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Ate o final do século XIX, Répteis e Anfíbios

eram classificados em um único grupo. Existem


algumas características que fazem com que esses
dois grupos de animais guardem uma semelhança
recíproca, mas por outro lado, existem diferenças
enormes. Atualmente eles são classificados em dois
grupos distintos: os Anfíbios que representam o
primeiro grupo de vertebrados que constituíram
membros e isso foi um grande avanço na evolução
animal. Eles possuem em endo-esqueleto, ou seja,
um esqueleto interno e também membros. Os
Anfíbios representam o prelúdio daquilo que virá a
constituir o reino dos animais superiores. Outra
característica é o fato desses animais passarem o
inicio de suas vidas dentro da água e depois
mudarem seu hábito de vida, passando a viver em
terra firme. È devido a essa característica que eles
recebem esse nome, pois Amphibia significa vida
dupla. O fato dos Anfíbios mudarem de habitat,
saindo da água e dirigindo-se a terra, faz com que
sofram transformações.
Nenhum anfíbio vive na luz solar direto, no dia
claro, eles preferem a penumbra ou a luz
crepuscular. Todos eles são muito sensíveis às
condições atmosféricas, à luz intensa e à umidade
do ar. Por essa razão, o seu comportamento é
muitas vezes utilizado para predizer as condições
meteorológicas. As anuras são muito sensíveis a
neblina, sendo consideradas como profetas da
chuva.
Os anuros ou anuras constituem uma ordem de
animais pertencentes à classe amphibia, que inclui
sapos, rãs e pererecas. Ainda que se possam
estabelecer algumas diferenças entre eles, estas
diferenças não são utilizadas pelos cientistas na sua
classificação. O seu nome vem do grego,
significando sem cauda ( an-, sem + oura, cauda).
A maioria dos anuros são caracterizados por
longas patas posteriores, corpo curto, membranas
interdigitais (nos dedos das mãos ou dos pés), olhos
protuberantes e a ausência de cauda. A maioria dos
anuros tem um estilo de vida semi-aquático, mas
move-se facilmente em terra saltando ou escalando.
Tipicamente, depositam os seus ovos em poças de
água, charcos ou lagos, e as suas larvas chamadas
de girinos, têm guelras e desenvolvem-se na água.
Os anuros adultos seguem uma dieta carnívora,
constituída principalmente de artrópodes, anelídeos
e gastrópodes. Os anuros são reconhecíveis pelo
seu chamamento (coacho), que pode ser ouvido
durante a noite ou dia, principalmente durante a sua
época de reprodução e/ou em dias com alta
umidade.
A distribuição de anuros vai desde os trópicos
até as regiões subárticas, mas as maiorias das
espécies podem ser encontradas em florestas
tropicais. Constituindo em mais de 5.000 espécies
descritas, estão entre os grupos dos vertebrados
mais diversos. Contudo, populações de certas
espécies de anuros estão em declínio significativo.

MORFOLOGIA E FISIOLOGIA
A morfologia dos anuros é única entre os
anfíbios. Comparando com os outros dois grupos de
anfíbios, salamandras e gimnofionos, os anuros são
invulgares porque não têm cauda como adultos e as
suas pernas são mais apropriadas para saltar do
que andar. Sua fisiologia é geralmente semelhante á
dos outros anfíbios e difere de outros vertebrados
terrestres porque o oxigênio pode passar através da
sua pele altamente permeável. Esta característica
permite que os anuros “respirem” largamente pela
pele. Porque o oxigênio é dissolvido num filme
aquoso na pele passa a partir daí para o músculo.
Têm uma coluna vertebral curta, com menos do
que dez vértebras livres, seguidos por ossos da
cauda fundidos (urostilo ou cóccix), tipicamente
resultando num fenótipo sem cauda.
O tamanho dos anuros vai desde os 10 mm
(Brachycephalus didactylus do Brasil e
Eleutherodactylus iberia de Cuba) até aos 40 cm
(Conraua goliath, dos Camarões). A pele está
pendurada solta no corpo devido à falta de tecido
conjuntivo laxo. A textura da pele varia: pode ser
suave, rugosa ou aos folhos. Os anuros possuem
três pálpebras: uma é transparente para proteger os
olhos debaixo de água, e duas variam de
translúcidas a opacas. Os anuros possuem um
tímpano em cada lado da cabeça, que está
envolvido na audição e, em algumas espécies, está
coberta de pele. A maioria das rãs têm de fato
dentes de algum tipo. Pequenos dentes cónicos à
volta da beira da mandíbula, e são chamados dentes
maxilares. Podem também ter o que são chamados
dentes vomerianos no céu da boca. Não têm nada
que se possa denominar dentes na mandíbula
inferior, por isso usualmente engolem a sua comida
inteira. Os supostos "dentes" são usados
principalmente para segurar as presas e mantê-las
no sítio até conseguirem agarrá-las bem e empurrá-
las para baixo com as suas órbitas oculares

