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NOVO TESTAM EN TO

EVANGELHO DE MATEUS

M ax L ucado
O REI CARPIN TEIRO

M ateus era um coletor de impostos corrupto e odiado por seu


próprio povo. Mas, depois que Jesus o chamou para segui-lo, sua
vida nunca mais foi a mesma. Se o Senhor tinha um plano para
aquele pecador, certamente tem um para cada um de nós. Nesta
obra, Max Lucado analisa o relacionamento entre Jesus e Mateus
e extrai preciosas lições, que nos ensinam não só a conhecer mais
de Deus mas também a caminhar de acordo com sua vontade.

Os livros da série Lições de Vida são valiosos recursos para o estudo da


Bíblia, de forma individual ou em grupo. Cada seção oferece impor­
tantes explicações, reflexões, ensinamentos, perguntas para debate e
orações, a fim de que você amplie, de maneira prática e prazerosa, seu
conhecimento da Palavra de Deus.

Max Lucado é pastor e escritor de best-sellers mundialmente aclamados,


com mais de setenta livros publicados e oitenta milhões de exemplares
vendidos em dezenas de idiomas. Ele serve, atualmente, na Igreja de
Oak Hills em San Antonio, Texas (EUA), junto com a esposa, Denalyn, e
três filhas. Max e Denalyn atuaram por cinco anos como missionários
no Brasil.
Estudo Bi
MAX LUCADO

EVANGELHO DE MATEUS
O REI CARPINTEIRO

Traduzido por DANIEL FARIA

MC
miindocristão
São Paulo
Copyright © 2007 por Thomas Nelson
Publicado originalmente por Thomas Nelson Inc., Nashville, Tennessee, EUA
Direitos negociados por Silvia Bastos, S. L., Agência Literária.
Os textos de referência bíblica foram extraídos das seguintes versões: Almeida Revista e
Atualizada (RA), da Sociedade Bíblica do Brasil; Nova Bíblia Viva (NBV), da Editora
Mundo Cristão; Nova Tradução da Linguagem de Hoje (NTLH), da Sociedade Bíblica
do Brasil; e Versão Fácil de Ler (VFL — Novo Testamento), © 2006 da World Bible
Translation Center (disponível em www.bibleleague.org). À exceção dessas referências, as
demais citações são da Nova Versão Internacional (NV1), da Biblica, Inc.

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19/02/1998.


É expressamente proibida a reprodução total ou parcial deste livro, por quaisquer meios
(eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação e outros), sem prévia autorização, por
escrito, da editora.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (C1P)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Lucado, Max
Evangelho de Mateus: o rei carpinteiro / Max Lucado; traduzido por Daniel Faria. —
São Paulo: Mundo Cristão, 2014. — (Coleção lições de vida)
Título original: The Gospel of Matthew
1. Bíblia. N.T. Mateus - Comentários I. Título. II. Série.
12-09614 CDD-226.207
índice para catálogo sistemático:
1. Evangelho de Mateus: Comentários 226.207
2. Mateus: Evangelho: Comentários 226.207
Categoria: Educação cristã

Publicado no Brasil com todos os direitos reservados por:


Editora Mundo Cristão
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Telefone: (11) 2127-4147
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O rientações ao líder 7
C omo estudar a B íblia 9
I ntrodução ao evangelho de M ateus 13
L ição 1
Deus em carne e osso 15
L ição 2
Vencendo a tentação 22
L ição 3
O poder da oração 29
L ição 4
A compaixão de Cristo 35
L ição 5
Seguindo a Cristo 42
L ição 6
O grandioso convite do céu 49
L ição 7
Receptividade espiritual 55
L ição 8
Pão da vida 62
L ição 9
Humildade 68
L ição 10
Perdendo o Messias 75
L ição 11
Os últimos dias 82
L ição 12
Ele está vivo! 88
N o t a ao l e it o r 94
Estudar a Bíblia é um dos grandes privilégios que recebemos do
Senhor. E desejo dele que conheçamos sua Palavra inspirada, que
é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a ins­
trução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente
preparado para toda boa obra (2Tm 3.16-17). Somos incentivados a
crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e SalvadorJesus
Cristo (2Pe 3.18). O próprio Jesus nos ensinou a amar a Deus de
todo o nosso entendimento (Mc 12.30).
Para atingir esses objetivos, ele designou alguns como pastores
e mestres, a fim de edificar seu povo e conduzi-lo à maturidade na
fé (cf. E f 4.11-16), e Max Lucado, como um desses vocacionados,
tem se comprometido com o reino no ensino da Palavra. Por isso,
temos a satisfação de oferecer à Igreja evangélica este valioso ma­
terial didático para ser usado em grupo, porque acreditamos que
o estudo em conjunto torna o aprendizado interessante, rico e
produtivo (cf. Pv 27.17). Porém, não existe nenhum impedimento
ao estudo individual.
A fim de tornar o aprendizado mais eficaz, apresentamos al­
gumas dicas importantes:
1. Antes de tudo, ore e peça orientação ao Senhor para que a
Palavra seja ensinada e entendida com fidelidade e clareza.
2. Prepare-se adequadamente. Familiarize-se bem com cada
lição e não deixe de buscar subsídios para enriquecer o ensino.
3. Torne o aprendizado interativo e incentive a participação
de todo o grupo.
4. Trate com respeito todas as contribuições dos participantes.
Se houver necessidade de divergir de alguma ideia ou corrigi-la,
faça-o com mansidão e brandura (G1 6.1; E f 4.2; Tt 3.2; Tg 3.13).
5. Evite que uma pessoa domine a discussão. Isso inclui o lí­
der. Assim, para proporcionar o crescimento do grupo, resista à
tentação de dominar ou manipular a coletividade e impor seus
próprios pontos de vista.
6. Use a imaginação e a criatividade para incrementar as aulas.
Recorra a símbolos visuais, vídeos, músicas, dramatizações etc.
Lembre-se: faça isso com moderação.
Versões bíblicas: nota importante
Para Max Lucado é imprescindível ler um texto bíblico em di­
ferentes versões da Bíblia a fim de estabelecer comparações. No
original em inglês, ele usou uma versão mais moderna, com lin­
guagem menos formal e bem coloquial, e outra mais formal e
tradicional. Assim, para sermos fiéis à proposta do autor, usamos
na seção “Inspiração” duas versões em português que correspon­
dem às intenções de Max Lucado: a tradicional e bem conheci­
da Almeida Revista e Atualizada (2a edição, da Sociedade Bíblica
do Brasil) e a menos conhecida Versão Fácil de Ler (Novo Testa­
mento), anteriormente publicada pela Editora Vida Cristã, mas
hoje se encontra disponível gratuitamente no site da World Bible
Translation Center: <www.bibleleague.org>.
C onclusão
Esperamos que estas orientações e sugestões sejam úteis para to­
dos os membros do grupo; que todos cresçam juntos e façam des­
tes estudos um marco em sua formação espiritual, com o objetivo
de serem a cada dia mais parecidos com Jesus, nosso Senhor e
Salvador.
Os E d i t o r e s
Você tem um livro especial em mãos. Palavras esculpidas em ou­
tras línguas. Ações ocorridas em épocas distantes. Acontecimen­
tos registrados em terras longínquas. Conselhos oferecidos a um
povo estrangeiro. Esse é um livro singular.
E de surpreender que alguém o leia. E antigo demais. Alguns
dos escritos datam de cinco mil anos atrás. É esquisito demais. O
livro fala de enchentes incríveis, incêndios, terremotos e pessoas
com habilidades sobrenaturais. E radical demais. A Bíblia convi­
da à devoção eterna a um carpinteiro que chamava a si mesmo de
Filho de Deus.
A lógica diz que esse livro não sobrevivería. Antigo demais,
esquisito demais, radical demais.
A Bíblia foi proibida, queimada, escarnecida e ridicularizada.
Acadêmicos zombaram dela. Reis decretaram sua ilegalidade.
Mais de mil vezes, a cova foi aberta e o canto fúnebre começou a
ser entoado, mas, por alguma razão, a Bíblia nunca permaneceu
na sepultura. Não somente sobreviveu; ela prosperou. É o livro
mais popular em toda a história. Há anos tem sido o mais vendi­
do no mundo!
Não existe na terra uma explicação para isso. Essa, talvez, seja
a única explicação. A resposta? A durabilidade da Bíbba não se
encontra na terra; encontra-se no céu. Para os milhões que testa­
ram suas afirmações e reivindicaram suas promessas, há somente
uma resposta: a Bíblia é o livro e a voz de Deus.
Ao ler, seria sábio de sua parte pensar um pouco acerca de
duas perguntas: Qual o propósito da Bíblia? Como devo estudá-
-la? O tempo gasto na reflexão dessas duas questões vai engran­
decer consideravelmente seu estudo bíblico.
Qual o propósito da Bíblia?
Permita que ela própria responda a essa pergunta: Porque desde
criança você conhece as Sagradas Letras, que são capazes de torná-lo
sábio para a salvação mediante afé em CristoJesus (2Tm 3.15).
O propósito da Bíblia? Salvação. O maior desejo de Deus é
trazer seus filhos para casa. O livro dele, a Bíblia, descreve seu
plano de salvação. O propósito da Bíblia é proclamar o plano e o
desejo de Deus de salvar seus filhos.
E essa a razão de a Bíblia ter resistido ao longo dos séculos.
Ela tem a ousadia de enfrentar as questões mais difíceis a respeito
da vida: Para onde vou depois de morrer? Existe um Deus? O
que faço com os meus medos? A Bíblia oferece respostas a essas
questões cruciais. É o mapa que nos conduz ao maior tesouro de
Deus: a vida eterna.
Mas como usamos a Bíblia? Inúmeros exemplares das Escri­
turas repousam não lidos em estantes e cabeceiras pelo simples
fato de as pessoas não saberem como lê-la. O que podemos fazer
para torná-la real em nossa vida?
A resposta mais clara encontra-se nas palavras de Jesus. Ele
prometeu: Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e
aporta lhes será aberta (Mt 7.7).
O primeiro passo na compreensão da Bíblia é pedir a Deus
para ajudar-nos. Devemos ler em oração. Se alguém compreende a
Palavra de Deus, é por causa de Deus, e não do leitor: Mas o Conse­
lheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará
todas as coisas e lhesfará lembrar tudo o que eu lhes disse (Jo 14.26).
Antes de ler a Bíblia, ore. Convide Deus para falar com você.
Não vá às Escrituras procurando por sua maneira de pensar; vá
em busca da maneira de pensar dele.
Não devemos ler a Bíblia somente em oração; devemos lê-la
com cuidado. A garantia é: busquem, e encontrarão. A Bíblia não é
um jornal a ser folheado, mas uma mina a ser garimpada: se pro­
curar a sabedoria como se procura a prata e buscá-la como quem busca
um tesouro escondido, então você entenderá o que é temer o Senhor e
achará o conhecimento de Deus (Pv 2.4-5).
Qualquer achado valioso requer esforço. A Bíblia não é exce­
ção. Para compreendê-la, você não precisa ser brilhante, mas tem
de estar disposto a arregaçar as mangas e procurar, como obreiro
que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a pala­
vra da verdade (2Tm 2.15).
Eis um ponto prático: estude a Bíblia um pouco de cada vez.
Não se sacia a fome comendo 21 refeições de uma só vez a cada
semana. O corpo precisa de uma dieta constante para permanecer
forte. O mesmo acontece com a alma. Quando Deus enviou ali­
mento a seu povo, no deserto, ele não providenciou pães prontos.
Em vez disso, enviou o maná, desta forma: flocosfinos semelhantes
a geada [...] sobre a superfície do deserto (Ex 16.14).
Deus concedeu maná em porções ilimitadas e envia alimento
espiritual da mesma forma: abrindo os céus com nutrientes sufi­
cientes para a fome de hoje e providenciando ordem sobre ordem,
regra e mais regra; um pouco aqui, um pouco ali (Is 28.10).
Não desanime se a colheita de sua leitura parece pequena. Há
dias em que uma porção menor é tudo o de que precisamos. O
importante é buscar diariamente a mensagem daquele dia. Uma
dieta constante da Palavra de Deus no decorrer da vida edifica a
saúde da mente e da alma.
Uma garotinha voltou de seu primeiro dia na escola. A mãe
perguntou:
— Você aprendeu alguma coisa?
— Pelo visto, não aprendi o bastante — a menina respondeu.
— Tenho de voltar amanhã, depois de amanhã e depois de depois
de amanhã...
E assim que funciona a aprendizagem e é assim que funciona
o estudo da Bíblia. A compreensão vem pouco a pouco, ao longo
da vida.
Há um terceiro passo na compreensão da Bíblia. Depois do
pedido e da busca, vem a batida. Depois de perguntar e procurar,
você bate: batam, e aporta lhes será aberta (Mt 7.7).
Bater é estar diante da porta de Deus. Ficar disponível. Subir
as escadas, cruzar o pórtico, colocar-se à porta e se voluntariar.
Bater vai além da esfera do pensamento e entra na esfera da ação.
Bater é perguntar: O que posso fazer? Como posso obedecer?
Aonde posso ir?
Uma coisa é saber o que fazer. Outra é fazer. Mas para aqueles
que fazem, que escolhem obedecer, uma recompensa especial os
aguarda: Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita, que
traz a liberdade, epersevera na prática dessa lei, não esquecendo o que
ouviu mas praticando-o, seráfeliz naquilo quefizer (Tg 1.25).
Uma promessa e tanto! A felicidade vem para quem pratica o
que lê! E o mesmo com medicamentos. Se você apenas ler o ró­
tulo, mas ignorar as pílulas, de nada vai adiantar. É o mesmo com
comida. Se você apenas ler a receita, mas nunca cozinhar, não vai
ser alimentado. Dá-se o mesmo com a Bíblia. Se você apenas ler
as palavras, mas nunca obedecer, jamais conhecerá a alegria que
Deus prometeu.
Peça. Procure. Bata. Simples, não é? Por que então não tentar?
Se o fizer, entenderá por que você tem nas mãos o livro mais
extraordinário da história.
Você deve se perguntar o que Jesus viu em Mateus.
Ele era um cobrador de impostos. A profissão nunca foi muito
popular em qualquer época, mas nos dias de Cristo era especial­
mente impopular. Os cobradores de impostos eram os traido­
res da Palestina. Tomavam de seu próprio povo e entregavam a
Roma. Assim que cumprissem a cota exigida, podiam cobrar im­
postos de qualquer coisa, e tanto quanto quisessem.
Mateus não era apenas um cobrador de impostos; ele era um
cobrador de impostos público. Alguns cobradores faziam seu ser­
viço às ocultas. Eles contratavam agentes de cobrança para fazer
o trabalho sujo. Mateus administrava o próprio negócio. Era um
sanguessuga da pior espécie. Dirigia sua limusine até as partes
mais miseráveis da cidade, montava sua mesa e estendia a mão.
E onde ele estava quando Jesus o chamou.
Você deve se perguntar o que Jesus viu em Mateus. Ao mesmo
tempo, você deve se perguntar o que Mateus viu em Jesus. Quer
dizer, olhe para ele. Sujeira debaixo das unhas. Mãos calejadas.
Furos nas sandálias. Nenhum quartel-general. Nenhum escritó­
rio. Nenhum comitê. Nenhum prestígio com a igreja local.
Os líderes religiosos não lhe responderiam um bom-dia. Os
seguidores dele pareciam mais estivadores ou jogadores de sinuca
do que seminaristas.
Esse sujeito afirma ser o Messias?
Uma dupla e tanto esses dois. Todavia, Mateus aceitou o con­
vite de Cristo e nunca voltou atrás. Passou o resto da vida conven­
cendo as pessoas de que esse carpinteiro era o Rei. Jesus concedeu
o chamado e nunca o tomou de volta. A relação de Jesus com
Mateus pode servir para nos convencer de que se Jesus tinha um
lugar para Mateus, ele certamente pode ter um lugar para nós.
D eus em ca rn e e o sso

R eflexão
A cada dezembro os cristãos relembram os acontecimentos sur­
preendentes daquele primeiro Natal: exércitos de anjos apare­
cendo a pastores boquiabertos, a estrela de Belém orientando os
sábios e, é claro, o bebê na manjedoura. O que você faz a cada
época natalina para recordar e saborear a afirmação estonteante
do evangelho de que Deus se fez carne e habitou entre nós?
S ituação
Ao escrever a seus compatriotas judeus, Mateus dá início a seu
evangelho demonstrando que Jesus descende (humanamente fa­
lando) de Abraão e do rei Davi. Na sequência, ele discute algumas
das circunstâncias que cercam o nascimento virginal de Cristo e
a infância turbulenta.
O bservação
Leia Mateus 1.18—2.12 da RA ou da VFL.
Almeida Revista e Atualizada
18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo fo i assim: estando Maria, sua mãe,
desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo
Espírito Santo. 19 Mas José, seu esposo, sendojusto e não a querendo infamar,
resolveu deixá-la secretamente. 20 Enquanto ponderava nestas coisas, eis que
lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não
temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito
Santo. 21 Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele
salvará o seu povo dos pecados deles. 22 Ora, tudo isto aconteceu para que se
cumprisse o quefora dito pelo Senhor por intermédio do profeta:
23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz umfilho, e ele será chamado pelo
nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco). 24 Despertado José do sono,
fe z como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher. 25 Contudo, não
a conheceu, enquanto ela não deu à luz umfilho, a quem pôs o nome de Jesus.
21 Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, em dias do rei Herodes, eis
que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. 2 E perguntavam: Onde está
o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e
viemos para adorá-lo. 3 Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes, e, com
ele, toda a Jerusalém; 4 então, convocando todos os principais sacerdotes e
escribas do povo, indagava deles onde o Cristo deveria nascer. 5 Em Belém da
Judeia, responderam eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta:
6 E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as
principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu
povo, Israel.
7 Com isto, Herodes, tendo chamado secretamente os magos, inquiriu deles
com precisão quanto ao tempo em que a estrela aparecera. s E, enviando-os
a Belém, disse-lhes: Ide informar-vos cuidadosamente a respeito do menino;
e, quando o tiverdes encontrado, avisai-me, para eu também ir adorá-lo.
9 Depois de ouvirem o rei, partiram; e eis que a estrela que viram no Oriente
os precedia, até que, chegando, parou sobre onde estava o menino. 10 E, vendo
eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo . 11 Entrando na casa,
viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo
os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra. 12 Sendo
por divina advertência prevenidos em sonho para não voltarem àpresença de
Herodes, regressaram por outro caminho a sua terra.

