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Luís Domingos Ferreira da Cunha

Educação Musical
3.ª e 4.ª Classes
Manual do Aluno
TÍTULO
Educação Musical 3.ª e 4.ª Classes

COORDENAÇÃO GERAL
Manuel Afonso | José Amândio F.Gomes | João Adão Manuel

AUTOR
Luís Domingos Ferreira da Cunha

CO-AUTORES
Albertino Aires Filipe Dos Santos
Gaspar Agostinho Neto

ILUSTRAÇÃO DA CAPA
Juques de Oliveira

EDITORA
Editora Moderna

PRÉ-IMPRESSÃO, IMPRESSÃO E ACABAMENTO


GestGráfica, S.A.

ANO / EDIÇÃO / TIRAGEM


2018 / 1.ª Edição / 800.000 Ex.

Registado na Biblioteca Nacional de Angola sob o n.º 2956/06

Município de Belas, Zona Verde, Rua 27, Casa S/N


Luanda – Angola

E-mail: geral@editoramoderna.com

© 2018 Editora MODERNA


Reservados todos os direitos. É proibida a reprodução desta obra por qualquer meio (fotocópia, offset, fotografia, etc.) sem
o consentimento escrito do INIDE, abrangendo esta proibição o texto, a ilustração e o arranjo gráfico. A violação destas regras
será passível de procedimento judicial, de acordo com o estipulado no Código dos Direitos de Autor.
Estimados Alunos, Professores, Gestores da Educação e Parceiros Sociais

A educação é um fenómeno social complexo e dinâmico, presente em todas as eras


da civilização humana. É efectivada nas sociedades pela participação e colaboração de
todos os agentes e agências de socialização. Como resultado, os membros das sociedades
são preparados de forma integral para garantir a continuidade e o desenvolvimento
da civilização humana, tendo em atenção os diferentes contextos sociais, económicos,
políticos, culturais e históricos.

Actualmente, a educação escolar é praticamente uma obrigação dos estados que


consiste na promoção de políticas que assegurem o ensino, particularmente para o
nível obrigatório e gratuito. No caso particular de Angola, a promoção de políticas
que assegurem o ensino obrigatório gratuito é uma tarefa fundamental atribuída ao
Estado Angolano (art. 21º g) da CRA1). Esta tarefa está consubstanciada na criação
de condições que garantam um ensino de qualidade, mediante o cumprimento dos
princípios gerais de Educação. À luz deste princípio constitucional, na Lei de Bases do
Sistema da Educação e Ensino, a educação é entendida como um processo planificado e
sistematizado de ensino e aprendizagem, visa a preparação integral do indivíduo para as
exigências da vida individual e colectiva (art. 2 n.º 1, da Lei nº 17/16 de 7 de Outubro).
O cumprimento dessa finalidade requer, da parte do Executivo e dos seus parceiros,
acções concretas de intervenção educativa, também enquadradas nas agendas globais
2030 das Nações Unidas e 2063 da União Africana.

Para a concretização destes pressupostos sociais e humanistas, o Ministério da


Educação levou a cabo a revisão curricular efectivada mediante correcção e actualização
dos planos curriculares, programas curriculares, manuais escolares, documentos de
avaliação das aprendizagens e outros, das quais resultou a produção dos presentes
materiais curriculares. Este acto é de suma importância, pois é recomendado pelas
Ciências da Educação e pelas práticas pedagógicas que os materiais curriculares tenham
um período de vigência, findo o qual deverão ser corrigidos ou substituídos. Desta
maneira, os materiais colocados ao serviço da educação e do ensino, acompanham
e adequam-se à evolução das sociedades, dos conhecimentos científicos, técnicos e
tecnológicos.

Neste sentido, os novos materiais curriculares ora apresentados, são documentos


indispensáveis para a organização e gestão do processo de ensino-aprendizagem,
esperando que estejam em conformidade com os tempos, os espaços e as lógicas dos
quotidianos escolares, as necessidades sociais e educativas, os contextos e a diversidade
cultural da sociedade angolana.

A sua correcta utilização pode diligenciar novas dinâmicas e experiências, capazes


de promover aprendizagens significativas porque activas, inclusivas e de qualidade,
destacando a formação dos cidadãos que reflictam sobre a realidade dos seus tempos e
espaços de vida, para agir positivamente com relação ao desenvolvimento sustentável
das suas localidades, das regiões e do país no geral. Com efeito, foram melhorados nos
anteriores materiais curriculares em vigor desde 2004, isto é, ao nível dos objectivos
educacionais, dos conteúdos programáticos, dos aspectos metodológicos, pedagógicos
e da avaliação ao serviço da aprendizagem dos alunos.

1
CRA: Constituição da República de Angola.
Com apresentação dos materiais curriculares actualizados para o triénio 2019-
2021 enquanto se trabalha na adequação curricular da qual se espera a produção
de novos currículos, reafirmamos a importância da educação escolar na vida como
elemento preponderante no desenvolvimento sustentável. Em decorrência deste
facto, endereçamos aos alunos, ilustres Docentes e Gestores da Educação envolvidos e
comprometidos com a educação, votos de bom desempenho académico e profissional,
respectivamente. Esperamos que tenham a plena consciência da vossa responsabilidade
na utilização destes materiais curriculares.

Para o efeito, solicitamos veementemente a colaboração das famílias, mídias,


sociedade em geral, apresentados na condição de parceiros sociais na materialização
das políticas educativas do Estado Angolano, esperando maior envolvimento no
acompanhamento, avaliação e contribuições de várias naturezas para garantir a oferta
de materiais curriculares consentâneos com as práticas universais e assegurar a melhoria
da qualidade do processo de ensino-aprendizagem.

Desejamos sucessos e êxitos a todos, na missão de educar Angola.

