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Características espacias do Brasi l anteriores à


industrialização: economia agro-exportador a/ organização
espacial em “a rquipélagos”, com ec onomias isoladas umas das
outras se articulavam dir etamente com o mercado consumid or
de além-mar e encerravam mercados regionais de consumo de
mercadorias importadas. O isolamento d essas economias, cada
qual com seu sistema de transporte fluvi al e seu porto autônomo
voltados para o exterior e sem articu lação entre si, configuro u
uma estrutura espacial em “ilhas econ ômicas”/ a industria se
constituía em uma atividade secun dária/ população de m aioria
rural (70%)/ no espaço da circulaç ão as ferrovias e os rios se
destacavam/ pouca atuaçã o do Estado na economia/ mer cado
interno pouco expressivo.
Características mais gerais da indústri a brasileira: T rata-se
de um modelo de industrializ ação baseada no mercad o interno.
Processou-se através da produção de manufatur ados
tradicionalmente im portados (modelo de su bstituição de
importações), demanda ndo freqüentemente a proteção d o
mercado interno, com forte participação estatal n o processo
produtivo. Este gerava infr a-estrutura necessária ao
funcionamento do parque ind ustrial (energia, trans porte,
comunicações e etc.) e atuava como produtor d e bens
intermediários, matéri a prima industrializa da que alimentav am o
setor de bens de consumo (modelo tri pé). Industrialização
Tardia (NIP- novos paises industrializad os- país emergente),
pois, ocorre muito depois da industrialização dos paises
desenvolvidos, depend endo de tecnologia e capita l estrangeiro.

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• Subor dinação da ind ustria em relação ao c afé (capital, infra-


estrutura e mão-de-obra assala riada urbana - imigrant es)
• As primeira industrias que nascem no Brasil são de be ns
não duráveis
• Surgim ento de uma nova classe soci al: a burguesia
industrial.
• O poder se encontra na mão de uma elite agrári a (conflitos
no bloco de poder)

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• Corresponde em grande p arte ao governo de Getúlio


Vargas (nacionalist a e protecionista) repre sentante dos setores
urbano-industrial.
• Forte intervencionismo do Estado na econom ia (“Estado
Keynesiano”), com o surgimento de empr esas estatais de base,
a exemplo da: CSN (1941), CVRD (1942), Petrobrás (1 953),
Usiminas, etc.
• Auge d o “modelo de substituiç ão de importações” – c om as
crises que ocorriam no merca do mundial, a exemplo d a crise de
1929 ou a Se gunda Guerra Mundia l (1939-45), ao dimi nuir o
dinamismo dos grandes centr os da economia mundial, facilitava
o crescimento da produção industrial nacional uma v ez que o
Brasil ficava impossibilitado de exportar produtos agrícolas e de
importar produtos industrial izados, e, logo poderia produzir
internamente o que antes importava, num ambie nte
razoavelmente protegido d a concorrência estrangeira.
• Maior centralização d o poder na mão d o Estado (Estado
Novo) com o objetivo de facilitar o avanço da industrializaçã o
brasileira e reduzir o poder das elites loc ais que procur avam
dificultar o processo de industrializ ação.
• Consolidação do Esta do de São Pau lo como palco da
concentração industrial
• Políticas territoriais criadas no gover no Vargas que buscam
maior controle do Estado sobre o espaç o: Criação do IBGE
(1934); Criação da SPEVEA (1953).

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• Governo JK (Plano de M etas): a ênfase protecionis ta


(contra a estrada de empresa s estrangeiras) e substituída pel a a
internacionalização d a economia.
• Abertura do Brasil ao capital estrangeiro (industria de bens
duráveis - industria automotiva).
• Formação do modelo tripé da industrializ ação brasileira: O
Estado encarregado de infr a-estrutura e industria de base, o
capital nacional crian do industriais de bens n ão duráveis e o
capital internacional encar regado das industrias de ben s
duráveis.
• Contração de vultosos empréstimos (conjuntura favorável a
empréstimos devido ao dinamismo econ ômico dos EUA) para a
criação das condiç ões gerais de produção ( ampliação da malha
técnica - rodoviário, energia de telecom unicações, etc.)
• A opçã o pelo modelo rodovi ário que se constitui no mais
caro (a criação e a manute nção, assim como volume de c argas
transportadas por rodovias é bem me nor - o que aumenta o
gasto com combustível – tornando-se o modelo mais caro e m
relação aos demais par a o transporte de carga).
• A energia produzid a com um litro de óleo di esel transporta,
numa rodovia, uma carg a de 30 toneladas. Essa m esma
energia, se for consumida numa ferrovia, transporta 125
toneladas e, numa hidrovia, 525 ton eladas. Em resumo, o
transporte rodoviário cons ome quatro vez es mais energ ia que o
ferroviário e quinze vezes mais energia que o h idroviário
(marítimo, fluvial e lacustre) para perc orrer o mesmo per curso
levando a mesm a carga ou o mesmo n úmero de passag eiros.
Outra vantagem é que um trem ou um n avio transportam a
carga que exigiria a uti lização de dezen as ou centenas de
caminhões.
• Segundo o Ministério dos Transportes, em 2000 o Brasil
possuía 1 724 929 km de r odovias, dos quais somente 164 988
km eram pavimentados, contra 29 283 km de ferrovias
espalhadas em seus 8 547 403,5 km2. Como o país possui
dimensões continentais, nosso modelo de transporte de cargas
seria mais econômico se tivesse priorizad o os sistemas
ferroviário e hidroviário- marítimo, que consomem meno r
quantidade de energia. Entret anto, é freqüente o transport e em
caminhão de mercad orias fabricadas em São Paulo, ao l ado do
porto de Santos, a c idades portuárias, co mo Recife ou Porto
Alegre, o que aumenta o custo final dessas mercadorias.
• Em países com uma malh a de transportes mais eficiente,
ocorre uma associação e ntre os tipos de transportes utilizado s
para deslocar as cargas a longas distâncias, conhecid a como
sistema multimodal. Nesse sistema, a carga é transportada por
caminhões em viag ens de curta distância até a estação ou o
porto e passa a ser transportada por trens ou navios em viagens
de grandes distâncias.
• A opção pelo transporte rodoviário se justific a pela
necessidade de cri ar um amplo merca do consumidor para as
empresas automobilísticas, que s e instalavam no Brasil. Assim
como garantir lucro às empreiteir as responsáveis pela criaçã o
da malha ro doviária. Desprezando desta forma os rios
navegáveis existentes n o Brasil e as ferrovias já construíd as na
fase agrário-exportadora, al ém do imenso litoral brasile iro que
poderia ter sido utilizado para a navegação de cabotagem.
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2009
• A partir da c onstrução dos grandes eixo s rodoviários, o
Brasil das “economia em ar quipélagos” vai dan do lugar a um
país de economia nacion al integrada.
• Durante o governo JK h ouve a criação de políticas
regionais, a exemplo das Su perintendências d e
Desenvolvimento do Nord este (1959), que surgiam s egundo o
governo federal para tentar reduzir as dis paridades regiona is,
resultado do processo de integração nac ional e do
desenvolviment o desigual e combinado do cap italismo no
espaço nacional.

Brasília: A Capital da Geopolítica

Argumento utilizado para transferê ncia da capital po lítico-


administrativa do Brasil:

• Integrar o Brasil central as demais regiões b rasileiras.


• Simbolizava moder nidade (o país do futuro) de um país qu e
deixava para traz as características de agrári o-exportador.
• Segundo os estrategistas da ép oca havia uma
vulnerabilidade muito gra nde da capital pelo fato desta está
próximo ao litoral.
Geopolítica: Segundo o J. W. Vesentini, Brasília foi criada
estrategicamente com objetivo de sep arar o poder político, a
gestão do território, das mani festações populares que estavam
concentradas na região de maior concentração popul acional o
eixo São Paulo – Rio de Ja neiro.

Exercício – Formação Histór ica Territorial Brasileira

01. Quanto a organização do espaço brasileiro dura nte o


período do café, é correto afirmar:

a) Por ter sido o Estado onde se iniciou a produção cafeeira, o


Rio de janeiro foi o que mais se urbanizou, devi do aos recursos
gerados pela exportação do café.
b) A partir de 1950, a cultura cafeeira passou por um processo
de reestruturação marcado pela expansão da áre a produtiva,
atingindo o norte do Paraná e o sul de Minas Gerais.
c) Em São Paulo, na primeira metad e do século XX, ocorreu a
maior expansão da cultura cafeeira, cu jo acúmulo de capita l
permitiu a consolidação da i ndustrialização e a estruturaç ão da
urbanização brasile ira.
d) O oeste paulista, durante o período de 1900-1950, se
consolidou como pri ncipal área prod utora de café, provocand o a
decadência das demais ár eas produtivas, fato que causou a
crise da cafeicultura brasileir a.