Versão Fácil de Ler


1S O nascimento de Jesus Cristo aconteceu assim: Maria, sua mãe, ia se
casar com José. Antes de se casar, porém, M aria ficou grávida pelo poder do
Espírito Santo. 19 José, seufuturo marido, resolveu romper o contrato de ca­
samento sem dizer nada a ninguém, pois era um homem bom e não queria
humilhar Maria.
20 Enquanto José estava pensando nisso, um anjo do Senhor lhe apareceu
em sonho e disse:
— José, filho de D avi. Não tenha medo de receber M aria como esposa. E
pelo poder do Espírito Santo que ela está grávida . 21 Ela terá um filho e você
lhe dará o nome de Jesus, pois Ele irá salvar o seu povo dos pecados deles.
22 Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo
profeta:
23"Olhem, a virgem vaificar grávida e vai ter umfilho,
ao qual será dado o nome Emanuel”.
(Emanuel quer dizer °Deus está conosco”.)
24 Quando José acordou, fe z o que o anjo do Senhor havia mandado. Ele
recebeu M aria como esposa, 23 mas não tiveram nenhuma relação sexual até
que o menino nascesse. E quando o menino nasceu, José lhe deu o nome de
Jesus.
21 Jesus nasceu em Belém, na província da Judeia, no tempo em que He-
rodes era o rei. Nessa mesma época, alguns homens sábios, vindos do Oriente,
chegaram a Jerusalém. 2 Os sábios perguntaram:
— Onde está o menino que nasceu para ser o rei dosjudeus? Nós vimos a
sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo.
3 Quando o rei Herodes soube disso, ficou muito perturbado e todo o povo
de Jerusalém também. 4 Ele, então, mandou reunir todos os líderes dos sacer­
dotes eprofessores da lei, e lhes perguntava onde deveria nascer o Cristo. 5 Eles
responderam:
— Em Belém, na província da Judeia, poisfoi isto que o profeta escreveu:
6“E você, Belém, da terra de Judá,
de maneira nenhuma é a menor entre asprincipais cidades da Judeia.
De você virá o líder
que será o pastor do meu povo Israel”.7*9102
7 Herodes, então, chamando os sábios em particular, descobriu o momento
exato em que a estrela havia aparecido. 8 Depois, enviando-os para Belém,
disse-lhes:
— Vão eprocurem o menino com todo o cuidado e, quando o encontrarem,
venham me dizer, para que eu também possa ir adorá-lo.
9 Os sábios ouviram as palavras do rei e depois partiram para Belém. A
estrela que eles tinham visto no Oriente fo i adiante deles até que, chegando,
parou sobre o lugar onde o menino estava.
10 Quando viram a estrela, os sábios sentiram grande e intensa alegria.
11 Eles entraram na casa e viram o menino com Maria, sua mãe. Então,
ajoelhando-se, o adoraram. Depois, abriram as caixas que levavam e lhes
ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra.
12 Deus os avisou em sonho que não voltassem para onde Herodes estava e
eles voltaram para sua terra por outro caminho.
E xploração
1. Por que a descendência de Cristo teria importância para os
primeiros leitores judeus do evangelho de Mateus?

2. Costuma-se dizer: “As coisas não são o que parecem ser”. De


que maneira essa afirmação se aplica à gravidez de Maria e à vinda
de Cristo ao mundo?

3. Com base em Mateus 1 e 2, o que podemos aprender sobre o


caráter de José?

4. Como Herodes reagiu à notícia de que Cristo, “o rei dos judeus”,


havia chegado?

5. Na sua opinião, por que os sábios do Oriente viajaram tanto e de


tão longe para encontrar Cristo, enquanto os estudiosos e líderes
religiosos de Israel não procuraram por ele em nenhum momento?

I nspiração
O menino de Belém. Emanuel. Lembra-se da promessa do anjo?
Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado
pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco) (Mt 1.23, RA).
Emanuel. O nome aparece na mesma forma hebraica de dois
mil anos atrás.“Emanu”significa“conosco”. “El”refere-se a“Elohim”,
ou Deus. Não um “Deus acima de nós”ou um “Deus em algum lugar
da vizinhança”. Ele veio como o “Deus conosco”, Deus entre nós.
Não “Deus com os ricos” ou “Deus com os religiosos”. Mas
Deus conosco. Com todos nós. Russos, alemães, caminhoneiros,
taxistas e bibliotecários. Deus conosco.
Deus conosco. Nós não amamos a palavra “com”? “Você vai co­
migo}”, perguntamos. “A loja, ao hospital, em toda a minha vida?”
Deus diz que vai. “E eu estarei sempre com vocês”, disse Jesus
antes de subir ao céu, “até o fim dos tempos” (Mt 28.20, grifo do
autor). Procure restrições à promessa; não encontrará nenhuma.
Não vai encontrar “Estarei com você caso se comporte... quando
crer. Estarei com você nos domingos em adoração... no culto”.
Não, nada disso. Não há retenção na fonte em relação à promessa
do “com” de Deus. Ele está conosco.
Deus está conosco.
Profetas não foram suficientes. Os apóstolos também não se­
riam. Anjos não bastariam. Deus enviou mais do que milagres e
mensagens. Ele enviou a si mesmo; enviou seu Filho. “E o Verbo
se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14, RA).
T recho de C ure fo r the C o m m o n L if e [ C u r a p a r a a v id a c o m u m ]

R eação
6. Quando foi a última vez que você realmente foi impactado pela
afirmação bíblica de que, durante três décadas, o Criador de fato
transitou no meio de sua criação na pessoa de Jesus Cristo?

7. Para você, o que ajuda ou dificulta a compreensão verdadeira


por parte de seus vizinhos e colegas de trabalho de que Jesus é
Deus encarnado?
8. Quando foi que Deus pareceu mais real, mais tangível, mais
próximo para você?

9. Que lições você pode aprender de José a respeito de se subme­


ter ao propósito maior de Deus?

10. Como os sábios do Oriente, de um lado, e o rei Herodes, de


outro, representam as duas reações divergentes que a maioria das
pessoas demonstra em relação a Cristo?

11. Os sábios deram muito a Cristo — atenção, tempo, energia,


esforços, afeição, adoração, riqueza etc. Arriscaram a vida e talvez
carreira, credibilidade e reputação. Reserve um momento para
avaliar sua vida e devoção a Cristo. Neste exato momento, o que
especificamente você está dando a ele?

L ições de vida
Se alguma vez começarmos a duvidar do amor de Deus por nós,
não precisamos ir muito além da criança de Belém. Não é um
simples bebê deitado ali na manjedoura — é a Divindade de fral­
das. O universo assistiu com espanto enquanto o Rei dos céus (e
da terra) aprendeu a caminhar. Jesus cresceria num lar judeu. Por
33 anos, sentiria todas as coisas que você e eu sentimos: fraqueza,
cansaço, medo de falhar, tentação. Plenamente humano, podemos
presumir que Cristo ficava resfriado e que batia os dedos do pé na
parede. Ele se magoava, ficava cansado e sentia dores de cabeça.
Pensar em Jesus sob essa ótica é — bem, parece quase irreve­
rente, não é? Não é algo que gostamos de fazer; é desconfortável.
Ê muito mais fácil manter a humanidade longe da encarnação.
Mas também é antibíblico. Cristo era Deus — em carne e osso.
D evoção
Pai, obrigado por enviares teu Filho para estar conosco e morrer
por nós. Jesus, obrigado por seres meu Salvador pessoal. Espírito
de Deus, abre meus olhos para a verdade maravilhosa do evan­
gelho. Que diariamente eu possa ficar fascinado pela graça. Que
possa caminhar em teu poder. Que tenha coragem e alegria de
partilhar as boas-novas do Emanuel, o Deus conosco.
• Para mais passagens bíblicas sobre a encarnação, leia Isaías
7.14; Lucas 1.26—2.21; e João 1.1-18.
• Para completar o evangelho de Mateus durante este estu­
do em doze partes, leia Mateus 1.1—2.23.
Para pensar
De que maneira a minha vida amanhã seria diferente se eu pu­
desse viver continuamente com a consciência de que Cristo está
comigo e em mim?
V en c en d o a tentação

R eflexão
A realidade da tentação é ainda mais certa que a morte, a fome e
os impostos. E pior, como bem satirizou alguém, as tentações são
como gatos de rua — trate um deles bem, e antes que você con­
siga piscar, ele estará de volta com uma dúzia de amigos! Como
você definiría a tentação para uma criança? Descreva o processo
de ser atraído para o pecado.
Situação
Mateus, como os outros escritores dos evangelhos, perde pouco
tempo para chegar ao início do ministério público de Cristo. Ele
descreve o batismo do Senhor e a tentação no deserto. Então, nós
o vemos escolher alguns discípulos enquanto começa a ensinar as
boas-novas acerca do reino dos céus.
O bservação
Leia Mateus 4.1-11 da RA ou da VFL.
Almeida Revista e Atualizada
1A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo
diabo. 2 E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, tevefome. 3 En­
tão, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que
estas pedras se transformem em pães. 4 Jesus, porém, respondeu: Está escrito:
Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca
de Deus.
5 Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do
templo 6 e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito:
Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem;
e:
Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalgumapedra.
7 Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito:
Não tentarás o Senhor teu Deus.
;

8 Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os rei­


nos do mundo e a glória deles 9 e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me
adorares. 10 Então, Jesus lhe ordenou: Rxtira-te, Satanás, porque está escrito:
Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto.
11 Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram.

Versão Fácil de Ler


1 Então Jesusfo i levado pelo Espírito para o deserto, afim de ser tentado
pelo Diabo. 2 Depois de não comer nada durante quarenta dias e quarenta
noites, Jesus teve fome. 3 O tentador aproximou-se, então, dele e disse:
— Se você é mesmo o Filho de Deus, mande estaspedras se transformarem
em pão.
4 Jesus, porém, respondeu:
— As Escrituras dizem:
“Nem só de pão vive o homem;
mas de toda a palavra que procede de Deus”.
5 O Diabo levando-o depois para a cidade santa de Jerusalém, colocou-o
sobre o ponto mais alto do templo 6 e lhe disse:
— Se você é mesmo o Filho de Deus, atire-se daqui para baixo, pois as
Escrituras dizem:
“Deus dará ordens aos seus anjos
para que cuidem de você.
Eles vão segurá-lo com suas mãos
para que nem os seus pés se machuquem nas pedras”.
7Jesus, porém,respondeu:
— Mas as Escrituras também dizem:
“Nãoponha o Senhor seu Deus àprova”.
8A seguir o Diabo o tentou novamente, levando-o para um lugar muito
alto. Ele lhe mostrou todos os reinos do mundo e toda a glória que eles tinham.
9 Depois, disse:
— Eu lhe darei todas estas coisas se você se ajoelhar diante de mim e
me adorar.
10 Jesus lhe disse:
— Vá embora daqui, Satanás! As Escrituras dizem:
“A dore ao Senhor seu Deus, e sirva somente a Ele".
11 Depois disto, o Diabo o deixou e os anjos vieram e o serviram.
E xploração
1. Reserve alguns momentos para examinar o contexto da pas­
sagem que acabou de ler. Qual era o papel de João Batista no
ministério de Cristo?

2. Analise com atenção a sequência de acontecimentos em Ma­


teus 3.16—4.2. Alguma coisa parece estranha ou irônica nessa
passagem?

3. O que haveria de tão errado em transformar pedras em pão?


(Afinal de contas, comer não é pecado.)

4. Para você, o que Jesus sentiu em meio a esse tempo de prova­


ção? Como isso difere da forma como ele respondeu?

5. De que modo o diabo usou indevidamente as Escrituras para


tentar seduzir Jesus a agir de maneira independente do Pai?
I nspiração
Alguma vez você já pensou sobre as coisas ruins feitas a Cristo?
Pode imaginar as vezes em que Jesus podia ter desistido? E sobre
o momento de tentação? Você e eu sabemos o que é suportar um
momento de tentação ou uma hora de tentação, até mesmo um
dia de tentação. Mas quarenta dias? Foi o que Jesus enfrentou:
Jesus [...] foi levado pelo Espírito ao deserto, onde, durante quarenta
dias, foi tentado pelo Diabo (Lc 4.1-2).
Imaginamos a tentação do deserto como três acontecimen­
tos isolados espalhados por um período de quarenta dias. Ah, se
tivesse sido assim. Na realidade, o tempo de teste de Jesus foi
ininterrupto: “durante quarentas dias, foi tentado pelo Diabo”.
Satanás grudou em Jesus feito um carrapato e se recusava a ir
embora. A cada passo, um sussurro nos ouvidos. A cada curva do
caminho, a semente da dúvida. Jesus foi impactado pelo Diabo?
Aparentemente, sim. Lucas não diz que Satanás tentou tentar Je­
sus. O versículo não diz que o Diabo intentou tentar Jesus. Não,
a passagem é clara: “foi tentado pelo Diabo”. Jesus foi tentado;
ele foi testado. Tentado a mudar de lado? Tentado a ir para casa?
Tentado a se contentar com um reino na terra? Não sei dizer, mas
sei que ele foi tentado. Uma guerra foi travada em seu interior. O
estresse atacava por fora. E, uma vez que foi tentado, ele podería
ter abandonado a corrida. Mas não. Ele continuou a correr.
A tentação não o deteve, nem mesmo as acusações. Consegue
imaginar como seria disputar uma corrida e ser criticado pelos
espectadores?
Alguns anos atrás, participei de uma corrida de cinco quilô­
metros. Nada sério, apenas umas voltas pela vizinhança a fim de
levantar fundos para uma instituição de caridade. Não sendo o
mais experiente dos corredores, comecei em um ritmo impossí­
vel de manter. Pouco mais de um quilômetro depois eu já estava
ofegando. No momento certo, porém, os espectadores me deram
ânimo. Observadores simpáticos me incentivaram. Uma se­
nhora compassiva distribuiu copos d’água, outra nos refrescou
com uma mangueira. Nunca havia visto aquelas pessoas, mas
isso não importava. Eu precisava de uma voz de encorajamento,
e elas ofereceram. Amparado pela confiança delas, segui adiante.
Mas e se nos trechos mais difíceis da corrida, em vez de pala­
vras de incentivo, eu tivesse ouvido palavras de acusação? E se a
acusação viesse não de estranhos que eu pudesse descartar, mas de
meus próprios vizinhos e familiares?
Quanto você apreciaria se alguém lhe gritasse estas palavras
enquanto você corresse:
“Ei, mentiroso! Por que você não faz algo de honesto em sua
vida?” (cf. Jo 7.12).
“Lá vem o estrangeiro. Por que você não volta para o lugar de
onde veio?” (cf. Jo 8.48).
“Desde quando permitem filhos do diabo participar da corri­
da?” (cf. Jo 8.48).
Foi o que aconteceu com Jesus. A própria família o chamou
de lunático. Os vizinhos o trataram ainda pior. Quando Jesus
retornou à terra natal, tentaram jogá-lo do topo de uma colina
(Lc 4.29). Mas Jesus não desistiu de correr. Tentações não o de­
tiveram. Acusações não o derrotaram. Nem mesmo a vergonha o
desanimou.
T recho de S im p l e s m e n t e com o J esu s

R eação
6. A qual das tentações que Jesus enfrentou você acharia mais
difícil de resistir?

7. Teólogos gostam de discutir sobre a possibilidade de que Cristo


pudesse de fato ceder às tentações do diabo. Alguns argumentam
que Jesus era divino, e Deus é incapaz de fazer o mal. Outros
dizem que se fosse impossível para ele ceder, então esse relato da
tentação não faz sentido. O que você acha?
8. Por que conhecer, e lembrar-se dela e apegar-se à Palavra de
Deus são tão essenciais na superação da tentação?

9. Há momentos na vida em que você se encontra mais suscetível


e vulnerável à tentação do que o normal?