Maria Cândida Pereira Teixeira


Ministra da Educação
Índice

Introdução 7

Tema 1 - A VOZ E O RITMO 8 Tema 5 - EXPERIMENTAÇÃO,


O ritmo 8 IMPROVISAÇÃO, CRIAÇÃO E
O sapo 10 SÍMBOLOS MUSICAIS 40
As figuras musicais 12 A notação musical 40
As figuras e a sua subdivisão 13 As claves 42
A pausa musical 14 As notas musicais 43
As pausas e a sua subdivisão 14 As notas Dó, Ré e Mi 43
O compasso 15 As notas Fá e Sol 46
Compasso binário 16 As notas Lá e Si 49
Compasso ternário 18 Cânone 52
Compasso quaternário 20 (Toca o sino) Frère Jacques 52
Ficha avaliativa 22 Batem os sinos 53
Ficha avaliativa 54
Tema 2 - A DANÇA E O CORPO 24
Tema 6 - OS MEIOS SONOROS E 56
OS JOGOS DA MÚSICA
Tema 3 - INSTRUMENTOS
MUSICAIS 25
CANCIONEIRO 57
Instrumentos musicais 25
Instrumentos de sopro Índice do cancioneiro 58
(aerofones) 25
Instrumentos de percussão O pião 59
(membrafones/idiofones) 26 Coelho na toca 60
Instrumentos de cordas O sapo 61
(cordofones) 29 Angola 62
Ficha avaliativa 30 Noite feliz 64
Girar é tão bom 65
No reino animal 66
Tema 4 - O SOM 32 Maboque, malolo, ginguenga 68
Som 32 As rodinhas 70
Sons naturais 32 Rio, rio 71
Sons artificiais 33 Sei que ainda sou criança 72
Timbre 34 A mangonha 74
Intensidade 35 Passeio à Huíla 75
Crescendo e diminuendo 36 Se o sol já não brilha 76
Coelho na toca 36 Eu vou à escola 78
Altura 37 O pastorzinho 80
Ficha avaliativa 38 Festa no mar 81

5
Introdução

Caro professor / colega,

Música é a combinação harmoniosa de vários sons, produzidos por


vários instrumentos musicais.
A música é composta por melodia, ritmo e harmonia. A combinação destes
três elementos permite ao Homem exprimir de uma maneira profunda, atra-
vés da música, os seus sentimentos, ou descrever qualquer quadro da Natu-
reza.
Ela actua sobre a inteligência do Homem devido à sua capacidade de esti-
mular a reflexão, a observação, a percepção e a imaginação. Actua também
sobre as emoções, sentimentos e até mesmo sobre a vontade do Homem.

O presente Manual de Música visa despertar nas crianças o gosto pela


música, desenvolver as suas capacidades cognitivas, a sua percepção de
alguns fenómenos sociais, bem como, despertar nelas o interesse pela cultura
do nosso país.
Este manual visa ainda desenvolver nas crianças habilidades rítmicas e
capacidades expressivas da voz, ao mesmo tempo que vão adquirindo
conhecimentos sobre a teoria musical que lhes permitirá ter noções elemen-
tares no meio que os rodeia sobre os fenómenos naturais.

Encontram-se, neste Manual de Música, canções infantis angolanas e


estrangeiras. Estas vêm acompanhadas por uma pauta musical para facilitar
ao professor o ministrar das suas aulas, tanto teóricas como práticas.

Sendo continuação do Manual de Música da 1ª e 2ª classes, este manual,


que é destinado aos alunos da 3ª e 4ª classes, possui algumas no-
ções sobre a dança e alguns instrumentos musicais angolanos, com o intuito
de dar a conhecer aos alunos alguns aspectos da nossa cultura nacional.

Cabe ao professor orientar os alunos de uma forma gradual e progressiva,


ajudando-os a adquirir atitudes, hábitos e habilidades que se requerem na
Educação Musical.

O autor

7
Tema 1 - A VOZ E O RITMO

O ritmo

Quando colocamos o nosso ouvido no peito de um amigo ouvimos o seu


coração bater. O coração bate de uma forma regular.

O batimento pode ser rápido (quando corremos):

8
Normal (quando andamos):

Lento (quando estamos a descansar):

9
A esta repetição de batimentos chamamos ritmo, e podemos encontrá-lo em
muitos elementos da Natureza: ao respirar, ao andar, ao ouvir a chuva a cair.

O barulho do relógio O cão a andar Movimento das ondas

Na música, o ritmo é a organização dos sons, de uma forma regular que


nem sempre ouvimos, mas sentimos. Quando acompanhamos a música com
palmas, o batimento das mãos representa o ritmo da música, que, tal como
os batimentos do coração, pode ser rápido ou lento.

Actividade

• Canta uma canção acompanhando o ritmo com as


palmas das mãos.

O sapo
O sapo, o sapo, de cores bem alegres
Não tem, não tem, rabinho nem orelhas.
Crua crua crua quá quá quá quá.
Crua crua crua quá quá quá quá.
Crua.
Música Popular de Angola

2
4
O sa - po o sa - po de co - res bem a - le - gres não tem, não tem ra - bi - nho nem o -

re - lhas, cru - a cru - a cru - a qua qua qua qua Cru - a cru - a cru - a qua qua qua

qua cru - a

10
Actividade
• Completa as frases com as palavras, lento, normal
e rápido, de acordo com as imagens.

Ritmo Ritmo

Ritmo Ritmo

11
As figuras musicais

As figuras musicais são símbolos que se usam na música para representar


as notas musicais. As figuras musicais são: a semibreve, a mínima e a semí-
nima.

Semibreve

A senhora Semibreve é gorda e gosta de comer doces.

Mínima

A senhora Mínima gosta de andar de sapatos brancos.

Semínima

A senhora Semínima gosta de andar de sapatos pretos.

12
As figuras têm um valor de duração que podemos comparar a uma laranja.

Se tivermos uma laranja e a dividirmos ao meio, teremos duas metades.

semibreve mínima mínima

A laranja será igual à semibreve e cada uma das metades, igual à mínima.

Se voltarmos a dividir estas metades de laranja, teremos as semínimas.

mínima semínima semínima

A semínima vale a metade do valor da mínima.

AS FIGURAS E A SUA SUBDIVISÃO

uma semibreve

vale

duas mínimas Uma mínima vale


1/2 da semibreve.
ou

quatro semimínimas Uma semínima vale


1/2 da mínima
e 1/4 da semibreve.

13
A pausa musical

Na música, por vezes somos obrigados a parar para descansar. Quando


isso acontece, usamos as pausas, que são figuras musicais que representam
o silêncio: durante um determinado momento não tocamos nem cantamos.

Cada pausa tem um valor de duração determinado e corresponde a uma


figura musical.