02. “A industrializ ação de São Paulo dep endeu, desde o


principio, na procura pr ovocada pelo crescente mercado
estrangeiro do café. O cultivo do c afé começou nesse E stado
muito depois das plantaçõe s levadas a cabo nas montanhas
acima do Rio de Janeiro, no inicio d o século XIX. Nos 50 ano s
seguintes, o comércio firmou-se na Eur opa e estimulou o surto
de novas plantações, q ue avançavam cada vez mais p ara o
Oeste. Por volta de 1850, a onda de cafezais pe netrara o lado
paulista do Vale do P araíba e estendera- se até a região d e
Campinas, além da capital da Província.”

Considerando o texto ac ima, pode-se afirmar que:


a) À medida que se localiz avam solos mais férteis em SP,
aumentava a demanda pelo café no mercad o internacional.
b) A plantação do c afé deslocou-se do RJ para SP via
Campinas.
c) O fato de a plantação d e o café ter av ançado cada vez mais
para o Oeste se deve à presença do massap é.
d) A lavoura cafeeira foi ape nas um dos elementos secundár io
que participou do processo d e industrialização de SP.
e) A acumulação de capital decorrente da exportação d o café é
um dos principais elem entos para a explicaç ão da
industrialização de SP.

03. As ferrovias formam uma rede que se irradi a a partir do eixo


São Paulo-Santos em to das as direções, com poucas
interligações. As rodovias formam uma malha mais completa,
pois além das estradas radiais existem muitas transv ersais de
interligação. Essas duas for mas de rede são c aracterísticas,
respectivamente das seguinte s fases da economia paulista:

a) Pastoril e agroexportadora.
b) Urbano-industrial e agr opastoril.
c) Agroexportadora e urbano-industri al.
d) Agroexportadora e mercant il.
e) Urbano-industrial e exporta dora.

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2 - Questão 06

a) Os focos econômicos os “focos econômicos” assinal ados são:


com a letra A é atividade açucareira, B é ativ idade mineradora e
a C é atividade cafeeira.

b)As principais transformações espaci ais:


Açúcar: Introdução do latifú ndio monocult or no Brasil, com os
melhores solos destinados a e xportação/ Destruição da Mata
Atlântica no litoral nordestino/Surg imento e cresciment o de
núcleos urbanos, a exemplo da antiga capital do Brasil,
Salvador.
Mineração: Interiorizaçã o da ocupação com a amp liação e
conformação do território(Tratado d e Madri - 1750)/ Urbanização
para além do litoral, com o surgiment o de novas cidades(Ex:Vila
Rica- atual Ouro Preto- MG, Cuiabá - MT )/ Dinamismo
econômico no interior da colô nia em razão das atividades
complementares(pecuária), a colônia como um todo trab alhava
para a região minera dora/ Transferência d a capital política do
Brasil para o Rio de Janeiro/ aumento da mobilidade interna d a
população.
Café: Grande crescimento d a capital paulista, com o surgimento
de obras importantes n a arquitetura d a cidade/ Ampliação d a
malha ferroviária que permitiu a ligação do interior do estado ao
litoral/ Surgimento de novas cidades ao torn o do eixo ferroviário.
O espaço geográfico da pr odução: da cana de açúc ar - litoral
nordestino, os canav iais/ da mineração - o interior do Brasil, a s
minas/ do café - inicialment e o Vale do Paraíba até 1850 e após
1850 o Oeste Paulista, norte do Paraná e sul de Minas Gerais,
os cafezais. O espaço geográfico da circul ação esta vinculado a
caminhos, os rios, trapic hes, portos, com destaque para a
cafeicultura que promov eu o surgimento de um a importante
malha ferroviária e criou o porto de Santos, uma dos maior es
portos do Brasil.

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3 - Questão 03 :

A principal ativida de econômica são as “drogas do sertão” . As


estratégias de controle territorial foram: a construção de fortes
para controlar o espaço da circulaç ão, assim como as missões
religiosas, que representav am a presença portugues a em
território amazônico. Os es paço geográfico da circulação s ão os
rios e os pequenos tra piches. Já o espaço ge ográfico da
produção se constituía na própria floresta a mazônica.
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No vale do rio Amazon as, as constantes incursões


estrangeiras estimularam a intervenção da coroa portuguesa,
através da implantação de fortes a princípio na em bocadura d o
rio Amazonas (Belém/Maca pá) e do incentivo à ação de
missões católicas, estas penetraram nos confins d a região,
viabilizando a expl oração dos produtos da floresta (“ drogas do
sertão” - canela , cravo, salsa- parrilha, cacau nativ o) e ao
mesmo tempo domesticavam a mão-de-obra nativ a, facilitando a
hegemonia lusa na reg ião. Essa expansão foi possibilitad a
graças à União Ibérica (1580/1640) que veio a facilitar a açã o
no interior da região sem nenhum imp edimento fronteiriço e,
realizada a separ ação, fez-se necessária uma nova divisão
política em que se reconheceu o uti possi detis.
Ao longo do curso do Amazon as e partindo das fortificações
de Belém, os portuguese s lançaram expediçõ es oficiais
destinadas a estabelecer a presenç a colonial por to do o vale d o
grande rio. Entre as inúm eras expedições, destacam-se a
bandeira fluvial de Pedro T eixeira (1637/1639), marc o das
explorações amazônicas ofic iais e da epo péia do band eirante
Antônio Raposo T avares (1648/1651).
No plano da construção es pacial brasileir a, as bandeiras
ampliaram o limite d o território conh ecido, e funcionav am, ao
menos objetivamente, como vanguarda do pod er colonial. A
coroa portuguesa, manobr ando persistentemente e
meticulosamente par a a expansão ge ográfica da su a soberania,
ordenou a construção de fortificações ao longo do perímetro
exterior das expedições. Assim surgiram os fortes de São
Joaquim(RR), São José das Marabit anas (Alto Rio Negro), São
Gabriel(Rio Negro), T abatinga (Rio So limões) e Prínci pe da
Beira (Rio Guaporé), bal izando o contorno das nossas fronteiras
terrestres.

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Paralelo a expansão cafeeira , ocorria na Amazônia o boom


da borracha (fim do século XIX e início do XX). A produção de
látex foi transformada num dos el ementos mais important es do
espaço amazônic o. O seringal se cons tituía em grandes
propriedades no inter ior da floresta, controladas pelo s
seringalistas. O responsável pe la extração do láte x era o
seringueiro.
A borracha atraiu para a região amazônica muitos
migrantes nordestinos (arigós) que se transformaram na mão-
de-obra. Estes trabalhavam a través do Sistema de Aviamento
no interior dos seringais. Houv e um deslocamento de
nordestinos muito intensa p ara o extremo oeste da Amazôn ia,
garantindo com isso a poster ior anexação de mais um Estado ao
território nacional, que foi o Acre, através do T ratado de
Petrópolis(1903).
Segundo MONTEIRO 1997, alguns migrantes nordesti nos,
entretanto, se estabeleceram nas proximidades de Belém, onde
deram início a uma importante agricultura pratica das em
pequenas propriedades familiar es. A maioria das cidade s
existentes no nordeste para ense (região braga ntina – área que
vai de Belém a Bragança) teve sua origem nas colôn ias
agrícolas implantadas por nordestinos. Em outras áreas d a
Amazônia também for am implantadas col ônias agrícolas
semelhantes como foi o caso de Santaré m e Monte Alegre,
ambas no Pará.

