumentada de gordura, alto
metabolismo protéico e limitada produção enzimática  Sonda oro-gástrica através de gastróclise
(Chemin). que propicia melhor retenção nitrogenada e energética,
A pequena capacidade estomacal, o trato gastro porém contra indicada em casos de refluxo gastro-
intestinal imaturo e uma enfermidade, tornam difícil a esofágico grave, quando a principal limitação é a
progressão de uma dieta enteral em lactentes de baixo capacidade de sucção.
peso, tornando a parenteral essencial. o NÃO é indicada a transpilórica ou nasojejunal pois
aumenta chance de enterocolite necrotizante (Chemin)
1) Intravenosa (nutrição parenteral) indicada para o A indicação é a gavagem simples ou intermitente
todos prematuros extremos e para aqueles com idade ou a gavagem contínua (Chemin).
mais avançada que apresentem distúrbios digestivo- A primeira é a forma mais freqüente, seu custo
absortivos graves. e risco são baixos, é de fácil administração, requer o
Indicado também para aqueles com má formação mínimo de equipamento, tem baixo risco de precipitação
congênita, enterocolite necrotizante, insuficiência da sonda, sendo a forma mais fisiológica, mas tem
respiratória gravee RN a termo impossibilitado de iniciar a desvantagens como complicações do refluxo
via enteral em um prazo de 5 dias ou 48hs em caso de pré gastroesofágico, hipoxemia transitória e apnéia
termo, que não obtêm aporte adequado via TGI e para Já a contínua utiliza bomba infusora e é
aqueles que não podem fazer enteral (Chemin) indicada para aqueles prematuros extremos com
As necessidades são menores em parenteral pois insuficiência respiratória importante, pós operatório de
não ocorre perda de absorção. cirurgia abdominal, refluxo gastroesofágico e resíduo
Com relação ao RNPT gravemente doente, o objetivo gástrico persistente, neste caso a termogênese da dieta é
da NPT não é promover ganho de peso, mas sim menor, acelerando o ganho ponderal.
adequada oferta de proteínas e energia para prevenção do
catabolismo (Chemin). Vasconcelos: A via de administração mais usada é a
É válido lembrar que os prematuros alimentados por sonda em posição gástrica; A administração intermitente é
esta via têm atrofia de mucosa intestinal pela diminuição preferível que a contínua, com volumes iniciais de 1 a 2 ml
de hormônios e enzimas na borda em escova (Chemin). com intervalos de 1 a 2hs. Conforme a evolução do
quadro, os volumes devem ser aumentados cerca de 5 a
Vasconcelos: Geralmente a NP é indicada no 2º dia 10 ml/kg/dia até atingir 10 a 20 ml/kg/dia, conforme a
de vida; tolerância.A administração contínua é mais utilizada em
RNPT extremos com quadros respiratórios graves ou em
Macronutrientes: RNPT com intolerância à administração intermitente em
 Glicose: até 3,4 g/kg/dia (monitorar velocidade de
consequência de refluxos ou resíduo gástrico persistente.
infusão – produção de insulina pelo fígado é
insuficiente);
 Proteínas: 1 g/kg/dia, com aumento diário de 0,5  Escolha da nutrição enteral
g/kg/dia, atingindo o máximo de 3 g/kg/dia; A Objetivo primário do início da alimentação enteral é
necessidade diária é de 3,5 a 4,5 g/kg/dia 9Dan estabelecer tolerância ao leite que está sendo fornecido.
17)

194
Após o período de ajuste, o objetivo passa a ser o Todo RN deve ser avaliado SEMANALMENTE
fornecimento de suporte nutricional completo visando o durante a NE por meio da antropometria (peso,
crescimento e rápido desenvolvimento dos órgãos. comprimento, perímetro cefálico). Em situações
As opções de alimentação são: especiais, estão indicados prega cutânea triciptal,
 Leite humano fortificado com fortificantes e ferro circunferência braquial, cálculo da massa muscular
 Fórmulas fortificadas com ferro (para lactentes braquial e IMC.
com menos de 2000g) Avaliação laboratorial: Amônia sérica e relação
 Fórmulas padrão fortificadas com ferro para ureia sérica e plasmática (depleção proteica); Acidose
lactentes com mais de 2000 g metabólica (oferta proteica elevada > 5g/kg/dia);
Quando em alta os lactentes vão para casa com Calciúria (doença metabólica óssea).
fórmulas de transição e devem ser suplmentados com
multivitamínico até atingir 3kg.
PRÉ ESCOLAR E ESCOLAR
O leite humano é o alimento ideal para prematuros e
o leite de mães de prematuro tem característica diferente
das mães de a termo. No entanto, precisa ser fortificado Definição:
com suplemento de cálcio e fósforo para mineralização  Pré escolar 1 a 6 anos
óssea do lactente prematuro.  Escolar 7 a 10 anos
Nos 2 primeiros anos de vida o crescimento é intenso
Nutrição enteral mínima: Pode ser iniciada nos primeiros e reflete as condições da gestação e do nascimento, mas
dias de vida, desde que o neonato se encontre estável, após essa fase a velocidade de crescimento se estabiliza
com um volume de 1 a 20ml//kg/dia (Vasconcelos: 12 a 24 em patamares menores e é determinada pelo potencial
ml/kg/dia; Dan 17: 10 a 20mL/kg/dia), sugere-se que esta genético, e na adolescência, com início da puberdade, há
medida possa intensificar a função intestinal com maior novamente aumento do ritmo de crescimento (Chemin).
absorção de cálcio e fósforo, além de intensificar também
o desenvolvimento da atividade da lactase (Chemin). O
ideal é que se utilize o leite da própria mãe do pré termo,
fresco ou leite anterior (Chemin). Na fase inicial da nutrição
trófica, o leite que atende a necessidade é o de baixo teor PRÉ ESCOLAR:
calórico (< 500kcal/l), chamado leite anterior, mas quando As fases pré escolar caracteriza-se por um declínio
o RN está em enteral plena o aporte deve ser de > no ritmo de crescimento, visto pela redução da velocidade
700kcal/l, ou o leite posterior, que favorecerá um ganho de ganho de peso e estatura, com conseqüente
ponderal mais rápido (Chemin). decréscimo no apetite e menor necessidade de nutrientes.
Vantagens da NE precoce: Esta alteração é decorrente de diversos fatores
Promoção da motilidade intestinal. (Accioly 09):
Melhora da tolerância alimentar.  Diminuição da velocidade de ganho de peso e
Redução de incidência de sepse estatura, reduzindo a necessidade de energia por unidade
Indução da atividade da lactose. de peso;
> ganho de peso.  Alcance de maturidade neurológica que permite à
< incidência de disfunção hepática. criança livre deambulação a fim de explorar o mundo que a
< ocorrência de raquitismo clínico. rodeia, buscar o alimento por si só e expressar aceitação e
< incidência de enterocolite necrosante recusa pelos alimentos;
 A alimentação é relegada a segundo plano em
Dan 17: Escolha do leite para nutrição enteral mínima: virtude da maior dimensão da vida da criança.
1. Leite da própria mãe cru ou pasteurizado
2. Colostro pasteurizado As alterações do comportamento alimentar não
3. Leite pasteurizado de mãe de prematuro significam que a criança esteja alimentando-se de maneira
4. Leite de BLH de mãe de RN pequeno para a insuficiente. Uma boa progressão de peso e altura
idade gestacional representa adequada nutrição, mesmo que o consumo
5. Leite de baixo valor calórico de mãe de recém- habitual não pareça adequado. O acompanhamento da
nascido a termo (abaixo de 600kcal/L). curva de crescimento é essencial para avaliar a adequação
alimentar da criança nessa faixa etária. As crianças
Sucção: inicia-se com peso em torno de 1600-1800g e desenvolvem o corte alimentar ou períodos em que
idade superior a 34 semanas gestacionais, quando o bebê alimentos previamente aceitos são recusados, ou elas
já consegue coordenar os mecanismos de sucção e podem pedir um alimento em particular a cada refeição.
deglutição. É a melhor forma de alimentar um RN, então Na fase pré escolar, as crianças quase sempre
deve ser escolhida logo que as condições fisiológicas limitam a variedade de alimentos ingeridos, diminuem
estejam estabilizadas. consumo de vegetais e carne e aumentam o de doces e
guloseimas, prolongam muito as refeições e se distraem
Avaliação nutricional e controles laboratoriais durante com facilidade.
a nutrição enteral (Dan 17)

195
FASE ESCOLAR programa de merenda escolar é uma das maneiras de
O crescimento é lento e constante sendo maior em promover saúde e reforçar bons hábitos alimentares.
membros inferiores que na região do tronco. É Devido os avanços da vida moderna, verifica-se uma maior
freqüentemente chamado de período latente ou freqüência na alimentação fora do lar e de alimentos
quiescente. prontos para o consumo, o que leva a consumo de
Na fase escolar, elas tendem a comer com menos refeições mais gordurosas e ao uso de refrigerantes e
freqüência, mas aumentam a ingestão alimentar. Em guloseimas.
relação à composição corporal, quando a criança começa Verifica-se na alimentação das crianças uma ênfase
a andar e explorar o meio ambiente há diminuição da em proteínas animais, alimentos ricos em gordura,
proporção de gordura corporal, atingindo o mínimo entre 4 alimentos refinados e excesso de sal (Dan 09).
e 6 anos de idade e esta permanece estável durante toda O principais erros alimentaresdetectados no
a infância e ocorre também o desenvolvimento de massa escolar, independete do estado nutricional, são (Dan
muscular. 17):
Apresentam crescimento constante com ganho  Ingestão energética inadequada,
médio de 2 a 3kg de peso/ano, sendo mais acentuado desproporção entre macronutrientes e
próximo a adolescência, e crescem 5 a 7 cm/ano, para preferência alimentar;
ambos os gêneros, até a puberdade (Dan 17).  Baixa ingestão de cálcio
Os meninos apresentam maior massa magra que as  Baixa de vitamina D no organismo por falta de
meninas, mas após os 7 anos ocorre aumento de tecido exposição solar e erro alimentar;
adiposo em ambos os sexos como preparo para o estirão  Consumo insuficiente de frutas, legumes ,
puberal (recuperação ou rebote da adiposidade). Nesta verduras e cereais integrais;
fase ocorre o fenômeno da repleção energética, em que  Baixa ingestão de fibras;
meninos e meninas apresentam maior velocidade de  A omissão do café da manhã;
ganho de peso, como uma forma de guardar energia para  Utilização de lanches não programados ou
ser usada na fase de intenso crescimento pubertário. beliscos;
Por esse motivo, se o pré-púbere apresentar sobre-
 Fracionamento inadequado em consequência
peso (110% a 120% do peso relativo) e não houver
da omissão do desjejum, lanche da tarde e
evidências de fatores de risco para obesidade, não há
jantar;
necessidade de intervenção. E para esse aumento de
 Os horários irregulares e a ausência de padrão
reserva energética, a criança modifica seus hábitos
alimentar regular;
alimentares e apetite, com aumento do consumo de
 Consumo excessivo de alimentos em uma
alimentos energéticos (biscoitos, doces, sorvetes). E se a
única refeição;
presença destes não estiver prejudicando a ingestão de
 Inluência do hábito alimentar dos pais e
pelo menos 80% dos nutrientes ao crescimento adequado,
familiares (especialmente erros alimentares
não é necessário restringi-los. A inapetência comum do
qualitativos).
pré-escolar transforma-se em apetite voraz nessa fase.

Guias alimentares (Chemin e Dan):


Erros alimentares
Tem a finalidade de orientar a população, os quais
A criança nesta faixa etária passa a ser mais
atuam como instrumentos educativos para orientação
independente, decidindo por si mesma, seus gostos,
nutricional e alimentar, que, baseados nas recomendações
preferências e aversões. E esses fatores irão refletir nos
nutricionais, nos hábitos e nos comportamentos
hábitos gerais e alimentares da criança (Accioly).
alimentares, informam os indivíduos sobre a seleção, a
Alguns grupos de referência devem ser
forma e a quantidade de alimentos a ser consumida (Dan).
considerados no estabelecimento de hábitos
O guia alimentar da pirâmide foi desenvolvido para
alimentares e comportamentos: FAMÍLIA (1º grupo de
crianças acima de 2 anos de idade e é norteado por 3
referência), ESCOLA, MÍDIA e a GLOBALIZAÇÃO
princípios: 1. Variedade (nenhum grupo é mais ou menos
CULTURAL (influência nos valores e estilo de vida)
importante que o outro); 2. Moderação (consumir de
(Dan 17).
acordo com porções recomendadas); 3. Proporcionalidade
E é bastante comum a OMISSÃO do CAFÉ DA
(consumir mais alimentos da base da pirâmide e menos do
MANHÃ, o que acarreta menor desempenho escolar,
cume).
devido ao menor consumo de energia e outros nutrientes.
Chemin:
E é nessa fase também que se inicia o comportamento
sedentário. Quem não toma o café pode ter queda na
atenção e na habilidade de concentração, já as que
consomem e são mais atentas, criativas, energéticas e
apresentam melhor desempenho escolar, de modo que o
café da manhã deve conter fontes de riboflavina, zinco,
ferro, vitamina C e cálcio, além de ser realizado em família,
para servirem de exemplo (Dan 09).
A escola desempenha um papel fundamental no
desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis. O

196
A desnutrição nesta fase pode retardar o crescimento e
Dan 09: desenvolvimento da criança, causar apatia, retardo da
linguagem, diminuição na capacidade de concentração e
baixa resposta a estímulos. As crianças precisam de mais
alimentos nutritivos em proporção ao seu peso do que os
adultos.
A prática alimentar baseada na dieta balanceada
desde a infância é importante para o crescimento e
desenvolvimento saudável, visando à prevenção de
distúrbios nutricionais, além de reduzir os riscos de
doenças futuras como osteoporose e doenças crônicas
não transmissíveis.
A Sociedade Brasileira de Pediatria refere que 15%
das crianças brasileiras são obesas e o MS diz que até
50% apresentam anemia (Dan).

Energia:
No início da vida 40% da ingestão energética é
Dan 17 utilizada para o crescimento, por isso a necessidade de
energia é maior (110Kcal/kg/dia), mas esse percentual
decresce até 3% aos 2 anos de idade e permanece estável
até a adolescência (Chemin).
A energia dietética deve ser suficiente para assegurar
o crescimento e poupar proteína, sem ser de modo
excessivo que leve a obesidade.

Dan: um escolar necessita em média 70 a 90 kcal/kg/dia


4-6 anos (20kg) – 1800 kcal
7-10 anos (28kg) – 2000 kcal
Accioly09:

RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
A importância do atendimento às exigências
nutricionais é que a saúde na fase pré-escolar e escolar se
refletirá definitivamente na adolescência e na vida adulta.

197
Deve ser suficiente para promover crescimento e
Chemin: Para determinar a estimativa das necessidades desenvolvimento normais e ao mesmo tempo reduzir o
de energia (EER) em crianças menores de 3 anos utiliza- risco de doença aterosclerótica. A fim de reduzir a
se somente o peso da criança. A partir desta idade, prevalência de condições crônicas tais como doença
considera-se gênero, idade, altura, peso e nível de cardíaca, câncer, diabetes e obesidade tem se usado as
atividade física além de adicional de 20kcal/dia para recomendações da NCEP para crianças acima de 2 anos.
formação de tecidos com o crescimento, até 8 anos de
idade (Chemin) -3 a 8 anos: Accioly 09:

Meninos: EER = 88,5 – 61,9 x idade + CAF x (26,7 x


peso + 903 x altura) + 20
Meninas: EER = 135,3 – 30,8 x idade + CAF x (10 x peso
+ 934 x altura) + 20

Coeficiente de Atividade Física (CAF):


Meninos Meninas
Sedentário 1 1 A restrição excessiva de lipídeos pelas crianças
Pouco ativo 1,13 1,16 estabelecida para evitar a obesidade, ou tratamento, sem
Ativo 1,26 1,31 supervisão, de hipercolesterolemias, acarreta o risco de
Muito ativo 1,42 1,56 consumo deficiente de ácido graxos essenciais e vitaminas
lipossolúveis além de energia insuficiente para o
crescimento normal (Chemin).
Dependendo do método escolhido, os valores
encontrados serão bem diferentes. Sabe-se que a RDA Vasconcelos: 25 a 35%VET para crianças de 4 a 18 ano.
superestima em aproximadamente em 25% e que para
pacientes internados, imobilizados e sem os adicionais Idade Sexo Gorduras Ácido Ácido
energéticos relacionados a lesões, a melhor opção para o totais linoléico linolênico
cálculo é o GEB, pois a criança estará praticamente em (g/dia) (g/dia) (g/dia)
metabolismo basal. 4-8 Meninos ND* 10 0,7
Crianças que apresentam baixo peso ou retardo de Meninas ND* 10 0,7
9-13 Meninos ND* 12 1,2
crescimento nutricional precisam de mais energia e
Meninas ND* 10 1,0
proteínas para realizarem o catch up. Recomenda-se neste
caso utilizar o peso ideal para estatura para os cálculos
energéticos.  Proteínas:
As necessidades por kilograma de peso são maiores
Vasconcelos: Recomendação de energia a patir da IOM que as do adulto, necessitando também maior proporção
2005 que recomenda uso da DRI e cálculo da EER x CAF de aminoácidos essenciais.
A necessidade de proteína na infância é conceituada
como a dose mais baixa de proteína ingerida na dieta que
Distribuição de macronutrientes:
compensa as perdas orgânicas de nitrogênio associadas
com a formação de tecidos exigida para o crescimento.
Distribuição energética (Chemin) Dose inócua é definida como a necessidade média de
Carboidratos 55 a 60% Mínimo de 5 Evita cetose proteína acrescida de 2 desvios-padrão.
g/kg/dia e Crianças com dieta vegetariana ou com alergias
hipoglicemia alimentares ou que façam seleções alimentares limitadas
Lipídeos 25 a 30% Mínimo de Evita têm maior probabilidade de estar em risco de ingestão
25 a 35% 0,5 a 1 deficiência inadequada de proteína, embora sua deficiência seja
(Dan) g/kg/dia de ac. incomum.
Linoleico
Proteínas 10 a 15%
Accioly 09: O consumo deve ser ajustado de acordo com a
Distribuição energética (Accioly – IOM 2005) digestibilidade e o valor biológico (escore de aminoácidos).
Idade Proteínas Lipídeos Carboidratos Para tanto, corrigir a recomendação de proteínas pela
(%) (%) (%) digestibilidade de proteínas corrigido pelo escore de
1 – 3 anos 5 – 20 30 - 40 45 - 65 aminoácidos.
> 4 anos 10 - 30 25 - 35 45 - 65

 Lipideos:
197
 Necessidade proteica de acordo com FAO/OMS,
2007:
Idade (anos) RDA
Idade (anos) Proteína (g/kg/dia) Feminino Masculino
1 1,14 10 a 13 34 34
1,5 1,03 14 a 18 46 52
2 0,97 19 46 56
3 0,90
4 0,86
5 0,85  Carboidrato:
6 0,89 Existe uma tendência de aumento na ingestão do
7 0,91 CHO simples, que está relacionado com redução no
8 0,92 consumo de leite, carne e vegetais e elevado consumo de
9 0,92 sucos, resultando na deficiência de Fe, Zn e vit D. Em
10 0,91 escolares, parece haver aumento da prevalência de
obesidade, consumo elevado de açúcar e petiscos (34%
 Digestibilidade de proteína corrigida pelo escore do consumo energético diário), percepção inadequada do
de aminoácido de dieta a base de trigo, ervilha e peso corporal e conteúdo do desjejum inadequado.
leite em pó (FAO/OMS, 2007) NRC (1989) recomenda que o consumo de CHO
represente: 55% do consumo de energia total / dia, sendo
Idade (anos) Meninos e meninas até 10% de sacarose (Accioly 09).
0 a 5 anos 0,67 A fibra é necessária para a saúde e é um laxante
1 a 2 anos 0,72 normal das crianças. Sua importância no cardápio das
4 a 18 anos 0,79 crianças de deve ao seu efeito na diminuição dos níveis de
gordura total, saturada e colesterol, diminuindo os riscos
de doença coronariana e alguns tipos de câncer (Dan).
Chemin: para garantir a quantidade de aminoácidos
essenciais, deve-se dar 2/3 do total recomendado de AVB. Recomendações:
Dan 09 Idade + 5 = g de fibra /dia.
Idade (anos) g/dia g/kg/dia Até máximo de 25 a 30
1 -3 13 1,1 g/dia
4- 8 19 0,95 Accioly09 (g) 1 – 3 = 19,0
9 – 13 34 0,95 4 – 8 = 25,0
9 – 13 = meninos – 31 /
Dan (de acordo com RDA, 89): meninas - 26
14 – 18 = meninos – 38 /
Idade (anos) g/kg/dia meninas - 26
< 6 meses 2,2
6 12 meses 1,6 O Public Health Service (Accioly) recomenda que as
1 -3 1,2 crianças devam aumentar a ingestão de vegetais (frutas e
4-6 1,1 hortaliças) para, pelo menos, 5 porções ao dia.
7 - 10 1,0
Água e sódio:
Segundo a RDA as recomendações giram em torno
de 1,5ml/gasto energético/dia (Dan).
Vasconcelos:

Idade (anos) Proteína Proteína


segundo OMS segundo DRI
(g/kg/dia) (g/dia)
0 a 6 meses 1,52 9,1
7 a 12 meses 1,2 11
1 a 3 anos 1,05 13
4 a 8 anos 0,95 19
9 a 13 anos 0,95 34
14 a 18 anos 0,85 52 – meninos
46 - meninas

Recomendação de proteínas para adolescentes:

198
Vasconcelos: A recomendação é facilmente atingida com 2 copos
de leite, ou 01 iogurte + 01 copo de leite. Cada copo de
Idade (anos) L/dia leite contem 250mg de cálcio e a alta biodisponiblidade
0 a 6 meses 0,7 nos produtos lácteos está relacionada com o conteúdo de
7 a 12 meses 0,8 vit D e com a presença de lactose. Fontes: produtos
1 a 3 anos 1,3 lácteos e vegetais de folhas verdes, leguminosas, tofu,
4 a 8 anos 1,7 ovos, mariscos, nozes e castanhas.
9 a 13 anos 2,4 De 1 a 3 anos deve-se manter o consumo de leite
14 a 18 anos 3,3 para garantir o fornecimento de 500mg/dia (ingestão
adequada), mas evitar a substituição de refeições salgadas
por leite, prejudicando o consumo dos demais nutrientes.
 Vitaminas e minerais: A biodisponibilidade do cálcio de origem vegetal pode
As deficiências mais comuns são: ser afetada por inibidores de absorção (oxalatos e fitatos),
 Chemin, Dan 09: ferro, cálcio e vit A A soja é uma exceção, pois apesar de conter inibidores, os
 Chemin, Dan 17: zinco produtos derivados industrializados têm alta
 Dan 09: vitamina C biodisponibilidade do mineral. São boas fontes de cálcio:
 Dan 17: vitamina D soja, brócolis, couve flor e couve, por conterem pouco
ácido oxálico.
A AAP não recomenda a suplementação de vitaminas A prevenção de osteoporose é mais eficiente durante
e minerais de rotina salvo em situações de risco como em a infância e adolescência, quando os ossos estão
crianças com anorexia, baixa ingestão de alimentos, crescendo rapidamente e estão mais sensíveis à influência
doenças crônicas, dietas restritivas, baixo consumo de ambiental como a dieta e atividade física.
produtos lácteos, falta de exposição solar.
Recomendação:
Ferro:
Crianças entre 1 e 3 anos de idade estão em alto  1 a 3 anos: 700 mg/dia (Dan 17)
risco de anemia ferropriva, devido ao aumento de  4 a 8 anos: 1000 mg/dia ( Dan 17 – 800mg/dia)
hemoglobina e massa total de ferro, e a dieta não ser rica  9 a 18 anos : 1300 mg/dia (Dan 17 – 1300mg/dia
neste nutriente. A anemia ferropriva atinge 9% das 9 a 13 anos)
crianças que estão engatinhando, é um problema menos
significativo entre as crianças pré escolar e escolar.
A deficiência de ferro pode alterar a Zinco:
neurotransmissão dopaminérgica, com redução da O zinco é essencial para o crescimento. Sua
mielinização, prejudicando funções cognitivas. necessidade está aumentada em função da sua
Crianças anêmicas apresentam padrão que consiste participação na síntese de ac nucléico e no metabolismo
no atraso da aquisição da linguagem, da coordenação das proteínas (Chemin).
do equilíbrio corpóreo e do desenvolvimento motor A sua deficiência resulta em insuficiência no
(Dan 17). crescimento, falta de apetite, acuidade de paladar
Deve-se estabelecer uma alimentação adequada com diminuída, e cicatrização de feridas prejudicada, alopecia,
presença de facilitadores de absorção de ferro, como os diarréia, atraso na maturação sexual, prejuízo no sistema
ácidos orgânicos (málico, tartárico, ascórbico, cítrico) e imunológico e acrodermatite.
diminuição dos inibidores da absorção (Chemin). Suas principais fontes são carnes de frutos do mar, e
DRI (Dan, 17): nos alimentos de origem vegetal tem baixa
- 4 a 8 anos = 10mg/dia biodisponibilidade pela presença de fitatos e fibras.
- 9 a 13 anos = 8mg/dia Segundo Dan 17, os principais alimentos que contém
Políticas públicas de fortificação das farinhas zinco são carnes bovina, de frango e de peixe, fígado,
com ferro e ácido fólico e a oferta de múltiplos gérmen de trigo, grãos integrais, castanhas, cereais,
micronutrientes em creches públicas (NutriSUS) são legumes e tubérculos.
estratégias governamentais para minimizar a anemia
(Dan 17). Recomendação:
 1 a 3 anos: 3mg/dia,
 4 a 8 anos: 5mg/dia (Dan 17)
 9 a 13 anos: 8mg/dia (Dan 17)
Cálcio:
A ingestão adequada de cálcio é um dos fatores que Vitamina D
auxiliam a maximização da massa óssea durante a É necessária para absorção de cálcio e deposição
infância e a adolescência, contribuindo para prevenção de deste nos ossos, bem como para a prevenção do câncer,
riscos de fraturas na vida adulta. Sua necessidade distúrbios autoimunes, doenças cadiovascularese
depende das taxas individuais de absorção e da infecciosas. A alimentação contribui com menos de
quantidade de proteína, vit D e fósforo. 10% para a biodisponibilidade dessa vitamina (Dan 17).
As principais fontes alimentare são salmão, atum,

199
sardinha, arenque, óleo de fígado de bacalhau, gema A suplementação de vitaminas e minerais é
de ovo, bife de fígado, leites, sucos e cereais recomendada para crianças:
fortificados (Dan 17). A principal forma d eobtenção é a  com anorexia
partir da exposição a radiação ultravioleta (Dan 17).  com doenças crônicas (ex. Fibrose cística, DII,
doença hepática)
Recomendação:  famílias carentes ou aquelas que são abusadas
 Lactentes (até 1 ano): 400 UI (10 mcg) ou neglicenciadas
 Crianças (1 a 18 anos): 600 UI (15 mcg)  que fazem uso de um programa dietético para
obesidade
Vitamina A (Chemin)  que não consomem quantidades adequadas de
Contribui para um maior risco de hipovitaminose A: a produtos lácteos
introdução de alimentos pobres em vitamina A, o aumento  com dificuldades de desenvolver
da necessidade do nutriente para o crescimento, as
múltiplas patologias freqüentes neste grupo etário, que Recomendações em relação à atividade física:
aumentam a demanda metabólica e a desnutrição que É fundamental para prevenção da obesidade e
compromete seu estoque, transporte e utilização. manutenção de um bom estado de saúde. Em relação à
A hipovitaminose A é considerada um problema de atividade física, recomenda-se que a criança pratique
saúde pública quando os valores séricos de retinol em atividade física ou participe de brincadeiras vigorosas
20% da população são inferiores a 0,7 μmol/L. Está durante 60 minutos/dia. Devem ser desestimulados hábitos
associada a 23% das mortes por diarreia de crianças de vida sedentários, e o tempo de permanência assistindo
brasileiras, por isso se faz a suplementação em crianças televisão ou brincando com vídeo games e computador
de 6 a 59 meses de idade e puérperas no pós parto deve ser limitado a no máximo 2 horas/dia, sendo prudente
imediato residentes em regiões de alta prevalência. recomendar que se evite televisão no quarto das crianças.
Crianças com deficiência de vitamina A são mais
susceptíveis a infecções. Determinantes do consumo alimentar:
As principais fontes são leite humano (melhor 1. Número de intervalos entre as refeições: Está
fonte para o lactente), e alimentos de origem animal positivamente relacionado com o volume da refeição.
como carnes, fígado, óleos de diferentes pescados, Grandes refeições estão associadas a intervalos maiores,
v´siceras, gema de ovo, manteiga e leite de vaca e pequenas refeições com intervalos mais curtos.
integral (Dan 17). Os principais alimentos de origem 2. Tamanho das refeições: A criança é capaz de
vegetal, ricos em carontenoides e betacaroteno são os regular a quantidade ingerida. Crianças ingerem maior
vegetais amarelo-alaranjados (cenoura, abóbora), quantidade de dietas de menor densidade energética e
vegetais verde-escuros (espinafre, brócolis) e frutas vice-versa. Após refeições muito densas elas selecionam
não cítricas laranjas (manga, pêssego, mamão), óleos menor variedade de alimentos dando preferência aos
e frutas oleaginosas (buriti, pupunha, dendê, pequi). preferidos que comumente são ricos em açúcar e gordura.
(Dan 17). 3. Tipos de alimentos presentes nas refeições: Há
Demonstrou-se que a suplementação de vitamina A uma preferência inata pelo sabor doce e rejeição do sabor
pode aumentar os níveis séricos de ferro e na deficiência amargo e azedo. Mas ela também pode ser moldada por
de vit A há facilidade para ocorrência de anemia. experiências repetidas com o alimento (8 a 9 vezes –
Chemin), contexto social (preferem alimentos associados
com contextos positivos) e com as conseqüências
fisiológicas da ingestão do alimento. Crianças
amamentadas ao seio têm menor rejeição ao novo
alimento.

Padrões de ingestão:
Os nutrientes mais prováveis de serem baixos ou
deficientes em dietas de crianças são cálcio, ferro, zinco,
vit B6 e vit A. Comparado com a ingestão de nutrientes na
lactância, a dos pré-escolares têm diminuição em cálcio,
fósforo, riboflavina, ferro e vit A. As principais influências
na ingestão alimentar são:
Ambiente familiar (pais e parentes servem de
modelo, e os hábitos e aversões estabelecidos nesta fase
serão levados até a fase adulta, as crianças pequenas não
possuem a capacidade de escolher uma dieta balanceada,
nutritiva)
Tendências sociais (mães que trabalham fora de
casa)
Meios de comunicação (a televisão pode ser
prejudicial ao crescimento e desenvolvimento na medida

200
em que encoraja a inatividade, as crianças são incapazes  Evitar alimentos de alta concentração energética
de distinguir as mensagens de comerciais do programa e calorias vazias, principalmente nas 2 horas antes das
normal) grandes refeições. Não devem receber nenhum alimento
Pressão dos colegas (A influência de colegas ou bebida 1½ h antes de uma refeição
pode se manifestar por uma recusa súbita de um alimento  Guloseimas não devem ser proibidas pois
ou o pedido de um alimento estimularão mais ainda o interesse da criança, mas deve
“ popular”) ser consumido em horários adequados
Enfermidade ou doença (podem ter o apetite  Reduzir a ingestão hídrica durante as grandes
diminuído e ingestão alimentar limitada) refeições para evitar a saciedade precoce. Podem ser
oferecidos após as refeições, de preferência água ou
As crianças não aceitam o alimento novo sucos naturais (Chemin).
prontamente, o que é conhecido como neofobia (é uma  Não forçar a criança, nem castigá-la em caso de
resposta normal e que pode ser modificada pelas ofertas recusa alimentar. Há uma variação normal no apetite da
repetidas do alimento), preferindo os doces e calóricos, criança e aceitação das refeições
além disso, às vezes a criança só aceita os lácteos pelo  Oferecer o alimento novo em pequenas
conforto de ingerir um alimento conhecido, ou pelo medo quantidades, se houver recusa, mudar a forma de
dos pais em oferecer sólidos, ou elas têm preferência por preparação ou aguardar um intervalo até a próxima
alimentos pastosos ou líquidos e os pais com medo que a apresentação. Chemin: substituir por outro alimento do
criança perca peso oferecem só aqueles alimentos que mesmo grupo.
são aceitos.  Sobremesas não devem ser utilizadas como
A recusa alimentar pode também ser resultado de recompensas para evitar sua supervalorização
ameaças, subornos, insistência dos pais, o que pode levar  Horário da refeição deve ser agradável, mas não
até a uma anorexia verdadeira. A anorexia ou inapetência um entretenimento. Uma atividade quieta ou descanso
é uma das mais freqüentes queixas na pediatria, mais no imediatamente antes da alimentação conduz a uma
2º ano de vida (principalmente entre 14 a 60 meses de refeição relaxada e agradável. Se o escolar se mostrar
idade), quando a velocidade de crescimento diminui e inapetente, verificar os alimentos que ele está consumindo
consequentemente diminuem também as necessidades entre as refeições (Chemin)
nutricionais e o apetite. A maioria das queixas é, na  Deixar a criança manipular os alimentos.
verdade, indisciplina alimentar, seletividade alimentar e Incentivar a criança a explorar o alimento
preferência por alimentos líquidos ou semi-sólidos,  Evitar ao máximo o uso da mamadeira, oferecer
principalmente os lácteos. Os estimulantes de apetite não líquidos em copo
devem ser utilizados, é necessário que a criança  Instituir práticas alimentares saudáveis (Accioly):
experimente o alimento várias vezes e para aquelas que  ↓ consumo de doces e similares nos intervalos
estão abaixo do peso esperado, deve-se aumentar o das refeições;
aporte calórico.  ↓ uso de açúcar refinado para adoçar
preparações;
Evitar compartilhar utensílios às refeições.
 Servir os alimentos em temperatura agradável
 Habituar a comer petiscos saudáveis, como frutas
Orientações que devem ser dadas aos pais como forma de frescas e desidratadas, legumes, queijo picado, etc. Mas
garantir a aquisição de bons hábitos alimentares pela não estimular o consumo de petiscos enquanto se assiste
criança: televisão.
 A criança deve controlar seu consumo alimentar,  Evitar alimentos com risco de sufocamento:
principalmente em relação ao tamanho da refeição. Deixar salsichas inteiras, bala dura, amendoim, pipoca, frutas
a criança auto limitar-se. pequenas (uvas, cerejas) e pedaços grandes de alimentos.
 Diversificar alimentos, formas de preparo e E castanhas e azeitonas
apresentação das refeições. A refeição deve ter um  Alimentos ricos em gordura saturada e colesterol
aspecto saboroso para estimular o apetite. devem ser substituídos pelos ricos em poliinsaturados.
 Servir pequenas porções de alimentos,  Aumentar o consumo de frutas e hortaliças in
oferecendo novas quantidades se necessário. A porção do natura.
alimento deve ser de acordo com a aceitação, o ideal é  Integrar a criança na cozinha pode torná-la mais
oferecer sempre pequenas quantidades e perguntar se responsável e comprometida com a alimentação
deseja mais.  Fazer companhia às refeições, pois isso influencia
 As crianças em idade escolar, devido à menor na aceitação das mesmas
capacidade e apetites variáveis, se dão melhor com  Em caso de restrições alimentares a família deve
porções pequenas e mais freqüentes, a maioria se tentar preparar alimentos semelhantes aos proibidos, mas
alimenta de 4 a 6 vezes/dia. que possam ser consumidos, em vez de consumir
 Fracionamento da dieta: 6 refeições diárias escondido ou parar de consumir
incluindo os lanches. Mas estabelecer rotina para
alimentação com horários definidos e regulares Orientações para prevenção de obesidade e doenças
cardiovasculares (Accioly 09):

201
Dieta deve conter valor energético suficiente para a proteger os dentes contra cárie, pois impedem a
permitir crescimento adequado. diminuição do pH, então as sobremesas e doces devem
Não incluir na mesma na refeição mais de um ser incorporados às refeições e com pouca frequência. O
alimento rico em amido, como cereais, tubérculos e raízes flúor deve ser fornecido às crianças através de suprimento
Aumentar o consumo de frutas e hortaliças cruas de água fluoretada ou com um suplemento de flúor.
ou na forma de preparações culinárias agradáveis e
variadas. Accioly:
Evitar consumo excessivo de sucos. Limitar o Alimentos contendo açúcares e amidos podem ser
consumo para cerca de 1 copo por dia, para a faixa etária facilmente hidrolisados pela Alfa amilase e bactérias,
de 1 a 6 anos, e dois copos por dia, para a faixa etária de 7 podendo produzir ácidos que aumentam o risco de cáries.
a 18 anos. Evidências tem apontado que o hábito alimentar de
Aumentar o consumo de peixe para cerca de 2 mamadeiras noturnas, especialmente adicionadas de
vezes por semana. sacarose e cereais, está associado ao desenvolvimento de
Utilizar óleos vegetais no preparo dos alimentos. cáries.
Evitar frituras e alimentos gordurosos.
Evitar alimentos ricos em gordura saturada e Medidas preventivas contra a cárie:
colesterol. • Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses
Não se recomenda restrição de gordura e • Restringir açúcar refinado, balas e refrigerantes na
colesterol para crianças menores de 2 anos de idade. Após alimentação da criança
essa idade, a criança poderá receber leite desnatado ou • Se a criança dormir enquanto estiver sendo
semi-desnatado. amamentada, é importante que a mãe limpe a boca da
Restringir doces e refrigerantes. criança
Reduzir o consumo de sal especialmente de • É totalmente contra indicado oferecer mamadeiras
alimentos processados. ou qualquer outra bebida à criança enquanto estiver
dormindo
Problemas de saúde mais frequentes • Não é recomendada a utilização de creme dental
com flúor antes de 2 anos de idade e enxaguatórios bucais
Desnutrição: Após o desmame e adaptação à dieta familiar com flúor antes de 6 nos de idade.
aumenta o risco de deficiências nutricionais e desnutrição
protéico-energética, agravadas pelas comuns infecções Constipação: Deve-se estimular o consumo de alimentos
em crianças menores de 5 anos, especialmente em países ricos em fibras, mas evitando seu excesso, pois sua
em desenvolvimento. densidade energética é baixa e a capacidade gástrica
infantil é reduzida. Além disso, pode prejudicar a absorção
Obesidade: Objetivo do tratamento do obeso é reduzir o de cálcio, ferro, cobre, magnésio, fósforo e zinco. Pode
ritmo de aumento ponderal com restrição da ingestão resultar em falta de apetite, menor ingestão de alimentos e
excessiva sem provocar depleção e aumentar a atividade dificuldade em se desenvolver.
física da criança. Não deve ser feita redução energética
abaixo das necessidades a ponto de provocar perda de Recomendações:
peso, pois pode causar prejuízos sobre a estatura e  Estimular o consumo de uma porção de fruta a
desenvolvimento do SNC. Quanto mais tempo a criança cada refeição sob a forma de sucos não coados, saladas
estiver com sobrepeso, mais provável é que o estado ou cremes.
continue na adolescência e na fase adulta. As crianças  Variar as opções culinárias utilizando hortaliças
cujo rebote de adiposidade de crescimento normal ocorre em geral e frutas desidratadas.
antes de 5 anos e 6 meses têm probabilidade maior de  Aumentar a ingestão de líquidos. A
serem mais pesadas na fase adulta do que aquelas cujo recomendação é de cerca de 1,5ml/kcal. É desejável que
rebote ocorre após os 7 anos. cerca de 50% da ingestão diária de líquidos seja de água,
com exceção dos lactentes em AM, já que o LH contém
Cárie dentária: cerca de 80% de água. Em geral, a criança perde cerca de
Tem relação direta com o consumo de açúcar. Parece que 800 ml de água/dia, sendo cerca de 200 ml nas fezes.
a higiene bucal regular tem maior impacto na prevenção de Portanto recomenda-se a ingestão de 4 a 6 copos de
cárie do que restrição de açúcar, portanto é recomendada água/dia.
a escovação após as refeições em crianças maiores e  Estimular o consumo de alimentos com grande
limpeza da cavidade oral de bebês com gaze ou fralda concentração de fibras (leguminosas, cereais integrais,
limpa umedecida com água. Deve-se habituar o paladar da legume, verduras, frutas e vegetais folhosos). O consumo
criança a um sabor doce de menos intensidade, reduzir o de legumes e vegetais folhosos devem ser oferecidos
consumo de doces e similares nos intervalos das preferencialmente crus. Em relação às frutas, deve-se dar
refeições, e evitar a utilização compartilhada de utensílios preferência às laxativas (mamão, ameixa fresca e
nas refeições evitando problema de origem infecciosa. desidaratada, laranja com bagaço, abacate, abacaxi,
tangerina, melancia, fruta de conde); inteiras ou em
Os alimentos protéicos (queijo, nozes e carnes) quando pedaços e sempre que possível com casca, pois fornecem
consumidos junto com os mais fermentáveis podem ajudar mais fibras do que na forma de sucos e de polpa
202
amassada. Frutas desidratadas mantidas em remolho (ex:  Mais críticos para o aumento de peso e suas
ameixa) podem ser mais fáceis de consumir. Estimular o consequências
consumo de 1 porção de fruta a cada refeição.  Desestimuladores da formação de hábitos
 Pode-se tb substituir parte da farinha de trigo no alimentares saudáveis
preparo de bolos e outras preparações, por aveia em  Equiparados à guloseimas das crianças
flocos ou farelo de aveia ou de arroz.
 Alimentos que estimulam pouco (maçã, Além disso, deve haver junto aos alunos ações de:
banana, pães, arroz, batata, farinha de mandioca,  Educação nutricional
maisena), não precisam ser excluídos do plano alimentar,  Avaliação sistemática do estado nutricional
porém devem ser utilizados em combinação com alimentos  Incentivo à prática regular de atividade física
que estimulem o trânsito intestinal.
 Recomenda-se o uso de lactobacilos: O Essas ações devem envolver toda a escola e também
Lactobacillus acidophilus ou Lactobacillus bifidus ajudam a a família e comunidade que o escolar pertence. Há
criar uma flora intestinal favorável, produtora de ácidos necessidade de incorporar o tema saúde e nutrição na
orgânicos, o que é útil para aliviar a constipação. formação dos professores.
 Evitar ou usar moderadamente alimentos
flatulentos, os quais podem trazer desconforto intestinal, Cantina escolar (Dan):
como: couve-flor A maioria comercializa produtos ricos em gordura e
 Deve-se desencorajar a substituição das açúcares. Cabe aos dirigentes da escola, a associação de
grandes refeições por preparações ou fórmulas lácteas. pais e mestres, a sensibilização dos donos das cantinas
 Estimular o consumo de leguminosas no para a oferta de alimentos saudáveis, com preços
almoço e jantar. acessíveis. No município do RJ é proibida a venda de
 Os farelos de cereais são os que possuem guloseimas nas cantinas e em torno das escolas da rede
maior concentração de fonte de fibras, mas devem ser municipal. Mas só isso não é necessário, pois pode
usados com moderação em casos de constipação mais estimular a valorização do alimento proibido, então deve
intensa devem ser adicionados a alimentos bem aceitos ser feito um trabalho de educação nutricional.
pelas crianças e divididos em 3 doses/dia, usando em Em 2012 o Ministério da Saúde assinou o Acordo
média 1 colher de sobremesa. No entanto é possível de Cooperação Técnica com a Federação Nacional de
elaborar uma dieta rica em fibras sem a utilização desses Escolas Particulares (FENEP) para implementar ações
produtos. voltadas a promoção da qualidade de vida e à
 Em situações festivas, os biscoitos prevenção de fatores determinantes e/ou
salgadinhos podem ser substituídos por pipoca ou condicionantes de doenças e agravos à saúde no
biscoitos integrais e os doces por frutas desidratadas. ambiente escolar (Dan 17).
 Desencorajar a substituição das grandes
refeições por preparações ou fórmulas lácteas Recomendações em relação à atividade física:

Alimentação escolar e educação nutricional (Dan): Accioly:


A escola é um importante local para promover a Em relação à atividade física, recomenda-se que a
alimentação saudável, pois a criança realiza grande parte criança pratique atividade física ou participe de
das suas refeições ali e o escolar é um potencial agente de brincadeiras vigorosas durante 60 minutos/dia.
mudança na família e na comunidade, atingindo-se um Devem ser desestimulados hábitos de vida
grande percentual da população. Cabe a escola dar o sedentários, e o tempo de permanência assistindo
exemplo de alimentação adequada. Pelo PNAE (Programa televisão ou brincando com vídeo games e computador
Nacional de Alimentação Escolar) é recomedado que o deve ser limitado há no máximo 2 horas/dia, sendo
cardápio seja de baixo custo e que NÃO tenham as prudente recomendar que se evite televisão no quarto das
seguintes características: crianças.
 Fonte predominante de calorias
 Altamente cariogênico

203
Resumo segundo Dan 17 das diretrizes alimentares para escolares (7 a 10 anos)

diagnóstico deve ser baseado na inclinação da curva e não


AVALIAÇÃO NUTRICIONAL em um único ponto.
Nos casos de pacientes hospitalizados, a avalição
DE CRIANÇAS deve ser realizada nas primeiras 24 horas de internação.
São hormônios (fator intrínseco pós concepcionais)
influentes nas 4 fases do crescimento:
A criança constitui um grupo extremamente • Intrauterino: insulina, lactogênio placentário,
vulnerável do ponto de vista nutricional, já que apresenta somatotrofina coriônica e somatomedinas.
elevada velocidade de crescimento, principalmente no 1° • Fase de lactente: hormônios tireoidianos
ano de vida (Chemin), por isso é importante a avaliação e • Fase pré puberal: hormônio de crescimento
monitoração do seu estado nutricional. hipofisário (GH)
A realização das medidas de maneira sistematizada e • Fase puberal: esteroides sexuais, somatomedinas e
cronológica através das curvas de crescimento permite o GH
acompanhamento do processo de crescimento e detecção
precoce de situações de risco que possam interferir
negativamente na condição nutricional e Avaliação do EN de acordo com faixa etária
consequentemente na saúde do individuo. A caderneta da
criança, disponibilizada pelo Ministério da saúde é uma
boa ferramenta para o acompanhamento longitudinal. O
A) Recém nascido & Lactentes
41
A duração da gestaçao, o peso pré-gestacional da 1º trimestre 700g/mês 25 a 30 g/dia
mãe, e o ganho de peso materno determinam o estado 2º trimestre 600g/mês 20 g/dia
nutricional da criança ao nascimento. Depois do 3º trimestre 500g/mês 15 g/dia
nascimento, o crescimento da criança é influenciado pelos 4º trimestre 300g/mês 10 g/dia
fatores genéticos e dietéticos.
O acompanhamento do estado nutricional para < 1
ano de idade, deve levar em consideração: PESO,  Comprimento/ Altura
COMPRIMENTO e PERÍMETRO CEFÁLICO. o Taxa de ganho de peso nos primeiros anos de
Para crianças menores que 2 anos normalmente usa- vida: 1 mm/dia, reduzindo para 0,4 mm/dia até 1 ano
se a balança pediátrica (“de mesa”) e antropômetro o Primeiro ano de vida: incremento de 50% na
horizontal. A partir desta idade já pode usar a balança altura
plataforma e estadiômetros ou então uma fita métrica fixa o Segundo ano de vida: 12 cm
na parede. o Terceiro ano de vida: 8 a 9 cm
o Anos restantes: 7 cm/ano (Dan: 6 cm/ano)
Características da faixa etária:
Logo após o nascimento a criança perde 5 a 10% B) Crianças de 1 a 10 anos
de seu peso, como forma de compensar a retenção hídrica
que ocorre no nascimento e o recupera por volta de 7 a 10  Antropometria As medidas mais utilizadas em
dias. crianças são: peso e estatura (comprimento para < 24
A água corpórea total diminui em 70% no meses) e a circunferência de braço.
nascimento para 60% com 1 ano de idade, esse
decréscimo e devido à perda de agua extracelular, que o Peso Expressa a dimensão da massa
diminui de 42% para 32% aos 12 meses de idade corporal, incluindo tecido adiposo e muscular. Se modifica
De um modo geral, o recém nascido apresenta de forma rápida e intensa em intervalos curtos de tempo,
proporcionalmente muito menos massa muscular (25%) do permitindo diagnóstico precoce da desnutrição, e da
que o adulto (40%) e ao nascer, meninos e meninas não recuperação do estado nutricional, mas sua medida
diferem quanto à composição corporal. isolada não indica qual compartimento corporal está
Há um aumento é em média do peso e altura comprometido.
para meninos e meninas durante os primeiros dois meses. Crianças com edema não devem ser classificadas
Os RN a termo têm incremento de peso em torno de antropometricamente quanto ao seu EN. O edema
30g/dia e 5cm/mês no comprimento (Chemin) caracteriza estado clínico indesejado, portanto, quando a
Bebês que tendem a ter maior estatura atingem criança edemaciada apresenta perda de peso importante
sua curva de crescimento entre o 3º e o 6º mês, já os em horas/dias, é um indicativo de que a terapia clínica e
nascidos com ≤ percentil 10 para altura podem não atingir nutricional está sendo eficaz.
a curva até 1 ano de idade.
o Estatura Indicador para avaliação do tamanho
Curvas de crescimento: corporal e do crescimento linear. As modificações ocorrem
em períodos de tempo prolongados, de modo que seu
déficit reflete agravos do estado nutricional de longa
duração. O termo estatura não é adequado para crianças
menores de 2 anos, neste caso deve-se medir a criança
deitada, o que é chamado de comprimento. O
comprimento é aproximadamente 0,5cm a 1,5cm maior
que a altura. O ganho em altura é proporcionalmente mais
lento que o aumento de peso. Assim na vigência de um
déficit nutricional em qualquer idade, a altura não sofre
impacto imediato, mas o peso sim. E ao ocorrer prejuízo
na estatura, parece não haver condições de recuperação.

Ganho de peso e comprimento: o Circunferência do braço (ou perímetro braquial –


Chemin):Reflete tanto as reservas de energia como a
 Peso massa protéica. É recomendada na avaliação do estado
o Taxa de ganho de peso nos primeiros anos de nutricional de crianças até 5 anos de idade. Considera-se
vida: 25 a 30 g/dia como ponto de corte o valor de 12,5cm, abaixo disso é
o Ao redor do 4 a 6 meses: dobra o peso considerado baixo peso, equivalendo-se ao índice
o No primeiro ano de vida: peso do nascimento peso/altura.
triplica É recomendado como alternativa para avaliações
o Anos restantes: ganho de 2,0 -3,0 kg/ano = rápidas do estado nutricional quando não é possível a
1/3 do peso ganho no primeiro ano de vida utilização de peso e altura. É simples, fácil, rápido e de
baixo custo (Chemin).
Período Ganho de peso

204
Vantagens: Simplicidade do instrumento. Facilidade e (Chemin). As mais recomendadas na avaliação de
rapidez de coleta e interpretação dos dados. Boa crianças são a triciptal e a subescapular, por possuírem
aceitabilidade e Baixo custo. Maior cobertura populacional. valores de referência (Frisancho), valores acima de p90
Replicabilidade. indicam risco à saúde, e abaixo do percentil 5 representam
Desvantagens: A medida isolada de apenas um aumento no risco de morbidade (Chemin).
segmento corporal, limita a obtenção de diagnóstico mais As mais indicadas para crianças: triciptal,
global. E deve ser comparada a tabelas de referência subescapular, biciptal, abdominal e suprailíaca.
(Chemin).
Vantagens:
o Perímetro torácico (PT) Até os 2 anos de  Mede a composição corporal não só o volume
idade possui valor como índice de estado nutritivo  É de maior acessibilidade econômica
(funciona como indicador de reserva adiposa e massa  Sua acurácia depende do treinamento do avaliador
muscular), depois sofre influência da atividade física.
Desvantagens:
o Perímetro cefálico (PC) ou Circunferência  Variações na distribuição do tecido adiposo de
occiptofrontal (Chemin) Deve ser realizado acordo com idade e sexo
prioritariamente em crianças até 2 anos (Chemin) de  Inexistência de parâmetro de referência
idade, pois reflete indiretamente o crescimento cerebral, levando em consideração a etnia
acelerado nesta fase, porém, NÃO reflete necessariamente  Depende do treinamento do avaliador
retardo do crescimento do sistema nervoso (Chemin). (Chemin).
Espera-se um aumento de 1cm/semana.
 RN= 34 a 35cm o Circunferência da cintura Serve como
 6 meses = 42 a 44 cm indicador de doença cardiovascular inclusive em crianças e
 1 ano = 45 a 47 cm adolescentes. A grande limitação para o seu uso, é a falta
de pontos de corte específicos para as crianças.
PC é utilizado para diagnóstico de estados
patológicos de microcefalia, macrocefalia e hidrocefalia; e o Alvo parenteral (canal familiar): compara a
antropometricante ele é utilizado para classificação da altura da criança à altura dos pais. Quando o percentil do
desnutrição pelo indicador PTorácico/PCefálico. pai e da mãe é semelhante, existe grande probabilidade da
Interpretação: Relação CC/idade = Adequado entre p10- criança atingir na vida adulta um percentil muito próximo
p90 (Chemin). do familiar. Entretanto, no caso em que a estatura dos pais
é muito discordante, a altura alvo-familiar não é muito
informativa.

o Idade óssea (IO): capaz de avaliar o


crescimento por meio da avaliação da maturação óssea
o Relação Perímetro braquial/perímetro cefálico:
episária (núcleos de ossificação), analisando através de
Reflete a proporcionalidade do crescimento e tem relação
radiografia, os ossos das mãos e punhos. Nos menores de
direta com a IG. Ao nascimento reflete a nutrição fetal, e o
1 ano são analisados pé e quadril. As imagens são
acompanhamento por este índice pode refletir a reserva
comparadas a referências.
muscular ou tecido muscular.
O desenvolvimento dos ossos é caracterizado por
Bom indicador do estado proteico-calórico do RN e
uma sequência de maturação, com aparecimento
permite caracterizá-lo quanto à restrição de crescimento
progressivo de núcleos de ossificação que variam em
intrauterino. Valores < p5, seriam indicativos de restrição
tamanho e forma desde o nascimento até o final de
intrauterina.
desenvolvimento puberal.
Essa relação avalia a proporcionalidade corpórea,
Idade óssea = idade cronológica → Indicador de
baseada no princípio da preservação relativa do
baixa estatura familiar.
crescimento cefálico comparado a perda muscular e de
Idade óssea < Idade cronológica → Indicador de
gordura em períodos de nutrição marginal. No entanto, a
atraso constitucional do crescimento.
medida de PB não é realizada como rotina na prática
clínica.
 Índices antropométricos: São construídos a
partir de duas medidas antropométricas brutas, já que
o Dobras cutâneas: medem a quantidade de tecido
isoladamente as medidas não permitem uma avaliação
adiposo subcutâneo e consequentemente as reservas de
nutricional precisa. Os mais utilizados são:
energia do organismo e o estado nutricional atual. É de
fácil acesso, mas depende do treinamento do avaliador
205
o Peso por idade (P/I) Reflete o peso em relação Os índices antropométricos mais amplamente usados e
à idade cronológica, é influenciado tanto pelo peso como recomendados pela OMS e MS na AN de crianças e
pela estatura. Em situações onde há uma relação elevada adolescentes são:
para este índice utiliza-se o termo sobrepeso, já a
utilização do termo desnutrição global deve ser
desencorajada. É preconizado em crianças menores de 2 Faixa etária Crianças Crianças de Adolescen
anos, pois o peso nesta faixa etária é o parâmetro que tem de 0 a 5 5 a 10 anos tes (10 a
maior velocidade de crescimento, variando mais em função anos incompletos 19 anos)
da idade do que do comprimento. É um indicador do completos
estado nutricional atual (Chemin). ----
Índice Peso para Peso para
o Altura por idade (A/I) ou (E/I) Reflete o antropométrico idade idade
crescimento linear alcançado para uma idade específica e
seus déficits indicam inadequações acumuladas a longo Estatura Estatura Estatura
prazo, ou seja, fornece um quadro de história nutricional para idade para idade para idade
passada, permitindo observar a cronicidade do agravo ----
nutricional (Chemin). As crianças com baixa estatura para Peso para
idade podem ser classificadas como baixas ou com estatura
nanismo (stunting). O primeiro termo é utilizado para
descrever um baixo valor de E/I, já o segundo termo, IMC para IMC para IMC para
implica em um processo patológico que demanda cuidados idade idade idade
nutricionais específicos. Caso contrário, assume-se que
estas crianças são geneticamente baixas. A utilização do
termo desnutrição crônica deve ser desestimulada como Interpretação dos Índices
sinônimo de baixa E/I, por não permitir diferenciar um  Percentis: O percentil mostra a frequência com
processo passado e um de longa duração, mas que se que ocorre determinado peso ou estatura em um
mantém presente. determinado grupo populacional de acordo com o sexo,
faixa etária ou estado fisiológico, o percentil 50 é
o Peso por altura (P/A) ou (P/E) Reflete a considerado ideal. É o mais utilizado nos serviços básicos
harmonia do crescimento com o peso e não requer o uso de saúde.
da idade. As crianças com baixo peso para estatura podem Os pontos de corte mais importantes são: p3
ser classificadas como sendo portadoras de magreza ou (indicador de desnutrição); p50 (equivalente à media ou
emaciação (wasting). O primeiro termo não implica mediana); p97 (indicador de sobrepeso).
associação com um processo patológico, já o segundo
resulta de um processo grave de fome ou doença. O uso Limitações:
do temo emaciação em nível populacional é apropriado - O mesmo intervalo de percentis correponde a diferentes
somente quando a prevalência do P/E é > 3% (- 2DP). A mudanças de valores absolutos de estatura ou peso.
OMS não recomenda mais a utilização dos termos Assim não serve para calcular média e desvio padrão.
desnutrição aguda, corrente ou severa e também não - Não permite identificar de forma eficaz pequenos ganhos
recomenda o termo obesidade quando se fala em nível ou perdas, não sendo útil na avaliação de intervenções.
individual, mas pode ser um indicador a nível populacional. - Não são indicadas em caso de atraso ou avanço puberal,
É considerado um bom indicador do estado nutricional nestas situações o melhor indicador é percentual de
atual ou como detector de deficiência a curto prazo adequação de peso para estatura.
(Chemin).
 Escore-Z ou múltiplos de desvio padrão: É a
o IMC ou índice de Quetelet Tem sido pouco medida de quanto o indivíduo se afasta ou se aproxima da
empregado na avaliação do EN de crianças < 10 anos, média ou mediana em desvios-padrão do grupo de dados
embora a OMS recomende seu uso para crianças a partir a que pertence. É mais aceito na literatura científica e é um
de 5 anos de idade (Accioly 09). Entretanto, necessita de excelente método para estudos de grupos populacionais.
curvas específicas, pois conforme a criança cresce, a É útil na detecção de pequenas mudanças nos
composição corporal sofre alteração em função da idade e extremos da distribuição. Seus valores de normalidade são
sexo. É criticado por depender da estatura, o qual por sua entre – 2DP e + 2DP. Se o valor de escore Z for zero (0),
vez depende da idade, além de não permitir diferenciar se isto significa que o valor obtida pela criança é exatamente
o excesso de peso é decorrente de massa gorda ou massa igual ao valor do referencial, no caso o valor do percentil
magra e óssea, entretanto é bastante útil no rastreamento 50 das curvas de crescimento.
de excesso e baixo peso. É considerado um índice
superior ao P/E na identificação desses agravos Limitações: era preciso um tratamento estatístico,
nutricionais em crianças > 5 anos. Segundo Chemin, o P/E entretanto agora com as novas curvas da OMS é possível
só deve ser utilizado no período pré-pubertário, pois só usar o escore Z de maneira mais fácil e prática.
nessa fase essa relação independe da idade.

206
Sistemas de Classificação do EN Estudo Internacional Multicêntrico para elaboração de
A) Gomez Baseia-se na adequação percentual do curvas de crescimento baseadas em informações sobre o
peso para idade de 0 a 2 anos. desenvolvimento infantil em países com diferentes níveis
de desenvolvimento sócio-econômico em distintos
Limitações: continentes (Brasil, Gana, Índia, Noruega, Oman e EUA).
- Não consegue diferenciar os tipos de desnutrição, Este estudo deu origem as novas curvas de
pois utiliza somente o índice P/I. crescimento da OMS em 2006, para crianças de 0 a 5
- Gomez utilizou ponto de corte aleatório para a anos. Além dos índices P/I, E/I e P/E, foram elaborados
definição dos graus de desnutrição. para as diferentes faixas etárias: perímetro cefálico,
- É útil quando ocorre desnutrição aguda ou circunferência do braço, prega cutânea do tríceps e
apresenta estatura praticamente no percentil 50. Por isso, subescapular e IMC para idade. O Brasil foi o país de
a SBP recomendou que só fosse utilizado para crianças menor adesão ao aleitamento e que mais ofereceu chás ao
até 2 anos. lactente. As curvas novas identificam menor prevalência de
desnutrição e maiores taxas de sobrepeso e obesidade.
Esse mesmo trabalho não foi possível ser feito para
Classificação de Gomez crianças de 5 a 19 anos pois passa a ser difícil controlar o
> 90% Eutrofia ambiente em que vivem, então através de estudos
75 – 90% Desnutrição leve populacionais de diversos paises, determinaram novos
60 – 75% Desnutrição moderada referenciais de peso e estatura. Foram elaboradas curvas
< 60% Desnutrição grave de IMC por idade e de estatura por idade de crianças de 5
a 19 anos e curvas de peso para idade para crianças de 5
B) Waterlow: Preconizava a utilização de dois índices a 10 anos, embora os pesquisadores alertem que não se
para crianças de 2 a 10 anos: E/I e P/E e propuseram que deve usar o P/I paramonitorar o estado nutricional nesta
a desnutrição fosse classificada como crônica, pregressa faixa etária, sendo as curvas de IMC elaboradas para
ou aguda. diagnóstico de baixo e excesso de peso (sobrepeso e
obesidade). A justificativa para a elaboração dessas curvas
Chemin: (P/I até 10 anos) foi para beneficiar os países que medem
apenas peso.
Conclusão: A referência de crescimento pela OMS
para uso internacional foi desenvolvida pelo NCHS, 1977
nos EUA. Esse referencial foi revisto e relançado em 2000,
incluido a curva do IMC/idade (CDC, 2000). Entretanto
hoje, não se recomenda mais o uso dessas curvas e sim
Curvas de crescimento sua substituição pelas novas curvas da OMS lançadas em:
É o instrumento mais utilizado pelos profissionais de 2006 para < de 5 anos e 2007 para crianças e
saúde para acompanhar EN de crianças. Até o final da adolescentes de 5 a 19 anos.
última década, a OMS recomendava o uso exclusivo como
referência antropométrica do National Center for Health Cartão da Criança (Chemin)
and Statistics (NCHS). A forma mais adequada para acompanhar o
Entretanto, devido a uma série de limitações tais crescimento, nos serviços básicos de saúde é por meio do
como: a maior parte das crianças estudadas não não registro periódico do peso no cartão da criança (Chemin),
foram alimentadas com LM (principal limitação); não possui onde utiliza o sistema de percentis e índice peso/idade
representatividade internacional, pois foi baseado em para avaliar o crescimento infantil. A grande desvantagem
crianças da população americana; e diferenças é o fato do cartão avaliar somente o crescimento ponderal.
metodológicas que resultaram em uma disjunção na curva,
com mudanças abruptas nos índices aos 2 anos de idade. Acompanhamento do crescimento
Essas curvas foram revisadas pelos Centers for Disease SISVAN, 2008 coloca como periodicidade mínima
Control, e deram origem as curvas CDC, 2000 (Accioly09). de atendimento: registro aos 15 dias de vida, 1 mês, 2, 4,
Entretanto, a população continuava sendo a mesma 6, 9, 12, 18 e 24 meses. A partir dos 3 anos, recomenda-se
(população americana), porém a edição do NCHS só no mínimo um atendimento por ano até que a criança
utilizava crianças e adolescentes brancos e crianças complete 10 anos.
alimentadas artificialmente; na edição revista foram
incluídas os negros e descendentes mexicanos, garantindo
maior representatividade étnica; além de crianças com
amamentação mista (SM e alimentação artificial), e
inclusão do índice IMC/I. Apesar da revisão do NCHS
pelos CDC, os pesquisadores da OMS organizaram um

207
Durante muito tempo, o MS adotava o índice P/I para
acompanhamento do crescimento infantil. Atualmente para
classificação do EN são adotados os seguintes índices:
P/I; P/E; IMC/I; E/I (Accioly 09). Os pontos de corte são os
mesmos propostos pelo SISVAN, 2008.

203
Classificação da OMS (Chemin): Independe da faixa
etária e é realizada a partir do escore Z dos índices P/E e
E/I.
 Tem maior especificidade e menor sensibilidade
diagnóstica
 Identifica formas moderadas e graves de
desnutrição
 Inadequada para assistência primária, pois
impede intervenção precoce.