10. Na sequência dessa tentação, Jesus oficialmente inicia seu mi­


nistério ao selecionar alguns seguidores. Os rabinos judeus (isto
é, os mestres) costumavam escolher os jovens mais ilustres e ins­
truídos das escolas rabínicas para serem seus discípulos. Jesus, ao
contrário, escolheu alguns pescadores iletrados. O que isso lhe diz
a respeito de Cristo?

11. Considerando a evidência positiva que você acabou de estudar


em Mateus 3 e 4, é difícil imaginar que alguém pudesse ficar infe­
liz com Jesus. Por que sua vida impecável e seus ensinos criariam
por fim tamanha polêmica e hostilidade?

L ições de vida
Podemos encontrar grande conforto e ajuda no relato de Mateus
acerca da tentação de Jesus. Possibilidades teológicas à parte, o
fato é que, em sua humanidade, Jesus estava faminto e exausto,
e o diabo astutamente se aproximou para tentar explorar a con­
dição vulnerável dele. Nada no texto sugere que houve somente
três tentações e que esse encontro com Satanás consistiu em uma
provação rápida, de cinco minutos. O ataque de Satanás no deserto
foi ardiloso e implacável. Mas Cristo resistiu, o que significa que
temos um Salvador vitorioso que sabe — realmente entende — o
que é ser cortejado e seduzido a praticar o mal. E na fidelida­
de persistente do Senhor à verdade de Deus, temos um exemplo
magnífico do que fazer quando nos virmos desejando aquilo que
é agradável à nossa natureza pecadora, aquilo que é agradável aos
nossos olhos e o orgulho pelas coisas desta vida (ljo 2.16, VFL).
D evoção
Obrigado, Senhor, pois entendes nossas fraquezas. Na terra, foste
tentado de todas as maneiras com que somos tentados. Louva­
mos-te, Senhor, por tua firme recusa ao pecado. Tu és santo e
prometeste fazer-me santo. Dá-me discernimento hoje. Enche-
-me com o teu todo-poderoso Espírito.
• Para mais passagens bíblicas sobre a tentação, leia lCorín-
tios 10.13; Hebreus 4.14-16; e Tiago 1.12-15.
• Para completar o evangelho de Mateus durante este estu­
do em doze partes, leia Mateus 3.1—4.25.
Para pensar
Em relação à tentação mais comum em minha vida neste mo­
mento, algumas medidas práticas e específicas que posso tomar
para combater seu poder são...
O P O D E R DA O RA Ç Ã O

R eflexão
Em uma intrigante reportagem de capa alguns anos atrás, uma
das principais revistas dos Estados Unidos divulgou que cerca de
quatro em cada cinco adultos dizem orar pelo menos uma vez
por semana. A pesquisa revelou também que 85% dos que oram
afirmam que não recebem regularmente respostas a suas orações.
Como você explica esse contraste?
S ituação
Depois de ser apresentado por Mateus como o muito aguardado
Messias-Rei enviado por Deus Jesus estabelece os padrões para a
vida no reino em seu famoso Sermão do Monte. A habilidade de
orar efetivamente está entre as práticas que honram a Deus e que
é esperada dos seguidores de Cristo.
O bservação
Leia Mateus 6.5-15 da RA ou da VFL.
Almeida Revista e Atualizada
5 E, quando orardes, não sereis como os hipócritas;porque gostam de orar
em p é nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens.
Em verdade vos digo que elesj á receberam a recompensa. 6 Tu, porém, quando
orares, entra no teu quarto e, fechada aporta, orarás a teu Pai, que está em
secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. 7 E, orando, não useis
de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar
serão ouvidos. 8 Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai,
sabe o de que tendes necessidade, antes que Ihopeçais.
9 Portanto, vós orareis assim:
Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
10 venha o teu reino;
faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;
11 o pão nosso de cada dia dá-nos hoje;
12 eperdoa-nos as nossas dívidas,
assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;
13 e não nos deixes cair em tentação;
mas livra-nos do mal
[pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém]!
14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai
celeste vos perdoará; 15 se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas],
tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.

Versão Fácil de Ler


5— E quando vocês orarem, nãofaçam como os hipócritas, que gostam de
orar de p é nas sinagogas e nas esquinas para poderem ser vistos pelo povo. Digo
a verdade a vocês: Elesjá receberam a recompensa que mereciam. 6 Você, entre­
tanto, quando orar, vá para o quarto,feche aporta e ore ao seu Pai, que não pode
ser visto. E seu Pai, que vê o que vocêfa z em segredo, lhe dará a recompensa.
7 Quando vocês orarem, não repitam palavras que não significam

nada, como os pagãos; pois eles pensam que por causa das suas muitas pala­
vras Deus os ouvirá. 8 Portanto, não sejam como eles, pois o Pai de vocês sabe
o que vocês precisam antes mesmo de vocês pedirem. 9 Quando vocês orarem,
orem assim:
“Pai nosso que está no céu.
Que todos reconheçam que o seu nome é santo.
10 Que o seu reino venha a nós.
Que a sua vontade sejafeita aqui na terra como no céu.
11 Dê-nos hoje o pão nosso de cada dia.
12 Perdoe os nossos pecados assim como nós perdoamos aos que nos f a ­
zem mal.
13 Não nos deixe cair em tentação, mas livre-nos do mal".
14 Pois se vocês perdoarem as ofensas que as outras pessoas lhes fazem,
o Pai de vocês que está no céu também lhes perdoará. 15 Se, entretanto, não
perdoarem as ofensas dos outros, o Pai de vocês também não lhes perdoará as
suas ofensas.

E xploração
1. Como Jesus descreveu os hábitos de oração dos religiosos “hi­
pócritas”?
2. O que Jesus disse a respeito de orações repetitivas ou “pagãs”?

3. Por que Jesus instruiu seus seguidores a se dirigirem a Deus


como “Pai” e não com outro título ou forma de tratamento?

4. Antes de pedir a Deus por necessidades e desejos, que tipo de


coisas Cristo nos ordenou expressar?

5. De que modo um espírito perdoador está ligado à oração eficaz?

I nspiração
Faça isto. Mude sua definição de oração. Pense na oração menos
como uma atividade para Deus e mais como uma consciência
de Deus. Procure viver em consciência ininterrupta. Reconheça a
presença dele aonde quer que vá. Em pé na fila para registrar seu
carro, pense: “Obrigado, Senhor, por estar aqui”. No supermerca­
do enquanto faz compras: “Recebo, meu Rei, a tua presença”. Ao
lavar a louça, adore seu Criador. O Irmão Lawrence o fez. Esse
famoso religioso chamava a si mesmo de “senhor de tachos e pa­
nelas”. Em seu livro A prática da presença de Deus, escreveu:
O tempo de ocupação comigo não difere do tempo de oração; e
no ruído e barulho de minha cozinha, enquanto várias pessoas es­
tão ao mesmo tempo clamando por coisas diferentes, eu desfruto
Deus em uma grande tranquilidade como se estivesse de joelhos
no Santíssimo Sacramento.
Apesar de ser um novato na Liga da Oração Incessante, certa­
mente aprecio o esforço. Descobri a força de manter duas conver­
sas: uma com a pessoa, outra com a Pessoa. E possível, ao mesmo
tempo, ouvir e rogar. À medida que alguém revela seu problema,
estou muitas vezes em silêncio, dizendo: “Deus, uma ajudinha
aqui, por favor”. Ele sempre provê. Ao longo de todo o dia, meus
pensamentos estão marcados com frases: Guia-me, querido Pai.
Perdoa aquela ideia, porfavor. Proteje minhasfilhas hoje.
T recho de Q uem t e m sed e venh a

R eação
6. Você pensa na oração nestes termos, como uma consciência de
Deus que resulta em uma conversa contínua com ele (lTs 5.17)?
Se não, quais são os maiores impedimentos que você tem para
uma vida de oração mais consistente?

7. Jesus observou que muitas orações são exibicionistas e fingidas.


Quantas orações “fajutas” acontecem nas igrejas? E na sua vida?

8. Analise novamente a sequência específica da oração que Jesus


postulou. O que é importante notar nesse modo de oração mais
centrado em Deus?

9. Marcos 1.35 e Lucas 6.12 apresentam um vislumbre da discipli­


na de oração particular de Cristo. Quais são as implicações para
nós com base no exemplo de Cristo aqui?
10. Quais outros fatores nos tornam mais eficazes em oração?
(Veja um exemplo em Lucas 18.1-8.)

11. Você sente que se distrai facilmente enquanto ora? Por que
acha que isso acontece?

L ições de vida
Inúmeros cristãos têm sido fortalecidos na área da oração ao
aprender a seguir o acrônimo A-Ç-A-O. O A refere-se à ado­
ração, na qual a pessoa que ora passa alguns momentos focando
a natureza de Deus (sua santidade, misericórdia, bondade, seu
poder etc.) e louvando a Deus por quem ele é . O C (sem o sinal
gráfico do cedilha) representa a confissão. Aqui, um cristão, com
a ajuda do Espírito, reconhece falhas pessoais (ljo 1.9) e clama
o perdão infindável de Deus. O outro A significa ação de graças,
expressando apreço e gratidão pelas muitas bênçãos de Deus, es­
pirituais ou materiais. O O é um convite à oração de súplica, isto
é, pedir a Deus para suprir nossas necessidades e as necessida­
des dos outros (por força, resistência, sabedoria, ajuda financeira
e relacionai, e assim por diante). Tente isto pelos próximos dias
durante seu caminho até o trabalho, sessões de exercício ou outras
atividades em sua rotina.
D evoção
Senhor, dá-me um coração que tem fome de ti. Peço-te a mes­
ma coisa que teus primeiros discípulos pediram: “Ensina-me a
orar” — com fé, ousadia e de acordo com a tua vontade perfeita.
Ajuda-me a ver a oração não como um dever árido, mas como
uma oportunidade para compartilhar contigo, durante todo o dia,
todos os dias.
• Para mais passagens bíblicas sobre a oração, leia Neemias
1.4-11; João 17.1-26; Efésios 6.18; e Filipenses 4.6-7.
• Para completar o evangelho de Mateus durante este estu­
do em doze partes, leia Mateus 5.1—7.29.
Para pensar
Faça uma lista de oração. Escreva cinco coisas que honram a Deus
que você gostaria de ver o Senhor realizar:
• No seu coração/na sua vida
• No seu casamento/na sua família
• Na sua igreja
• No trabalho
• No mundo
A c o m p a ix ã o d e C r is t o

R eflexão
A escritora Anne Lamott descreve em seu livro de memórias es­
pirituais o homem que foi fundamental na sua conversão: “Ele foi
praticamente o primeiro cristão que conheci com quem poderia
dividir a mesma sala. Em sua maioria, os cristãos pareciam quase
hostis na crença de que eles foram salvos e você não” (Traveling
Mercies: Some Thoughts on Faith, [New York: Anchor, 1999], p. 43).
Por que tantas pessoas não religiosas se sentem assim a respeito
da Igreja e dos cristãos?
Situação
Depois de realçar as palavras de Cristo (isto é, o Sermão do Mon­
te nos capítulos 5—7), Mateus lançou os holofotes sobre as obras
de Jesus. Por meio de milagres variados e de sua preocupação
incessante com pessoas vazias e feridas, Jesus consistentemente
demonstra compaixão divina. Os atos de misericórdia de Jesus
apenas ressaltam a indiferença insensível que os líderes religiosos
de Israel tinham em relação à difícil situação do povo.
O bservação
Leia Mateus 9.18-38 áa RA ou da VFL.
Almeida Revista e Atualizada
18 Enquanto estas coisas lhes dizia, eis que um chefe, aproximando-se, o
adorou e disse: Minhafilha faleceu agora mesmo; mas vem, impõe a mão sobre
ela, e viverá.
19 E Jesus, levantando-se, o seguia, e também os seus discípulos. 20 E eis que
uma mulher, que durante doze anos vinha padecendo de uma hemorragia, veiopor
trás dele e lhe tocou na orla da veste;21porque dizia consigo mesma: Se eu apenas
lhe tocar a veste,ficarei curada. 22 E Jesus, voltando-se e vendo-a, disse: Tem bom
ânimo,filha, a tua fé te salvou. E, desde aquele instante, a mulherficou sã.
23 Tendo Jesus chegado à casa do chefe e vendo os tocadores de flauta e o
povo em alvoroço, disse:24 Retirai-vos,porque não está morta a menina, mas
dorme. E riam-se dele. 25Mas, afastado opovo, entrou Jesus, tomou a menina
pela mão, e ela se levantou. 26 E a fam a deste acontecimento correu por toda
aquela terra.
22 Partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, clamando: Tem compaixão
de nós, Filho de Davi! 28 Tendo ele entrado em casa, aproximaram-se os ce­
gos, e Jesus lhes perguntou: Credes que eu possofazer isso? Responderam-lhe:
Sim, Senhor! 29 Então, lhes tocou os olhos, dizendo: Faça-se-vos conforme a
vossafé. 30E abriram-se-lhes os olhos. Jesus, porém, os advertiu severamente,
dizendo: Acautelai-vos de que ninguém o saiba. 31 Saindo eles, porém, divul­
garam-lhe afam a por toda aquela terra.
32 Ao retirarem-se eles, foi-lhe trazido um mudo endemoninhado.33 E,
expelido o demônio, falou o mudo; e as multidões se admiravam, dizendo: Ja­
mais se viu tal coisa em Israel!34 M as osfariseus murmuravam: Pelo maioral
dos demônios é que expele os demônios.
35 E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas,
pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades.
36 Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas
e exaustas como ovelhas que não têm pastor. 37 E, então, se dirigiu a seus
discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos.
38 Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.
Versão Fácil de Ler
18M al Jesus tinha acabado de dizer essas coisas, quando um chefe da sina­
goga aproximou-se dele e, ajoelhando-se, disse:
— M inha filha acaba de morrer; mas venha e coloque as mãos sobre ela
para que ela volte à vida.
19Jesus, então, levantou-se e o seguiu. Os seus discípulos também foram.
20 Enquanto caminhavam, uma mulher que há doze anos sofria de hemorra­
gia aproximou-se por trás de Jesus e tocou na barra de sua roupa. 21 Ela fe z
aquilo porque pensava:
— Se eu ao menos tocar em sua roupa, ficarei curada.
22Jesus virou-se e, vendo a mulher, lhe disse:
— Coragem, minhafilha, a suaf é a curou.
E desde aquele momento a mulherficou curada.
23Jesus chegou à casa do chefe da sinagoga e viu algumas pessoas tocando
música de enterro e opovo em alvoroço.24 Ao ver aquilo, Jesus disse:
— Saiam todos!A menina não está morta; apenas dorme!
Muitas pessoas começaram a caçoar dele por causa disso.
23Depois de todos terem saído, Jesus entrou no quarto da menina, pegou-a
pela mão e ela se levantou.26 E a notícia a respeito dessefato se espalhou por
toda aquela região.
27Jesus estava indo embora quando dois cegos o seguiram. Eles gritavam:
— Tenha misericórdia de nós, Filho de Davi!
28 Assim que Jesus entrou na casa, os cegos se aproximaram dele e Jesus
lhes perguntou:
— Vocês creem que eu posso realmente curá-los?
E eles responderam:
— Sim, senhor!
29Jesus tocou nos olhos deles e disse:
— Que sejafeito de acordo com a suafé.
30E os olhos dos cegos se abriram. Jesus, entretanto, os avisou severamente,
dizendo:
— Não deixem que ninguém saiba disso!
31 Mas assim que eles saíram, espalharam as notícias a respeito de Jesus
por toda aquela região.
32 Depois de eles terem ido embora, algumas pessoas levaram um homem
até Jesus. Ele era mudo, pois estava possuído por um demônio. 33 Quando o
demônio fo i expulso, o homem começou a falar e toda a multidão, admirada,
dizia:
— Nunca se viu coisa igual a esta em Israel!
34 Osfariseus, porém, diziam:
— E o chefe dos demônios que lhe dá poder para expulsar demônios.
35Jesus viajava por todas as cidades e aldeias daquela região e ensinava
nas suas sinagogas. Ele proclamava as Boas Novas do reino a todos e curava toda
espécie de doenças e enfermidades. 36 Quando Jesus viu a multidão, teve muita
pena, pois as pessoas pareciam aflitas e desamparadas, como ovelhas que não
têm pastor. 37Jesus, então, disse aos seus discípulos:
— A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38 Portanto, orem
ao Senhor para que Ele mande mais trabalhadores para a sua colheita, pois
Ele é o dono dos campos.

E xploração
1. Em uma sucessão de disparos rápidos, Jesus realizou uma série
de milagres de cura. Quais foram eles?
2. Qual foi o papel da fé nas experiências dessas pessoas com o
poder de Cristo?

3. Que ordem inusitada ou surpreendente Jesus deu aos cegos que


ele curou? Por que eles desobedeceram?

4. Como a reação “oficial” dos líderes religiosos de Israel ao minis­


tério de cura de Cristo se compara à reação das multidões?

5. Quais fatores específicos Mateus diz que suscitaram a compai­


xão de Cristo?