SALTOS

Os anuros são normalmente reconhecidas como


saltadores excepcionais, e o melhor saltador de
todos os vertebrados. A acelaração do salto pode ir
até duas vezes a força da gravidade. Há diferenças
brutais entre espécies em termos de capacidade de
saltar, mas dentro de uma espécie, a distância dos
saltos aumenta proporcionalmente ao aumento de
tamanho do corpo, mas a distância relativa do salto
(quantas vezes o salto ultrapassa o comprimento do
corpo) diminui.
A tíbia, fíbula e tarso fundiram-se num osso forte
e único, tal como o rádio e cúbito nos membros
anteriores (que têm que absorver o impacto da
aterragem). Os ossos do metatarso tornaram-se
alongados para aumentar o tamanho da perna e
permitem que empurre o chão durante mais tempo
durante um salto. O ílio foi alongado e forma uma
articulação móvel com o sacro que, em saltadores
especialistas como os ranídeos ou hilídeos, funciona
como uma articulação adicional para dar mais força
aos saltos. Este alongamento dos membros resultam
na rã ser capaz de exercer força no chão durante
mais tempo durante um salto, o que por sua ver
resulta num salto maior e mais rápido.
O sistema muscular foi também modificado da
mesma forma. Os membros posteriores dos
ancestrais continham pares de músculos que
atuavam em oposição (um músculo para fletir o
joelho, um músculo diferente para o estender), tal
como é visto na maioria dos outros animais com
pernas. Contudo, quase todos os músculos foram
modificados para contribuir para a ação do salto,
com apenas um pequeno número de músculos
permanecendo para levar o membro de volta para a
posição inicial e manter a postura. Os músculos
também foram aumentados, com os músculos
envolvidos no salto contabilizando mais de 17% da
massa total da rã.
Em alguns saltadores extremamente capazes,
tais como a Osteopilus septentrionalis, o pico da
potência exercida durante um salto pode exceder o
que um músculo é capaz de produzir.

PELE

Muitas são capazes de absorver água e


oxigênio diretamente através da pele, especialmente
à volta da zona pélvica. Contudo a permeabilidade
da pele pode também resultar em perda de água.
Alguns reduzem a perda de água com uma camada
de pele à prova de água. Outras têm
comportamentos adaptados à conservação de água,
incluindo atividades noturnas e descansar em
posições que conservam água. Esta posição envolve
a rã deitar-se com os dedos dos pés e mãos
acomodados debaixo do corpo e queixo,
respectivamente, sem nenhum espaço entre o corpo
e o substrato. Algumas espécies de rã também
descansam em grupos grandes, tocando a pele de
uma rã vizinha. Isto reduz a quantidade de pele
exposta ao ar ou a uma superfície seca, e por isso
reduz a perda de água. Estas adaptações apenas
reduzem a perda de água em quantidade suficiente
para uma existência predominantemente arbórea, e
não são suficientes para condições áridas.
O recurso a camuflagem é um mecanismo de
defesa comum. A maioria camufladas são noturnas,
o que soma à sua capacidade de se esconderem.
Algumas têm a capacidade de mudar de cor, mas
isto é normalmente restringido a tons de uma ou
duas cores. Por exemplo, a rã-arborícola-de-white
varia em tons de verde e castanho. Características
tais como verrugas e dobras de pele são usualmente
encontradas em terrestres, onde uma pele lisa não
os conseguiria disfarçar efectivamente.
Algumas mudam de cor entre a noite e o dia, pois a
luz e humidade estimulam as células pigmentares e
causam a sua expansão e contracção.

