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D.L.M. - Celulite
D.L.M. - Celulite
CASCAVEL
2004
MONOGRAFIAS DO CURSO DE FISIOTERAPIA – UNIOESTE
n. 01-2004 ISSN 1678-8265
CASCAVEL
2004
MONOGRAFIAS DO CURSO DE FISIOTERAPIA – UNIOESTE
n. 01-2004 ISSN 1678-8265
TERMO DE APROVAÇÃO
............................................................................................
Orientador – Profª . Ms. Cristina Diamante
Colegiado de Fisioterapia - UNIOESTE
............................................................................................
Profª . Juliana Cristina Frare
Colegiado de Fisioterapia - UNIOESTE
............................................................................................
Profª . Luciane Rosa
Colegiado de Fisioterapia - UNIOESTE
DEDICATÓRIA
Aos meus pais pelo apoio, incentivo e esforços realizados para que eu alcance meus
objetivos e persista na busca pelos meus ideais.
Ao meu namorado, que dividiu comigo cada etapa desta realização, pelo seu apoio,
carinho, compreensão e paciência nas fases mais difíceis e também pela
contribuição direta, com dedicação, na concretização deste trabalho.
A todos aqueles que, embora não mencionados aqui, contribuíram de maneira direta
ou indireta para a concretização deste projeto, muito obrigada.
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n. 01-2004 ISSN 1678-8265
RESUMO
O fibro edema gelóide (FEG), distúrbio que acomete a grande maioria da população
feminina, pode atingir estágios incapacitantes, uma vez que a paciente pode
apresentar quadro de algia, dificultando assim a realização de suas atividades
diárias e até o seu convívio social. Com este enfoque, o objetivo deste trabalho é
estudar os efeitos da drenagem linfática manual no tratamento do FEG nos seus três
a quatro estágios, sendo que foi delimitado neste trabalho até o terceiro estágio, e
auxiliar os profissionais da área na escolha ou não desta modalidade visando a
melhora das disfunções que a patologia acarreta. Foram estudadas três pacientes,
cada uma delas acometida por um dos três estágios do fibro edema, foi aplicado
uma avaliação fisioterapêutica específica, sendo também aplicado um protocolo de
drenagem linfática manual, durante dois meses, com uma média de três
atendimentos semanais, de trinta minutos cada sessão. Pôde ser observado que na
paciente com estágio 1 do FEG foi possível reduzir as medidas de perimetria, bem
como as alterações da pele significativamente. Na paciente com grau 2 os
resultados obtidos foram moderados e, na de grau 3 não foram obtidos resultados
satisfatórios. Assim, conclui-se que, através de um programa de drenagem
adequado e precoce é possível reduzir as decorrências da patologia e melhorar o
aspecto da pele. Já em estágios mais avançados, a drenagem mostrou-se eficaz no
efeito da analgesia, mas não mostrou resultados satisfatórios nas medidas de
perimetria e no aspecto e mobilidade da pele, podendo, então, ser escolhida como
técnica coadjuvante no início do tratamento, visando analgesia.
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................IV
RESUMO..................................................................................................................................V
ABSTRACT ............................................................................................................................VI
LISTA DE FIGURAS ...........................................................................................................VIII
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................IX
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..............................................................................................4
2.1 TECIDO EPITELIAL..........................................................................................................4
2.2 TECIDO CONJUNTIV O ...................................................................................................4
2.3 PELE ...................................................................................................................................5
2.3.1 EPIDERME .....................................................................................................................7
2.3.2 DERME ............................................................................................................................7
2.3.3 HIPODERME ..................................................................................................................9
2.3 MICROCIRCULAÇÃO DA PELE....................................................................................9
2.4 FIBRO EDEMA GELÓIDE ............................................................................................ 10
2.4.1 HISTOLOGICAMENTE .............................................................................................. 11
2.4.2 ETIOPATOLOGICAMENTE ...................................................................................... 11
2.4.3 CLINICAMENTE.......................................................................................................... 12
2.5 ASPECTOS HISTOPATOLÓGICOS .......................................................................... 12
2.6 ETIOPATOGENIA DO FIBRO EDEMA GELÓIDE ................................................... 16
2.6.1 FATORES PREDIS PONENTES .............................................................................. 17
2.6.2 FATORES DETERMINANTES ................................................................................. 17
2.6.3 FATORES CONDIC IONANTES ............................................................................... 18
2.7 CLÍNICA E DIAGNÓSE DO FEG ................................................................................ 20
2.8 SINAIS E SINTOMAS AO EXAME FÍSICO ............................................................... 21
2.9 LOCALIZAÇÕES ............................................................................................................ 22
2.10 FORMAS CLÍNICAS.................................................................................................... 23
2.11 GRAUS DO FIBRO EDEMA GELÓIDE.................................................................... 24
2.12 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS ............................................................................ 25
2.13 SISTEMA LINFÁTICO................................................................................................. 26
2.14 FISIOLOGIA LINFÁTICA ............................................................................................ 27
2.14.1 OS LINFÁTICOS DO MEMBRO INFERIOR ........................................................ 28
2.14.2 OS GÂNGLIOS L INFÁTICOS DO MEMBRO INFERIOR .................................. 30
2.15 DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL .......................................................................... 30
3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 35
4 RESULTADOS .................................................................................................................. 37
5 DISCUSSÃO...................................................................................................................... 43
6 CONCLUSÃO.................................................................................................................... 46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 47
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LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
diversos aspectos, inúmeras teorias foram criadas, de acordo com diversos autores.