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A borracha teve uma importância econômica muito grande para a


nossaregiãonosfinsdoséculoXIXeiníciodoséculoXX,pois,coma
invençãodavulcanização,elapassouaserumaimportantematéria-
primaparaasindústrias.O espaçogeográficoamazônico,em
conseqüência,passouporgrandestransformações,comoveremosa
seguir.
Oseringalfoitransformadonumdos elementosmaisimportantesdo
espaçodaproduçãoregional(...)
Ocrescimentoeconômicoepopulacionalatraiutambémaindústria
paraaAmazônia.Variadasfábricas,ligadassobretudoaosetordebens
deconsumo,seestabeleceramnas principaiscidades,destacadamente
emBelémeManaus.(...)asatividadesprodutivasmaistradicionais:a
roça,acoleta,apescaeacaçanãodeixaramdeexistir.Seaborrachae
aindústriaeramfontederiquezadaelite,asatividadestradicionais
permaneceram,sobretudo,comofontedesobrevivênciadeumagrande
parcelapopulacional.
Ocomérciogeradopelaexportaçãodaborrachaintensificoua
circulaçãodepessoasedeprodutos. Parafacilitaroescoamentoda
produçãoereceberasmercadoriascompradasnoestrangeiro,foram
construídososportosdeBelémeManaus.Nascidadesmenores,
pequenosportoseosfamosostrapichespassavamateramesma
finalidade.
Nesteperíodo,atéferroviasforamimplantadasparaagilizaro
escoamentodaproduçãoregional:aEstradadeFerroMadeira-Mamoré-
escoavaaborrachadeGuajará-MirimatéPortoVelho,cidades
localizadasnoEstadodeRondônia; aEstradadeFerroBragantina-
escoavaaproduçãoagrícolanarotaBragança-Belém,noEstadodo
Pará;aEstradadeFerrodoTocantins-escoavaaproduçãoextrativa,
principalmenteacastanha,existente nosudestedoPará,atéacidadede
Marabá(PA).
Operíododeintensaexploração daborrachafoimarcadopor
grandestransformaçõesnascidades amazônicas.Aredeurbanapassou
porumagrandeexpansão.Àmedidaquenovasáreasiamsendo
ocupadas,comoosvalesdosriosMadeira,PuruseJuruá,surgiam
novosnúcleosurbanos,que,nasuamaioria,eramsedesdeseringais.É
ocasodeXapurieBrasiléia,ambasnoEstadodoAcre.Eramos
seringaisvirandocidades.
Nasgrandescidadesdaregião,a elite,formadapelosbarõesda
borracha,impõeumnovomododevidabaseadoemidéiastra zidasda
Europa.Vive-seaBelleÉpoque,termofrancêsqueserefereaum
períodomarcadoporconstruçõesurbanasdegrandebeleza(palacetes,
igrejas,praçaseparquespúblicos,bosques,etc.),assimcomode
espaçosculturais(teatros,cinemas, escolas,bibliotecasearquivos
públicos,jornais,etc.).Asidéias européiassetornarampresentesno
espaçoamazônico,paraatenderaoscaprichosegostosdaelite.Porisso
mesmo,apenasumapequenacamadad asociedadeamazônicapôde
beneficiar-sedasinovações.(...)esseperíodode crescimentoeconômico
eintensareorganizaçãodo espaçoentraemcrisedevidoàconcorrência
feitapelaborrachaproduzidanaÁsia.
Acrisefreouocrescimentodamaioriadascidades.Entretanto,
algumasnãosofreramtantocomessaquedadevidoàexistênciade
outrasatividadeseconômicas,comooplantiodejutanasvárzeasdo
Médio-Amazonaseoextrativismo dacastanha-do-pará,nosudeste
paraense.
MONTEIRO. Alcidema et. al. O Espaço Amazônico: sociedade & meio
ambiente.Belém:UFPA/NPI,1997.

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O contexto em que ocorre u esta atividade foi a primeira


metade do século XI X até meados do s éculo XX. Iniciand o seu
cultivo no Vale do Rio Paraíb a do sul (começando na porç ão do
Rio de Janeiro) e depois expandind o-se para o oeste Paulis ta
chegando até o n orte do Paraná e sul de Minas Gerais (frentes
pioneiras), aproveitando-s e condições naturais favor áveis,
como: a descoberta de terr enos menos acidentad os e o solo d e
terra roxa.
A economia cafeeira foi obr a do capital m ercantil nacional
que vinha se desenvo lvendo aos poucos e ganhou notáve l
impulso com a abertura dos portos, e a transferência da corte
portuguesa para o Brasil (1808) e, mais tarde, com a
independência.
Houve neste momento a gr ande participação do ca pital
britânico, que financiou a infra- estrutura para o abasteci mento
do café, através de empréstimos financeiros, visando inc orporar
o Brasil como grande m ercado consumidor e fonte de matérias-
primas para a economia ingles a.
A migração em massa (principalmente d e italianos) foi a
solução encontrada pe la burguesia caf eeira para o grav e
problema da mão-de-obr a. Depois da proibiçã o do tráfico
negreiro, a Lei do V entre Livre (1871) e a Lei dos Sexag enário
(1885) sinalizavam a defin itiva abolição da escravatura, o que
ocorreu em 1888. Os cafeicultores tiveram um longo tempo para
organizar a substituiçã o da força de traba lho. Além do que em
1850 foi instituída a Lei de T erras, que acabou com o sistema de
simples doação e estab elecendo que a propriedade territ orial só
poderia ser adquirid a mediante procedim ento de compra e
venda. A terra, de simple s recurso natural passou a ser
mercadoria. Na verdade, a Lei de terras marca a transição d e
um regime em que os homens eram cativos para um regi me em
que os homens são livres, mas a terra é cativa.
A economia cafeeira modifi cou o espaço geográfico da
região (principalme nte de São Paulo), ou seja, h ouve grandes
transformações no espaço da produçã o, da circulação e das
idéias regionai s, havendo, assim, as cond ições para a tra nsição
de uma economia agro-e xportadora para um a economia urbano-
industria

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01.

Esta cova em que estás


Com palmos medidos
É a conta maior
Que tiraste em vida
É de bom tamanho
Nem lar
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,
nem fundo
É a parte que te cabe
deste latifúndio
Não é cova grande
É cova medida
É a terra que querias
ver dividida...

O trecho do poema acima, revel a uma face do problem a


fundiário do Brasil. A nalisando as afirmações abaixo, s obre esta
situação ao longo da form ação espacial brasileira, pode-s e dizer
que:
I. A formação de latifúndios em n osso país data do período
colonial, quando grandes extensões de terras foram doadas aos
sesmeiros, sendo requisito bá sico para a concessão, a posse de
escravos
II. Os conflitos de terra são resultantes da política d e
concentração fundiári a, que não g arante ao pequeno produtor
acesso à terra e assistência técnica
III. O Nordeste, por ser a primeira região ocupada pel os
colonizadores possui atualm ente um quadro e quilibrado de
distribuição de terras
IV. O Movimento dos Sem-Terra (MST) é uma organização que
luta pela desapropriaçã o de áreas improdutivas, como forma de
dar acesso à terra aos pequenos produtor es

a) II e III estão corretas d) I, II e IV estão corretas


b) I, II, III e IV estão corretas e) I e III estão corretas.
c) II e IV estão corretas
02. O mapa ao lado
reproduz os limites do
Brasil tais como foram
fixados pelo Tratado de
Madri, em 1750.
Portugal e Espanha
buscavam então
atualizar os limites
estabelecidos pelo
Tratado de Tordesilhas,
já ultrapassados em
função do processo de
ocupação territorial
durante os séculos XVI,
XVII e XVIII.
Neste sentido, são
corretas as afirmações abaixo, com exceç ão de uma. Assinale-
a:
a) A ocupação da r egião 1 deveu-s e, sobretudo, à ativi dade de
coleta de drogas, que, por suas caracte rísticas, permitiu a
utilização de mão-de-obra dos indíge nas aldeados nas missõ es
religiosas.
b) A ocupação da r egião 2 deveu-s e, sobretudo, à expansão da
pecuária, quando a criação de gado deixou de ser um a atividade
limitada ao interior da grand e propriedade.
c) A ocupação da região 3 deve u-se, sobretudo, à ação d os
bandeirantes, que, b uscando índios para escravizar,
combatendo negros aquilom bados e procurand o metais, foram
responsáveis pela fun dação dos prim eiros núcleos urb anos
nessa região.
d) A ocupação da região 4 pel as missões jesuíticas que
fundaram os Sete Povos das Missões Orientais, no Urugu ai,
constituiu o "ponto de discór dia" entre as Coroas Ibéric as, sendo
a disputa resolvida pelo T ratado de Madri.

03. O mapa abai xo faz referência ao pr ocesso de ocupaç ão da


Amazônia nos séculos XVI e XVII. A partir do mapa e dos seus

Esta cova em que estás


Com palmos medidos
É a conta maior
Que tiraste em vida
É de bom tamanho
Nem lar
g
o
,
nem fundo
É a parte que te cabe
deste latifúndio
Não é cova grande
É cova medida
É a terra que querias
ver dividida.

O Brasil foi descoberto ou formado?