VENENO

Muitas possuem toxinas fracas que as tornam


desagradáveis ao paladar de predadores potenciais.
Por exemplo, todos os sapos possuem glândulas de
veneno grandes — as glândulas parotóides —
localizadas atrás dos olhos no topo da cabeça.
Algumas rãs, tais como os membros da família
Dendrobatidae, são especialmente tóxicos. A
constituição química das toxinas variam de irritantes
a alucinogénicos, convulsivos, neurotoxinas, e
vasoconstritores. Muitos predadores adaptaram-se
para tolerar níveis elevados destes venenos. Outros,
incluindo humanos, podem ser severamente
afetados.
Outras obtêm veneno das formigas e outros
artrópodes que comem, tais como Pseudophryne
corroboree e Pseudophryne pengilleyi, podem
produzir um alcalóide não derivado da sua dieta.
Alguns povos nativos da América do Sul extraem
veneno dos dendrobatídeos e aplicam-nos aos seus
dardos para caçar, apesar de poucas espécies
serem suficientemente tóxicas para este objetivo.
Anteriormente era erroneamente pensado que
o veneno era colocado em setas e não em dardos.
As rãs venenosas tendem a anunciar a sua
toxicidade com cores vivas, uma estratégia
adaptativa conhecida por aposematismo. Há pelo
menos duas espécies de rãs não-venenosas da
América tropical (Eleutherodactylus gaigei e
Lithodytes lineatus) que mimetizam a coloração dos
dendrobatídeos para proteção (mimetismo
batesiano).
Como as toxinas são extraordinariamente
diversas, elas atraíram a atenção de bioquímicos
como uma “farmácia natural”. O alcalóide
epibatidina, um analgésico 200 vezes mais potente
que a morfina, é encontrado em algumas espécies
de dendrobatídeos. Outros químicos isolados da
pele de rãs podem oferecer resistência à infecção
pelo VIH. Venenos colocados em setas e dardos
estão a ser investigados pelo seu potencial
terapêutico.
As secreções cutâneas de alguns sapos, como
o Bufo alvarius e o sapo-cururu, possuem
bufotoxinas, sendo que algumas, como a bufotenina,
são psicoactivas, e têm por isso sido usadas como
drogas recreativas. Tipicamente, as secreções da
pele são secadas e fumadas. Lamber a pele de
sapos é especialmente perigoso, e parece constituir
um mito urbano.

RESPIRAÇÃO E CIRCULAÇÃO

A pele é permeável ao oxigênio e dióxido de


carbono, bem como à água. Há um número de
vasos sanguíneos perto da superfície da pele. O
oxigénio é transmitido através da pele, directamente
na corrente sanguínea. Em terra, os sapos adultos
usam os seus pulmões para respirar. Os seus
pulmões são semelhantes aos dos seres humanos,
mas os músculos peitorais não estão envolvidos na
respiração, e não há costelas ou diafragma para
suporte respiratório. Respiram tomando ar pelas
narinas (que muitas vezes têm válvulas que se
fecham quando está submerso), fazendo com que a
garganta sopre para fora, em seguida, comprimindo
o chão da boca, o que força o ar para os pulmões.
São conhecidas pelo seu coração com três
câmaras, que partilham com todos os tetrápodes,
exceto pássaros e mamíferos. No coração de três
câmaras, o sangue oxigenado dos pulmões e
desoxigenado pelos tecidos após a respiração
entram por uma aurícula separada, e são dirigidas
por uma válvula em espiral para o canal adequado -
aorta para o sangue oxigenado e artéria pulmonar
para o sangue venoso. Esta estrutura especial é
essencial para impedir ao máximo a mistura dos dois
tipos de sangue, que permite que tenham taxas
metabólicas mais elevadas, e para ser mais ativo do
que se não a tivesse.
Algumas espécies de anfíbio tem adaptações
notáveis que lhes permitem sobreviver em águas
com pouco oxigênio. O Telmatobius culeus é uma
dessas espécies e, para sobreviver em águas pouco
oxigenadas do Lago Titicaca tem a pele
incrivelmente enrugada que aumenta a sua área de
superfície que por sua vez melhora a troca gasosa.
Este sapo também vai fazer 'flexões' no leito do lago
para aumentar o fluxo de água ao redor de seu
corpo.

DIGESTÃO E EXCREÇÃO

O sistema digestivo começa com a boca. Sapos


têm dentes ao longo da sua mandíbula superior
chamados de dentes superiores, utilizados para
moer os alimentos antes de engolir. Estes dentes
são muito fracos, e não podem ser usado para
capturar ou ferir presas ágeis. Em vez disso, a rã
usa a sua língua pegajosa para apanhar alimentos
(como moscas e outros insectos). O alimento move-
se através do esófago até ao estômago. A comida
depois passa para o intestino delgado (duodeno e
íleo), onde ocorre a maior parte da digestão. As rãs
transportam o suco pancreático do pâncreas e bílis
(produzida pelo fígado) através da vesícula biliar do
fígado para o intestino delgado, onde os fluidos
digerem os alimentos e extraem os nutrientes.
Quando o alimento passa para o intestino grosso, a
água é reabsorvida e os resíduos são encaminhados
para a cloaca. Todos os resíduos saem do corpo
através da cloaca.

