Você está na página 1de 14

A PSICOLOGIA DA ESP: MAGNITUDE VERSUS DIREÇÃO

John Palmer

Institute for Parapsychology Rhine Research Center

SUMÁRIO

Este trabalho tenta integrar resultados de uma larga ala de experimentos


parapsicológicos replicados num modelo simplificado que especifica três preditores de
marcações ESP em testes de laboratório. A magnitude das marcações ESP, definida
como seu desvio absoluto de um acaso independente de direção, e hipotetizada para
ser influenciada por dois fatores, a espontaneidade dos processos de cognição dos
sujeitos e sua motivação para fazer o teste ESP. Altas magnitudes de marcações ESP
têm sido associadas com instruções favorecedoras de respostas randômicas em testes
ESP, entrada para estados alterados de consciência em experimentos ESP de resposta-
livre tal como o ganzfeld, e altas marcações em fatores de personalidade do Myers-
Briggs Type Inventory e NEO-PI que podem ser associados com a espontaneidade.
A hipótese do teste motivacional e sustentada por estudos demonstrativos de uma
relação positiva entre os autos-relatos do desejo de fazer um teste de baralho ESP e a
variância das marcações de jogos ESP, e estudos demonstrativos da alta variância de
marcações totais entre extremados crentes na ESP. Uma variável hipotetizada para
influenciar a direção de marcação nas tarefas ESP e o conforto do sujeito num teste
situacional. Citadas em apoio desta hipótese são as relações positivas entre as
marcações ESP e a extroversão, ausência de neuroticidade, crença na ESP, e
comportamento do experimentador psi-condutivo. Finalmente, as hipóteses de
espontaneidade e conforto são conjuntamente sustentadas por uma ampla-amostra de
dados demonstrativos de que a relação entre marcações ESP e a crença na ESP e valida
para sujeitos classificados como "desembaraçados e impulsivos" num teste projetivo de
personalidade. O último destino do modelo depende de sua confirmação em pesquisa
subseqüente.

A PSICOLOGIA DA ESP: MAGNITUDE VERSUS DIREÇÃO

A pesquisa dos fenômenos psíquicos, incluindo a percepção extra-sensorial


(ESP) pode ser dividida em duas grandes categorias. Porque a realidade da psi e
ainda controvertida, muitas pesquisas têm a intenção de provar que existe na
natureza, processos de comunicação que não podem ser explicados pelas atuais teorias
da corrente principal da ciência. Esta chamada pesquisa de "prova direcionada" têm
recebido a parte do leão da publicidade, e assim ela e a pesquisa psíquica mais bem
conhecida para outros cientistas e o publico em geral.
Contudo, a maior parte da pesquisa em parapsicologia e um "processo
direcionado". Esta pesquisa presume que a realidade da psi ja esta estabelecida ou que
ela e uma legitima hipótese de trabalho. Sua meta e determinar a que outros processos
da natureza esta a psi associada. Estes processos incluem variáveis psicológicas tais
como tipos de personalidade e atitudes, também efeitos físicos variando de distancia
ate o campo geomagnético da terra. Uma vez estabelecida uma rede de tais relações, a
pesquisa de processo orientado pode levar a teorias que, de modo econômico,
expliquem tais relações e predigam outras novas. Alguns parapsicólogos preferem
ignorar o que existe neste mais baixo nível de relações e desenvolver teorias
diretamente. Um exemplo são as tentativas para explicar a psi pela extensão do domínio
da corrente principal das teorias físicas tal como a mecânica quântica. Se a pesquisa
de processo orientado for bem sucedida, poderá fornecer evidencia para a realidade da
psi, ou diretamente ou pelo fornecimento de indícios que nos necessitamos para fazer a
psi aparecer mais fortemente e confiavelmente na pesquisa de prova-direcionada.

Confiabilidade e particularmente importante. Imagine-se onde a química


poderia estar hoje se quando os químicos combinassem um certo metal com um certo
acido obtivessem algumas vezes um sal branco, algumas vezes um sal azul e algumas
vezes nada. A química não seria tão avançada. Isto e apenas um pequeno exagero do
que a parapsicologia enfrenta. A "ilusão" da psi não somente torna difícil para os
cientistas replicar cada trabalho dos outros (e mesmo algumas vezes deles próprios),
mas também traz dificuldade em estabelecer as modalidades de relações legitimas
que nos necessitamos para desenvolver e verificar teorias da psi.

Por esta razão, o objetivo maior da pesquisa psi de processo direcionado e


encontrar os meios de fazer a psi aparecer mais confiavelmente em laboratório. Ha dois
meios básicos para abordar este problema. O primeiro e manipular o ambiente do teste
para fazê-lo mais "psi-condutivo". A indução de estados alterados de consciência e um
exemplo desta abordagem. A segunda abordagem e descobrir que espécies de pessoas
apresentam melhor escore nos testes da psi. Pessoas completam vários testes
parapsicológicos e sua contagem nestes testes são correlatos com as suas marcações
psi. Eu sou particularmente interessado nesta segunda abordagem através de minha
carreira em parapsicologia, especialmente porque e relacionada ao ESP. No restante
deste trabalho, eu partilharei com vocês algumas das relevantes pesquisas e algumas
idéias que tenho acerca do que elas poderiam estar a nos dizer.