01. Porque a idéia de descobrimento é um mito?


Para a existência de um País é necessário no mínimo o
seguinte elemento:

a) Fronteira Política (limites políticos que as sociedades


vão construindo ao longo do tempo e que tem um caráter
sempre provisório);
b) Estado (espaço geográfico unificado por leis próprias
e submetido a um poder político central – as fronteiras
definem a extensão geográfica da soberania do Estado);
c) Nação uma comunidade ampla de cidadãos,
organizada em Estado, isto é, o Estado-nação. É uma
construção cultural. Historicamente é um
empreendimento das elites nacionalistas que, a partir do
século XIX unificaram povos entorno de conjunto de
valores, crenças, costumes e símbolos. Esse
empreendimento conferiu uma identidade comum à
população.

02. A Formação Histórica Territorial Brasileira é


resultado da (o)-:

- A inserção do Brasil na D.I.T. (fase do capitalismo


comercial - estrutura) que estabeleceu uma função para o
que hoje corresponde ao território brasileiro, e que através
das frentes de expansão econômicas (pau-brasil, cana-de-
açúcar, drogas do sertão, etc) vai adquirindo está sua atual
forma territorial;
- O Processo de colonização lusa pela qual os
portugueses vão se territorializando e desterritorialização
as nações indígena.

03. Características gerais do espaço Pré-colonial:


- Espaço pouco modificado (Meio Natural)
- Relação de reciprocidade entre homem e a natureza
(concepção de natureza como fonte de vida)
- Ausência de noção de propriedade privada da terra. A
posse de um determinado território é considerada valida a
partir do uso. A terra não tem valor de troca, constituía
apenas um meio de sobrevivência e um local sagrado.
- Para o índio, nada acontecia por acaso, e os ritos
religiosos refletiam a relação mágica que se estabelece
entre o homem e a natureza. Os deuses e as explicações

obedeciam a essa relação na qual tudo é considerado


sagrado.
- A geometria da aldeia não refletia apenas uma
concepção teórica de mundo, mas uma prática cotidiana
de vida igual e comunitá ria, na qual nã o existiam
exploradores ou explorados, dominantes ou dominados.

04-. As Frentes de Expansão Econômicas:

- Pau-Brasil: fachada litorânea - representou o início da


devastação da Mata Atlântica– escambo – feitorias (vilas
→ cidades);
- Cana-de-açúcar: litoral do nordeste – latifúndio
monocultor e escravocrata (plantation); Cultivo que se
adequou às condições naturais do território (clima tropical
úmido e solo argiloso e fértil –massapé).O
desenvolvimento da economia açucareira permitiu ao
nordeste manter-se como região hegemônica dentro do
território brasileiro.
- Pecuária: litoral (engenho) e interior (sertão) –
interiorização – mercado interno;

ECONOMIA COLONIAL DO SÉCULO XVI


Drogas do Sertão: Amazônia – jesuítas, fortificações e
bandeirantismo– ocupação da calha dos rios ( surgimento
de cidades);
- As entradas e bandeiras: Ocorreram no Séc. XVII e
XVIII e foram movimentos de penetração para o interior
motivado pela busca de metais preciosos ou Captura de
índio
Mineração: parte do sudeste e centro-oeste (GO, MT e
MG) – transferência do eixo econômico – surgimento e
crescimento de núcleos urbanos – mobilidade interna da
população colonial - grande dinamismo econômico no
interior da colônia - Desenvolvimento de várias atividades
econômicas complementares à mineração - Aumento da
população colonial devido à migração de portugueses que
vinham em busca de riquezas - Expansão do território
devido à incorporação de terras do interior, ultrapassando
inclusive o limite de Tordesilhas - O povoamento do
interior trouxe consigo dizimação de inúmeros povos
indígenas
Mineração: parte do sudeste e centro-oeste (GO, MT e
MG) – transferência do eixo econômico – surgimento e
crescimento de núcleos urbanos – mobilidade interna da
população colonial - grande dinamismo econômico no
interior da colônia - Desenvolvimento de várias atividades
econômicas complementares à mineração - Aumento da
população colonial devido à migração de portugueses que
vinham em busca de riquezas - Expansão do território
devido à incorporação de terras do interior, ultrapassando
inclusive o limite de Tordesilhas - O povoamento do
interior trouxe consigo dizimação de inúmeros povos
indígenas.

ECONOMIA COLONIAL DO SÉCULO XVIII


O Tratado de Madri (1750) serviu para redefinir
os limites fronteiriços do país. O critério para a definição
foi “uti possidetis” (se possui vai permanecer possuindo)
02. Os mapas (Séc. XVI e XV) retratam vários momentos
do processo de ocupação do território brasileiro;
analisando-os de acordo com o contexto histórico,
podemos afirmar que:

a) A coroa portuguesa nos séculos XVI e XVII procurou


respeitar a linha de Tordesilhas (1494) instalando
povoados e vilas somente no litoral brasileiro.
b) As fortificações militares e as missões religiosas
constituíram-se na base da ocupação do extremo norte
brasileiro que foi anexado ao território nacional a partir do
uso de suas vias fluviais.
c) O Tratado de Madri (1750) assegurou a Portugal o
domínio sobre as terras brasileiras através do acordo
“utipossidetis” sendo portanto fixadas as fronteiras
externas do Brasil, que até hoje mantêm-se inalteradas.
d) A representação cartográfica utilizados nesta questão
apresentam um grave equivoco, uma vez que de modo
anacrônico, as fronteiras políticas atuais do Brasil, que só
se fixaram no início do século XX, são “transportadas”
para os territórios coloniais portugueses na América,
gerando a falsa impressão da existência de um território
brasileiro prévio, anterior à colonização, à independência
e à política de fronteiras que se desenvolveu durante o
século XIX, completando-se no início do século XX.

02. (UFPA) "Os povos indígenas com sua cultura e seus


territórios tentam resistir à extinção não só física, mas
também cultural... Até porque a vida é, mas que biológica:
é um determinado modo de ser, pensar e sentir. Cada vez
mais os povos indígenas afirmam a sua diferença, enfim, a
sua cultura".
Pode-se inferir do texto acima que:
a) os índios não têm nada a contribuir para um repensar
sobre nossa ação no espaço em que vivemos, nossa
organização soci al e nossa relação com a natureza.
b) o reconhecimento da importância dos índios não está
só na valorização de sua cultura ou modo de vida, mas
deve ser acompanhado de uma reflexão sobre as ações
que ainda hoje são empreendidas c o n t r a e l e s e m n o m e d a
expansão do desenvolvimento.
c) devemos promover uma maior integração entre a
cultura indígena e a cultura pertencente a sociedade
nacional, envolvente e promovendo também uma maior
integração espacial entre as duas organizações sociais.
d) os órgãos oficiais de planejamento tem papel
fundamental no processo de integração cultural dos índios
à cultura nacional, promovendo políticas territoriais que
favoreçam o desenvolvimento econômico desses grupos
sociais, como é o caso do projeto Calha Norte.
e) devemos preservar a cultura indígena pois ela é
importante para a sobrevivência deles; desde que isso não
represente um obstáculo ao desenvolvimento econômico
de nossa sociedade

A economia Cafeeira
O Brasil independente (1822) i naugurou um novo
desenvolviment o econômico baseado na borrach a, no algodão,
no cacau e principalmente na cafeicultur a.
No final do século XI X e início do século XX deu-s e a fase
da borracha na Amazônia (1 870-1910), a qual ocasio nou novo
impulso à ocupação d essa região; promov endo várias
modificações-verificadas em um maior fluxo populacional na
região ligadas a coleta do látex (nor destinos), nas novas áreas
que produziam produtos alimentares responsávei s pelo
abastecimento regi onal e nas várias modificações urbana s em
Belém e Manaus.
Com o declínio das exportaç ões, devido à concorrência da
produção asiática, a prosperid ade dessas cidades estagnou.
Na mesma época o sertão nordestino teve uma mai or
ocupação com o desenvolvimento do al godão alcançou preço s
altos devido ao pouca of erta no mercado internacional. Dia nte da
importância do mesmo na balança comercial , o governo passou
a dar mais atenção à região, diante da estiagem qu e afetava as
plantações dando, desde es sa época, verbas par a amenizar o
problema na área, gerado pel a seca.
Ao mesmo tempo, no sul da Bahia, ocorria a ocupação d o
solo com o desenvolvimento do cacau, prod uto exótico que cada
vez mais era consumido na Europ a.
No entanto, era a produç ão do café que liderava nossas
exportações. Até a primeir a metade do s éc. XIX, a econom ia
cafeeira ainda conservav a as características básicas do
período colonial (economia agr oexportadora, baseada na
monocultura latifundiária, apoiada na mão-de-obr a escrava). Na
segunda metade do século XIX, so bretudo a partir de 1860-
1870, a cafeicultura pass ou por profundas transformações, tais
como: substituição da m ão-de-obra escr ava pela mão- de-obra
assalariada do imigr ante, a ocupação de novas áreas (oeste
paulista) e a expansão das ferrovias ligando a produç ão aos
portos exportadores. A Lei Eusébio de Que iroz pôs fim ao tráfico
de negros. A partir desse fato, a escravidão oficial caminhav a
para o seu esgotamento e os desdobrament os gerados no rumo
de uma economia ca pitalista. Devido as cr escentes exportações
do café, a expansão de fazendas transformara o Vale do Paraíba
do Sul. Os cafezais causara m rápido esgotamento dos s olos.
Daí a rápida incorporação das terras do Oeste Paulista. A
produção cafeeir a seguiu uma trajetória de sucessivas e
crescentes safras.
Já no final do séc. XIX o Brasil passou a conhecer
crises de superprodução de café. Em 1882, a produção mu ndial
de café foi maior do qu e o consumo.O result ado foi à queda do
preço do produto no mercado mundial.

