Estresse Emocional e Sua Influência Na Saúde Bucal

ESTRESSE EMOCIONAL E SUA INFLUÊNCIA NA SAÚDE BUCAL
Artigo de Revisão

EMOTIONAL STRESS AND ITS INFLUENCE ON ORAL HEALTH

Renato Silva de Almeida1*,Janaira de Lima Guimarães2, Joesa Zanconatto de Almeida3

1
Odontologia. UNINORTE, AC, Brasil.
2
Odontologia. UNINORTE, AC, Brasil.
3
Farmácia. Docente do Curso de Farmácia da UNINORTE, AC, Brasil.

* Autor correspondente: renatoalmeida@oi.com.br
RESUMO
Introdução: o enfrentamento do estresse é uma tarefa constante ao homem moderno,
atrelado às situações desfavoráveis do cotidiano e dependente da suscetibilidade do
indivíduo. O estresse emocional é referenciado como um importante fator na manutenção
de agravos à saúde bucal, no entanto a abordagem dos aspectos psicoemocionais é, por
vezes, negligenciada durante o atendimento odontológico, podendo comprometer o
sucesso do tratamento. Objetivos: abordar a influência do estresse na manutenção de
agravos à saúde bucal, discorrendo sobre a conduta do cirurgião dentista diante dessa
condição. Método: trata-se de pesquisa bibliográfica, utilizando a ferramenta de busca
avançada do Portal Regional da BVS, com estudos publicados entre os anos de 2007 a
2017 que investigaram a relação do estresse e outras alterações psicoemocionais com
condições bucais específicas. Resultados: a DTM e a doença periodontal se mostraram
como as condições bucais mais estudadas. Os resultados apontam significativa relação
entre o estresse emocional e tais condições, como consequência de mecanismos
responsivos e seus efeitos no organismo: alteração do sistema imunológico, exacerbação
da resposta inflamatória, influência sobre bactérias específicas, hiperatividade muscular,
alterações comportamentais e modificação da tolerância do indivíduo. Conclusão: com
base na literatura e nos resultados encontrados, sugere-se que o estresse emocional é
um fator etiológico importante na predisposição ou perpetuação de determinados
problemas bucais, podendo se tornar um complicador quando combinado com outros
fatores. Neste sentido, é importante salientar que tal condição requer do cirurgião dentista
uma conduta diferenciada, compreendendo os fatores psicogênicos envolvidos e
proporcionando um manejo clínico cuidadoso e multidisciplinar.
Palavras-chave: estresse, saúde bucal, odontologia.
ABSTRACT
Introduction: coping with stress is a constant task for the modern man, linked to
unfavorable daily situations and to the susceptibility of the individual. Emotional stress is
referred to as an important factor in the maintenance of oral health problems, however, the
approach to psycho-emotional aspects is sometimes neglected during dental care, which
may compromise the success of the treatment. Objectives: to address the influence of
stress on the oral health maintenance, discussing the conduct of the dentist in face of this

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DêCiência em Foco. ISSN: 2526-5946. 2018;; 2(1): 78-102

condition. Method: this is a bibliographic research using the advanced search tool of the
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Portal Regional da BVS (Regional Portal of the Virtual Health Library), with studies
published between the years 2007 and 2017 that investigated the relationship between
stress and other psycho-emotional changes with specific oral conditions. Results: TMD
and periodontal disease proved to be the most studied oral conditions. The results point to
a significant relationship between emotional stress and these conditions, as a
consequence of responsive mechanisms and their effects on the body: alteration of the
immune system, exacerbation of the inflammatory response, influence on specific bacteria,
muscular hyperactivity, behavioral changes and modification of the individual's tolerance.
Conclusion: based on the literature and the results found, it is suggested that emotional
stress is an important etiological factor in the predisposition or perpetuation of certain oral
problems, and may become a complication when combined with other factors. In this
sense, it is important to point out that such a condition requires the dentist a distinct
behavior, understanding the psychogenic factors involved and providing a careful and
multidisciplinary clinical care.
Keywords: stress, oral health, dentistry

Boole ao estudar as propriedades dos
INTRODUÇÃO
gases.3
O termo estresse ou stress, no inglês, é
Segundo Myers4, o interesse médico
derivado do latim “stringere” e ganhou
pelo estresse data de Hipócrates (460-377
aplicação em diversas áreas do
a.C), no entanto, somente no início século
conhecimento como física, química,
XX que o médico canadense considerado o
biologia e psicologia. Por vezes alvo de
“pai da medicina moderna”, Sir William
preconceito ou discordância, vem sendo
Osler, observou uma correlação entre
utilizado no senso comum como uma
estresse e a doença coronariana em
experiência de desgaste ou cansaço,
indivíduos submetidos ao trabalho
conquistando destaque no cotidiano do
excessivo. Desde então, diversos
homem moderno.
pesquisadores vêm aprimorando os
Lipp1 afirma que o termo surgiu no
estudos e conceitos ao longo da história,
século XIV com conotação de aflição em
destacando a complexidade e o aspecto
situações de adversidade. No século XVII,
multidisciplinar do tema.
a palavra representava opressão e esforço.
O Instituto de Psicologia e Controle do
No século XIX, o termo foi empregado na
Stress, entidade que se destina à produção
engenharia, referindo-se à tensão e
do conhecimento científico e ao tratamento
deformação dos materiais quando
do estresse excessivo, avaliou o nível de
submetidos a uma força externa.2 O termo
estresse de 2.195 brasileiros, no ano de
estresse também foi utilizado pelo químico
2012, dos quais 34% relataram

