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Características terminais de um Motor Shunt CC

A característica de terminal (saída) é um gráfico que relaciona as variáveis de saída entre si.

Para o motor, as variáveis de saída são o torque no eixo e a velocidade. Ou seja, é o gráfico do torque de saída
versus velocidade.

A pergunta é: Como um motor shunt responde a aplicação da carga ?

Suponha que a carga no eixo do motor é elevada. Então o torque da carga excederá o torque desenvolvido da
máquina, e dessa forma ocorrerá uma redução da velocidade.

Acontece que quando a velocidade do motor diminui, há uma queda na tensão interna E A = KΦω Entretanto, a
corrente de armadura IA = (VT – EA )/RA aumenta. Como a corrente de armadura aumenta, o torque desenvolvido
no motor aumenta Tdes = KΦIA . E finalmente, o torque desenvolvido igualará ao torque da carga em uma
velocidade mecânica de rotação menor.

CONTROLE DE VELOCIDADE DE MOTORES CC SHUNT

No gráfico (a) a máquina apresenta enrolamento de compensação que tem o objetivo de anular o efeito causado
pela reação de armadura.

No gráfico (b), apresenta o comportamento com o fenômeno da reação de armadura que reduz o fluxo na
máquina. Essa redução provoca aumento da velocidade.

A REAÇÃO DA ARMADURA enfraquece o fluxo polar; O enfraquecimento de Φ diminui a amplitude da tensão


induzida Ea forçando o aumento da corrente Ia, do torque τind e consequentemente da velocidade do motor
Entretanto, as escovas devem pôr a bobina em curto quando ela estiver no plano neutro. Se as escovas forem
mantidas no plano neutro original, elas colocarão em curto bobinas com tensão induzida diferente de zero.
Consequentemente, haverá centelhamento entre as escovas e o comutador. Para evitar isto, as escovas devem
ser deslocadas para o novo plano neutro. O efeito da armadura ao deslocar o plano neutro é chamado de reação
da armadura que pode ser corrigida, também, com a utilização de interpólos e enrolamentos compensadores.

Interpólos ou Pólos de Comutação:


As correntes que fluem no enrolamento da armadura criam forças magnetomotrizes cujos fluxos magnéticos
tendem a se opor à ação do campo principal, alterando e produzindo centelhas nas escovas. Para evitar esta ação
indesejável da armadura (reação da armadura) são utilizados interpólos ou pólos comutadores, que são bobinas
de poucas espiras de fio grosso, enroladas com núcleos laminados estreitos dispostos entre os pólos principais da
máquina que são ligados em série com a armadura. Nas máquinas grandes há normalmente tantos interpólos
quanto são os pólos principais e nas máquinas pequenas quase sempre usa-se a metade.

Pólos de Compensação: É um enrolamento distribuído na periferia da sapata polar e percorrido pela corrente de
armadura. Sua finalidade é também compensar a reação de armadura, mas agora em toda a periferia do rotor, e
não somente na região transversal. Evita o aparecimento de faíscas provocadas por uma diferença de potencial
entre as espiras devido a distribuição não uniforme da indução no entreferro.
Como é possível controlar a velocidade de um motor cc shunt ?

1) Ajuste da resistência de campo ( e assim o fluxo de campo)

2) Ajuste da tensão terminal aplicada a armadura

3) Variação da resistência de armadura

1) Mudança na resistência de campo


Para compreender o que acontece quando a resistência de campo é variada, assuma que a resistência de campo
aumenta.

Se a resistência de campo aumenta, então a corrente de campo diminui.

IF = VT / RF

 Com a redução da corrente de campo,o fluxo também diminui.

 Uma redução no fluxo causa uma redução instantânea na tensão interna gerada E A=KΦω, causando um
grande aumento na corrente de armadura da máquina.

IA = (VT – EA )/RA

 O torque no motor é dado por Tele=KΦω. Desde que o fluxo na máquina diminui enquanto a corrente de
armadura aumenta, o que prevalecerá ?

 O aumento da corrente predomina sobre o decréscimo no fluxo, e o torque desenvolvido aumenta:

Tele=KΦIA

 Desde que o torque desenvolvido é maior que o torque de carga, a velocidade do motor aumenta.

 Entretanto, quando a velocidade aumenta a tensão interna também aumenta o que provoca uma
redução da corrente de armadura.

 A redução da corrente de armadura faz com que o torque desenvolvido também se reduza. E
finalmente, mais uma vez o torque se iguala ao torque de carga numa velocidade mais alta que a
velocidade inicial.

 Se a tensão de armadura é elevada, a corrente de armadura deve aumentar.

 Quando a corrente de armadura aumenta, o torque desenvolvido aumenta aumentando a velocidade


do motor.