____________ ____________ ____________ ____________


1.1. As ferrovias do café e seu papel na ocupação, na
produção e na org anização do espaço geográfico .

A maior parte das ferrovias no estado de São Paulo fo i


construída somente após o av anço do desmatamento e do
estabelecimento d as fazendas, quando a população dos
povoados se tornou num erosa e o volume da pr odução
compensava o investimento no transporte ferroviário. Nos EUA e
no Canadá , ao contrário, as linhas férreas foram fatores básicos
para a fundação de cidad es e seu povoamento.
Não podemos, entretanto, subestimar o papel das
ferrovias do café. Muitas cida des do Planalto Ocid ental Paulista
tiveram como embrião as estações de trens , as pontas de trilhos
e, ainda, as paradas ao l ongo do trajeto:Bauru, T upã,
Votuporanga, Pompéia, São Jose do Rio Preto, Penápolis,
Lucélia, Lins, Adamantina e Araçatuba.
Para os habitantes do Esta do de São Paulo, as vi as
férreas assumiram tamanha importâ ncia que se tornaram um
referencial para se situar ou se deslocar no espaço paulista. Por
exemplo, quem ia par a acidade de Tupã, no o este do estado,
servida pela Companhi a Paulista de Estrada de F erro dizia “Eu
vou para a Alta Paulista “, referindo-se, d esse modo , mais
especificamente ao final da li nha, pois esta dividia-se em Bai xa,
Média e Alta Paulista.
Isso ocorria também em rela ção ao espaço geográfic o
cortado pelas demais ferrovias. Falava-se em Araraquarense,
Mojiana, Sorocabana, p ara referir-se à regiã o “atravessada” por
essas ferrovias. A paisagem ou o relev o nunca foram
referenciais do espaço para os paulistas, como ocorr e, por
exemplo, com os gaúchos e nordestinos.

HISTÓRICO DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA DO BRASIL

De 1500 a 1822, todas as terras brasi leiras pertenciam


à Coroa portugues a, que as doava ou ce dia seu direito de uso
de sua confiança ou conveniência, visa ndo à ocupação do
território e á exploração agrícola. Durante um long o período, a
Coroa portuguesa controlo u a posse da terra, através da c riação
das capitanias hereditárias e das sesmarias, que aten diam às
suas necessidades de obtenção de lucro a partir da exportação
de produtos agrícolas cultiv ados no sistema de plantation, ou
seja em grandes propriedade s monocultoras, escravistas e cuj a
produção era voltada à e xportação.
Entre 1822, ano da indepe ndência política, e 1850 ,
vigorou no Brasil o s istema de posse livre em terras dev olutas,
já que o império nã o criou leis que r egulamentassem o ace sso à
propriedade e não tinha car tórios ou registros de imóve is. Ao
longo desses período, a terra não tinha va lor de troca (compra e
venda), possuía apenas va lor de uso a que m quisesse cult ivar e
vender sua produçã o. A possibilidade legal de obtenç ão livre da
posse da terra nos leva a imaginar que esse período tenh a se
caracterizado por um gr ande surgimento de médias e pequenas
propriedades, mas a realidade é outra. Ainda vigorava a
escravidão, a utilizaçã o da mão-de-obra serv il, trazida
forçadamente da África, e o s
escravos negros eram prisioneiros
dos latifúndios, o que os impedia
de ter acesso às terras devolutas
no imenso território brasileir o. A
entrada de imigrantes livres nesse
período foi muito pequen a e
restrita às cidades.
Em 1850, com o aumento
da área cultivada com o café e a
Lei Eusébio de Queirós, esse
quadro sofreu profundas
mudança. A partir de então, dada
a proibição do tráfico negrei ro, a
mão-de-obra que entrava no Brasil
para trabalhar nas lavouras era
constituída por imigrantes l ivres
europeus, atraídos pelo g overno
brasileiro. Se esses imi grantes
encontrassem um regime de
posse em terras devolutas,
cercariam um ped aço de terra para produzir alimentos de forma
independente. Se a posse da terra co ntinuasse livre, eles se
instalariam ao redor das c idades, em vez de tra balhar como
assalariados semi-escravizad os nas lavouras de café.
Com o claro intuito d e garantir o for necimento de m ão-
de-obra barata aos latifúndios, o gov erno impediu o acesso dos
imigrantes à propriedade atra vés da criação, também em 1850,
da Lei de Terras. Com essa lei, todas as terras dev olutas
tornaram-se propriedade d o Estado, que somente poderi a
vendê-las através de lei lões, beneficiando quem tin ha mais
dinheiro, e não o imigrante que veio se aventurar na América
justamente por não ter posse s em seu país de orig em. Ainda de
acordo com a Lei de T erras, o dinheiro arrecad ado nos leilões
deveria ser utiliza do no financiam ento da viagem de n ovos
imigrantes que se dispusess em a vir trabalhar no Br asil. Tudo
isso nos leva a concluir que essa lei, além de gara ntir o
fornecimento de mão-de-obra para os latifúndios, servia também
para financiar o aumento do volum e de imigrantes que
ingressava e, ao cheg ar ao Brasil, eram obriga dos a se dirigir às
fazendas, praticamente o úni co lugar onde se po dia encontrar
emprego. Nessa época, a posse da terra, e não d e escravos,
era considerada reserva de valor e símbo lo de poder.
Nesse período se inic iou no Brasil u m processo
altamente perverso e violento de rel ação de trabalho existen te
até hoje em diversos estados do país: a "escravidão por dívida' ;
que antigamente vitim ava os imigrantes estrangeir os e
atualmente vitima a populaç ão de baixa ren da ou desempregada
da periferia das gran des cidades, além dos próprios
trabalhadores rurais. Os "gatos" (pessoas que contratam mão-
de-obra para as fazendas) alici am pessoas desempre gadas
para trabalhar nos latifúndi os, prometendo-lhes transporte,
moradia, alimentação e salár io. Ao entrar na fazenda, poré m, os
trabalhadores recrutados per cebem que foram enganados, já
que no dia em que deveriam receber o salário são informados
de que todas as despes as com transporte, moradia e
alimentação, ao contrário do prometido, serão cobradas e
descontadas do salário, que nunca é suficiente p ara a quitação
da dívida. Policiados por ca pangas fortemente armados, esses
trabalhadores são pr oibidos de sair d a fazenda enquant o não
pagarem uma dívida impossí vel de ser quitada com seu salário.
No início da década de 30, em consequência da cr ise
econômica mundial q ue se iniciou com a quebra da bol sa de
valores de Nova Iorque, em 192 9, a economia brasi leira,
basicamente agroexportador a, também entrou em crise. A
região Sudeste, onde se de senvolvia a cafeicultura, foi a que
enfrentou o maior colapso. Na
região Nordeste, ocorreram novas
crises do açúcar e do cacau,
enquanto a região Sul, com
produção direcionad a para o
mercado interno, sofreu efeitos
menores. A crise de 30 foi uma
crise de mercado externo, de
produção voltada para a
exportação. Como vimos na
unidade 2, foi ness e período que
ocorreu o início efetivo do
processo de industrialização
brasileira, concentrada na r egião
Sudeste. Outro desdobramento da
crise foi um maior incentivo à
policultura, voltad a para o
abastecimento intern o, e uma
significativa fragmentação das
grandes propriedades, cuj os donos
venderam suas terras pa ra se
dedicar a atividades econô micas
urbanas, sobretudo a indústria e o comérci o. Foi um dos raros
momentos da história do Bras il em que houv e um aumento,
embora involuntári o, do número de pequenos e médios
proprietários rurais.
Em 1964, o presidente J oão Goulart tento u desviar o
papel do Estado brasile iro do setor produtivo (inv estimentos
governamentais em energia , transportes, etc.) para o setor
social (educação, sa úde, habitaçã o, etc.). Pretendia também
promover uma reforma agrária, q ue tinha como pr incípio
distribuir terras à população r ural de baixa rend a. Em oposição à
política de Goulart, houve a interve nção militar e a implan tação
da ditadura. Ganhou inc entivo o grande capital agr ícola,
geralmente estruturado no sistema de plantatíon. A
concentração de terras ao longo da ditad ura militar (196 4-1985)
assumiu proporções ass ustadoras, e o consequ ente êxodo rura l
em direção às gra ndes cidades deter iorou a quali dade de vida
de imensas parcelas da populaçã o, tanto rural quanto urbana. A
partir da década de 70, foi i ncentivada a ocupaçã o territorial das
regiões Centro-Oeste e Norte, através da expansão das
fronteiras agrícolas, assentadas em enormes latifúndi os
pecuaristas ou monocultores