I nspiração
“Eram como ovelhas sem pastor. Então, começou a ensinar-lhes
muitas coisas” (Mc 6.34, VFL).
“Quando Jesus saiu do barco e viu tão grande multidão, teve
compaixão deles e curou os seus doentes” (Mt 14.14).
Ainda bem que esses versículos não foram escritos sobre mim.
Ainda bem que milhares de pessoas não dependiam do Max
para seu ensino e sua nutrição. Especialmente no dia em que eu
acabara de saber da morte de um amigo querido. Sobretudo de­
pois de ter entrado num barco para fugir das multidões. Se eu
estivesse no lugar de Jesus naquela praia de Betsaida, os versículos
seriam mais ou menos assim:
Eram como ovelhas sem pastor. Então, Max lhes dissepara darem
ofora do seu pasto e cada um ir pastar no próprio canto.
Quando Max saiu do barco e viu tão grande multidão, ele resmun­
gou alguma coisa sobre como era difícil ter um dia defolga e chamou
um helicóptero pelo rádio. Então, ele e os discípulosfugiram para um
lugar reservado.
Ainda bem que eu não era o responsável por aquelas pessoas.
Eu não teria nenhuma disposição para lhes ensinar, nenhum âni­
mo para lhes ajudar. Não teria nenhum desejo sequer de estar
com elas.
Porém, quando penso a respeito, Jesus também não tinha ne­
nhum desejo de estar com elas. O que o fez mudar de ideia e
passar o dia com pessoas às quais ele estava até então tentando
evitar?
A resposta? Dê uma olhada nestas palavras em Mateus 14.14:
“[Ele] teve compaixão deles”.
A palavra grega usada para compaixão nessa passagem é
splanchnizomai, que não vai significar muita coisa, a menos que
você trabalhe na área da saúde e tenha estudado “esplancnologia”
na faculdade. Se esse for o caso, você lembra que “esplancnologia”
é o estudo das partes viscerais. Ou, no jargão contemporâneo, o
estudo do intestino.
Quando Mateus escreve que Jesus tinha compaixão das pes­
soas, ele não está dizendo que Jesus sentia piedade casual por elas.
Não, o termo é muito mais vivido. Mateus está dizendo que Jesus
sentia a dor deles em suas entranhas:
• Ele sentiu a dificuldade do aleijado.
• Ele sentiu a dor do enfermo.
• Ele sentiu a solidão do leproso.
• Ele sentiu o constrangimento do pecado.
E, uma vez que Jesus sentiu a dor das pessoas, ele nada po­
dería fazer senão curar aquela dor. Ele foi movido no estômago
pelas necessidades delas. Ele ficou tão comovido por aquela ne­
cessidade toda que se esqueceu de sua própria necessidade. Fi­
cou tão emocionado pela dor do povo que colocou suas dores de
escanteio.
T recho de Um d i â n a v id a d e J e s u s

R eação
6. Como você definiria compaixão com suas próprias palavras?

7. O que esta série de acontecimentos revela a você sobre o cora­


ção de Jesus?

8. A imagem que todos os evangelhos retratam dos fariseus, es-


cribas e mestres da lei é a de um bando de gente sisuda, que gosta
de criticar. O que provoca uma reação tão mesquinha em face da
misericórdia e graça de Deus?

9. Quais são algumas coisas específicas que a Igreja poderia fazer


para corrigir sua reputação de ser dura e hostil?10

10. Quando foi a última vez que você se sentiu dilacerado inte­
riormente por causa da condição de alguém? O que você fez?
11. Como um cristão se torna mais compassivo? É de fato possível
desenvolver essa qualidade ou é mais uma questão de índole?

L ições de vida
O testemunho claro das Escrituras, tanto no Antigo como no Novo
Testamento, é que Deus sofre quando vê a dor de seu povo (cf.
Ex 2.23-25). Ele entra em nosso sofrimento e se identifica com nos­
sa dor. No entanto, mais do que experimentar emoções de piedade
e tristeza, compelido por sua compaixão, Deus age (cf. Ex 3.1-10).
Não há melhor demonstração disso do que Cristo. Todo o minis­
tério dele revela essa profunda preocupação no coração de Deus,
que sem descanso percorre qualquer distância para trazer confor­
to. Como seguidores de Jesus, os que se envolvem no processo ao
longo da vida para se tornarem iguais a ele, devemos demonstrar o
mesmo tipo de compaixão ativa de maneira sempre crescente.
D evoção
Senhor Jesus, teu coração transborda de um desejo intenso de
encontrar e ajudar os que sofrem. Obrigado por me amares com
tanta ternura. Mostra-me como ser mais amoroso e compassivo
no dia a dia. Que tua gentil preocupação flua através de mim.
Que eu seja uma presença de cura aos que estão ao meu redor.
• Para mais passagens bíblicas sobre a compaixão, leia Salmos
103; 116.5; Isaías 49.13; Lucas 15.20; e Colossenses 3.12.
• Para completar o evangelho de Mateus durante este estu­
do em doze partes, leia Mateus 8.1—9.38.
Para pensar
Hoje, quem são os principais candidatos em sua vida para a com­
paixão de Deus? Faça uma lista deles e, enquanto escuta o Es­
pírito, anote alguns passos específicos que você podería dar para
demonstrar preocupação à maneira de Cristo.
S e g u in d o a C r is t o

R eflexão
O chamado “evangelho da saúde e da prosperidade” diz que devi­
do ao fato de sermos “filhos do Rei”, nós, cristãos, temos o direito
a uma vida de fartura e bênção. Se vivermos pela fé, estaremos
imunes a desastres e angústias. Experimentaremos o favor de
Deus e dos homens. O que você acha desse ensino da “prosperi­
dade”? É bíblico? Sim ou não, explique sua resposta.
Situação
Na época de Cristo, a sabedoria convencional dizia que o sofri­
mento do povo resultava de uma punição divina. Tem dificul­
dades na vida? Ah, essa é a prova conclusiva de que você não
deve estar vivendo de maneira que agrada a Deus. Jesus atacou
esse modo de pensar ao deixar seus seguidores cientes de que
deveriam esperar uma vida de perseguição. A obediência a Cristo
resultará em conflitos por parte do mundo.
O bservação
Leia Mateus 10.24-42 da RA ou da VFL.
Almeida Revista e Atualizada
24 O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo, acima do seu se­
nhor. 25 Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor.
Se chamaram Belzehu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos?
26 Portanto, não os temais;pois nada há encoberto, que não venha a ser re­
velado; nem oculto, que não venha a ser conhecido.210 que vos digo às escuras,
dizei-o a plena luz; e o que se vos diz ao ouvido, proclamai-o dos eirados.
28 Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes,
aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo. 29 Não
se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o
consentimento de vosso Pai. 30 E, quanto a vós outros, até os cabelos todos da
cabeça estão contados. 31 Não temais, pois! Bem mais valeis vós do que muitos
pardais. 32 Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também
eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus;33 mas aquele que me negar
diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus.
34 Não penseis que vim trazer p a z à terra; não vim trazer paz, mas
espada. 35 Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre afilha e sua
mãe e entre a nora e sua sogra. 36 Assim, os inimigos do homem serão os da
sua própria casa. 37 Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é
digno de mim; quem ama seufilho ou suafilha mais do que a mim não édigno
de mim;3S e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim.
39 Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por
minha causa achá-la-á.
40 Quem vos recebe a mim me recebe; e quem me recebe recebe aquele que
me enviou. 41 Quem recebe um profeta, no caráter de profeta, receberá o galar­
dão de profeta; quem recebe um justo, no caráter de justo, receberá o galardão
de justo. 42 E quem der a beber, ainda que seja um copo de água fria, a um
destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade vos digo que de modo
algum perderá o seu galardão.

Versão Fácil de Ler


24 — Nenhum discípulo é mais importante do que o seu mestre, nem nenhum
escravo é mais importante do que o seu senhor.25 0 discípulo deveficar satisfeito
em ser como o seu mestre e o escravo em ser como seu o seu senhor. Se até mesmo
o chefe dafamília é chamado de Belzebu, quanto mais os membros dafamília?
26 Não tenham medo dos homens, pois não há nada que esteja oculto

e que não venha a ser revelado, nem nada que esteja escondido que não seja
descoberto. 21 Eu quero que vocês digam à luz do dia o que estou dizendo às
escuras e que gritem em voz alta o que estou dizendo em particular. 28 Não
tenham medo daqueles que podem matar o corpo, mas não podem matar a
alma. Mas antes, tenham medo daquele que pode destruir no inferno tanto a
alma como o corpo. 29 Vocês podem comprar dois pardais por um centavo, mas
nem um só deles cai no chão sem a permissão do Pai de vocês. 30 A té mesmo
osfios de cabelos de suas cabeças estão contados!31 Por isso, não tenham medo.
Vocês valem muito mais do que muitos pardais.
32 Se alguém afirmar publicamente ser meu seguidor, então eu também
afirmarei diante de meu Pai que está no céu que tal pessoa é meu seguidor.
33Mas aquele que me negar publicamente, eu também o negarei diante de
meu Pai que está no céu.
34 —Não pensem que vim trazer paz ao mundo. Não vim trazer paz
mas sim espada. 35 Eu vim para fazer com que estas coisas aconteçam:

"Filhos se voltarão contra seus pais,


filhas contra suas mães e noras contra suas sogras.
36 Os piores inimigos de uma pessoa
serão os membros de sua própria família".
37 Quem ama a seu pai ou a sua mãe mais do que a mim, não é digno

de mim; e quem ama a seufilho ou a suafilha mais do que a mim, não édigno de
mim. 38 Quem não tomar a sua cruz e me seguir, não é digno de mim.
39Aquele que quiser salvar a sua vida, irá perdê-la; mas aquele queperder
sua vida por minha causa, irá salvá-la.
40 Quem recebe a vocês, recebe também a mim; e quem me recebe, recebe

aquele que me enviou. 41 Quem recebe um profeta pelo fato de ele ser profeta,
receberá a recompensa de profeta. Quem recebe a um homem justo pelofato de
ele serjusto, receberá a recompensa dejusto. 42 E lhes digo também isto: Qual­
querpessoa que der mesmo que seja um copo de águafria a qualquer um destes
pequeninos, que são meus seguidores, por causa do meu nome, sem dúvida que
também receberá a sua recompensa.

E xploração
1. Qual é a “promessa” perturbadora de Cristo nos versículos 24
e 25?

2. Por que Jesus sugere que é tolice ter medo das pessoas?

3. Quais exemplos Jesus usa para transmitir a ideia de que Deus


realmente está olhando para nós?
4. Quais recompensas Jesus promete nessa passagem aos que fiel­
mente o seguirem?

5. Ao reler esse trecho, você o considera mais perturbador ou mais


reconfortante? Por quê?

I nspiração
Conta-se a história de certo homem em um safári africano no
meio da selva. O guia à frente dele tinha um facão e ia cortando
o mato alto e a vegetação espessa. O viajante, cansado e zangado,
perguntou frustrado:
— Onde estamos? Você sabe para onde está me levando?
Cadê o caminho?!
O guia experiente parou, olhou para o homem e respondeu:
— Eu sou o caminho.
Nós fazemos as mesmas perguntas, não é? Perguntamos a
Deus: “Para onde você está me levando? Cadê o caminho?”. E
ele, como o guia, não nos diz. Ah, talvez ele dê uma dica ou duas,
mas isso é tudo. E se o fizesse, será que entenderiamos? Com­
preenderiamos nossa localização? Não, pois, como o viajante,
não estamos familiarizados com a selva. Assim, em vez de nos
dar uma resposta, Jesus nos dá uma dádiva muito maior. Ele dá
a si mesmo.
Acaso ele some com a selva? Não, a vegetação ainda é espessa.
Acaso ele remove os predadores? Não, o perigo ainda espreita.
Jesus não concede a esperança de mudar a floresta; ele restaura
nossa esperança ao nos dar a si mesmo. E ele prometeu ficar até o
último momento: “E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos
tempos” (Mt 28.20).
Precisamos desse lembrete. Todos nós precisamos desse lem­
brete. Pois todos nós precisamos de esperança.
Alguns de vocês não precisam de esperança neste exato mo­
mento. Sua selva se tornou uma campina, e sua viagem, um de­
leite. Se este é o caso, parabéns. Lembre-se, porém: não sabemos
o que o amanhã reserva. Não sabemos onde essa estrada vai dar.
Talvez você esteja a uma esquina do cemitério, do leito do hospi­
tal, de uma casa vazia. Talvez esteja na curva de uma estrada até
a selva.
T recho de A l iv ia n d o a bagagem

R eação
6. Seguir a Cristo alguma vez lhe causou a sensação de atravessar
uma floresta selvagem, sem nenhum sentido claro de direção?

7. Considerando essas palavras duras e preocupantes de Cristo,


que tipo de recepção deveriamos esperar ao vivenciarmos nossa fé
no mundo, no trabalho, no bairro, na escola?

8. Quais são algumas das maneiras específicas pelas quais um se­


guidor de Jesus pode reconhecê-lo antes de outras pessoas?

9. Na sua opinião, o que Jesus quer dizer quando fala de perder a


vida por causa dele? Soa radical e assustador. O que isso represen­
ta em termos de dia a dia?

10. Quais foram os momentos altos e baixos em seu período como


seguidor de Jesus?
11. Quais são suas lutas mais enérgicas na tentativa de caminhar
com Cristo dia após dia?

L ições de vida
Precisamos relembrar que os primeiros discípulos eram sujeitos
comuns chamados para uma missão fora do comum. Antes de
os transformarmos em santos envidraçados em janelas mancha­
das de catedrais, Pedro, João e todo o restante eram apenas caras
normais tentando ganhar a vida, tentando ir adiante. Eles não
eram graduados em seminários ou gigantes espirituais. Não pos­
suíam qualidades sobre-humanas. O máximo que podemos di­
zer a respeito deles é que a devoção que tinham a Jesus superava
— por um fio de cabelo — seus medos e suas inseguranças. Em
consequência disso, Deus os transformou e os usou para realizar
algumas coisas de espantar. Por que Deus não poderia — por que
Deus não haveria de — fazer a mesma coisa em e através de você
e de mim?
D evoção
Senhor, não me chamaste para uma vida de facilidades e conforto.
Tu me chamaste para uma vida de confiança e obediência. Ajuda-
-me a crescer em ti. E ajuda-me a resistir à noção comum, mas
errônea, de que te seguir será qualquer coisa, exceto difícil.
• Para mais passagens bíblicas sobre o que significa seguir
a Cristo, leia Salmos 15; Marcos 8.34; Lucas 14.25-35; e
2Tímoteo 2.1-7.
• Para completar o evangelho de Mateus durante este estu­
do em doze partes, leia Mateus 10.1-42.
Para pensar
Quais são suas maiores lutas neste momento? A luz do que você
estudou, de que modo Deus pode estar agindo, apesar de seus
problemas?
O G R A N D IO S O C O N V IT E D O CÉU

R eflexão
Convites para fazer parte deste ou daquele clube, solicitações de
nossa presença em uma festa neste fim de semana ou num ca­
samento mês que vem, propostas para um negócio aqui ou uma
parceria ali... Admita, a vida está repleta de ofertas. Quais são
alguns dos melhores convites que você já recebeu? Quais foram
os piores?
S ituação
Desde o tempo de Moisés, Israel esteve de posse da lei de Deus,
incluindo seus mandamentos bem definidos e as provisões para
o sábado, o dia semanal de descanso e reflexão. Ao longo dos
séculos, os líderes judeus transformaram tudo num confuso sis­
tema destruidor de almas. Então aparece Jesus com um convite
surpreendente.
O bservação
Leia Mateus 11.20-30 da RA ou da VFL.
Almeida Revista e Atualizada
20 Passou, então, Jesus a increpar as cidades nas quais ele operara numero­
sos milagres,pelofato de não se terem arrependido:21A i de ti, Corazim!Ai de
ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres
que em vós sefizeram, há muito que elas se teriam arrependido com pano de
saco e cinza. 22 E, contudo, vos digo: no Dia do Juízo, haverá menos rigorpara
Tiro e Sidom do que para vós outras. 23 Tu, Cafarnaum, elevar-te-ãs, por­
ventura, até ao céu? Descerás até ao inferno;porque, se em Sodoma se tivessem
operado os milagres que em ti sefizeram, teria ela permanecido até ao dia de
hoje. 24 Digo-vos, porém, que menos rigor haverá, no D ia do Juízo, para com
a terra de Sodoma do que para contigo.
25 Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e
da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos
pequeninos. 26 Sim, 6 Pai, porque assim fo i do teu agrado. 27 Tudo mefoi en­
tregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece
o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
28 Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos
aliviarei. 29 Tomai sobre vós o meujugo e aprendei de mim, porque sou manso
e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. 30 Porque o meu
jugo é suave, e o meufardo é leve.
Versão Fácil de Ler
20 Depois Jesus começou a acusar as cidades nas quais tinha feito nume­
rosos milagres, pois os seus moradores não tinham se arrependido de seus pe­
cados. Ele dizia:
21 — A i de você, cidade de Corazim! A i de você, cidade de Betsaida! Digo
isto pois, se os milagres queforam feitos a í tivessem sido feitos nas cidades de
Tiro e de Sidom, há muito que opovo daquelas cidadesjá teria se arrependido
e mostrado o seu arrependimento usando roupas de saco e derramado cinzas
sobre suas cabeças.22 M as eu lhes digo que no D ia do Julgamento haverá mais
tolerância para com as cidades de Tiro e de Sidom do que para com vocês!23 E
você, cidade de Cafarnaum, pensa que será elevada até o céu Você serájogada
?

no lugar dos mortos. Digo isto pois, se os milagres queforam feitos a í tivessem
ocorrido na cidade de Sodoma, ela ainda existiría hoje! 24 Mas eu lhes digo
que no D ia do Julgamento haverá mais tolerância para com o povo da cidade
de Sodoma do que para com vocês!
25 Naquela ocasião Jesus disse:
— Pai, Senhor do céu e da terra! Eu lhe agradeço por ter escondido estas
coisas dos sábios e dos entendidos epor tê-las mostrado aos que são simples.
26 Sim, Pai, pois esta era a sua vontade.
21 Todas as coisasforam dadas a mim pelo meu Pai. Ninguém conhece

o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece o Pai a não ser o Filho e aqueles a
quem o Filho o quiser revelar. 28 Venham a mim todos vocês que estão cansados
e sobrecarregados e eu lhes darei descanso. 29Aceitem o meu jugo e aprendam
de mim, pois eu sou bondoso e tenho espírito humilde. Dessa forma vocês en­
contrarão descanso para as suas almas. 30Eu digo isso pois o meujugo é suave
e a carga que lhes dou para carregar é leve.
E xploração
1. Pare por um momento e considere o contexto dessa passagem.
Depois, volte para os versículos 16-19. O que eles revelam acerca
da natureza humana?

