Você está na página 1de 12

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

NÍVEL: 1° Ano

Semestre: II

DISCIPLINA: Introdução a Sociologia


Tema: Conhecimento Sociogénese da Sociologia

Discente: Código

Sandra Azarias Chavele 202108P29

Docente: António Rosse

Lionde, Dezembro de 2021


Índice
1. Introdução............................................................................................................................1

1.1. Objectivos.....................................................................................................................1

1.1.1. Geral......................................................................................................................1

1.1.2. Específicos............................................................................................................1

2. Revisão literária...................................................................................................................2

2.1. Origem da sociologia...................................................................................................2

2.2. Época antiga medieval e renascimento........................................................................4

2.2.1. Reacções às ideias modernas................................................................................5

2.2.2. Renascimento........................................................................................................6

2.3. Pensamento Europeu....................................................................................................7

3. Considerações finais............................................................................................................9

4. Referências bibliográficas.................................................................................................10
1. Introdução

Moldados à extensão de uma Europa Ibérica, os territórios americanos localizados ao sul do


Equador, e partilhados pelas Coroas de Portugal e da Espanha, foram palco, durante o período
colonial, de uma política de portas fechadas em relação à penetração estrangeira. Entretanto,
desde o início da efetiva ocupação pelos países colonizadores, essa restrição não foi suficiente
para impedir que inúmeros viajantes forasteiros - atraídos pela diversidade do imenso
continente sul-americano usurpado aos seus habitantes e incorporado à esfera das culturas
luso e espanhola pela posse - para ele se dirigissem ansiosos por conhecer as paisagens
naturais insuspeitas e os exóticos habitantes daquelas terras ainda sem contornos definidos.

Vinham movidos pelas mais diversas finalidades, fossem elas rapaces, de conquista, de
catequese ou mesmo pelo desejo humanista de conhecimento do Novo Mundo, em sua
variedade humana e natural.

Com a descoberta da América, que pôs em evidência a possibilidade de sua colonização e


exploração económica, a necessidade de mão-de-obra para a produção de mercadorias
vendidas na Europa com grandes lucros acabou por legitimar a escravização e a
despersonalização de povos ameríndios (e africanos), sob o pretexto de que os mesmos eram
racial e culturalmente inferiores.

Por conseguinte, a construção da ideia da “diferença” - criada convenientemente pelos


conquistadores como justificativa para subjugar aqueles povos que viviam nas florestas em
contato direto com a natureza, evocando um género animal, e opondo portanto a animalidade
à humanidade (Lévi-Strauss,op.cit.,p.236) - ocorreu pari passu à necessidade de integrá-los ao
sistema mercantil por meio do domínio, revelando assim as duas faces de um mesmo
processo.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral
 Analisar o conhecimento sociogénese da sociologia

1.1.2. Específicos
 Compreender a origem da sociologia
 Explicar a época antiga medieval e o renascimento
 Caracterizar a época moderna e pensamento europeu e o mundo.

1
2. Revisão literária

2.1. Origem da sociologia


A partir do século 18, a economia do mundo foi constituída sob a influência da Revolução
Industrial, ocorrida na Inglaterra, enquanto a política e a ideologia foram constituídas pela
Revolução Francesa. O modelo econômico que rompeu com as estruturas tradicionais do
mundo foi fornecido pela Inglaterra. A França forneceu as ideias, o vocabulário do
nacionalismo e os temas da política liberal para a maior parte do mundo. Na França
revolucionária, começaram a circular termos e expressões como: constituição, nação, eleição,
Estado Moderno, poder executivo, poder legislativo, poder judiciário, direitos humanos
universais. É importante ressaltar que a Revolução Industrial não se restringiu, apenas, à
introdução da máquina a vapor e ao aperfeiçoamento dos modos de produção. Ela representou
muito mais. Representou o triunfo da indústria, comandada pelo empresário capitalista, que,
pouco a pouco, concentrou a propriedade das máquinas, das ferramentas e das terras,
transformando populações inteiras em trabalhadores despossuídos.