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experiências com estresse extremo, negligenciada e, por vezes, restringe o
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envolvendo fatores de relacionamento tratamento a procedimentos puramente
pessoal e problemas financeiros.5 técnicos ou curativistas.
A Associação Internacional de
MATERIAL E MÉTODOS
Gerenciamento do Estresse, instituição
Trata-se de pesquisa bibliográfica
voltada à pesquisa e ao desenvolvimento
exploratória, de natureza qualitativa, com o
da prevenção e do tratamento de stress,
levantamento dos estudos recentes sobre a
classificou o Brasil em segundo lugar no
influência do estresse emocional na
ranking dos países com níveis elevados de
manifestação de problemas bucais
estresse, sendo superado somente pelo
específicos: doença periodontal;; disfunção
Japão. A pesquisa foi realizada com 1.000
temporomandibular, herpes simples
pessoas entrevistadas e considerou que
recidivante, líquen plano, língua geográfica,
70% dos brasileiros sofrem com estresse,
ulcerações aftosas, síndrome da ardência
principalmente com questões relacionadas
bucal. A pesquisa considerou válidos os
ao trabalho e à violência.6
estudos envolvendo a ansiedade e a
Ao estudar a etiopatogenia de
depressão, em virtude das semelhanças e
determinadas doenças que acometem o
características psicofisiológicas já
sistema estomatognático, evidencia-se a
abordadas neste trabalho.
menção do estresse crônico como fator
Como fonte de consulta, foi adotado o
comum, estando envolvidos o grupo das
Portal Regional da Biblioteca Virtual em
disfunções temporomandibulares (DTM),
Saúde, por meio da ferramenta busca
doença periodontal (DP), herpes simples,
avançada, utilizando os descritores (stress
líquen plano, língua geográfica e ulceração
OR anxiety OR depression), associando-os
aftosa. No entanto, grande parte dos
com cada condição bucal alvo da pesquisa:
estudos que associam estresse crônico e
(gingivitis OR periodontitis);;
saúde bucal se encontra voltada à DTM e
(temporomandibular dysfunction OR
DP, representando maior disponibilidade de
temporomandibular disorders);; (herpes
conteúdo e delimitando o foco da presente
simplex vírus 1);; (lichen planus);;
pesquisa.
(geographic tongue);; (aphthous ulcers);; e
Neste sentido, é seminal ao profissional
(burning mouth syndrome). Em seguida,
cirurgião-dentista conhecer o impacto do
foram filtrados os resultados originários das
estresse emocional sobre a saúde bucal,
bases de dados MEDLINE, LILACS e BBO
principalmente no cenário onde a
Odontologia, publicados entre os anos de
abordagem dos fatores psicossociais é

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2007 e 2017, e com disponibilidade de Como critério de exclusão, foram
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conteúdo completo para acesso. desconsiderados os resultados com
Os resultados foram classificados em duplicidades, com temática incompatível à
ordem crescente por ano de publicação e pesquisa ou aplicação insuficiente no
agrupados conforme a condição bucal. campo das Ciências Odontológicas.
Tabela 1: quantitativo de trabalhos encontrados, aptos e selecionados.
Trabalhos Trabalhos Trabalhos

Condição Bucal
encontrados aptos selecionados
Doença periodontal 88 (40,55%) 33 6
Disfunção temporomandibular 47 (21,66%) 39 6
Herpes simples 14 (6,45%) 5 0
Líquen Plano 21 (9,68%) 9 0
Língua geográfica 14 (6,45%) 1 0
Ulcerações aftosas 5 (2,30%) 3 0
Síndrome da ardência bucal 8 (3,69%) 6 0
Publicações complementares 20 (9,22%) 14 14
TOTAL 217 110 26

