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Figura 1. Correntes elétricas podem ser geradas quando aplicamos um campo elétrico a um
material. As cargas podem ser positivas ou negativas.
Baterias e geradores são capazes de produzir campos elétricos e são, por isso, utilizados
para gerar correntes elétricas. Mas correntes elétricas são também criadas por meio de
fenômenos naturais. O mais espetacular desses fenômenos é o relâmpago.
Nos metais, a corrente elétrica é devida ao movimento de elétrons. Nos eletrólitos, que são
baseados em soluções eletrolíticas (ácidos, bases e sais diluídos em água) a corrente é
constituída pelo movimento de íons. Os íons resultam da dissociação de moléculas. Os íons
positivos, chamados cátions se deslocam no sentido do campo E ; e os negativos, chamados
ânions se deslocam em sentido oposto. A corrente elétrica é constituída pelo movimento de
íons nos dois sentidos
Denomina-se corrente contínua, aquela que flui sempre na mesma direção e no mesmo
sentido. A corrente alternada é aquela cujo sentido é invertido a intervalos regulares de
tempo.
A grandeza física corrente elétrica, designada pela letra i, é uma medida do fluxo dos
elétrons em movimento quando aplicamos um campo elétrico a um condutor. Com o intuito
de melhor descrever o fenômeno e o de introduzir alguns conceitos, começaremos
definindo a densidade de corrente.
É possível obter uma descrição local (ponto a ponto) e mais precisa do movimento de um
grande número de partículas utilizando-nos do conceito de densidade de corrente.
J ( r , t ) ( r , t )V ( r , t ) 3.1
Para melhor entendermos o significado físico dessa grandeza, vamos considerar uma
situação extremamente simples. Vamos admitir que a densidade seja constante, no tempo e
no espaço e que o mesmo ocorra para a velocidade. Estamos imaginando o fluxo de
partículas carregadas mais simples possível.
Sendo N o número total de partículas, todas iguais e de carga q, contidas num volume V e
admitindo que a direção de movimento (que por hipótese é única) seja ao longo do eixo x, a
densidade de corrente terá apenas a componente x, a qual será dada por:
qN
Jx = Vx 3.2
V
Como as partículas, nesse exemplo, têm velocidade constante, podemos ver que a
densidade de corrente dependerá do espaço percorrido x e do intervalo de tempo t
decorrido, da seguinte forma:
qN x
Jx = 3.3
V t
qN xA
Jx A = V 3.4
t
Figura 2. Fluxo de partículas por uma secção transversal de área A é igual à fração de carga
total contida numa caixa imaginária onde um dos seus lados é dado pela distância deslocada
pelos transportadores num intervalo de tempo dt.
j = Jx A 3.5
Obtém-se que o fluxo de J é igual á quantidade de carga Q que passou pela superfície A
dividida pelo intervalo de tempo:
Q
j = 3.6
t
Onde Q é a fração da carga total que passou pela superfície no intervalo de tempo t .
A x
Q = Qn = QN 3.7
V
No caso geral o significado é o mesmo. Ou seja, definindo o fluxo do vetor J através de uma
superfície S através da expressão geral:
j J dS 3.8
S
obteremos que fluxo de J dá a taxa (por unidade de tempo) com que carga elétrica flui
através de uma superfície. Isto é:
dQ
j = 3.9
dt
define-se de corrente elétrica ( i) como a taxa com que cargas fluem através de uma
superfície. Isso é, a corrente elétrica é igual ao fluxo da densidade de corrente.
dQ
i 3.10
dt
J = EE 3.11
Siemens/metro
Uma questão relevante do ponto de vista das aplicações, é entender como se pode prever
essa relação entre a densidade de corrente num meio material e o campo elétrico aplicado a
ele. Num primeiro momento, pareceria que tal relação não existe pois o campo elétrico
está muito mais relacionado ao conceito de aceleração. Assim, uma partícula de massa m de
carga q deveria ter uma aceleração e essa seria relacionada com o campo elétrico através da
equação:
dv
m = qE 3.12
dt
Cuja solução, para um campo elétrico independente do tempo, e para uma partícula
inicialmente em repouso é:
q
v= Et 3.13
m
No entanto, a velocidade de uma partícula livre aumentaria sua velocidade com o passar do
tempo. Ocorre que num metal os elétrons não conseguem viajar muito tempo sem colidir
com outras partículas existentes no mesmo. Assim, depois de um intervalo de tempo , a
partícula colide, reduz sua velocidade e, a seguir, aumenta sua velocidade de novo. O efeito
dessas colisões é fazer com que as partículas tenham uma velocidade média v , e essa
velocidade média tem um valor dado, com boa aproximação, pela expressão:
q
v= E 3.14
m
Onde agora é o valor do tempo entre colisão mas tomado como o valor médio.