É na sociedade com essas características que:

• A Sociologia nasce como um conjunto de ideias que se preocupou com o desenvolvimento


da sociedade capitalista.

• A Sociologia procura respostas para as questões sociais advindas das transformações


provocadas pelas Revoluções Industrial e Francesa.

Essas transformações ocorridas no século 19 favoreceram o surgimento da Sociologia como


ciência. Mas e hoje? A Sociologia continua tendo alguma importância? Por que estudar
Sociologia?

Observemos algumas razões pelas quais acreditamos que vale a pena estudar a Sociologia:

a) interessa a todas as áreas;

b) aborda domínios humanos da vida social;

c) é um instrumento de compreensão do cotidiano;

2
d) tem uma contribuição intelectual e ética;

e) possibilita interferência para a busca de uma sociedade mais justa. Apresentamos algumas
ideias com a finalidade de motivar aqueles que se sentem envolvidos pela aventura de
aprender.

Entretanto, não podemos deixar de dizer que a Sociologia contemporânea tem desafios a
vencer:

• A complexidade do mundo exige uma compreensão mais profunda de nossa posição e de


nossos objetivos.

• Repensar os padrões sociais, isto é, as regularidades que ordenam a vida social, e


hierarquizá-los.

Isto significa que muito há para ser feito. Ainda, gostaríamos de registrar que há várias
denominações para a Sociologia:

• Geral;

• da Educação;

• Urbana;

• Rural.

No entanto, isto não significa que houve um desmembramento da Sociologia. O que ocorreu
foi uma diversificação de olhares para várias perspectivas das sociedades. Daí as várias
denominações. Embora a Sociologia seja considerada uma ciência moderna porque surgiu no
final do século 19, os seres humanos, ao longo de sua história, não deixaram de observar e de
reflectir sobre suas sociedades e os grupos nos quais viviam. Há sinais, em todas as
civilizações e em todas as épocas, que mostram preocupações com a vida social, desde os
registos rupestres, os adereços e os utensílios até os escritos dos filósofos, dos pregadores
religiosos e dos legisladores.

3
Figura1: Origens da sociologia

2.2. Época antiga medieval e renascimento


O termo modernidade volta-se para a compreensão de uma época histórica que se estende do
século XVI ao século XVIII. Este é um período muito longo para que pensemos em
características uniformes; isto é, não há uma única “modernidade”, existem “modernidades”.

Nesta época, instalou-se um fluxo continuo de trocas culturais, formando-se uma rede cada
vez mais densa de comunicações, o que faz com que esse período, além de longo, seja
também extremamente complexo. O que unificou os tempos modernos foi o conceito de
fluxo.

Com efeito, o fluxo desorganizou a cosmovisão medieval, ao mesmo tempo em que se tornou
o centro de gravidade do pensamento ocidental dessa época. Os séculos XV e XVI
conheceram a expansão através das navegações, as quais modificaram profundamente a visão
de mundo e todas as ações que organizavam a vida dos europeus da época. Foi o fluxo que
acelerou o ritmo social e criou profundas inseguranças e desordens na vida em sociedade.

Do final do século XVII até meados dos oitocentos, a convicção na ciência atingiu o seu
apogeu, chegando a ser ela a depositária da esperança humana de um mundo melhor. A época
moderna foi marcada por uma sucessão de revoluções capitaneadas, v.g., por Copérnico,
Galileu, Descarte, Newton. Estas revoluções criaram o espírito geométrico e trouxeram aos
homens a consciência do seu poder sobre a natureza e a organização racional da sociedade.
Elucidativo pensar que o movimento pictórico de maior ascendência naquele momento foi o
realismo. Kant4 considerava o século XVIII uma época crítica e o conteúdo desta referida
crítica foi o mais importante fator para se chegar ao iluminismo.

4
O racionalismo de Descartes justifica o poder da razão de perceber o mundo através de ideias
claras e distintas, Locke 6 valoriza os sentidos e a experiência na elaboração do
conhecimento. Diante da questão qual o valor do nosso conhecimento e o que é o
conhecimento? Kant, para responder essas indagações, coloca a razão em um tribunal – e,
como isso, pretendeu superar a dicotomia racionalismo-empirismo – para julgar o que pode
ser conhecido e que tipo de conhecimento não possui fundamento.