MAGNITUDE VERSUS DIREÇÃO

Com a finalidade de correlacionar a contagem ESP com as variáveis de


prognóstico, eu achei útil distinguir os fatores que influenciam a magnitude da
contagem ESP daquelas que influenciam sua direção (Palmer, 1975). Os
parapsicólogos sabem há anos que a psi algumas vezes age por modos que vão contra o
intento do sujeito. Mesmo que os sujeitos possam obter significativamente mais
acertos do que os esperados pelo acaso, eles também podem significativamente obter
os mais baixos acertos. O evitamento sistemático dos alvos da ESP é chamado erro-
psi (Rhine, 1945). Tanto se um sujeito faz marcações acima do acaso (acertos) ou
abaixo dele (erros) é o que significa direção do escore.
Magnitude, por outro lado, se refere a extremidade ou desvio da contagem na
direção do acerto ou do erro. Escores de baixas magnitudes de acerto são aqueles
que estão relativamente próximos do acaso. Escores de altas magnitudes de acerto estão
muito afastados do acaso, talvez longe o bastante para serem estatisticamente
significativos por si mesmos.

A magnitude dos escores em ESP pode ser demonstrada por uma variedade de
medidas, dependendo das circunstâncias. A mais simples situação é quando um
tratamento experimental idêntico leva alguns sujeitos ao acerto acima do acaso e
outros sujeitos abaixo do acaso. Tal resultado pode ser analisado por testes de
variância, e há dois tipos básicos que foram usados. O mais direto é quando a
unidade da análise é a totalidade do escore do sujeito num teste de ESP, e a medida
aqui é chamada variância entre-sujeitos ou somente variância-sujeito. Embora o atual
teste estatístico seja algo mais complicado, a variação do escore ESP do sujeito é
essencialmente o desvio de escore (o número obtido de acertos menos o número
esperado pelo acaso), ao quadrado. O desvio de escore poderá ser positivo ou
negativo, dependendo se o total de acerto estiver acima ou abaixo do acaso, e o
quadrado remova o sinal, em efeito fazendo a variância da contagem impassível na
direção do escore. Assim, o tamanho reflete somente a magnitude dos escores.

Contudo, parapsicólogos têm encontrado algumas vezes que a direção da


contagem pode variar para trás e para frente dentro de um teste ESP para um dado
sujeito. Por exemplo, em quatro rodadas de um teste de adivinhação por carta, no qual
pelo acaso o sujeito deveria fazer 5 acertos corretos em cada jogo de 25, a contagem
do sujeito poderia ser 9, 1, 9, 1. Observe que o total da contagem dos sujeitos sobre as
4 rodadas é 20, o qual é exatamente o número esperado pelo acaso. Assim a variância
do sujeito é 0. Entretanto, há obviamente um grande número de variabilidade dentro de
uma sessão de teste. Para se obter uma estimativa disto, você poderia elevar ao
quadrado o desvio para cada rodada e somar esta contagem de desvio estabelecida. Isto
é essencialmente o que os parapsicólogos fazem para demonstrar a variabilidade dentro
do teste. A medida se refere a uma variância de escore em cada rodada.

          Quando os fatores que influenciam os escores agem no mesmo caminho sobre
todos (ou a maioria) dos sujeitos num dado experimento ou numa condição
experimental, espera-se a contagem nesta condição se alinham geralmente no mesmo
lado da linha do acaso. Se os escores são bastante suficientes sua média será
significantemente diferente do acaso, indicando alta magnitude. A fim de demonstrar
um efeito de magnitude como distinto de um efeito de direção num dado experimento,
é necessário explorar o fato de que nem todos os sujeitos serão afetados igualmente
pelo tratamento experimental. Vamos dizer, por exemplo, que você tem um teste
psicológico, A, que é programado para medir a eficácia de uma manipulação
experimental X. Presuma, além disso, que a média geral do experimento é positiva. Se
você então correlaciona escores de A com os escores ESP, e a correlação é positiva,
você tem a evidência de que os sujeitos para os quais a manipulação tinha o efeito
pretendido eram os sujeitos que produziram a mais alta magnitude de escores ESP.
De modo oposto, deixe-nos dizer que a média geral foi negativa antes que positiva.
Nesta circunstância, você poderia esperar uma correlação negativa entre A e ESP,
porque isto poderia demonstrar que os sujeitos para os quais a manipulação foi mais
efetiva foram novamente aqueles que produziram os mais extremos escores ESP, porém
desta vez numa direção negativa. Assim nós agora sabemos que a manipulação X
efetua a magnitude da contagem. Contudo, permanece para ser explicado porque a
manipulação produziu acerto-psi numa instância e erro-psi noutra. Isto deve ser causado
por um diferente fator direcional, que nós poderíamos designar de Y. Eu poderei
chamar este modelo, ilustrado na figura 1, de modelo de interação. Eu usarei como o
fator X neste exemplo se ou não o sujeito passou por uma experiência fora-do-corpo
(OBE) durante a sessão, a qual, como nós veremos mais tarde, é uma variável que
atualmente combina com o modelo. A variável Y é desconhecida, novamente
representando o atual estado da situação.

Figura 1. O modelo de interação com OBE como o fator X (magnitude).

Os efeitos de direção são usualmente analisados por uma correlação linear


direta entre os escores sobre um variável preditiva e os escores ESP ou pela
comparação da média dos escores ESP entre dois grupos de sujeitos ou duas
condições experimentais. Um efeito de direção é mais claramente mostrado quando a
totalidade média está próxima do acaso com um grupo marcando acima da chance e o
outro abaixo dela.