SISTEMA NERVOSO

O sapo tem um sistema nervoso altamente


desenvolvido, que consiste em um cérebro, medula
espinhal e nervos. Muitas partes do cérebro
correspondem às presentes nos seres humanos. O
bulbo regula a respiração, a digestão, e outras
funções automáticas. Coordenação muscular e
postura são controladas pelo cerebelo. O tamanho
relativo do cérebro de uma rã é muito menor do que
a de um ser humano. Possuem dez nervos
cranianos (nervos que passam as informações a
partir do exterior directamente para o cérebro) e dez
pares de nervos espinhais (nervos que passam
informações de extremidades para o cérebro através
da medula espinhal). Em contrapartida, todos os
amniotas (mamíferos, aves e répteis) têm doze
nervos cranianos. Não têm orelhas externas, os
tímpanos estão diretamente expostos. Como em
todos os animais, o ouvido contém canais
semicirculares, que ajudam a equilibrar o controle e
orientação.

HISTÓRIA NATURAL
O ciclo de vida, como a de outros anfíbios, é
composta por quatro etapas principais: ovo, girino,
metamorfose e adultos. A dependência por um
ambiente aquático para as fases de ovo e girino dá
origem a uma variedade de comportamentos
reprodutores que incluem os bem conhecidos
chamamentos de acasalamento usados pelos
machos da maioria das espécies para atrair as
fêmeas para os corpos de água que eles escolheram
para reprodução. Alguns também cuidam dos seus
ovos e, em alguns casos, até mesmo os girinos,
durante algum tempo após a postura. No caso dos
sapos-parteiros são os machos que cuidam dos
ovos depois da postura, carregando-os nas costas.

Ciclo de vida

O ciclo de vida de um anuro começa com um


ovo. Uma fêmea coloca geralmente massas de ovos
gelatinosa contendo milhares de ovos, em água.
Cada uma das espécies de anuros põe ovos de uma
forma distinta e identificável. Um exemplo são as
longas sequências de ovos depositados pelo sapo-
comum americano. Os ovos são altamente
vulneráveis à predação, de modo que as rãs
evoluíram muitas técnicas para assegurar a
sobrevivência da próxima geração. Em áreas mais
frias, o embrião é preto para absorver mais calor do
sol, o que acelera o desenvolvimento. Muitos
indivíduos acasalam ao mesmo tempo, dificultando
as ações de predadores. A maioria dos
descendentes continuarão a morrer devido à
predação, mas há uma probabilidade maior de que
alguns irão sobreviver. Outra forma de algumas
espécies evitarem os predadores e os agentes
patogénicos a que os ovos estão expostos em
charcos é a postura de ovos em folhas acima da
lagoa, com uma camada gelatinosa destinadas a
reter a humidade. Nestas espécies, os girinos caem
à água depois de chocarem. Os ovos de algumas
espécies postos fora de água conseguem detectar
vibrações de predadores (vespas ou cobras) que
estejam perto, e eclodem mais cedo para evitar
serem comidos. Algumas espécies, como o sapo-
cururu (Bufo marinus), põem ovos venenosos para
minimizar a predação. Embora a duração da fase de
ovo depende da espécie e condições ambientais, os
ovos aquáticos geralmente eclodem em uma
semana. Outras espécies passam toda a sua fase
larval dentro dos ovos ou da mãe, ou têm
desenvolvimento direto. Ao contrário de
salamandras e tritões, rãs e sapos nunca se tornam
sexualmente maduros ainda na sua fase larval.
Os ovos eclodem e continuam a vida como girinos,
que tipicamente têm corpos ovais e caudas longas e
achatadas verticalmente. Pelo menos uma espécie
(Nannophrys ceylonensis) tem girinos que são semi-
terrestre e vivem entre pedras molhadas, mas por
regra, as larvas são totalmente aquáticas. Elas não
têm pulmões, pálpebras, pernas dianteiras e
traseiras, e têm um esqueleto cartilaginoso, um
sistema da linha lateral, brânquias para a respiração
(brânquias externas ao princípio, brânquias internas
mais tarde) e caudas com dobras da pele dorsais e
ventrais para a natação. Algumas espécies que
passam por metamorfose no interior do ovo e
eclodem como pequenas anuros nunca
desenvolvem guelras, mas sim áreas especializadas
da pele que toma conta da respiração. Os girinos
também não têm dentes verdadeiros, mas as
mandíbulas na maioria das espécies normalmente
têm duas fileiras alongadas e paralelas de pequenas
estruturas queratinizadas chamados dentes
vomerianos na mandíbula superior, enquanto a
mandíbula inferior tem três fileiras destas estruturas,
rodeadas por um bico cornudo, mas o número de
linhas pode ser menor ou ausente, ou muito maior.
Os girinos são tipicamente herbívoro, alimentando-
se principalmente de algas, incluindo diatomáceas
filtradas da água através das guelras. Algumas
espécies são carnívoras na fase de girino, comendo
insetos, girinos mais pequenos e peixes. Também já
foi observado canibalismo entre os girinos. Larvas
que se desenvolvem mais cedo e ganham pernas
podem ser comidos por outros, de modo que larvas
com desenvolvimento tardio sobrevivem por mais
tempo. Isso foi observado na Inglaterra, na espécie
Rana temporaria (sapo comum).
Com a excepção da base da cauda, onde
algumas estruturas vertebrais desenvolvem-se para
dar lugar ao urostilo mais tarde, faltam à cauda os
elementos do esqueleto completamente sólidos e
segmentados feitos de cartilagem ou tecido ósseo
que são tão típicos de outros vertebrados, embora
contenha um notocórdio.
No final da fase de girino, sofrem metamorfose,
em que transitam para a forma adulta. Metamorfose
envolve uma transformação dramática da morfologia
e fisiologia, à medida que os girinos desenvolvem
membros posteriores, depois membros anteriores,
perdem as guelras e desenvolvem pulmões. Os seus
intestinos encurtam enquanto mudam de uma dieta
herbívora para uma carnívora. Os olhos migram
rostral e dorsalmente, permitindo a visão binocular
que as adultas exibem. Esta mudança na posição
dos olhos espelha a mudança de presa para o
predador, à medida que o girino desenvolve e
depende menos de um campo de visão maior e mais
largo e mais da percepção de profundidade. O
estágio final de desenvolvimento de juvenil para
adulto envolve apoptose (morte celular programada)
e reabsorção da cauda.
Após a metamorfose, os jovens adultos podem
sair da água e dispersar em habitats terrestres, ou
continuar a viver no habitat aquático como adultos.
Quase todas as espécies são carnívoras como
adultos, comendo invertebrados, como artrópodes,
anelídeos e gastrópodes. Algumas das espécies
maiores podem comer presas tais como pequenos
mamíferos, peixes e anuros menores. Algumas
usam a língua pegajosa para capturar presas em
movimento rápido, enquanto outros capturam as
suas presas e forçam-nas para a sua boca com as
mãos. No entanto, existem umas poucas espécies
de sapos que comem principalmente plantas.
Adultos são por sua vez predadas por pássaros,
peixes grandes, cobras, lontras, raposas, texugos,
quatis e outros animais. As rãs também são
consumidos por pessoas.
Os anuros, embora pouco se sabe sobre sua
vida na selva, registos de anuros em cativeiro
indicam longevidades até 40 anos.

