Segundo o Decreto-lei nº 53/2008, serão considerados como alimentos todas as substâncias ou produtos de qualquer natureza, sólidos ou líquidos, naturais ou transformados que, por suas características, aplicações, componentes, preparação e estado de conservação, possam ser habitual e idoneamente utilizados na nutrição humana. O alimento é toda a substância ou mistura de substâncias, no estado sólido, líquido, pastoso ou qualquer outra forma adequada, que ingerida pelo homem fornece ao organismo os elementos normais à formação, manutenção e desenvolvimento. Os alimentos podem ser classificados sob diferentes aspetos: a) Alimentos simples são aqueles que por ação de enzimas dos sucos digestivos são transformadas em metabólitos (açúcares, lipídios, proteínas). b) Alimentos metabólitos são também chamados de alimentos diretos, ou seja, são substâncias metabolizadas depois de sua absorção (água, sais, monossacarídeos, aminoácidos, ácidos gordos). c) Alimentos compostos são substâncias de composição química variada e complexa, de origem animal ou vegetal, ou formada por uma mistura de alimentos simples (leite, carne, frutas etc.).
Do ponto de vista analítico, os alimentos dividem-se em alimentos aptos e não aptos
ao consumo. Os alimentos aptos para o consumo são aqueles que atendem ao padrão de identidade e qualidade pré-estabelecido, nos aspetos higiénico-sanitários e nutricionais da legislação, não contendo substâncias não autorizadas que constituam adulteração, vendendo-se com a denominação e rótulos legais. Também são chamados de alimentos genuínos. Alimentos naturais ou in natura são aqueles alimentos de origem vegetal ou animal que estão aptos para o consumo, exigindo-se apenas a remoção das partes não comestíveis, realizados com perfeita higienização e conservação. Os alimentos não aptos para o consumo são aqueles que por diferentes causas não estão dentro das especificações da lei e podem ser contaminados, alterados, falsificados e/ou adulterados. Os alimentos contaminados são aqueles alimentos que contém microrganismos vivos, como vírus, bactérias, fungos, constituindo risco para a saúde do consumidor, ou ainda substâncias químicas, como defensivos agrícolas, metais pesados etc., estranhos à sua composição normal. Podemos observar na Figura 1.1 frutas com marcas visíveis de contaminação microbiológica. Figura 1.1: Fruta contaminada por microrganismos Os alimentos alterados são os alimentos que por causas naturais, de natureza física, química ou biológica, derivadas do tratamento tecnológico não adequado, sofrem deteriorações em suas caraterísticas organolépticas (cor, odor, sabor, textura etc.), na sua composição intrínseca ou em seu valor nutritivo. Como exemplos de alimentos alterados, podemos citar o odor característico da carne no estágio de decomposição, o borbulhar do mel (fermentação), latas de conservas estufadas (enchimento excessivo ou desenvolvimento de microrganismos). A Figura 1.2 demonstra a salsicha fresca estufada decorrente de falha na linha de processamento