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CEERSEMA – CENTRO ECUMÊNICO DE ESTUDOS

RELIGIOSOS SUPERIORES DO ESTADO DO MARANHÃO

DISCIPLINA – EDUCAÇÃO ESPECIAL


DOSCENTE – MANOEL ALCIRENE PEREIRA DA SILVA FILHO

2018
EDUCAÇÃO ESPECIAL

CARGA HORÁRIA:
60h
EMENTA:
Abordar o caráter uno e plural da experiência humana, as diferentes
formas de organização societária e escolar atual, a articulação entre
sociedade, cultura e educação com ênfase nas sociedades
contemporâneas e no âmbito escolar e suas vertentes.
OBJETIVOS GERAIS:
Introduzir o aluno no estudo do ambiente escolar e suas
singularidades, buscando analisar a experiência humana em sua
diversidade cultural e as articulações entre indivíduo, cultura,
educação, tecnologia e sociedade.
METODOLOGIA:
 Exposição oral;
 Seminários;
 Vídeos;
 Trabalhos de grupo;
 Análises;
 Resenhas de textos.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
- Inclusão, a Escola está Preparada para ela?
- A Realidade da Educação Inclusiva no Brasil;
- A Escola e o Papel do Professor no Processo de Inclusão;
- PPP – Projeto Político Pedagógico;
- Os Três Maiores Desafios da Educação Especial;
- Considerações Finais;

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
- Conhecimento do Tema; - Domínio do Tema; - Oratória; -
Criatividade; - Pesquisa.
ORIENTAÇÕES IMPORTANTES

• Nunca se esqueça de que o objetivo central é aprender o


conteúdo, e não apenas terminar o curso. Qualquer um termina, só
os determinados aprendem!
• Leia cada trecho do conteúdo com atenção redobrada, não se
deixando dominar pela pressa.
 Todos têm acesso aos mesmos cursos, mas o aproveitamento
que cada aluno faz do seu momento de aprendizagem diferencia os “alunos
certificados” dos “alunos capacitados”.

• Busque complementar sua formação fora do ambiente


onde faz o curso, buscando novas informações e leituras extras, e quando
necessário procurando executar atividades práticas que
não são possíveis de serem feitas durante o curso.

• Entenda que a aprendizagem não se faz apenas no momento


em que está realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-dia. Ficar
atento às coisas que estão à sua volta permite encontrar
elementos para reforçar aquilo que foi aprendido.
• Critique o que está aprendendo, verificando sempre a aplicação
do conteúdo no dia-a-dia. O aprendizado só tem sentido
quando pode efetivamente ser colocado em prática.
Como facilitador da visão de ensino, conheça os quatro pilares da
Educação:
1) Aprender a Conhecer: Tenha a humildade de saber que não sabes tudo;
Seja competente, compreensivo, útil, atento, memorizador e informe o
assunto de forma contextualizada com a realidade atual;
2) Aprender a fazer: Seja preparado para ministrar as aulas, conhecendo
a matéria previamente, estimulando a criatividade dos alunos;

3) Aprender a Viver juntos: Estimule a descoberta mútua entre os alunos,


em forma de solidariedade, cooperativismo, promovendo autoconhecimento
e autoestima entre os alunos, na solidariedade da compreensão mútua; o
objetivo do curso não é apenas ter conhecimento, mas saber aplica-lo;

4) Aprender a Ser: Resgate a visão holística (completa) e integral dos


alunos, preparando-os para integrarem corpo, alma e espírito com
sensibilidade, ética, responsabilidade social e espiritualidade, formando juízo
de valores, levando-os a aprenderem a decidir por si mesmos, com a ajuda
do orientador.
Temos que ser perceptivos, hábeis para lidar com as dúvidas, sem
agressões, procurando soluções com base racional, sem fundamentalismo de
usar textos sem contextos por pretextos de posicionamentos individuais.
Estimule os alunos, com liberdade de pensamento para terem respostas.
INTRODUÇAO

A Inclusão de alunos que apresentam, necessidades educacionais


especiais vêm mobilizando a sociedade e toda comunidade escolar frente a
este novo modelo de escola, onde todos os alunos devem estar incluídos nas
salas de aulas, do ensino regular. Esse movimento faz com que a escola reflita
sobre princípios desse novo paradigma, que vai desde a convivência com
esses alunos em um mesmo espaço até uma mudança na organização de
todo o trabalho pedagógico da escola. Em relação ao aluno deficiente mental,
acreditamos que a sua inserção na escola, realizada dentro desse paradigma
da inclusão escolar, possa constituir uma experiência fundamental que venha
a definir o sucesso ou fracasso de seu futuro processo de inclusão na
sociedade. Desse modo, todos os indivíduos, inclusive os deficientes mentais,
devem ter garantido seu direito de acesso e permanência na escola pública
gratuita e de qualidade, possibilitando, assim, uma vida independente e uma
postura crítica frente aos fatos ocorridos no cotidiano.
A educação especial é uma modalidade de ensino destinada a
educandos portadores de necessidades educativas especiais no campo da
aprendizagem, originadas quer de deficiência física, sensorial, mental ou
múltipla, quer de características como altas habilidades, superdotação ou
talentos. A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem
início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. Sendo
assim, respeitando-se as possibilidades e as capacidades dos alunos, a
educação especial destina-se às pessoas com necessidades especiais e pode
ser oferecida em todos os níveis de ensino.
A Constituição Federal estabelece o direito das pessoas com
necessidades especiais receberem educação, preferencialmente na rede
regular de ensino (art. 208, III). A diretriz atual é a da plena integração
dessas pessoas em todas as áreas da sociedade. Trata-se, portanto, de dois
direcionamentos principais: o direito à educação, comum a todas as pessoas,
e o direito de receber essa educação, sempre que possível, junto às demais
pessoas, nas escolas regulares.
No entanto, apesar do atendimento preferencial na rede regular
para os educandos com necessidades especiais, a legislação educacional
considera a existência de atendimento especializado. Assim, quando não for
possível a integração desses educandos em classes comuns do ensino
regular, deve ser oferecido atendimento em classes, escolas ou serviços
especializados. A integração dos portadores de necessidades educativas
especiais no sistema de ensino regular é uma diretriz constitucional, fazendo
parte da política governamental há pelo menos uma década. Mas, apesar
desse relativamente longo período, tal diretriz ainda não produziu a mudança
necessária na realidade escolar, de sorte que todas as crianças, jovens e
adultos com necessidades especiais sejam atendidos em escolas regulares,
sempre que for recomendado pela avaliação de suas condições pessoais.
1. INCLUSÃO, A ESCOLA ESTÁ PREPARADA PARA ELA?