Multiplicando ambos os membros da equação acima por podemos escrever a relação:
q Nq 2
J= E = E 3.15
m Vm
Cada material tem um valor diferente para a condutividade elétrica. A tabela abaixo
apresenta o valor dessa grandeza física para alguns materiais. Bons condutores têm alta
condutividade. Maus condutores têm baixa condutividade.
Tabela 1 Alguns valores da condutividade elétrica
N q
2
E = 3.16
V m
1
rE 3.17
E
4 - RESISTENCIA ELÉTRICA
Consideremos a aplicação da lei de Ohm para um fio condutor. Admitindo-se que a secção
transversal do fio tenha uma área (A) pequena, a densidade de corrente tem a direção do
fio. Portanto se efetuarmos uma integral de linha ao longo do fio, e imaginando tal
densidade constante ao longo do fio, podemos escrever:
B
J dl
A
= Jl 3.18
Onde l é o comprimento fio.
Para uma densidade de corrente uniforme e um fio com secção transversal constante,
podemos escrever:
I
J= 3.19
A
Por outro lado, a integral de linha do campo elétrico ao longo do fio dá a diferença de
potencial estabelecida entre as extremidades do mesmo:
B
V = VA − VB = E dl 3.20
A
J dl = E E dl
A A
3.21
Usando as expressões (3.21) e (3.19) em (3.20), deduzimos uma relação simples entre a
diferença de potencial aplicada nas extremidades de um fio e a corrente que flui ao longo
dele:
l
I = E V 3.22
A
Essa relação é escrita de uma forma mais simples através da introdução de uma grandeza
física denominada de resistência elétrica. A resistência elétrica (R) é definida como:
l rE l
R= = 3.23
e A A
Em termos da resistência elétrica, a lei de Ohm quando aplicada a um fio se escreve:
V = RI 3.24
Assim, da expressão (3.23) vemos que a resistência elétrica é tanto maior quando maior for
o fio. Se aumentarmos a área da secção transversal do fio, reduziremos sua resistência. A
resistência depende, alem da área e do tamanho do fio, de uma propriedade física do
material que compõe o fio: a resistividade (ou a condutividade).
5 – RESISTORES
A resistência elétrica, indicada pela letra R, é indissociável de um circuito. Isto ocorre porque
fios, e condutores em geral, fazem parte de qualquer circuito. O fato é que num circuito
elétrico devemos levar em conta a Resistência dos fios condutores, bem como, a resistência
de outros dispositivos que nele fazem parte.
Onde, E é resistividade elétrica do material do que ele é feito. Esta grandeza pode ser
expressa em termos de grandezas microscópicas:
N q
2
1
E = = 3.26
E V m
Onde, E é resistividade elétrica do material do que ele é feito. Esta grandeza pode ser
expressa em termos de grandezas microscópicas:
q2
3-Dos transportadores de carga elétrica essa dependência vem por meio da relação .
m
1
=
S
Resistores são elementos importantes num circuito elétrico. As resistências elétricas são
comercializadas com base no valor de R (o valor de resistência). Para facilitar as transações
comerciais criou-se um padrão para a identificação dos valores das resistências. A figura (7)
apresenta um resumo do código empregado.
Todo condutor dissipa energia quando da passagem de uma corrente elétrica por ele. Como
resultado desse dissipação, um condutor se aquece pela passagem da corrente.
Esse aquecimento é, em última análise, resulta das colisões dos transportadores de cargas
com as partículas que formam o metal. Os elétrons ao perderem energia cinética a cada
colisão transferem essa energia aumentando a energia cinética dos átomos do metal. Esse
ganho de energia cinética é refletido no aumento da temperatura do metal.
Como o trabalho representa uma variação de energia, podemos determinar a taxa com que
a energia varia, por unidade de tempo ( dt ) . Essa grandeza física é definida como a potência.
