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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAIUÍ

CENTRO DE TECNOLOGIA – CT
DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL E ARQUITETURA – DCCA
DISCIPLINA: PROJETO DE URBANISMO I
DOCENTE: DRA. KARENINA CARDOSO MATOS

MEMORIAL JUSTIFICATIVO

Caio de Sousa Alves


Gianlucca Spíndola Monteiro de Melo Gomes
Guilherme de Moura Abreu
Maria Juliane Machado da Conceição
Maria Letícia Melo
Mariana Rodrigues Lima

TERESINA
NOVEMBRO, 2021
1 INTRODUÇÃO

Presentes no decorrer da história como o espelho das sociedades que abrigava,


as cidades atualmente apresentam o ritmo frenético da modernidade líquida intrínseca
na sociedade atual. O intenso fluxo de automóveis, problemas de infraestrutura urbana,
poluição, lixo, como também a impessoalidade dos seres modernos, dentre outros,
distanciam do ideal de uma cidade ideal buscado por todos.
A nova corrente do urbanismo, hoje quebra as ideias de planos perfeitos e busca
principalmente a melhoria da relação das pessoas com os lugares (a definição mais
simplificada de urbanidade), hoje estudando táticas, planos e soluções para problemas
sociais, ambientais e de infraestrutura, atendendo necessidades de todas as pessoas,
independendo de sua classe, idade, gênero e cultura. Jane Jacobs, uma das
precursoras dessa corrente classifica a cidade como um grande laboratório de erros e
acertos, que deveriam ser estudados e testados continuamente para a melhoria do
espaço urbano (JACOBS, 2020).
Teresina, capital piauiense, tem passado por diversas transformações sociais
nas últimas décadas, com seu desenvolvimento, avanço de tecnologias e mudanças de
centralidades. A cidade, então, apresenta novos desafios a cada dia para os
planejadores urbanos, que podem observar de diversos modos as complexas
necessidades.
Visto isso, a disciplina de Projeto de Urbanismo I trouxe um desafio diferente ao
propor uma visão completamente nova para os problemas e potencialidades de uma
área bastante conhecida da capital teresinense, o coração da zona leste, um recorte
dos bairros Jóquei e Fátima. Visa-se a melhoria do desempenho de urbanidade da área,
a partir de projetos de infraestrutura urbana, de mobilidade e a criação de estratégias e
diretrizes para o desenvolvimento econômico, social e cultural. Por meio da iniciativa
privada, promove a visão de como os empreendimentos empresariais, principalmente
bancários, podem fomentar a cultura das grandes cidades.
Para isso, realizou-se uma pesquisa histórico-documental-bibliográfica acerca
da área, como também o estudo de diversos casos em que a iniciativa bancária
promoveu melhorias no ambiente urbano. Elaborou-se uma série de capas visando a
criação de diagnósticos sobre a área para um maior entendimento. Criou-se então
estratégias de circuitos a serem implantadas, servindo como ponto de partida para as
diretrizes projetuais. A partir destas, desenvolveu-se um estudo preliminar de um projeto
urbano visando enfrentar os desafios presentes e intervir de modo a alcançar a melhoria
do desempenho de urbanidade da área, bem como sua qualidade de vida, seja a idade
que for.
2 BAIRROS JÓQUEI E FÁTIMA

Os bairros do estudo se localizam na zona Leste teresinense, conhecidos pelo


seu histórico de alto padrão, construções importantes e seus grandes papéis na nova
centralidade da cidade. Dentre diversas semelhanças, possuem também singularidades
que são pontos norteadores nesse projeto.
O Bairro Jóquei é visto como um bairro mais completo, por apresentar uma maior
diversidade de usos. Chama atenção a esse estudo a concentração de agências
bancárias. Apresenta, também, espaços educacionais, fundamentais para a
implantação da proposta do presente trabalho, visto que cultura e educação estão
interligadas. Além disso, conta com uma área maior de integração urbana, por meio dos
meios de transportes e dos usos que fazem do bairro mais movimentado, vale ressaltar
que a diversificação dos usos é fundamental para o sucesso de um projeto urbano.
O bairro Fátima apresenta-se como mais residencial, com zonas de conflito onde
se encontram residências de pessoas com um poder aquisitivo mais baixo e que estão
relativamente isoladas do entorno, visto a presença de vazios urbanos próximo a essa
região, impedindo uma integração com a beira rio. Esses vazios formam uma espécie
de barreira que isola essas zonas no centro do bairro, “escondendo-as” e provocando
de certa forma uma exclusão dessa população em relação ao bairro e seu entorno.
Ademais, a área que contempla o bairro carece de um sistema de mobilidade urbana, o
que prejudica ainda mais a questão da urbanidade e de como esse bairro se desenvolve
em relação aos seus usos.
O recorte urbano em estudo, conta com um sistema de bancos bem
diversificado, e com grandes vazios urbanos. Boa parte desses vazios urbanos se
concentram em áreas próximas aos bancos, e consequentemente áreas com grande
poder de desenvolvimento, logo, são pontos que trazem grande possibilidades tanto
para suprir deficiências da área, como para grandes investimentos que possam ser
aplicados, como no nosso caso de estudo, investimentos bancários a fim de um
desenvolvimento socioeconômico e cultural (Figura 01).
Figura 01 – Mapa Síntese de Diagnóstico

Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.

3 NOVAS ESTRATÉGIAS
Após a compreensão das potencialidades e problemas da área, analisou-se o
que se poderia fazer para o encorajamento daquela e a resolução destes. Assim,
elaborou-se um mapa conceitual (Figura 02) objetivando a visualização das relações
entre estratégias que promoveriam um melhor desempenho de urbanidade para o trecho
estudado

Figura 02 – Mapa Conceitual


Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.

Criou-se dois circuitos englobando toda a área para o direcionamento de


atividades, usos e desenvolvimento econômico e social.

3.1 Circuito Empresarial-Bancário-Cultural

O primeiro circuito, em vermelho (Figura 03), aproveitou-se de um circuito virtual


existente entre os bancos existente no recorte, visando assim o seu complemento. No
trecho, como já comentado, são dispostas várias agências de cinco bancos nacionais
diferentes, sejam eles públicos e privados. Observando isso, como poderíamos
aproximar os empreendimentos empresariais, principalmente essas agências bancárias
– que em muitos casos atendem uma população de mais alto padrão, em agências
“prive/personalité/prime” – ao lado cultural da sociedade.
Figura 03 – Circuito Empresarial-Bancário-Cultural

Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.

A cultura está intimamente ligada à educação, logo, foram demarcados os pontos


educacionais da região (círculos contínuos azuis). Percebeu-se que eles se
encontravam dentro do circuito bancário, sendo assim, de fácil conexão. Promovendo
esse elo entre os polos bancários com os polos educacionais há uma maior
possibilidade de desenvolvimento cultural, com maior desenvolvimento econômico e
visibilidade para investimentos.
Posteriormente demarcou-se todos os terrenos vazios e edifícios sem uso do
perímetro delimitado, e observou-se como há um grande número destes nas
proximidades do circuito virtual existente, como também há uma possibilidade de
complementá-lo. Fez-se manchas rosas em todos os espaços vazios, disponíveis para
novos usos, que tivessem uma proximidade ao circuito, buscando então a sua
complementação, de semicírculo à círculo completo.
Observou-se uma zona de uso muito específico, residencial de alto padrão, em
uma das grandes avenidas – Av. Elias João Tarja. Essa grande via possui diversas
potencialidades em conectar fluxos de veículos e pessoas por sua localização, mas
atualmente, por falta da diversidade de usos e diversidade de pessoas, faz com que não
haja uma verdadeira ligação entre o seu lado comercial, de serviço e empresarial
(inclusive bancário) com os espaços livres presentes na Av. Raul Lopes.
Então, visualizou-se dentre os terrenos vazios próximos ao circuito virtual
trabalhado (marcados em rosa) grandes terrenos no cruzamento entre as duas grandes
avenidas (círculo tracejado na cor vinho), verificando uma perfeita oportunidade de
promover a integração de fluxos e usos, como também a complementação do circuito
bancário. Esse novo empreendimento seria direcionado para abraçar todos os
interesses do circuito, logo, implantar-se-ia um polo de agencias bancárias de visões
culturais, como as já existentes em grandes bancos pelo país, gerando também o
desenvolvimento de um polo empresarial em suas proximidades.

3.2 Circuito Lazer-Cultural-Esportivo

O segundo circuito, em verde (Figura 04) aproveitou-se das potencialidades


existentes com os centros de lazer e esporte presentes na extensão da Av, Raul Lopes,
como os espaços livres públicos, e espaços esportivos de uso privado (círculos verdes
contínuos). Como também, percebendo a existências de diversos problemas de cunho
urbano-social que impediam o desenvolvimento da urbanidade daquela região, buscou-
se, então, a compreensão e resolução destes.