São desnutridos aqueles que estiverem 2 desvios-


padrão abaixo da média de referência:

209
- DCT e DCSE - soma-se para obtenção do percentual de
A avaliação de sobrepeso/obesidade pode ser feita gordura corporal (25% para meninos e 30% para meninas)
da seguinte maneira: ou por distribuição em percentis através da soma das
 P/E .110 e < 120% = sobrepeso PCSE e PCT proposta por Frisancho (normalidade p15 e
 P/E > 120% = obesidade p75; valores <p5 representam déficit e >p85, são
 Escore Z: > +2 e < +3 ou > p85 e < p97= considerados excesso de reserva energética.
sobrepso
 Escore Z > +3 ou > p97 = obesidade

Situação Nutricional da criança brasileira: Famílias com


piores condições socioeconômicas apresentam riscos
significativamente maiores de baixo peso e retardo de
crescimento. Pesquisas anteriores ao POF já sugeriam a
redução da desnutrição em crianças abaixo de 5 anos, nas
que apresentam baixo peso, o principal preditor de BP é o
peso ao nascimento (triplo de chance de BP). O déficit
estatural é melhor que o ponderal como indicador de
influências ambientais negativas sobre a saúde da criança,
sendo o mais sensível de má nutrição, esse déficit é mais
prevalente em baixa renda e no BP ao nascer.

Anamnese alimentar: Até os 7 anos os dados de ingestão


são fornecidos predominantemente pela mãe, a partir daí
pode-se fazer o inquérito direto a criança e em caso de
dúvida pede-se o auxílio da mãe. Em adolescentes, o
inquérito é feito exclusivamente com eles e a mãe deve ser Maturidade Sexual
orientada a não interferir. Para os adolescentes além da antropometria e
- Para lactentes exclusivos: número de vezes que composição corporal, é fundamental avaliar a maturação
mama, quantidade de fraldas molhadas, as evacuações e sexual, que permitirá identificar em que momento da
ganho de peso. puberdade se encontra o adolescente e
- Para pré escolares: inquérito de 1 dia (recordatório consequentemente a fase de crescimento (maior ou menor
de 24 horas ou o dia alimentar habitual), e um registro aceleração). O método mais conhecido foi proposto por
alimentar de pelo menos 3 ou 4 dias, devido ao apetite Tanner.
instável. É comum a mãe relatar a mãe relatar a Nas meninas são avaliadas as características sexuais
quantidade oferecida e não a da realmente consumida. - secundárias de pelos pubianos e mamas e nos meninos
Para escolares: dia alimentar habitual genitais e pêlos pubianos.

Investigação laboratorial: OS parâmetros laboratoriais Podem ser classificados em 5 estágios:


mais úteis e mais acessíveis são: hemograma, colesterol
total e frações, TG, hemoglobina glicosilada e glicemia de - Estágio 1: Fase pré-puberal (características infantis).
jejum. Em casos de desnutrição, pode-se pedir albumina. - Estágios 2, 3 e 4: Fase puberal
- Estagio 5: Fase pós-puberal (características de adulto)

Adolescentes (10 a 19 anos – OMS) O estirão puberal (crescimento) é o período em que


ocorre o pico de velocidade de crescimento (PVC) e dura
 Indicadores: cerca de 3 a 4 anos, em que há um acréscimo de 20% na
estatura e 50% no ganho de peso. O PVC ocorre entre
IMC/idade e estatura/idade 11 e 12 anos nas meninas (9cm/ano) e 13 e 14 anos (10
cm/ano) nos meninos.

Observações:

- IMC/idade: utilidade no rastreamento de excesso e baixo Marcadores biológicos:


peso. Sexo Início Fim
Meninos Genitália estágio 3 Timbre de voz
- Peso/idade – uso LIMITADO nesta fase, pois hormônios Meninas Mama estágio 2 Menarca
influenciam no ganho ponderal e composição corporal.

- CB, CMB e dobras cutâneas - podem ser utilizadas.

210
Avaliação laboratorial:
As medidas de composição corporal também podem
ser utilizadas para o melhor diagnóstico nutricional,
principalmente as que avaliam gordura corporal, já que não
são afetadas pelo déficit neuromuscular.

Não há curvas específicas – necessidade de


acompanhamento.

 Síndrome de Down

Apresentam características de crescimento diferentes:


o estirão de crescimento ocorre de forma mais precoce e a
velocidade de crescimento é mais lenta, resultando assim
em indivíduos de ESTATURA MAIS BAIXA em relação à
população geral e maior predisposição ao EXCESSO DE
PESO.

Existe as curvas específicas de Cronk et al (população


americana) para avaliação de P/I e E/I, que considera
baixo peso (<p5) e excesso de peso (>p95).

ANEMIA FERROPRIVA NA
INFÂNCIA

A principal causa da alta prevalência da anemia na


infância é a restrição ao mineral, tanto quantitativamente
Avaliação antropométrica em Situações Especiais como qualitativamente, bem como os elevados
(Vasconcelos) requerimentos de ferro nos grupos biológicos mais
susceptíveis à anemia. Os países em desenvolvimento são
 Paralisia cerebral os mais atingidos, tendo como principais grupos de risco
os lactentes, as crianças pequenas e as mulheres em
A avaliação antropométrica é limitada devido: a idade fértil. A prevalência em crianças abaixo de 5 anos
presença de deformidades musculoesqueléticas ou varia de 40,9% a 73,2%. A anemia por deficiência de ferro
espasmos musculares involuntários que dificultam que as está associada a dano no desenvolvimento psicomotor das
crianças fiquem em pé, além da pouca cooperação em crianças.
razão da deficiência cognitiva. Assim, estima-se a altura
por meio das medidas: Definições e distinção:
- Comprimento superior do braço (CSB): distância do  Anemia: níveis anormais de hemoglobina devidos
acrômio até a cabeça do rádio, medida com o membro a condições patológicas. Causas incluem: deficiência de
superior fletido a 90º. ferro, infecções crônicas, particularmente a malária e
- Comprimento da tíbia (CT): distância da borda deficiência de outros micronutrientes, como ácido fólico e
superomedial da tíbia até a borda do maléolo medial vitamina B12. A anemia em crianças de 6 a 59 meses é
inferior, sendo o comprimento da porção média superior definida por valores de hemoglobina menores que 11g/dL.
abaixo do joelho até a porção média inferior no tornozelo.  Deficiência de ferro: diminuição na concentração
- Comprimento do joelho (CJ): medida do comprimento de ferritina, que é geralmente resultado de uma dieta com
entre calcanhar e a superfície anterior da perna na AJ com biodisponibilidade de ferro inadequada, aumento dos
o mesmo flexionado a 90º. requerimentos de ferro durante o rápido período de
crescimento e/ou o aumento das perdas sanguíneas.
Cálculo da estatura em indivícuos portadores de limitações  Anemia por deficiência de ferro: quando aguda, a
físicas (2 a 12 anos): deficiência de ferro causa anemia.

Medida Estatura estimada (cm) Desvio Na instalação da deficiência de ferro ocorrem 3


do segmento padrão (cm) estágios progressivos:
CSB E = (4,35 x CSB) + 21,8 ± 1,7 1. Diminuição dos níveis de ferro no organismo, com
CT E = (3,26 x CT) + 30,8 ± 1,4 redução dos seus depósitos, observada pela
CJ E = (2,69 x CJ) +24,2 ± 1,1 queda da ferritina sérica

211
2. Eritropoiese deficiente, caracterizada pela 3. Anemia com redução na síntese de hemoglobina
diminuição do ferro sérico, saturação de e com hemácias microcíticas e hipocrômicas
transferrina abaixo de 16% e elevação de
protoporfirina eritrocitária

ferro no leite humano é baixa. A criança a termo, ao


nascer, tem cerca de 75mg de ferro por quilograma de
peso, aproximadamente 250 a 300mg. O tempo entre o
nascimento da criança e o clampeamento do cordão
umbilical é fator determinante na ocorrência de anemia em
crianças.
O aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de
vida e a manutenção do leite materno a partir dessa idade,
juntamente com a alimentação complementar, estão
associados à menor prevalência de anemia. A quantidade
de ferro presente no leite de vaca é de 0,6mg/L e a
absorção é de 10%. O risco de anemia é maior entre
crianças em aleitamento artificial (cerca de três vezes) e
entre crianças em aleitamento misto (cerca de duas vezes)
do que entre crianças que recebem exclusivamente leite
materno.
A abs do ferro no LH 50% (x 70%, Accioly, 2009)
=> pode reduzir em 80% quando outros alimentos são
ingeridos pelo lactente. A absorção do ferro dos alimentos
depende de vários fatores, tais como o estado nutricional
de ferro do indivíduo; quando há deficiência, há maior
absorção. Mas não se sabe se esse mecanismo de
São conseqüências da anemia ferropriva: prejuízos regulação funciona durante a infância.
no desenvolvimento da linguagem falta de atenção, fadiga,
insegurança e redução da atividade física. Ferro Heme, Ferro Não-heme e ferro proveniente de
Os sintomas mais freqüentes são debilidade física, alimentos fortificados
irritabilidade, cefaléia, dispnéia ao esforço, palpitações e As carnes apresentam cerca de ±2,8mg de ferro por
parestesias. Sinais clínicos como atrofia papilar da língua, 100g do alimento, e são absorvidos em torno de 20% a
coiloníquia (unhas côncavas), edema de membros, 30% desse nutriente. O ferro não-heme, contido no ovo,
quelites, retardo de crescimento, anorexia e geofagia. nos cereais, nas leguminosas (feijão) e nas hortaliças
(beterraba), ao contrário do ferro animal, tem 2% a 10%
Fatores dietéticos associados à anemia em crianças absorvidos pelo organismo.
As reservas de ferro ao nascimento desempenham
importante função na determinação dos fatores de risco Potencializam a absorção do ferro:
para anemia durante a infância porque a concentração de

212
 Acido ascórbico e outros ácidos: cítrico, málico, Classificação das dietas quanto à biodisponibilidade
tartárico de ferro
 Carnes As dietas geralmente podem ser classificadas em três
 Vitamina A e betacaroteno: diminuição a inibição categorias de biodisponibilidade de ferro: baixa,
de outros fatores intermediária e alta, e a absorção média de ferro heme e
não-heme é aproximadamente 5%, 10% e 15%,
Inibem: respectivamente.
 Polifenóis, como espinafre, berinjela e lentilha Dieta com baixa biodisponibilidade: baseada
 Fitatos em cereais, raízes e tubérculos, com pouca presença de
 Proteínas como albumina do ovo, fosvitina da carne, peixe ou vitamina C. Contém predominantemente
gema do ovo e proteínas das leguminosas alimentos que inibem a absorção do ferro, tais como arroz,
 Cálcio, manganês, cobre, cádmio e cobalto feijão, milho e farinha de trigo integral.
Dieta com biodisponibilidade intermediária: é
Welfort: composta principalmente de cereais, raízes e tubérculos,
O ideal é que a carne seja cozida e não frita com o mas inclui alguns alimentos de origem animal e/ou ácido
aproveitamento do caldo do cozimento. ascórbico.
Os ovos tem baixa biodisponibilidade em razão da Dieta com alta biodisponibilidade: é dieta
presença de fosfoproteínas na clara, todavia, quando o ovo diversificada e contém moderadas quantidades de carne,
é consumido sem a clara e com alimentos que facilitem a aves, peixe ou alimentos ricos em ácido ascórbico.
absorção do ferro, como a polpa ou molho de tomate, a
aumento na absorção do ferro não heme.
Quanto ao feijão a biodisponibilidade do ferro pode
ser melhorada por meio de técnicas de preparo como
deixar o feijão de molho algumas horas antes do
cozimento e retirar sua película antes do consumo.
Quando panelas de ferro são utilizadas para
cozimento, ocorre aumento do teor de ferro nos
alimentos.Para países em desenvolvimento, pode-se
considerar que a biodisponibilidade do ferro seja em torno
de 5% (baixa – carne e ac ascóbico em quantidade
insignificante) a 10% (moderada) Fatores dietéticos que diminuem a absorção de ferro:

Quantidade de alimentos necessários para que a


recomendação de vitamina C seja atingida:
Laranja: ½ unidade; ou kiwi: 1 unidade
Suco de fruta: 1 copo; ou goiaba: ¼ unidade

O ácido ascórbico auxilia no aumento da absorção


do ferro não-heme pelos seguintes mecanismos:
Como agente redutor, ao reduzir o ferro da
forma férrica (fe+++) para a forma ferrosa (fe++) além de
manter sua solubilidade no meio alcalino do intestino
delgado superior; o ácido ascórbico aumenta o transporte
de ferro através da membrana do enterócito. Recomendações de ferro para crianças
Como agente quelador, na liberação do
Os principais fatores determinantes dos
complexo ferro-transferrina e na formação de quelato com
requerimentos de ferro durante a infância são as reservas
ferro férrico em pH ácido, que permanece solúvel no meio
de ferro ao nascer, as necessidades para o crescimento e
alcalino do intestino delgado.
a necessidade para repor as perdas. A densidade de ferro
Como liberador de ferro armazenado,
nos alimentos complementares recomendada pelo MS
aumentando o pool de ferro realmente biodisponível.
(2002) para crianças abaixo de 24 meses é de
4mg/100kcal dos 6 aos 8 meses, de 2,4mg/100kcal dos 9
Leite de vaca fluido: A introdução precoce de leite de
aos 11 meses e de 0,8mg/100kcal dos 12 aos 24 meses.
vaca causa impacto negativo nos estoques de ferro das
crianças por causa da baixa quantidade de ferro que o leite
contém (2,6mg de Fe para 1.000kcal do alimento) e pela
baixa biodisponibilidade, além de provocar
microhemorragias devido a imaturidade do trato
gastrointestinal.

213
ferro para lactentes com desmame precoce. A prescrição
de fórmulas lácteas caseiras é indicada para famílias de
baixo poder aquisitivo, nestes casos antecia-se a oferta de
frutas e refeição de sal para 2 e 4 meses,
rescpectivamente
• Restrição do uso de leite de vaca no primeiro ano de
vida se amamanetadas ao seio materno
• Restrição da oferta de alimentos fonte de ferro-heme
(carnes) e ferro não-heme (feijões, hortaliças folhosas) em
duas refeições diárias a partir da alimentação
Crianças pequenas, devido à capacidade gástrica complementar
reduzida, comem em pequenas quantidades; assim, os • Associação de alimento-fonte de vitamina C junto às
alimentos enriquecidos e fortificados devem ser indicados. refeições ricas em ferro-heme e não-heme
Estratégias para prevenção e combate à Anemia • Utilização de alimentos enriquecidos com ferro
Ferropriva. • Suplementação profilática de ferro para pré-termo e
crianças após 6 meses de idade ou no início da
Uso de alimentos enriquecidos alimentação complementar
No Brasil, desde 18 de junho de 2004, toda a farinha Tratamento
de trigo e de milho comercializadas no país sai da fábrica • Suplementação medicamentosa de ferro na dose de
fortificada com ferro. A cada 100g de farinha no mínimo 3 a 5 mg/kg/dia, oferecida diariamente
4,2mg de ferro (30% das DRI). Além dessa proposta, o • Orientação alimentar idêntica as apresentação nas
mercado atual oferece ampla variedade de produtos medidas preventivas
enriquecidos com ferro. • Acompanhamento dos níveis de Hb após 1 mês, para
avaliar a resposta ao tratamento
Suplementação de ferro em doses profiláticas
A WHO recomenda o uso universal de suplementos
de ferro na dosagem de 2mg/kg de peso ao dia, para todas Tratamento
as crianças de 6 a 23 meses de vida. O Programa O tratamento imediato da anemia ferropriva é a
Nacional de Suplementação de Ferro tem o objetivo de reposição dos estoques de ferro no organismo. A
prover suplementação universal de crianças de 6 a 18 alimentação previne a deficiência de ferro no organismo,
meses com dose semanal de 25mg de ferro. A proposta mas sua ação na recuperação pode ser demorada. Os
enfatiza a importância da sensibilização das famílias para problemas mais freqüentes são efeitos colaterais
à importância da suplementação. O Comitê de Nutrição da gastrintestinais, constipação intestinal, diarréia, náuseas e
Academia Americana de Pediatria recomenda dor abdominal. Esses efeitos são mais comuns quando se
 PN < 1.000g = 4mg de ferro elementar/kg supera 120mg de ferro elementar. Recomenda-se em geral
peso/dia para crianças e adolescentes 30mg de ferro elementar por
 PN > 1.000g e < 1.500g = 3mg de ferro dia antes do desjejum; raramente surgem efeitos
elementar/kg peso/dia colaterais. A suplementação deve ser mantida por três
meses para correção dos depósitos de ferro; recomenda-
se que nesse período se faça um novo exame que avalie
depósitos de ferro, como a ferritina. Exemplos de
condutas:
 Oferecer uma vez por semana (escolher com a mãe
o dia da semana) 50g de fígado de boi (x 50 a 100g – Guia
< 2 anos), picado e bem cozido.
 Uma vez ao dia oferecer, após a refeição salgada,
100ml de suco rico em vitamina C.
 Adicionar verdura verde-escura às preparações
cozidas.
 Utilizar farinhas enriquecidas com ferro.
 Não permitir a substituição de refeições salgadas
por alimentos lácteos, biscoitos ou guloseimas.
 Garantir 2 refeições de sal/dia (Guia < 2 anos).
 Oferecer 50 a 100g de carne/dia (Guia < 2 anos). A
Prevenção e tratamento da anemia ferropriva na carne por conter ferro heme, aumenta em até 4x a
infância absorção do ferro não-heme.
O uso de panelas de ferro para combater a anemia
Prevenção é discutível, porém já há evidência do aumento do
• Incentivo ao alitamento materno exclusivo até o sexto conteúdo de ferro nos alimentos após cocção nesse tipo
mês de vida, evitando oferta de água e chá de panelas. Entretanto, não há justificativa para prescrição
• Prescrição de fórmulas lácteas enriquecidas com
214
do uso de panelas de ferro como profilaxia no combate à A mucosa intestinal possui microvilosidades
anemia. contendo enterócitos, estes têm uma meia vida de média
de 3 dias, sendo um processo contínuo de renovação do
epitélio intestinal, isso justifica a duração auto limitada de 3
NUTRIÇÃO NAS DIARREIAS a 5 dias das diarréias agudas e a possibilidade de usar a
AGUDAS DA INFÂNCIA via oral para a reidratação e a manutenção da
alimentação.
Além disso, a presença de alimentos na luz intestinal
Diarréia aguda é uma doença caracterizada pela estimula a migração de células da cripta para o extremo da
perda de água e eletrólitos, que resulta em aumento do vilosidade. Então, a restrição alimentar na dieta pode
volume, da frequência de evacuações e diminuição da diminuir o processo de renovação da mucosa intestinal e a
consistência das fezes, apresentando algumas vezes produção de enzimas da borda em escova.
muco e sangue, com evolução potencialmente auto O intestino secreta e absorve grande quantidade de
limitada, com duração de até 14 dias. água durante o processo normal de digestão e absorção
de nutrientes, neste caso a absorção predomina sobre a
secreção, porém quando há inibição do processo de
absorção, resultante da lesão ou inflamação intestinal, ou
estímulo da secreção, pela exposição intestinal a
enterotoxinas inflamatórias, ocorre a diarréia.
A absorção de glicose, aminoácidos e alguns
oligopeptídeos depende, absoluta ou parcialmente, da
presença de sódio no lúmen intestinal, sendo a taxa de
absorção de sódio maior na presença destes solutos,
sendo a terapia de reidratação oral baseada neste
mecanismo.