Temos a pausa da semibreve, que se escreve por baixo da quarta linha da


pauta:

A pausa da mínima, que se escreve por cima da terceira linha da pauta:

E a pausa da semínima, que se escreve entre a segunda linha e a quarta


linha da pauta:

AS PAUSAS E A SUA SUBDIVISÃO

Pausa da semibreve

Pausa da mínima

Pausa da semínima

14
O compasso

O compasso é o elemento da música que ordena o andamento da música.


O comboio tem várias carruagens que levam, cada uma, um número limita-
do de passageiros.
Se compararmos a música com um comboio, cada carruagem representa
um compasso. Logo, cada compasso deve ter também um número limitado
de figuras de notas musicais.

Os compassos são representados por uma fracção colocada no princípio


da pauta, depois da clave, e faz-se da seguinte forma:
2 que representa

Por exemplo, quer dizer que temos 2 semínimas para cada compasso,
ou o valor corresponde a 2 semínimas.
Os compassos simples mais usados são: Binário → , Ternário → e Qua-
ternário → .

Para se marcar os compassos indicando a divisão dos tempos com o movi-


mento da mão, segue-se este esquema:
2 3 4

2 3

2
1 1 1
Compasso Compasso Compasso
binário ternário quaternário

O tempo mais forte é o primeiro e o mais acentuado.


A separação dos compassos é feita por traços verticais a que chamamos
barras de compasso.
No fim dos compassos, encontramos dois traços que simbolizam o fim da
música.
barra de compasso

15
COMPASSO BINÁRIO

O compasso binário representa-se da seguinte forma:

O compasso binário indica que em cada compasso só deve haver duas


semínimas ou figuras equivalentes a elas.

Actividade

• Copia o compasso.

Actividade

• Completa os compassos.

16
Actividade

• Completa os compassos binários.

a) 2

b)
2

Actividade

• Separa os compassos com as barras de compasso.

Actividade

• Bate os ritmos com a palma das mãos.

a) 2

b) 2

17
COMPASSO TERNÁRIO

O compasso ternário representa-se da seguinte forma:

Vê como se representa na pauta o compasso ternário, com a clave, a indi-


cação do compasso, as barras e as notas.

3
4

O compasso ternário indica que em cada compasso só deve haver três


semínimas ou notas equivalentes às três semínimas.

18
Actividade

• Copia o compasso.

Actividade

• Completa os compassos ternários.

a) 3

b) 3

Actividade

• Coloca as barras divisórias do compasso ternário.

19
COMPASSO QUATERNÁRIO

O compasso quaternário representa-se da seguinte forma:

Vê como se representa na pauta o compasso quaternário, com a clave, a


indicação do compasso, as barras e as notas.

4
4

O compasso quaternário indica que em cada compasso só deve haver


quatro semínimas ou notas equivalentes às quatro semínimas.

20
Actividade
• Copia o compasso.

Actividade

• Completa os compassos quaternários.

a) 4

b) 4

Actividade

• Coloca as barras divisórias do compasso, de acordo


com o compasso quaternário.

21
Actividade

O nosso coração bate com ritmos diferentes, de acordo com a actividade


que praticamos.

1. Completa a frase, usando as palavras lento, normal ou rápido, de acor-


do com o ritmo do nosso coração.

Quando corremos, o ritmo é:

Quando andamos, o ritmo é:

Quando descansamos, o ritmo é:

22
2. Preenche os espaços com as figuras correspondentes.

= + + = +

= + = +

3. Preenche os compassos.

4. Diz de que compassos se trata.

5. Liga cada uma das pausas às suas figuras respectivas.

• •

• •

• •

23
Tema 2 - O CORPO E A DANÇA

A dança é uma sequência de movimentos corporais ritmados, geralmente


acompanhados de música.
Em Angola existem vários tipos de danças que diferem de uma região para
outra.

• Rebita ou Masemba: É uma dança cerimoniosa da região de Luanda e


Malanje. É uma dança de salão, onde os pares dançam em roda trocando os
pares. Esta dança caracteriza-se principalmente pelo encontro dos corpos do
par dançarino na zona do umbigo (umbigada). As mulheres trajam panos e
os homens smoking.

• Zindunga: É uma dança ritual de Cabinda que


tem como objectivo repelir o Mal, zelar pelas leis
morais e sociais e castigar os desvios dos usos e
costumes. A zindunga é uma dança composta por
nove elementos mascarados e vestidos com folhas
secas de bananeira.

• Cazucuta (confusão): É uma dança carnavales-


ca de Luanda, que é caracterizada por movimentos
desordenados do corpo. Esta dança foi difundida
pelo carnavalesco Cabocomeu.

24
Tema 3 - INSTRUMENTOS MUSICAIS

A música e a dança são, desde há muito tempo, uma das principais formas
utilizadas pelo Homem para celebrar acontecimentos importantes ou para
expressar os seus sentimentos.
Os sons produzidos pela Natureza e pelo próprio Homem terão contribuído
para o inspirar a produzir música. Batendo as mãos e os pés, os homens que
viveram em épocas mais antigas produziam sons ritmados. Mais tarde, pas-
saram a acompanhar as suas danças com pancadas em objectos, como a
madeira, primeiro de uma forma simples e depois de uma forma mais bem
elaborada.
A música foi-se desenvolvendo ao longo dos tempos, tal como a dança e
os instrumentos musicais.
Com o passar do tempo foram surgindo novas danças, novos instrumen-
tos, bem como novos ritmos musicais.
Cada povo possui os seus estilos próprios de cantar e dançar.
A música e a dança são das principais formas de manifestação da cultura
de um povo.

Instrumentos musicais

Instrumentos musicais são aqueles que emitem um som com o qual, de


uma maneira ritmada, se pode fazer música.
Certos objectos que produzem sons podem ser utilizados como instrumen-
tos musicais. Por exemplo uma lata, um banco ou a mesa da tua carteira.

Os instrumentos musicais podem ser de sopro (aerofones), percussão


(membrafones) e de corda (cordofones).

INSTRUMENTOS DE SOPRO (AEROFONES)


São aqueles que são tocados através de sopro.
• Mpungi (trombeta): É um instrumento de sopro (aerofone) de origem
bakongo. É feito de madeira ou osso e para o tocar usam-se as duas mãos,
soprando pelo bocal.