2. Por que Jesus condenou muitas cidades nas quais ministrara?

3. O que você consegue entender da oração de Jesus aqui? O que


ele está de fato dizendo?

4. A quem Cristo estende seu gracioso convite?

5. O que esse convite lhe diz a respeito do coração de Deus?

I nspiração
Convites. Palavras impressas em alto relevo: “Você está convidado a
uma cerimônia de gala para celebrar a inauguração de...”. Solicita­
ções recebidas na caixa de correio: “Sr. e Sra. João da Silva desejam
a vossa presença no casamento de sua filha...”. Surpresas ao telefo­
ne: “Ei, José. Tenho um ingresso extra para o jogo. Interessado?”.
Receber um convite é ser honrado — ser tido em alta estima.
Por essa razão, todos os convites merecem uma resposta gentil
e atenciosa.
Porém, os convites mais incríveis não estão nos envelopes ou
nos biscoitinhos da sorte; estão na Bíblia. Não se pode ler sobre
Jesus sem visualizá-lo distribuindo convites. Ele convida Eva a
se casar com Adão, os animais a entrarem na arca, Davi a ser rei,
Israel a deixar o cativeiro, Neemias a reconstruir Jerusalém. Deus
é um Deus convidador. Convidou Maria a dar à luz o filho dele;
os discípulos, a pescar homens; a mulher adúltera, a recomeçar;
e Tomé, a tocar suas feridas. Deus é o Rei que prepara o palácio,
põe a mesa e convida seus súditos para o banquete.
De fato, parece que sua palavra favorita é venham,-.
“‘Venham, vamos refletir juntos’, diz o S e n h o r . ‘Embora os
seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão
brancos como a neve’” (Is 1.18, grifo do autor).
“ Venham, todos vocês que estão com sede, venham ás águas”
(Is 55.1, grifo do autor).
“ Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarre­
gados e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28, VFL, grifo do autor).
“ Venham para a festa!” (Mt 22.4, VFL, grifo do autor).
“ Venham comigo e eu farei de vocês pescadores de pessoas”
(Mc 1.17, VFL, grifo do autor).
“Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (Jo 7.37, VFL, grifo
do autor).
Deus é um Deus que convida. Deus é um Deus que chama.
Deus é um Deus que abre a porta e estende a mão, apontando aos
peregrinos a mesa farta.
O convite dele, porém, não é apenas para uma refeição; é um
convite para a vida. Um convite para entrar em seu reino e pas­
sar a residir em um mundo sem lágrimas, túmulos e sofrimentos.
Quem pode vir? Quem quiser. O convite é ao mesmo tempo uni­
versal e pessoal.
T recho de Q uando o s a n j o s s il e n c ia r a m

R eação
6. Do que você se lembra em relação à primeira vez que com­
preendeu e respondeu ao convite de Cristo para ir até ele?
7. Qual é o jugo de Jesus, e o que ele quer dizer quando afirma que
é “suave” — suave comparado a quê?

8. De que maneiras os atuais cristãos (e igrejas) repetem os erros


dos fariseus e criam um sistema religioso que desgasta as pessoas?

9. Que tipos de fardos diários causam mais cansaço à sua alma?

10. Em que momento você experimentou descanso genuíno de


alma no nível mais profundo? Você atribui isso a quê?

11. Que conselho você daria a alguém que diz: “Cheguei a meu
limite. Não aguento mais. Por favor, me ajude. Diga-me o que
fazer!”?

L ições de vida
Cristo olhou para o rosto marcado dos homens rústicos e as ex­
pressões de cansaço das donas de casa e ofereceu descanso. As
multidões vieram. Despejaram as complicações e os complexos
de seu dia. Trouxeram-lhe os encargos de sua existência, e ele não
lhes ofereceu religião, doutrina ou sistemas, mas descanso. Hoje,
Cristo continua a olhar para os olhos desiludidos do frequentador de
igreja, o olhar desdenhoso do banqueiro e os olhos famintos de uma
garçonete. E o convite paradoxal permanece de pé: Tomem sobre vocês
o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e
vocês encontrarão descanso para as suas almas (Mt 11.29).

D evoção
Pai, quero trocar os meus fardos — todas as regras feitas pelo ho­
mem e as obrigações religiosas autoimpostas — pelo verdadeiro
descanso que Jesus prometeu. Obrigado pelo convite constante
para ir a ti. Concede-me sabedoria e coragem para viver da ma­
neira que planejaste, de modo que eu possa atrair outros a ti, e
não repeli-los.
• Para mais passagens bíblicas sobre descanso, leia Êxodo
23.12; Salmos 62; Isaías 30.15; e Hebreus 4.
• Para completar o evangelho de Mateus durante este estu­
do em doze partes, leia Mateus 11.1—12.50.
Para pensar
De que modo você pode lançar sobre Deus todas as suas ansie­
dades (lPe 5.7)? Se fizer isso, quão mais “descansada” e menos
ansiosa seria sua alma?
R eflexão
A Bíblia está repleta de imagens agrícolas. Se você tiver experiên­
cia com o cultivo de flores, frutas ou vegetais, qual é, a seu ver, o
segredo para ter êxito no quintal ou no jardim?
Situação
O reino dos céus era uma fonte de grande esperança para o povo
judeu. Contudo, esse assunto bastante discutido era também uma
questão de enorme equivocada compreensão. Ao longo de his­
tórias curtas chamadas parábolas, Jesus usa objetos e atividades
comuns do dia a dia para ilustrar diversas verdades sobre o reino
de Deus.
O bservação
Leia Mateus 13.3-23 da RA ou da VFL.
Almeida Revista e Atualizada
3E de muitas coisas lhesfalou por parábolas e dizia: Eis que o semeador
saiu a semear. 4 E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as
aves, a comeram. 5 Outra parte caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e
logo nasceu, visto não ser profunda a terra. 6 Saindo, porém, o sol, a queimou;
e, porque não tinha raiz, secou-se. 7 Outra caiu entre os espinhos, e os espinhos
cresceram e a sufocaram. 8 Outra, enfim, caiu em boa terra e deufruto: a cem,
a sessenta e a trinta por um .9 Quem tem ouvidos [para ouvir], ouça.
10 Então, se aproximaram os discípulos e lhe perguntaram: Por que lhes
falas por parábolas?11Ao que respondeu: Porque a vós outros é dado conhecer
os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido.12 Pois ao
que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem
lhe será tirado.13 Por isso, lhesfalo por parábolas; porque, vendo, não veem; e,
ouvindo, não ouvem, nem entendem.14 De sorte que neles se cumpre a profecia
de Isaías:
Ouvireis com os ouvidos e de nenhum modo entendereis; vereis com os
olhos e de nenhum modo percebereis.
15 Porque o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com
os ouvidos efecharam os olhos;para não suceder que vejam com os olhos, ouçam
com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados.
16 Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque veem; e os vossos ou­
vidos, porque ouvem.17 Pois em verdade vos digo que muitos profetas ejustos
desejaram ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e não ouviram.
18Atendei vós, pois, à parábola do semeador.19A todos os que ouvem a pala­
vra do reino e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhesfo i
semeado no coração. Este é o que fo i semeado à beira do caminho. 20 O que
fo i semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com
alegria;21 mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em
lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escan­
daliza. 22 O quefo i semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém
os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, efica
infrutífera. 23 Mas o quefoi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a
compreende; estefrutifica e produz a cem, a sessenta e a trinta por um.

Versão Fácil de Ler


3Jesus lhes ensinou muitas coisas por meio de parábolas. Ele dizia:
— Certo homem saiu para semear.4 Enquanto semeava, uma parte das
sementes caiu à beira do caminho e os pássaros vieram e as comeram.5 Outra
parte caiu no meio de pedras, onde havia pouca terra. Essas sementes brota­
ram depressa pois a terra não era funda, 6 mas, quando o sol apareceu, elas
secaram, pois não tinham raízes. 7 Outra parte das sementes caiu no meio de
espinhos, os quais cresceram e as sufocaram.8 Uma outra parte ainda caiu em
terra boa e deufrutos, produzindo 30, 60 e até mesmo 100 vezes mais do que
tinha sido plantado.9 Quem pode ouvir, ouça.
10 Os discípulos de Jesus, então, se aproximaram dele e lhe perguntaram:
— Por que o senhor ensina o povo por meio de parábolas?
11E Jesus lhes respondeu:
— Somente a vocês é dado oprivilégio de conhecer as verdades secretas do
reino do céu e não aos outros.12 Pois quem tem, receberá ainda mais e terá em
abundância. Mas quem não tem, até o que tem lhe será tirado.13 E épor isto
que ensino o povo por meio de parábolas: Eles olham, mas não veem; ouvem,
mas não entendem. 14 Portanto, por intermédio deles acontece o que disse o
profeta Isaías:
“Vocês ouvirão mas, mesmo ouvindo, não conseguirão entender;
vocês olharão mas, mesmo olhando, não conseguirão ver.
15Isto acontece pois o coração deste povo está endurecido.
Eles taparam os ouvidos efecharam os olhos.
Se nãofosse assim, eles poderíam ver com os olhos,
ouvir com os ouvidos e entender com o coração,
e se voltariam para mim e eu os curaria’’.
16 Mas felizes são os seus olhos, pois eles podem ver; e os seus ouvidos,

pois eles podem ouvir. 17 Digo a verdade a vocês: Muitos profetas e homens
justos desejaram ver as coisas que vocês veem, mas não viram. Eles desejaram
ouvir o que vocês ouvem, mas não ouviram.
13 Ouçam o que a parábola daquele que semeia quer dizer. 19 A se­

mente que caiu à beira do caminho representa a pessoa que ouve a mensagem
a respeito do reino, mas não a compreende, e Satanás então vem e tira as
coisas queforam semeadas em seu coração. 20 A semente que caiu no meio de
pedras representa a pessoa que ouve a mensagem a respeito do reino e a aceita
imediatamente e com muita alegria. 21 Mas, como não tem raiz, não dura
muito tempo. Assim que encontra dificuldades ou que éperseguida por causa
da mensagem, abandona a sua fé. 22 A semente que caiu no meio de espinhos
representa a pessoa que ouve a mensagem a respeito do reino mas é sufocada
pelas preocupações com as coisas desta vida e pela ilusão das riquezas. Essa
pessoa não produz nenhum fruto. 23 Mas a semente que caiu em terra boa
representa a pessoa que ouve a mensagem e a compreende. Essa pessoa cresce
e produz muitos frutos, algumas vezes trinta, outras sessenta e outra ainda
cem vezes mais.

E xploração
1. O que aconteceu na história do semeador que saiu a semear?

2. Que fator ou fatores foram determinantes para a semente fru­


tificar ou não?
3. Por que Jesus diz que dependia tanto das parábolas em seu
ensinamento?

4. Como Jesus explica a seus seguidores o significado oculto da


parábola do semeador?

5. De acordo com Jesus, é suficiente para uma pessoa ser exposta


à Palavra de Deus? Sim ou não, explique sua resposta.

I nspiração
Na mentalidade hebraica, o coração é o lugar para onde conver­
gem as emoções, os preconceitos e a sabedoria. E a bifurcação que
recebe vagões carregados com humores, idéias, emoções e convic­
ções, e os coloca no trilho exato.
E assim como o óleo de baixa qualidade ou a gasolina adul­
terada fariam você questionar o desempenho de uma refinaria,
os atos de maldade e os pensamentos impuros nos levam a ques­
tionar a condição de nosso coração. O coração é o centro da vida
espiritual. Se o fruto da árvore é ruim, não se tenta consertar o
fruto; tenta-se cuidar da raiz. E se as ações de uma pessoa são
más, não basta mudar os hábitos; é preciso ir mais fundo. Deve-se
ir ao coração do problema, que é o problema do coração.
E por isso que o estado do coração é tão crítico. Qual é o es­
tado do seu?
Quando alguém grita com você, você grita de volta ou morde
a língua? Isso depende do estado de seu coração.
Quando a agenda está muito apertada ou a lista de coisas a
fazer não para de crescer, você perde a calma ou permanece tran­
quilo? Isso depende do estado de seu coração.
Quando lhe oferecem um pedaço de fofoca temperado com
calúnia, você o rejeita ou passa adiante? Isso depende do estado
de seu coração.
Você vê uma mendiga na rua como um fardo para a sociedade
ou uma oportunidade para Deus? Isso, também, depende do es­
tado de seu coração.
O estado de seu coração determina se você guarda rancor ou
dá graças, busca autopiedade ou a Cristo, bebe da miséria humana
ou saboreia a misericórdia de Deus.
Não é de admirar, portanto, a súplica do sábio: “Acima de tudo,
guarde o seu coração” (Pv 4.23).
A oração de Davi deveria ser a nossa: “Cria em mim um cora­
ção puro, ó Deus” (SI 51.10).
E a declaração de Jesus anuncia a verdade: “Bem-aventurados
os puros de coração, pois verão a Deus” (Mt 5.8).
T recho de O aplau so do cêu

R eação
6. Milhares de pessoas podem ouvir o mesmo sermão, e apenas
cinco são realmente afetadas e transformadas. O que determina
a diferença?

7. Explique a diferença entre os quatro solos.

8. Se uma pessoa se dá conta de que o solo de seu coração não é


propício para o crescimento ou que sua vida é estéril de frutos, o
que é necessário para a mudança? Seja específico e prático.
9. Com que se parecem a frutificação e a fartura em uma vida que
é entregue a Deus?

10. Compare sua vida com os solos que Jesus descreveu. Em qual
deles você está?

11. Como a riqueza é “enganosa”? Como um cidadão do reino dos


céus se protege contra o amor ao dinheiro?

L ições de vida
O reino de Deus tem um aspecto presente e um aspecto futuro.
Em sua primeira vinda, Jesus cumpriu o papel de um servo so­
fredor. Por meio de sua morte na cruz, ele derrotou o reino das
trevas tornou o perdão possível aos pecadores e estabeleceu seu
reino espiritual. Hoje, governa discretamente no coração dos que
lhe são receptivos, que, no conjunto, compõem sua Igreja. Mas,
na segunda vinda, Cristo governará todas as coisas. Seu reino,
então, será visível e universal, e nunca terá fim. Ao permitir que
sua Palavra assente raízes em nosso coração, produzimos frutos
para Deus. Por meio de um cultivo espiritual, devemos vigiar nos­
sa alma, impedindo-a de se endurecer ou ficar hostil à verdade,
e arrancar quaisquer ervas daninhas do mundanismo capaz de
sufocar o fruto da justiça.
D evoção
Pai, protege-me do mal. Guarda-me da indiferença espiritual e
da superficialidade. Faz-me ciente das atitudes mundanas e into­
lerante a elas. Dá-me a vontade cada vez mais intensa de receber
tua Palavra com grande desejo. Que ela possa firmar raízes pro­
fundas em minha alma de modo que possa dar frutos duradouros
para a tua glória.
• Para mais passagens bíblicas sobre frutificação, leia Oseias
10.11-12; Lucas 3.8-9; 13.6-9; João 15; Gálatas 5.22-23;
Colossenses 1.10.
• Para completar o evangelho de Mateus durante este estu­
do em doze partes, leia Mateus 13.1-52.
Para pensar
Quais são as preocupações deste mundo que ameaçam torná-lo
infrutífero em sua fé?
P ão d a v id a

R eflexão
A comida é uma parte dominante da vida cotidiana. Quando está em
falta, nós notamos! Pense em algum momento em que você passou
sem comida, por opção ou necessidade. Descreva a sensação de estar
com fome e, em seguida, de ter comida a seu dispor novamente.
Situação
Tendo como pano de fundo a injusta execução de João Batista
por Herodes, Mateus mostra tanto o poder como a compaixão de
Jesus. O Rei carpinteiro alimenta uma multidão de 5 mil homens
(além de mulheres e crianças) com 5 pães e 2 peixes. Em seguida,
caminha sobre a água, para o espanto de seus seguidores.
O bservação
Leia Mateus 14.13-21 da RA ou da VFL.
Almeida Revista e Atualizada
13Jesus, ouvindo isto, retirou-se dali num barco, para um lugar deserto,
à parte; sabendo-o as multidões, vieram das cidades seguindo-o por terra.
14 Desembarcando, viu Jesus uma grande multidão, compadeceu-se dela e
curou os seus enfermos.15Ao cair da tarde, vieram os discípulos a Jesus e lhe
disseram: O lugar édeserto, e vai adiantada a hora; despede, pois, as multidões
para que, indo pelas aldeias, comprem para si o que comer.16Jesus, porém, lhes
disse: Não precisam retirar-se; dai-lhes, vós mesmos, de comer. 17 Mas eles
responderam: Não temos aqui senão cincopães e dois peixes.1SEntão, ele disse:
Trazei-mos.19 E, tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a relva,
tomando os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos ao céu, os abençoou.
Depois, tendo partido os pães, deu-os aos discípulos, e estes, às multidões.
20 Todos comeram e sefartaram; e dos pedaços que sobejaram recolheram ainda
doze cestos cheios. 21E os que comeramforam cerca de cinco m il homens, além
de mulheres e crianças.