O ESTATUTO DA TERRA E A ESTRUTURA FUNDIÁRIA


O Estatuto da Terra é um conj unto de leis criado e m
novembro de 1964 e que po ssibilitou a realizaçã o de um censo
agropecuário. Procurava-se es tabelecer uma política de reform a
agrária que, na prática, fo i implantada com muita timid ez em
áreas de conflito, com o c laro intuit o de abafar focos de pressão
popular. Para a sua realiz ação, surgiu a necessidade d e
classificar os imóveis rurais por categ orias, da mesma forma
que, para realizar um censo de mográfico, as pessoas são
classificadas por idade, se xo, etnia e renda. Logo sur giu a
primeira dificuldade: como a s condições físico-geográfica s do
imenso território brasil eiro são extremamente div ersas, uma
unidade fixa d e medida (por exemp lo, l hectare — 10 mi l m2)
não poderia ser utilizada na classificação do s imóveis rurais. Um
hectare no oeste pa ulista correspond e a uma reali dade agrícola
totalmente diferente de um hectare no sol o ácido do cerrado o u
no Sertão nordestino.
Para resolver a questão, foi criad a uma unidade d e
medida de imóveis rurais — o módulo rural — assim de finida:
"Área explora vel que, em determinada porç ão do país, direta e
pessoalmente explorada por um conjunto familiar equiv alente a
quatro pessoas adultas, correspo ndendo a l 0 00 jornadas
anuais, lhe absorva toda forç a de trabalho em face do nível
tecnológico adotado naquela posiç ão geográfica e, confo rme o
tipo de exploração c onsiderado, prop orcione um rendi mento
capaz de assegurar-lh e a subsistência e o progr esso social e
econômico" Em outras palavras, módulo rural é a propriedade
que deve proporcionar con dições dignas de vida a uma família
de quatro pessoas adultas. Assim, ele poss ui área de dim ensão
variável, levando em consideração basic amente três fatores
que, ao aumentar o rendi mento da produção e facilitar a
comercialização, diminuem a área d o módulo:

¾ localização da pr opriedade — se o imó vel rural se localiza


próximo a um grande centro urbano, em regi ão bem-atendid a
pelo sistema de transp ortes, ele proporciona r endimentos
maiores que um imóvel m al localizado e, po rtanto, terá uma área
menor;
¾ fertilidade do solo e clim a da região — quanto mais pr opícias
as condições naturais da região, menor a área do módulo;
¾ tipo de produto cultivad o — em uma regiã o do país onde se
cultiva, por exemplo, mandioca e se utilizam técnicas primitivas,
o módulo rural deve ser maior que em um a região que produz
morango com emprego de tecnologi a moderna.

Depois de acertada a unidade de me dida, foram


criadas as categorias de imóveis rurais:

¾ minifúndio — "Todo imóvel com área explor ável inferior ao


módulo fixado para a resp ectiva região e tipos de expl oração
nela ocorrentes" Na pr ática, esses são os grandes resp onsáveis
pelo abastecimento do merc ado interno de c onsumo, já que sua
produção é, individ ualmente, obtida em pequenos vol umes, o
que inviabiliza econ omicamente a exportação;
¾ latifúndio por dimensão — "Todo imóvel com área superior
a seiscentas vezes o módu lo rural médio fixad o para a
respectiva região e tipos de exploração nela ocorrentes" São as
enormes propriedades agroi ndustriais, com produção quas e
sempre voltada à exportação;
¾ latifúndio por exploração — "Todo imóvel cuja dimensão
não exceda aquela a dmitida como máxima para empresa rural
(600 vezes o módulo rural) , tendo área igual ou s uperior à
dimensão do módulo da regiã o, mas que seja mantida
inexplorada em relação às possi bilidades físicas, econ ômicas e
sociais do meio, com fins especulativos, ou que sej a deficiente
ou inadequadamente explo rada, de modo a vedar-lhe a
classificação como empres a rural" Tr atam-se dos imóveis rurais
improdutivos, voltados à esp eculação imobi liária. O proprietário
não adquiriu a terra com a intenção de nela produzir gerar
emprego e ajudar o país a crescer, mas para esperar sua
valorização imobiliár ia, vendê-la e ganhar muito dinheiro sem
trabalhar;
¾ empresa rural — propri edade com área de um a seiscentos
módulos, adequad amente explorada em r elação às
possibilidades da regi ão. Nessa categoria, temos as média s
propriedades, geralmente co m produção de matéria-prim a para
abastecer a agroindústria da laranja, da ca na, etc.
Embora o Estatuto da T erra permaneça válido do pont o
de vista legal, essa classificação foi utilizada pelo IBGE somente
na realização dos censos agropecu ários de 1965, 1975 e 1985.
A partir da década de 1990, esses critérios foram
abandonados e p assou-se a utilizar uma classificação
regulamentada em lei ap ós a Constituição de 19 88. Assim, são
consideradas pequenas as propri edades de até 4 módulos;
médias, as de 4 a 15 mó dulos; e grandes, as maiores do que 15
módulos.
Essa mudança foi nec essária porque o artigo 185 d o
capítulo sobre reforma agr ária proíbe a desapro priação de
pequenas e médias pro priedades, assim como das gr andes
propriedades produtivas, para fins de asse ntamentos rurais.

O gráfico nos revela a gran de concentração de terr as em mãos de alguns poucos proprietários e
nquanto a maioria dos
produtores rurais detém uma parcel a muito pequena da área agrícola. Há, ainda ce ntenas de
milhares de trabalh adores rurais sem
terra. Essa realidade é extremamente perv ersa, à medida que cerca de 32% d a área agrícola
nacional é constitu ida por propriedades
onde a terra está parada, improdutiv a.
A GÊNESE DAS FRONTEIRAS BRASILEIRAS – 2º ANO

March 1, 2015
 A delimitação territorial do país é resultado de um processo histórico que o diferencia dos
países vizinhos. O Brasil é o único país na América que resultou da colonização portuguesa e
que não se fragmentou em vários outros países, como ocorreu com as antigas colônias
espanholas.

Os conflitos fronteiriços entre o Brasil e seus vizinhos ocorreram em outros momentos, como na
Guerra do Paraguai e na formação do Estado do Acre, como também aconteceu com os litígios
resolvidos pacificamente – como o da fronteira com a Guiana Francesa, resolvido em 1897, com
a arbitragem da Suíça, sendo a defesa realizada pelo Barão de Rio Branco. Porém, desde a
assinatura do Tratado de Petrópolis (1909), o país vive em uma situação relativamente estável
com relação às suas fronteiras terrestres. Os acordos diplomáticos foram muito importantes para
definição das fronteiras internacionais do Brasil, destacando a importância do trabalho
desenvolvido por Rio Branco no começo do século XX.