Não se pode falar em causa, visto que são uma série de alterações estruturais na
derme, microcirculação e nos adipócitos, não sendo possível isolar cada um desses
De maneira geral pode-se dizer que trata-se de uma desordem localizada que
além disso, ocasiona problemas álgicos, diminuição das atividades funcionais, evolui
para estágios avançados e provoca sérias complicações, podendo levar até a quase
que, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva. É como se o
nas trocas metabólicas dentro do adipócito que encontra seu núcleo comprimido. A
irá responder a essas alterações formando tramas de colágeno que irão tentar
forma, a pele perde a sua forma primitiva, aparecendo distúrbios funcionais, que
complicam a patologia.
nos vasos linfáticos, veias e capilares, ocasiona problemas álgicos, diminuição das
permanecendo sem tratamento – torna-se cada vez mais complicado: o que no início
era apenas uma alteração indolor e passageira das células da pele, desenvolve-se
área na escolha ou não desta modalidade, visando a melhora das disfunções que a
patologia acarreta.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
• membrana de revestimento;
• glandular.
células formem uma membrana contínua, suas camadas superficiais são unidas por
junções celulares. Este tecido tem como funções principais: revestimento, absorção,
células fixas e células móveis. As Fibras podem ser do tipo: colágenas, proteína
mais abundante do corpo humano, sendo que a do tipo I é a mais comum na pele,
possuem pouca elasticidade; elásticas, são fibras que cedem a trações mínimas e
surgimento do FEG.
preenchimento, defesa e nutrição. Este faz parte da formação dos tendões, dos
tecido conjuntivo. O papel de nutrição decorre de sua íntima relação com os vasos
2.3 PELE
b. derme;
(relativamente impermeável);
• termorregulação;
• excreção;
• sensibilidade tátil;
• produção de vitamina D.
for considerado que ela tem também como função promover a respiração corporal,
que a constitui mostram as fases pelas quais passam as células que vão sendo
em escamas de queratina.
2.3.2 DERME
quando tracionada, voltando ao estado original desde que cesse a tração. A derme é
distintas:
sentido vertical);
derme papilar.
que as colágenas são fibras mais resistentes. As principais células da pele são as
são células responsáveis pela síntese das fibras colágenas, elásticas e reticulares.
(GUIRRO, 2002).
De acordo com CAMPOS (1992) o tecido com FEG encontra-se com aumento
estruturas na qual se apóia. A hipoderme é uma camada rica em tecido adiposo, que
Existem dois plexos arteriais que suprem a pele: um que se situa no limite
GUIRRO, 2002).
conjuntivo.
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2.4 FIBRO EDEMA GELÓIDE
HERMITTE (1988) cita em seu artigo vários autores, dentre eles o estudo de
Balfur que em 1816 já havia descrito as formações nodulares cutâneas, Derum, que
fibro edema gelóide tem-se demonstrado como o conceito mais adequado para
trata-se de uma desordem localizada que afeta o tecido dérmico e subcutâneo, com
O fibro edema gelóide, além de ser desagradável aos olhos, do ponto de vista
atividades funcionais. É uma afecção que provoca sérias complicações, podendo até
2.4.1 HISTOLOGICAMENTE
fundamental que, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva.
2.4.2 ETIOPATOLOGICAMENTE
dos fibroblastos. Acredita-se que uma alteração do fibroblasto causada por diversos
seu poder hidrofílico e a pressão osmótica intersticial. Há então uma retenção hídrica
exógenos, tanto gerais quanto locais, desencadeiam uma reação, em cascata lenta
2.4.3 CLINICAMENTE
extensão e localização. Por essa razão denomina-se esse processo de fibro edema
saturação do tecido conjuntivo pelos líquidos intersticiais. Essa reação seria uma
De acordo com CAMPOS (1992) o tecido com FEG encontra-se com aumento
forma de força, que comprime os vasos e nervos. Este quadro gera uma aparência
nodulosa na epiderme. Para WINTER (2003), os nódulos nada mais são do que uma
de colágeno. Dessa forma, a pele perde a sua forma primitiva, aparecendo distúrbios
avançadas é explicada pelo aumento da compressão nos nervos. O tecido com FEG
conjuntivo.
quatro fases:
contém todos os resíduos das diferentes células das regiões vizinhas. Estes
conjuntivo;
e nervos;
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d. Com a continuidade do processo ocorre um espessamento do tecido
irreversível. Com o tecido muito denso é produzida uma irritação contínua nas
não é possível isolar cada um desses fatores, que somados, contribuem para o
aparecimento do distúrbio.
desencadeiam o processo.