Versão Fácil de Ler


13 Quando Jesusficou sabendo o que tinha acontecido, saiu dali num barco
efo i sozinho para um lugar isolado. Quando a multidão soube disso, deixou
os povoados e o seguiu por terra.14 Quando Jesus saiu do barco e viu a grande
multidão, teve muita pena do povo e curou os doentes.
ISAo anoitecer, os discípulos de Jesus se aproximaram e lhe disseram:
— Este lugar é isolado e já é tarde; despeça estas pessoas para que elas
possam chegar até as vilas próximas e comprar comida para si.
16Jesus, porém, lhes disse:
— Essa gente não precisa ir embora; por que vocês mesmo não lhes dão
alguma coisa para comer?
n Eles, no entanto, responderam:
— Mas tudo o que temos são cinco pães e dois peixes!
18Jesus, então, disse:
— Tragam os pães e os peixes aqui.
19 Depois mandou que a multidão se sentasse na grama. A seguir, Jesus pegou
os cinco pães e os dois peixes, olhou para o céu a agradeceu a Deus pelo alimento.
Então, partiu ospães, deu-os aos discípulos que os distribuíram entre a multidão.
20 Todos comeram e ficaram satisfeitos e os discípulos recolheram ainda
doze cestos cheios dos pedaços que sobraram. 21 Os que comeramforam mais ou
menos cinco m il homens, sem contar as mulheres e as crianças.

E xploração
1. Que notícia terrível Jesus recebe no início dessa passagem (cf.
M t 14.1-12)?

2. Qual foi a resposta de Jesus a esse informe?

3. Como a multidão reagiu quando Jesus partiu de barco?


4. Qual foi a atitude e a recomendação dos discípulos de Cristo
quando o dia terminou e a multidão ainda estava ali?

5. Como Jesus, em última análise, lida com a situação — todas


aquelas pessoas famintas que o seguiram até um local afastado?

I nspiração
A multiplicação dos pães responde à pergunta: O que Deus faz
quando seus filhos estão fracos?
Se Deus alguma vez precisou de um pretexto para desistir das
pessoas, ele teria aqui uma bela desculpa. Certamente Deus ex­
pulsará esses seguidores até que aprendam a crer.
E isso o que ele faz? Você decide: “Então Jesus pegou os pães,
agradeceu a Deus, e os deu a todos que estavam sentados. Fez o mes­
mo com os peixes, dando a todos quanto queriam” (Jo 6.11, VFL).
Quando os discípulos não oraram, Jesus orou. Quando os dis­
cípulos não viram a Deus, Jesus buscou a Deus. Quando os
discípulos estavam fracos, Jesus foi forte. Quando os discípulos
não tiveram fé, Jesus teve fé. Ele agradeceu a Deus. Ignorou as
nuvens e encontrou a luz, e deu graças a Deus por isso.
Veja o que ele faz em seguida: “Então, partiu os pães, deu-os aos
discípulos que os distribuíram entre a multidão” (Mt 14.19, VFL).
Em vez de punir os discípulos, ele lhes dá encargos. Lá vão
eles, passando o pão que não pediram, desfrutando a resposta à
oração que eles nem sequer fizeram. Se Jesus agisse de acordo
com a fé dos discípulos, as multidões ficariam sem alimento. Mas
ele não agiu assim, e ele não age. Deus é fiel conosco mesmo
quando nos esquecemos dele.
Deus concede bênçãos conforme as riquezas de sua graça, não
de acordo com a profundidade de nossa fé: “Se não formos fiéis,
Ele continuará sendo fiel, pois de maneira nenhuma pode negar a
si mesmo” (2Tm 2.13, VFL).
Por que é importante saber isso? Para que você não se torne
um descrente. Olhe ao seu redor. Não há mais bocas que pão?
Não há mais feridos que médicos? Não há mais dos que precisam
da verdade que os que a proclamam? Não há mais igrejas ador­
mecidas que igrejas em chamas?
Então, o que fazer? Jogar as mãos para o alto e ir embora?
Dizer ao mundo que não podemos ajudá-lo? É o que discípulos
queriam fazer. Não deveriamos desistir? Não, nós não desistimos.
Nós olhamos para o alto. Nós confiamos. Nós acreditamos. E
nosso otimismo não é vazio. Cristo se provou digno. Ele mostrou
que nunca falha, embora em nós não exista nada além de falhas.
Deus é fiel mesmo quando seus filhos não o são.
T recho de O u v in d o D e u s n a torm enta
R eação
6. João Batista e Jesus eram primos e companheiros. Especule
sobre a condição emocional e os desejos naturais que Jesus deve
ter sentido quando soube da execução brutal de João.

7. Como a resposta de Jesus nessa situação resume a noção de


compaixão e servidão altruísta?

8. Como e onde encontramos a capacidade de dar, servir e estar


centrado nos outros quando estamos lutando contra nossas pró­
prias provações e tragédias?
9. Resuma a reação geral dos discípulos a essa série de aconteci­
mentos. Você consegue descrever a postura e as ações deles?

10. Existe uma tensão nessa passagem entre o desejo constante de


Cristo em ter comunhão com o Pai e as necessidades das pessoas
ao redor dele. Como equilibrar essas necessidades concorrentes
— a de nossa alma para descanso e restauração e as infindáveis
exigências (muitas legítimas) dos outros?

11. O versículo 19 observa que Jesus mandou as pessoas se senta­


rem na grama. Marcos 6.39 adiciona o pequeno detalhe de que a
grama era “verde”. O que esse fato muitas vezes esquecido nos re­
corda acerca daquele que é conhecido como o Bom Pastor? (Dica:
veja o Salmo 23.)

L ições de vida
A vida é confusa e difícil. As pessoas são carentes e exigentes.
Somos chamados para a vida de sacrifício e serviço. Como dar
conta disso? Assim como os discípulos de antigamente, segui­
mos ao único que possui todo o poder e compaixão. Nós olhamos
para ele. Nós o ouvimos. Fazemos tudo o que ele nos diz. Em
última análise, confiamos nele para trabalhar por meio de nós.
Uma vida assim é assustadora e incerta. Seremos testados e em­
purrados. Mas, no final, nossa fé crescerá e as necessidades dos
outros serão atendidas. A que único fato devemos nos agarrar?
Jesus é o pão de Deus que desce do céu e concede vida ao mundo
(Jo 6.33).
D evoção
Senhor Jesus, és o Pão da Vida que dá vida ao mundo. Dá-me o
bom senso para alimentar-me de ti diariamente; para extrair mi­
nha força de ti. Tu és o Bom Pastor. Concede-me coragem para
seguir teu exemplo, a fim de que possa servir outros e levá-los à
tua presença.
• Para mais passagens bíblicas sobre alimento espiritual, leia
Êxodo 16.1-35; Isaías 25; João 4.31-34; 6.27; Hebreus
5.12-14;
* Para completar o evangelho de Mateus durante este estu­
do em doze partes, leia Mateus 13.53—17.27.
Para pensar
Alguém sabiamente disse: “Não se pode dar aquilo que não se
possui”. O que você precisa fazer para se tornar um servo mais
eficaz para os outros, um testemunho mais convincente da bon­
dade do Senhor?
H u m il d a d e

R eflexão
Em 1997, duas mulheres mundialmente famosas morreram com
poucos dias de diferença. A princesa Diana era mais conhecida
por sua beleza e seu senso estético vistoso. Madre Teresa de Cal­
cutá era saudada pelo serviço incansável aos mais pobres dentre
os pobres na índia. Quais qualidades admiráveis cada uma dessas
duas mulheres possuía?
S ituação
Na época de Cristo, Israel estava sob a autoridade do império ro­
mano. Honra, poder, orgulho, prestígio, aplausos — esses eram os
valores dominantes de Roma. Não é de admirar que Jesus tenha
defendido e modelado um sistema de valores diferente. Os cami­
nhos do mundo não são os caminhos do reino de Cristo.
O bservação
Leia Mateus 18.1-14 da RA ou da VFL.
Almeida Revista e Atualizada
1 Naquela hora, aproximaram-se de Jesus os discípulos, perguntando:
Quem é, porventura, o maior no reino dos céus? 2 E Jesus, chamando uma
criança, colocou-a no meio deles. 3 E disse: Em verdade vos digo que, se não
vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis
no reino dos céus. 4 Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o
maior no reino dos céus. 5 E quem receber uma criança, tal como esta, em meu
nome, a mim me recebe.
6 Qualquer, porém, quefizer tropeçar a um destes pequeninos que creem
em mim, melhor lhefora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra
de moinho, efosse afogado na profundeza do mar.
7A i do mundo, por causa dos escândalos;porque é inevitável que venham
escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo! 8 Portanto, se a tua
mão ou o teu p é tefa z tropeçar, corta-o e lança-ofora de ti; melhor é entrares
na vida manco ou aleijado do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado
nofogo eterno.9 Se um dos teus olhos tefaz tropeçar, arranca-o e lança-ofora
de ti; melhor é entrares na vida com um só dos teus olhos do que, tendo dois,
seres lançado no inferno defogo.
10 Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos; porque eu vos afirmo
que os seus anjos nos céus veem incessantemente a face de meu Pai celeste.
11 [Porque o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido.]12 Que vos
parece? Se um homem tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não dei­
xará ele nos montes as noventa e nove, indo procurar a que se extraviou?
13E, se porventura a encontra, em verdade vos digo que maior prazer sentirá
por causa desta do que pelas noventa e nove que não se extraviaram.14Assim,
pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos.
Versão Fácil de Ler
1 Naquele momento os discípulos de Jesus chegaram perto dele e lhe per­
guntaram:
— Quem éo maior no reino do céu?
2Jesus, então, chamou uma criança e, colocando-a diante deles,3 disse-lhes:
— Digo a verdade a vocês: Vocês devem mudar de atitude e se tornar como
crianças. Se não fizerem isso, jam ais entrarão no reino do céu! 4 Portanto, o
maior no reino do céu é aquele que se humilha para ser como esta criança.
5 Todo aquele que, em meu nome, recebe uma criança como esta, é como se
estivesse recebendo a mim.
6 Se alguém fizer com que um destes pequeninos que tem f é em mim

peque, será melhorpara essa pessoa que ela sejajogada no mar com uma enor­
me pedra amarrada no pescoço. 7A i do mundo por causa daquelas coisas que
fazem com que as pessoas pequem! Essas coisas têm que acontecer, mas ai dos
que são responsáveis por elas! s Se a sua mão ou o seu p é fa z com que você
peque, corte-o ejogue-o fora. Pois é melhor entrar para a vida eterna manco
ou aleijado do que serjogado no fogo eterno do inferno com as duas mãos ou
os dois pés.9 Se o seu olhofa z com que você peque, arranque-o ejogue-o fora!
Pois é melhor entrar para a vida eterna só com um olho do que serjogado no
fogo eterno do inferno com ambos os olhos.
10 Tomem cuidado, portanto, para não desprezar nenhum destes peque­

ninos, pois os anjos deles estão sempre na presença de meu Pai que está no céu.
11 O Filho do Homem veio salvar os perdidos.
12 Digam-me o que vocês acham. Se um homem tiver cem ovelhas e uma
delas se perder, será que ele não vai deixar as outras noventa e nove nos
montes para procurar aquela que se perdeu? 13 E claro que vai! E eu lhes
digo que quando ele a encontrar vaificar maisfeliz por causa desta ovelha
;

do que por causa das outras noventa e nove que nunca se perderam. 14D a
mesma forma, o Pai de vocês também não quer que nenhum destes peque­
ninos se perca.

E xploração
1. Que assunto os discípulos estavam discutindo e debatendo?

2. De que maneira Jesus resolveu a disputa deles? Que qualidade


ele exigiu?

3. Como especificamente Jesus insere uma perspectiva eterna


nessa conversa?

4. De acordo com Jesus, quem é grande aos olhos de Deus?

5. De que maneira Jesus ilustrou a importância de pessoas “sim­


ples” e “esquecidas” como crianças?

I nspiração
Esvaziar egos inflados é tão importante para Deus que ele se ofe­
rece para ajudar.
Ele me ajudou quando passei uma semana de outono viajan­
do para divulgar um livro. Víamos filas longas e livrarias lotadas.
Uma pessoa após a outra me cumprimentava. Por três dias, me
banhei no rio do louvor. Comecei a acreditar nos elogios. Todas
essaspessoas não podem estar erradas. Eu devo ser mesmo uma dádiva
de Deus para os leitores. Meu peito inflou tanto que mal podia ver
onde autografar os livros. Afinal, se tivesse nascido dois mil anos
antes, poderiamos ler os evangelhos de Mateus, Max, Lucas e
João. No momento em que comecei a me perguntar se a Bíblia
precisava de outra epístola, Deus atirou uma flecha de humildade
em minha direção.
Estávamos correndo apressados para a sessão de autógrafos
que aconteceria à noite, e atrasados porque a da tarde havia rece­
bido as tais filas enormes. Esperávamos que o mesmo acontecesse
na livraria seguinte. Preocupados, telefonamos:
-— Estamos atrasados. Digam às pessoas que logo estaremos aí.
— Não precisam se apressar — garantiu a gerente da livraria.
— Mas e quanto às pessoas?
— Nenhum dos dois parece estar com pressa.
— Nenhum dos dois?
Assim que chegamos à loja, a multidão de duas pessoas fe­
lizmente triplicara; agora eram seis. Havíamos programado duas
horas para os autógrafos; precisei de dez minutos.
Ciente de estar sentado sozinho à mesa, salpiquei a última
pessoa com perguntas. Falamos sobre os pais dela, a escola, a festa
de aniversário predileta. Contra minhas súplicas, ela teve de ir.
Assim, fiquei sozinho à mesa. Uma pilha enorme de livros do
Lucado, ninguém na fila.
Perguntei à gerente da livraria:
— Você divulgou o evento?
— Sim. Mais do que o habitual.
E saiu.
Na vez seguinte que ela passou, perguntei:
— Houve outras sessões de autógrafos?
— Sim, geralmente temos uma grande resposta por parte
do público.
E seguiu adiante.
Autografei todos os livros em minha mesa. Autografei todos
os livros do Lucado nas prateleiras. Autografei até os livros de
Tom Clancy e John Grisham. Por fim, um cliente veio até a mesa.
— Você escreve livros? — perguntou ele, com o meu livro
novo nas mãos.
— Escrevo. Quer que eu assine esse?
— Não, obrigado — ele respondeu, e saiu.
Deus atingiu o alvo. Ah, antes que eu me esqueça, minha lei­
tura diária na manhã seguinte trazia esta passagem: “Não sejas
sábio aos teus próprios olhos” (Pv 3.7, RA).
Quando você está cheio de si mesmo, Deus não pode encher
você.
T recho de C ure for the C o m m o n L if e [ C u r a p a r a a v id a
com um ]

R eação
6. Por que muitas vezes ficamos tão orgulhosos de nós mesmos?

7. Descreva a humildade e dê alguns exemplos.

8. A sociedade atual é um pouco diferente do antigo império ro­


mano. Seus vizinhos e colegas vivem de acordo com quais valores
dominantes?

9. Quais são os riscos de viver humildemente, de seguir a postura


de madre Teresa e mostrar bondade fora do comum a “estes pe­
queninos”?
10. Em O peso da glória, C. S. Lewis observou: “Não existe gente
comum. Você nunca conversou com um simples mortal. As na­
ções, as culturas, as artes, as civilizações — essas são mortais, e a
vida delas está para a nossa como a vida de um mosquito. Mas é
com criaturas imortais que brincamos, trabalhamos ou casamos, a
quem censuramos e exploramos — horrores imortais ou esplen­
dores perpétuos”. Por que é tão difícil lembrar disso, de tratar os
outros — todos os outros — com dignidade e respeito?