REPRODUÇÃO E ANUROS
Assim que adultos atingem a maturidade,
reúnem-se em fontes de água, como um charco ou
riacho para se reproduzir. Muitas retornam onde
nasceram, muitas vezes resultando em migrações
anuais envolvendo milhares. Na Europa continental,
uma grande parte das migradoras costumavam
morrer ao atravessar as estradas, antes de terem
sido construídas cercas especiais e túneis para elas.
Uma vez no local de reprodução, machos
chamam para atrair um parceiro, tornando-se
colectivamente um coro. O convite é exclusivo para
a espécie, e irá atrair as fêmeas dessa espécie.
Algumas espécies têm machos satélite que não
chamam, mas interceptam fêmeas que se
aproximam de um outro macho chamadores .
Machos e fêmeas, em seguida, envolvem-se
num amplexo. Isso consiste no macho montar a
fêmea e segurando-a (às vezes com um tubérculo
nupcial especial) com firmeza. A fecundação é
externa: os ovos e esperma reúnem-se fora do
corpo. A fêmea liberta os seus ovos, que o macho
cobre com uma solução de esperma. Os ovos, em
seguida, incham e desenvolver um revestimento
protector. Os ovos são geralmente castanhos ou
pretos, com uma substância clara e gelatinosa como
cobertura.
CUIDADO PARENTAL

