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Sociologia da Arte

- definição
- o que é a arte?
- principais conceitos e autores
Sociologia da Arte › 47996
introdução

Em princípio, não compete à sociologia da arte emitir juízos de valor sobre as realidades artísticas, nem fazer
apreciações estéticas. A razão de ser da arte, as questões da sua utilidade ou do seu sentido último não são da sua
alçada. À sociologia da arte apenas cabe averiguar das relações entre a arte e a sociedade ou, se quisermos, entre a
arte e o conjunto dos fenómenos sociais. Relações essas que abrangem dois domínios distintos, se bem que
relacionados: o da criação artística propriamente dita (ideologia, estatuto social do artista, tecnologias disponíveis,
encomenda/programa, mecenato) e o do consumo e/ou recepção das obras (mercado, publicidade, snobismo,
globalização, museu). Por outro lado, seria ingénuo pensar que é possível estudar-se o fenómeno artístico sem uma
ideia prévia do que é (ou deve ser) a arte, i.e. sem uma teoria artística, sem um único conceito de qual possa ser o
papel da arte em sociedade. Qualquer ciência se baseia, evidentemente, numa teoria acerca do seu objecto de
estudo, devendo apresentar uma perspectiva crítica do mesmo. Assim, e sendo a sociedade constituída por
diferenças de interesse e relações de poder - que determinam, muitas vezes, visões contraditórias da realidade – a
própria categorização de algo como arte constitui já uma questão social. A relação entre arte e sociedade é
dialéctica, ou seja, ocorre nos dois sentidos. Neste espaço em que se cruzam múltiplas interacções e agentes sociais
(artistas, público, instituições, mercado), cumpre pois estudar, não só as eventuais condicionantes económicas e
sociais da arte, mas também as influências que esta determina na vida social: o papel da arte na educação, nos
lazeres, na própria percepção da realidade. Acresce o papel fundamental que a experiência estética desempenha no
desenvolvimento integral do ser humano, e na criação de uma consciência crítica face aos pasteurizados da indústria
cultural e dos meios de comunicação de massa.No contexto de um curso de Mestrado em Criação Artística
Contemporânea, a problemática abordada incidirá preferencialmente sobre a época contemporânea (da 2.ª revolução
industrial, com o advento do meios de reprodução de massa, à era da globalização). OBJECTIVOS - entender a
complexidade sócio-histórica do fenómeno artístico em geral, e da arte contemporânea em particular.- repensar a
arte no mundo da comunicação global e interactiva.- adquirir uma consciência crítica e operativa ao nível da
teorização e práticas artísticas.- desenvolver instrumentos metodológicos e competências de análise e reflexão
crítica que permitam realizar estudos na área da sociologia da arte.
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objectivos

- entender a complexidade sócio-histórica do fenómeno artístico em geral, e da arte


contemporânea em particular.- repensar a arte no mundo da comunicação global e
interactiva.- adquirir uma consciência crítica e operativa ao nível da teorização e práticas
artísticas.- desenvolver instrumentos metodológicos e competências de análise e reflexão
crítica que permitam realizar estudos na área da sociologia da arte.
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conteúdos

1. Enquadramento teórico. A especificidade do pensamento sociológico; breve história da disciplina. Perspectivas


micro e macro-estruturais em sociologia. 2. Sociologia e história social da arte: Arnold Hauser. O marxismo e a
“teoria do reflexo”. P. Francastel: sociólogo ou epistemólogo? Arte e conhecimento. A arte, entre pensamento
visual/simbólico, condicionamento histórico e capacidade técnica. 3.Dialéctica entre indivíduo e sociedade. Freud:
a arte enquanto sublimação do desejo, e processo de adequação à realidade circundante. O papel social da arte
como factor de adaptação do indivíduo à sociedade. Pierre Bourdieu e a resolução da dicotomia estrutura/agente.
O lugar da arte no conjunto da vida social; noção de “campo”. A arte e a cultura enquanto meios de “distinção” e
reprodução social. 4. Relação entre arte e (novas)tecnologias. Desmaterialização da arte. A Condição Pós-
moderna: ascensão e queda dos mitos modernos de emancipação e progresso. Relação entre classe social e de
género: a perspectiva feminista. “Porque não existiram grandes mulheres-artistas?” Arte e género. 5. Espaços
contemporâneos de recepção/fruição da obra de arte. O mercado: produção, consumo, mecenato, indústria
cultural. O museu, espaço físico e virtual (conceito de “museu imaginário”). Arte e espaços públicos. Influência do
público nas diferentes formas de arte. As oscilações do gosto e o fenómeno da moda (G. Dorfles), 6. As políticas
culturais. A arte como instrumento pedagógico integral; Herbert Read e a “educação pela arte”. Experiência trágica,
pessimismo e “promessa de felicidade”: a arte como crítica da razão instrumental (Th.W. Adorno).
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avaliação