25
Outros instrumentos aerofones:

A flauta doce O saxofone


INSTRUMENTOS DE PERCUSSÃO (MEMBRAFONES/IDIOFONES)
São aqueles que são tocados com as mãos ou baquetas, através de panca-
das ritmadas. Os instrumentos de percussão não têm um som determinado.
Existem dois tipos de instrumentos musicais de percussão: os membrafones
e os idiofones.

Membrafones
• Ngoma (batuque): É usado em várias
regiões do sudoeste de Angola, nas festas popu-
lares e tradicionais. É feito a partir do tronco
escavado de uma árvore e a abertura é coberta
normalmente com pele de antílope.

• Civungu (tambor): É um instrumento usado


na região das Lundas Norte e Sul, no acompa-
nhamento do batuque. Tem a forma de um trapézio
construído a partir de um só bloco de madeira.
Emite um som cavo e ressonante que dizem imitar
o ronco de um hipopótamo. Toca-se por meio de
baquetas, que são feitas com borracha virgem.

• Reco-reco: Instrumento usado por quase


todos os povos de Angola. O reco-
-reco é feito por uma vara de bordão. Toca-se
friccionando a baqueta no reco-reco.

26
Idiofones
• Marimba: é um instrumento musical
muito usado em várias regiões de Ango-
la, com predominância na província de
Malanje. Entre o povo tchokwé, este instru-
mento é chamado ndjimba. A marimba
é composta por um conjunto de cabaças
sobre as quais assentam as teclas de
madeira. É tocado com baquetas.

• Quissange: Instrumento usado por vários


povos de Angola. É feito de madeira e as teclas
são de ferro assentes num travessão. O quissan-
ge é tocado com os polegares.

Outros instrumentos de percussão:

Os pratos

O sango (chocalho)

O triângulo

27
O tambor é um membrafone (batuque).

Actividade

• Vamos fabricar um tambor.

Material necessário:
• Uma lata sem tampa
• Papel
• Lápis
• Tesoura
• Tinta
• Pincel
• Cola
• Água
• Quatro (ou mais) elásticos
• Um círculo de tecido maior do que a
tampa da lata ou um plástico forte
• Duas canas
• Dois quadrados de tecido com 5 cm de largura
• Dois elásticos

Como fazer:
1 – Limpa a lata muito bem, por dentro e por fora.
2 – Desenha vários triângulos ou outras figuras para uma folha de papel,
recorta-os e pinta-os de várias cores.
3 – Cola as figuras recortadas na lata, dando-lhe um ar mais bonito.
4 – Se tiveres tintas próprias para pintar metal, também podes pintar a lata,
em vez de colares as figuras.
5 – Recorta dois círculos em papel ou plástico, maiores do que a tampa da
lata, e coloca-os sobre a abertura da lata e prende as folhas ou o teci-
do com os elásticos.

O teu tambor está pronto!

As baquetas:
Faz duas bolinhas de papel e espeta uma cana em cada bola, prenden-
do tudo com um elástico.
Já podes tocar o teu tambor!

28
INSTRUMENTOS DE CORDAS (CORDOFONES)
São aqueles cujo som se obtém através da fricção das suas cordas (dedi-
lhadas ou friccionadas), como é o caso, por exemplo da viola, do violino, do
hungo e da harpa.
• Kakoxi (viola): É um instrumento de corda
de origem ambundu. É composto por uma
caixa-de-ressonância em madeira e cordas.

• Hungo: É um instrumento musical carac-


terístico da região sul de Angola. Na Huíla é
chamado xikomba. O hungo ou xikomba é
feito de madeira, fio metálico e cabaça de
abóbora. O som é produzido batendo a ba-
queta no fio.

Outros instrumentos de cordas:

O violino

A guitarra
O piano

29
Actividade

1. Completa o quebra-cabeças.
2. Desenha dois dos instrumentos típicos de Angola.

Nome do instrumento:

Nome do instrumento:

31
Tema 4 - O SOM

Som

Já reparaste na quantidade de sons que te rodeiam?


O son da chuva, dos pássaros e do galo a cantar, das quedas de água,
das ondas do mar a baterem.
A tudo o que produz som chamamos fonte sonora.

Actividade

• Diz alguns sons musicais que conheces.

SONS NATURAIS

Todos estes são sons da Natureza ou sons naturais porque são produzidos
por elementos da Natureza.
Também existem os sons que não são produzidos por elementos da Natu-
reza, como o som do comboio, o som do relógio e o do motor de um carro.

32
SONS ARTIFICIAIS

A todos estes sons chamamos sons artificiais, porque são produzidos por
objectos fabricados pelo Homem.
Actividade

• Faz uma lista dos sons artificiais e naturais que


ouves a caminho da escola.

33
Timbre

Cada um dos teus colegas tem uma voz diferente da dos outros colegas e
que permite identificá-lo. Por exemplo:

A voz do Kileba é diferente da voz da Uassamba.

O mesmo acontece com os animais ou outros elementos que produzem som.

O som produzido pelo galo é diferente do som produzido pelo pato.

O som produzido pelo cão é diferente do som produzido pelo gato.

Podemos ver que os sons que os elementos da Natureza produzem são to-
dos diferentes. Cada um tem uma característica própria que nos permite dife-
renciá-lo dos outros elementos iguais ou diferentes de si.

A esta característica que nos permite identificar os sons chamamos timbre.

34
Intensidade

Quando conversamos com um


amigo e não queremos que os
outros ouçam, falamos baixo.

Quando estamos na sala de


aula, não devemos falar nem muito
alto nem muito baixo.

Quando estamos distantes da pessoa com quem conversamos, falamos


alto para que ela nos possa ouvir.

Na música, usamos vários sinais para mostrar quando devemos cantar e


tocar alto, baixo ou normal.

A estes sinais chamamos sinais de intensidade.


Um som fraco diz-se pianíssimo e representa-se pelas letras pp.
Um som normal diz-se piano e representa-se pela letra p.
Um som forte diz-se forte e representa-se pela letra f.

35
Crescendo e Diminuendo

Já reparaste que o som da sirene de uma ambulância aumenta ou torna-se


mais audível à medida que ela vai se aproximando de nós? E depois que ela
passa por nós e se afasta, o som da sirene vai diminuindo ou tornando-se
menos audível?

