Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Marion Minerbo
Resumo
Tomando dois casos clínicos como eixo condutor, discute-se
a relação necessária entre processos de adoecimento psíquico
e estratégias terapêuticas. O primeiro caso se caracteriza por
um psiquismo tomado pelo barulho do embate ininterrupto
com seu objeto interno/externo; o segundo, pelo silêncio
de um mundo interno desertificado. A compreensão dos
respectivos processos de adoecimento determina duas
estratégias terapêuticas distintas: desativação do binômio
angústia-defesa no primeiro caso e revitalização psíquica no
segundo.
Palavras-chave
processo de adoecimento; estratégias terapêuticas;
desativação; revitalização.
a criança-nela se tornava realmente insu- há três anos eu lhe dizia coisas nessa linha.
portável. Em seus outros relacionamentos, Mas só quando ela é capaz de reconhecer
Marcia é uma pessoa encantadora e engra- esse novo objeto na figura do chefe pode-
çada; estuda, trabalha, cuida dos filhos. mos ter certeza de que a relação, nascida
Naturalmente, gasta uma energia enorme no campo transferencial, foi de fato inter-
para viver, porque faz tudo isso apesar do nalizada. Ela começa a baixar a guarda,
barulho do embate com seu objeto interno, dando continuidade ao processo de desa-
que não cessa nunca. tivação das defesas.
Em algum momento, Marcia se deu Como sabemos, são as áreas de não
conta de que até torcia para que o marido separação sujeito-objeto que produzem
fizesse “algo errado” que justificasse seu o engalfinhamento com os representan-
ódio. Ao mesmo tempo, não aguentava tes atuais do objeto, indicando a atividade
mais brigar. E foi isso que nos colocou de um núcleo psicótico. Decorridos cinco
na pista de que precisava do ódio contra anos de análise, parece-me que a estraté-
o marido como um viciado precisa de sua gia de desativação acabou tornando pos-
dose diária de droga. Para que necessitava sível essa separação. Recolhidas todas as
desse ódio que tanto mal lhe fazia? Outra projeções, não é exagero dizer que ela está
associação importante foi que, ao contrário enxergando o próprio marido pela primeira
de sua amiga, que chorava praticamente vez. Ela mesma percebe essa diferença.
em todas as sessões de análise, Marcia não A mesma mala volta, agora em um con-
chorava nunca. Foi então que ela se deu texto completamente diferente. Ela havia
conta de que simplesmente não sabia o dito que ele precisava trocar sua mala de
que era ficar triste. Podia imaginar o que trabalho, que está bastante surrada, mas ele
seria ficar em “estado catatônico” (enten- não fez nada a respeito. Antes, essa atitude
da-se: melancólico), mas a tristeza lhe era seria o suficiente para ela pular de ódio no
inconcebível. Fomos reconhecendo que o pescoço dele, e isso por dois motivos: em
ódio lhe dava uma “força” que a protegia função da não separação sujeito-objeto, a
de “ficar catatônica”. “culpa” pelo marido andar com aquela mala
Depois de três anos de trabalho, um era vivida como se fosse dela, e o fato de ele
primeiro objeto empático aparece em sua não fazer nada a respeito era a prova de que
paisagem emocional. Ao comentar com o ele não dava importância ao que ela dizia.
chefe sobre uma situação difícil pela qual Hoje, é muito claro que ela não tem
passou quando morava em outro país, ela nada a ver com a mala que o marido usa
o escuta dizer: “Eu também morei fora do para trabalhar. O estado daquele objeto
Brasil. Entendo perfeitamente o que você não diz nada sobre ela, apenas sobre
está dizendo.” Essa frase foi uma revelação, o dono. Por exemplo, que ele é “meio
um divisor de águas. Não se lembrava, ao
longo de 40 anos de vida, de jamais ter
escutado isso de alguém! Naturalmente,
mas percebo que é prematuro, pois ela se para dentro, serve para encobrir a morte
agarra a uma justificativa convencional: em vida. Por tudo isso, a estratégia tera-
“Não quero ser apenas uma dona de casa.” pêutica tem de ser diferente daquela que
(Lembro-me da explicação igualmente usei com Marcia. O trabalho é mais difícil:
convencional que Marcia dava ao fato de construir – ou revitalizar – o próprio tecido
se irritar com o marido: “Ele não liga para psíquico que poderia vir a sentir alguma
mim.”) Acaba encontrando um caminho coisa.