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2.6.1 FATORES PREDISPONENTES
hereditárias;
c. Idade: de acordo com CAMPOS (1992) quanto mais avançada a idade maior
d. Desequilíbrios hormonais.
infiltrativo;
toxinas;
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d. Desequilíbrios glandulares e metabólicos: para CAMPOS (1992) diabetes,
FEG;
infiltrações teciduais.
espaços intersticiais.
Estes fatores provocam alterações no tecido conjuntivo, fazendo com que ele
gelóide para, então, perceber a evolução que se deu nas pesquisas dessa área.
teorias:
hepática;
anabolismo lipídico;
ao exame clínico.
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2.7 CLÍNICA E DIAGNÓSE DO FEG
da pele, fixam-na aos planos profundos, diminuindo, dessa maneira, sua mobilidade.
Essas alterações nem sempre acontecem por igual, de forma que a pele apresentará
e GUIRRO, 2002).
sintomas gerais como fadiga, astenia, sensação de peso nas pernas, tensão e às
são facilmente verificáveis por testes simples e seguros. Em certos estágios não é
necessário teste algum, pois o simples olhar permite identificar a infiltração celulítica.
abordar o paciente de modo global, começando pela anamnese, que deverá ser
indicador ou entre as palmas das mãos, e a pele se parecerá com uma casca de
nódulos nos membros ou locais afetados. Também podem estar presentes fadiga e
2.9 LOCALIZAÇÕES
exceção das palmas das mãos, planta dos pés e couro cabeludo, porém, de acordo
com GUIRRO e GUIRRO (2002) e GOLDMAN (2002) são atingidas com maior
dos joelhos, região abdominal, região glútea e porção superior dos braços, ântero e
posteriormente.
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2.10 FORMAS CLÍNICAS
GUIRRO e GUIRRO (2002) afirmam ser essa a forma clínica mais importante,
coxa.
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d. Edematosa – Sempre vem associada a um linfoedema, os membros
pode ser dividida em três ou quatro graus, de acordo com as alterações clínicas e
ULRICH (1982) conforme a gravidade das lesões teciduais que surgem em três
estágios:
laranja".
devem ser realizadas antes que qualquer tratamento possa ser validado como
psicológicos (estresse).
linfático, formado por um conjunto de canais que formam uma densa rede capilar por
todo o organismo tendo seu ponto “início-fim” nos coletores pré e pós-linfáticos, os
cobertura linfática.
coletores, troncos linfáticos e linfonodos que servem como filtros do líquido coletado
sangüíneo. Quando o líquido intersticial passa para dentro dos capilares recebe o
2002).
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2.14 FISIOLOGIA LINFÁTICA
circulação tudo aquilo que o capilar não consegue recuperar do desequilíbrio entre a
por bombear o interstício e deslocar o líquido reabsorvido pelos canais, para reinjetá-
mecanismos que controlam a contração muscular são múltiplos e não são todos
conhecidos.
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O enchimento prévio do vaso coletor também faz parte da qualidade da
valor, além do qual ele diminui. O aumento da pressão não é mais compensado,
nem pelo aumento da freqüência de contração, nem pelo aumento da vazão. Dessa
baixa atividade muscular, pode-se causar uma circulação linfática pouco intensa e
aumento das áreas inflamadas que podem, com o passar do tempo e sem os
gelóide.
coletores inguinais
linfáticos poplíteos
• Da membrana interóssea
externa
externos.
ilíacos internos
sob a aponeurose, entre a safena externa e o nervo poplíteo externo e outros mais
alterados. Ele passou a tratar seus pacientes intuitivamente com massagens que
estimulavam estes gânglios atingindo grandes êxitos com diversos pacientes. Seu
dissensibilização.
naquele vaso, mas devida, exclusivamente, ao efeito hidrostático. Por outro lado,
(GUIRRO e GUIRRO,2002).
tissulares e hidrostática.
venosos e linfáticos.
GUIRRO, 2002).