Para termos uma noção real da situação escolar do deficiente no


Brasil, seria necessário que soubéssemos o número exato deles. Pois, a partir
da comparação entre o número de habitantes brasileiros deficientes e o
número de matrículas dos mesmos em instituições de ensino, poderíamos
analisar se estas pessoas estariam sendo atendidas e recebendo uma
educação de qualidade. Entretanto, nem mesmo o IBGE sabe ao certo este
número. Desta forma se torna difícil saber como é a situação dos Deficientes,
já que nem mesmo sabemos de quantos estamos falando.
Segundo o PNE (Plano Nacional da Educação), a oferta de educação
especial poderá ser realizada de três formas: participação nas classes
comuns, sala especial e escola especial. Sendo que, as salas e escolas
especiais devem ser apenas para aqueles que realmente não puderem ser
atendidas nas salas convencionais. Falar de inclusão, em nossa sociedade, é
um desafio. Porque simplesmente, esta dita sociedade possui barreiras para
separar as escolas regulares dos alunos com necessidades especiais. A
primeira, e mais difícil, é o preconceito. A segunda é a estrutura física, que
embora não seja tão difícil de ser superada, o poder público não tem
disponibilizado verbas suficientes para que estas barreiras sejam superadas.
Outra barreira é a falta de conhecimento a respeito dos direitos dos
deficientes por parte dos seus familiares. Como lutar por direitos se não se
sabe nem mesmo que eles existem.

Quanto às nossas escolas, de fato, elas não estão mesmo


preparadas para recebê-los. Entretanto, se for esperar que ela se prepare
literalmente, esta inclusão demorará ainda mais para ocorrer. Desta forma,
é que preciso que as escolas deem o primeiro passo para o processo de
inclusão, que é aceitar que ele se matricule. Entretanto, apesar de toda e
qualquer dificuldade, nada deve impedir que a inclusão aconteça. Mesmo
porque, uma vez que a inclusão está prevista na nossa Carta maior, a
Constituição, isto faz da inclusão direito inalienável e como direito subjetivo,
que é, poderá se constituir um crime a escola que não receber o alunos que
tiver necessidades especiais.
Entender o que é a Educação Especial e como ela é importante para
o desempenho dos alunos com necessidades especiais é decisivo para quem
deseja abrir uma escola com educação especializada. Há escolas que vão se
dedicar a apenas um tipo de necessidade, e outras que o farão com várias.
Independente da forma de trabalho, o objetivo de todas essas instituições é
um só: promover a igualdade de oportunidades, de forma que todos os
indivíduos, independentemente das suas diferenças, tenham acesso a
uma educação de qualidade.
A Educação Especial é o ramo da educação voltado para o
atendimento e educação de pessoas com
alguma deficiência. Preferencialmente em instituições de ensino regulares ou
ambientes especializados (como por exemplo, escolas para surdos, escolas
para cegos ou escolas que atendem a pessoas com deficiência intelectual).
São também considerados público-alvo dessas escolas crianças
com transtornos globais de desenvolvimento ou com altas
habilidades/superdotação. Entende-se por educação especial, para os efeitos
desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na
rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.” Assim, os
objetivos da educação especial são os mesmos da educação em geral. O que
difere, entretanto, é o atendimento, que passa a ser de acordo com as
diferenças individuais do aluno.
Ela se desenvolve em torno da igualdade de oportunidades,
atendendo às diferenças individuais de cada criança através de uma
adaptação do sistema educativo. Dessa forma, todos os educandos podem
ter acesso a uma educação capaz de responder às suas necessidades.
O Ensino Especial tem ganhado visibilidade nas últimas duas décadas devido
ao movimento de educação inclusiva, mas tem sido também alvo de críticas
por sua exclusividade e por não promover o convívio entre as crianças
especiais e as demais crianças. Por outro lado, as escolas com educação
especializada contam com materiais, tecnologia, equipamentos e professores
especializados. Enquanto o sistema regular de ensino ainda precisa ser
adaptado e pedagogicamente transformado para atender de forma inclusiva.