para “ser como todo mundo”: engravida. Não foi difícil reconhecer o padrão
Quando lhe perguntarem o que faz, poderá transferencial que se instalou nas sessões.
responder: “Sou mãe. Cuido do meu Chega pontualmente, deita-se e cumpre
filho.” É uma atuação, mais uma maneira rigorosamente o que entende ser sua tarefa:
de tentar se construir de fora para dentro. falar. Mas o que é, para ela, falar? Não é
Preocupa-me perceber que não consegue dizer algo significativo, e sim preencher
sonhar o seu bebê. O marido parece mais o silêncio. É o que ela faz. Usa palavras
entusiasmado do que ela. que não são do seu vocabulário e discorre
A escuta analítica e, principalmente, a sobre temas que não conhece. Não conse-
contratransferência me permitiram ir cons- gue completar as frases. Enfim, é evidente
truindo uma compreensão de seu sofri- que ela não está realmente ali, naquilo que
mento. Como no caso de Marcia, há um está me dizendo. Paula é uma moça inte-
espinho no pé. Só que aqui é a ausência e ligente, mas não há ninguém ali dentro
o vazio que funcionam como uma presença que realmente tenha alguma opinião sobre
dolorosa, e não a onipresença do marido- alguma coisa. Por trás da personagem sor-
-entidade. Ao contrário de Marcia, que ridente e elegante, construída de fora para
pelo menos se irrita com ele – o que mostra dentro graças às roupas e acessórios, não
algum eco, ainda que longínquo, da dor do há nada. Ela sofre porque intui vagamente
espinho –, Paula encontrou uma solução que nada-nela é de verdade.
muito mais radical: amputou a parte de si Essa modalidade de transferência pro-
que poderia sentir dor. Ela não sente nada. duz em mim a sensação de estar falando
Vimos com Marcia que a ativação com um autômato. Esse campo trans-
excessiva das defesas travava a capacidade ferencial me permitiu reconstruir (para
de realizar trabalho psíquico. Com Paula mim mesma) a relação entre a criança e
é diferente: essa incapacidade tem a ver um objeto primário que não tinha acesso
com a falta de tecido psíquico. Ela não ao que chamamos de mundo emocional, de
se angustia. No lugar desse afeto temos o tal forma que áreas inteiras do psiquismo
tédio, o senso de futilidade, a depressão de Paula nunca foram vistas, reconheci-
sem tristeza. Essa configuração é típica das das e “ativadas” na relação intersubjetiva.
patologias do vazio e dos pacientes psicos-
somáticos. Mesmo o falso self, que é uma
tentativa de construir uma vida de fora
ninguém-nela para associar. Provavelmente inteligência, mas será mais uma manifes-
me daria uma resposta em falso self. Por tação em falso self. Aqui, o analista precisa
isso, cabe a mim fazer o que um autômato abandonar um modo de escuta quase auto-
não faz: usar minha criatividade psíquica mático (!) e se conformar: transparente é
para introduzir alguma espessura emocio- transparente.
nal no relato. Então eu lhe digo: “Talvez Descartado o uso metafórico, que sen-
fique entediada vendo TV. Talvez esteja feliz tido eu poderia dar a uma fala como essa?
por fazer o que gosta.” Que ela tem um olhar singular sobre o
Introduzo alguma matéria-prima psíquica mundo? Que esse olhar provém “do inte-
que, de alguma forma, lhe diz respeito. Não rior” de uma pessoa? Ou então, talvez ela
apenas tédio e solidão, mas também algo esteja em busca da imagem dela no meu
que apenas vislumbra: a alegria de poder “interior”: como as coisas que ela diz reper-
estar “de verdade” naquilo que se faz. Paula cutem em mim? Não sei. Mas é fundamen-
responde que acha terrível alguém gastar sua tal que eu lhe devolva o que poderia haver
vida assim, sem fazer nada. A resposta, que de vivo e genuíno no que acaba de dizer.
contém uma vibração afetiva, mostra que Então eu digo: “Tem coisas que estão aí bem
não só ela conseguiu usar a matéria-prima debaixo do nariz de todo mundo, mas pou-
que lhe ofereci como também acrescentou cos enxergam. Se você fosse fotógrafa, prova-
algo próprio (“É terrível gastar a vida…”). velmente daria uma foto diferente.”