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FIGURA 1 - Drenagem linfática do membro inferior – vista anterior
de demanda.
anular, tendo contato com a pele que é estirada no sentido proximal ao longo
• Bracelete – mais utilizada quando o edema atinge grandes áreas. Pode ser
e LEDUC, 2000).
feminino, com idades entre 19 e 21 anos para participarem deste estudo. As três são
mulheres jovens, solteiras, sem filhos, não tabagistas. São pacientes sadias, sem
realizada com as pacientes em posição ortostática, com mínima roupa (para melhor
posição ortostática, em duas áreas específicas: glúteos e coxas, sendo que, para
cada área foram usados dois pontos como referência, da seguinte maneira:
calço adaptado na parte de trás para que as pernas ficassem em leve elevação.
Este protocolo foi aplicado três vezes por semana durante nove semanas,
perfazendo um total de trinta sessões, com duração de trinta minutos para cada
A 19 1
B 21 2
C 19 3
A, B e C são respectivamente as pacientes A, B e C.
Fonte: do autor.
G 98 97,5 97,5 97
CD1 48 46 45,5 45,5
A CD2 55 53,5 53,5 53,5
CE1 50 47 46 46
CE2 57,5 54,5 54 54
G 98,5 98 98 98
CD1 51,5 51 50 50
B CD2 58,5 58 58 57,5
CE1 50,5 50 49,5 49,5
CE2 58 58 57,5 57,5
G 112 112 112 111,5
CD1 54,5 55 54 54
C CD2 64 64 63,5 63,5
CE1 56 55,5 55,5 55
CE2 65 65 64,5 64,5
G: glúteos; CD1: ponto 1 da coxa direita (10 cm acima da região suprapatelar); CD2: ponto 2 da coxa
direita (20 cm acima da região suprapatelar); CE1: ponto 1 da coxa esquerda; CE2: ponto 2 da coxa
esquerda. As medidas são expressas em cm.
Fonte: do autor.
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Na tabela 2, ilustra-se a evolução da perimetria das pacientes, desde a
TC + + + +
A
TP - - - -
TC + + + +
B
TP + + - -
TC + + + +
C
TP + + + -
TC: teste da casca de laranja e TP: teste de preensão.
Fonte: do autor.
todas as reavaliações.
proporção: grau 1.
aderência aos planos mais profundos e dor à palpação. Foi classificada como grau
3.
pele (Figura 3 e 4). Também foi possível observar que os melhores resultados
Antes Depois
Fonte: do autor
Fonte: do autor
Fonte: do autor
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5 DISCUSSÃO
tratamento do fibro edema gelóide em mulheres jovens, visto que é uma queixa
teciduais para graus mais avançados. Neste estudo as pacientes foram selecionadas
cada vez mais complicado: o que no início era apenas uma alteração indolor e
passageira das células da pele, desenvolve-se com o passar dos anos para uma
doença crônica, dolorosa. Esse quadro foi verificado com as paciente, sendo que a
SALGADO (2002) afirma que, com essa evolução vai formando-se um tecido
duro, firme, estanque, aprisionado nas suas malhas, até que atinge a fase 3 (grave),
veias e nervos (GUIRRO e GUIRRO, 2002). Para SALGADO (2002), um tecido sem
(1982) como incurável ainda que passível de melhora, enquanto que a branda é
à paciente A e também levou mais tempo para alcançar estes resultados. Já a C não
observados até a 20ª sessão. Após este período não foram registradas mudanças
FOLDI et al (1985) de que o trabalho do linfático pode aumentar até um certo valor,
além do qual ele diminui. O aumento da pressão não é mais compensado, nem pelo
de drenagem linfática manual não for observada nenhuma melhora objetiva, deve-se
propor um outro tipo de tratamento. Foi o que aconteceu neste estudo com a
paciente C, embora deva ser levado em consideração que ela referiu melhora no
ser um recurso utilizado no tratamento do fibro edema gelóide com bons resultados,
especialmente quando este se encontra em fase inicial. Neste estágio foi possível
observar que, após uma dezena de sessões de drenagem (numa média de três por
Foi obtido um resultado moderado com a drenagem tanto nas reduções das medidas
2 do FEG, e também levou mais tempo para alcançar estes resultados. No entanto a
que de dez a vinte sessões é o número suficiente para que se obtenha efeitos da
resultado do tratamento. Não foi obtido melhora objetiva com a paciente com grau 3
de FEG, que apresentou reduções muito discretas nas medidas de perimetria, bem
palpação desta paciente, o que nos leva a crer que a drenagem manual possa ser a
GOLDMAN, M. Four types of cellulite treatments. Aad Journal. , n. 12, p 1-4, 2002.
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GUELFI, M. A. C.; SIMÕES, N. D. P. Estudo comparativo entre as técnicas de
drenagem linfática manual, drenagem linfática eletrônica e grupo controle no
volume de micção. Tese do Curso de Pós-Graduação em Fisioterapia Dermato-
Funcional - IBRATE, 2002.
RICOUX, R. Notions actualles sur la cellulite et san traitement. Thesis Med., Paris,
1936.