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Falar em reforma protestante rapidamente nomes como Wycliffe, John Huss,

Martinho Lutero, João Calvino, João Knox, Ulrico Zwínglio, Filipe Melanchton e
outros mais veem a memória, homens de fé tementes ao Senhor que
acreditaram na Verdade das Sagradas Escrituras. Contudo a história não se
encerra aí, há uma Hstória por trás da História. E tudo começa em Gêneses,
Gn 2.18

Para falar dessa grandes auxiliadoras, sejam elas casadas ou solteiras,


gostaria de trazer uma mulher mais contemporânea, que também trouxe luz a
sua época e até hoje ainda ecoam seus ensinamentos.

“A mulher que aceita sua limitações da feminilidade


encontra nessas mesmas limitações, seu dons, sua
vocação especial-asas , de fato, a encorajam até a
liberdade perfeita, até a vontade e Deus.” 1
Elizabeth Elliot – Deixe-me ser mulher.

Começo citando nomes de algumas grandes mulhere como Anna Heinhar,


Idelette D’ Bures, Anna Bullinger, Katharina Schütz Zell Ctarina von Bora ,
Margarida de Navarro, e espero não ser injusta, pois não citarei a todas.
Algumas mulheres também tiveram um papel fundamental para que o movimento da reforma se
expandisse. Porém, como muitas vezes ainda acontece, a história dessas mulheres ficou no
esquecimento. O fato de serem auxiliadoras não as,diminuem, não tem menos
importância ou menor responsabilidade. É sinal de obediência ao Deus que
creem e responsabilidade com a fé que professam.

certamente nos inspiram a sermos piedosas...

Katharina Schütz Zell: pregadora, teóloga, mulher reformadora, mãe na fé


Katharina aprendeu a ler e a escrever quando ainda não havia escolas públicas organizadas, mas em
casas-escola, onde professores ministravam aulas para meninas e meninos. Começou muito jovem a
ler a Bíblia e tinha muitas perguntas que envolviam a vida religiosa, embora a prática da leitura da
Bíblia não era apoiada pela hierarquia eclesiástica da época. Ela não viveu no convento, algo que era
comum na vida de muitas mulheres. 
O primeiro grande ato de rebelião contra a sociedade do seu tempo foi casar-se com um homem do
clero, o sacerdote Matthäus Zell, no dia 3 ou 4 de dezembro de 1523. O casamento de clérigos foi
algo central no movimento da Reforma Protestante, pois questionava a separação do sagrado e do
profano e a estrutura hierárquica e clerical da Igreja.
Com o casamento, Matthäus Zell foi excomungado da Igreja Católica, assim como os outros clérigos
que haviam se casado. Katharina tomou a iniciativa e corajosamente, escreveu uma carta ao Bispo
defendendo seu esposo e o casamento dos clérigos. Ela intitulou a sua carta: “Desculpas de
KatharinaSchütz, para Matthäus Zell, seu marido, pastor e servidor da Palavra de Deus em
Estrasburgo, devido às grandes mentiras que recaem sobre ele”. A carta demonstra o grande
conhecimento bíblico de sua autora.
Katharina foi mãe de duas crianças, que morreram pequenas, causando muita dor ao casal. Katharina
engajou-se socialmente e escreveu muitos textos. A dor da morte de seus filhos influenciou os seus
escritos.
Havia também neste período histórico muita perseguição aos adeptos da Reforma, o casal deu
refúgio a muitos deles. A casa do casal tornou-se uma casa-abrigo e de diálogo ecumênico em
relação ao movimento da Reforma. Pode-se dizer que desta forma surgiu a casa pastoral, uma casa
de acolhida para os fugitivos devido a perseguição da Igreja de Roma. Além da diaconia solidária
exercida pelo casal, Katharina também agiu como conselheira, fortalecendo as mulheres que devido
às perseguições aos maridos, necessitaram ficar sozinhas e com a responsabilidade do cuidado das
crianças. Ela recebeu em sua casa os reformadores Ulrico Zwinglio de Zurique e João Oekolampad
de Basileia e também trocou correspondência com vários deles, inclusive com Lutero, e até visitou-
o, com o seu esposo, em Wittenberg. O seu marido a tratava como ministra/pastora assistente. O que
era muito avançado para a época. Ele nunca a barrou em seus escritos e na sua atuação. Havia entre
os dois uma cumplicidade na ação em favor da Reforma Protestante.
Em 1534, ela editou um hinário, apontando para a importância da música e da oração na vida
cotidiana. Ela também reescreveu os Salmos 51 e 130 juntamente com o Pai-Nosso como carta de
consolo, numa perspectiva inclusiva no falar sobre Deus. Ela pregou em público três vezes, a
primeira em janeiro de 1548, quando faleceu o seu marido. As outras duas vezes ela pregou na hora
do sepultamento de duas mulheres, adeptas do pregador Schwenckfeld. Os pastores não realizaram o
enterro, pois consideravam os/as seguidores/as de Schwenckfeld, heréticos, pois em seu entender, os
mesmos haviam se separado da Igreja Cristã. Katharina entendia que a pessoa cristã necessita
exercitar o amor diariamente.
Katharina defendeu a diversidade do movimento da Reforma, opondo-se a radicalismos e
exclusivismos. Ela faleceu no dia 5 de setembro de 1562. Foi uma mulher avançada em seu tempo,
lutadora pela igualdade de homens e mulheres no serviço da igreja e pela divulgação pública do
evangelho em Palavra e Ação. Ela é considerada a primeira pregadora do movimento da Reforma
Protestante, teóloga, mãe na fé, defensora dos princípios protestantes.