CORRELATOS DE MAGNITUDE: ESPONTANEIDADE

Depois de rever a relevante literatura experimental, eu detectei duas grandes


variáveis definidas que hipotetizei influenciar a magnitude dos escores nos testes ESP.
A primeira destas é o estilo cognitivo do sujeito, em tal medida como conduz para
uma atividade mental não-linear ou espontânea. A idéia é que processos de pensamento
lógico ou altamente estruturados não permitam informação psi, a qual se origina de
uma fonte diferente do que a nossa ordinária cadeia de pensamentos, dentro da
corrente da consciência. Em outras palavras, pensamento linear bloqueia ESP. Minha
escolha pela espontaneidade se origina primordialmente de dois corpos de pesquisa bem
diferentes.

Curvas de respostas em Cartas de Adivinhação.

O corpo de evidência mais diretamente relevante para a hipótese da


espontaneidade foi uma série de experimentos de cartas de adivinhação relatado por
Rex Stanford (1996, 1968) usando cartas ESP convencionais. Stanford tentou
influenciar o grau de espontaneidade que os sujeitos poderiam trazer para a tarefa pela
manipulação ao mesmo tempo da composição dos baralhos de cartas e dos testes de
instrução. Em algumas rodadas, os sujeitos foram convidados a adivinhar a ordem
das cartas em baralhos fechados, na qual cada um dos cinco símbolos ESP
apareceram exatamente cinco vezes numa ordem aleatória. Esta composição foi
enfatizada para os sujeitos, sendo a idéia encorajar respostas rígidas e não-espontâneas
tal como sendo certo chamar cada símbolo num igual número de vezes. Para outros
experimentos, baralhos abertos foram usados, no qual qualquer dos símbolos poderia
aparecer qualquer número de vezes no baralho, ponto que foi enfatizado para estes
sujeitos. O propósito desta condição foi encorajar maiores respostas randômicas ou
espontâneas.
Stanford predisse que quando são dadas aos sujeitos as instruções que
encorajam respostas espontâneas eles podem conseguir uma variância maior na
marcação dos lances do que quando lhes são dadas instruções opostas. Em cada
quatro experimentos, a hipótese foi confirmada num grau estatístico significante.
Finalmente, Stanford analisou retrospectivamente os dados de um quinto
experimento conduzido por outros pesquisadores no qual os sujeitos foram
convidados a se pronunciar à maneira de um baralho de cartas aberto. Como era
esperado, os sujeitos que, todavia, tendiam a chamar cada símbolo num número igual
de vezes tinham significantemente mais baixa variância na marcação dos lances do
que aqueles que responderam mais abertamente (Stanford, 1966).

Estados de Consciência nos Testes ESP de Resposta-Livre


O primeiro conjunto de estudos aqui concerne ao estado de consciência auto-
relatado pelo sujeito (SOC) durante os testes ESP de resposta-livre. Neste tipo de teste,
os sujeitos são solicitados a fazer associação livre num alvo ESP complexo, tal como
uma fotografia ou um clip de cinema, onde ordinariamente um emissor em outro
aposento está tentando transmitir. Em seguida, são apresentados aos sujeitos um
conjunto de alvos potenciais, um dos quais é o verdadeiro alvo, e solicitado a escolhê-
lo, baseado em suas impressões durante a sessão. É costumeiro em muitos destes
experimentos induzir nos sujeitos um suave SOC alterado a fim de ajudá-los a
focalizar sua atenção interior e facilitar a imagem mental espontânea. Os
experimentos concernentes aqui são aqueles nos quais os sujeitos são solicitados a
descrever numa escala de avaliação, usualmente de imediato após a sessão, porém
antes de conhecer a identidade do verdadeiro alvo, sua SOC durante o período de
recepção da ESP.
A possibilidade que a imagem mental espontânea possa ser relatada para a
magnitude ESP chegou primeiro a minha atenção como uma conseqüência de uma
série de  experimentos   que   eu  conduzi   em  ESP   e   experiências   fora-do-corpo.  
Nestes

experimentos, tentei induzir OBEs ordinariamente em sujeitos voluntários através de


uma variedade de técnicas que incluíam exercícios de relaxação e visualização,
conjuntamente com sugestões semelhantes à hipnose para uma OBE. Sujeitos foram
solicitados a "viajar" através de uma parede para dentro de um aposento adjacente e
identificar uma pintura colocada sobre uma mesa ali. Este foi o teste ESP.