Cerca de 70% dos casos são causados por


Mecanismos possíveis da diarréia:
contaminação alimentar, como com as bactérias:
 Aderência à mucosa e produção de enterotoxinas.
Escherichia coli (25% do total), Shigella, Salmonella,
 Dissolução da mucosa e da borda em escova.
Vibrium cholerae e Campylobacterjejuni, protozoários
 Invasão da mucosa com proliferação bacteriana
como: Giárdia lamblia, Entamoeba hystolytica e
intracelular.
Cryptosporidium, e vírus como rotavírus. Os alimentos
podem ser contaminados pelos manipuladores, água,  Translocação da mucosa seguida por proliferação
dejetos humanos e animais, ambiente e utensílios bacteriana na lâmina própria e nos gânglios linfáticos
contaminados, presença de insetos, cocção ou mesentéricos.
reaquecimento inadequados e contaminação cruzada.
O aleitamento materno exclusivo protege o bebê, Tratamento: Tem como objetivo:
além de reduzir a duração e a gravidade das  Prevenir ou tratar a desidratação;
enfermidades, pela presença de fator bífidus (promove o  Prevenir o dano nutricional;
crescimento da flora bífida que propicia um meio ácido que  Reduzir a duração da gravidade e
impede a colonização bacteriana) e IgA secretória (reduz a ocorrência de episódios futuros
adesividade bacteriana intestinal). A faixa etária de maior O tratamento dependerá do estado de hidratação do
incidência de diarréia é entre 7 e 28 meses com pico aos 9 paciente, que deve ser baseado na observação de sinais e
meses. sintomas do quadro:
Conseqüências da diarréia: São complicações da
Sinais Sem Desidratação Desidratação
diarréia a desidratação (principal causa de morte), a
desidratação (2 ou mais grave (2 ou +
diarréia prolongada e a desnutrição. Efeitos negativos da
sinais) sinais
doença diarréica sobre o crescimento: incluindo pelo
 Diminuição do apetite em cerca de 20% e menos 1*)
conseqüente redução da quantidade de alimento ingerido.
 Má absorção de nutrientes e as alterações
Condição Bem, alerta Irritado, Comatoso
metabólicas presentes.
intranquilo hipotônico *
 Perda de nutriente causada por vômitos e febre.
Olhos Normais Fundos Muito fundos
 Suspensão da alimentação com fins de pausa
Lágrimas Presentes Ausentes Ausentes
abdominal.
Boca e língua Úmidas Secas Muito secas
 Redução da resistência às infecções, tornando-se
Sede Bebe Bebe rápido e Bebe mal ou é
cada vez mais susceptível a outras infecções agudas. normalmente aviamente incapaz *

Fisiopatologia e patogênese

215
Sinal da prega Desaparece Desaparece Desaparece  Bebidas não recomendadas: refrigerantes, suco
rapidamente lentamente muito de fruta industrializado, chá adoçado e café pois, podem
lentamente causar diarréia osmótica
Pulso Cheio Rápido Muito débil ou  Oferecer para crianças até 2 anos: 50 a 100ml de
ausente SRO e para crianças de 2 a 10 anos: 100 a 200ml de SRO
Enchimento Normal (até 3 Prejudicado (3 Muito após cada evacuação líquida. Se não tiver a SRO, deve
capilar seg) a 5 seg) prejudicado * iniciar com as formulações caseiras.
Tratamento Plano A Plano B Plano C 
2. Prescrever suplemento de zinco (10 a 20mg)
durante 10 a 14 dias, na forma de xarope ou comprimidos
Accioly 09 – MS 2003 e WHO 2005: Pacientes sem para serem dissolvidos, com o objetivo de repor perdas,
sinais de desidratação apresentam um déficit de fluido de 3 diminuir a gravidade, duração e ocorrência de novos casos
a 5%, com desidratação moderada apresentam déficit de 5 de diarréia, dado o papel deste mineral na função
a 10%, e com desidratação grave, déficit maior que 10%. imunológica

Solução de Reidratação Oral (SRO): 3. Manter a alimentação habitual da criança,


especialmente fontes protéicas, carboidratos complexos e
Solução de reidratação Oral (SRO) óleo vegetal, fazendo as correções alimentares após a
Compostos Composição por anamnese nutricional, para evitar a deterioração e
litro de preparo promover mais rapidamente a recuperação do epitélio
Cloreto de sódio (NaCl) 2,6g intestinal.
Cloreto de potássio 1,5 g Deve-se aumentar a utilização de alimentos com
Citrato de sódio diidratado 2,9 g densidade energética elevada, para evitar a anorexia,
Glicose anidra 13,5 g oferecendo volumes reduzidos com maior freqüência.
Osmolaridade por litro Restrições alimentares e jejum são contra
indicados. É desaconselhado o uso de bebidas com
Sódio 75 mmol
quantidades excessivas de açúcar.
Cloreto 65 mmol
Citrato 10 mmol
4. Orientar a família sobre o reconhecimento de
Potássio 20 mmol
sinais de desidratação. O volume e freqüência aumentada
Glicose 75 mmol
das evacuações não significam piora do quadro, deve-se
Total 245 mmol avaliar presença de distensão abdominal, vômitos, estado
de hidratação, aspecto geral da criança e peso.
O preparo da SRO é simples, basta misturar um
envelope em 1 litro de água filtrada e/ou fervida. Esta
solução deverá ser mantida 24 horas em temperatura
ambiente e a sobra desprezada. A solução caseira,
recomendada para o início da reidratação ainda no PLANO B:
domicílio, deve ser feita adicionando-se 2 medidas grandes Recomendado para crianças com diarréia aguda e
de açúcar e uma medida pequena de sal em um copo sinais de desidratação. É constituída de 2 fases:
pequeno de água. Estudos experimentais indicam que reidratação e manutenção.
soluções com menor teor de sódio e glicose, e
consequentemente menor osmolaridade, podem melhorar Fase de reidratação (SRO + restrição alimentar):
a absorção de sódio e água no intestino.
1. Durante um período de 4 horas administrar SRO
no serviço de saúde, nas quantidade apresentadas pela
tabela abaixo
o Demonstrar a mãe como se administra
PLANO A:
o Se a criança vomitar, esperar 10 minutos e
Indicado para crianças com diarréia aguda, mas sem
administrar novamente
desidratação, é um tratamento de manutenção justamente
o Manter aleitamento materno
para evitá-la.
Volume de SRO a ser oferecido na fase de reidratação
1. Aumentar a oferta de líquidos:
 Manter o aleitamento materno aumentando a Idade Até 4 4 – 11 1–2 2–4 5 – 14
freqüência das mamadas. meses meses anos anos anos
 Se a criança está em amamentação exclusiva, Peso < 5kg 5 a 7,9 8– 11 a 16 –
dar SRO além do leite kg 10,9 15,9 29,9
 Se não está em amamentação exclusiva, além de kg kg kg
SRO dar líquidos casieras, sopas, refresco sem açúcar, SRO 200 - 400 - 600 - 800 - 1200 -
(ml) 400 600 800 1200 2200
água de coco ou água potável Obs. Somente utilizar a idade se o peso da criança for

216
desconhecido. A quantidade aproxima de SRO necessária pode e da hipocalemia (provoca um certo grau de íleo
ser calculada multiplicando-se o peso da criança (em kg) por 75 paralítico).
Alguns probióticos têm sido úteis na recuperação
2. Após 4 horas reavaliar a criança e classificá-la
mais rápida da diarréia aguda, ou seja, menor duração da
quanto a desidratação
diarréia, e também menor chance de diarréia protraída e
o Caso a criança esteja sem desidratação
alta hospitalar mais rápida. A suplementação de zinco
prosseguir com a fase de manutenção = Plano A
reduz a duração e severidade nos quadros agudos e
o Se a criança tem desidratação refazer o Plano B persistentes, favorece o maior ganho em estatura, maior
ou se a desidrattação for grave ir para plano C ganho de peso e tem menos episódio de diarréia e
infecções respiratórias. A suplementação com vitamina A
3. Manter o aleitamento nos lactentes amamentados reduz a mortalidade.
exclusivamente.
Alimentos funcionais:
4. Dar líquidos adicionais Alguns probióticos têm sido úteis na recuperação
mais rápida da diarréia aguda, principalmente viral e
5. Orientar o responsável em quando retornar associada ao uso de antibióticos. Principais agentes:
Lactobacilos ou bifidobactérias e a levedura não
PLANO C: patogênica Saccharomyces boulardii. Os mecanismos de
Recomendado para crianças com diarréia e ação incluem:
desidratação grave. Geralmente se administra líquidos por  Competição com bactérias patogênicas por
via intravenosa ou usando uma SNG. receptores ou nutrientes;
 Produção de substâncias antibióticas;
Alimentação e diarreia aguda:  Aumento da resposta imune.
A desnutrição é uma conseqüência comum da
diarréia aguda. A manutenção da alimentação é essencial, Uso dos probióticos na diarreia (Dan 17)
pois nutrientes como carboidratos e proteínas agem  Lactobacillus rhamnosus GG e
estimulando a absorção de fluido no intestino e Saccharomyces boulardii são fortemente
consequentemente prevenindo ou tratando a desidratação. recomendados como tratamento coadjuvante
da terapia de reidratação oral na diarreia
Aleitamento materno:
aguda para reduzir a duraçãoe a gravidade da
 Reduz a incidência e intensidade da diarréia e diarreia agura;
minimiza seus efeitos nutricionais adversos.
 Lactobacillus rhamnosus GG e
 A presença de seus produtos da sua digestão Saccharomyces boulardii são fortemente
(aminoácidos, dipeptídeos e hexoses) no lúmen intestinal, recomendados para prevenir a diarreia
aumenta a absorção de sódio e água, reduzindo a assocada ao antibiótico;
freqüência e volume das fezes.
 Lactobacillus reuteri DSM1793 é eficaz para
 Contém hormônios que promovem a proliferação tratar lactentes menores de 6 meses de idade
e recuperação da mucosa intestinal. com cólica infantil amamentados
exclusivamente com leite materno;
Jejum:  O usod e probióticos evita a ocorrência das
 Perda de massa intestinal formas graves de enterocolite necrotizante e
 Diminuição do estímulo de replicação celular na óbito;
cripta da vilosidade intestinal
 O probióticos VSL#3 é eficaz como terapia
 Diminuição da atividade de dissacaridases (ex.
coadjuvante para induzir e manter a
lactase)
remissãoda colite ulcerativa.

Casos de intolerância à lactose e às proteínas podem


Medicamentos:
estar relacionados a casos mais graves de diarréia e/ou
O Ministério da Saúde recomenda que não sejam
associados com desnutrição. Entretanto, arestrição de leite
utilizados medicamentos para o tratamento da diarreia
de vaca em crianças com diarréia aguda é controversa. A
aguda, exceto antibióticos específicos para cólera e
maioria pode continuar recebendo leite de vaca (lactose).
diarréia com presença de sangue e grave
Nos casos de falhas no tratamento ou se a criança
comprometimento do estado geral do paciente.
apresenta desnutrição moderada a grave, uma fórmula
Medicamentos contraindicados na diarreia aguda:
isenta de lactose pode ser considerada.
Há perdas de 30 a 40% de alimentos não digeridos
nas fezes, mas 60 a 70%, níveis satisfatórios, ainda são
absorvidos e utilizados. A redução do consumo energético
(anorexia) varia de 20 a 40% e também compromete o
estado nutricional. Tem causa multifatorial, mas está
relacionada com desequilíbrio eletrolítico. Pode ser
reduzida com o tratamento da acidose (provoca náuseas)

217
Prevenção:
Deve ser estimulado o aleitamento materno,
melhores práticas de desmame e boas práticas de higiene
local como:
 Cozinhar muito bem o alimento e consumi-lo
imediatamente. Se armazenados, devem ser refrigerados e
depois reaquecidos antes de serem consumidos.
 Evitar o contato de alimentos crus com os
cozidos. Lavar frutas e hortaliças com água limpa e
sempre que possível, descascá-las antes do consumo.
 Utilizar água filtrada para beber e preparar
refeições. Lavar as mãos antes de preparar alimentos,
após interrupções e ao oferecer alimentos à criança.
 Dar preferência a copos e colheres. Evitar uso de
mamadeiras, se usá-las, devem ser lavadas e fervidas.
 Manter alimentos longe de insetos e roedores.
Guardar os alimentos em lugar seguro e diferente de
produtos químicos e de limpeza.

Quadro resumitivo de conduta no tratamento da


diarréia aguda

 Após a fase de reidratação garantir aporte


nutricional adequado por meio de retorno à alimentação
habitual da criança
 Corrigir erros dietéticos
 Evitar dietas restritivas e jejum
 Aumentar a frequencia das mamadas ao seio
 Fracionamento aumentado e volume reduzido
 Aumentar a ingestão hídrica pelo aporte de água,
SRO, sucos, refrescos de fruta sem açúcar.
 Adequar a consistência da dieta à idade e IMPORTÂNCIA CLÍNICA DA FIBRA
aceitação da criança ALIMENTAR NA GASTROENTEROLOGIA
 O leite poderá ser usado como fonte de cálcio
PEDIÁTRICA
podendo ser substituído por iogurte natural sem açúcar.
Não é necessário diluir ou trocar por fórmulas sem lactose, (Chemin)
exceto se não houver resposta satisfatória ao tratamento
(criança que não ganha peso e queda do estado geral).
Os efeitos benéficos da fibra alimentar na saúde são
relacionados com o tubo digestório, proporcionando a
formação de bolo fecal com maior umidade e peso,
facilitando a eliminação fecal regular e diminuindo a
permanência do bolo fecal no intestino grosso. Fatores de
proteção contra o desenvolvimento de doenças do tubo
digestório, como apendicite, doença diverticular do cólon e
câncer de cólon.
Efeitos no metabolismo do colesterol e sua influência
na velocidade de absorção de carboidratos, além de
induzir saciedade e possível redução no excesso de peso.
São poucos os estudos da literatura mundial nos quais se
avaliou o consumo de fibra pela população pediátrica.

218
O primeiro estudo no Brasil relacionando o consumo presença isolada de suas complicações, como escape
de fibra alimentar por mulheres adultas com e sem fecal e dor abdominal. Crianças maiores e adolescentes
constipação intestinal permitiu observar que se utilizou o podem referir sensação de esvaziamento retal incompleto
conceito de fibra bruta, que foi abandonado diante da após evacuar. Em todos os estudos, o consumo de fibra
evolução dos conhecimentos sobre a importância da fibra alimentar foi abordado considerando que seu consumo
alimentar na nutrição humana. Revela ainda que a média insuficiente pode ser um fator envolvido na etiologia da
de consumo de fibra seria ínfima em relação às constipação crônica funcional. Freqüentemente observa-se
recomendações internacionais. na população pediátrica a dor abdominal crônica
Mais tarde, em outro estudo, observou-se que as recorrente. Caracteriza-se pela ocorrência de pelo menos
principais fontes alimentares, expressas em porcentagem três episódios de dor abdominal, durante pelo menos três
do total e fibra consumida, foram: 32,3% do pão e farinhas, meses, tendo a dor intensidade suficiente para interferir
21,2% do arroz, 17,4% do feijão, 12,7% de frutas, 8,3% de nas atividades diárias da criança. Já considerou-se a
verduras e legumes, 3,2% da batata e 4,9% de outros possibilidade de a fibra alimentar participar da
alimentos. fisiopatogenia do tratamento da dor abdominal recorrente,
Com as diferentes tabelas utilizadas em estudos mas não existem estudos mostrando a eficácia do
contatou-se que as recomendações de consumo de fibra aumento do consumo de fibra alimentar na forma de
alimentar devem ser obrigatoriamente vinculadas a uma alimentos habituais ou suplementos na dor abdominal
determinada tabela de composição de fibra nos alimentos recorrente.
por elas se diferenciarem no valor total de fibra. Chemin 16
A Fundação Americana de Saúde aconselhou que as Recomendação dietética de fibras para indivíduos de
crianças com idade superior a dois anos devessem 1 a 18 anos
consumir, no mínimo, em gramas, o valor resultante da
soma de 5 a sua idade expressa em anos. O máximo se Crianças: 1 a 3 anos = 19g; 4 a 8 anos = 25g
estabelece pela soma de 10 à idade em anos. Mas não Sexo masculino: 9 a 13 anos = 31g; 14 a 18 anos =
mencionou a tabela de composição a ser seguida. Parece 38g
que a dieta com quantidade inferior ao mínimo Sexo feminino: 9 a 18 anos = 26g
recomendado associava-se com risco 4,1 vezes maior de
constipação. Considerações Finais As fibras proporcionam hábito
Posteriormente vários estudos confirmaram a intestinal com freqüência e características das fezes
associação do menor consumo de fibra alimentar ao maior adequadas e seu consumo insuficiente associa-se com
risco de constipação. Estudos também avaliaram a relação aumento do risco de constipação crônica funcional. No
entre ingestão de fibra alimentar, tempo de trânsito tratamento da constipação na infância, é necessário o
colônico e freqüência de evacuações. Observaram desenvolvimento de pesquisas clínicas que definam a
correlação negativa entre a freqüência de evacuações e o melhor forma de administração das fibras e sua dose
tempo de trânsito colônico. O tempo de trânsito no cólon terapêutica. Acredita-se que o consumo adequado de fibra
esquerdo foi menor nas crianças com maior consumo de possa prevenir doenças cardiovasculares e diabetes
fibras. mellitus do tipo 2 na idade adulta e doenças do aparelho
Em estudo avaliando a relação de constipação, tipo digestório.
de aleitamento e consumo de fibra alimentar em crianças
com menos de dois anos de idade, observou-se
associação entre aumento da idade, diminuição da
freqüência de aleitamento e aumento na prevalência de CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
constipação. Demonstrou-se também que os lactentes em
aleitamento artificial apresentam chance 4,5 vezes maior
de apresentarem constipação do que os em aleitamento Constipação não é uma doença, trata-se mais de um
natural predominante. Existe uma associação entre sintoma e é caracterizado por retenção de fezes no cólon
aleitamento natural e eliminação de fezes em maior ou dificuldade de evacuação por tempo superior a 2
freqüência e com maior conteúdo líquido. semanas. Há eliminação de fezes endurecidas, freqüência
Em estudos com adolescentes, confirmou-se que o evacuatória menor que 3x/semana e/ou sensação de
feijão é uma fonte importante de fibra alimentar e que seu esvaziamento incompleto do reto. Já a Sociedade Paulista
consumo não habitual associava-se com chance dez vezes de Gastroenterologia Pediátrica e Nutrição define como
maior de consumo insuficiente de fibra. Em pediatria, uma síndrome que consite na eliminação com esforço de
constipação é definida como sintoma caracterizado pela fezes ressecadas, independente do intervalo de tempo
ocorrência de qualquer uma das seguintes manifestações, entre as evacuações. De acordo com Accioly, constipação
independentemente do intervalo entre as evacuações: é a retenção de fezes no cólon ou dificuldade de
eliminação de fezes duras, dificuldade ou dor para evacuação com intervalo superior a 2 semanas.
evacuar, eliminação esporádica de fezes muito calibrosas A etiologia da constipação não está totalmente
que entopem o vaso sanitário ou freqüência de esclarecida, mas acredita-se que haja o envolvimento de
evacuações inferior a três por semana, exceto em crianças diversos fatores, constitucionais, hereditários, alimentares,
em aleitamento natural. A constipação crônica (duração psicológicos, associados ou não ao distúrbio da motilidade
maior que duas semanas) pode ser caracterizada pela intestinal. O pico de incidência da constipação é entre 2 e

219
4 anos, época na qual ocorre o treinamento de toilete No entanto, há controvérsias quanto à utilização de
(controle esficteriano). Não há uma idade definida para seu dietas ricas em fibras para crianças, pois estes alimentos
início, mas não deve ocorrer antes dos 2 anos, pois a aumentam a saciedade e apresentam menor densidade
criança precisa passar pelas etapas do seu energética, podendo ocasionar baixa ingestão diária de
desenvolvimento. energia. E como a capacidade gástrica da criança é
Em crianças menores, que ainda mamam, a pequena, estas podem não atingir as recomendações
constipação pode ser considerada pela presença de dietéticas diárias. Além disso, pode levar à formação de
movimentos intestinais dolorosos, acompanhados de gases e causar desconforto (por isso a mudança deve ser
desconforto e manobras para eliminar as fezes. A gradativa); e também reduzem absorção de minerais
eliminação de fezes endurecidas, em forma de cíbalos essenciais como Fe, Ca, Cu, Mg, Zn e P.
(forma de bolinhas), mesmo com frequência normal para a
idade da criança, é também considerada como Quadro clínico
constipação. Em lactentes amamentados ao seio, a A constipação não é uma doença e sim um sintoma,
eliminação de fezes, sem dor, mas com intervalos que se mas pode ter consequencias desagradáveis, como: dor,
prolongam até 7 dias, não é considerada constipação. distensão abdominal, flatulência, enurese noturna e
Hábitos alimentares intestinais regulares no início da vida, náuseas. É comum a criança apresentar anorexia,
defecando, em geral pela manhã, após o desjejum, quando provavelmente pela dor e distensão abdominal, febre,
os reflexos gastrocólicos e duodenocólicos causam nervosismo, déficit de crescimento e baixo rendimento
movimentos de massa no intestino grosso, previne o escolar.
aparecimento da constipação. Algumas crianças podem apresentar escape fecal,
chamado soiling, o qual é um escape involuntário de fezes.
Classificação Em geral, é uma conseqüência de constipação grave,
Os distúrbios de evacuação podem ter origem quando há presença de massa fecal endurecida (fecaloma)
orgânica (relacionada a doenças) ou funcional (relacionada no cólon. A parte externa do bolo fecal que fica em contato
à dieta, educação intestinal, atividade física). com a mucosa intestinal perde água, ocorrendo liberação
A constipação intestinal pode ser: de fezes moles pelas laterais. Essa situação pode ser
confundida com diarréia ou que a criança não está
 Aguda: covalescência de uma doença aguda, controlando o esfícter e é mais percebida a partir dos 4
frequentemente associada a diminuição da ingestão anos de idade, pois já há o controle esficteriano anal.
alimentar, ou tratamento com drogas constipantes Em crianças compactadas não é recomendada a
(fenitoína, imipramina, fenotiazinas, preparações contendo intervenção dietética no primeiro momento, pois o aumento
ferro, codeina e vincrastina). Pode ocorrer também por do consumo de fibras provocará estímulo nas partes
mudança da alimentação, redução da atividade física e/ou superiores do intestino, sem a liberação da mais parte
mudanças de ambiente. É uma situação transitória, a mais distal, o que provocará gases e dor abdominal.
função intestinal volta a normalidade tão logo cesse a Primeiramente, o intestino deve ser desbloqueado, e só
causa. depois iniciar o tto dietético

 Crônica: divide-se em funcional e psicogência Tratamento dietético


 Funcional: está relacioanado ao hábito As recomendações para crianças incluem uma
alimentar com pouco resíduo ou não atendimento do ingestão regular de refeições, ampla variedade de
reflexo de defecação alimentos que contenham fibras e liquidos em quantidade
 Psicogência: tem origem comportamental, e é adequada.
de dificil manuseio pois decorre da época do treinamento Os erros alimentares são identificados como os
dos esfíncters. A criança passa a ter medo de evacuar pelo maiores responsáveis pela constipação intestinal, e
desconforto e dor que tal ato acarreta. portanto a educação nutricional envolvendo a criança e a
família é muito importante.
Constipação e Regime Alimentar Algumas recomendações:
Uma das causas mais freqüentes de constipação na
infância é a mudança de práticas alimentares, que variam  Elevado consumo de líquidos. Deve ser cerca de
desde a simples troca de leite materno por fórmula ou uma 1,5ml/kcal. É desejável que cerca de 50% da ingestão
fórmula por outra até a introdução de um novo alimento. A diária de líquidos seja de água, com exceção dos lactentes
prática do aleitamento materno nos primeiros meses de em AM, já que o LH contém cerca de 80% de água. Em
vida e a ingestão de fibra alimentar em quantidades geral, a criança perde cerca de 800 ml de água/dia, sendo
suficientes depois dos 2 anos previnem a constipação cerca de 200 ml nas fezes. Portanto recomenda-se a
crônica funcional. ingestão de 4 a 6 copos de água/dia.
A uma tendência histórica de ingestão reduzida de  Organizar os horários da refeições para garantir
fibras nas dietas infantis. No entanto, uma dieta rica em volume alimentar suficiente e, assim, estimular o reflexo
fibras é eficaz no tratamento da cosntipação, porque gastrocólico do peristaltismo intestinal (Guia < 2 anos).
aumenta o volume fecal, produz evacuações mais  Substituir a mamadeira pr cop e a farinha utilizada
amolecidas e frequentes, bem como diminui o tempo de (Guia < 2 anos).
trânsito intestinal.