Na música é necessário variar a intensidade do som, por isso usamos os


sinais crescendo e diminuendo.

Crescendo significa que o som vai aumentando gradualmente de volume.

Diminuendo significa que o som vai diminuindo gradualmente de volume.

Actividade

• aprendemos.
Canta a canção usando os sinais de intensidade que

Coelho na toca
Coelho na toca já está a dormir.
Coitadinho está doente já não pode saltar.
Coelho salta.
Coelho salta.
Coelho salta.
Música Popular Angolana

2
4
está do - en - te
Coe - lho na to - ca já
está a dor - mir. Coi - ta - di - nho

já não po - de mais sal - tar. Coe - lho sal - ta, coe - lho sal - ta, coe - lho sal - ta.

36
Altura

Uma das características do som é a altura, porque é através dela que


podemos distinguir os sons agudos, médios e graves.
Se comparares a voz do teu pai com a voz da tua mãe, verás que não são
iguais. A voz do teu pai é mais grave (grossa ou baixa) que a voz da tua mãe,
que é aguda (fina ou alta). Os teus amigos também não têm vozes iguais.
Uns têm a voz fina, outros têm a voz grossa e outros têm a voz intermédia,
quer dizer, nem fina, nem grossa.

Actividade
• Vê se consegues distinguir a altura dos sons.

Som Som

Som Som

37
Actividade

1. Completa o quebra-cabeças com os sons produzidos pelas fontes sonoras.

Sons:
MÉEE
MIAU
PIU PIU
TIC TAC
TUM TUM

38
2. De acordo as figuras e com os sons que elas produzem, usa os sinais F,
P e pp para definir a intensidade do som.

39
Tema 5 - EXPERIMENTAÇÃO, IMPROVISAÇÃO,
CRIAÇÃO E SÍMBOLOS MUSICAIS

A notação musical

A notação musical é um sistema de escrita musical que os músicos usam


para escrever as músicas.

Pauta musical
A pauta musical, ou pentagrama, é formado por 5 linhas horizontais e 4
espaços paralelos às linhas.
É na pauta musical que se escrevem as músicas, sobre as linhas ou espaços.

Pauta musical

As linhas e os espaços da pauta contam-se de baixo para cima.

5
4 4
3
Cinco linhas Quatro espaços
3
2 2
1 1

Como a pauta musical não é suficiente para escrever todas as notas musi-
cais, usam-se as linhas suplementares para escrever as notas ou sons que
não cabem nas cinco linhas e nos quatro espaços.

Linhas e espaços suplementares superiores

Linhas e espaços suplementares inferiores

As linhas e os espaços suplementares são:


- Superiores – se estão por cima da pauta.
- Inferiores – se estão por baixo da pauta.

40
Actividade
• Passa por cima das linhas para desenhares a pauta
musical.

a)

b)

Actividade
• Escreve o nome do conjunto de cinco linhas e
quatro espaços.

É a .

Actividade
• Escreve e numera as linhas e os espaços da pauta
musical.

São linhas. São espaços.

41
As claves

A clave é um símbolo da escrita musical que tem como função dar nome
às notas.
Aprenderemos duas claves, que são:

Clave de Sol Clave de Fá

A clave de Sol escreve-se na 2.a A clave de Fá escreve-se na 4.a


linha. linha.

Actividade
• Passa por cima das linhas para desenhar as claves.

Clave de Sol

Clave de Fá

42
As notas musicais

Para escrever música usaremos as figuras musicais que, quando são colo-
cadas na pauta, ganham um nome: nota musical.

Existem sete notas musicais. É com elas que se escrevem as músicas.

AS NOTAS DÓ, RÉ E MI

O Dó é a primeira nota musical.


Escreve-se na primeira linha suplementar
inferior.

Ré é a segunda nota musical.


Escreve-se por baixo da primeira linha.

43
Mi

mi

Mi é a terceira nota musical.


Escreve-se na primeira linha.

Actividade
• Solfeja as notas que aprendeste.

1 4
4
Dó Ré Mi Ré Dó Dó Ré Eu já sei can - tar

2
Mi Ré Mi Ré Dó Mi Dó Mi Ré Mi Ré Dó

24
Mi - Ré - Dó Estás a ver são três sons a des - cer

Dó Ré Mi Dó Ré Mi são três sons a su - bir

44
Actividade
• Desenha as notas musicais que aprendeste.

a) Nota Dó

b) Nota Ré

C) Nota Mi

Actividade
• Liga as figuras aos nomes certos.

Pausa da mínima

Clave de Sol

45
AS NOTAS FÁ E SOL
Nesta lição vais aprender as novas notas musicais que são o fá e o sol.



Sol
Fá é quarta nota musical.
Escreve-se no primeiro espaço.

sol

sol

Sol é a quinta nota musical.


Escreve-se na segunda linha.

Actividade
• Solfeja as notas que aprendeste.

24
Fá Sol faz sol lá na mi - nha hor ta
lá, lá, lá (etc.)

Sol Fá Sol Fá Sol Fá Sol Fá Sol Fá


lá, lá, lá (etc.)

Sol Sol Fá Sol Sol Fá Fá Sol Sol Fá

46
Actividade
• Desenha as notas musicais que aprendeste.

Nota Fá

Nota Sol

Actividade
• Liga as figuras aos nomes certos.

Sol

Mi

47
Actividade
• Solfeja as notas aprendidas até agora.

44
Dó Ré Mi Fá Sol Sol Sol Eu já sei can - tar o Sol
Lá, Lá, Lá, (etc.)

Sol Fá Mi Ré Dó Ré Gos - to de can - tar Ré

Sol Fá Mi Ré Dó Ré Dó Mi Sol Mi Dó

Dó Ré Dó Ré Mi Fá Mi Fá Sol Sol Sol Sol Fá Mi Ré


lá, lá, lá, (etc.)

Sol Fá Mi Ré Dó Mi Sol Mi Dó

Dó Ré Mi Ré Mi Fá Mi Fá Sol Sol Sol Fá Mi Ré Dó


lá, lá, lá, (etc.)

48
AS NOTAS LÁ E SI
Até agora aprendeste cinco notas musicais que são: dó, ré, mi, fá e sol.
Falta-te aprender mais duas notas musicais que são as seguintes: lá e si.