Conforme especificado na Tabela 1, melhor visualização das informações,
inicialmente foram encontrados 217 especificando: título do trabalho, autor, data
trabalhos e, após a aplicação dos critérios de publicação, condição bucal investigada
de exclusão, o total foi reduzido para 110 e possível relação com o estresse e outras
trabalhos aptos. Destes, foram alterações psicológicas associadas.
selecionados 26, compreendendo 12
RESULTADOS E DISCUSSÃO
estudos de campo para análise e discussão
Dentre as condições bucais
dos achados, e 14 publicações
pesquisadas se destacaram, em proporção
complementares para exploração acerca
de trabalhos publicados: a disfunção
da temática.
temporomandibular (40,55%) e a doença
A análise dos estudos de campo
periodontal (21,66%).
consistiu na identificação e descrição da
A quantidade de trabalhos
amostra total, método, resultados e
considerados aptos para as demais
considerações levantadas pelos autores.
condições bucais, como herpes simples,
Por fim, os resultados foram organizados
líquen plano, língua geográfica, ulcerações
em forma de tabelas, permitindo uma
aftosas e síndrome da ardência bucal,

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mostrou-se pouco representativa, apesar Dentre as metodologias que investigam
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de serem eventualmente observadas no a correlação entre estresse e disfunção, a
atendimento clínico odontológico. Desta mais empregada consiste em observar o
forma, este trabalho se limitou aos estudos grau de estresse e alterações psicológicas
que investigaram a disfunção em indivíduos com DTM, comparando com
temporomandibular e a doença periodontal. um grupo controle sem sintomatologia.
Outras pesquisas buscam analisar o grau
RELAÇÃO ENTRE ESTRESSE E
OUTRAS ALTERAÇÕES de estresse antes e após o tratamento da
PSICOEMOCIONAIS COM A DISFUNÇÃO DTM, comparando os resultados após a
TEMPOROMANDIBULAR
melhora do quadro sintomático.
A etiologia das disfunções A DTM pode mostrar comorbidade com
temporomandibulares já foi atribuída aos a depressão, ambas associadas com a
problemas de oclusão. Posteriormente, desregulação da secreção do hormônio
observou-se que a maioria dos pacientes cortisol.8 Outros autores consideram que a
também enfrentavam distúrbios ansiedade e a depressão não têm relação
emocionais, a partir de então, o aspecto com DTM articular, e sim com DTM
psicológico foi percebido como um muscular.9
importante fator etiológico.7 A tabela 2 elenca os principais estudos
Oliveira7 afirma que as desordens publicados no período de 2007 a 2017,
temporomandibular representam um estado quando os pesquisadores investigaram a
profundo de reação ao estresse, podendo relação entre o estresse e outras
ser consideradas de origem alterações psicoemocionais com a
psicossomática. Porém, resultados disfunção temporomandibular.
contraditórios podem ser obtidos se estudar
o estresse como fator etiológico
desencadeante de tais desordens.
Tabela 2: estudos selecionados que abordam a relação entre estresse e outras

alterações psicoemocionais com a disfunção temporomandibular.
Título Autor / Ano Conclusão
Associação entre classe
econômica e estresse na Martins et al.10 Observou associação direta entre
ocorrência da disfunção (2007) estresse e DTM.
temporomandibular.
Influência do estresse na O estresse pode influenciar
eficácia do tratamento de León e Garcia 11 negativamente no resultado do
pacientes com transtornos (2009) tratamento de pacientes com
temporomandibulares. distúrbios temporomandibulares.

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Prevalência da ansiedade e Índice significativo de ansiedade e
depressão em pacientes com Boas 12 depressão nos pacientes com dor
disfunção temporomandibular (2009) muscular persistente, principalmente
muscular persistente. no sexo feminino.
A DTM foi mais frequente em
Prevalência da disfunção
indivíduos solteiros, do gênero
temporomandibular e de Bezerra et al.13
feminino, na faixa etária dos 18 aos
diferentes níveis de ansiedade (2012)
22 anos, com sintoma de tensão
em estudantes universitários.
emocional.
Frequência das disfunções
Correlação significativa entre a
temporomandibulares (DTM) e
presença de DTM, ansiedade e
sua relação com a ansiedade e Silva 14
depressão, porém não indicando
a depressão entre usuários que (2014)
diferença entre sexo e severidade
procuram o setor de odontologia
dos sintomas.
em uma unidade de saúde.
Maiores pontuações na avaliação
Biomarcadores salivares do dos sintomas de ansiedade no grupo
Kobayashi et al.
estresse e sintomas de 15 com DTM, porém não houve

ansiedade em crianças com e diferença no perfil de secreção de
(2017)
sem DTM cortisol e sAA comparado ao grupo
controle.