No primeiro experimento (Palmer & Vassar, 1974), os resultados globais foram


não-significantemente abaixo do acaso, enquanto que no segundo experimento (Palmer
& Lieberman, 1975) eles foram não-significativamente acima do acaso. O interessante
encontrado em ambos os estudos, os quais correspondem ao modelo interacional
descrito acima, é que as respectivas tendências de erros e acertos foram atribuíveis
àqueles sujeitos que indicaram depois que eles sentiram que estavam "fora de seus
corpos" durante parte da sessão. Estes sujeitos como grupos obtiveram escores
significantemente abaixo do acaso no primeiro experimento e significantemente
acima do acaso no segundo, as principais marcações de outros sujeitos estavam
próximas do acaso.
Dois últimos experimentos nas séries confirmaram o mesmo padrão de
resultados, mas não para um grau estatisticamente significante (Palmer & Lieberman,
1976; Palmer, 1979). Quando eu analisei todos os quatro experimentos conjuntamente,
cheguei à conclusão que o erro-psi foi causado por certos "amparos" físico, um disco
em espiral rotatória e uma cadeira vibratória, que eu tinha usado em algumas
condições experimentais para ajudar a induzir as OBEs (Palmer, 1978a). Na ausência
deste suporte o relato de OBEs dos sujeitos tendiam ao acerto-psi.
Em todos os experimentos acima, eu indaguei aos sujeitos sobre outras questões
a respeito de seus estados da mente em adição a se eles experimentaram OBEs. Mais
tarde, apresentei todos estas avaliações a uma técnica estatística chamada análise
fatorial, a qual se destina a identificar grupos de itens cujos sujeitos tendem a
responder da mesma maneira. Estes grupos então formam uma série de escalas
SOC que não estão correlacionadas uma com a outra e pode ser usada como preditores
de escores ESP. Uma dessas escalas foi dominada por dois itens, nomeadamente grau
de relaxação e a presença de imagem espontânea, intensa, semelhante ao sonho, e
(bizarra)". Porque este SOC pareceu representar o que as pessoas relatam algumas
vezes antes de cair no sono, eu chamei esta escala de "escala hipnagógica". É notável
que a questão da OBE esteja também representada fortemente na escala. Finalmente,
foram estes sujeitos que mais de perto se aproximaram deste SOC, como medido pela
escala hipnagógica, que estavam produzindo a maior magnitude de marcações ESP,
significantemente assim nas condições onde a média da ESP foi positiva.
Eu encontrei um suporte adicional para esta conclusão de um experimento de
resposta-livre ESP relatado por Stanford e Neylon (1975). Estes investigadores usaram
a técnica ganzfeld para induzir um SOC alterado em seus sujeitos. O ganzsfeld é um
procedimento de privação sensorial de curto-termo que minimiza a estimulação
sensorial padronizada do meio ambiente. Isto é acompanhado pela colocação de
metades de bolas de ping-pong sobre os olhos do sujeito e o brilho de uma luz
vermelha através deles. Assim, uma corrente constante de "ruído cor de rosa" que soa
algumas vezes como uma queda d'água é tocada através de fones de ouvido. A
média de escores ESP neste experimento estava abaixo do acaso, e (como predito
pelo modelo de interação), havia uma correlação significantemente negativa entre
estes escores ESP e os auto-relatos dos sujeitos de uma mudança de consciência do
corpo durante o ganzsfeld. Uma mudança da consciência do corpo é algo análoga
uma OBE, ao qual algumas vezes precede. Assim uma vez mais, foi o relato do SOC
alterado do sujeito que contribuiu para a ESP, este tempo na direção do psi-missing
(ausência da psi).
Eu subseqüentemente conduzi dois experimentos ganzfeld de mim mesmo
usando a mesma medida de auto-relato de SOC que eu usei em meus experimentos de
OBE. Em ambos os estudos, o julgamento dos alvos potenciais para obter marcações
ESP foi empreendido ambos pelos próprios sujeitos (como descrito previamente) e
por juizes externos que compararam os alvos potenciais aos transcritos datilografados
dos quais os sujeitos disseram terem experimentado durante a sessão. No primeiro
experimento ( Palmer, Bogart, Jones & Tart, 1977), a média de escores ESP estava
abaixo do acaso, significantemente assim pela avaliação dos juizes externos. Uma
análise fatorial da avaliação do SOC produziu um escala similar hipnagógica para
aquela encontrada em meus experimentos OBE. Como predito pelo modelo,
escores nesta escala se correlacionaram negativamente com as marcações ESP. A
correlação foi signifícante para ambos os sujeitos e juizes das avaliações ESP.
No segundo estudo, todos os sujeitos foram praticantes da Meditação
Transcendental (Palmer, Khamashta, & Israelson, 1979). Os resultados deste estudo
são difíceis de interpretar por duas razões. Primeira, a média de escores ESP era quase
significantemente positiva quando baseada nas avaliações dos juizes e quase
significantemente negativa quando baseada na avaliação dos sujeitos. Segunda, a
análise fatorial produziu duas escala hipnagógicas separadas. Dos quatro possíveis
testes do modelo (um para cada escala hipnagógica para cada conjunto de avaliações
ESP), um foi significante e estava na direção predita pelo modelo.
Finalmente, um conjunto de quatro experimentos ganzfeld ESP usando
sujeitos não selecionados e incluindo avaliações SOC foram relatados por Carl Sargent
(1980). Sargent foi um excepcional experimentador psi-condutor, e em todos os
quatro estudos os escores médios ESP foram positivos, significantemente assim em
três deles. Como se esperava do modelo, as avaliações dos sujeitos do grau para o qual
o ganzfeld levou-os a entrar num estado alterado SOC foi positivamente correlacionado
com as marcações ESP em todos os experimentos, significantemente assim em três
deles.
Na primeira edição de seu livro de texto, Eysenck e Sargent (1982, p. 97)
mencionou brevemente a resenha literária de 14 experimentos que testaram o modelo.
Todos os 14 produziram resultados na direção prevista. Infelizmente, nenhum detalhe
foi relatado, inclusive a identidade dos 14 estudos.
Testes de Personalidade
Recentemente tive a oportunidade de encontrar maior evidência para a hipótese
da espontaneidade (Palmer, 1997) pelo exame de dados brutos de um muito
importante conjunto de experimentos ganzfeld ESP nos Laboratórios de Pesquisa
Psicofísica (LPP),

0  qual foi supervisionado pelo falecido Charles Honorton (1992). Estes


experimentos,
que incluíram mais de 200 sujeitos estreantes, forneceram acertos psi significantes.