Desde o Renascimento houve uma luta continua contra a autoridade; somou-se a essa luta o
advento da ciência introduzida por Galileu no século XVII, e esses dois eventos impulsionam
o surgimento do novo homem, o homem construtor de seu destino, o artífice do futuro.

2.2.1. Reacções às ideias modernas


As reacções ao pensamento moderno vieram com intensidade. Um dos opositores mais
importantes foi Giambattista Vico13 (1668- 1744). Nos séculos XV e XVI a Itália representou
o centro hegemónico do pensamento na Europa. O humanismo renascentista e sua vasta
produção em diversos campos do conhecimento estabeleceram um padrão imitado no restante
do continente europeu.

No entanto, esse papel de vanguarda cultural foi sendo comprometido pela decadência
econômica das cidades italianas e pelo avanço da Contra-Reforma. A partir de meados do
século XVI e, sobremaneira nos séculos XVII e XVIII, a Itália mergulharia no ostracismo
cultural. Os novos centros do pensamento deslocaram-se para áreas reformadas, como França
e Inglaterra. Vico insere-se dentro desse contexto histórico frustrada carreira acadêmica,
estava relacionada à condição periférica ocupada pela península italiana no desenvolvimento
do pensamento europeu.

O posterior esquecimento a que foi relegado seu pensamento relacionava-se à sua posição
anticartesiana e contrária ao Iluminismo. Sua crítica a pretensão iluminista de compreender a
experiência humana à luz das ciências naturais e a valorização da mitologia e da poesia como
fontes de conhecimento colocaram Vico em rota de colisão com aquela corrente de
pensamento que se tornaria hegemónica nos séculos seguintes.

O conhecimento da “nova” ciência foi equivalente a uma remodelação e a uma transformação


do estatuto existencial e autoreflexivo do homem. Tal processo conduziu ao afastamento do

5
próprio eixo, da centralidade e da fixidez medieval idealmente preestabelecida. Nesse sentido,
as fronteiras do saber tornaram-se dinâmicas e plásticas, seria o fruto da observação. Assim, a
“sombra” do mundo projectava-se sobre o sujeito, e este, por sua vez, “iluminava” sua
mundanidade.

O próprio termo Iluminismo conduz a essa reflexão. As mudanças aceleraram não apenas um
repertório de transformações, mas correram paralelamente com as urgências que as tornaram
ameaçadoras. Assim, a idéia de movimento, permitida pelos novos conhecimentos, foi
compreendida como constituinte dos novos ritmos que caracterizaram o Iluminismo. A
corrida moderna constituiu-se, assim, na eterna busca do controle, da normatização do
projecto.

2.2.2. Renascimento
O Renascimento, como o próprio nome indica, significa o revivescer de algo que se
encontrava adormecido. Empregado no contexto da transição feudocapitalista, significa o
revivescimento dos valores da cultura antiga grecoromana.

Como manifestação que dá início a uma nova visão do mundo, o Renascimento desloca o
interesse do campo religioso para o profano e secular.

• É uma revolução cultural que corresponde à ascensão da burguesia, que pretende romper
com os padrões estabelecidos pela cultura medieval, impregnada de misticismo e
religiosidade.

•Os povos greco-romanos valorizavam o homem (antropocentrismo) e a razão


(racionalismo).

•Essa busca do passado era conhecida como Classicismo.

2.2.2.1. Origem do Renascimento


•O Renascimento teve origem na Itália em razão de diversos fatores.

•A partir do século XI, as cidades italianas transformam-se nos principais centros económicos
e comerciais da Europa.

6
•Desse enriquecimento foi possível o surgimento dos mecenas, homens que enriqueceram a
ponto de ficar em condições de proteger as artes e os artistas.

•Os mecenas acabavam conhecidos e respeitados por todos; a arte os ajudava a conseguir
créditos e a divulgar as atividades de suas empresas.