Martins et al.10 verificaram a pacientes atendidos pela Faculdade de
associação do estresse com a ocorrência Estomatologia da Cidade de Havana. O
da disfunção temporomandibular, contando exame clínico investigou a presença de dor
com uma amostra de 354 indivíduos do espontânea ou com movimentos da
município de Piacatu, Estado de São mandíbula, na articulação
Paulo. Os resultados demonstraram que temporomandibular ou músculos da
50,8% dos pacientes apresentavam algum mastigação e presença de ruídos
grau de DTM, e destes, 55,6% relataram articulares. Foi ainda aplicado um
possuir o hábito de apertar ou ranger os questionário de sintomas de estresse,
dentes. Dos indivíduos com DTM severa, indicando o paciente como estressado ou
78,9% consideravam-se pessoas nervosas não estressado. O tratamento consistiu no
ou com excesso de tensão emocional. Os uso de base oclusal durante um mês,
autores então concluíram haver uma seguido de ajuste oclusal, uso de
associação direta entre estresse e ansiolíticos e aconselhamentos. Os autores
disfunção temporomandibular. concluíram que o tratamento obteve menor
León e Garcia11 pesquisaram a eficiência no grupo de pacientes que se
influência do estresse sobre a eficácia do declararam pessoas tensas ou
tratamento em pacientes com distúrbios estressadas.
temporomandibulares, entre os anos de Boas12 pesquisou a prevalência de
2003 e 2005, tendo como amostra 80 ansiedade e depressão em pacientes com

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disfunção temporomandibular, entre os temporomandibular e níveis de estresse
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anos de 2005 e 2006. Contando com uma nos acadêmicos do Centro de Ciências
amostra de 100 pacientes do Centro de Biológicas e da Saúde, da Universidade
Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Estadual da Paraíba, Campina Grande. A
Mandic, sendo 50 com diagnóstico de amostra foi composta de 336 universitários,
disfunção temporomandibular muscular, com idade superior a 18 anos, matriculados
apresentando dor crônica por mais de seis no 1º semestre de 2009. A avaliação do
meses, e 50 pertencentes ao grupo de grau de DTM foi realizada por meio de
controle, sem sintomatologia de DTM ou questionários, atribuindo valores de 0 a 10
qualquer condição dolorosa. A pesquisa para cada questão, de acordo com a
incluiu a avaliação de transtornos do sintomatologia referida. Os níveis de
humor, ansiedade e depressão, por meio ansiedade foram avaliados por meio do
da escala HAD (Anxiety and Depression Inventário de Ansiedade Traço-Estado
Scale) e terapia conservadora para a DTM (IDATE), questionário composto por 40
incluindo: controle da dor através de questões que busca classificar o nível de
aconselhamento;; controle comportamental ansiedade em baixo, médio e alto. Após a
cognitivo para modificar comportamento e análise estatística dos dados, observou-se
crenças que precipitam ou agravam os que 62,5% dos universitários apresentavam
sintomas;; aplicação de compressas algum sintoma de DTM, sendo: 48,2% grau
quentes ou frias e recomendações de leve, 11,3% moderado e 3% em grave. O
repouso da mandíbula e modificações de nível de ansiedade geral ficou definido em:
hábitos. Após o tratamento, os pacientes se 77% com nível médio, 22% com nível baixo
submeteram novamente à avaliação HAD, e 0,3% com nível alto. Os resultados do
sendo possível constatar: maior Índice Anamnésico identificaram em um
prevalência de ansiedade e depressão em maior percentual, o sintoma subjetivo da
pacientes com DTM muscular no gênero tensão emocional (61,3%), seguida por dor
feminino;; ansiedade e depressão nos na nuca ou no pescoço (47,3%), dor de
pacientes com dor muscular persistente cabeça frequente (45,2%), hábito de ranger
maior em relação ao grupo assintomático;; ou apertar os dentes (36,3%), ruídos na
significativa diminuição dos índices de região da ATM (35,8%), falta de um bom
ansiedade e depressão após a remissão contato entre os dentes superiores e
dos sintomas com tratamento conservador. inferiores, durante o fechamento da boca
Bezerra et al.13 pesquisaram a (32,7%) cansaço ou desconforto ao
prevalência da disfunção mastigar (25,3%), dor de ouvido (23,5%),

