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DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO
E ESPECIAL
2011-06-15
Alexandre Poletti
A Lei nº 12.322/2010, que alterou os artigos 544 e 545 do CPC, acabou com o tão
conhecido e utilizado Agravo de Instrumento, interposto contra decisões denegatórias
de Recursos Extraordinário e Especial.
Para o Ministro Cezar Peluso, Presidente do Supremo Tribunal Federal, a nova lei trará
ganhos significativos em termos de celeridade e economia de recursos materiais e
humanos, tornando mais racional a administração da Justiça.
Com a citada modificação, o artigo 544, do CPC, passa a vigorar com a seguinte
redação:
“Art. 544 - Não admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá agravo
nos próprios autos, no prazo de 10 (dez) dias.
Importante ressaltar que o agravante deve interpor um Agravo para cada recurso
inadmitido, ou seja, um Agravo contra a decisão que não admitiu o Recurso
Extraordinário e um Agravo contra a decisão que não admitiu o Recurso Especial.
A nova redação do § 3º, do artigo 544, do CPC, garante a aplicação do artigo 543, do
mesmo Codex e da Lei nº 11.672/2008, que regula os institutos da repercussão geral e
dos recursos repetitivos, aplicáveis nos julgamentos do extraordinário e do especial,
respectivamente.
Recebidos os autos no STJ ou no STF, conforme o caso, o relator poderá: (i) não
conhecer do Agravo manifestamente inadmissível ou que não tenha atacado
especificamente os fundamentos da decisão agravada; ou, (ii) conhecer do Agravo
para: (a) negar provimento ao recurso manifestamente inadmissível, prejudicado ou
em confronto com súmula ou jurisprudência dominante no tribunal; ou (b) dar
provimento ao recurso, se o acórdão recorrido estiver em confronto com súmula ou
jurisprudência dominante no tribunal.
Atenção especial para o fato de que as instâncias superiores tem competência para, de
pronto, julgar o próprio recurso, já que o Agravo fará parte dos próprios autos
principais.
No STJ, o novo recurso de Agravo foi regulamentado pela Resolução nº 07/2010, que
criou a nova classe processual denominada “Agravo em Recurso Especial – AResp”. A
Resolução ainda estabelece que quando houver nos autos Recurso Especial admitido e
Agravo referente a Recurso Especial inadmitido, autuar-se-á o processo com registro
único na classe “Recurso Especial” (REsp), com indicativo de existência do Agravo.
Na linha desse raciocínio e das razões tidas como fundamentais para o fim do Agravo
de Instrumento, não seria mais razoável acabar com o próprio Agravo?
Aí sim, seria proporcionada muito mais efetividade prática na tão almejada celeridade
e economia processual.
Art. 996 - Não admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá agravo
de admissão para o Supremo Tribunal Federal ou para o Superior Tribunal de Justiça,
conforme o caso.
Será que os tribunais superiores terão que acumular milhares e milhares de Agravos e
Agravos Regimentais, nos próprios autos principais, para concluir que a melhor solução
seria o julgamento direto dos Recursos Extraordinário e Especial, mediante a análise de
seus requisitos de admissibilidade e de mérito em um só julgamento?