Desde a sua origem, a Educação Especial é um sistema separado


de educação das crianças com deficiência, fora do ensino regular. Tal sistema
baseia-se na noção de que as necessidades dessas crianças não podem ser
supridas nas escolas regulares. Existem três categorias de necessidades
especiais:
 Dependentes: são aqueles atendidos somente em clínicas, já que
dependem totalmente de serviços necessários para sua total
sobrevivência. Esses alunos não conseguem ter hábitos higiênicos ou
se vestir, necessitando de um acompanhamento de 24 horas.
 Treináveis: são alunos que frequentam escolas especiais, já
conseguem se defender dos perigos, repartir e respeitar os outros.
Estes já adquiriram hábitos rotineiros de higiene, necessitando
somente de ajuda e supervisão, e na maioria dos casos, o retardo é
identificado nos primeiros anos de vida.
 Educáveis: são os alunos que frequentam classes especiais. Eles já
possuem vocabulário suficiente para a vida diária e habilidade de
adaptação pessoal e social. Geralmente, essas crianças atingem na
fase adulta uma idade de desenvolvimento mental entre sete e doze
anos.
Para uma prática pedagógica coletiva, multifacetada, dinâmica e
flexível, porém, são requeridas mudanças significativas na estrutura e no
funcionamento das escolas atuais, na formação humana dos professores
e nas relações família-escola. A inclusão de alunos com necessidades
educacionais especiais em classes comuns exige que a escola regular se
organize para oferecer:

 Possibilidades objetivas de aprendizagem a todos os alunos,


especialmente àqueles com deficiências.
 Tecnologias que permitam cada vez mais a integração de crianças com
necessidades especiais nas escolas, facilitando todo o seu processo
educacional e visando a sua formação integral.
 Um grupo de profissionais que trabalha em educação especial, como
educador físico, professor, psicólogo, fisioterapeuta, fonoaudiólogo,
terapeuta ocupacional e psicopedagogo.
Acima de tudo, é preciso tornar factíveis os requisitos para que a
escola seja verdadeiramente inclusiva, e não excludente. Os objetivos
da educação especial são os mesmos da educação em geral, o que difere
é o atendimento, que passa ser de acordo com as diferenças individuais
do educando. A inclusão de alunos com necessidades educacionais
especiais, em classes comuns, exige que a escola regular se organize de
forma a oferecer possibilidades objetivas de aprendizagem a todos os
alunos, especialmente àqueles com deficiências.
A ideia da inclusão é mais do que somente garantir o acesso à
entrada de alunos e alunas nas instituições de ensino. O objetivo é
eliminar obstáculos que limitam a aprendizagem e participação discente
no processo educativo. A maioria das escolas regulares no Brasil não estão
preparadas para receberem e ensinarem aos alunos com deficiência,
devido a um problema de infraestrutura e formação profissional da equipe.
Hoje o modelo é que essas escolas especiais, que teoricamente têm
o conhecimento da educação especial, se transformem em centros de
recursos para apoiar o ensino inclusivo em todas as escolas que estão na
sua região, com professores itinerantes e materiais pedagógicos.
2. A REALIDADE DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL

No Brasil o aluno com deficiência está matriculado na escola


regular, mas dependendo da sua necessidade pode precisar frequentar
também uma escola especial para ter atendimento educacional especializado.
O atendimento educacional especializado da escola especial não substitui a
escola comum. A educação especial não substitui mais o ensino comum para
pessoas com deficiência e com superdotação. Essa mudança foi substancial,
pois antes existia um sistema paralelo de ensino para o qual iam as crianças,
até mesmo sem deficiência, para ter uma educação substitutiva.
A escola especial passa a complementar e apoiar o ensino regular
na formação de alunos com necessidades especiais. Essa parceria entre a
Escola Comum e as Escolas Especiais ou Centros de Atendimento Educacional
Especializado não acontece por acaso. Isso está previsto pelo MEC na Política
Nacional de Educação Especial.
O aluno com deficiência está matriculado na escola regular, mas
tem a sua disposição o Atendimento Educacional Especializado para qualquer
necessidade específica que a escola regular não consiga suprir durante sua
jornada escolar, da educação infantil ao ensino superior.