Figura 04 – Circuito Lazer-Cultural-Esportivo

Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.

A área compreendida entre as vias Av. Elias João Tarja, Av. Raul Lopes, Av.
Universitária e Av. Ininga apresenta diversos problemas urbanos-sociais apesar e por
causa de sua localização. Por ser a área de ocupação mais recente, estar em áreas
alagáveis, possuir topografia mais baixa e por ser considerada uma área de renda
inferior ao padrão estabelecido pelas outras partes dos bairros, acaba por ser isolada
das demais áreas, tendo como barreiras grandes terrenos vazios de um lado e usos de
renda mais elevada de outro. Essa área também possui problemas como a
pavimentação de ruas, iluminação, segurança, falta de boas conexões, além da falta de
linhas de transporte público.
Observando o potencial de lazer esportivo compreendido na área e os grandes
terrenos vazios, buscou-se a implantação de novas vias para a conexão direta entre
esses trechos e as grandes avenidas como também a criação desse circuito que
promove a diversidade de usos e a diversidade de pessoas, aumentando por sua vez o
desempenho de urbanidade.
O circuito tem como o objetivo interligar essas áreas de lazer, como os espaços
livres presentes na Av. Raul Lopes, com o UNIPARQUE, novo parque que vem a ser
implantado no Campus Ministro Petrônio Portella da Universidade Federal do Piauí. O
circuito, visando a integração de toda essa população do trecho não apenas se destina
à Av. Raul Lopes, mas se conecta ao campus também pela Av. Ininga.

3.3 Conectando Circuitos

Após o desenho dessas novas estratégias, surge a pergunta, como então


conectam-se esses circuitos? A resposta vem do ponto comum entre eles: a cultura. Os
bancos culturais dispostos no cruzamento da Av. Raul Lopes e Av. Elias João Tarja
desempenham esse papel, mas também não seriam os únicos a ter um papel
fundamental para o desenvolvimento da urbanidade.
As boas urbanidades são as promovidas em cidades diversas, com usos
diversos, mas também com pessoas diferentes. O que se percebe atualmente no trecho
escolhido é que não existe a concentração de pessoas de baixa renda, e que até as
residências faladas no tópico anterior, são de médio-baixo padrão. Então, para a
promoção da mixofilia – conceito de Bauman (2004) que define como uma boa relação
entre os diferentes –, diminuição da segregação, aumento da atratividade do local, e
então, melhoria do desempenho de urbanidade, foi pensado em uma área destinado a
residências de interesse social.
Essa zona residencial, mas com papel muito importante para essa área, foi
locada na Av. Raul Lopes, como pode ser observada no círculo laranja com azul
tracejado (Figura 05). Apresenta, então, relação direta com os dois circuitos, visto que,
o primeiro fomentará empregos, e o segundo desenvolverá o lazer, fazendo com que a
sua implantação não tenha prejuízo para a sociabilidade dessas pessoas.
Figura 05 – Habitações de Interesse Social

Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.

4 NOVO ZONEAMENTO

Para então almejar os resultados esperados na elaboração das estratégias,


elaborou-se um zoneamento detalhado do trecho em estudo, respeitando os usos já
existentes, baseando-se principalmente na base teórica da Jane Jacobs e a geração da
diversidade – o grande problema apresentado nessa área. Visto isso, buscou-se nas
quatro condições de diversidade elaborados pela autora – usos principais combinados,
quadras curtas, prédios antigos combinados aos novos e concentração de pessoas –
para a elaboração dessa etapa do projeto.
Como resultado, obteve-se uma grande colcha de retalhos (Figura 06), mas que
estão posicionados de maneira que atenda toda à população e principalmente melhore
o desempenho da urbanidade da população. Como também houve uma grande
preocupação com a “Cidade 8 e 80”, pensando uma maneira para o atendimento das
crianças e idosos, com um desenho universal, conectando tanto o
lazer/educação/cultura das crianças como também o lazer/cultura/serviços dos idosos.
Figura 06 – Novo Zoneamento

Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.