Os sujeitos LPP completaram completamente um largamente usado teste global


de personalidade chamado Myers-Briggs Type Indicator (MBTI). O MBTI é composto
de quatro escalas que medem extroversão-introversão (E-I), sensação-intuição (S-I),
pensamento-sentimento (P-S), e percepção-julgamento (P-J). Baseado nas definições
destas escalas, pareceu-me que os últimos três estilos cognitivos medidos relativos a
espontaneidade, com o intuitivo, o de sentimento, e a percepção de pessoas (NPF)
sendo os mais espontâneos. Consistentemente com esta hipótese, notei que estas escalas
foram todas positivamente correlacionadas com cada outra na amostra LPP.
Decidi testar a hipótese em dois modos. Foram solicitados aos sujeitos a
arrumar cada figura no conjunto de alvos de 1 a 4 baseado em como
proximamente ele corresponde àquilo que eles experimentaram durante a sessão
ganzfeld. A ordem designada para o alvo atual transformou o escore ESP dos sujeitos.
Assim, uma ordem de
1  foi um forte acerto, 4 um forte erro, 2 um fraco acerto e 3 um fraco erro. Eu
predisse que as marcações extremas (ordens 1 ou 4) seriam mais espontâneas,
como foram medidas pelo MBTI, do que as marcações moderadas (ordens 2 ou 3).
A predição foi significantemente confirmada, resultando deste modo em evidência
para o efeito de magnitude. Como controle, em comparei os ranks 1 e 2 versus 3 e 4, o
que representaria um efeito direcional. Esta comparação produziu um resultado
muito menor e não-significante.

Em adição às classificações, os sujeitos LPP também deram avaliações


numéricas para cada alvo potencial. Elas levaram a escores contínuos ESP para cada
sujeito na forma de escores-z. Como estes escores tiveram uma média zero de acaso,
suas elevações ao quadrado estabeleceram uma medida de magnitude de ESP. Em apoio
desta hipótese, estes quadrados de escores-z se correlacionaram positiva e
significantemente com um compósito das três escalas de "espontaneidade" MBTI. Por
outro lado, os escores não elevados ao quadrado (uma medida direcional) não se
correlacionaram significativamente com as escalas MBTI.
Durante o curso das análises precedentes, eu encontrei por acaso dados do
manual MBTI (Myers & McCaulley, 1985) que as três escalas MBTI poderiam ser
mais válidas como medidas de espontaneidade para homens do que para mulheres.
Assim, voltei atrás para ver se os efeitos que eu tinha encontrado previamente nos dados
do LPP foram mais prevalecentes nos seus sujeitos masculinos. Eu achei que isto era
verdadeiro com a análise do escore-z elevados ao quadrado, mas as mulheres
mostraram o efeito algo mais fortemente pela análise dos ranks. Contudo, só a análise
elevada ao quadrado-z foi estatisticamente significante.
Finalmente, tive a oportunidade de analisar os dados brutos de uma tentativa de
replicação dos experimentos de Honorton que foram conduzidos por Richard Broughton
e Chery Alexander (1996) no Rhine Research Center (RRC) (Palmer, 1997). Em
contraste com os sujeitos do LPP, a média de acertos avaliada dos sujeitos do RRC
não foi significativa, mesmo acima do acaso. Como medida da personalidade,
Broughton e Alexander usaram a mais nova invenção, o NEO-PSI, ao invés do MBTI.
Felizmente, três das escalas do NEO-PSI têm sido apresentadas para se correlacionar
significativamente com as três escalas MBTI de "espontaneidade" (e.g., McCrae &
Costa, 1989), assim uma fácil substituição pôde ser feita. Como uma rápida
transferência, "intuitiva", "sensitiva" e "perceptiva" dos sujeitos na MBTI
correspondeu respectivamente a "aberto", "agradável" e "baixa conscientização" dos
sujeitos no NEO-PSI. Em resumo, os efeitos hipotetizados encontrados nos dados do
LPP apareceram também nos dados do RRC, mas não num grau estatisticamente
signifícante. Isto inclui o fato que as tendências sustentáveis foram mais fortes para os
homens do que para as mulheres nos dados da RRC.
CORRELATOS DE MAGNITUDE: MOTIVAÇÃO

A segunda variável que eu hipotetizo para influenciar a magnitude do escore


ESP é a motivação do sujeito para se sair bem no teste. O alicerce de pesquisa que
conduz a esta hipótese são dois estudos de carta de adivinhação para precognição
relatados por David Rogers (1966, 1967). Num desses experimentos, Rogers foi o seu
próprio sujeito, enquanto como outro ele testou cinco voluntários. Sujeitos foram
convidados a completar em casa uma ou mais sessões de 10 rodadas usando o
baralho Zener tradicional. Eles foram solicitados a completar metade dos pacotes
quando eles estavam "nem interessados nem entusiasmados em direção ao teste, (não)
particularmente querer ter sucesso, ou sentir confiante em querer assim" (efeito
negativo). Eles foram solicitados para completar a outra sessão exatamente no
estado mental oposto (efeito positivo). Em cada experimento, a variância da
marcação foi significativamente maior na condição de efeito positivo do que na
condição de efeito negativo. Também, em cada estudo a variância foi
significantemente abaixo do acaso na condição de efeito negativo. Em dois
experimentos relatados, a variância da marcação foi encontrada para declinar
significativamente sobre um grande número de jogos conduzidos numa única jogada
(Rogers & Carpenter, 1966; Carpenter & Carpenter, 1967). Este resultado faz sentido
nos termos da hipótese da motivação, como se poderia esperar que a motivação
diminua no curso de uma longa tarefa que é realmente um tanto aborrecida.
Intensidade de Atitude em Direção a Psi
O suporte secundário para a hipótese da motivação vem de estudos que
examinaram as atitudes dos sujeitos em direção a Psi, particularmente com respeito a
sua intensidade ou força. Conquanto a motivação do teste não fosse avaliada
diretamente nestes estudos, é razoável supor que os sujeitos que têm um forte
interesse em ESP poderiam estar mais motivados em testes ESP do que sujeitos cujo
interesse é mais casual: Buzby (1967) encontrou significantemente maior variância do
sujeito num jogo de cartas de precognição entre sujeitos com um "interesse vital",
definido como aqueles checados num item do questionário que declarou m"[ESP] é
muito importante para mim por sugerir potencialidades não realizadas dentro de mim"
do que entre sujeitos com um "interesse casual", que escolheu o item alternativo
declarando "[ESP] é um fenômeno interessante". O fato de que a definição do interesse
vital se refere ao potencial psi do próprio sujeito é particularmente análogo a hipótese
da motivação, porque cada sujeito deveria ser mais ávido a demonstrar estas
habilidades num teste. A variância do grupo de interesse vital foi também
significativamente alto. No lado negativo, esta relação não aparece num teste de carta
paralelo usando um procedimento de clarividência, e não havia evidência em parte
alguma da variância significante de marcação.
Van de Castle (1957) e Osis e Dean (1964) cada reportaram a uma série de
teste de clarividência de escolha-forçada (similar à carta de adivinhação) antes que os
sujeitos completassem um teste de complemento de sentença sobre a atitude a respeito
de psi. Baseados nestas respostas, os investigadores colocaram cada sujeito em 1 de 4
categorias: "alto carneiro", "carneiro", "conflito" e "bode". (A referência aos animais é
derivada do fato de que os crentes na ESP são coloquialmente chamados de
"carneiros" e os descrentes, de "bodes"). Osis e Dean também incluíram duas escalas
de avaliação de marcação objetivamente medindo a crença na ESP e ESP pessoal. O
interessante encontrado na relação para a hipótese da motivação é que em ambos os
experimentos, o "alto carneiro", que parece ser comparável ao grupo de "interesse
vital" de Buzby, demonstrou alta variância sujeito, que é o que Buzby encontrou.