O PNE considera público alvo da Educação especial na perspectiva


da Educação inclusiva, educandos com deficiência (intelectual, física,
auditiva, visual e múltipla), transtorno global do desenvolvimento (TGD) e
altas habilidades.
Se o aluno apresentar necessidade específica, decorrente de suas
características ou condições, poderá requerer, além dos princípios comuns da
Educação na diversidade, recursos diferenciados identificados como
necessidades educacionais especiais (NEE). O estudante poderá beneficiar-se
dos apoios de caráter especializado, de acordo com suas necessidades. No
caso de:
Deficiência Visual e Auditiva: o ensino de linguagens e códigos
específicos de comunicação e sinalização (ex: LIBRAS, Braille);
Deficiência Intelectual: mediação para o desenvolvimento de
estratégias de pensamento (Ex: comunicação alternativa);
Deficiência Física: adaptações do material e do ambiente físico (ex:
cadeiras, tecnologia assistiva);
Transtorno Global do Desenvolvimento (autismo): estratégias
diferenciadas para adaptação e regulação do comportamento (ex:
Comunicação alternativa);
Altas Habilidades: ampliação dos recursos educacionais e/ou
aceleração de conteúdo.
A educação inclusiva não é a escola comum sozinha, mas uma
parceria entre a escola comum, o professor de apoio e o atendimento
educacional especializado. Todos os alunos têm direito à educação de
qualidade, para desenvolver o seu potencial. O que há necessidade de
trabalhar também os fatores cognitivos relacionado ao currículo pedagógico,
para que de fato o aluno possa ser contemplado com conhecimento que é
direito cível.
O estímulo original desse debate teria sido o questionamento de
uma visão tradicional e profundamente arraigada na sociedade, que percebia
a necessidade de integração como uma responsabilidade a ser assumida,
fundamentalmente, pela pessoa com deficiência dispensando,
consequentemente, a sociedade de participar desse processo. É precisamente
esta concepção que vai perder força. As ideias relativas à normalização e
integração, antes predominantes, foram paulatinamente substituídas pelo
princípio do combate sistemático a qualquer tipo de exclusão.
Podemos declarar que a integração passa a ideia de que a pessoa,
para ser inserido na escola regular, deve estar em condições para isso, ou
em condições de corresponder às solicitações feitas pela escola. Nesse
sentido, não se questiona sobre o papel e a função da escola, pois é ela quem
dita o modelo que o aluno deve seguir. A inclusão considera a inserção de
alunos por meio de outro ângulo, isto é, aquele que reconhece a existência
de inúmeras diferenças (pessoais, linguísticas, culturais, sociais etc.), e, ao
reconhecê-las, mostra a necessidade de mudança do sistema educacional
que, na realidade, não se encontra preparado para atender a essa clientela.
As duas últimas décadas foram marcadas por movimentos sociais
importantes, organizados por pessoas com deficiência e por militantes dos
direitos humanos, que conquistaram o reconhecimento do direito das pessoas
com deficiência à plena participação social. Essa conquista tomou forma nos
instrumentos internacionais que passaram a orientar a reformulação dos
marcos legais de todos os países, inclusive o Brasil. se torna importante
abordarmos as diferentes concepções da pessoa com deficiência no decorrer
da história da humanidade. Os deficientes, os considerados “diferentes” da
antiguidade até nossos dias, sempre foram marcados pela exclusão e trazem
consigo a marca da rejeição
A pessoa com deficiência, sempre foi considerada como alguém
fora dos padrões normais pela ótica histórico-cultural, que sempre ditou para
a sociedade, critérios para a normalidade. Muitos termos foram usados para
identificar pessoas com deficiência e atravessaram décadas buscando
assumir um sentido de inovação na busca pela superação de preconceitos.
Assim, todo aluno tem direito de estar matriculado no ensino regular e a
escola tem o dever de matricular todos os alunos, não devendo discriminar
qualquer pessoa em razão de uma deficiência ou sob qualquer outro pretexto.
O ambiente escolar como um todo deve ser sensibilizado para uma perfeita
integração. Propõe-se uma escola integradora, inclusiva, aberta à diversidade
dos alunos, no que a participação da comunidade é fator essencial.
3. A ESCOLA E O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO DE
INCLUSÃO

Muitas vezes não sabemos nos comportar quando nos deparamos


com alguém com alguma deficiência. Talvez a falta de formação adequada
nos coloque em algumas situações desconfortáveis no nosso dia a dia e o
nosso trabalho tem como objetivo mostrar o desenvolvimento do professor
dentro da sala de aula para alunos com deficiências. Trazendo para nossa
realidade a questão da inclusão dentro da escola levantando quais são as
nossas expectativas como professor e quais são as expectativas dos alunos
com deficiência e da comunidade como expectadores do trabalho
desenvolvido.
Muitos professores tem o curso de graduação e não se preocupam
em fazer um estudo continuado desse trabalho, o professor tem que gostar
e se responsabilizar pelo seu trabalho, para que venha desenvolvê-lo com
qualidade. A escola juntamente com o professor, precisam repensar nas suas
estratégias de ensino para não ficar preso ao espaço delimitado da sala de
aula, faz se necessário repensar nas práticas pedagógicas até mesmo numa
nova gestão de classe, porque ainda é muito forte a ideia de controle,
principalmente quando se fala em delimitação de espaço.
É de grande importância pensar não só no ambiente, como também
no acesso e permanência nesse espaço como um todo, seja na escola como
prédio ou até mesmo nas mesas e cadeiras, sempre utilizando os meios
ofertados pela instituição, todos os materiais devem ficar aos cuidados
apenas dos professores e não ao alcance das crianças e a forma como o
espaço físico é organizado também é definido por ele, pois é o professor que
irá tomar partido da situação, seja ela qual for, pois o espaço realmente é de
fundamental importância sendo um dos elementos essenciais na abordagem
educacional. Talvez ainda seja preciso pensar na acessibilidade em relação
ao espaço tanto na cidade como na escola; espaço adequado para diferentes
necessidades e diferentes idades; espaço organizado e adaptado.
O professor como mediador deverá promover um ensino igualitário
e sem desigualdade, já que quando se fala em inclusão não estamos falando
só dos deficientes e sim da escola também, onde a diversidade de destacar
por sua singularidade, formando cidadãos para a sociedade. A Educação
Inclusiva tem por objetivo entender as diferenças, mantendo-as ativas,
encorajando o seu aparecimento e expressão, enfim tornando-as presentes
e utilizáveis para o processo educativo de todos os alunos. Incluir uma criança
na escola regular significa proporcionar a todos os alunos o aprendizado de
conviver com a diversidade, sem anulá-la. Embora todos sabemos que a
inclusão como imaginamos e idealizamos não é a mesma que vemos na
prática.
Incluir não é simplesmente levar uma criança com deficiência a
frequentar o ensino regular. A inclusão é uma conquista diária para a escola,
para a criança e para seus pais. Todo dia é um dia novo na inclusão. A inclusão
não tem um fim, pois ela representa, em sua essência, mais um processo do
que um destino. A inclusão representa, de fato, uma mudança conceitual e
nos valores culturais para as escolas e para a sociedade como um todo.
E que a escola seja realmente um lugar onde não são observadas
diferenças, tais como, cor, credo, raça, potencialidades, limites, etc., é
preciso que realmente a escola seja um local de aprendizagem da cidadania.
São importantes a flexibilidade e a diversidade, quer porque o
espectro das necessidades especiais é variado, quer porque as realidades são
bastante diversificadas no país. Quanto às escolas especiais, a política de
inclusão as reorienta para prestarem apoio aos programas de integração.
Enquanto modalidade de ensino, a educação especial deve seguir os mesmos
requisitos curriculares dos respectivos níveis de ensino aos quais está
associada. No entanto, de modo a considerar as especificidades dessa
modalidade de ensino e auxiliar no processo de adaptação à nova política de
integração, os sistemas de ensino contam atualmente com o documento
Adaptações curriculares. Esse documento define estratégias para a educação
de alunos com necessidades educativas especiais e orienta os sistemas de
ensino para o processo de construção da educação na diversidade.
A educação especial para o trabalho é uma alternativa que visa a
integração do aluno com deficiência na vida em sociedade, a partir de ofertas
de formação profissional. Efetiva-se por meio de adequação dos programas
de preparação para o trabalho, de educação profissional, de forma a viabilizar
o acesso das pessoas com necessidades educacionais especiais em cursos de
nível básico, técnico e tecnológico, possibilitando o acesso ao mercado formal
ou informal. A educação para o trabalho oferecida aos alunos com
necessidades especiais que não apresentarem condições de se integrar aos
cursos profissionalizantes acima mencionados deve ser realizada em oficinas
profissionalizantes protegidas, com vista à inserção não-competitiva no
mundo do trabalho.
Sendo a educação especial uma modalidade de ensino que
perpassa os diversos níveis de ensino, o nível de formação exigido equivale
aos requisitos para atuação nos respectivos níveis de ensino aos quais está
associada. Sendo assim, para atuação na educação infantil e no primeiro
segmento do ensino fundamental, exige-se formação mínima em nível médio,
na modalidade Normal. Para atuação no segundo segmento do ensino
fundamental e no ensino médio, exige-se formação em nível superior.
A partir de 2007, a formação mínima exigida para atuação nos
respectivos níveis de ensino e, portanto, na modalidade de educação especial
será a licenciatura plena, obtida em nível superior. O Ministério da Educação,
através da Secretaria de Educação Especial, também desenvolve o Programa
Nacional de Capacitação de Recursos Humanos, dirigido aos profissionais que
atuam no ensino regular. O Programa prevê atendimento gradual dos
municípios brasileiros, utilizando-se de recursos da educação a distância, de
modo a possibilitar maior oferta de atendimento aos alunos com necessidades
educacionais especiais.
O ato de incluir, mas do que inserir ou abranger e em se tratando
de inclusão escolar significa promover igualdade de direitos e oportunidades
educacionais para todos os cidadãos. O olhar que se volta para uma pessoa
com deficiência intelectual é aquele em são apontados como” doentes e
incapazes” e, portanto alvo de caridade, superproteção e assistência social.