Embora ainda se conheça pouco sobre o


cuidado da prole dispensado por anuros, estima-se
que até 20% das espécies de anfíbios podem cuidar
dos seus jovens, de uma maneira ou de outra, e há
uma grande diversidade de comportamentos
parentais. Algumas espécies de Dendrobatidae
colocam ovos no chão da floresta e protegem-nos,
guardando os ovos de predação e mantendo-os
húmidos. O sapo vai urinar em cima deles, se estão
muito secos. Após a eclosão, um pai (o sexo
depende da espécie) irá movê-los, nas suas costas,
para uma bromélia capaz de reter água. O
progenitor, em seguida, alimenta-os colocando ovos
não-fertilizados nas bromélias até que os juvenis
passam pela metamorfose. Outras rãs carregam os
ovos e girinos em suas patas traseiras ou costas
(por exemplo, os sapos-parteiros,Alytes spp .).
Algumas rãs até protegem as suas crias dentro dos
seus próprios corpos. O macho de Assa darlingtoni
tem bolsas ao longo do lado do corpo onde residem
os girinos até a metamorfose. As fêmeas do género
Rheobatrachus da Austrália, agora provavelmente
extinto, engole os seus girinos, que, então,
desenvolvem-se no estômago. Para fazer isso, estes
animais devem parar as secreções de suco gástrico
e suprimir o peristaltismo (contracções do
estômago). A Rã de Darwin (Rhinoderma darwinii)
do Chile, coloca os girinos no seu saco vocal para o
desenvolvimento.
CURIOSIDADES SOBRE O COAXAR

O coaxar dos anuros, em termos científicos, é


chamado de vocalização. Na grande maioria das
vezes, é o macho quem vocaliza e esta é uma forma
de defender territórios e atrair fêmeos e,
principalmente quanto à primeira, é também uma
forma de econimizar energia.
Como é sabido, os anfíbios são ditos animais de
sangue frio, o que significa em termos mais simples
que a temperatura corporal deles depende do
ambiente no qual estão. Este é, inclusive, um dos
fatores que contribuem para que estes animais
cantem, na maioria das vezes, após o pôr-do-sol,
quando a temperatura está mais amena e a umidade
aumenta.
Como forma de evitar gatos excessivos de
energia em, por exemplo, combate com outros
machos por territórios ou fêmeas, o indivíduo
vocaliza. A vocalização dá “dicas para outro macho
quanto ao seu tamanho e, ligado à isso, à sua força
e, possivelmente à idade. Isso significa que este
superou muitas das adversidades do ambiente e
conseguiu sobreviver até então – o que significa,
também, que este é um oponente forte e que em
combate físico, possivelmente, será o vencedor.
Assim sendo, uma disputa vocal gasta menos
energia do que uma disputa física e um indivíduo
menos capaz pode, simplesmente, ceder e buscar
outro território (ou fêmea).
Em relação à atração de fêmeas, a vocalização
dá as mesmas “dicas”: fornecem informações acerca
de suas condições físicas, indicando à possível
parceria que poderá ser um bom reprodutor (ou
não), fornecendo filhotes mais fortes e saudáveis.
Uma vez que uma fêmea só pode ter seus gametas
fecundados por um único macho mais apto para ser
o pai de seus futuros filhotes – e a vocalização
permite com que ela o encontre mais facilmente.
Portanto a vocalização dos anuros consiste em
uma grande estratégica ecológica.

DIFERENÇA ENTRE SAPO, RÃ E PERERECA

Embora muita gente faça confusão, esses três


animais saltitantes possuem muitas diferenças entre
si, tanto na morfologia quanto no comportamento e
na classificação zoológica. Em comum eles têm o
fato de serem classificados como anuros, o nome
dado aos anfíbios que não têm rabo. Eles preferem
viver em terra firme e só procuram ambientes
aquáticos quando vão se reproduzir. No Brasil, uma
das espécies mais comuns é o sapo-cururu (Bufo
marinus). As rãs são as mais habilidosas entre esses
três tipos de anuros. Elas conseguem dar saltos de
até 1,5 metro de comprimento e 70 centímetros de
altura. A família dos ranídeos é a mais numerosa,
embora no Brasil ocorra uma única espécie dessa
família (Rana palmipes). As demais rãs brasileiras
pertencem à outra família, a dos leptodactylídeos.
As pererecas, como os sapos, também não gostam
de lagoas. Elas costumam viver em árvores e
pertencem a várias famílias. A mais extensa é a dos
hylídeos, da qual fazem parte a perereca-da-europa
(Hyla arborea) e a minúscula grass frog ("perereca
da grama"), que mede só 1,75 centímetro.
PERERECA
Hábitat: muito encontrada em galhos de árvores
Tamanho: menos de 10 centímetros
Número de espécies: mais de 700
Em geral, a perereca é menor que um sapo ou uma
rã e tem como característica os olhos esbugalhados,
deslocados para fora. Suas pernas finas e longas
permitem grandes saltos - algumas alcançam a
marca de 2 metros de distância! As pontas dos
dedos da perereca possuem um tipo de ventosa,
que ajuda a subir nas árvores