Portanto, a expressão para a potencia é:
d dQ
P= = V 3.28
dt dt
Se houve uma variação de energia elétrica, cuja taxa é dada pela expressão acima, podemos
nos perguntar em que forma de energia ela foi transformada, já que a energia se conserva.
Não houve ganho de energia cinética por parte dos transportadores de carga. Houve, no
entanto ganho de energia cinética dos constituintes do material, e essa energia foi
transformada em calor (que é afinal outra forma de energia).
Quando uma forma de energia se transforma em calor, dizemos que a energia foi dissipada.
Isso porque, é muito difícil transformar o calor em outras formas de energia. É como se
houvesse uma perda de energia, já que é difícil recuperá-la em outra forma.
V 2
P = iV = Ri 2 = 3.29
R
A dissipação (ou o aquecimento dos fios) nem sempre é um efeito indesejável. No caso dos
aquecedores de água, esse é exatamente o efeito desejado. Nesse caso procuramos um
condutor com alta resistividade.
Figura 8. Um aquecedor de água é baseado no efeito Joule
Quando aquecidos em demasia alguns materiais derretem. Novamente aqui se pode fazer
uso de uma propriedade, a de pouca resistência á passagem de uma corrente, para construir
algo muito útil. Esse é o caso de um fusível. Quando a corrente excede um determinado
valor o fusível se “queima”. Com isso temos um mecanismo de proteção do circuito como
um todo, basta encontrarmos um material que se queime antes do que o resto do circuito, e
com ele construirmos um fusível.
7 - ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES
Existem duas formas básicas de associar resistores: Em paralelo, ou em série.
8 - ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE
Nesse tipo de associação dispomos os resistores de tal forma que o término de cada um
deles coincida com o início do próximo Resistor (vide figura ). Ou seja, eles têm terminais
dois a dois em comum
A corrente elétrica percorrendo tal arranjo é a mesma que passa ao longo de cada um dos
resistores. Ou seja, a corrente que passa pelo primeiro é a mesma que passa pelo segundo e
assim por diante. Isso decorre do principio da conservação da carga elétrica. Como as cargas
não se acumulam num resistor e como não têm por onde se desviar, o número daquelas
que passam pelo primeiro terminal A , é igual ao número daquelas que passam pelo
terminal E .
As tensões (ou, nesse caso, diferenças de potencial) entre cada um dos elementos são
diferentes. Designando R1 , R2 , RN as resistências, respectivamente, dos resistores 1, 2 N ,
podemos escrever a tensão nos terminais do j − ésimo resistor como dada pelo produto:
V j = R ji
3.30
Lembrando que:
Obtemos que a tensão entre os terminais do primeiro resistor e o último deles, é dada pela
soma:
N N
V = V j = R j i
j =1 j =1 3.31
E, portanto, a resistência do resistor equivalente é dada pela soma das resistências dos
resistores que compõem o arranjo. Escrevemos:
N
R = Rj
j =1 3.34
9 - ASSOCIAÇÃO EM PARALELO
Nesse caso os resistores são dispostos de tal forma que todos eles têm os mesmos
terminais. Podemos pensar esse arranjo como sendo de condutores ligados em dois pontos
A e B (vide figura 11)
Vj = V
3.35
9-2 Corrente elétrica
A corrente elétrica percorrendo cada um dos resistores dispostos em paralelo é diferente.
Designando R1 , R2 , RN as resistências, respectivamente, dos resistores 1, 2 N , e por
i1 , i2 , iN as respectivas correntes, podemos escrever a tensão nos terminais do j − ésimo
resistor como sendo dada pelo produto:
V = R ji j
3.36
V
ij =
Rj
3.37
A relação acima vale para qualquer um dos elementos que compõem o arranjo em paralelo.
Consideremos uma corrente elétrica i , que chega ao primeiro terminal comum a todos os
resistores. Essa corrente se bifurca acarretando a existência de correntes elétricas em cada
um dos resistores em paralelo. De acordo com o principio da conservação da carga elétrica,
podemos afirmar que:
Definimos resistor equivalente aquele percorrido pela corrente elétrica i , e cuja resistência
é equivalente ao do conjunto de resistores em série. Por definição, a resistência equivalente
é dada por:
1 1 1
V = R + + + V
R1 R2 RN 3.40
1 N 1 1 1 1
= = + + +
R j =1 R j R1 R2 RN
3.41