Para que a inclusão seja algo realmente palpável ou ocorra


verdadeiramente, é necessário investir em projetos de aperfeiçoamento do
trabalho pedagógico, ou seja, capacitar os professores do ensino básico, para
que possam lidar com pessoas deficientes com propriedade, favorecendo o
desenvolvimento e a aprendizagem. Também seria de grande valia, divulgar
melhor os princípios da inclusão, ou seja, fazer com que a sociedade voltasse
os olhos para sua importância, destituindo preconceitos, estereótipos e
estigmas. Os meios de comunicação poderiam contribuir para que a opinião
pública passasse a refletir e a enxergar o deficiente como “PESSOA” não como
doente, que precise ser isolado do convívio social. Se a sociedade
compreendesse a inclusão não só como um direito, mas uma necessidade aos
deficientes, as desigualdades seriam sanadas. A inclusão social implica na
conquista do espaço social mediante as interações que se estabelecem no
interior dos grupos sociais através de uma sociedade, o que significa uma
participação real na escola, no lazer e no trabalho.
Existe a necessidade de formação continuada de professores para
atuar no atendimento a alunos com necessidades educacionais especiais na
rede regular de ensino.
Os professores do ensino regular consideram-se incompetentes
para lidar com as diferenças nas salas de aula, especialmente atender os
alunos com deficiência, pois seus colegas especializados sempre se
distinguiram por realizar unicamente esse atendimento e exageraram essa
capacidade de fazê-lo aos olhos de todos.
Pessoas com deficiência intelectual também são educáveis, apesar
de pensamentos contrários que atribuem a estas pessoas apenas uma
educação voltada para desenvolverem hábitos de autonomia e
independência. Neste caso, definir bem o papel que cada um tem na interação
com o deficiente intelectual é fundamental para que favoreça sua educação
integral, ou seja, proporcionar a essas pessoas possibilidades de se
desenvolverem por si mesmas, sem que haja superproteção o que é comum
entre familiares, que no intuito de auxiliar e acolher, acabam por torná-los
dependentes e com pouca iniciativa. Também definir o papel da escola, de
propiciar condições de aprendizagem, sem levar em conta a gravidade do
déficit.