 Os Princípios gerais para a produção dos limites;

• Delimitação: consiste na fixação dos limites por meio de tratados internacionais;


• Demarcação: corresponde à implantação física dos limites por meio da construção de marcos
em pontos determinados;
• Densificação ou caracterização: etapa na qual se realiza o aperfeiçoamento sistemático da
materialização da linha divisória, mediante intercalação de novos marcos, com o objetivo de
torná-los mais facilmente perceptíveis para os dois lados.
José Maria da Silva Paranhos, Barão do Rio Branco, é considerado o patrono da moderna
diplomacia brasileira. Ocupou o Ministério das Relações Exteriores entre 1902 e 1912, tendo
definido as grandes linhas da política externa do Brasil no século XX. Durante o período
colonial brasileiro, os segmentos de fronteira delimitados representavam apenas 17% da
extensão total da divisória terrestre. A delimitação da maior parte das fronteiras e linhas de
limites terrestres do Brasil foi realizada depois da independência, durante o Império ou na “Era
Rio Branco”. O Império foi responsável pela fixação de pouco mais da metade da extensão total
das fronteiras terrestres e, durante a política externa do início do período republicano marcada
pela figura do Barão do Rio Branco, quase um terço da extensão da divisória terrestre do Brasil
foi delimitada. Assim, a “obra de fronteiras” da chamada “Era Rio Branco” ajuda a explicar a
ausência de conflitos fronteiriços atuais entre o Brasil e outros países da América do Sul. A
dinâmica histórica que resultou na definição da maioria das áreas de fronteira no Brasil, destaca-
se pela ausência de conflitos armados por influência do Barão de Rio Branco como mediador
nos casos de litígio.
É importante que destacar que questões que hajam conflitos armados resultam em perdas
materiais e humanas em, o desgaste político etc.

 Barão de Rio Branco – a questão dos limites territoriais brasileiros e suas mudanças ao
longo do tempo:
José Maria da Silva Paranhos Júnior, barão do Rio Branco, foi professor, político, jornalista,
diplomata, historiador e biógrafo. Nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 20 de abril de 1845, e
faleceu na mesma cidade, em 10 de fevereiro de 1912.
Em 1902 foi convidado pelo presidente Rodrigues Alves a assumir a pasta das Relações
Exteriores, na qual permaneceu até a morte, em 1912.
Logo no início de sua gestão, defrontou-se com a questão do Acre, território fronteiriço que a
Bolívia pretendia ocupar, solucionando-a pelo Tratado de Petrópolis. A seguir, encetou
negociações com outros países limítrofes, cujas fronteiras com o Brasil suscitavam questões
litigiosas. Seu empenho encerrou as velhas disputas que o Brasil mantinha com quase todos os
países da América do Sul.Em 1901, apesar dos esforços e do valor intelectual do
plenipotenciário brasileiro, Joaquim Nabuco, a questão da Guiana Inglesa foi resolvida, por
laudo do árbitro Victor Emanuel, rei da Itália, contra o Brasil. Rio Branco, no entanto, soube
entender os motivos do laudo que despojava o Brasil de uma parte do seu território e deu a
Joaquim Nabuco a compensação de nomeá-lo embaixador do Brasil em Washington.
 Definindo o contorno do território brasileiro

Veio, depois, uma série de tratados memoráveis: em 1904, com o Equador; em 1906, com a
Guiana Holandesa; em 1907, com a Colômbia; em 1904 e 1909, com o Peru; em 1910, com a
Argentina. Ficavam definidos, de um modo geral, os contornos do território brasileiro, assim
como, com pequenas alterações, ainda hoje subsistem.
Além da solução dos problemas de fronteira, Rio Branco lançou as bases de uma nova política
internacional, adaptada às necessidades do Brasil moderno. Foi, nesse sentido, um devotado
pan-americanista, preparando o terreno para uma aproximação mais estreita com as repúblicas
hispano-americanas e acentuando a tradição de amizade e cooperação com os Estados Unidos.

Gênese das fronteiras brasileiras

 A fronteira é o limite entre duas partes distintas, o estabelecimento das fronteiras políticas
internacionais constitui-se usualmente em 4 etapas:
 Definição- operação conceitual na qual é travado um acordo para produção de limites;
 Delimitação- fixação de limites por meio de tratados internacionais;
 Demarcação- é a implantação física dos limites
 Densificação ou caracterização- aperfeiçoamento da linha divisória, para que fiquem
bem definidos para os dois lados.
A formação de nossas fronteiras teve inicio em:
 1759 Tratado de Madri:
  - baseados no curso conhecido dos rios Uruguai e Guaporé
  -17% das fronteiras foram criadas no período colonial
  -51%  ----------------------------------------------imperial
  -32%------------------------------------------------republicano (Barão de Rio Branco)

       O início do período republicano, foi marcado pela figura de José Maria da Silva Paranhos, o
Barão do Rio      Branco, que ocupou o Ministério das Relações Exteriores de 1902 a 1912.
 Aproximadamente um terço da seção terrestre das fronteiras brasileiras foi delimitada neste
período. Na negociação que firmou os segmentos de fronteira com a Argentina, Rio Branco
consolidou a posse do oeste dos territórios que hoje pertencem aos estados do Paraná e de
Santa Catarina.
 Na Amazônia, Rio Branco delimitou o segmento de limites com a Guiana
Francesa, garantindo para o Brasil a posse do território do atual Amapá, com a Guiana
Inglesa e com a Colômbia, ainda que nesse último caso o tratado de limites só tenha sido
ratificado em 1928.  Além disso, Rio Branco negociou também o Tratado de Petrópolis (1903),
por meio do qual o Brasil adquiriu da Bolívia o território que atualmente pertence ao Acre.
JACKY06/03/08
Formação Histórico Territorial Brasileira
FAÇO IMPACTO
-
A CERTEZA DE VENCER!!!

PROFº: Pedro Jr. / Marcondes


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VESTIBULAR – 2009

CONTEÚDO
A Certeza de Vencer
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No vale do rio Amazon as, as constantes incursões


estrangeiras estimularam a intervenção da coroa portuguesa,
através da implantação de fortes a princípio na em bocadura d o
rio Amazonas (Belém/Maca pá) e do incentivo à ação de
missões católicas, estas penetraram nos confins d a região,
viabilizando a expl oração dos produtos da floresta (“ drogas do
sertão” - canela , cravo, salsa- parrilha, cacau nativ o) e ao
mesmo tempo domesticavam a mão-de-obra nativ a, facilitando a
hegemonia lusa na reg ião. Essa expansão foi possibilitad a
graças à União Ibérica (1580/1640) que veio a facilitar a açã o
no interior da região sem nenhum imp edimento fronteiriço e,
realizada a separ ação, fez-se necessária uma nova divisão
política em que se reconheceu o uti possi detis.
Ao longo do curso do Amazon as e partindo das fortificações
de Belém, os portuguese s lançaram expediçõ es oficiais
destinadas a estabelecer a presenç a colonial por to do o vale d o
grande rio. Entre as inúm eras expedições, destacam-se a
bandeira fluvial de Pedro T eixeira (1637/1639), marc o das
explorações amazônicas ofic iais e da epo péia do band eirante
Antônio Raposo T avares (1648/1651).
No plano da construção es pacial brasileir a, as bandeiras
ampliaram o limite d o território conh ecido, e funcionav am, ao
menos objetivamente, como vanguarda do pod er colonial. A
coroa portuguesa, manobr ando persistentemente e
meticulosamente par a a expansão ge ográfica da su a soberania,
ordenou a construção de fortificações ao longo do perímetro
exterior das expedições. Assim surgiram os fortes de São
Joaquim(RR), São José das Marabit anas (Alto Rio Negro), São
Gabriel(Rio Negro), T abatinga (Rio So limões) e Prínci pe da
Beira (Rio Guaporé), bal izando o contorno das nossas fronteiras
terrestres.

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Paralelo a expansão cafeeira , ocorria na Amazônia o boom


da borracha (fim do século XIX e início do XX). A produção de
látex foi transformada num dos el ementos mais important es do
espaço amazônic o. O seringal se cons tituía em grandes
propriedades no inter ior da floresta, controladas pelo s
seringalistas. O responsável pe la extração do láte x era o
seringueiro.
A borracha atraiu para a região amazônica muitos
migrantes nordestinos (arigós) que se transformaram na mão-
de-obra. Estes trabalhavam a través do Sistema de Aviamento
no interior dos seringais. Houv e um deslocamento de
nordestinos muito intensa p ara o extremo oeste da Amazôn ia,
garantindo com isso a poster ior anexação de mais um Estado ao
território nacional, que foi o Acre, através do T ratado de
Petrópolis(1903).
Segundo MONTEIRO 1997, alguns migrantes nordesti nos,
entretanto, se estabeleceram nas proximidades de Belém, onde
deram início a uma importante agricultura pratica das em
pequenas propriedades familiar es. A maioria das cidade s
existentes no nordeste para ense (região braga ntina – área que
vai de Belém a Bragança) teve sua origem nas colôn ias
agrícolas implantadas por nordestinos. Em outras áreas d a
Amazônia também for am implantadas col ônias agrícolas
semelhantes como foi o caso de Santaré m e Monte Alegre,
ambas no Pará.