SAPO
Hábitat: prefere viver em terra firme
Tamanho: de 2 a 25 centímetros
Número de espécies: cerca de 300
Tem aparência estranha, pele rugosa e cheia de
verrugas. Suas pernas curtas fazem com que dê
pulos limitados e desajeitados. Graças a glândulas
na região dorsal, o sapo libera veneno que pode
irritar nossos olhos e as mucosas. Mas a peçonha só
pode ser expelida se o animal sofrer uma pressão
externa, como ser pisado


Hábitat: mora principalmente em lagoas
Tamanho: de 9,8 milímetros a 30 centímetros
Número de espécies: mais de 4 mil
Se o sapo assusta pelo veneno, a rã é considerada
um prato sofisticado em muitos países. Ela tem a
pele lisa e brilhante. Suas pernas são longas e
correspondem a mais da metade do tamanho do
animal. As patas traseiras podem ser dotadas de
membranas que ajudam a rã a nadar

PESQUISA DE CAMPO

Dados referentes à pesquisa com indivíduos de


diversas idades e profissões, totalizando 319
pessoas pesquisadas.
O questionário utilizado para as entrevistas foi
esse, formulado por todos os participantes do
estudo.
Ciências Biológicas – Ênfase em Meio Ambiente

PROFISSÃO:___________________________________IDADE:__________

1- Identificar os animais abaixo:

1ª 2ª

A. Sapo A. Sapo
B. Rã B. Rã
C. Perereca C. Perereca

A. Sapo
B. Rã
C. Perereca
2- Você acha que sapos, rãs e pererecas contribuem para o
meio ambiente? Por quê?

A. Sim
B. Não

Resposta:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
__________________________________________________
3 – Como você classificaria sapos, rãs e pererecas?

A. Répteis B. Sauropsida C. Anfíbio D. Condricte

4- Você acredita que sapos, rãs e pererecas podem entrar


em extinção? Por quê?

A. Sim
B. Não

Resposta:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
__________________________________________________

5-Você acha que sapos, rãs e pererecas podem lançar


veneno?

A. Sim
B. Não

RESULTADOS:
Questão 1
 Essa questão expôs aos entrevistados três fotos à
primeira de uma perereca, a segunda de um sapo
e a terceira de uma rã para que assim só com os
conhecimentos básicos todos os entrevistados nos
reconhecessem.
Com base nisso tivemos o seguinte resultado:
PERERECA

259

8 2
50
SAPO RÃ PERERECA NULO

SAPO

273

41 5 0

SAPO RÃ PERERECA NULO


225

41 50 3

SAPO RÃ PERERECA NULO

QUESTÃO 2
Nessa questão a grande maioria define a
importância dos anuros como fazendo parte da
cadeia alimentar e assim peça fundamental em um
ecossistema.
QUESTÃO 2

305

14
0

SIM NÃO NULO

QUESTÃO 3

QUESTÃO 3

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RÉPTEIS SAUROPSIDA ANFÍBIOS CONDRICTE NULO
Série1 37 3 273 1 5
QUESTÃO 4
QUESTÃO 4

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SIM NÃO NULO

QUESTÃO 5

QUESTÃO 5

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1
SIM NÃO NULO
AMEAÇA DE EXTINÇÃO