O sujeito com deficiência intelectual pode se beneficiar,


apropriando-se do conhecimento por meio da mediação dos instrumentos da
cultura e da zona de desenvolvimento proximal, ou seja, tudo aquilo que o
indivíduo pode fazer com o auxílio de terceiros e que irá realizar sozinho com
o passar do tempo, o que Vygotsky conceitua como zona de desenvolvimento
real, em outras palavras, o contato com a cultura, faz com que o sujeito se
modifique.
Um professor não ter formação específica nessa ou naquela
deficiência não quer dizer que seja incompetente. O professor, na educação
inclusiva, precisa ser preparado para lidar com as diferenças, com a
singularidade e a diversidade de todas as crianças e não com um modelo de
pensamento comum a todas elas.
Partindo de um princípio de que a inclusão escolar não é apenas
inserir alunos deficientes no ensino regular, mas de garantir e acreditar em
sua capacidade de aprendizagem faz-se necessário investir em um projeto
específico de inclusão e adaptação de currículo, bem como oferecer
capacitação aos profissionais de educação. A capacitação se desenvolve em
um contexto de formação no qual está presente a aprendizagem ativa e
cooperativa e uma proposta construtivista de educação, que eliminem
obstáculos entre escolas e pessoas com deficiência.
Tornar evidente os princípios da inclusão, por meio de divulgações
com o apoio dos meios de comunicação, como já citado anteriormente, teria
efeitos positivos na inclusão de deficientes de modo geral, perante a
sociedade, propagando não só o direito a convivência, mas também sua
contribuição como cidadão com sentimentos, vontades, desejos e
necessidade de ser respeitado, independente de sua característica.
O professor da escola regular que tem um aluno autista não precisa
ser um especialista em autismo, mas precisa ser um especialista em lidar
com as diferenças e a diversidade. Pois é, lidar com a diversidade tem mais
haver com o amor e do que com conhecimentos acadêmicos.

De acordo com o MEC, podemos definir adaptações curriculares


como: estratégias e critérios de atuação docente, admitindo decisões que
oportunizam adequar a ação educativa escolar às maneiras peculiares de
aprendizagem dos alunos, considerando que o processo de ensino-
aprendizagem pressupõe atender à diversificação de necessidades dos alunos
na escola, ou seja, dar liberdade ao professor para flexibilizar o currículo de
acordo com as necessidades do seu aluno.
Não se pode pensar a questão da deficiência sem se analisar o tipo
de relação que as pessoas, de modo geral, estabelecem com os indivíduos
deficientes mentais. Como a sociedade não está preparada para lidar com as
diferenças manifestadas pelas pessoas com deficiência mental, de uma
maneira geral, passa a culpá-las por suas próprias impossibilidades e
limitações
4. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

O projeto político pedagógico – PPP – de uma escola é o


instrumento orientador, que define as relações da escola com a comunidade
na qual está inserida e vai atender. É o projeto pedagógico que orienta as
atividades escolares revelando a concepção da escola e as intenções da
equipe de educadores.
Com base no projeto pedagógico a escola organiza seu trabalho;
garante apoio administrativo, técnico e científico às necessidades da
Educação inclusiva; planeja suas ações; possibilita a existência de propostas
curriculares diversificadas e abertas; flexibiliza seu funcionamento; atende à
diversidade do alunado; estabelece redes de apoio, que proporcionam a ação
de profissionais especializados, para favorecer o processo educacional.
Não basta que a escola receba a matrícula de alunos com
necessidades educacionais especiais, é preciso que ofereça condições para a
operacionalização desse projeto pedagógico inclusivo. A inclusão deve
garantir a todas as crianças e jovens o acesso à aprendizagem por meio de
todas as possibilidades de desenvolvimento que a escolarização oferece.
As mudanças são imprescindíveis, dentre elas a acessibilidade da
infraestrutura; a introdução de recursos e de tecnologias assistivas; a oferta
de profissionais de apoio, formas de avaliação, currículo adaptado entre
outras coisas. É na sala de aula que acontece a concretização do projeto
pedagógico – elaborado nos diversos níveis do sistema educacional.
Vários fatores podem influenciar a dinâmica da sala de aula e a
eficácia do processo de ensino e aprendizagem. Planejamentos que
contemplem regulações organizativas diversas, com possibilidades de
adequações ou flexibilizações têm sido uma das alternativas mais discutidas
como opção para o rompimento com estratégias e práticas limitadas e
limitantes. Dentre todos os fatores, parece unânime entre os especialistas,
que a formação de professores para a inclusão é primordial.
O projeto político pedagógico da escola comum deve prever a
oferta do AEE, complementar a escolarização”. O Projeto Político Pedagógico
é dos uns instrumentos de suma importância dentro do processo escolar, é
onde a comunidade escolar tem a oportunidade de participar da construção
do ensino aprendizagem e de melhorar as práticas escolares, bem como
prática inclusiva. O Projeto Político Pedagógico se constrói de forma coletiva,
pois é um conjunto de ações políticas onde a pessoa tem oportunidades de
expressar seu poder de democracia para exercer de fato a função social, onde
com compartilhamento de ideais que acabam se transformando em ações
pedagógicas. Um documento que de certa forma garante a autonomia da
escola e de todos envolvidos no processo escolar.
Autonomia é uma questão vital para gestão democrática da escola
pública”. Força que a comunidade escolar tem, para desenvolver a autonomia
para realizar o diferencial no processo educativo, bem como profissionais e
famílias tem a liberdade de deliberar e concretizar os caminhos percorridos
para uma execução bem definida e planejada. No PPP que são definidas as
prioridades e necessidades de uma unidade escolar, para direcionamento de
sua atuação rumo à qualidade de ensino”. Portanto um instrumento
primordial de referência coletiva que envolve influencias de todos
representantes de cada segmento da comunidade escolar (profissionais e
família), capazes de realizar a transformação da política educacional.
O processo de inclusão exige da escola novos recursos de ensino e
aprendizagem, concebidos a partir de uma mudança de atitudes dos
professores e da própria instituição, reduzindo todo o conservadorismo de
suas práticas, em direção de uma educação verdadeiramente interessada em
atender às necessidades de todos os alunos. A meta da inclusão é, desde o
início, não deixar ninguém fora do sistema escolar, que deverá adaptar-se às
particularidades de todos os alunos à medida que as práticas educacionais
excludentes do passado vão dando espaço e oportunidade à unificação das
modalidades de educação, regular e especial, em um sistema único de ensino,
caminha-se em direção a uma reforma educacional mais ampla, em que todos
os alunos começam a ter suas necessidades educacionais satisfeitas dentro
da educação regular.
Embora a política de educação especial se direcione atualmente
para a integração, ainda não existem dados sistematizados sobre o
atendimento dos alunos com necessidades especiais integrados nas escolas
regulares. Os dados existentes, portanto, referem-se somente aos alunos
matriculados em escolas especializadas ou em classes especiais na rede
regular de ensino.
O trabalho de assessoramento psicopedagógico poderia contribuir
para a melhoria da qualidade de ensino oferecido à deficientes intelectuais,
tendo como foco principal o seu processo de socialização, assessorando a
escola de forma interdisciplinar e preventiva para a melhoria das condições
de aprendizagem. No nível do projeto pedagógico da escola, da sala de aula,
das atividades e somente quando absolutamente necessário aplicam –se ao
aluno individualmente”. Com objetivo de apoio pedagógico, devido as
dificuldades de aprendizagem e das especificidades especiais, considerando
as competências do aluno.
o atendimento educacional especializado exige que o profissional
de educação inclusiva precisa desempenhar um papel diferencial, onde o
processo parte do aluno, para que forneça suporte para que o aluno tenha
êxito no processo curricular comum. O uso de materiais pedagógicos
adaptados para que haja estimulação das habilidades dos alunos e assim o
mesmo ser valorizado no seu potencial, assim o mesmo estará de fato tendo
oportunidade do acesso ao currículo escolar na sala de aula. É um trabalho
com caráter complementar para ajudar o aluno enfrentar suas barreiras. Por
isso o trabalho multifuncional da sala de atendimento educacional
especializada (AEE), precisa ser planejada de acordo com a necessidade
educativa, ou seja, é o suporte do aluno para que o mesmo possa estar
presente de forma ativa nas atividades da classe comum, bem como na rotina
escolar comuns a todos aos alunos.