11. Quais são os perigos do orgulho? (Cf. Pv 16.18)

L ições d e v id a
Ou aceitaremos as sugestões do mundo ou as da Bíblia. Não há
outras opções. Podemos cair neste conto do êfemero sistema de
valores dominantes: Seja impiedoso. Seja competitivo. Encare os ou­
tros todos como rivais. Promova a si mesmo (rebaixando os outros).
Corra atrás dos aplausos alheios. Ou podemos adotar este raro e
precioso sistema de valores eternos: Seja semelhante a Cristo. Enca­
re os outros como aqueles a quem vocêpode servir. Viva para promover
a Cristo. Corra atrás das ordenanças de Deus. O primeiro caminho é
o do orgulho. O segundo, o da humildade. O primeiro caminho
ironicamente termina em destruição. O segundo, em exaltação.
D evoção
Senhor, dá-me um espírito perspicaz e a mentalidade transfor­
mada necessária para ver que as coisas não são o que parecem.
Ajuda-me a dizer não à tentação constante de promover a mim
mesmo. Faz-me sempre lembrar que meu chamado é para pro-
mover-te para te e que eu faço isso ao servir os outros usando os
dons e as oportunidades que me deste.
• Para mais passagens bíblicas sobre humildade, leia Salmos
18.27; Provérbios 11.2; 29.23; Tiago 4.10; e lPedro 3.8.
• Para completar o evangelho de Mateus durante este estu­
do em doze partes, leia Mateus 18.1-35.
Para pensar
Faça uma pequena lista de pessoas a quem Deus tem instado
você a servir, além de algumas formas concretas com as quais você
pode fazê-lo.
P e r d e n d o o M e s s ia s

R eflexão
A decepção sempre resulta de expectativas não atendidas. Nosso
nível de decepção em qualquer situação está diretamente ligado
à diferença entre o que esperavamos e o que de fato aconteceu.
Partilhe algumas de suas maiores decepções ou desilusões na
vida.
S ituação
Jesus entrou em Jerusalém como um rei; mas não o monarca exal­
tado que muitos teriam preferido. Ele montou em um humilde
jumentinho, não no cavalo branco do conquistador. Ao descer, ele
prontamente causou um conflito no templo, chamando sobre si
a ira dos líderes religiosos de Israel. Esses acontecimentos insti-
gantes, aliados a todas as outras afirmações excêntricas e pontos
de vista incomuns de Jesus, levaram muitos a duvidar de suas de­
clarações messiânicas.
O bservação
Leia Mateus 21.1-17 da RA ou da VFL.
Almeida Revista e Atualizada
1 Quando se aproximaram de Jerusalém e chegaram a Betfagé, ao monte
das Oliveiras, enviou Jesus dois discípulos, dizendo-lhes:2Ide à aldeia que aí
está diante de vós e logo achareis presa uma jumenta e, com ela, um jumen­
tinho. Desprendei-a e trazei-mos. 3 E, se alguém vos disser alguma coisa,
respondei-lhe que o Senhorprecisa deles. E logo os enviará. 4 Ora, isto aconte­
ceu para se cumprir o quefo i dito por intermédio do profeta:
5 D izei à filha de Sião: Eis a í te vem o teu Rei, humilde, montado em
jumento, num jumentinho, cria de animal de carga.
6 Indo os discípulos e tendo feito como Jesus lhes ordenara, 76*trouxeram a
jumenta e ojumentinho. Então, puseram em cima deles as suas vestes, e sobre
elas Jesus montou. s E a maior parte da multidão estendeu as suas vestes pelo
caminho, e outros cortavam ramos de árvores, espalhando-os pela estrada. 9 E
as multidões, tanto as que oprecediam como as que o seguiam, clamavam: Ho-
sana ao Filho de D avi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas
maiores alturas! 10 E, entrando ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou,
e perguntavam: Quem é este? 11 E as multidões clamavam: Este é o profeta
Jesus, de Nazaré da Galileia!
12 Tendo Jesus entrado no templo, expulsou todos os que ali vendiam e
compravam; também derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que
vendiam pombas.13 E disse-lhes: Está escrito:
A minha casa será chamada casa de oração;
vós, porém, a transformais em covil de salteadores.
14 Vieram a ele, no templo, cegos e coxos, e ele os curou. 13Mas, vendo os
principais sacerdotes e os escribas as maravilhas que Jesusfa zia e os meninos
clamando: Hosana ao Filho de Davi!, indignaram-se e perguntaram-lhe:
16 Ouves o que estes estão dizendo? Respondeu-lhes Jesus: Sim; nunca lestes:
Da boca de pequeninos e crianças de peito tiraste perfeito louvor?
17 E, deixando-os, saiu da cidade para Betânia, onde pernoitou.

Versão Fácil de Ler


1 Quando Jesus e seus discípulos se aproximavam da cidade de Jerusalém,
chegaram a uma vila chamada Betfagé, perto do Monte das Oliveiras. Dali
Jesus enviou dois dos seus discípulos, 2 com as seguintes instruções:
— Sigam até a próxima vila quefica logo adiante e encontrarão presos
uma jumenta e um jumentinho. Soltem os dois e tragam-nos até aqui. 3 Se
alguém perguntar alguma coisa, digam o seguinte: “O Senhor precisa deles.
Ele logo os mandará de volta!'.
4 Isso aconteceu para que se cumprisse o quefoi escrito por meio do profeta:
5 “Digam à cidade de Sião:
Olhem! O seu Rei está chegando!
Ele é humilde e está montado num jumento,
num jumentinho, filho de animal de carga!”
6 Os discípulosforam efizeram exatamente o queJesus lhes tinha dito, 7 le­
vando ajumenta e ojumentinho. Depois, colocaram suas capas em cima deles
e Jesus montou sobre elas. s Muitas pessoas estenderam suas capas pelo cami­
nho, e muitas outras cortaram ramos de árvores e os espalharam pela estrada.
9 Todos os que caminhavam, tanto à frente como atrás de Jesus, gritavam:
— Glória ao Filho de Davi!
\Bendito é aquele que vem em nome do Senhor!’
Glória a Deus nas maiores alturas!
10 Quando Jesus entrou em Jerusalém, toda a cidadeficou agitada e todo
mundo perguntava:
— Quem é este homem ?
11E as multidões repetiam sem parar:
— Este é o profeta Jesus, da cidade de Nazaré da Galileia.
12 Quando Jesus entrou no templo, expulsou de lá todos os que compravam
e vendiam coisas, e derrubou as mesas dos que trocavam dinheiro e as cadeiras
dos que vendiam pombos.13 Ele lhes disse:
— As Escrituras dizem: "Minha casa será chamada casa de oração”; vocês,
porém, a transformaram num “esconderijo de ladrões”!
14Alguns cegos e coxosforam ao encontro de Jesus no templo, e Ele os curou.
1S Quando os líderes dos sacerdotes e os professores da lei viram as maravilhas
que Jesus tinha feito e também as crianças do templo gritando: “Glória ao
Filho de D avi!” 16ficaram muito zangados, e lhe perguntaram:
— O senhor está escutando o que estas crianças estão dizendo?
E Jesus lhes respondeu:
— Sim. Vocês nunca leram as Escrituras que dizem: “Ó Deus, o senhor
ensinou as crianças e os pequeninos a dar louvores”?
11 Depois, partindo dali, Jesus saiu da cidade de Jerusalém e dirigiu-se à
cidade de Betânia, onde passou a noite.

E xploração
1. As instruções de Jesus no início dessa passagem lhe parecem
um pouco esquisitas? Coloque-se no lugar de algum daqueles
discípulos. O que você sente e no que pensa?2

2. Isaías 62.11 e Zacarias 9.9 profetizam a entrada do Messias


em Jerusalém montado num jumento. Por que isso por si só não
convenceu de fato a multidão de que Jesus era, mesmo, o Cristo?
3. Por que Jesus ficou tão nervoso quando entrou no templo?

4. O que as crianças estavam fazendo durante esse episódio de


purificação do templo?

5. À medida que esses acontecimentos especiais aparentemente


conflitantes aconteciam, o que faziam os seguidores de Jesus —
que haviam passado os últimos três anos viajando com Jesus, vi­
vendo com ele, ouvindo-o e aprendendo dele?

I nspiração
Alguns de nós já tentaram ter um tempo diário de tranquilidade e
não foram bem-sucedidos. Outros têm dificuldade de concentra­
ção. E todos nós estamos ocupados. Assim, em vez de gastar tempo
com Deus, ouvindo sua voz, deixamos que outros passem tem­
po com ele e depois nos aproveitamos da experiência. Deixamos
que eles nos contem o que Deus está dizendo. Afinal, não é por
essa razão que pagamos os pastores? Não é por isso que lemos
livros cristãos? Esses caras são bons em devoções diárias. Vou aprender
deles, então.
Se esse é o seu método, se as suas experiências espirituais são
de segunda mão, e não de primeira, gostaria de desafiá-lo com
este pensamento: Você faz isso com as outras partes de sua vida?
Penso que não.
Você não faz isso com as férias. Não diz: “As férias são uma
chateação e tanto... fazer as malas, viajar, essas coisas todas. Vou
enviar alguém no meu lugar. Quando ele voltar, vou ouvir tudo
sobre as férias e serei poupado de todos os inconvenientes”. Você
faria isso? Não! Você quer experimentar em primeira mão. Certas
coisas ninguém pode fazer por você.
Você não faz isso com o romance. Não diz: “Estou apaixonado
por essa pessoa maravilhosa, mas o romance é uma chateação e
tanto. Vou contratar um amante substituto para desfrutar o ro­
mance no meu lugar. Vou ouvir tudo sobre o romance e serei pou­
pado de todos os incovenientes”. Quem faria algo do tipo? Nem
pense nisso. Você quer o romance em primeira mão. Certas coisas
ninguém pode fazer por você.
Você não deixa alguém comer em seu nome, não é? Não diz:
“Mastigar é um incômodo e tanto. Minhas mandíbulas ficam tão
cansadas, e a variedade de sabores é tão opressiva. Vou contratar
alguém para mastigar minha comida, e eu só vou engolir tudo que
ele me der”. Você faria isso? Eca! Claro que não! Certas coisas
ninguém pode fazer por você.
E uma dessas coisas é passar tempo com Deus.
Ouvir a Deus é uma experiência de primeira mão. Quando
Deus pede a sua atenção, ele não quer que você mande um subs­
tituto; ele quer você. Deus convida você para passar férias no es­
plendor dele. Ele convida você para sentir o toque de sua mão. Ele
convida você para o banquete divino. Ele quer passar tempo com
você. E com um pouco de treinamento, seu tempo com Deus pode
constituir o ponto alto de seu dia.
T recho de S im p l e s m e n t e com o J esu s

R eação
6. A maioria de suas idéias a respeito de Cristo vem do que outros
disseram acerca dele ou de suas próprias interações com ele?

7. De que maneira a fé com algo de segunda mão pode levar à


decepção com Cristo?
8. Uma coisa é ficar empolgado com Jesus em um desfile ou algo
do tipo, num clima de animação. Outra é dedicar-se a ele e ser
um de seus seguidores diários. Quais fatores impedem você de
manter uma relação mais pessoal com Jesus?

9. Os cristãos são o templo de Deus. Esse é um dos ensinamentos


do Novo Testamento (lCo 3.16-17; 6.19; 2Co 6.16). Tendo isso
em vista, que tipo de limpeza Jesus talvez apreciasse realizar em
sua alma?

10. Imagine um monte de crianças gritando nos reverentes pátios


do templo (v. 15). O que esse cenário nos ensina sobre a adoração,
a celebração e a empolgação acerca da pessoa de Cristo?

11. Como o tempo com o Senhor, que nos conduz à maior inti­
midade com ele, pode minimizar nossos sentimentos de decepção
com Deus?

L ições de vida
Muitas vezes, Deus nos surpreende ou nos desaponta porque
nossas expectativas sobre ele não correspondem à sua vontade ou
à realidade última. Podemos ter idéias consistentes (e erradas) a
respeito de como a vida deveria se desenrolar. Mas então bate­
mos a cabeça nos propósitos de Deus, e a confusão se instala. A
solução para esse dilema comum é renunciar a nossas opiniões e
esperanças acerca do que deveria ser em favor do plano perfeito de
Deus (ou seja, “o que é”). Passe algum tempo buscando conhecer
ao Senhor em primeira mão. Quando fazemos isso, e quando, em
seguida, abordamos as situações da vida com mente aberta e um
espírito entregue, somos capazes de evitar a decepção desnecessá­
ria. Lembre-se de que Deus não é qualquer coisa que desejamos
que ele seja. Ele é quem ele é. Ele fará o que ele tem de fazer.
D evoção
Senhor, tantas pessoas estavam ali. Elas se aproximaram de ti e te
viram, mas te perderam! Elas permitiram que as expectativas fal­
sas e as informações de outros as impedissem de ter um encontro
pessoal contigo. Não me deixes cometer o mesmo erro. Aviva-me
para que eu possa te buscar com paixão e venha conhecer como
és verdadeiramente.
• Para mais passagens bíblicas sobre conhecer a Cristo
como o Messias, leia Mateus 12.22-23; e João 1.44-46;
4.29; 6.42.
• Para completar o evangelho de Mateus durante este estu­
do em doze partes, leia Mateus 19.1—23.39.
Para pensar
Minhas maiores decepções são...
OS Ú L T IM O S D IA S

R eflexão
Poucos assuntos provocam debates tão calorosos entre os cristãos
quanto o “fim dos tempos”: Quando Cristo vai voltar? Qual será
a sequência dos eventos? O que é o Armagedon? Qual é sua com­
preensão atual dos últimos dias?
Situação
Em sua última semana, Cristo reuniu seus discípulos e falou com
franqueza a respeito de sua segunda vinda. Do alto do monte das
Oliveiras (onde o profeta Zacarias revelara que o Messias estaria
quando ele voltasse para estabelecer seu reino), Jesus exortou seus
seguidores a estarem prontos para seu retorno e para serem fiéis
até o fim.
O bservação
Leia Mateus 24.32-51 da RA ou áa VFL.
Almeida Revista e Atualizada
32 Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se re­
novam e asfolhas brotam, sabeis que está próximo o verão. 33Assim também
vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas.34 Em
verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.
35 Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.
36 Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus,
nem o Filho, senão o Pai. 37 Pois assim comofo i nos dias de Noé, também será
a vinda do Filho do Homem. 38 Porquanto, assim como nos dias anteriores ao
dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em
que Noé entrou na arca, 39 e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e
os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem.
40Então, dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro;41duas
estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra.42 Portan­
to, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor.43 Mas considerai
isto: se o pai de fam ília soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não
deixaria quefosse arrombada a sua casa. 44 Por isso,ficai também vós aperce­
bidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá.
45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente, a quem o senhor confiou os seus
conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo? 46 Bem-aventurado aquele
servo a quem seu senhor, quando vier, acharfazendo assim. 47 Em verdade
vos digo que lhe confiará todos os seus bens. 48Mas, se aquele servo, sendo mau,
disser consigo mesmo: Meu senhor demora-se, 49 e passar a espancar os seus
companheiros e a comer e beber com ébrios, so virá o senhor daquele servo em
dia em que não o espera e em hora que não sabe 51 e castigá-lo-á, lançando-lhe
a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes.

Versão Fácil de Ler


32 E Jesus, depois, lhes disse:
— Aprendam a lição que a figueira lhes ensina. Assim que os seus galhos se
renovam e as suasfolhas começam a brotar, vocês sabem que o verão está pró­
ximo. 33 D a mesmaforma, quando vocês virem todas essas coisas acontecerem,
saberão que o tempo estápróximo, pronto para chegar.34 Digo a verdade a vocês:
Todas essas coisas acontecerão antes que morram todas as pessoas que agora estão
vivas. 35 0 céu e a terra passarão, porém as minhas palavras nunca passarão.
36 Ninguém sabe o dia ou a hora em que essas coisas acontecerão
— —

nem os anjos do céu nem opróprio Filho. Somente o Pai sabe quando elas vão
acontecer.37Pois assim comofo i no tempo de Noé, também será quando o Filho
do Homem voltar. 38 Digo isto pois, antes de vir o dilúvio, as pessoas estavam
comendo, bebendo, se casando e se dando em casamento, até o dia em que Noé
entrou na arca. 39 Ninguém sabia o que ia acontecer até que veio o dilúvio e
levou a todos. A mesma coisa acontecerá quando o Filho do Homem voltar.
40 Nesse dia dois homens estarão trabalhando no campo um será levado e

outro será deixado.41Duas mulheres estarão moendo trigo no moinho uma —

será levada, a outra deixada. 42 Portanto, se cuidem, pois vocês não sabem em
que dia o Senhor virá. 43 Lembrem-se disto: Se o dono da casa soubesse a que
hora da noite o ladrão viria, eleficaria acordado e não deixaria que o ladrão
arrombasse a sua casa. 44 E por isso que eu digo que vocês devem ficar prepa­
rados, pois o Filho do Homem virá na hora em que não estiverem esperando.
45 Quem é, então, o servofiel e prudente a quem o senhor deixou a res­

ponsabilidade de tomar conta dos outros servos e de lhes dar comida nas horas
certas? 46 Feliz é o servo que estiverfazendo assim quando o seu senhor chegar.
47 Digo a verdade a vocês: Ele o colocarápara tomar conta de todos os seus bens.
4S Por outro lado, imaginem um servo mau. Ele diz consigo mesmo: “Meu senhor
vai demorar para voltar”, 49 e então começa a bater nos outros servos e a comer e
beber com bêbados. 50 O senhor desse servo chegará num dia que ele não o espera, e
numa hora que ele nem imagina.51Ele o castigará com severidade e o condenará a
sofrer o mesmo destino dos hipócritas. E lá eles vão chorar e ranger os dentes.