Contudo, este alto carneiro também manifestou baixa variância de escores, que
parecia contradizer os achados de Rogers (1996, 1997), discutidos acima. Embora
isto seja tecnicamente correto, o fato permanece que a variância de escores e a
variância de sujeito são ambas medidas válidas da magnitude ESP. De fato, alta
variância sujeito combinada com a baixa variância de marcação representa altamente
uma marcação confiável na direção dos acertos ou dos erros, a qual é um dos mais
desejáveis padrões de marcação que um parapsicólogo poderia esperar encontrar. A
questão que necessita ser indagada é por que a magnitude ESP manifesta algumas vezes
uma variância de escores e em outras vezes como variância de sujeito. Um possível
fator relevante é aquele nos experimentos de Roger (1966, 1967), sujeitos que
completaram ou provavelmente pretendem completar múltiplas sessões, visto que nos
experimentos demonstrando a variância sujeito havia claramente de ser uma única
sessão.
CORRELAÇÃO DE DIREÇÃO: CONFORTO
Eu hipotetizo que a direção da marcação de ESP é influenciada pelo conforto
dos sujeitos no teste de direção. Quando os sujeitos não estão confortáveis durante a
sessão independente de quão motivados eles possam para o acontecimento, a ansiedade
evocada pelo desconforto causa um evitamento do alvo levando ao erro.
Extroversão e Neuroticidade
Em contraste com a evidência para os correlatos de magnitude, muito da
evidência para os correlatos direcionais de ESP vem de um grande número de estudos os
resultados dos quais tem sido combinados pelas técnicas estatísticas tal como a meta-
análise. A um numero de anos passados, eu publiquei um revista de literatura na
qual conclui que sujeitos com marcações altas nos testes de extroversão da
personalidade e com marcações baixas nos teste de neuroticidade marcavam mais
positivamente em testes de ESP do que o faziam os mais extrovertidos ou sujeitos
neuróticos, mas a correlação com a neuroticidade somente ajudou quando sujeitos
foram testados • individualmente, de preferência do que em grupos (Palmer, 1977).
Ao mesmo tempo, interpretei essas relações como um efeito conforto, sugerindo que
o efeito da neuroticidade não se revela
em grupos de teste porque os grandes sujeitos neuróticos não poderiam ser tão
ansiosos num grupo estabelecido, onde eles poderiam "perder-se na multidão".
A correlação extroversão-ESP foi confirmada numa mais recente meta-análise
por Honorton, Ferrari e Bem (1990). Estes autores mantiveram, todavia, que a relação
era apenas válida para testes ESP de respostas-livres, porque naqueles testes de
escolha-forçada (como carta de adivinhação) onde a relação ocorreu, os sujeitos
sabiam suas marcações ESP antes que eles completassem o questionário de
personalidade. Os autores argumentaram que os sujeitos que conheciam que tinham
marcado bem num teste ESP poderiam ser motivados a descrever a si mesmos como
mais extrovertidos do que seriam ordinariamente.