Lá é a sexta nota musical.
Escreve-se no segundo espaço.
Si

si

si
Si é a sétima nota musical.
Escreve-se na terceira linha.

Actividade
• Solfeja as notas que aprendeste.

44
Lá Si Lá Si Eu vou can - tar Lá Si Lá
lá, lá, lá, (etc.)

Si Lá Si Lá Eu vou dan - ar Si Lá Si

Si Lá Si Lá To - ca o si - ni - nho Dlim Dlom

Dlim Dlom To - ca sem pa - rar Dlim Dlom Dlim

49
Agora já conheces as sete notas musicais.

Actividade
• Copia as sete notas para a pauta.

Actividade

Todas as notas musicais juntas formam a escala de Dó maior.

Se observares as notas em ordem, verás que elas parecem subir e descer


uma escada.

Algumas notas musicais aparecem nas linhas e outras nos espaços.

As notas que encontramos nas linhas são:

dó mi sol si

As notas que encontramos nos espaços são:

ré fá lá

50
Actividade
• Vamos solfejar.

44
Dó, Ré, O Zé Dó, Ré, Mi, Vem da - li já brin - car
A, a, a, a (etc.)

Dó, Ré, Mi, Fá, Diz o meu pai Dó, Ré, Mi, Fá, cho - va ou fa - ça
A, a, a (etc.)

sol vou can - tar o Dó Sim vou can - tar o Dó

Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Sol, Eu já sei can - tar Sim Lá, Sol, Fá, Mi
A, a, a (etc.)

Ré, Fá, Lá, Fá, Dó

51
Cânone

Quando cantamos ou gritamos próximo de um obstáculo, ouvimos o eco,


que é a repetição daquilo que dissemos. Assim também acontece quando can-
tamos em cânone.

O cânone é uma forma de composição musical em que a melodia é iniciada


por uma voz que é reproduzida por várias outras vozes.

O cânone pode ser cantado ou tocado por dois, três ou mais grupos de
pessoas intercalados.

Actividade
• Pratica com este cântico em cânone.

Toca o sino (Frère Jacques)


(original francês: Frère Jacques / versão inglesa: Brother John)

2
1 2

4
Ain - da dor - me ain - da dor - me Frei Jo - ão Frei Jo - ão já to - cou o si - no
Frè - re Jac - ques frè - re Jac - ques dor - mez vous dor - mez vous son - nez les ma - ti - nes
Are you slee - ping are you slee - ping bro - ther John bro - ther John mor - ning bells are ring - ging

já to - cou o si - no dlim dlim dlão dlim dlim dlão


son - nez les ma - ti - nes ding dang dong ding dang dong
mor - ning bells are ring - ging ding dang dong ding dang dong

52
Batem os sinos

3
1 2 3

4
Ba - tem os si - nos na be - la ma - nhã:

coro

dang dong ding dang dong ding dang dong ding dang.

Quando tiverem cantado os três grupos, repetirão o coro, terminando todos


ao mesmo tempo.

53
Actividade

1. O Célio rega o canteiro da avó, que tem vários tipos de flores, com
nomes musicais.
Diz o nome de cada flor que há no jardim da avó do Célio.

54
2. Desenha e escreve o nome das notas musicais.

No espaço

Na linha

3. Desenha e escreve a escala de Dó maior.

A escala de Dó maior

4. Desenha as claves que aprendeste.

Clave de Sol

Clave de Fá

55
Tema 6 - JOGOS E FOLCLORE

Joga aqui no livro.


Usa marcas diferentes para cada jogador (pedrinhas, feijões, botões, etc.).
Com um dado, escolhe quem começa (é quem tirar o valor mais alto),
depois o jogo segue pelos jogadores que estão à direita.
Segue os valores indicados pelo dado e cumpre as regras do jogo.
Ganha o primeiro a calhar na casa «chegada».

Actividade
• Constrói este jogo numa cartolina grande.
Joga com os amigos.

PARTIDA

Regras do jogo:

Fez muito barulho:


recua 2 casas.
Aumentou a velocidade:
CHEGADA recua 1 casa.
Fez pouco barulho:
avança 1 casa.
Diminuiu a velocidade
na curva: avança 1 casa.
Avança 2 casas.
Fica uma vez sem jogar.
Ré: recua 1 casa.

56
CANCIONEIRO

57
Lista das canções

O pião 57

Coelho na toca 58

O sapo 59

Angola 60

Noite feliz 62

Girar é tão bom 63

No reino animal 64

Maboque, malolo, guinguenga 66

As rodinhas 68

Rio, rio 69

Sei que ainda sou criança 70

A mangonha 72

Passeio à Huíla 73

Se o sol já não brilha 74

Eu vou à escola 76

O pastorzinho 78

Festa no mar 79

58
O PIÃO

Eu tenho um pião, um pião que dança.


Eu tenho um pião, mas não to dou, não.

Gira que gira o meu pião,


Mas não to dou nem por um tostão.

Eu tenho um pião, um pião que dança.


Eu tenho um pião, mas não to dou, não.

M. C. Diogo

O pião

2
4
Fim

Eu te -nho um pi - ão, um pi - ão que dan - ça. Eu te -nho um pi - ão mas não to dou não.

D. Capo
Gi - ra que gi - ra o meu pi - ão mas não to dou nem por um tos - tão. Al FIN

59
COELHO NA TOCA

Coelho na toca já está a dormir.


Coitadinho está doente já não pode saltar.
Coelho salta.
Coelho salta.
Coelho salta.
Música Popular Angolana

Coelho na toca

2
4
está do - en - te
Coe - lho na to - ca já
está a dor - mir. Coi - ta - di - nho

já não po - de mais sal - tar. Coe - lho sal - ta, coe - lho sal - ta, coe - lho sal - ta.

60
O SAPO

O sapo, o sapo, de cores bem alegres


Não tem, não tem, rabinho nem orelhas.
Crua crua crua quá quá quá quá.
Crua crua crua quá quá quá quá.
Crua.
Música Popular Angolana

O sapo

2
4
O sa - po o sa - po de co - res bem a - le - gres não tem, não tem ra - bi - nho nem o -

re - lhas, cru - a cru - a cru - a qua qua qua qua Cru - a cru - a cru - a qua qua qua

qua cru - a

Sugestão: Os alunos poderão, enquanto cantam, fazer gestos imitando os


sapos a saltar.