E xploração
1. Reserve alguns momentos para analisar o contexto da passagem
destacada. Como Cristo descreveu sua segunda vinda?

2. Qual é a lição do relato da figueira?

3. Qual era o objetivo de Jesus ao citar Noé?

4. Quando exatamente Jesus disse que viria?

5. Qual é a advertência severa de Cristo aos que vivem como se


ele nunca fosse voltar?

I nspiração
Quando Jesus procurou uma maneira de explicar seu retorno, ele
atentou para Noé e o dilúvio. Os paralelos são óbvios. Uma men­
sagem de julgamento foi proclamada naquela ocasião. Ela ainda é
proclamada. As pessoas não ouviram então. Recusam ouvir hoje.
Noé foi enviado para salvar os fiéis. Cristo foi enviado para fa­
zer o mesmo. Uma inundação de água veio naquela época. Uma
inundação de fogo virá a seguir. Noé construiu um local seguro a
partir da madeira. Jesus fez um lugar seguro com a cruz. Os que
creram se esconderam na arca. Os que creem estão escondidos
em Cristo.
Mais importante: o que Deus fez na geração de Noé, ele fará
na volta de Cristo. Ele pronunciará um julgamento universal e
irreversível. Um julgamento em que a graça é revelada, as recom­
pensas são divulgadas, e os impenitentes são punidos. Ao ler a
história de Noé, você não encontrará a palavra julgamento, mas
encontrará ampla evidência de um.
A época de Noé foi deplorável: “Para Deus todas as outras
pessoas eram más, e havia violência por toda parte” (Gn 6.11,
NTLH).Tamanha rebelião partiu o coração de Deus. “O S e n h o r
ficou tão triste e com o coração tão pesado” (Gn 6.6, NTLH).
Então, enviou um dilúvio, uma poderosa enchente de purificação,
sobre a terra. Caiu chuva dos céus durante quarenta dias. “A água
subiu tanto, que cobriu todas as montanhas mais altas da terra. E
depois ainda subiu mais sete metros” (Gn 7.19-20, NTLH). So­
mente Noé, sua família e os animais na arca escaparam. Todos os
demais pereceram. Deus não bateu o martelo no tribunal, mas ele
de fato fechou a porta da arca. De acordo com Jesus: “A mesma
coisa acontecerá quando o Filho do Homem voltar” (Mt 24.39,
VFL). E assim, a sentença foi proferida.
Pense em algo que causa ansiedade! Só o termo dia do jul­
gamento já suscita a imagem de pessoas minúsculas aos pés de
uma tribuna imensa. No topo da tribuna há um livro, e atrás da
tribuna está Deus, e dele vem a voz do juízo: “Culpado!”. Glub!
Deveriamos encorajar uns aos outros com essas palavras? Como
o julgamento pode provocar algo senão pânico? Para os despre­
parados, certamente não pode. Mas, para o seguidor de Jesus que
compreende o julgamento, não é hora para ficar assustado. Na
verdade, uma vez que o entendemos, podemos antecipá-lo.
T recho de Q u a n d o C r is t o vo lta r
R eação
6. Um dos elementos-chave dos “últimos dias” será a realidade do
julgamento. Os que creram serão avaliados no tribunal de Cristo
com a finalidade de receber recompensas (2Co 5.10). Os que não
creram serão julgados no grande trono branco (Ap 20). Qual é a
sua reação honesta a esse fato bíblico?

7. A seu ver, quanto esforço os fiéis deveriam empreender tentan­


do descobrir a sequência de acontecimentos do fim dos tempos?
Por quê?

8. De quais sinais deveriamos estar à procura para saber que a


vinda de Cristo está próxima?

9. Você acredita que a maioria dos cristãos — que você — verda­


deiramente vive como se Cristo pudesse voltar a qualquer mo­
mento? Sim ou não, explique sua resposta.

10. Como podemos viver em preparação para a volta de Cristo


“a qualquer momento”? (cf. lTs 4.13—5.11 e ljo 2.28 para mais
detalhes.)
11. Se tudo isso é verdadeiro, dê o nome de algumas atividades em
sua vida que, à luz da eternidade, são provavelmente bem inutéis
e até perda de tempo.

L ições de vida
Os escritores do Antigo Testamento anteviram a primeira vinda
de Cristo. Em todos os casos, as profecias foram cumpridas ao pé
da letra. Da mesma forma, os documentos do Novo Testamento
contêm inúmeros e explícitos detalhes acerca da segunda vinda
de Cristo. Por que duvidaríamos dessas previsões? As implicações
para nós são nítidas. Se Cristo está voltando e se a sua vinda é
iminente, como estamos vivendo? Nossos valores e nossas ações
se enquadram nessa realidade final? Ou será que estamos tão fo­
cados na vida de agora, que esquecemos a vida à frente? Afinal,
ou atentamos às promessas de Cristo e acreditamos nelas, ou as
consideramos equívocos e/ou enganação. Não há outra escolha.
D evoção
Senhor Jesus, embora eu desconheça todos os detalhes de tua vin­
da, reconheço o fato. Tu voltarás à terra. Creio em tuas promes­
sas. Portanto, preciso estar pronto. Enquanto leio e reflito sobre
as tuas palavras, renova minha mente. Dá-me uma perspectiva
eterna que possa me ajudar a evitar ser pego em assuntos insigni­
ficantes e mundanos.
• Para mais passagens bíblicas sobre a volta de Cristo, leia
Marcos 13.1-23; Lucas 12.35-40; ICoríntios 15.50-57; Tito
2.11-13; e Apocalipse 19.
• Para completar o evangelho de Mateus durante este estu­
do em doze partes, leia Mateus 24.1—25.46.
Para pensar
Algumas das minhas perguntas não respondidas a respeito do “fi­
nal dos tempos” são...
E le está v iv o !

R eflexão
Domingo de Páscoa, o dia em que cristãos de todo o mundo co­
memoram a ressurreição de Jesus dentre os mortos. Assim como
todos os outros dias considerados santos, a Páscoa tornou-se para
muitos um mero feriado, o significado da data foi obscurecido
pela propaganda secular. Como era a Páscoa em sua casa na in­
fância? Que tradições ou costumes vocês observavam?
Situação
Um vida fora do comum, cheia de ensinamentos revolucionários
e milagres de cair o queixo, e terminando com uma morte hor­
rível. Só que esse não era o fim. Mateus, como fizeram todos os
escritores dos evangelhos, encerra seu relato do Carpinteiro que
se transforma em Rei demonstrando a autoridade de Jesus Cristo
sobre a própria morte. Mateus conclui com um Messias que está
muito vivo e ansioso para que o mundo inteiro saiba disso.
O bservação
Leia Mateus 28.1-10 da RA ou da VFL.
Almeida Revista e Atualizada
1Nofindar do sábado, ao entrar oprimeiro dia da semana, M aria M ada­
lena e a outra M aria foram ver o sepulcro. 2 E eis que houve um grande ter­
remoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra
e assentou-se sobre ela. 3 0 seu aspecto era como um relâmpago, e a sua veste,
alva como a neve. 4 E os guardas tremeram espavoridos e ficaram como se
estivessem mortos. 5 M as o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Não temais;
porque sei que buscaisJesus, quefoi crucificado.6Ele não está aqui; ressuscitou,
como tinha dito. Vinde ver onde eleja z ia .7Ide, pois, depressa e dizei aos seus
discípulos que ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galileia;
ali o vereis. E como vos digo! 8 E, retirando-se elas apressadamente do sepul­
cro, tomadas de medo e grande alegria, correram a anunciá-lo aos discípulos.
9E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse: Salve! E elas, aproximando-se,
abraçaram-lhe ospés e o adoraram.10Então,Jesus lhes disse: Não temais! Ide
avisar a meus irmãos que se dirijam à Galileia e lá me verão.

Versão Fácil de Ler


1 Passado o sábado, no domingo bem cedo, M aria Madalena e a outra
Mariaforam ver o túmulo onde Jesus tinha sido enterrado. 2*Naquela ocasião
houve um grande terremoto, pois um anjo do Senhor tinha descido do céu,
removido a pedra quefechava o túmulo e agora estava sentado sobre a pedra.
3 Ele se parecia com um relâmpago e as suas roupas eram brancas como a neve.
4 Os guardas tinham ficado com tanto medo que estavam duros, como se esti­
vessem mortos. 5 Então o anjo disse às mulheres:
— Não tenham medo! Eu sei que vocês vieram procurar por Jesus, aquele
quefo i crucificado,6 mas Ele não está mais aqui. Ele ressuscitou, exatamente
como havia dito que iria fazer. Venham ver o lugar onde Ele estava deitado.
7Agora vão depressa e digam aos discípulos dele o seguinte: Jesus ressuscitou
dos mortos e vai adiante de vocês para a Galileia. L á vocês o verão novamen-
te". Façam exatamente como eufalei.
8Elas saíram depressa do túmulo, pois estavam com muito medo, mas tam­
bém muitofelizes, e correram para contar aos discípulos o que havia acontecido.
9 De repente, Jesus apareceu diante delas e disse:
— Olá!
E elas se aproximaram dele, abraçaram seus pés e o adoraram. 10Jesus,
então, lhes disse:
— Não tenham medo! Vão e digam aos meus irmãos para se dirigirem à
Galileia. Lá eles me verão novamente.

E xploração
1. Em que dia as mulheres visitaram o túmulo de Cristo?

2. Que acontecimentos sobrenaturais específicos Mateus afirma


terem ocorrido naquela manhã de Páscoa?
3. Quem as mulheres encontraram, e o que ele disse?

4. Como Mateus descreve o estado de espírito das mulheres?

5. O que aconteceu enquanto as mulheres partiram para encon­


trar os outros seguidores de Jesus?

I nspiração
O túmulo vazio nunca se opõe à investigação honesta. A loboto-
mia não é um pré-requisito do discipulado. Seguir a Cristo exige
fé, mas não uma fé cega. “Venham ver”, convida o anjo. Vamos?
Dê uma olhada na tumba vazia. Você sabia que os adversá­
rios de Cristo nunca contestaram o vazio do sepulcro? Nenhum
fariseu ou soldado romando levou um contingente até o túmulo
e declarou: “O anjo estava errado. O corpo está aqui. Tudo não
passou de boato”.
E se pudessem, o teriam feito. Em poucas semanas os discí­
pulos ocuparam cada esquina de Jerusalém, anunciando o Cristo
ressurreto. E que maneira mais rápida os inimigos da Igreja ti­
nham para calá-la do que exibir um corpo frio e sem vida? Mos­
tre o cadáver, e o cristianismo é morto no berço. Mas eles não
tinham cadáver nenhum para mostrar.
Isso ajuda a explicar o despertar religioso de Jerusalém. Quan­
do os apóstolos usaram a tumba vazia como argumento, o povo
olhou para os fariseus à espera de uma refutação. Mas eles não
tinham nenhuma para dar. Como disse o teólogo escocês Andrew
Martin Fairbairn muito tempo atrás: “O silêncio dos judeus é tão
eloquente quanto o discurso dos cristãos!”.
Falando dos cristãos, lembra-se do medo deles na crucifica­
ção? Eles correram, assustados como gatos em um canil. Pedro
amaldiçoou Cristo diante de uma fogueira. Os discípulos de
Emaús lamentaram a morte de Cristo no caminho. Após a cruci­
ficação, “os discípulos estavam reunidos com as portas trancadas,
com medo dos líderes judaicos” (Jo 20.19, NBV).
Esses caras eram tão frangotes que poderiamos chamar o ce-
náculo de galinheiro.
Mas avancemos quarenta dias. Traidores arruinados se torna­
ram uma impetuosa força transformadora de vidas. Pedro está
pregando no mesmo bairro onde Jesus foi preso. Seguidores de
Cristo desafiam os inimigos dele. Açoitem-nos, e eles adorarão.
Trancafiem-nos e eles começarão um ministério no presídio. Tão
corajosos após a ressurreição quanto eram covardes antes dela.
A explicação?
Ganância? Eles não ganharam dinheiro nenhum.
Poder? Eles deram todos os créditos a Cristo.
Popularidade? A maioria foi morta por causa de suas crenças.
Só há uma explicação: um Cristo ressurreto e seu Espírito
Santo. A coragem desses homens e mulheres foi forjada no fogo
do túmulo vazio. Os discípulos não inventaram a ressurreição. A
ressurreição incendiou os discípulos. Tem dúvidas sobre o túmulo
vazio? Venha ver os discípulos.
T recho de O Sa l v a d o r m o r a a o lado

R eação
6. Você concorda com esta conclusão — de que não havia outra
explicação convincente para a mudança radical entre os discípu­
los senão o fato de que realmente viram o Cristo ressurreto?
7. No primeiro século, o testemunho de mulheres judias não era
considerado digno de crédito. Como esse fato confere autenti­
cidade à alegação do evangelho de que duas mulheres foram as
primeiras a ver o Cristo vivo?

8. Mateus 28.11-15 narra um plano tramado pelos líderes judeus e


os guardas romanos para negar a história de um Cristo ressurreto.
Por que essa história é tão obviamente falsa?

9. Mateus 28.17 sugere que alguns (e “alguns” parece significar


pelo menos três) dos seguidores de Jesus tiveram dúvidas — em­
bora ele estivesse bem ali! Há momentos em que você acha difícil
confiar em Cristo?

10. Se Cristo foi capaz de levantar outros dentre os mortos, e se


ele mesmo conquistou a morte, quais são as implicações para nós?

11. Siga adiante até o final de Mateus 28. Quais foram as últimas
palavras de Jesus a seus seguidores?

L ições de vida
O evangelho de Mateus, do início ao fim, está repleto de glo­
riosas boas-novas. Emanuel — Deus conosco. O sem pecado,
impermeável às tentações de Satanás. O Rei-Messias que ofe­
rece cidadania no reino “já e ainda não” de Deus. O curador
compassivo. O mestre engenhoso. O todo-poderoso realizador
de milagres. O Senhor do sábado. O inimigo da religião falsa. O
Filho de Davi. O Salvador crucificado. O Senhor ressurreto que
possui toda a autoridade nos céus e na terra. O Filho do homem
que voltará. Cristo é todas essas coisas e muito mais. Esta é a
nossa mensagem. Ele é a nossa mensagem!
D evoção
Pai, obrigado por enviares teu Filho. Que dádiva incrível, e que
vida extraordinária! Com sua morte e ressurreição, Jesus é mais
que capaz de me salvar da punição e do poder do pecado. Agora,
que o Espírito do Cristo vivo possa reinar em mim, dando-me o
poder para viver conforme tua vontade.
• Para mais passagens bíblicas sobre a vitória de Cristo (e a
nossa) sobre a morte, leia Salmos 23.4; Oseias 13.14; Ro­
manos 8.2; ICoríntios 15.54-57; e Efésios 2.4-5.
• Para completar o livro de Mateus durante este estudo em
doze partes, leia Mateus 26.1—28.20.
Para pensar
A percepção mais importante que estou apreendendo deste estu­
do da vida, morte e ressurreição de Cristo é...
Todos os textos da seção “Inspiração” foram traduzidos direta­
mente dos originais em inglês de Max Lucado, publicados por
W Publishing Group, uma divisão da Thomas Nelson, Inc.,
Nashville,Tennessee. Apresentamos essas obras a seguir e as cor­
respondentes versões em português, quando for o caso.
A Gentle Thunder. Copyright © 1995 de Max Lucado. [Ouvindo
Deus na tormenta. Rio de Janeiro: CPAD, 2006].
And theAngels Were Silent. Copyright © 1992,2004 de Max Luca­
do. \Quando os anjos silenciaram. Campinas: United Press, 1999].
Come Thirsty. Copyright © 2004 de Max Lucado. [ Quem tem sede
venha. Rio de Janeiro: CPAD, 2006].
Curefor the Common Life. Copyright © 2005 de Max Lucado.
In the Eye of the Storm. Copyright © 1991 de Max Lucado. \Um
dia na vida deJesus. São Paulo: Vida Cristã, 2002].
JustLike Jesus. Copyright © 1998 de Max Lucado. [Simplesmente
comoJesus. Rio de Janeiro: CPAD, 2005],
Next Door Savior. Copyright © 2003 de Max Lucado. [O Salva­
dor mora ao lado. Rio de Janeiro: CPAD, 2005].
The Applause ofHeaven. Copyright © 1990, 1996, 1999 de Max
Lucado. [O aplauso do céu. Campinas: United Press, 2005].
Traveling Light. Copyright © 2001 de Max Lucado. [Aliviando a
bagagem. Rio de Janeiro: CPAD, 2006],
When Christ Comes Copyright © 1999 de Max Lucado. [Quando
Cristo voltar. Rio de Janeiro: CPAD, 2003].

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