220
 Estimular o consumo de alimentos com grande [ ] constipação mais intensa. Devem ser adicionados a
de fibras (leguminosas, cereais integrais, legumes, alimentos bem aceitos pelas crianças e divididos em 3
verduras, frutas e vegetais folhosos). doses/dia, usando em média 1 colher de sobremesa. No
entanto é possível elaborar uma dieta rica em fibras sem a
 Recomendação de fibras: utilização desses produtos.

Medicamentos
A automedicação de drogas laxativas pode irritar a
parede intestinal e causar dependência. O hábito de tomar
laxantes diariamente provoca esvaziamento de cólon de
forma violenta e artificial. Quando a medicação é
suspensa, o intestino relaxa-se e a eliminação de fezes é
interrompida por um tempo, pois o cólon está vazio e não
houve tempo para a formação de bolo fecal. Tal fato pode
reforçar a hipótese de constipação, mas na verdade, não
houve chance do cólon de funcionar em um ritmo normal.
 O consumo de legumes e vegetais folhosos
devem ser oferecidos preferencialmente crus (Accioly) x
Introduzir legumes e verduras cozidos gradativamente,
misturando aos outros alimentos, para que a criança possa
tolerar o aumento de fibras na alimentação (Guia < 2 anos)
 As frutas deve-se dar preferência às laxativas
(mamão, ameixa fresca e desidaratada, laranja com
bagaço, abacate, abacaxi, tangerina, melancia, fruta de
conde); inteiras ou em pedaçõs e sempre que possível
com casca, pois fornecem mais fibras do que na forma de
sucos e de polpa amassada. Frutas desidaratadas
mantidas em remolho (ex: ameixa) podem ser mais fáceis
de consumir. Segundo Guia < 2 anos, deve-se oferecer 2
frutas/dia.
 O uso de cereal e pães integrais deve ser
incentivado, oferecidos de forma palatável à criança.
 Em situações em que a criança não aceita
legumes e vegetais folhosos misturar esses alimentos no
arroz, em massas de bolo salgado, tortas e bolinhos.
Pode-se tb substituir parte da farinha de trigo no preparo
de bolos e outras preparações, por aveia em flocos ou
farelo de aveia ou de arroz.
 Alimentos que estimulam pouco o peristaltismo
(maçã, banana, pães, arroz, batata, farinha de mandioca,
maisena), não precisam ser excluídos do plano alimentar,
porém devem ser utilizados em combinação com alimentos ALERGIA ALIMENTAR
que estimulem o trânsito intestinal. Ex: banana com aveia
ou farelo; arroz cozido com folhosos; farofa com ameixa ou
talos de vegetais x Evitar maçã, banana, limão e goiaba Definição
(Guia < 2 anos). A alergia alimentar é um dos tipos de
 Recomenda-se o uso de lactobacilos: O hipersensibilidade alérgica resultante de uma resposta
Lactobacillus acidophilus ou Lactobacillus bifidus ajudam a imune exarcerbada quando a exposição de um indivíduo a
criar uma flora intestinal favorável, produtora de ácidos proteínas (hapteno) alimentares, absorvidas através de
orgânicos, o que é útil para aliviar a constipação. uma mucosa intestinal permeável.
 Evitar ou usar moderadamente alimentos A intolerância alimentar é uma reação adversa que
flatulentos, os quais podem trazer desconforto intestinal, não envolve o sistema imunológico e ocorre devido à
como: couve-flor, repolho, pepino, goiaba, jaca, batata forma como o corpo processo o alimentos ou devido a
doce, pimentão, ervilha, nabo. componentes do alimento.
 Os farelos de cereais (farelo de aveia tem mais A sensibilidade alimentar se refere a reação adversa
solúveis e farelo de trigo mais insolúveis) são os que a um alimento ou componentes do alimento quando não
possuem maior concentração de fonte de fibras, mas está claro se é alegia ou intolerância.
devem ser usados com moderação em casos de

221
A alergia alimentar está incluída nas reações exposição a ele. Ocorre falha na supressão da resposta
adversas aos alimentos. Reações adversas aos imunológica a uma determinada proteína, inibindo o
alimentos podem ser classificadas como (Dan 17): mecanismo de tolerância (Dan 17). A alergia alimentar
- Tóxicas: Quantidade de toxina considerável é está relacionada à imunidade humoral, que envolve
ingerida pelo indivíduo sensível (ex.: Staphylococcus anticorpos (imunoglobulinas).
aureus ou Bacillus cereus); A IgE ajuda a eliminar os parasitas e é responsável
- Intolerâncias: Depende da suscetibilidade individual. por reações alérgicas clássicas.
Na intolerância à lactose, uma alteração genética reduz A imunidade celular ou mediada por células envolve a
a lactase e promove os efeitos gastrointestinais; ação de linfócitos T, eles não produzem anticorpos, mas
- Hipersensibilidade (alergia): As reações são reconhecem os antígenos e desencadeiam ações que
determinadas por proteínas que desencadeiam a levam a destruição dos antígenos, e também produzem
reação imunológica que podem determinar várias Th1 e Th2, sendo que a estimulação do T helper 2 está
síndromes clínicas. associada a formação de IgE.
Segundo o mecanismo imunológico presumivelmente Existem dois níveis de sensibilização:
predominante, as reações de hipersensibilidade são  Primário: pode ser imediato ou tardio, é uma
divididas em: reação mediada por IgE que ocorre no TGI sem prévia
-- Reações tardias mediadas por células lesão da mucosa, sendo mais significativo em crianças
-- Reações imediatas mediadas por IgE pequenas.
-- Reações mistas  Secundário: ocorre após uma infecção aguda do
O padrão de excelência para diagnóstico da TGI ou a partir de um dano prolongado à mucosa
alergia alimentar é o teste de desafio duplo-cego intestinal, com excessiva absorção de macromoléculas
controlado por placebo. alimentares, capaz de gerar um quadro de sensibilização
local ou sistêmica.
Fisiopatologia:
Quando ocorre a primeira exposição ao alérgeno,
ocorre sensibilização, ou seja, as células imunológicas são
alteradas de modo que reconhecem o alérgeno na próxima

88
88
224
Existem outros fatores relacionados ao excesso de Os antígenos alimentares de maior potencial
entrada de antígenos que podem potencializar o processo sensibilizante são o leite de vaca, carne de porco, ovo,
de sensibilização como: peixe, frutos do mar, tomate, abacaxi, banana, chocolate e
 Antigenicidade da proteína alimentar frutos oleaginosos.
 Dose sensibilizante
 Gravidade e a extensão do dano à mucosa Fatores de risco:
 Aumento da permeabilidade intestinal (fisiológico, Depende da:
no caso de prematuros e patológico, no caso de diarreias  Hereditariedade
crônicas ou prolongadas)  Exposição a um alimento (antígeno): exposição
 Fatores do hospedeiro como seu estado inicial ao alérgeno (pré requisito para desenvolver a
nutricional, fatores imunológicos e fatores genéticos. alergia) pode ser no pré ou no pós natal. A primeira
Atualmente se destaca o papel da microbiota exposição pode ocorrer ainda na gestação, lactação ou
intestinal no desenvolvimento da alergia. Atribui-se ao início da lactância, a introdução de alimentos alérgenos
fator bifidogênico do leite humano o papel de durante estas fases pode aumentar a probabilidade de
proporcionar a instalação de maior número de desenvolvimento de alergia alimentar. Os alérgenos na
bifidobactérias no cólon. Alguns probióticos e dieta da mãe podem passar no leite materno e causar
prebióticos possuem efeito de reduzir a ocorrência de sensibilização e então uma reação alérgica no lactente
dermatite atópicanos primeiros anos de vida (Dan 17). exclusivamente amamentado ao peito. Às vezes a reação
não ocorre até que o alimento seja realmente ingerido pelo
Desenvolvimento do mecanismo: bebê. Comer amendoins mais de uma vez por semana
durante a gravidez aumenta o risco de alergia ao
O mecanismo da alergia alimentar inicia-se na amendoim. No pós natal a exposição pode ser por
barreira mucosa intestinal quando esta, por imaturidade, inalação, contato com a pele ou ingestão, até no leite
ou quando agredida, sofre alguma alteração. materno.
A mucosa intestinal conta com mecanismos de Os alimentos na dieta da mãe (ex. bebidas
defesa imunológicos e não imunológicos, que quando cafeinadas, chocolate, alguns chás de ervas, repolho,
falham permitem o fenômeno de sensibilização, que são: cebola, nabo, alho, rabanetes, ruibarbo, espinafre e
especiarias) também podem ser associados com reações
 Não imunológicos: não alérgicas, geralmente desconforto gastrointestinal.
 Permeabilidade intestinal seletiva
 Controle do antígeno pelo sistema imunológico  Permeabilidade gastrointestinal: maior no início da
 Flora local lactância e diminui com a maturação intestinal. Condições
 Mucinas como doença gastrointestinal, desnutrição, prematuridade
 Enzimas proteolíticas e estados de imunodeficiência podem aumentar a
 Movimento peristáltico permeabilidade e o risco de desenvolver alergia alimentar.
 Digestão intracelular
 Fatores ambientais como a exposição microbiana.
 Imunológicos: A melhor higiene da sociedade, ou seja, diminuição nas
 GALT ( tecidos linfóides associados ao intestino). infecções e exposição à micróbios, causou mudanças na
O resultado da interação do GALT com o antígeno é a microflora gastrointestinal neonatal, e o resultado foi a
foramção de anticorpos, estimulação da resposta mediada maior incidência de doença atópica, inclusive alergia
por células e da produção de tolerância intestinal ao alimentar, iniciando a marcha atópica (condições, eventos
antígeno. e características que precedem o desenvolvimento de
 IgA secretória: é o mais importante e associado a distúrbios atópicos permanentes). Exposição precoce a
memória antigênica. É resistente a proteólise e exerce micróbios, fumaça de cigarro, estresse, exercício e frio,
papel importante proteção contra captação de antígenos, podem intensificar os sintomas clínicos da alergia
impedindo também a aderência de toxinas e de bactérias. alimentar.
 Imunidade celular local: linfócitos T, linfócitos intra
epiteliais, mastócitos, macrófagos e eosinófilos.
Manifestações clínicas:
Quando tais fatores de defesa falharem,
isoladamente ou em conjunto, podem ocorrer fenômenos  Gastrointestinais:
de sensibilização determinados pelo apareciemnto de  Gastroenterite alérgica com vômitos, diarreia e
enteropatia alérgica com formação exarcerbada de cólicas
complexo antígeno-anticorpo e substâncias  Cólicas: bastante relacionada à alergia ao leite de
imunologicamente ativas que se depositam nos [rogõas vaca. Verificadas em lactentes por distensão abdominal,
levando a sintomas. irritação, dor à palpação abdominal.
 Obstipação intestinal, forma mais atípica, que não
Alérgenos: responde às medidas usuais para constipação
 Vômitos: também relacionados a alergia a LV

225
 Extra-intestinais: imediata + síndrome alérgica oral, hipotonia gástrica +
 Respiratórias: rinite, asma, bronquite, sinusite, pioloespasmo e esofagite eosinofílica (Dan 17).
otite.
 Dermatológicas: dermatites e eczemas. Diagnóstico
 Hematológicas: anemia
 Gerais: choque anafilático, hipodesenvolvimento Requer:
 Anorexia: pode significar um meio protetor contra  Identificação do alimento suspeito
a ingestão de frações protéicas alergênicas  Prova que o alimento causa uma resposta
desencadeantes de manifestações clínicas adversa
desconfortáveis.  Verificação do envolvimento imunológico

A anafilaxia induzida por alimentos é uma resposta Accioly:


aguda e geralmente grave, e ocorre em um período  Anemia hipocrômica microcítica
limitado após a exposição a um antígeno. A anafilaxia  Aminoacidúria
sistêmica é a reação alérgica mais perigosa. Amendoim e  Aumento de excreção fetal de alfa-1-antitripsina
nozes são os causadores da maioria das mortes. Pessoas  D-xilosemia baixa
com reações anafiláticas conhecidas a qualquer alérgeno  Perda fecal proteica e lipídica positivas
alimentar devem utilizar epinefrina para reverter o quadro  Presença de anticorpos no soro e/ou nas fezes
alérgico.  Diminuição ou aumento de IgA sérica

O quadro clínico, o estado geral, e o histórico


alimentar da criança, bem como de seus pais, são
fundamentais para o diagnóstico. O processo de avaliação
nutricional periódico faz-se necessário apra que possa
nortear a resposta ao tratamento.

Vasconcelos:

Teste de desencadeamento (x teste de


desencadeamento duplo cego placebo controlado –
Dan 17): PADRÃO OURO para diagnóstico de alergia
alimentar.

1ª etapa: Realizar uma dieta de exclusão dos alimentos


provavelmente envolvidos nas manifestações clínicas.

2ª etapa: Aguardar a recuperação clinica completa ou


parcial.

3ª etapa: Teste de desafio ou de desencadeamento (não


deve ser feito em crianças com história de choque
anafilático). Todos os pacientes devem realizar o teste
após 6 a 8 semanas do início da dieta de exclusão.

Dan 17

Crianças com suspeita de alergia à proteína do leite de


vaca: Realizar endoscopia digestiva alta (biópsias de
sôfago, estômago e duodeno) ou baixa.

É possível realizar colonoscopia com biópsia;

Hemograma: Avaliar eosinofilia ou anemia por


deficiência de ferro (avaliar ferro corporal e ferritina
para pacientes com perda de sangue ou suspeita de
anemia carencial).
As manifestações clínicas mais comuns na alergia
alimentar são: Enterite induzida por proteína da dieta,
Teste cutâneo (prick test) e a pesquisa de anticorpos
colite eosinofílica, constipação intestinal crônica
da classe IgE podem ser realizados na alergia imediata
secundária à proteína do leite de vaca, refluxo
mediada por IgE. Quando não for possível, realizar
gastroesofágico secundário à alergia à proteína do
teste de desencadeamento (padrão ouro).
leite de vaca, cólica do lactente, Gastroenteropatia
eosinofílica, hipersensibilidade gastrointestinal

226
 Teste de provocação oral: PADRÃO OURO
para diagnóstico de alergia alimentar. O alimento suspeito
deve ser administrado em doses crescentes e observar o
aparecimento de reações; isso deve ser feito em ambiente
hospitalar para atendimento de profilaxia.
Os alimentos são reintroduzidos (desafios) um por
vez, em dias diferentes. As quantidades crescentes do
alérgeno devem ser dadas a cada 15 a 60 min até que
haja uma resposta convincente, mas que não ameace a
vida. A meta é atingir 6 a 10g de alimento seco ou 80ml d e
liquido mascarado.
Nenhum dos outros testes faz diagnóstico de alergia
alimentar, apenas indicam a sensibilização do indivíduo a
determinado alimento, o diagnóstico de alergia.
deve ser sempre confirmado pela história clínica e pelo
DCPC (desafio alimentar duplo cego controlado por
placebo).
Embora o teste de desencadeamento seja o padrão
ouro na prática, estes são utilizados sobretudo em alergia
ao LV, conforme recomendação da sociedade europeia.
Alimentos alergênicos e suas proteínas antigênicas
Percebe-se, portanto, que o tratamento baseia-se em
 Leite de vaca: beta lactoalbumina, beta
eliminar totalmente do cardápio da criança o alimento
lactoglobulina, caseína (alfa, beta, kappa), alfa
suspeito como alergênico na sua forma originária, ou como
lactoalbumina (Dan 17)
parte de preparações.
 Clara de ovo: ovomucóide, ovoalbumina e
A adequação nutricional da dieta deve ser monitorada
ovotransferrina
com frequência através da avaliação contínua do
 Amendoim: vicilina, conglutina e glicinina
crescimento e do estado nutricional do paciente e dos
 Soja: vicilina e conglutina
registros alimentares.
 Peixe: parvalbumina
 Camarão: tropomiosina
Quando os alimentos são removidos da dieta, fontes
 Nozes: albumina-2S
alternativas de nutrientes devem ser fornecidas,
 Trigo: inibidor da alfa amilase
prevenindo a desnutrição, ofertando dieta adequada ou
aumentada em energia, proteínas e micronutrientes,
Tratamento:
atenção especial a micronutrientes importantes na função
O princípio básico de tratamento da alergia alimentar
imune (complexo B, vit C, zinco e selênio), e também
é a retirada do alimento diagnosticado como alergênico e
àqueles que garantem a estabilidade celular (vit A e vit E).
todas as suas formas, ou seja, abstenção total de um
alérgeno alimentar.
Há também indicação por substituição do leite de
Utiliza-se as dietas de eliminação:
vaca por hidrolisados de caseína ou de proteínas do soro
1) Recomenda-se manter o LM, restringindo os
do leite, fórmulas a base de soja ou leie de outrras
potencialmente alergênicos da dieta materna, com
espécies. No entanto, devem-se observar deficiências de
monitoramento do aporte dos nutrientes comprometidos.
alguns micronutrientes, em especial, ácido fólico, vitamina
2) Dietas hipoalergênicas, de preferência não
B12, A, C e D em leite não industrializados. Além do riso
habitualmente ingeridos pela criança. Após um período de
de sensibilidade cruzada com leite de outras espécies.
exclusão, quando da recuperação nutricional da crianca,
reinicia-se gradativamente a dieta com 1 alimento suspeito
Nos casos extremos de má absorção recomenda-se o
por vez e observa-se a ocorrência de sintomas.
uso de uma dieta básica para diarréia crônica, onde além
3) Dieta em que se retira um alimento suspeito de
de excluir o leite de vaca, excluem-se dissacarídeos de
cada vez e reintroduz-se 1 por vez, como no procedimento
alta fermentecibilidade e osmolaridade e fibras insolúveis.
anterior.
A lactose, e menos freqüentemente a sacarose,
 Dietas de eliminação: Elimina-se o alimento
poderão ser excluídas por ocasião da deficiência
suspeito e todas as suas formas, garantido através de
secundária de lactase, bem como de sacarase, devendo-
acompanhamento do registro alimentar. Deve-se eliminar 1
se dar preferência a alimentos contendo amilose e
ou 2 alimentos suspeitos por vez pra cada 2 semanas.
maltodextrina.

 Imunoglobulina Total e Eosinofilia Periférica:


A introdução de alimentos a base de prebióticos,
são dados inespecíficos e não sustentam um diagnóstico
probióticos e simbióticos tem apresentado resultados tanto
de alergia alimentar.
na prevenção quanto no tratamento. Os prebióticos