61
ANGOLA

Angola
Oh! Minha Angola como és tão linda,
Olhar p’ra ti é um encanto.
A Natureza é bela e sorri para ti.
Oh! Angola da minha infância.
De Cabinda ao Cunene, que beleza!
Terra do meu coração.
Do mar ao leste que firmeza,
Um dia a guerra será ficção.
Avante, Angola, Pátria minha amada,
Tão sofrida, maltratada.
Os teus filhos sendo teus
Também são da África.
Palmira Webber

62
Angola

44
co - mo és tão lin - da p'ra ti um en - can -
Oh mi - nha An - go - la O - lhar é

e - sor - ri mi
to be - la pa - ra ti Oh An - go - la da - nha in
A Na - tu - re - za é

Cu - ne - ne Ter - ra do meu co -
- fân - cia de Ca - bin - da ao
que be - le - za

- ra - mar ao les - te
do que fir - me - za um di - a a
ção

guer - ra se - rá
fic -
ção.

63
NOITE FELIZ

Noite Feliz, Noite de Paz


Dormem todos em redor;
Em Belém Jesus nasceu,
Rei da Paz, da Terra e céu.
Nosso Salvador
É Jesus Senhor.

Rei da Paz, Rei de Amor!


Deste mundo o Senhor;
Vinde, todos, Lhe pedir
Sua graça p’ra servir.
Nosso Salvador
É Jesus Senhor.

Noite Feliz

34
Noi - te Noi - te todos dor em Be -
Fe - liz de Paz dor - mem em re -

Je - sus nas - ceu, Rei da Ter - ra e céu. Nos - so


Paz, da
- lém

Sal - va - dor É Je - sus


Se - nhor.

Sugestão: A canção pode ser dramatizada. Escolher dois alunos para dra-
matização, enquanto as outras crianças cantam.

64
GIRAR É TÃO BOM

Girar, girar, girar,


girar é tão bom!
Escolhe a menina para você!
Escolhe a menina para você!
Escolhe a menina para você,
para ficar é bom.
Música Popular de Angola

Girar é tão bom

44

Sugestão: Os meninos podem fazer uma roda, enquanto cantam.

65
NO REINO ANIMAL

No reino animal existem muitos bichinhos.


Macaco, o artista, ensinando os seus filhinhos.
Saltar de galho em galho, oh, que turma divertida!
Com tanta brincadeira nunca perdem uma partida!

Salta aqui, salta ali, oh, que grande confusão!


Pula aqui, pula ali, se não vais parar p’ro chão!

E na lagoa grande senhor sapo, o professor,


Que na sua linguagem ensina o B, A, Ba.
E num coaxar ruidoso repetem todos juntinhos.
Oh, que linda brincadeira aprender esta lição.

Debaixo do imbondeiro está deitado o rei leão,


Que dorme sua soneca depois de uma refeição.
A esposa caçadora entretém sua ninhada.
Oh, que vida divertida lá no reino animal.
Palmira Webber

66
No reino animal

44 A E7

No Rei - no a - ni - mal e - xis - tem mui - tos bi - chi - nhos ma - ca - cos en - si

A D A

nan - do o ar - tis - ta a sal - tar de ga-lho em ga - lho oh que tur - ma di - ver - ti - da com tan - ta

E7 A E7

brin - ca - dei - ra nun - ca per - dem a par - ti - da sal - ta aqui sal - ta ali

A E7 A

Oh que gran - de con - fu - são pu - la aqui pu - la ali se não vais pa - rar no chão

A E7 A E7

sal - ta aqui sal - ta ali, oh que gran - de con - fu - são pu - la aqui pu - la ali se não

vais pa - rar no chão

67
MABOQUE, MALOLO, GINGUENGA

Não nos procurem por mares, crescemos em toda a selva,


somos pouco conhecidos por sermos regionais.
Se viajas para conhecer coisas da nossa terra
ao passar por nossa casa, não deixes de nos provar.

Malolo, maboque, ginguenga, 2 vezes


frutos silvestres somos

Eu sou malolo, minha planta é pequenina,


madura sou molezinho e tenho pele amarela.

Eu sou maboque, cresço em arbustos médios,


meu corpo apresenta fendas e me envolve dura casca.

Eu sou ginguenga, minha planta é pequenina,


madura sou vermelhinha, meu corpo cheio de sementes,
fibrosa, sumarenta e ácida, dou bebida fermentada.
As Gingas do Maculusso (Rosa Roque)

68
Maboque, malolo, ginguenga

69
AS RODINHAS

Numa folha do meu caderno


eu fiz muitas rodinhas.
As rodinhas ficaram bonitas
chamei-as de bolinhas.
Pus uma perninha em cada bolinha
ficou feita a letra A.

As rodinhas

6
8
Nu - ma fo - lha do meu
ca - der - no As ro -
eu fiz mui - tas ro - di - nhas.

di - nhas fi - ca - ram bo - ni - tas


cha - mei - as de bo - li - nhas

Pus u - ma per - ni - nha em ca - da


bo - li - nha fei - ta a le - tra A.
fi - cou

70
RIO, RIO

Que grande se vê o rio,


extenso se vê o mar.

}
Se aumenta o meu pranto
2 vezes
como grato não hei-de estar.

Rio, rio, rio, rio


Não te afastes rio, rio...
Não te afastes rio, rio...
Que eu me canso de esperar...

Que triste sussurra o vento,


parece nada escutar.

}
Se não falas, ai que pena
como triste não hei-de estar. 2 vezes

Rio, rio...

Rio, rio

71
SEI QUE AINDA SOU CRIANÇA

Sei que ainda sou criança tenho muito que aprender,


mas quero ser criança, quando eu crescer
Nosso mundo é um brinquedo com pecinhas para unir
Ele será todo seu se você pensar assim

Coro:
Vamos construir uma ponte em nós,
Vamos construir p’ra ligar teu coração ao meu
Com o amor que existe em nós.

E você que é gente grande também pode aprender


Que amar é importante p’ra o meu mundo e para seu
Mas eu tenho a esperança de você ser meu amigo
De voltar a ser criança p’ra você ficar comigo.

Tudo que se sonha com amor se pode conseguir


E tudo é assim é assim a gente fica muito mais feliz.