 Quando a velocidade aumenta, a tensão interna gerada E A aumenta, o que provoca a redução da
corrente de armadura.
 A redução da corrente de armadura faz com que o torque desenvolvido também se reduza. E
finalmente, mais uma vez o torque se iguala ao torque de carga numa velocidade mais alta que a
velocidade inicial.

2) Ajuste da tensão terminal aplicada a armadura

3) Variação da resistência de armadura

Perdas nas Máquinas CC


As perdas que ocorrem na máquina podem ser subdivididas da seguinte forma:
1)Perdas no cobre
Perdas no cobre da armadura = RaIa 2
Perdas no cobre dos enrolamentos de campo (depende do tipo de máquina). No caso do gerador shunt, a
perda no enrolamento de campo de shunt é praticamente constante. Entra também a perda no
enrolamento de campo série.
2)Perdas magnéticas (perdas no ferro ou no núcleo)
São as perdas por histerese e por correntes parasitas. Considerando a corrente de campo constante,
essas perdas podem ser consideras constantes.
3) Perdas mecânicas
Perdas por atrito nos enrolamentos e comutador e as perdas por atrito com o ar.
OBS: As perdas magnéticas juntamente com as perdas mecânicas são denominadas de perdas rotacionais.
OBS: As perdas rotacionais juntamente com as perdas no enrolamento de campo shunt são denominadas
de perdas constantes.
OBS: As perdas na armadura são denominadas de perdas variáveis pois variam com a corrente da carga.
Torque nas Máquinas CC

Motor-Shunt
Durante a partida e funcionamento normal, a corrente no circuito do campo-shunt é essencialmente
constante para um valor estabelecido para o reostato de campo e o fluxo é também essencialmente
constante. Aumentando-se a carga mecânica, a velocidade diminui, causando uma diminuição na fcem e
um aumento na corrente da armadura.
Dessa forma, o torque pode ser expresso como uma relação linear de Ia:
T = k’.Ia

Motor-Série
No motor-série, a corrente de armadura e a corrente do campo-série são as mesmas (ignorando os
efeitos da resistência shunt de controle) e o fluxo produzido pelo campo-série é, em todo instante,
proporcional à corrente de armadura. A equação para o torque do motor série é:
T = k’’.Ia^2
Desde que o núcleo polar seja não-saturado, a relação entre o torque do motor-série e a corrente de
carga é exponencial. Para cargas extremamente leves, o torque do motor-série é menor que o torque do
motor-shunt, porque desenvolve menor fluxo. Para uma mesma corrente numa armadura a plena carga,
o seu torque é maior.

Motor-Composto
Quando se combinam enrolamentos de campo série e shunt o efeito do campo-série poderá ser
composto cumulativo ou diferencial. No composto cumulativo, o fluxo do campo-série se soma ao fluxo
do campo-shunt e, no caso do motor composto diferencial, há um antagonismo entre os campos. A
corrente no circuito campo-shunt e o fluxo polar, durante a partida ou funcionamento normal, são
constantes. A corrente no campo-série é uma função da corrente de carga solicitada pela armadura.
Para o motor cumulativo, a equação para o troque é:

Para o motor composto diferencial a equação de torque é

Partindo-se com fluxo igual ao fluxo do campo-shunt sem carga, qualquer valor da corrente da armadura
produzirá um fluxo magnético do campo série que reduzirá o fluxo total no entreferro e,
conseqüentemente, o torque. Assim, o motor composto diferencial produz uma curva que é sempre
menor que a do motor shunt,
Torque nas Máquinas CC
Inversão no sentido de rotação
Para inverter o sentido de rotação de qualquer motor CC, é necessário inverter o sentido da corrente na
armadura em relação ao sentido do campo magnético. Para o motor-shunt e para o motor-série, basta
invertermos o circuito da armadura em relação ao circuito que gera o campo ou vice-versa (o mais
comum é inverter o circuito da armadura). A inversão de ambos manterá o mesmo sentido de rotação.
Pode parecer que, devido ao fato de a corrente de campo ser maior do que a corrente na armadura, seria
melhor inverter o sentido de rotação pela inversão do circuito de campo. Contudo, o mais comum é que
se projetem motores em que a inversão no sentido de rotação seja obtida através da inversão do circuito
de armadura pois:
- Os circuitos de campo são circuitos altamente indutivos, o que implica em fem induzidas muito
elevadas ao executarmos o chaveamento, o que pode causar desgaste prematuro dos contatos das
chaves.
- Se o campo-shunt é invertido, o campo-série também o deve ser, senão o motor composto cumulativo
irá se tornar um motor composto diferencial.
- As conexões do circuito da armadura estão naturalmente disponíveis por motivos de regeneração e
frenagem, de modo que podemos aproveitá-las para executar a inversão.
No caso de motores compostos, a inversão apenas das conexões da armadura provoca a inversão no
sentido de giro do motor tanto para as ligações longas, como para as curtas

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