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dificuldades na abertura bucal (14,9%) e sendo, 38 com sinais de DTM e 38 sem
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dificuldades para realizar outros sintomatologia. Os sinais da DTM foram
movimentos com a mandíbula (13,7%). Os avaliados usando os critérios de
pesquisadores concluíram que a DTM foi diagnóstico RDC/TMD, e os sintomas de
mais frequente em indivíduos solteiros, do ansiedade avaliados utilizando a Escala
gênero feminino, na faixa etária dos 18 aos Multidimensional de Ansiedade para
22 anos, com sintoma de tensão Crianças (MASC). O perfil de secreção de
emocional. cortisol e sAA foi examinado utilizando
No ano de 2010, Silva et al.14 quatro amostras, sendo coletadas em dois
verificaram a frequência das disfunções dias diferentes da semana. Os autores
temporomandibulares e sua relação com a mencionam que a sAA, também conhecida
ansiedade e a depressão, em usuários que como ptialina, tem seu nível aumentado
procuraram atendimento odontológico na sob a condição de estresse, refletindo a
rede pública de saúde em Porto Alegre - atividade simpática. O estudo revelou que o
RS, Brasil, contando com 257 participantes. grupo de crianças com sintomas de DTM
Para a avaliação da DTM foi utilizado o obteve maior pontuação na avaliação dos
questionário de Maciel, composto por 10 sintomas de ansiedade, porém não houve
perguntas objetivas que apontam a diferença no perfil de secreção de cortisol e
presença de DTM. Para a avaliação da sAA comparado ao grupo controle. Estudos
frequência da ansiedade e depressão, foi anteriores também revelaram uma falta de
utilizada a Escala Hospitalar de Ansiedade concordância entre os níveis relatados de
e Depressão (HADS), composta de 14 ansiedade e os níveis de biomarcadores do
itens. Os resultados apontaram correlação estresse. Tal achado pode ser justificado
significativa entre a presença de DTM, ao considerar que a DTM envolve um
ansiedade e depressão, porém não conjunto heterogêneo de condições,
indicando diferença entre sexo e incluindo sinais e sintomas com diferentes
severidade dos sintomas. graus e condições para manifestação.
Kobayashi et al.15 investigaram se a Oliveira7 esclarece que, ao se examinar
alfa-amilase salivar (sAA), os níveis de em indivíduos com DTM, é possível
cortisol e sintomas de ansiedade diferem observar o estresse como um fator comum,
entre crianças com e sem DTM, no ano de no entanto a ciência ainda não determinou
2011, alunos da rede pública de ensino de se estes achados são de causa ou efeito.
Piracicaba, Brasil. Para o estudo, foram De fato, dentre os estudos selecionados,
selecionadas 76 crianças entre 7 e 14 anos todos concluíram que existe significativa

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relação entre DTM, estresse, ansiedade e placa bacteriana, sangramento à
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depressão, porém nenhum estudo sondagem, profundidade de sondagem e
demonstrou a causalidade dessa relação. cálculo supragengival, observaram o
É válido concordar com a teoria aumento na profundidade de sondagem.
multifatorial da DTM, onde as alterações Após uma análise estatística, verificaram
psicoemocionais crônicas podem interagir que essa alteração estava associada a
com outros fatores e modificar a tolerância indicadores de estresse ocupacional, o tipo
do indivíduo, desencadeando ou de personalidade de cada individuo e a
perpetuando os sintomas. Por outro lado, a percepção de doenças físicas.17
ausência dos fatores psicológicos pode Outro estudo que investigou a
dificultar o desenvolvimento da disfunção. influência dos fatores psicossociais
(estresse, depressão, ansiedade) sobre a
RELAÇÃO ENTRE ESTRESSE E
OUTRAS ALTERAÇÕES periodontite, revelou que pacientes com
PSICOEMOCIONAIS COM A DOENÇA maior doença periodontal apresentavam
PERIODONTAL
maiores escores de depressão.18
Segundo Domingos16, os estudos A tabela 3 elenca os principais estudos
pioneiros que investigaram o impacto dos publicados no período de 2007 a 2017,
eventos psicológicos na doença periodontal quando os pesquisadores investigaram a
foram realizados em veteranos de guerra e relação entre o estresse e outras
vítimas de catástrofes naturais, por meio de alterações psicoemocionais com a doença
questionários padronizados, sendo possível periodontal.
verificar forte relação entre a condição
periodontal e os eventos estressantes.
Pesquisadores, ao avaliarem a
condição periodontal de profissionais
executivos, com a coleta periódica de
dados clínicos bucais como: quantidade de
Tabela 3: estudos selecionados que abordam a relação entre estresse e outras
alterações psicoemocionais com a doença periodontal.
Título Autor / Ano Conclusão
Relação entre periodontite
A progressão da periodontite crônica
crônica e os fatores Li et al. 19
está relacionada ao fator psicológico
psicológicos da depressão e (2011)
da depressão.
ansiedade.

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O estresse psicológico e níveis
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elevados de cortisol salivar estão
O efeito do estresse na Mannem et al. 20 associados com a periodontite
periodontite. (2012) crônica em pacientes acima de 40
anos, representando um perfil de
risco.
Os hormônios do estresse podem
Os efeitos dos hormônios do
influenciar no crescimento de
estresse no crescimento de Jentsch et al. 21
bactérias específicas e podem ter
bactérias específicas da (2013)
um impacto negativo adicional sobre
periodontite.
a doença periodontal.
Os pesquisadores concluíram que
Associação entre estresse,
Refulio et al. 22 há forte relação entre a depressão,
nível de cortisol salivar e
(2013) ansiedade, níveis de cortisol salivar
periodontite crônica.
e periodontite crônica.
Correlação direta entre a gravidade
A relação entre depressão e Sundararajan et al.
23 da doença periodontal e a gravidade
periodontite crônica. (2015)
da depressão.
Níveis dos hormônios do
Níveis elevados de cortisol e
estresse no fluído gengival e
Cakmak et al. 24 desidroepiandrosterona estão
saliva em pacientes com
(2016) relacionados com a doença
periodontite crônica e
periodontal.
agressiva.