As zonas residenciais desse trecho já são muito bem definidas. Há grandes
quarteirões inteiramente residenciais de casas muradas, outros com grandes e altos
prédios, e condomínios. A legenda correspondente à essa predominância residencial
abrange esses quarteirões já existentes, com poucas oportunidades de alteração, mas
ainda às permitindo futuramente. Os quarteirões residenciais que apresentam
possibilidade de acréscimo de usos, com terrenos vazios ou edifícios sem uso, ou até
que já tem uma maior diversidade em suas construções, são classificados residenciais
mistos, com uma maior liberdade. A Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), foi locada
conforme o seu estudo no mapa conceitual.
As zonas comerciais, de serviço geral e de uso misto, também foram
aproveitadas de uso já existente, visto que esses bairros possuem uma grande
concentração, principalmente em suas avenidas. As zonas mistas acrescentadas se
localizam no bairro de Fátima na proximidade da Av. Raul Lopes com a continuação
proposta da Rua Lindolfo Monteiro, para trazer uma maior diversidade de usos e
concentração de pessoas a esse trecho.
No entroncamento dos circuitos, nas proximidades da Av. Raul Lopes onde havia
uma grande concentração de terrenos vazios e edifícios sem usos foi implantado uma
zona empresarial, com usos específicos conectando também tecnologia, serviços de
hotelaria, prédios empresariais-educacionais e principalmente os bancos culturais aos
usos existentes, com a abertura de novos trechos de ruas, reduzindo assim o tamanho
das quadras e aproveitamento de instalações de prédios antigos.
Assim também ocorre nos terrenos vazios da Av. Raul Lopes, que ganham um
novo traçado de ruas e novos usos, dando novas oportunidades àquela parcela da
população com opções de lazer e cultura, juntamente com trabalho, serviços e
comércios misturados à residências e também foco empresarial-educacional, que sem
dúvidas fomentará o desenvolvimento econômico social do bairro.
As grandes avenidas e suas proximidades também ganharam grande destaque
ao terem seus terrenos vazios preenchidos com usos diversos visando a promoção do
campo empresarial-cultural-educacional, aproveitando também a instalação de edifícios
já existentes para a combinação de usos.
Propôs-se novas diretrizes específicas para cada zona, como pode-se observar
na Tabela 01.
Tabela 01 – Novas Diretrizes

Futuras construções poderão ter uso de


pequenos comércios, ademais, essas
RESIDENCIAL MISTO construções deverão permitir uma maior
permeabilidade visual para as ruas, sem
muros altos e cegos;

A zona de Interesse Social deve permitir


maior flexibilização de tipologias, a fim de
RESIDENCIAL – ZEIS garantir a miscigenação de classes e que a
população de baixa renda consiga se inserir
nesse plano urbano;

A zona conta com a inserção de polos para


capacitação da população afim de
POLO TECNOLÓGICO potencializar o caráter socioeconômico e
tecnológico da região e da cidade como um
todo;

A zona empresarial conta com construções


que visam a promoção de comércios e
serviços em zonas estratégicas, ainda sim
EMPRESARIAL permitindo a permeabilidade visual sem uso
de barreiras físicas, com construções no
modelo de pilotis e com seus pavimentos
térreos voltados para comunidade;

A zona conta com espaços para promover


atividades culturais, através de um circuito
CULTURAL que percorre os dois bairros, em zonas
estratégicas e aproveitando edificações
abandonadas;
Os Bancos Culturais são a chave do projeto
urbano. Tem o intuito de promover a
economia e integrar a comunidade, por meio
BANCOS CULTURAIS de um espaço que busca incentivar as
atividades econômicas e promover a cultura
através de concertos, peças de teatro, salas
de cinema, salas de dança e shows;

A promoção de serviços hoteleiros é um ponto


SERVIÇOS HOTELEIROS marcante na área para promoção de
atividades culturais e econômicas, além do
incentivo do turismo na cidade;

São áreas que permitem aos visitantes e a


população de modo geral espaços
EDIFÍCIOS GARAGENS reservados para estacionamento, a fim de
não ocupar espaços nas vias públicas
destinadas ao fluxo, principalmente de
pedestres e ciclistas;

Espaços que proporcionam atividades de


lazer diretamente ligadas ao esporte, fazendo
ligação com áreas pré-existentes dentro dos
ZONAS DE LAZER ESPORTIVO bairros. Ademais, buscam maior integração
da população com o bairro e promovem a
inclusão social e econômica;
5 NOVA MOBILIDADE URBANA