72
Sei que ainda sou criança

44
Sei que a - in - da sou cri - an - ça Te - nho mui - to que apren - der Mas

44
Nos-so mun-do um brin-que do com pe
Que - ro ser cri - an - ça Quan - do eu
cres - cer

ci - nhas para u - nir E - le se - rá to - do teu se vo - cê pen - sar as - sim sim

Va - mos cons - tru - ir u - ma pon - te em nó - ó ós Va - mos cons - tru

ir pra li - gar teu co - ra - ção ao meu com o a - mor que e - xis te em nós

73
A MANGONHA

De cantar não tenhas vergonha.


Levanta, não faças mangonha.

A mangonha faz xixi na cama


Atrasa na escola, não aprende a lição.

Berenice Rocha

A mangonha

74
PASSEIO À HUÍLA

Eu fui às quintas da Huíla


e comi lá muita fruta
Vi um rapaz no caminho
vendendo frutas aos montinhos.

Pêras, pêras, pêras e maçãs


2 vezes
bananas, laranjas, morangos e romãs

E numa grande montanha (da Leba)


vi uma linda estrada
estrada que vai para o Namibe.
Ai que bom ver as cascatas.
Alice Berenguel

Passeio à Huíla

Sugestão: O professor poderá dividir a turma em dois grupos, um de meninas


e outro de rapazes, em que estes poderão ter uma cestinha com frutos para
oferecer às meninas.

75
SE O SOL JÁ NÃO BRILHA

Se o sol já não brilha tanto e o mar já não te abraça assim,


Se o sol já não brilha tanto e o mar está tão longe de ti.

Eu estou aqui, sou teu amigo, sou a tua manhã de cacimbo,


Estou aqui, sou teu, sou teu amigo, sou p’ra ti a manhã...

Porque o sol já não brilha tanto e o mar está tão longe de ti


O sol já não brilha tanto e o mar está tão longe de ti,

Eu estou aqui, sou teu amigo, sou a tua manhã de cacimbo,


Estou aqui, sou teu, sou teu amigo, sou p’ra ti a manhã...

Porque o sol já não brilha tanto e o mar está tão longe de ti...

Beto Gurgel

76
Se o sol já não brilha

44
Se o sol já não bri - lha tan - to e o mar

44
já - não te a - bra - ça as - sim Se o sol já não bri - lha

44
tan to e o mar está tão lon - ge de ti

4
4
Eu - estou a - qui sou teu a - mi - go

4
4
sou a tu - a ma - nhã de ca - cim - bo

44
Estou a qui sou teu sou teu a - mi

44 1

go sou p’ra ti a ma - nhã Por

44 2
D.S. ao fim

que o sol já não bri - lha de ca - cim - bo

77
EU VOU À ESCOLA

Hoje eu vou p’ra escola aprender a contar.


Hoje eu vou p’ra escola, aprender a contar.
Tenho caderno na sacola dez lápis p’ra afiar.
Tenho caderno na sacola, e dez lápis p’ra afiar.

Vou fazer novos amigos companheiro p’ra brincar,


escrever e fazer contas p’ra depois não me enganar.

Confesso que estou nervosa, pois é um dia diferente,


tanta coisa p’ra aprender, tantos anos pela frente,
tanta coisa p’ra aprender, tantos anos pela frente.

Nós viremos sempre à escola com vontade de aprender.


Bem felizes e alegres e a todos agradecer.

Confesso que estou nervosa, pois é um dia diferente.


tanta coisa p’ra aprender, tantos anos pela frente,
tanta coisa p’ra aprender, tantos anos pela frente.

Vou fazer novos amigos companheiros p’ra brincar,


escrever e fazer contas p’ra depois não me enganar.

Nós viremos sempre à escola com vontade de aprender,


Bem felizes e alegres e a todos agradecer.
Alice Berenguel/Diogo Sebastião

78
Eu vou à escola

44
Ho - je eu vou p’ra es - co - la a - pren - der a con - tar

44
Ho je eu vou p’ra es - co - la a - pren - der a con -

tar Tenho ca - der - no na sa - co - la dez lá - pis p’ra a - fi -

ar Tenho ca - der - no na sa - co - la e dez lá - pis p’ra afiar

Vou fa - zer no - vos a - mi - gos com - pa - nhei - ros p’ra brin -

car

79
O PASTORZINHO

Havia um pastorzinho Chegando ao palácio


Que andava a pastorar A rainha o chamou
Saiu de sua casa Alegre pastorzinho
E pôs-se a cantar: Teu canto me agradou:
Dó ré mi fá fá fá Dó ré mi fá fá fá
Dó ré dó ré ré ré Dó ré dó ré ré ré
Dó sol fá mi mi mi Dó sol fá mi mi mi
Dó ré mi fá fá fá Dó ré mi fá fá fá

O pastorzinho

2
4
Ha - via um pas - tor - zi - nho que an - da - va a pas - to - rar sa - iu de su - a ca - sa e

24
pôs - se a can - tar dó ré mi fá fá fá dó ré dó ré ré ré dó sol fá mi mi

24
mi dó ré mi fá fá fá

80
Introdução

FESTA NO MAR
Já cheguei directamente da terra e comigo há festa no mar.

Coisa boa está no mar toda a gente sabe cantar.


Todo o mundo põe-se a dançar, a alegria reina no mar.

O polvo bate o batuque, caranguejo na marimba,


a gaivota assobia, a sereia... é tão linda,
no piano, o camarão; no chocalho, a alforreca;
a lagosta na viola, é muito mais discoteca.

Coisa boa está no mar toda a gente sabe cantar.


Todo o mundo põe-se a dançar, a alegria reina no mar.

No quissange a garoupa, tem semba e muita charanga,


o carapau sempre gingão, castanholas com a mabanga,
nada atrapalha o ambiente, batem palmas de contente
e tudo sobe aos poucos todo mundo muito louco.

Coisa boa está no mar toda a gente sabe cantar


Todo o mundo põe-se a dançar, a alegria reina no mar.

Fernando Nogueira

Festa no mar

4
4
Coi - sa bo - a es - tá no mar to - da a

44
To - do o mun - do põe - se a dan - çar aa - le -

gen - te sa - be can - tar


gri - a rei - na no mar

81
Crianças do grupo coral infantil do colégio Esperança Fortunato.

82

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