Li et al.19 exploraram a relação entre a utilizando sonda manual. Os índices de
periodontite crônica e os fatores depressão e ansiedade dos grupos com
psicológicos da ansiedade e depressão, periodontite se mostraram superiores aos
deste estudo participando 31 voluntários, do grupo controle. Os autores concluíram
com 29 anos de idade. Os indivíduos foram que a progressão da periodontite crônica
submetidos a questionários sobre está relacionada ao fator psicológico da
informação demográfica e socioeconômica depressão.
e o hábito de higiene bucal. A depressão e Mannem et al.20 estudaram a
a ansiedade foram verificadas utilizando a associação entre o estresse psicológico e a
Escala do Centro de Estudos periodontite crônica em 111 pacientes
Epidemiológicos de Depressão (CES-D) e dentados, com idade superior a 40 anos,
a Escala de Autoteste de Ansiedade (ASA), no Departamento de Periodontia do
respectivamente. O exame clínico consistiu Hospital e Colégio Dental Narayana, na
na mensuração do índice de cálculo, Índia. O autor justifica a escolha desta faixa
sangramento na sondagem, profundidade etária por representar a idade onde o
de sondagem, perda clínica de inserção, indivíduo se encontra mais sujeito a
envolvimento da furca e mobilidade eventos negativos: problemas financeiros,
dentária, sendo avaliados em 6 sítios por sobrecarga de trabalho, doença, dentre
dente de todos os dentes presentes, outros. O exame clínico incluiu o número

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de dentes presentes, índice de placa, Porphyromonas gingivalis, Prevotella
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profundidade de bolsa e nível de inserção. intermedia e Tannerella forsythia) e uma
O nível de estresse foi avaliado por meio espécie anaeróbica facultativa (Eikenella
do questionário de Lipp, e os níveis de corrodens). Para simular o estresse, cada
cortisol estimados usando o método cepa foi cultivada na presença de três
Enzyme-Linked Immunosorbent Assay concentrações diferentes de cada
(ELISA). Foram excluídos dos testes os hormônio, usando uma câmara anaeróbia a
pacientes imunossuprimidos, usuários de 37°C.
medicamentos imunossupressores, Os pesquisadores observaram que o
corticosteroides ou que haviam realizado crescimento de F. nucleatum aumentou na
tratamento periodontal nos últimos seis presença de todos os hormônios do
meses. O estudo mostrou associação estresse. O crescimento de P. gingivalis
significativa entre o nível de cortisol e os não sofreu influência. O crescimento de P.
níveis de estresse psicológico, decorrente intermedia e E. corrodens foi inibido por
da desregulação do sistema imunológico, quase todos os hormônios do estresse
fator atribuído à inibição de respostas de testados. Ambos os métodos de análise
células T mediadas por glucocorticoides, revelaram que altas concentrações de
levando a uma alteração para a imunidade norepinefrina e cortisol aumentaram o
mediada por anticorpos (Th2), aumentando crescimento de T. forsythia. O estudo
o crescimento de microrganismos demonstrou que os hormônios do estresse
patogênicos que podem ativar uma podem influenciar no crescimento de
resposta celular. Os autores concluíram bactérias especificas e pode ter um
então que o estresse psicológico e níveis impacto negativo adicional sobre a doença
elevados de cortisol salivar estão periodontal.
associados com a periodontite crônica em Refulio et al.22 avaliaram a associação
pacientes acima de 40 anos, representando entre estresse, níveis de cortisol salivar e
um perfil de risco. periodontite crônica (PC). O estudo foi
Jentsch et al.21 examinaram in vitro os realizado na Faculdade de Odontologia da
efeitos dos hormônios do estresse Universidade de San Martín de Porres,
(catecolaminas: epinefrina, norepinefrina, Lima, Peru, no período de janeiro a
dopamina e hidrocortisona: cortisol) sobre o setembro de 2011, contando com o total de
crescimento de quatro espécies 70 participantes não fumantes, com idade
anaeróbicas de bactérias relacionadas com entre 30 e 65 anos, sendo excluídos
periodontite (Fusobacterium nucleatum, indivíduos imunossuprimidos ou

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submetidos a tratamento periodontal nos participaram da pesquisa. A higiene bucal
Artigo de Revisão