227
destacam-se pelo aumento da absorção de cálcio e alérgica, que seria mais frequente em recém nascidos a
proteção contra infecções. Os probióticos proporcionam: termo.
 Redução do pH intestinal A alergia ao leite de vaca em lactentes em
 Competição da disponibilidade de nutrientes no geral é causada por mecanismo dependente de células
colon imunológicas (Dan 17).
 Alta capacidade de aderência aos receptores A fração β-lactoalbumina é a que mais induz a
específicos na mucosa sensibilização e está ausente no leite humano.
 Estimulação da produção de muco pela mucosa
 Hidrolise de proteínas com alto potencial Fração proteica % indivíduos sensíveis
alergênico β lactoalbumina 66-82
 Produção de proteínas metabolicamente ativas, Caseína 43-60
chamadas bacteriocinas α lactoalbumina 41-53
Cabe ressaltar que o leite materno é um simbiótico Globulina sérica bovina 27
sendo fundamental no equilíbrio da flora intestinal e como Albumina sérica bovina 18
importante estimulador do sistema imunológico.
Neste caso, deve-se excluir o leite de vaca, bem
Os probióticos (ex. Lactobacilos GG) causam como os seus derivados.
alteração e adição à flora intestinal e podem então, impedir Welfort: não estão indicados os leites de outras
o desenvolvimento da alergia alimentar. Parece que a espécies, como cabra, ovelha, devido ao risco de reação
suplementação a gestante 1 mês antes do parto ou terapia cruzada; nem as formulas parcialmente hidrolisadas, nem
probiótica dada ao lactente durante 6 meses seja pelo leite produtos a base de soja, cuja proteína não é isolada, por
materno ou suplementação direta, pode reduzir o eczema não atenderem ao códex.
atópico relacionado à alergia alimentar em lactentes. Por outro lado estão indicadas fórmulas:
• A base de ptn isolada de soja
A hipersensibilidade aos alimentos é mais comum no • A base de ptn extensamente hidrolisada
1º e 2º ano de vida, e a maioria dos bebês desenvolvem • De aminoácidos
sensibilidades em torno dos 3 anos. Como os sintomas de
alergia tendem a se resolver com a idade, os alimentos Diagnóstico da APLV (Dan 17)
alergênicos densos em nutrientes como trigo, soja, ovos e
leite de vaca devem ser reintroduzidos pelo desafio Na suspeita de APLV, o primeiro fundamento é
alimentar a cada 6 a 12 meses para garantir que não a recomendação da dieta de exclusão.
estejam sendo restritos desnecessariamente. A segunda etapa consiste na recuperação
clínica completa ou parcial (o tempo máximo é de 2
Os alimentos a serem evitados podem estar ocultos semanas podendo tardar até 4 semanas). Caso não
na dieta, por contaminação por: seja evidenciada melhora, reavaliar a dieta ( fórmulas a
 Utensílios comuns para servir diferentes alimentos base de soja podem sensibilizar o paciente,
 Elaboração de 2 produtos utilizando o mesmo especialmente me reações mediadas por células em
equipamento, sem limpar propriamente os equipamentos lactentes). Boa resposta à dieta de exclusão configura
 Rótulos enganosos (ex. produto não lácteo diagnóstico positivo.
contendo caseinato de sódio) A última etapa para estabelecer o diagnóstico
 Aparecimento no rótulo do ingrediente apenas definitivo é o teste de desencadeamento ou desafio
com sua finalidade, mas não como um ingrediente (não deve ser erealizado em pacientes com
específico (ex. clara de ovo descrita apenas como antecedente de choque anafilático). Teoricamente,
emulsificante) todos os pacientes devem realizar o teste de
 Adição de um produto alergênico a um segundo desencadeamento após 6 a 8 semanas do início da
produto, e apenas os ingredientes do segundo produto deita de exclusão. A partir de então, naqueles com
estão relacionados no rótulo alimentar (ex. maionese, sem desafio positivo para alergia ao leite de vaca, novos
anotação de ovos) desencadeamentos devem ser programados com
 Mudança de ingredientes por fabricante de intervalos de 6 a 12 meses.
alimentos.
 Um ingrediente que está presente em um Repercussões nutricionais na APLV (Dan 17)
alimento, mas que numa porcentagem tão baixa que não
precisa ser citado no rótulo. Duas situações podem ser destacadas - déficit de
crescimento e desnutrição energético-proteica - sendo
ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DE VACA estas desencadeadas por:
 Ingestão alimentar insuficiente
Existe pouca frequência de processos alergênicos em  Má absorção intestinal
recém nascidos prematuros (Atenção: antes ele foi  Perda de substâncias nque aumentam as
relacionado com fator de risco!!), porque parece que seus necessidades nutricionais (proteína)
mecanismos imunológicos imaturos não permitem a  Aumento das necessidades de energia
provocação de um fenômeno de hipersensibilidade  Inadequação da dieta de exclusão
228
 Tratamento da alergia ao leite de vaca  Formulação a base de carnes
Tem sido indicada como estratégia fundamental a
O tratamento se baseia na exclusão do alérgeno formulação modular hipoalergênica à base de carnes
alimentar, caracterizando a “dieta de exclusão”. Os brancas (frango, rã, peru, coelho), pelo seu baixo custo e
objetivos dessa dieta são: pela melhor evolução e aceitação entre lactentes jovens.
 Eliminar os alimentos relacionados à Sua maior desvantagem é a manipulação excessiva,
sintomatologia ou aqueles considerados que pode ser reduzida pelo congelamento, ainda há a
muito alergênicos; necessidade de suplementação de micronutrientes quando
 Evitar alimentos industrializados ou essas fórmulas são utilizadas de forma exclusiva,
todos aqueles dos quais não é possível principalmente de cálcio.
conhecer sua composição;
 Promoveroferta energética e de Probióticos no tratamento da alergia (Dan 17)
nutrientes suficiente para atender às
necessidades da criança; As evidências são controversas porém, com
 Reintroduzir, gradativamente, os relação a alergia alimentar, muitos estudos relacionam
alimentos excluídos da dieta de acordo o uso do Lactobacillus rhamnosus GG como o
com a resposta clínica. probiótico que poderia exercer efeito benéfico no
tratamento, especialmente quando o eczema atópico
 Leite de soja está associado.
O extrato solúvel de soja tem sido a primeira
estratégia, pela sua facilidade e custo, mas 65% (60%
Welfort) das crianças apresentam reação cruzada a este Prevenção da alergia alimentar
alimento. Atenção ao teor de alumínio em sua composição
devido a contaminação, e ao teor de fitoestrogenos. Medidas úteis para prevenção de alergia:
Sua utilizaçãoo porém, tem sido considerada pela  Promover o aleitamento materno exclusivo no 1º
Academia Americana de Pediatria nas alergias mediadas semestre de vida, pois fornece proteína da mesma
por IgE e na fase mais tardia do tratamento, quando a espécie, é importante na maturação linfocitária do intestino
mucosa intestinal já está recuperada, com melhora dos e promove o trofismo da mucosa intestinal, reativando a
sintomas e ganho ponderal satisfatório após 6 a 8 barreira protetora intestinal contra o excesso de absorção
semanas. de macromoléculas proteicas.
A ESPGHAN (Sociedade Europeia de  Retardar a introdução de alimentos como leite de
Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica) e vaca, ovos, trigo e carnes na alimentação de filhos de
a ESPACI (Sociedade Europeia de Alergologia e mães que não receberam imunização prévia (diminui a
Imunologia Clínica) NÃO recomendam o usod a soja sensibilização) ou que não consumiram tais alimentos
no tratamento da alergia alimentar, durante a gestação (se tivessem tido contato teriam
independentemente, do mecanismo envolvido, porém, desenvolvido tolerância).
a Academia Americana de Pediatria considera que as
fórmulas de soja constituem uma alternativa para a Alérgenos na dieta materna, como leite de vaca, ovos
substituição do leite de vaca nos casos de alergia e amendoim, podem passar através do leite e causar
mediada por IgE em lactentes no segundo semestre de sensibilização e depois uma reação alérgica no bebê que
vida (Dan 17). se alimenta exclusivamente do LM. Algumas vezes, a
reação não acontece até que o alimento alergênico seja de
 Leite de cabra fato ingerido pela criança.
O leite de cabra apresenta uma tolerância melhor,
além de características sensoriais semelhantes ao leite de Probióticos na prevenção pré, peri e pós-natal (Dan 17)
vaca, mas é caro e contém lactose. Não é recomendado
pois pode apresentar reatividade cruzada com a β Com a perspectiva de equilibrar a microbiota
lactoalbumina do leite de vaca. Além disso, tem alta carga nos primeiros momentos da vida, uma das principais
de soluto renal e é pobre em ácido fólico, os bebês que estratégias preventivas seria a suplementação com
recebem leite de cabra necessitam de suplementação de probióticos na gestante ou no recém-nascido de risco
ferro, folacina e vitamina A, C e D. para atopia, induzindo uma situação de eubiose e
consequente imunomodulação.
 Hidrolisados proteicos A Organização Mundial de Alergia (WAO)
O hidrolisado de proteínas solúveis do leite é o mais sugere como primeira recomendação o uso de
utilizado de início, mas pode induzir aparecimento de probióticos na grávida de risco para atopia, por
sintomas dependendo da quantidade de peptídeos na sua considerar estratégia benéfica na prevenção do
formulação, e aí opta-se por hidrolisado de caseína, que é eczema atópico e, dessa maneira, diminuir a
uma das frações menos alergênicas do leite de vaca, de possibilidade de evolução da “marcha alérgica”, já que
um modo geral os hidrolisados têm sabor marcante, tem o eczema associado ou não a alergia alimentar
custo elevado, o que restringe seu uso. costuma ser o priemiro degrau desse processo.

229
O probióticos mais estudado é o Lactobacilos FD&C refrigerantes, erupção cutânea,
GG. amarelo 5 medicamentos asma bronquica
amarelos-
 Reações a agentes farmacológicos em alaranjados colorido
Alimentos artificialmente
Ácido Refrigerantes, Urticária,
Aminas Alimento Sintomas benzóico ou alguns queijos, erupção cutânea,
vasoativas benzoato de algumas asma bronquica
Feniletiamina Chocolate, queijos Enxaqueca sódio, BHA, margarinas,
envelhecidos, vinho BHT, nitratos alimentos em
tinto conserva, muitos
Tiramina Queijos Enxaqueca, produtos
envelhecidos, eritema, urticária industrializados
levedura de cerveja, e crise Glutamato Comida asiática, Cefaléia, náusea,
omate, framboesa, hiperrtensiva em monossódico alimentos com GMS asma bronquica,
ameixavenho pacientes em uso (GMS) adicionado com rubor, dor
Chianti, peixe em de inibidores da realssador de sabor abdominal
conserva, banana, monoamina Sulfitos de Camarão, abacate, Asma aguda,
berinjela, oxidase sódio, de purê de batata choque
Histamina Queijos Eritema, cefaleia, potássio, instantâneo, frutas e anafilático, perda
envelhecidos, diminuição da metabissulfito legumes de consciência
alimentos pressão arterial de potássio, desidratados ou
fermentados, carne bissulfito de frescos que foram
processadas, peixe sódio, de tratados para evitar
em conserva, vinho potássio e o escurecimento,
tinto, champanhe, dióxido de sucos ácidos,vinho,
catchup enxofre cerveja, alimentos
Agentes Marisco, ovo Urticária, processados
liberadores de branco, chocolate, eczema, prurido
histamina morango, banana,
abacaxi, tomate,
espinafre, nozes,
amendoim

 Reações a aditivos alimentares

Aditivo Alimento Sintomas


Tartrazina ou Alimentos, Urticária,

3) A curva de crescimento do cartão da criança, método


QUESTÕES
adotado pelo Ministério da Saúde do Brasil, é necessária
1) O padrão de referência do NCHS é utilizado nos para diagnóstico antropométrico de criança até 6 anos de
gráficos de crescimento propostos pelo MS e apresenta vida. A esse respeito assinale a opção incorreta (AC,
como pontos de corte os percentis(AP, 2006): 2006 - UnB/CESPE):
(A) p0, 1, p10, p15, p95 (A) Uma criança de 2 anos, acima do percentil 98 desde o
(B) p0, 1, p3, p10, p97 período do desmame pode ser classificado como
(C) p3, p5, p10, p97 apresentando sobrepeso;
(D) p3, p5, p15, p20 (B) Uma criança de 6 anos, que se manteve desde o
(E) p3, p5, p15, p95 nascimento entre os p30 e p60 pode ser classificada como
eutrófica;
2) Faça a analise do seguinte caso: Uma criança cujo peso (C) Uma criança de um ano, entre os p3 e p10, pode ser
para idade está no p25, apresenta indicação de curva de diagnosticada como peso muito baixo;
evolução horizontal com condições nutricionais em (D) Uma criança que se encontra abaixo de menos 3 DP
situação de alerta. Neste caso o diagnóstico nutricional é no cartão pode ser classificada como desnutrida.
de(AL, 2006):
(A) Eutrofia 4) As necessidades dietéticas de energia e de proteínas,
(B) Baixo peso I por Kg de peso, de um pré-escolar, quando comparadas
(C) Baixo peso II com as do lactente, são consideradas, respectivamente,
(D) Sobrepeso como(UERJ, 2002):
(E) N.R.A. (A) Menores – menores
(B) Menores – maiores
230
(C) Maiores – maiores monitora, e, assim, favorece as condições de saúde e
(D) Maiores – menores nutrição da criança assistida. A recomendação de
proteínas (RDA, 1989) para a faixa etária de 1 a 3 anos é
5) Em uma criança de 36 meses, que apresenta de(IGUABA, 2005):
desnutrição leve ou moderada avaliada no cartão da (A) 1,1 g /Kg peso
criança, tomando como referencia percentis NCHS de (B) 1,6 g /Kg peso
crescimento físico, podemos dizer que seu peso esta(PE, (C) 1,3 g /Kg peso
2006): (D) 1,2 g /Kg peso
(A) Abaixo do p3
(B) Entre o p10 e p3 11) A recomendação nutricional para uma criança de 5
(C) Acima de p10 anos com relação a fibras, é, em gramas, de no
(D) Superior ao p90 mínimo(Residência – 2004):
(E) Igual ou acima do p90 A) 5g
B) 10g
6) Uma criança apresenta índices de peso/altura alto, C) 15g
peso/idade-normal altura/idade baixo.A interpretação D) 20g
destes resultados é de que a alimentação atual é
(NITERÓI, 2004): 12) Dentro do programa de assistência integral a saúde da
(A) Normal e não há antecedentes de má nutrição criança, o subprograma de diarréia aguda e terapia de
(B) Normal, mas há antecedentes de má nutrição. reidratação oral (TRO) recomenda para tratamento de
(C) Excessiva, mas há antecedentes de má nutrição. diarréia aguda com desidratação(QUEIMADOS, 2001):
(D) Excessiva e não há antecedentes de má nutrição (A) Etapa de reidratação: solução de reidratação oral
(SRO) por 12 horas sem suspensão da alimentação e
7) Uma criança, cujo peso para idade está no percentil25, etapa de manutenção: SRO após evacuações líquidas,
apresenta indicação de curva de evolução horizontal com retorno a alimentação própria para a idade e aumento do
condições nutricionais em situação de alerta. O diagnóstico consumo de líquidos.
nutricional é de(NITERÓI, 2004): (B) Etapa de reidratação: solução de reidratação oral
(A) Eutrofia (SRO) por 4 a 6 horas sem suspensão da alimentação e
(B) Sobrepeso etapa de manutenção: alimentação com baixo teor de fibra
(C) Baixo peso I e aumento do consumo de fibras
(D) Baixo peso II (C) Etapa de reidratação: solução de reidratação oral
(SRO) por 12 horas sem suspensão da alimentação e
8) Com relação à avaliação antropométrica de crianças e etapa de manutenção: SRO após evacuações líquidas,
adolescentes, analise as seguintes afirmativas(UFMG, dieta pobre em lactose e aumento do consumo de líquidos.
2006). (D) Etapa de reidratação: solução de reidratação oral
1) Até o sexto mês de vida, a relação entre o perímetro (SRO) por 4 a 6 horas com suspensão da alimentação e
cefálico e perímetro torácico é maior do que 1. etapa de manutenção: retorno a alimentação própria para
2) Segundo VITOLO (2003), até o sexto mês de vida a idade e aumento do consumo de líquidos.
espera-se ganho de peso diário maior do que 20 g. (E) Etapa de reidratação: solução de reidratação oral
3) De acordo com WHO (1995), um adolescente que (SRO) por 4 a 6 horas com suspensão da alimentação e
possui IMC entre percentil 85 e percentil 95 apresenta etapa de manutenção: SRO após evacuações líquidas,
obesidade. retorno a alimentação própria para a idade e aumento do
4) De acordo com o critério de classificação de Waterlow, consumo de líquidos.
uma criança com adequação de estatura para idade maior
ou igual a 95% e de peso para estatura maior ou igual a 13) Na hidratação da criança com diarréia, pode se
90% encontra-se eutrófica. Estão CORRETAS: permitir, dependendo do caso, a administração do soro
caseiro em substituição ao SRO. No entanto é necessário
aumentar o aporte do seguinte elemento mineral da dieta:
(A) As alternativas 1 e 3.
(A) Na
(B) Apenas a alternativa 2.
(B) Zn
(C) As alternativas 2 e 4.
(C) Fe
(D) As alternativas 1, 2 e 4.
(D) Ca
(E) K
9) O índice antropométrico recomendado pelo MS/OMS
para avaliar o crescimento de escolares e adolescentes, é
14) O tratamento dietoterápico geralmente adotado para
o de(MAGÉ, 2004):
diarréias é aquele que deixa uma quantidade pequena de
(A) Peso/idade (C) Altura/idade
resíduos. As perdas de eletrólitos que devem ser corrigidas
(B) Peso/altura (D) Massa corporal
precocemente são:
(A) Ca e Cl
10) O acompanhamento sistemático do crescimento e do
(B) Na e Ca
desenvolvimento infantil e é de grande importância, pois
(C) Cl e Mg
229
(D) K e Na C) Hiperprotídica
(E) Mg e K D) Hipodissacarídica

15) Consta do tratamento dietoterápico das diarréias 22) O nutriente que compõe a solução de reidratação oral
agudas: e que aumenta a taxa de absorção e sódios no organismo
(A) Reposição de líquidos e eletrólitos e uso de caldos de é(Residência – 2004):
carne A) Cloro
(B) Aumento do aporte calórico e hídrico total B) Glicose
(C) Aumento do fracionamento do teor protéico C) Citrato
(D) Aumento da lactose, restrição de sacarose e oferta de D) Potássio
pectina
(E) Oferta de alimentos a temperatura ambiente e aumento 23) Uma criança com diarréia líquida, volumosa, sem pus
do teor glicídico ou sangue, por mais de 15 dias, já submetida a várias
modificações lácteas. Este quadro indica que deve ser
16) Um lactente apresenta diarréia sem muco ou sangue, iniciado o uso de(Residência, 2000):
há 10 dias. Foi medido o pH das fezes cujo valor foi igual a A) Fórmula sem lactose
3 na conduta dietoterápica deve se evitar o uso de: B) Hidrolisado protéico
(A) Glúten C) Leite de vaca diluído
(B) Lactose D) Leite de cabra
(C) Pectina E) Leite de soja
(D) Gordura
(E) proteína 24) Nas diretrizes de cuidados nutricionais para pacientes
com refluxo e esofagite, é correto afirmar que(PE, 2006):
17) No tratamento da diarréia aguda em criança, a conduta (A) Deve se evitar a ingestão de refeições volumosas, ricas
mais importante é: em gorduras, principalmente 2 a 3 horas antes de deitar;
(A) Aumentar a oferta de alimentos sólidos (B) Chocolate e álcool e bebidas que contenham cafeína
(B) Suspender o aleitamento materno são liberadas moderadamente;
(C) Usar drogas para moldar as fezes (C) Alimentos ácidos e muito condimentados são
(D) Repor as perdas hídricas permitidos livremente;
(D) Óleos de menta e hortelã são liberados para aliviar os
18) As principais causas de diarréia agudas prolongadas sintomas
em crianças são: (E) Deitar logo após as refeições e usar roupas folgadas
(A) Intolerância a lactose e a frutose
(B) Desidratação e intolerância a maltose 25) As orientações higiênico dietéticas na esofagite crônica
(C) Invaginação intestinal e desidratação de refluxo são:
(D) Sensibilização a proteínas heterólogas (A) Evitar grandes esforços após as refeições e consumir
(E) Intolerância a lactose e sensibilização a proteínas refeições pequenas, mais freqüentes
heterólogas (B) Indicar o uso de alimentos fibrosos eproibir alimentos
líquidos
19) A terapia de reidratação oral em criança desnutrida (C) Evitar alimentos ricos em gordura e fazer ingesta de
esta contra indicada na presença de: alimentos secos
(A) Dor abdominal (D) Deitar após as refeições e evitar alimentos com
(B) Diarréia persistente carboidratos simples
(C) Distúrbio eletrolítico (E) Proibir o uso de bebidas alcoólicas e proporcionar
(D) Infecções associadas ganho ponderal
(E) Alteração da consciência
26) O tratamento dietoterápico para o RGE envolve
20) A diarréia esta associada com cerca a 30% de mortes cuidados com o controle da capacidade gástrica. Entre os
nos primeiros anos de vida. O manejo adequado da itens a seguir, aquele que não faz parte desta conduta é:
diarréia aguda em criança tem como componente (A) Alimentar-se com refeições desprovidas de
importante: concentrações de gordura
(A) Suspensão da alimentação (B) Evitar líquidos durante as refeições principais
(B) Uso imediato de medicamentos (C) Evita deitar-se após as refeições
(C) Prevenção da desidratação (D) Aumentar a ingestão de fibras
(D) Suspensão do aleitamento (E) Fazer o fracionamento da dieta

21) Na diarréia protraída da criança, a terapia nutricional 27) Nos casos de RGE em criança a distribuição
enteral deve ser caracterizada por (Residência – 2003): energética deve ser:
A) Hipotônica (A) 4 a 5g de PTN/Kg/peso; 1 a 2g de lipídio/Kg/peso e
B) Hiperosmolar Glicídios, 50% a 65% do VET.