As estratégias de mobilidade urbana consistiram na recuperação e adequação


do espaço público para gerar um grande circuito nos dois bairros onde confluirão
atividades recreativas, educacionais, empresariais, culturais e lúdicas associadas a uma
ciclovia que funcionará como um sistema de mobilidade limpa.
A infraestrutura da região foi pensada de modo a permitir o movimento
harmônico dos fluxos dos sistemas urbanos. Veículos, pedestres, fauna, água e redes
de serviços públicos devem coexistir em equilíbrio. Para tanto foram utilizadas ruas
compartilhadas colocadas em vias de baixo fluxo, a criação de ciclovias ligando pontos
de lazer, trabalho, educacional e prédios de estacionamentos.
Também foi foco fortalecer o sistema de transporte público, colocando novas
rotas que conectassem os dois bairros se interligando às existentes e principalmente
alimentando as áreas carentes em transporte e público do Bairro de Fátima.
O projeto tem como objetivo que a infraestrutura viária permita o
desenvolvimento harmônico da paisagem urbana, a qualidade espacial da cidade, a
acessibilidade, os usos mistos do espaço, além da eficiência nos sistemas de transporte
(Figura 07).
Figura 07 – Mobilidade Urbana

Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.


6 ESTUDO PRELIMINAR

Elaborou-se, como estudo preliminar, a proposta de um masterplan e um plano


de mobilidade para o trecho, visando aplicar as estratégias elaboradas anteriormente,
de modo que, aplicadas, essas táticas e soluções poderiam alavancar o desempenho
de urbanidade da presente área.

6.1 Masterplan

O projeto debruçou-se em atender todas as necessidades e fazer as diversas


melhorias atendendo aos pontos definidos nas estratégias anteriormente traçadas
através de pontuais alterações, como abertura de ruas, mudanças de uso ou ocupação
de edificações abandonadas (Figura 08).

Figura 08 – Masterplan
Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.

Trouxe um grande destaque aos bancos culturais, soluções pontuais que


agregam a sociedade em diversos pontos socioculturais e econômicos.
Visando a caminhabilidade e a diversidade de pessoas, foram propostos
diversos pontos de passeios, em espaços públicos ou de caráter semipúblico, que
permitem a interação das pessoas nos térreos de edifícios de diversos tipos,
possibilitando novos caminhos, como também, novos usos.

6.2 Plano de Mobilidade

O Plano de Mobilidade foi pensado com soluções pontuais para atender as


mudanças necessárias para um melhor fluxo de pessoas e veículos no trecho,
apresentando uma nova visão de mobilidade, mais voltada para a locomoção por meios
não motorizados ou privados, dando assim, prioridade ao pedestre, ciclista e ao
transporte público (Figura 09).
Figura 09 – Plano de Mobilidade

Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.


Dentro do novo sistema, explorado na referida área, buscou-se, primordialmente,
o foco ao pedestre, através de soluções como as ruas compartilhadas, os grandes
passeios em avenidas e a diminuição do fluxo de veículos em seu detrimento.
Buscou-se também diversas táticas que favorecessem o transporte cicloviário.
Nas grandes avenidas foram implantadas ciclovias, visando o maior conforto dos
ciclistas. Nas demais avenidas colocou-se duas ciclofaixas atendendo os dois sentidos
de tráfego, e nas ruas centrais uma faixa. O transporte público, por sua vez, aqui
representado pelos ônibus, teve suas linhas aumentadas e colocadas em pontos
estratégicos para o projeto.
Implantou-se um sistema Bike Itaú, visando a facilidade da locomoção por meio
de bicicletas em um sistema de aluguéis de bicicleta colocados em pontos estratégicos
do trecho estudado, agregando também a economia e investimentos para a área, por
meio da publicidade.

7 CONCLUSÕES

O desafiador projeto foi fundamental para o conhecimento de novas visões sobre


o projetar o urbano. Mostrou como táticas e soluções pontuais podem requalificar uma
área por inteiro, além de como são diversas e complexas as necessidades da
população. A visão empresarial, cultural e de lazer, aqui aplicada, demonstrou como a
iniciativa privada também pode ser responsável por projetos que buscam a melhoria da
cidade, e como os investimentos são necessários para um desenvolvimento urbano, se
sendo realizados de maneira responsável, estudada e visando abranger toda a
sociedade.

8 REFERÊNCIAS

• BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos.


Rio de Janeiro: Zahar, 2004.
• JACOBS, Jane. Morte e Vida de grandes cidades. 7° Ed. São Paulo: Editora
WMF Martins Fontes, 2020. (Coleção Cidades)

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