Atualmente, em todos os documentos referentes à educação dos


indivíduos com deficiência, o princípio da inclusão é o eixo norteador, e o
atendimento segregado é visto como alternativa que deve ser evitada. Apesar
do predomínio de orientações inclusivistas, fica a preocupação do quanto o
eixo norteador pode se tornar realidade, pois sabemos que, ainda que os
alunos sejam matriculados em escolas regulares, esse fato, por si só, não
altera a qualidade de sua escolarização.
É possível observar, por parte dos professores e de profissionais da
educação, grande resistência em aceitar o desafio colocado pelo processo de
construção da escola inclusiva, o que consideramos perfeitamente
compreensível, dada à ausência de sua formação para enfrentar esse desafio.
Tal resistência surge, entre outros diversos determinantes, em decorrência
da não problematização do assunto, tendo em vista que, raramente, este é
contemplado nos momentos de formação inicial e/ ou continuada, o que
conduz a formas inadequadas de entendimento.
Devemos nos questionar se estamos realmente preparados para o
desempenho de nossos papéis político - pedagógicos em relação a qualquer
aluno? Criticar nossos cursos de formação e constatar as inúmeras lacunas
existentes têm sido um lugar comum que, infelizmente, mais nos tem
imobilizado e “engessado” em discursos sobre a incompetência, do que nos
levado a produzir mudanças necessárias. Mas reconhecer que necessitamos
de atualização, já é o início de um processo que nos tira do imobilismo e da
acomodação e que, por nos inquietar, gera movimentos de busca e de
renovação. A formação continuada é uma das estratégias que nos permite
desalojar o estatuído, substituindo-o por novas teorias e novas práticas
alicerçadas em outra leitura de mundo e, principalmente, nas crenças da
infinita riqueza de potencialidades humanas (as nossas e de nossos alunos).
5. OS TRÊS MAIORES DESAFIOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

São muitos os desafios da educação inclusiva que precisam ser


enfrentados, mas as iniciativas e as alternativas realizadas pelos educadores
são fundamentais.

1º) Fortalecer a formação dos professores: para entender a inclusão, os


direitos do aluno e os deveres da escola e do Estado, estabelecendo assim
alvo, uma meta a ser alcançada, tanto para o professor quanto para a escola.
Todos precisam entender porque a diversidade é importante, que é sim
possível incluir e onde, quando, como, com que e com quem devemos ajudar
nossos alunos.

2º) Criar uma rede de apoio: entre alunos, docentes, gestores escolares,
famílias e profissionais especializados (fisioterapeutas, psicopedagogos,
psicólogos, fonoaudiólogos, médicos etc.). Todos devem estar envolvidos no
processo, trabalhando como uma equipe para proporcionar ao aluno a melhor
experiência escolar (e de vida) que ele possa ter.

3º) Reestruturação: eliminação das barreiras arquitetônicas (físicas) e


barreiras no currículo (pedagógicas), como propostas curriculares
diversificadas, flexíveis e abertas. Para isso é preciso entender também as
possibilidades das tecnologias assistivas.