Katherine von Bora

Sem dúvidas, a mais conhecida dessas é Katherine von Bora (1499 – 1555), a quem seu
esposo, Lutero, se referiu como

“graciosa Katherine von Bora [...] pregadora, cervejeira, jardineira e todas as outras
coisas mais”

Além do reconhecimento por ser uma administradora do lar exemplar, é dito que ela, junto
com seu marido, conversava com refugiados e estudantes que os procuravam em busca de
conselhos.

Até as porcelanas que Khatarina ganhou de presente de casamento foram


vendidas para conseguir dinheiro e abençoar aqueles que lutavam pela mesma
causa.

Khatarina ainda esteve ao lado de Lutero em um dos momentos mais difíceis


de sua vida: a morte de uma de suas filhas, fato que colocou o marido em
depressão. Não escreveu nenhum livro, nem fez pregações, mas apoiou o
marido e o encorajou em todo tempo.
Leia mais em: https://www.semprefamilia.com.br/religiao/10-mulheres-
evangelicas-que-fizeram-historia/

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omo evangélicas sabemos que a Reforma Protestante foi um movimento muito importante


para a nossa compreensão e vivência da fé cristã. Foi um momento histórico de redescoberta
das doutrinas centrais do cristianismo, bem como de rompimento das relações com uma
estrutura de igreja que estava profundamente doente e afastada do ideal de Atos dos
Apóstolos. que se inicia em 1517

Margarida nasceu em 1553 e foi uma princesa francesa da dinastia Valois. Ela tornou-se
rainha de Navarra e depois também da França quando seu marido, Henrique IV, foi
coroado, em 1589. Era a irmã do rei Francisco I da França e o ajudava muito com as
questões do governo, atuando praticamente como uma diplomata, pois era especialista
em relações internacionais e sabia como ninguém comunicar-se como os nobres da
Europa.
Por pertencer a família real e ter o acesso facilitado aos estudos, Margarida se destacou
por suas capacidades intelectuais e, dessa forma, teve contato com os escritos de Lutero.
As novas idéias e doutrinas desencadearam uma grande mudança dentro dela. Ao ler as
obras do reformador, seu coração se encheu de amor pelo Evangelho verdadeiro e pelas
doutrinas da graça de Deus.
Porém,  assim como Lutero no início da Reforma, ela ficou em crise, pois percebia os
erros da igreja, mas não tinha intenção de se separar nem promover um racha na
estrutura Católica que era a única igreja cristã que existia oficialmente. Mesmo dividida,
sabia em seu coração que queria o mesmo que os reformadores ensinavam: uma religião
menos dogmática e sem regras inúteis (que eram acréscimos ao texto bíblico), mais
acolhedora e amorosa, pois era isso que faltava naquele momento.
A percepção de Margarida acerca da necessidade de uma reforma espiritual e de
costumes na igreja estava totalmente de acordo com as pregações da teologia reformada,
e ao perceber isso, ela dedicou-se a colaborar com esta causa.