2.2.2.2. Características do renascimento


 O Renascimento promoveu um retorno à cultura grecoromana ou cultura clássica,
tanto no plano artístico como na maneira de pensar.
 O homem passava a ser colocado como o centro de tudo (antropocentrismo);
 O estudo da natureza ganhou acentuada importância
 A utilização de métodos experimentais traduzia a busca de um profundo racionalismo,
contabilidade e na organização do estado;
 Os homens descobriram o prazer no ato de criar (hedonismo);
 E o individualismo superava a visão coletivista e de massas que imperava durante a
Idade Média

2.3. Pensamento Europeu


René Descartes, Nasceu na França, em 1596, em um momento de profunda crise da sociedade
e cultura europeia , passando por grandes transformações e ruptura com o mundo anterior. Foi
um dos principais pensadores do racionalismo. Expôs suas ideias com cautela para evitar a
condenação da igreja. É considerado um dos pais da filosofia moderna. O princípio básico de
sua filosofia é a frase: “Penso, Logo existo”. A base de seu método é a dúvida de todas as
nossas crenças e opiniões. Para ele, tudo deve ser rejeitado se houver qualquer possibilidade
de dúvida. O pensamento é algo mais certo que a matéria. Ele valorizava a atividade do
sujeito pensante em relação ao real a ser conhecido. Descarte acreditava que o método
racional é caminho para garantir o conhecimento de uma teoria científica.

Galileu Galilei – nasceu na Itália e é considerado o fundador da física moderna. Defendeu as


explicações do universo a partir da teoria heliocêntrica e rejeitava a física de Aristóteles,
adotadas como verdade absoluta pelo cristianismo. Por contrariar essa visão tradicional foi
considerado herege. Questionava a Bíblia, sendo julgado pelo Tribunal da Inquisição e
condenado a fogueira ou a renegar suas concepções científicas. Optou por se retratar, mas
continuou fiel às idéias e publicou clandestinamente uma obra que contrariava os dogmas
cristãos.
7
Isaac Newton - nasceu na Inglaterra, físico e matemático, continuou à revolução científica
que deu origem à física clássica. Fala de um universo ordenado, como uma grande máquina.
Além de física, matemática, filosofia e astronomia, estudou também alquimia, astrologia,
cabala, magia e teologia, e era um grande conhecedor da Bíblia. Considerava que todos esses
campos do saber poderiam contribuir para o estudo dos fenómenos naturais. Suas
investigações experimentais, acompanhadas de rigorosa descrição matemática, constituíram-
se modelo de uma metodologia de investigação para as ciências nos séculos seguintes.

8
3. Considerações finais
Muito embora tivessem ocorrido reacções fortes e muito bem fundamentadas ao pensamento
racionalista, tal como fora organizado pelos iluministas, o século XVIII foi o século das
reformas universitárias, todas estruturadas com base no modelo teóricometodológico
cartesiano. Era a crença no projeto que levaria ao progresso e à consequente criação do
paraíso terreno. O conhecimento da “nova” ciência foi equivalente a uma remodelação e a
uma transformação do estatuto existencial e autoreflexivo do homem. Tal processo conduziu
ao afastamento do próprio eixo, da centralidade e da fixidez medieval idealmente
preestabelecida. A Idade Moderna traz a proposta de uma nova ordem e visão de mundo,
rejeitando a autoridade imposta pelos costumes e pela hierarquia da nobreza e Igreja, em favor
da recuperação do que há de virtuoso, intuitivo e espontâneo na natureza humana. Surge um
novo estilo com nova temática.

9
4. Referências bibliográficas
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. São Paulo,
Moderna, 2003.

MINAYO, Maria Cecília. O conceito de representações sociais dentro da sociologia clássica,


1994.

GUINSBURG, Jacob (org.). O romantismo. SP: Perspectiva, 1978.

GERBI, Antonello. O Novo Mundo - história de uma polêmica (1750-1900). Trad. de


Bernardo Joffily. SP: Companhia das Letras,1996.

10

Você também pode gostar