As instituições não podem negar a matrícula desses alunos e muito


menos exigir laudo médico, a inclusão começa com a chegada desses alunos
e o desafio dos educadores e mediadores desses alunos é garantir sua
permanência e aprendizagem.
É preciso estar capacitado para atender essas crianças e sempre
buscando ter conhecimento, pois não é a criança que se adapta a escola, mas
sim a escola que deve se transformar para atendê-las. A aprendizagem do
aluno com deficiência Intelectual, exige mudanças inovadoras nas práticas
pedagógicas, e através do caminho inclusivo é que se tem o direito para que
a instituição crie formas de adaptação, para que o aluno tenha condições de
desenvolver o potencial.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A conscientização do processo inclusivo precisa ser hábito, onde


ainda precisa de uma compreensão acerca das estratégias para que a
instituição se adapte à necessidade da demanda e não ao contrário, do aluno
se adaptar a escola. A medida que todos se unirem família, sistemas e
entenderem que todo tem responsabilidades com a inclusão e o
desenvolvimento do aluno e que assim como o êxito é compartilhado com
fracasso acontece a mesma coisa, é responsabilidade de todos envolvidos no
processo.
O ensino regular continua enfrentando crises tanto sociais quanto
curricular, e há necessidade de debater mais sobre a diferença de integração,
inclusão e o marco Educação para todos, e principalmente de como ofertar a
adaptação curricular na classe comum, bem como o dispositivo legal, que
garante para o aluno o direito de ser atendimento conforme sua necessidade.
Outro fator de suma importância para debate, são os alunos que não possuem
deficiência, mas dificuldade de aprendizagem por diversos fatores, entre eles
devido a transtornos psicológicos.
A Educação Inclusiva, entendida sob a dimensão curricular,
significa que o aluno com necessidades especiais deve fazer parte da classe
regular, aprendendo as mesmas coisas que os outros – mesmo que de modos
diferentes – cabendo ao professor fazer as necessárias adaptações. A inclusão
de alunos com necessidades especiais na classe regular implica o
desenvolvimento de ações adaptativas, visando à flexibilização do currículo,
para que ele possa ser desenvolvido de maneira efetiva em sala de aula, e
atender as necessidades individuais de todos os alunos.

A avaliação de um aluno com necessidades educacionais especiais


é muito importante, pois a partir da análise dos resultados, focando seu
desempenho nas diversas áreas curriculares, no processo que utiliza para
aprender, se mantém ou generaliza as aprendizagens, poderá ser definido
um plano de atuação que possa além de tornar possível sua participação,
possibilitar seu desenvolvimento. O princípio fundamental da escola inclusiva
é o de que todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível,
independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam
ter. Escolas inclusivas devem reconhecer e responder às necessidades
diversas de seus alunos, acomodando ambos os estilos e ritmos de
aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de
um currículo apropriado, arranjos organizacionais, estratégias de ensino, uso
de recurso e parceria com as comunidades.

A educação não pode continuar ignorando o que acontece a sua


volta, aniquilando e marginalizando as diferenças nos processos através dos
quais, forma e instrui os alunos. E muito menos desconhecer que aprender
implica em saber expressar, dos mais variados modos, o que sabemos
representar o mundo, a partir de nossas origens, valores, sentimentos.
Pensar a inclusão pressupõe políticas educacionais claras, coerentes e
fundamentadas nas relações sociais. As questões teóricas do processo de
inclusão têm sido amplamente discutidas por estudiosos e pesquisadores da
área de Educação Especial, entretanto pouco se tem feito no sentido de sua
aplicação prática. O como incluir tem se constituído a maior preocupação de
pais, professores e estudiosos, considerando que a inclusão só se efetivará
se ocorrerem transformações estruturais no sistema educacional.
É fundamental evidenciar que na escolarização de uma criança com
deficiência estão envolvidos, além da própria criança, seus pais e os
educadores. Cabe à escola acolher essa criança, fazer o que estiver ao seu
alcance para que se beneficie do contexto escolar e usufrua das mesmas
obrigações e direitos das outras crianças.
Muitos são os discursos sobre a deficiência, seja ela qual for
geralmente falando da necessidade de inclusão de pessoas com estas
características. Porém pouco se fala sobre a compreensão das diferenças. Um
indivíduo com deficiência muitas vezes, só se sente acolhido em seu ambiente
familiar, em que a convivência e aceitação acabam por extinguir toda forma
de exclusão, porém estas pessoas próximas até de forma inconsciente não
contribuem para a inserção da pessoa com deficiência, isolando-o do mundo
e superprotegendo, o que limita seu processo de interação com o outro.
A inclusão ainda enfrenta muitas barreiras e tem caminhos para
percorrer, o importante é que isto já se iniciou e, no futuro, esperasse que a
escola seja um lugar onde não haja discriminação e preconceito, que seja um
lugar onde as diferenças e o tempo de aprendizagem de cada um seja
valorizado. Qualquer tentativa de inclusão deve ser analisada e avaliada em
seus mais diversos aspectos, a fim de termos a garantia de que esta será a
melhor opção para o indivíduo que apresenta necessidades especiais.
Em uma sociedade cada vez mais capitalista em que a preocupação
maior é com o “ter” e não com o “ser”, pessoas que se enquadram como
diferentes tem espaço cada vez menor, em todos os âmbitos, o que produz
segregação e preconceitos. O fato de uma pessoa possuir alguma deficiência,
não é fator para desconsiderá-la como tal, o árduo trabalho de se refletir
sobre os direitos do deficiente, inclusive à educação é uma tarefa que requer
persistência e perseverança, rumo a uma sociedade mais justa e evoluída,
que respeite as diversidades.

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