lançou mão dos recursos da época para aproximar as pessoas do Evangelho escrevendo
contos que terminavam com valores morais cristãos. Dessa forma, sua produção
teológica foi completamente diferente da formalidade característica dos escritos
teológicos da época. lém de ter providenciado abrigo aos colaboradores de Lutero que
haviam sido presos, ela acolheu o próprio João Calvino quando ele precisou fugir da
França como refugiado e foi para Genebra, devido às perseguições impostas pela
liderança da Igreja Católica.
Posteriormente, Margarida usou sua influência política para conseguir o perdão da pena
de Calvino junto ao governo da França. As Institutas da Religião Cristã, obra mais
importante desse reformador, foi dedicada ao rei Francisco I, irmão de Margarida como
forma de esclarecer o que o protestantismo pregava, apresentar as bases bíblicas das
doutrinas e servir como um manual de instrução para os crentes. Calvino fez isso com o
intuito de receber o apoio real, e teve Margarida como principal apoiadora. Se ela não
tivesse intercedido por ele e nem providenciado as condições para ele viver em
Genebra, dificilmente a história do protestantismo conheceria o calvinismo.
 

Margarida de Navarra nos ensina


ainda hoje
São muitas as aplicações que podemos
fazer a partir dos ensinamentos deixados
por ela:
 

1. Ela vivia numa corte imoral e sua vida fez a diferença naquele ambiente porque
não se contaminou com as práticas do seu tempo. Como nós, sendo cristãs hoje,
podemos fazer a diferença na nossa sociedade a partir do nosso comportamento e do
nosso discurso?
2. Margarida se interessava pelo estudo da teologia. Quantas de nós entendemos
que representatividade no ambiente acadêmico importa? Seja estudando e construindo
teologia a partir da perspectiva feminina ou atuando em outras áreas do conhecimento,
você tem usado o potencial intelectual que Deus te deu?
3. Ela sabia como falar e persuadir o rei e os demais governantes a fim de que eles
fizessem o que era correto diante de Deus. Você tem sido sábia  em suas relações,
influenciando pessoas a agirem positivamente no ambiente onde vivem?
4. Margarida sonhava em viver o cristianismo a partir da perspectiva do amor que
acolhe, que serve aos outros nas suas necessidades e que não esmaga as pessoas com
regras criadas pelos homens. No fim de sua vida, mesmo sendo da família real, ela
dedicou-se ao cuidado dos pobres e dos enfermos. Como você tem compreendido o
Evangelho: são regras a serem cumpridas ou laços de afeto a serem expandidos? É uma
fé que aprisiona ou que liberta? O que você tem vivido e pregado?

Essas mulheres marcaram seu tempo, entraram para a história e nos abençoam hoje através
do testemunho das suas vidas piedosas. Mulheres que amavam a Deus e a sua Palavra e que
brilharam ao entenderem o seu chamado para amar e servir a Deus como mulheres.

O desafio que arde em nosso coração é o de ser tudo aquilo que Deus espera de nós em
nossa geração. Que o Senhor nos use para abençoar o nosso lar, participar da edificação da
igreja e transformar a nossa sociedade através do zelo que temos pela Palavra e da devoção
que temos Cristo.

Alegria e satisfação verdadeiras estão no fato de aceitarmos a vontade de


Deus. Elizabeth Elliot – Deixe-me ser mulher.

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