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1.Envelhecimento da população – Portugal
• Portugal, assim como outros países da Europa, tem vindo a registar nas
últimas décadas profundas transformações demográficas caracterizadas,
entre outros aspetos, pelo aumento da longevidade e da população idosa e
pela redução da natalidade e da população jovem.
• Em 2015, as pessoas com 65 ou mais anos representavam 20,5% de toda a
população residente em Portugal. Neste mesmo ano, a esperança de vida
atingiu os 77,4 anos para homens e 83,2 anos para as mulheres.
• Muito embora o aumento da longevidade da população portuguesa seja um
facto apreciável, a qualidade dos anos de vida ganhos apresenta ainda um
potencial para melhorar.
• Considerando o conceito de Envelhecimento Ativo proposto em 2002 pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), esta melhoria dependerá muito do
empenho de cada um, enquanto agente da sua própria saúde, participação e
segurança, e da sociedade como um todo, para que sejam garantidas as
oportunidades para tal, à medida que as pessoas envelhecem.
• A continuidade do desenvolvimento de políticas transversais e de
estratégias de atuação multidisciplinares, flexíveis e de proximidade, que
permitam que todas as pessoas idosas possam desfrutar de uma vida ativa e
saudável, é um imperativo ético
• Aumentar a capacidade funcional das pessoas idosas é um ponto de
referência para a formulação de um modelo orientador de intervenção que
defina prioridades, parâmetros de monitorização e avaliação, e imprima
dinâmicas e sinergias de cooperação entre interventores e instituições no
âmbito dos diversos Programas Prioritários e outros Programas e projetos
da saúde e vários parceiros empenhados na melhoria dos padrões de saúde,
de participação, de segurança e de investigação.
• O envelhecimento ativo e saudável é definido como o processo de
otimização das oportunidades para a saúde, participação e segurança, para a
melhoria da qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem bem
como o processo de desenvolvimento e manutenção da capacidade
funcional, que contribui para o bem-estar das pessoas idosas, sendo a
capacidade funcional o resultado da interação das capacidades intrínsecas
da pessoa (físicas e mentais) com o meio.
Folha 3
1.2 - Promoção da qualidade de vida
A promoção de um envelhecimento ativo e saudável ao longo do ciclo de vida
tem sido um caminho apontado como resposta aos desafios relacionados com a
longevidade e o envelhecimento da população
As condições de saúde são determinantes no envelhecimento ativo, mas a
promoção do envelhecimento ativo não se restringe à promoção de
comportamentos saudáveis. É essencial considerar os fatores ambientais e
pessoais, como os determinantes económicos, sociais e culturais, o ambiente
físico, o sistema de saúde, o sexo e outros determinantes (OMS, 2002). A
família, a comunidade e a sociedade têm um forte impacto na forma como se
envelhece.
• A qualidade de vida é, claramente, a tónica dominante do envelhecimento
ativo, podendo esta ser definida como a perceção do indivíduo acerca da
sua posição na vida, no contexto cultural e de valores no qual vive, e em
relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (OMS,
1997)
• As três componentes fundamentais no conceito de qualidade de vida nas
pessoas idosas são:
• o bem-estar financeiro,
• a saúde e
• o suporte e integração sociais.
• Cada uma destas componentes pode ser afetada por situações que surgem
no percurso de vida, nomeadamente, a reforma, a perda de um emprego, a
viuvez, o divórcio, problemas de saúde, a perda ou separação de uma
pessoa próxima, a migração, entre outras.
• A interdependência e a solidariedade entre gerações são princípios
importantes do envelhecimento ativo – a criança de ontem é o adulto de
hoje e a avó ou avô de amanhã. A família, a comunidade e a sociedade têm
um forte impacto na forma como se envelhece.
• A qualidade de vida das pessoas idosas depende dos riscos e oportunidades
que experimentaram ao longo do ciclo de vida, bem como da maneira como
as gerações seguintes fornecem ajuda mútua e apoio quando necessário
(OMS, 2002).
• O objetivo principal, do conceito de “envelhecimento saudável”, é o bem-
estar, um conceito holístico que contempla todos os elementos e
componentes da vida valorizados pela pessoa. Assim, mais do que o
resultado do sucesso e da motivação individual, o envelhecimento saudável
é o reflexo dos hábitos de vida, do suporte e das oportunidades garantidas
pela sociedade para a manutenção da funcionalidade das pessoas idosas e
para permitir que vivenciem aquilo que valorizam (OMS, 2015).
• Muito ainda pode ser feito para melhorar a qualidade dos anos de vida que
temos vindo a ganhar. Neste sentido, as Metas de Saúde constantes do
Plano Nacional de Saúde – Revisão e Extensão a 2020 (MS, 2015)
perspetivam mudanças significativas relativas ao processo de
envelhecimento, durante o ciclo de vida, até 2025 destacando-se:
- reduzir a mortalidade prematura (<70 anos) para um valor inferior a 20%
- aumentar a esperança de vida saudável aos 65 anos de idade em 30%;
- reduzir a prevalência do consumo de tabaco na população com 15 ou mais
anos e eliminar a exposição ao fumo ambiental; e
- controlar a incidência e a prevalência de excesso de peso e obesidade na
população infantil e escolar.