últimos 6 meses. O exame periodontal foi avaliada por meio do Oral Hygiene Index
incluiu: profundidade de sondagem, nível (OHI). A avaliação periodontal incluiu a
clínico de inserção, sangramento a profundidade de sondagem, perda de
sondagem e mobilidade dentária. Os níveis inserção clínica por meio de sondagem em
de estresse, ansiedade e depressão foram 6 sítios dentários. Os níveis de depressão
avaliados por meio da mensuração do foram avaliados pelo Inventário de
cortisol salivar, complementando com a Depressão de Beck, questionário contendo
Escala de Autoavaliação da Depressão e 21 tópicos relacionados à tristeza,
Ansiedade de Zung, composta por 20 pessimismo, sensação de fracasso, falta de
questões sobre a condição psicológica dos satisfação, ideação suicida, irritabilidade e
pacientes, sentimentos e sintomas. Os retraimento social, entre outros. Os autores
pesquisadores diagnosticaram 36 observaram que quanto maior a pontuação
indivíduos com PC e 34 indivíduos de Beck, mais pronunciada a severidade da
saudáveis, mas todos os indivíduos com doença periodontal, com aumento da
PC e apenas 1 indivíduo saudável foram profundidade de sondagem.
diagnosticados com depressão e Cakmak et al.24 analisaram os níveis de
ansiedade. Quanto aos níveis de cortisol cortisol e desidroepiandrosterona (DHEA)
salivar, 46 indivíduos apresentaram níveis do fluído gengival e saliva de 27 pacientes
aumentados e 24 indivíduos com nível com periodontite agressiva generalizada, e
normal. Os indivíduos com PC moderada 34 com periodontite crônica generalizada,
apresentaram níveis mais elevados de comparando com 31 pacientes saudáveis
cortisol do que os indivíduos com PC leve. do grupo de controle. O exame clínico
Os pesquisadores concluíram que há forte incluiu índice de placa, índice gengival,
relação entre a depressão, ansiedade, sangramento na sondagem, profundidade
níveis de cortisol salivar e periodontite de sondagem e nível de inserção. Para
crônica. avaliação do fator emocional, foi aplicado o
Sundararajan et al.23 avaliaram a inventário de depressão de Beck e
associação entre parâmetros clínicos inventário de ansiedade state-trait;; em
periodontais e a depressão. A pesquisa seguida, foram avaliados os níveis dos
envolveu 35 pacientes de ambos os sexos hormônios no fluído gengival e na saliva.
diagnosticados com periodontite, e 35 Os autores observaram que os níveis de
pacientes sadios, pertencentes ao grupo cortisol do fluído gengival e os níveis de
controle. Indivíduos fumantes não DHEA da saliva e do fluído gengival se

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apresentaram significativamente mais altos podem ficar mais vulneráveis aos
Artigo de Revisão

no grupo de pacientes com periodontite patógenos nos sítios inflamados e sujeitos
agressiva, e com baixos valores no grupo à destruição localizada.25
de controle. Os níveis de cortisol salivar
O PAPEL DO CIRURGIÃO-DENTISTA
mostraram-se semelhantes entre
os NA ABORDAGEM DOS FATORES
pacientes com periodontite crônica e PSICOEMOCIONAIS NO TRATAMENTO
ODONTOLÓGICO
periodontite agressiva. Os autores
sugeriram que os níveis hormonais estão Nos últimos anos, a atuação do
relacionados com as formas mais severas cirurgião-dentista passou a ser direcionada
e agressivas da doença periodontal. à observação do indivíduo por completo,
A literatura é clara ao considerar o onde a cavidade oral representa uma das
biofilme como principal agente etiológico da partes do organismo enquanto área
doença periodontal, no entanto vários principal de atuação, mantendo direta
fatores podem aumentar a susceptibilidade repercussão na saúde geral. A evolução da
do indivíduo, dentre elas: tabagismo, educação odontológica engloba três
doenças sistêmicas, estado nutricional e o dimensões distintas e superpostas, dentre
estresse. elas, a terceira dimensão se destaca ao
As crescentes evidências sugerem que abordar o aspecto psicossocial, na medida
estresse emocional e eventos
negativos na vida do organismo podem em que reconhece que o dentista deve ser
desempenhar um papel importante no
desenvolvimento e na progressão da capaz de cuidar da pessoa como um
periodontite e também podem modificar
todo.26
a resposta ao tratamento periodontal.25

Moraes26 enfatiza que, desde a
Todos os estudos analisados nesta
graduação, o estudante de Odontologia
pesquisa apontam que alterações de
deve ser orientado a compreender os
ordem psicológica, quando presentes de
pacientes como seres humanos, e não
forma constante ou intensa, podem afetar
entidades sobre os quais ele deve
na saúde periodontal. Entretanto, os
demonstrar suas habilidades. Desta forma,
mecanismos específicos que conduzem a
é necessário que o estudante não se limite
esta relação não estão totalmente
a um órgão ou sistema, mas observe todo
esclarecidos.
o organismo, e sua capacidade de reação
Vale ressaltar que níveis elevados de
em determinado ambiente e meio social,
cortisol têm efeito supressivo sobre a
num contínuo processo de mudança. Neste
resposta imunológica e a formação de
momento, surgem as possibilidades reais
tecido de granulação, retardando a
cicatrização, assim, os tecidos periodontais