Eu não acho esta argumentação muito plausível, mas há um problema mais


sério com a conclusão dos autores, que envolve a aplicação de meta-análises para
comparações entre diferentes subamostras na totalidade dos dados básicos. A estratégia
utilizada pelas meta-análises implica em comparar os resultados dos estudos nos quais
o artefato estava presente para aqueles no quais estava ausente, para ver se eles
diferiam. O problema é que estes estudos poderiam também diferir em outros meios
não considerados pelos analistas, e uma dessas outras variáveis poderia ser
responsável pela diferença. Um bom pesquisador nunca poderia permitir tal
variabilidade incontrolada entre duas condições para ocorrer num simples
experimento, e isso não é mais válido quando comparando dois grupos de estudos.
Felizmente, tem sido relatado um conjunto de quatro experimentos de
extroversão-ESP os quais são essencialmente idênticos a cada outro, exceto que em
um dos quatro testes ESP foi completado depois dos sujeitos terem preenchido o
questionário de personalidade (Kanthamani & Rao, 1971). A hipótese do artefato
prediz que a relação da extroversão-ESP deveria desaparecer neste experimento. Ao
contrário, a relação foi significante neste experimento e de acerca da mesma
magnitude como nos outros três estudos combinados (Kanthamani & Rao, 1972). Por
causa deste resultado, eu o achei mais razoável para concluir que o artefato não foi
um fator predisponente nos outros estudos onde ele poderia estar presente, e a
validade destes estudos como evidência para uma genuína relação de extroversão ESP
permanece intacta.
Também encontrei evidência em apoio da hipótese da extroversão ESP em
dois dos experimentos ganzfeld que eu discuti previamente (Broughton & Alexander,
1996, Honorton, 1992), mas apenas para mulheres (Palmer, 1997). Isto, naturalmente,
suscita a questão de se o efeito também poderia ter sido restrito às mulheres nos
primeiros experimentos. Infelizmente, desde que estes investigadores não relataram
qualquer diminuição de seus resultados por gênero, nós provavelmente nunca
conheceremos respostas para esta questão. Como para relevância da hipótese dó
conforto, poderia ser que as mulheres sejam mais sensitivas do que os homens para
humores sociais no ambiente que poderiam causar desconforto.
Não existe meta-análise recente da relação neuroticidade-ESP, mas a minha
impressão é que ela não tem ajudado tão bem como a relação extroversão-ESP O
NEO-PSI usado por Broughton e Alexander (1996) em seu experimento ganzfeld
incluiu uma escala de neuroticidade, porém não correlata significantemente com as
marcações ESP. Eu suspeito que o quer que seja de genuína relação neuroticidade-ESP
exista constitui um subproduto da mais fundamental relação extroversão ESP.
Introvertidos algumas vezes resultam ser mais neuróticos do que os extrovertidos nos
testes de personalidade, e isto é particularmente verdadeiro de testes, como o 16PF de
Cattell usado por Kanthamani e Rao (1972), o qual mostraram o efeito da
neuroticidade-ESP mais confiável (Palmer, 1977). Talvez a variância partilhada em
comum pela extroversão e neuroticidade é o melhor preditor da direção da marcação
ESP.
Crença na ESP
Um dos mais confiáveis achados durante anos na Parapsicologia tem sido por
pessoas quem aceitam a existência da ESP, ou a capacidade do experimento para
demonstrá-lo, marcação mais positivamente nos testes ESP do que suas mais céticas
contrapartes (Palmer, 1971; Lawrence, 1993). Este assim chamado "efeito carneiro-
bode" (ECB) tem ordinariamente sido interpretado como refletindo a motivação dos
sujeitos para confirmar suas crenças (e.g., Palmer, 1972), mas é no mínimo tão
plausível para propor que o conforto é o mais importante fator. Porque a esmagadora
maioria destes experimentos são conduzidos por experimentadores que são
moderados para fortes crentes em ESP, poder-se-á esperar sujeitos que mantenham
uma crença contrária para sentir algo inconfortável no ambiente experimental, todo o
mais assim porque eles estão fazendo um teste que consideram sem pontuação, um
exemplo clássico da "dissonância cognitiva" (Festinger, 1957). Por outro lado, é
provável que a maioria dos sujeitos não selecionados não tenham fortes crenças na ESP
de um modo ou de outro em cujo situação a motivação para confirmá-las não poderia ser
forte.
Se a hipótese do conforto é correta, poder-se-ia predizer que o efeito carneiro-
bode poderia estar ausente ou mesmo invertido quando o experimentador não é
simpático a ESP. Uma tal reversão foi atualmente encontrada num experimento dez
Lovitts (1981), que numa condição disse aos sujeitos que o teste ESP foi realmente
um teste de percepção subliminar destinado a demonstrar uma interpretação
alternativa para ESP. Uma falha inicial para replicar este achado foi descrita por
Lawrence (1991), mas ele recentemente indicou na Internet que uma segunda tentativa
de replicação, ainda para ser publicada, foi mais bem sucedida.
Variáveis do Experimentador
Algo de mais direta evidência para a hipótese do conforto se originou dos
estudos que demonstraram que a interação entre sujeito e experimentador, ou como o
sujeito se sente acerca do experimentador, pode influenciar a direção dos escores
ESP. Nos primeiros dias do Duke Parapsychology Laboratory, uma
experimentadora muito congenial que consistentemente obteve fortes resultados
positivos- nos experimentos de carta-de-adivinhação encontrou os escores
marcadamente diminuídos quando ela artificialmente modificou seu comportamento
para parecer ou demasiadamente amigável ou demasiadamente reprimida (Pratt &
Price, 1938). Num experimento mais recente, Honorton, Ramsey, e Cabibbo (1975)
acharam que seus sujeitos marcaram significativamente acima do acaso num teste
ESP de escolha-forçada usando um computador quando testado por um "amigável",
"casual", e "suportável" experimentador e significantemente abaixo do acaso
quando testado por um "grosseiro", "formal", e "inamistoso" experimentador.
A maior evidência deste tipo veio de uma série de experimentos no qual uma
alta escola de professores ministrou testes de clarividência de escolha-forçada aos
seus estudantes (veja White & Angstadt, 1965, para uma revisão). Antes dos testes,
estudantes e professores descreveram como se sentiam a respeito de cada um numa
escala de avaliação anônima. Embora nem todos os experimentos fossem bem
sucedidos, houve uma significativa tendência no geral para os estudantes marcarem
acima do acaso quando as avaliações foram mutuamente positivas e abaixo do
acaso quando elas foram mutuamente negativas, com as avaliações pelos estudantes
carregando o maior peso. Contudo, os testes não foram geralmente bem sucedidos com
estudantes graduados ou estudantes secundários (Palmer, 1978b). Seguindo uma mais
compreensiva revisão deste tipo de pesquisa, Rhea White (1977) concluiu que "uma
relação favorável sujeito-experimentador favorece os resultados do teste psi" (p.298).