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A borracha teve uma importância econômica muito grande para a


nossaregiãonosfinsdoséculoXIXeiníciodoséculoXX,pois,coma
invençãodavulcanização,elapassouaserumaimportantematéria-
primaparaasindústrias.O espaçogeográficoamazônico,em
conseqüência,passouporgrandestransformações,comoveremosa
seguir.
Oseringalfoitransformadonumdos elementosmaisimportantesdo
espaçodaproduçãoregional(...)
Ocrescimentoeconômicoepopulacionalatraiutambémaindústria
paraaAmazônia.Variadasfábricas,ligadassobretudoaosetordebens
deconsumo,seestabeleceramnas principaiscidades,destacadamente
emBelémeManaus.(...)asatividadesprodutivasmaistradicionais:a
roça,acoleta,apescaeacaçanãodeixaramdeexistir.Seaborrachae
aindústriaeramfontederiquezadaelite,asatividadestradicionais
permaneceram,sobretudo,comofontedesobrevivênciadeumagrande
parcelapopulacional.
Ocomérciogeradopelaexportaçãodaborrachaintensificoua
circulaçãodepessoasedeprodutos. Parafacilitaroescoamentoda
produçãoereceberasmercadoriascompradasnoestrangeiro,foram
construídososportosdeBelémeManaus.Nascidadesmenores,
pequenosportoseosfamosostrapichespassavamateramesma
finalidade.
Nesteperíodo,atéferroviasforamimplantadasparaagilizaro
escoamentodaproduçãoregional:aEstradadeFerroMadeira-Mamoré-
escoavaaborrachadeGuajará-MirimatéPortoVelho,cidades
localizadasnoEstadodeRondônia; aEstradadeFerroBragantina-
escoavaaproduçãoagrícolanarotaBragança-Belém,noEstadodo
Pará;aEstradadeFerrodoTocantins-escoavaaproduçãoextrativa,
principalmenteacastanha,existente nosudestedoPará,atéacidadede
Marabá(PA).
Operíododeintensaexploração daborrachafoimarcadopor
grandestransformaçõesnascidades amazônicas.Aredeurbanapassou
porumagrandeexpansão.Àmedidaquenovasáreasiamsendo
ocupadas,comoosvalesdosriosMadeira,PuruseJuruá,surgiam
novosnúcleosurbanos,que,nasuamaioria,eramsedesdeseringais.É
ocasodeXapurieBrasiléia,ambasnoEstadodoAcre.Eramos
seringaisvirandocidades.
Nasgrandescidadesdaregião,a elite,formadapelosbarõesda
borracha,impõeumnovomododevidabaseadoemidéiastra zidasda
Europa.Vive-seaBelleÉpoque,termofrancêsqueserefereaum
períodomarcadoporconstruçõesurbanasdegrandebeleza(palacetes,
igrejas,praçaseparquespúblicos,bosques,etc.),assimcomode
espaçosculturais(teatros,cinemas, escolas,bibliotecasearquivos
públicos,jornais,etc.).Asidéias européiassetornarampresentesno
espaçoamazônico,paraatenderaoscaprichosegostosdaelite.Porisso
mesmo,apenasumapequenacamadad asociedadeamazônicapôde
beneficiar-sedasinovações.(...)esseperíodode crescimentoeconômico
eintensareorganizaçãodo espaçoentraemcrisedevidoàconcorrência
feitapelaborrachaproduzidanaÁsia.
Acrisefreouocrescimentodamaioriadascidades.Entretanto,
algumasnãosofreramtantocomessaquedadevidoàexistênciade
outrasatividadeseconômicas,comooplantiodejutanasvárzeasdo
Médio-Amazonaseoextrativismo dacastanha-do-pará,nosudeste
paraense.
MONTEIRO. Alcidema et. al. O Espaço Amazônico: sociedade & m

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O contexto em que ocorre u esta atividade foi a primeira


metade do século XI X até meados do s éculo XX. Iniciand o seu
cultivo no Vale do Rio Paraíb a do sul (começando na porç ão do
Rio de Janeiro) e depois expandind o-se para o oeste Paulis ta
chegando até o n orte do Paraná e sul de Minas Gerais (frentes
pioneiras), aproveitando-s e condições naturais favor áveis,
como: a descoberta de terr enos menos acidentad os e o solo d e
terra roxa.
A economia cafeeira foi obr a do capital m ercantil nacional
que vinha se desenvo lvendo aos poucos e ganhou notáve l
impulso com a abertura dos portos, e a transferência da corte
portuguesa para o Brasil (1808) e, mais tarde, com a
independência.
Houve neste momento a gr ande participação do ca pital
britânico, que financiou a infra- estrutura para o abasteci mento
do café, através de empréstimos financeiros, visando inc orporar
o Brasil como grande m ercado consumidor e fonte de matérias-
primas para a economia ingles a.
A migração em massa (principalmente d e italianos) foi a
solução encontrada pe la burguesia caf eeira para o grav e
problema da mão-de-obr a. Depois da proibiçã o do tráfico
negreiro, a Lei do V entre Livre (1871) e a Lei dos Sexag enário
(1885) sinalizavam a defin itiva abolição da escravatura, o que
ocorreu em 1888. Os cafeicultores tiveram um longo tempo para
organizar a substituiçã o da força de traba lho. Além do que em
1850 foi instituída a Lei de T erras, que acabou com o sistema de
simples doação e estab elecendo que a propriedade territ orial só
poderia ser adquirid a mediante procedim ento de compra e
venda. A terra, de simple s recurso natural passou a ser
mercadoria. Na verdade, a Lei de terras marca a transição d e
um regime em que os homens eram cativos para um regi me em
que os homens são livres, mas a terra é cativa.
A economia cafeeira modifi cou o espaço geográfico da
região (principalme nte de São Paulo), ou seja, h ouve grandes
transformações no espaço da produçã o, da circulação e das
idéias regionai s, havendo, assim, as cond ições para a tra nsição
de uma economia agro-e xportadora para um a economia urbano-
industria

Nos últimos decênios, o território conhece grandes mudanças em função de acréscimos


técnicos que renovam a sua materialidade, como resultado e condição, ao mesmo tempo, dos
processos econômicos e sociais em curso. SANTOS, M. SILVEIRA; M.L. O Brasil: território e
sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado). Este conteúdo
pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por
escrito. Todos os direitos reservados. Material de apoio do Extensivo Geografia Professor:
Claudio Hansen A partir da última década, verifica-se a ocorrência no Brasil de alterações
significativas no território, ocasionando impactos sociais, culturais e econômicos sobre
comunidades locais, e com maior intensidade, na Amazônia Legal, com a: a) Reforma e
ampliação de aeroportos nas capitais dos estados. b) Ampliação de estádios de futebol para a
realização de eventos esportivos. c) Construção de usinas hidrelétricas sobre os rios Tocantins,
Xingu e Madeira. d) Instalação de cabos para a formação de uma rede informatizada de
comunicação. e) Formação de uma infraestrutura de torres que permite a comunicação móvel
na região.

5. Com o desenvolvimento e maior exportação do Café, a economia brasileira modificou


bastante seus paradigmas sobre produção, causando uma modernização nas estruturas
econômicas, isso foi um impulso para o(a): a) Crescimento agropecuário. b) Processo de
industrialização. c) Adoção do ferroviarismo como modelo de carga. d) Desconcentração da
mão de obra que saiu dos grandes centros. e) Processo de terciarização da economia das
grandes metrópoles brasileiras. 6. “Ao se avaliarem as características da urbanização brasileira
em seu período mais recente, é importante considerar os efeitos do processo de
internacionalização da economia. [...] Uma das tendências desse processo é reforçar a
localização de atividades nas cidades “da região mais desenvolvida do país, onde está
localizada a maior parcela da base produtiva, que se moderniza mais rapidamente, e onde
estão as melhores condições locacionais.”” (Maria Luisa Catello Branco in As metrópoles e a
questão social brasileira. Rio de Janeiro: Revan, 2007. p. 101. Adaptado) A tendência mostrada
no texto: a) Dinamiza as redes urbanas em escala nacional. b) Dá origem à formação de
inúmeras metrópoles no interior do país. c) Reforça as desigualdades espaciais no Brasil. d)
Minimiza a histórica concentração de riqueza em espaços reduzidos. e) Destaca o papel das
metrópoles no contexto da globalização

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