Depois de 360 milhões de anos vivendo muito


bem na Terra, os anfíbios estão em perigo.
Populações e espécies desse grupo de animais vêm
escasseando, estão sob ameaça de extinção ou até
mesmo desapareceram. Segundo a Avaliação
Global de Anfíbios (Global Amphibian Assessment –
GAA), que reúne pesquisadores do mundo todo, das
cerca de 6 mil espécies conhecidas, nada menos
que 2.469, ou 42% do total, estão com população
em queda. Dessas, 1.856 (31% das 6 mil) estão
ameaçadas em algum grau. No Brasil, há pelo
menos 31 espécies em declínio e 26 correm o risco
de desaparecer.
Para quem vê sapos, rãs e pererecas, os
anfíbios mais conhecidos, como bichos asquerosos
e repugnantes, que não despertam a mesma
simpatia que os micos-leões-dourados e as
ararinhas-azuis, pode parecer descabida a
preocupação com o declínio ou a extinção desses
animais. Quem pensa assim comete um engano. Os
anfíbios – grupo de vertebrados que se divide em
três ordens: anuros (sapos, rãs e pererecas),
urodelos (salamandras) e gimnofionos (cecílias ou
cobras-cegas) – são importantíssimos para a
preservação do meio ambiente. São predadores de
insetos e invertebrados, e mantêm em equilíbrio a
população dos animais desses grupos.
A diminuição ou ausência deles leva a um
desequilíbrio, com o aumento de mosquitos
transmissores de doenças, como o da dengue, por
exemplo. Não havendo predadores naturais, a
quantidade desses mosquitos aumenta
drasticamente e como conseqüência o próprio
homem é atingido. Além disso, os anfíbios também
são presas, servindo de alimento a muitos grupos de
animais, como cobras, aves e mamíferos. Sua
ausência poderia interromper a cadeia alimentar em
algum ponto. Os girinos, a primeira fase da vida dos
anuros, vivem na água, e também são importantes
para o equilíbrio do ambiente aquático, pois auxiliam
na reciclagem de nutrientes.
Mas os anfíbios, ao contrário do que se possa
pensar, têm seus pontos fracos. O mais notável é a
respiração pela pele, que os torna ótimos
bioindicadores das condições do ambiente, mas
pode levá-los à morte. Qualquer poluição do ar ou
da água os afeta. Por isso, quando o meio em que
vivem está sendo degradado, eles são os primeiros
a dar o alarme. Se algo está prejudicando os
anfíbios, provavelmente afetará outros animais e até
mesmo o homem. O ciclo em duas fases, na água e
na terra, e a pele extremamente permeável torna-
nos suscetíveis a alterações químicas e ambientais.
Por isso, quase sempre esse é o primeiro grupo da
fauna a responder a esse tipo de mudança no
ambiente.
Há diversas formas possíveis para que os
anuros entrem em extinção, entre elas estão a
devastação do ambiente natural, provocado pelo
homem, com a destruição de habitats. A chuva ácida
causada pela poluição do ar, inseticidas, herbicidas,
fungicidas e resíduos industriais são outros fatores
que agravam o problema. A introdução de espécies
exóticas em ambientes onde vivem anfíbios como
uma das causas da diminuição e extinção de sapos,
rãs e pererecas. As maiores evidencias apontam, no
entanto, para o aquecimento global como um dos
principais motivos do declínio dos anfíbios, como
são animais muito sensíveis, até mesmo mudanças
no micro clima de uma determinada área podem
afetá-los.
Dois fatores que contribuem ainda para a
extinção dos anfíbios, em estudos recentes, feito
pela Universidade de Oregon nos EUA, demonstrou
que os raios ultravioleta, que atravessam os buracos
da camada de ozônio, são altamente prejudiciais aos
anfíbios. Comprovou-se que esse tipo de radiação
causa anomalias nas moléculas de DNA desses
animais e afeta o funcionamento de seu sistema
imunológico, tornando ovos e embriões suscetíveis
ao ataque de fungos. O fungo Batrachochytrium
dendrobatidis, cuja proliferação tem sido favorecida
pelo aquecimento global, foi responsável pela
extinção nos últimos anos de 70 espécies de sapos
da América Central e da região tropical da América
do Sul. O fungo causa nos anfíbios uma doença
chamada QUITRIDIOMICOSE, nos animais adultos
infecta a pele. Como parte da respiração é feita por
esse órgão, a infecção pode lavá-los à morte. No
caso dos girinos causa deformações na boca. A
doença pode também ser transmitida pelo contato
direto ou por dispersão dos esporos do fungo no
ambiente, principalmente na água.
Outro fator, que tampouco é desprezível, é o
consumo humano. Só na França, cerca de 80
milhões de rãs são servidas à mesa todos os anos.
TRATAMENTO DE DOENÇAS

Tão importantes quanto à indicação de


desequilíbrios ambientais são os benefícios diretos
que esse grupo de animais pode trazer ao homem.
Eles representam um estoque ainda pouco
divulgado de produtos farmacêuticos novos.
Centenas de substâncias químicas já foram isoladas
da pele de anfíbios, algumas das quais estão sendo
utilizadas no tratamento de queimaduras e de várias
doenças. São conhecidos compostos produzidos por
anfíbios com atuação bactericida e fungicida e
outros que podem ser utilizados como
anticoncepcionais, contra males cardíacos e úlceras
gástricas, e como controladores de pressão arterial.
Esses são alguns dos motivos, além dos
prejuízos relativos à biodiversidade que o
desaparecimento de qualquer espécie acarreta,
pelos quais pesquisadores do mundo inteiro estão
preocupados com o declínio desse grupo de
animais. O fenômeno é tão grave que vários
simpósios internacionais sobre o assunto vêm sendo
realizados. O objetivo é definir o grau de ameaça e
de conhecimento em relação a cada uma e ajudar
na sua conservação.

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