230
(B) 3 a 5g de PTN/Kg/peso; 3 a 5g de lipídio/Kg/peso e (C) parenteral
Glicídios, 50% a 60% do VET. (D) gastrostomia
(C) 2 a 4g de PTN/Kg/peso; 4 a 6g de lipídio/Kg/peso e
Glicídios, 45% a 60% do VET. 32) Quanto ao crescimento do recém nascido pré termo é
(D) 3 a 6g de PTN/Kg/peso; 1 a 3g de lipídio/Kg/peso e correto afirmar que (Prefeitura RJ 2008):
Glicídios, 56% a 65% do VET. (A) na fase de crescimento normal o déficit inicial ao
(E) 2 a 3g de PTN/Kg/peso; 2 a 4g de lipídio/Kg/peso e nascimento é compensado
Glicídios, para completar o VET (B) na fase transitória de crescimento há perda fisiológica
que pode variar de 5 a 10% do peso ao nascimento
28) Para lactentes com refluxo gastresofágico que não (C) na fase de crescimento de catch up o déficit inicial ao
respondem às medidas dietéticas convencionais, deve-se nascimento é compensado e o recém nascido assume a
considerar a seguinte conduta(Residência, 1999): velocidade de crescimento de crianças nascidas a termo
A) Restrição de lipídeos (D) o ganho de peso médio é definido como sendo de 20 a
B) Espessamento do leite 25g por dia
C) Exclusão do leite de vaca
D) Redução do volume das refeições 33) O recém nascido de baixo peso, de muito baixo peso e
E) Aumento da freqüência das refeições de extremamente baixo peso, segundo a Organização
Mundial de Saúde são aqueles que apresentam,
29) A taxa de crescimento após o primeiro ano de vida respectivamente os pesos (gramas) (Nova Friburgo 2007):
torna-se mais lento, porém em torno dos nove aos dez A) ≤ 2300, <1600 e <500
anos de idade essa taxa volta a se elevar, sinalizando a B) ≤ 200, <1200 e <800
aproximação da puberdade. Algumas situações especiais C) ≤ 2500, <1000 e <800
podem ocorrer na alimentação da criança, em particular D) ≤ 1800, <1600 e <1000
entre o sexto e o décimo ano de vida. É uma situação E) ≤ 2500, <1500 e <1000
incomum nessa fase de desaceleração do crescimento
(Caxias 2008): 34) Segundo Accioly, na avaliação antropométrica de
(A) as crianças têm menos interesse no alimento e um crianças as medidas mais utilizadas são (INCA 2009):
interesse crescente no mundo ao seu redor; (A) Peso, estatura e circunferência do braço
(B) o apetite das crianças aumenta, embora a maioria (B) Peso, circunferência torácica e circunferência craniana
delas rejeite os alimentos freqüentemente consumidos; (C) Circunferência torácica, estatura e circunferência do
(C) as crianças podem recusar alimentos que usualmente braço
consumiam, preferindo outros em particular em cada (D) Circunferência torácica, estatura, e circunferência
refeição; craniana
(D) os pais de um modo geral ficam preocupados por
achar as escolhas alimentares de seus filhos 35) Na avaliação nutricional antropométrica pediátrica foi
aparentemente irracionais. encontrado o seguinte resultado: peso/estatura - percentil
97. Este dado aponta o seguinte estado nutricional (INCA
30) Vários são os efeitos negativos das doenças diarréicas 2009):
sobre o crescimento infantil. A diarréia prolongada pode (A) Obesidade
levar ao óbito, uma das mais importantes causas da (B) Sobrepeso
mortalidade infantil no Bras il e no mundo. A alimentação (C) Eutrófica
correta quando a criança apresenta diarréia aguda é (D) Desnutrida
fundamental. Sobre esse aspecto, a recomendação para
uma criança de 7 meses que se encontra em aleitamento 36) A conduta dietoterápica mais indicada para o refluxo
materno misto é (Caxias 2008): gastroesofágico em crianças é (INCA 2009):
(A) aumentar a freqüência da amamentação ao seio ou até (A) Aumentar o volume e o fracionamento das refeições
mesmo estimular o retorno à amamentação exclusiva; (B) Aumentar o volume e diminuir o fracionamento das
(B) submeter o organismo a um repouso alimentar refeições
enquanto a criança é reidratada, sendo a alimentação (C) Diminuir o volume e aumentar o fracionamento das
reintroduzida gradativamente; refeições
(C) oferecer apenas alimentos constipantes até que a (D) Diminuir o volume e o fracionamento das refeições
criança retorne ao estado normal;
(D) aumentar o tempo entre as mamadas a fim de 37) Isac tem 8 meses, pesa 9300 g e foi trazido por sua
desacelerar o trânsito intestinal até diminuir o número de mãe para uma consulta de rotina no ambulatório de
evacuações. Nutrição Pediátrica. Durante a consulta ela relatou que, há
dois dias, Isac apresenta uma média de sete evacuações
31) Os recém nascidos pré termo com menos de 34 líquidas por dia. A criança estava sorridente, brincando e
semanas de vida, devem ser alimentados inicialmente via com olhos brilhantes. Isac se alimenta com seio materno,
(Prefeitura RJ, 2008): papa salgada no almoço e fruta amassada no lanche. A
(A) oral nutricionista recomendou, em relação à oferta de soro
(B) sonda orogástrica caseiro e à alimentação, respectivamente (HUPE 2009):
231
(A) 700 ml ao longo do dia / alterar alimentação materna
(B) 350 ml ao longo do dia / consumir papa salgada no
jantar
(C) 80 ml após cada evacuação / aumentar freqüência de
seio materno
(D) 40 ml após cada evacuação / preferir legumes e frutas
constipantes

38) Relacione as recomendações nutricionais diárias de


energia e proteínas (nesta ordem), apresentadas na coluna
da esquerda, com as respectivas faixas etárias de
crianças, citadas na coluna da direita (Fesp 2008): 102
Kcal/kg e 1,2g/kg ( ) 1 a 3 anos 70 Kcal/kg e 1,0g/kg ( ) 4 a
6 anos 90 Kcal/kg e 1,1g/kg ( ) 7 a 10 anos A seqüência
correta é:
(A) 3-1-2
(B) 2-1-3
(C) 2-3-1
(D) 1-2-3 (A) entre os percentis 50 e 15;
(E) 3-2-1 (B) abaixo da faixa do percentil 15;
(C) dentro da faixa do percentil 3;
39) Eunice tem 42 anos, está com 31 semanas de (D) entre os percentis 97 e 85;
gestação e foi internada na enfermaria de obstetrícia com (E) fora da faixa dos percentis.
convulsões e sangramento vaginal. Após intervenção
cirúrgica para interrupção da gravidez Eunice foi 43) Uma família procurou um posto de saúde e o
encaminhada para o CTI em estado grave .O filho de nutricionista avaliou três crianças, com idades entre 2 e
Eunice nasceu com 1550g. Para iniciar a dieta enteral da 6anos, a partir dos indicadores peso/idade (P/I). Maria se
criança foi prescrito leite humano processado. Este leite encontrava no percentil 60; Julia no percentil 5 e Laura
deverá apresentar um crematócrito que indique, em Kcal/l, abaixo do percentil 0,1 no cartão da criança. Nesta
até (HUPE 2009): situação é correto afirmar que (UNIRIO 2009):
(A) 300 (A) Maria e Julia são eutróficas e Laura apresenta peso
(B) 500 muito baixo para idade.
(C) 700 (B) Maria e Júlia estão na faixa de sobrepeso e Julia em
(D) 900 risco nutricional.
(C) Maria, Julia e Laura são eutróficas.
40) Do ponto de vista imunológico, o colostro da mãe do (D) Maria está em risco de sobrepeso, Júlia é eutrófica e
recém-nascido prematuro comparado ao de uma mãe de Laura tem peso muito baixo para idade.
recém-nascido apresenta maior conteúdo de (UERJ, (E) Maria é eutrófica, Júlia está em risco nutricional e
2002): Laura tem peso muito baixo para idade
(A) IgA C) IgE
(B) IgG D) IgM 44) Uma das causas mais frequentes de constipação na
infância é a mudança de práticas alimentares. Há uma
41) Os índices e parâmetros previstos atualmente pelo tendência histórica de ingestão reduzida de fibras
Ministério da Saúde para avaliação nutricional de crianças alimentares nas dietas infantis. A ingestão recomendada
são (UFF 2009): de fibras alimentares para crianças segundo American
(A) peso por idade, estatura por idade, circunferência da Academy of Pediatrics (AAP, 1992) é de (Piraí 2009):
cintura e IMC; (A) 1,5g/kg de peso corporal;
(B) IMC, peso por idade, peso por estatura e pregas (B) 0,8g/kg de peso corporal;
cutâneas; (C) 1,0g/kg de peso corporal;
(C) peso por idade, estatura por idade, peso por estatura e (D) 1,2g/kg de peso corporal;
IMC; (E) 0,5g/kg de peso corporal.
(D) IMC, peso por idade, circunferência da cintura e pregas
cutâneas; 45) A saúde, na idade pré-escolar e escolar, se refletirá
(E) peso por idade, estatura por idade e peso por estatura. definitivamente na adolescência e vida adulta, sendo
fundamental que sejam atendidas as exigências
42) Considerando-se que um menino possui 9 anos e 3 nutricionais estas faixas etárias. Segundo Accioly . (2002),
meses e pesa 26 kg, segundo a figura abaixo, pode-se a recomendação de energia para meninos pré-escolares
concluir que ele está (UFF 2009): (3-4 anos) e escolares (7-8 anos) é respectivamente (Piraí
2009):
(A) 106 kcal/kg/dia; 69 kcal/kg/dia;
(B) 99 kcal/kg/dia; 83 kcal/kg/dia;
232
(C) 95 kcal/kg/dia; 76 kcal/kg/dia; (B) 1,3 L/dia e 1000 mg/dia e 1,7 L/dia e 1200 mg/dia.
(D) 104 kcal/kg/dia; 88 kcal/kg/dia; (C) 2,5 L/dia e 1700 mg/dia e 3,1 L/dia e 1700 mg/dia.
(E) 90 kcal/kg/dia; 85 kcal/kg/dia. (D) 2,4 L/dia e 1700 mg/dia e 2,8 L/dia e 1900 mg/dia.
(E) 2,0 L/dia e 1300 mg/dia e 2,5 L/dia e 1500 mg/dia.
46) Relacione as recomendações nutricionais diárias de
energia e proteínas, nesta ordem, apresentadas na coluna 50) As recomendações nutricionais de ácidos graxos
da esquerda, com as respectivas faixas etárias de essenciais para crianças são bastante discutidas,
crianças, citadas na coluna da direita (Fesp 2009): einúmeros estudos demonstram que esses nutrientes
1) 102kcal/kg e 1,2g/kg ( ) 1 a 3 anos sãofundamentais para o crescimento adequado.
2) 70kcal/kg e 1,0g/kg ( ) 4 a 6 anos Orequerimento mínimo aparente de C18:2n-6
3) 90kcal/kg e 1,1g/kg ( ) 7 a 10 anos parapromover o crescimento de crianças varia de
A seqüência correta é: (SãoGonçalo – 2011):
(A) 3 – 1 – 2 a) 1 – 4,5% do Valor EnergéticoTotal.
(B) 2 – 1 – 3 b) 0,5 – 0,6% do Valor EnergéticoTotal.
(C) 2 – 3 – 1 c) 9 – 15% do Valor EnergéticoTotal.
(D) 1 – 2 – 3 d) 15 – 20% do Valor Energético Total.
(E) 3 – 2 – 1 e) 0 – 0,5% do Valor Energético Total.

47) A avaliação nutricional da criança e importantepara 51) Em 2006, foi lançada pela Organização Mundial de
uma prescrição dietética efetiva.Leia as afirmativas a Saúde (OMS) as novas Curvas para Avaliação do
respeito desse assunto,marque com V as verdadeiras e F Crescimento Infantil. Com base em vários critérios para
as falsas (PMRJ 2010). inclusão no estudo, o Brasil foi o país selecionado pela
I. ( ) O percentil e a distribuição dosindivíduos de uma OMS para representar a América Latina. As novas curvas
determinadaamostra populacional em relação asmedidas de crescimento constituem um importante instrumento
antropométricas. técnico para medir, monitorar e avaliar o crescimento de
II. ( ) As curvas do NCHS são consideradas referenciais, já todas as crianças, independente da origem étnica, situação
ascurvas da OMS de 2006 são consideradas um padrão socioeconômica ou tipo de alimentação. A grande
decrescimento. preocupação com o aumento da obesidade fez com que se
III. ( ) O escore Z e a medida de quanto oindividuo se tornasse urgente o desenvolvimento de uma referência de
afasta ou se aproximada mediana em desvios-padrao. E crescimento única para a avaliação de (São Gonçalo –
utilizado exclusivamente noindicador E/I. 2011):
IV. ( ) As curvas por percentis no caso depre-puberes e A) lactentes e crianças em idade escolar.
adolescentes não são indicadas quando ha atraso ou B) adultos jovens e crianças em idade escolar.
avanço puberal acima do normal. C) adolescentes e adultos jovens.
V. ( ) O indicador IMC pode ser utilizadopara determinar a D) crianças em idade pré-escolar e lactentes.
condição nutricional de criança e adolescente. A OMS E) crianças em idade escolar e adolescentes.
(1995) classifica o percentil< 5 do IMC como baixo peso
epercentil entre 15 e 85 comoeutrofia.Assinale a alternativa 52) As altas prevalências de anemia e de doenças
correta. causadas pela deficiência de ácido fólico na população
(A) V, V, F, V, F. brasileira levaram o Ministério da Saúde e a Agência
(B) F, F, F, V, F. Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a tornar
(C) V, F, V, F, V. obrigatória a fortificação das farinhas de trigo e milho com
(D) V, V, F, F, V. estes nutrientes. Com a publicação da Resolução –RDC nº
344, de 13 de dezembro de 2002, tanto as farinhas de trigo
48) Quando comparado o leite materno de mãe de recém e de milho vendidas diretamente ao consumidor, quanto
nascido a termo (LMT) com o da mãe de recém nascido aquelas utilizadas como matéria-prima pelas indústrias, na
pré termo (LMPT), pode-se afirmar que (Itaocara 2010): fabricação de outros produtos, devem ser enriquecidas
(A) Existe maior quantidade de glicídeos e proteínas no com ferro e ácido fólico, a partir de junho de 2004. De
LMPT acordo com esta medida, cada 100g de farinha de trigo e
(B) Imunologicamente o LMPT é melhor para o recém de milho devem ser fortificadas com as seguintes
nascido pré termo quantidades de ferro e ácido fólico, respectivamente (São
(C) A osmolaridade e o volume são bem maiores no LMT Gonçalo – 2011)::
(D) O LMT contém menores teores de cálcio A) 3,2mge 130 mcg.
(E) O LMT contém maiores quantidades de ferro, vitamina B) 200 mcg e 6,2 mg.
A e zinco C) 4,2mge 150 mcg.
D) 150 mcg e 4,2 mg.
49) Visando às doenças cardiovasculares, para crianças E) 8mg e 300 mcg.
de 1 a 3 anos e de 4 a 8 anos, segundo o Institute of
Medicine, 2004, os valores do consumo adequado de água 53) O consumo diário adequado de fi bras para
e sódio devem ser respectivamente (FIOCRUZ, 2011): umacriança de 4 a 8 anos, segundo IOM (Institute
(A) 2,4 L/dia e 1500 mg/dia e 2,1 L/dia e 1700 mg/dia. ofMedicine), 2005, é de (degase, 2012) :

233
A) 25 gramas V. ( ) O indicador IMC pode ser utilizado para determinar a
B) 15 gramas condição nutricional de criança e adolescente. A OMS
C) 10 gramas (1995) classifica o percentil < 5 do IMC como baixo peso e
D) 08 gramas percentil entre 15 e 85 como eutrofia. Assinale aalternativa
E) 40 gramas correta.
(A) V, V, F, V, F.
54) Levando em consideração uma criança com 10 meses (B) F, F, F, V, F.
de idade, as condições nutricionais que você levaria em (C) V, F, V, F, V.
conta para perceber que ela está em condição de risco à (D) V, V, F, F, V.
saúde são (Itaguai, 2012):
a) com aleitamento materno, estatura para idade > 57)Coloque F (Falso) ou V (Verdadeiro), nasafirmativas
percentil 97 e hemoglobina < 12,0 g/dl baixo, em relação à conduta nutricional notratamento da
b) com aleitamento materno, peso para idade < percentil diarreia aguda infantil, assinalando aseguir a opção
0,1 e < percentil 3 e hemoglobina < 12,0 g/dl correta.(CSM, 2011)
c) sem aleitamento materno, estatura para idade > ( ) A suplementação de zinco reduz a duração e
percentil 0,1 e < percentil 3 e hemoglobina < 11,0 g/dl agravidade da diarréia nos quadros agudos persistentes.
d) sem aleitamento materno, peso para idade > percentil ( ) Deve ser mantido jejum para proporcionar
0,1 e < percentil 3 e níveis séricos de retinol < 1,05 µmol. repousoalimentar durante o tratamento da diarréia.
( ) A intolerância à lactose e às proteínas do leite de vaca
55) Vitolo (2008) afirma que a anemia ferropriva eum são complicações comuns da diarréia aguda e
problema importante de saude publica no Brasil eno correspondem a mais de 40% dos casos.
mundo. Leia as afirmativas abaixo e assinale a opção ( ) Para as crianças com desnutrição moderada agrave
correta (PMERJ, 2010): deve ser considerado o uso de fórmula isenta de lactose.
I- desenvolvimento psicomotor das crianças que pode ( ) A anorexia na criança com diarréia aguda pode ser
persistir mesmo após suplementação com ferro. reduzida significativamente com o tratamento da acidose e
II. O primeiro estágio do desenvolvimento da deficiência de hipocalemia.
ferro caracteriza-se por diminuição do ferro sérico A) (F) (V) (F) (F) (V)
eaumento da capacidade de ligação de ferro. B) (F) (F) (V) (F) (V)
III. O ferro não-heme tem taxa de absorção de 2 a 10%que C) (V) (V) (F) (V) (F)
sofre forte influencia dos componentes dietéticos. Os D) (V) (F) (F) (V) (V)
taninos e fosfatos têm efeito inibidor na absorção do ferro E) (V) (F) (V) (V) (F)
não-heme.
IV. A introdução precoce de leite de vaca causa impacto 58) A medida do crescimento na infância é um dos mais
negativo nos estoques de ferro das crianças por causada importantes indicadores para a avaliação do bem-estar
baixa quantidade de ferro que o leite contém e pelasua individual e coletivo. Dentre os índices antropométricos
baixa biodisponibilidade. empregados na atenção básica para avaliação do estado
V. A dieta classificada como de biodisponibilidade de ferro nutricional de criança sentre 5 e 10 anos de idade, pode-se
intermediária apresenta absorção média de ferro heme e afirmar que crianças com Índice de Massa Corporal para
não-heme de aproximadamente 15%, sendo composta, Idade(UFRJ, 2012):
predominantemente, de arroz, feijão e milho. A) entre o percentil 97,0 e 99,9 são classificadas com
(A) I e III são falsas. obesidade grave;
(B) II e V são falsas. B) acima do percentil 99,9 são classificadas com
(C) II e IV são verdadeiras. obesidade grave;
(D) III e V são verdadeiras. C) entre o percentil 0,1 e 3,0 são classificadas com
magreza acentuada;
56) A avaliação o nutricional da criança é importante para D) entre o percentil 15,0 e 85,0 são classificadas com
uma prescrição dietética efetiva. Leia as afirmativas a sobrepeso;
respeito desse assunto, marque com V as verdadeiras e F E) acima do percentil 97,0 são classificadas com
as falsas (PMERJ, 2010): sobrepeso.
I. ( ) O percentil e a distribuição dos individuos de uma
determinada amostra populacional em relação as medidas 59) A Caderneta de Saúde da Criança é um importante
antropométricas. instrumento para o acompanhamento eo monitoramento da
II. ( ) As curvas do NCHS são consideradas referenciais, ja saúde, crescimento e desenvolvimento da criança do
as curvas da OMS de 2006 são consideradas um padrão nascimento até os 10 anos de idade. Dois dos cuidados
de crescimento. com a saúde, previstos na caderneta, são a prevenção eo
III. ( ) O escore Z e a medida de quanto o individuo se cuidado da doença diarréica. No caso de crianças com
afasta ou se aproxima da mediana em desvios-padrão. E diarréia e desidratação recomendasse (UFRJ, 2012):
utilizado exclusivamente no indicador E/I. A) não oferecer soro oral no caso de fezes muito líquidas;
IV. ( ) As curvas por percentis no caso de pré-puberes e B) aumentar a ingestão de líquidos, inclusive de
adolescentes não são indicadas quando há atraso ou refrigerantes e bebidas energéticas;
avanço puberal acima do normal.

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C) restringir a oferta do aleitamento materno ou da 26. 26. D 27. 27. E 28. 28. C 29. 29. B 30. 30. A
frequência de alimentos; 31. 31. B 32. 32. A 33. 33. E 34. 34. A 35. 35. C
D) aumentar a oferta do aleitamento materno ou da 36. 36. C 37. 37. C 38. 38. D 39. 39. B 40. 40. A
frequência de alimentos; 41. 41. C 42. 42. A 43. 43. E 44. 44. E 45. 45. B
E) aumentar o consumo de alimentos gordurosos. 46. 46. D 47. 47. A 48. 48. B 49. 49. B 50. 50. A
51. 51. E 52. 52. C 53. 53. A 54. 54. D 55. 55. B
60) O consumo diário adequado de fibras para uma 56. 56. A 57. 57. D 58. 58. B 59. 59. D 60. 60. A
criança de 4 a 8 anos, segundo IOM (Institute ofMedicine), 61. 61. A 62. 62. C 63. 63. A 64. 65.
2005, é de (Degase, 2012) :
66. 67. 68. 69. 70.
A) 25 gramas
B) 15 gramas
C) 10 gramas
D) 08 gramas
E) 40 gramas

61. Pré-escolar neuropata com encefalopatia crônica não


evolutiva, em uso de fenobarbital, deu entrada no hospital
com quadro respiratório e desnutrição graves. Atualmente,
encontra-se em fase de reabilitação do tratamento da
desnutrição e em dieta via oral. Considerando o tratamento
medicamentoso e nutricional deste paciente, a oferta
mínima em kcal/kg/dia e os micronutrientes que devem ser
suplementados são respectivamente (Residência, 2014):
a) 150 / ácido fólico, vitaminas B12, B6, K, D
b) 130 / ácido fólico, vitaminas C, B1, K, E
c) 150 / selênio, vitaminas B12, A, B6, E
d) 130 / selênio, vitaminas C, A, B1, D

62) Mãe de prematuro de muito baixo peso encontra-se em


uma Unidade de Cuidados Especiais, apresentando
quadro clínico que inviabiliza a ordenha de seu leite
materno. O recém-nato está com um dia de vida, pesando
1.400g, sem contraindicações para iniciar suporte
nutricional. Neste caso, o leite mais adequado para
nutrição enteral mínima é (Residência, 2014)::
a) colostro cru da própria mãe
b) colostro cru de outra mãe de recém-nato pré-termo
c) humano pasteurizado de baixo valor calórico de mãe de
recém-nato a termo
d) humano pasteurizado de mãe de recém-nato pré-termo,
alternando com fórmula artificial

63) As crianças de 1 a 3 anos e 4 a 8 anos devem ter o


consumo adequado de água e sódio respectivamente de
(Fundações, 2014):
(A) 1,3 L/dia de água total e 1000 mg/dia; e 1,7 L/dia de
água total e 1200 mg/dia.
(B) 1,7 L/dia de água total e 2000 mg/dia; e 1,9 L/dia de
água total e 2200 mg/dia.
(C) 2,1 L/dia de água total e 1000 mg/dia; e 2,5 L/dia de
água total e 1500 mg/dia.
(D) 2,4 L/dia de água total e 1500 mg/dia; e 2,7 L/dia de
água total e 1500 mg/dia.
(E) 2,3 L/dia de água total e 2000 mg/dia; e 2,1 L/dia de
água total e 2200 mg/dia.

1. 1. B 2. 2. A 3. 3. C 4. 4. A 5. 5. B
6. 6. C 7. 7. A 8. 8.B 9. 9. C 10. 10. D
11. 11. B 12. 12. E 13. 13. E 14. 14. D 15. 15. A
16. 16. B 17. 17. D 18. 18. E 19. 19. E 20. 20. C
21. 21. D 22. 22. B 23. 23. B 24. 24. A 25. 25. A

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