A avaliação é faseada e baseia-se na realização de recensões críticas de obras e


fichas de leitura.

metodologia

Aulas teóricas de exposição da matéria com o apoio de meios audiovisuais; aulas


práticas de leitura, discussão e análise de textos previamente fornecidos pelo
professor.
O que é a sociologia?
ciência que se dedica ao estudo dos fenómenos sociais, com base em dados diversos,
de origem estatística, linguística, histórica, demográfica, etnográfica, sociográfica, etc.
(Do lat. socìu-, «companheiro» + gr. lógos, «estudo» +-ia, ou do fr. sociologie, «id.»)

psicologia

ciência positiva dos factos psíquicos, quer estudados subjectivamente (factos de


consciência), quer objectivamente (factos de comportamento)
--psicologia aplicada
utilização dos dados da psicologia na solução de problemas práticos (educativos,
terapêuticos, comerciais, industriais, sociais); …
--psicologia social
disciplina, intermediária entre a psicologia e a sociologia, que tem por objecto principal
de estudo as interacções dos indivíduos e dos grupos
(Do gr. psykhé, «alma» +lógos, «estudo» +-ia)
Karl Marx (1818-1883), Emile Durkheim (1858-1917), and Max Weber (1864-1920) are three of the most
important figures in sociology. Their ideas about society are still discussed today.
o que é a arte?
O que é a arte?
Denis Dutton, The art instinct: beauty, pleasure, and human evolution, New
York: Bloomsbury Press, 2009
---a arte assenta sobre uma base biológica e é um produto da evolução humana,
algo de universal, que atravessa culturas.

Rudolf Arnheim, Arte e percepção visual: uma psicologia da visão criadora,


São Paulo: Livraria Pioneira, 1997, 11.ª ed.
--- visão semelhante num texto que incorpora as descobertas da Gestalt, a qual
afirma ter descoberto regras universais de avaliação “estética” (e.g. cor, equilíbrio,
forma)

Larry Shiner, The Invention of Art: A Cultural History, Chicago, 2001


--- a arte é o produto de uma época e cultura específicas: a Europa dos séculos
XVII e XVIII

Marc Jimenez, Qu’est-ce que l’esthétique?, Paris, 1997


--- mesma posição, enfatizando ainda o facto de que muita da arte moderna e pós-
moderna tem pouco que ver com critérios “estéticos”, de beleza da forma, etc.
Andy Warhol, Brillo Boxes
(1964)
O que é a arte?
Arte é aquilo a que as pessoas chamam
arte
Dino Formaggio

-- única definição possível é tautológica


Mimesis / realismo
Expressionismo
Formalismo

Teoria institucional
Cavalo da deusa Selene,
Mármores de Elgin (ou
mármores do Pártenon),
Grécia Antiga,
c. 438 a.C.
Charles Batteux, Les beaux arts réduits a un même principe,
Paris, 1746
Neorrealismo:
Álvaro Cunhal, Desenhos da
Prisão, Lisboa: Eds. Avante, 1975
Álvaro Cunhal, série Desenhos da Prisão
Álvaro Cunhal, série Desenhos da Prisão
Ernst Ludwig Kirchner, Nackte Mädchen unterhalten sich [Moças nuas
conversando], 1910, Museum Kunstpalast, Düsseldorf
Edvard Munch, O Grito (1893), óleo,
têmpera e crayon sobre cartão,
91 cm × 73.5 cm, Galeria Nacional
de Oslo, Noruega
Jackson Pollock (1912 -1956),
figura maior do Expressionismo
Abstrato, ficou conhecido pelo
uso inovador do dripping;
fotografia de Hans Namuth, em
1950
Clement Greenberg (1909 - 1994) foi um influente crítico de arte norte-americano, ligado
ao Modernismo dos meados do século XX e à estética formalista
Marcel Duchamp, Fountain (1917),
photograph by Alfred Stieglitz at
the 291 (Art Gallery) following the
1917 Society of Independent
Artists exhibit, with entry tag
visible.
Plaque de bronze do antigo Império do
Benim ou Império Edo (1440–1897),
representando guerreiros e respetivo
séquito; séc. XVI-XVII, 47.6 cm,
Metropolitan Museum of Art (Nova
Iorque).
O Império Edo, situado no sul da atual
Nigéria, foi um dos estados africano mais
desenvolvidos -- até à sua anexação pelo
Império britânico. Algumas das placas
representam navegadores e soldados
portugueses.

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