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de inserção das ciências comportamentais níveis de cortisol, geralmente de 1 a 5
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na Odontologia. horas após o procedimento, estando mais
Vale ressaltar que a emergência das associado a dor pós-operatória e à perda
ciências comportamentais sobre a de anestesia local do que com o estresse
educação odontológica pode produzir pré e transoperatórios do procedimento.
reações contrárias, sendo que profissionais Desta forma, o uso de protocolos para
menos esclarecidos acreditam que tais redução do estresse e as técnicas
mudanças representam uma ameaça ao adequadas de anestesia colaboram para
ensino “tradicional” da Odontologia: “treinar minimizar o estresse psicológico durante o
alunos para a resolução de problemas atendimento.25
dentários”. Segundo Moraes26, grande parte dos
O cirurgião-dentista tem um papel esforços têm sido empregados na busca de
fundamental na melhoria da qualidade de estratégias para influenciar o
vida do paciente, seja na prevenção e comportamento dos pacientes
controle das doenças bucais, por meio de odontológicos, ao invés de identificar
ações técnicas e educacionais, seja na variáveis os influenciam. O autor
identificação precoce de agravos à saúde. acrescenta que é necessário investir em
O contato profissional-paciente favorece o conhecimento e sensibilidade sobre a
estabelecimento de vínculos, permitindo importância das ciências comportamentais
perceber o perfil do indivíduo e, por vezes, ao ensino em Odontologia.
levantar suspeitas quanto à manifestação É salutar que o profissional da
de alterações psicoemocionais. Odontologia busque uma visão particular
O profissional de odontologia lida, de para cada paciente, reunindo estratégias
forma rotineira, com pacientes vulneráveis que permitam conhecê-lo melhor, desde a
à dor e ao medo, ao mesmo tempo em que anamnese até o término do tratamento. Por
trabalha sob intensa pressão na busca da conseguinte, fica evidente que os fatores
perfeição técnica e estética. Tudo leva a psicoemocionais influenciam de forma
crer que o treinamento das habilidades de importante na manutenção de condições
manejo da dor, medo e outras variáveis bucais específicas, podendo interferir no
psicossociais não acompanham a evolução plano de tratamento e exigir
tecnológica da Odontologia, ou então, não acompanhamento médico-psicológico, em
é valorizado na mesma medida. busca de viabilizar o sucesso do tratamento
A resposta ao estresse em pequenas odontológico.
cirurgias envolve aumento significativo nos

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que serviram como parâmetro indicativo do
Artigo de Revisão

CONCLUSÃO
grau de comprometimento psicológico dos
A pesquisa acerca do estresse e seu
participantes, destacando-se: a
impacto na saúde representa um campo de
mensuração dos níveis de cortisol e a
grande interesse no meio científico,
aplicação de questionários padronizados.
principalmente para a Odontologia, no
Infere-se desta pesquisa que o
entanto, os mecanismos envolvidos não
estresse crônico é capaz de ocasionar
estão totalmente esclarecidos.
alterações imunológicas e inflamatórias
A resposta ao estresse envolve um
(impacto fisiológico), assim como
complexo conjunto de alterações em vários
alterações nos hábitos de higiene (impacto
sistemas do organismo, com destaque ao
comportamental), podendo exacerbar a
hormônio cortisol, que é capaz de gerar
doença periodontal, em especial, a
prejuízos quando liberado em excesso.
periodontite crônica.
Neste contexto, vale salientar que estresse
É possível afirmar também que o
emocional, ansiedade e depressão
estresse crônico, combinado com fatores
possuem mecanismos psicofisiológicos
funcionais ou anatômicos, pode influenciar
semelhantes, podendo atuar como
como predisponente ou perpetuante da
psicogênicos de problemas bucais em
DTM, mais especificamente as desordens
comum.
do tipo muscular.
A DTM e a doença periodontal se
Diante de todo o exposto, cabe ao
mostraram como as condições bucais
cirurgião-dentista considerar os aspectos
relacionadas ao estresse mais
psicoemocionais inerentes ao atendimento,
investigadas, pois apresentaram maior
com anamnese e exame físico detalhados,
número de trabalhos publicados. Tais
individualização do plano de tratamento e
estudos envolveram instrumentos
encaminhamento multiprofissional quando
específicos para a avaliação do estresse,
necessário.
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ESTRESSE EMOCIONAL E SUA INFLUÊNCIA NA SAÚDE BUCAL

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Palavras-­chave: estresse, saúde bucal, odontologia.

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Keywords: stress, oral health, dentistry

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Tabela 1: quantitativo de trabalhos encontrados, aptos e selecionados.

Trabalhos Trabalhos Trabalhos

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Tabela 2: estudos selecionados que abordam a relação entre estresse e outras

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