UMA CONVERGÊNCIA DE CORRELATOS

Por esta época, eu havia examinado cada um dos três correlatos primários
hipotetizados de ESP de maneira separada. Contudo, há um grande corpo de dados
que pode ser interpretado como evidência providencial para a ação conjunta de dois
deles: espontaneidade e conforto. Eu me referi a uma longa série de testes ESP de
escolha-forçada numa sala de aula universitária por Gertrude Schmeidler, que
confirmou um altamente significante grau do efeito carneiro-bode (CBE) discutido
acima (Schmeidler & McConnell, 1958). Neste estudo, o CBE demonstra que os
crentes na ESP no contexto situacional de um teste marcaram mais positivamente do
que os não-crentes. É menos bem conhecido que Schmeidler também obteve destes
sujeitos respostas num teste projetivo de personalidade chamado Rorschach, com a
finalidade de ver se aquelas marcações poderiam separar aqueles sujeitos que
confirmaram o efeito carneiro-bode daqueles que não o fizeram (Schmeidler, 1960).
Sua análise original disse-lhe que o CBE era atribuível exclusivamente aos sujeitos
que, de acordo com o projeto particular de marcação Rorschach que ela usou, foram
socialmente bem ajustados. Todavia, ela ficou intrigada quando olhando para seus
dados mais acuradamente e descobriu que os sujeitos responsáveis por esta interação
eram aqueles próximos ao "ponto de corte" entre os sujeitos relativamente bem e
pobremente ajustados. Este estranho achado levou-a à questão de sua interpretação
original. Quando ela examinou estes subgrupos de meia-classe mais apuradamente,
concluiu que o subgrupo "bem ajustado" poderia ser caracterizado por "energético e
vitalidade impulsiva", visto que o outro subgrupo foi caracterizado ou
"constrangimento compulsivo e constrição" ou, secundariamente,
"superimpulsividade". Em outras palavras, foram os sujeitos que demonstraram que
poderiam ser chamados espontaneidade saudável, que estão mais responsivos para
o CBE
Estes resultados proporcionam uma excelente adaptação para o modelo
ilustrado na figura 1, com os sujeitos espontâneos preenchendo o papel de projetores
na figura. Se eu presumo que os carneiros estiveram mais confortáveis do que os
bodes na situação de
teste (veja abaixo), então isso explica a direção na qual os sujeitos
espontâneos manifestam sua psi.
CONCLUSÃO

O propósito deste trabalho foi integrar aparentemente achados díspares que


envolvem a relação entre variáveis psicológicas e ESP. Em fazendo assim, tracei uma
distinção entre a magnitude e a direção dos escores ESP. Especificamente, foi
hipotetizado que a magnitude dos escores ESP foi influenciada: a) pelos fatores do
estilo cognitivo pesando espontaneidade às respostas ou atividade mental dos sujeitos e;
b) pela motivação dos sujeitos para se submeter ao teste ESP. Foi então hipotetizado
que a direção das marcações é influenciada pelo conforto dos sujeitos nesta situação de
teste.
Construindo meu caso por estas hipóteses, eu me restringi a exemplos onde os
resultados demonstraram um relativo alto grau de consistência ou replicabilidade. Não
estou alegando que as variáveis remetidas neste trabalho são somente aquelas que
poderiam afetar a magnitude e a direção ESP, nem mesmo alego ter incluído cada
simples experimento que poderia pesar sobre a hipótese que tenho discutido. Entretanto,
não estou ciente de quaisquer efeitos robustos que contraditem a hipótese.
Diversas qualificações adicionais também necessitam ser mencionadas.
Primeiro, mesmo os exemplos que eu incluí no trabalho não são inteiramente
consistente com a hipótese, e eu tenho assinalado estas exceções nas seções relevantes.
Tal inconsistência é para ser esperada, dada a relativamente fraca magnitude e
inconfiabilidade das marcações ESP; mesmo se uma hipótese fosse verdadeira, o
experimento poderia não revelar simplesmente este fato por causa de uma infeliz
distribuição de acertos do acaso. Segundo, a relevância de uma variável específica de
predição (isto é, extroversão) para a variável global de predição (isto é, conforto) é
algumas vezes inferida antes do que demonstrada. No mínimo um caso, o preditor
específico (crença na ESP) pode razoavelmente ser interpretado como um exemplo de
dois preditores globais (conforto e motivação). Poderia ser útil colecionar estritamente
dados psicológicos demonstrando a relevância de preditores específicos para preditores
globais.
Por estas razões, tenho sido cuidadoso para rotular minhas interpretações como
hipóteses antes do que conclusões. O que penso que realizei neste trabalho foi
construir um caso prima-facie para estas hipóteses, e em assim fazendo
proporcionar uma racionalidade para outros investigadores testá-las mais diretamente
em suas próprias pesquisas. Se estas tentativas de confirmação forem bem sucedidas,
teremos conseguido importantes insights dentro da Psicologia da ESP.
 
(*) Trabalho apresentado no I Congresso Internacional de Brasileiro de
Parapsicologia, realizado em 1997, no Recife, Pernambuco.

Você também pode gostar