Esse é um exemplo da estratégia de revita- Alguma sedução e um firme trabalho
lização de tecido psíquico através de uma de reanimação – recorrendo, sempre que
variante do jogo do rabisco: ela traz a cena possível, à minha criatividade psíquica –
da velhinha, eu proponho duas leituras, ela são manejos que fazem parte da estratégia
completa com a dela. de revitalização. A mãe precisa seduzir
“Vi na esquina uma mulher albina. a criança para a vida. Assim como uso a
Nunca tinha visto uma pessoa quase trans- velhinha da TV para criar tecido psíquico,
parente.” A comunicação se encerra no uso sua observação sobre a pele quase trans-
puro relato do fato. Entendo que a pobreza parente para lhe contar que ali há um olhar
de vida interior a obrigue a ficar aderida singular de uma pessoa singular. Graças a
aos estímulos “de fora”, com os olhos gru- esse espelhamento, pode se perceber e se
dados na cor da pele de uma pessoa que ela reconhecer; firma-se, nesse processo, seu
vê na rua. Naturalmente, guardo isso para sentimento de existir.
mim. O que eu posso tentar fazer é conferir Além do manejo e do espelhamento, é
alguma espessura ao relato “cavando” um fundamental não deixar que a fala dela caia
espaço interior. no vazio. Nesses dois exemplos, não posso
Com Paula, eu não posso tomar o suges- ficar em silêncio. Luto contra o vazio que
tivo significante transparente em seu sen-
tido metafórico. Se eu fizer isso, ela até
pode aderir e manejar a metáfora com
quase me paralisa e intervenho para lhe para sobreviver: eis o processo de adoeci-
oferecer uma sustentação – não apenas mento que produziu essa forma tão parti-
com minhas palavras, mas com minha pró- cular de sofrimento psíquico.
pria atividade psíquica. Se no caso de Mar- Certa vez, no banho, ficou curtindo a
cia era fundamental conter e transformar água bem quente em seu corpo. Quando
a angústia, aqui, na ausência desse afeto, viu, estava chorando. Soluçava. Tive a
o que se impõe é oferecer um holding impressão de que no lugar da angústia
vigoroso. A sustentação de um ambiente branca, da depressão sem tristeza, havia
psíquico na e pela transferência é funda- tristeza e angústia verdadeiras por perce-
mental para que se constitua, “de dentro ber o vazio dramático de sua existência.
para fora”, a experiência de ser e de existir. O tecido psíquico começa a se revitalizar.
Lentamente, as coisas começam a se Como muitas de minhas pacientes, adorou
mexer. Não por acaso, a primeira coisa o filme Aquarius. Descreve uma mulher que
que começa a investir genuinamente é o enfrenta as empreiteiras que querem com-
corpo. Começou a frequentar uma aca- prar seu apartamento. Paula fica tocada ao
demia de ginástica, e também o pilates, ver como essa mulher luta para preservar a
que lhe proporciona o prazer de sentir a vida – simples, mas plena – que havia cons-
flexibilidade do próprio corpo. Depois dos truído para si. Esse material sugere que está
exercícios, gosta de sentir as dores muscu- em trânsito entre a estratégia conhecida, de
lares, pois indicam que seu corpo existe. se fingir de morta para sobreviver, e outra,
Para além das roupas que estão a serviço na qual é possível afirmar algo próprio e
de construir uma personagem, começa a lutar pelo direito de existir.
haver um esboço genuíno de ego corpo- Começa a não querer coisas. De vez em
ral. Ainda é um prazer puramente senso- quando, comenta que não foi viajar com
rial, mas muito diferente da adrenalina da o marido para não perder sua rotina, suas
montanha-russa. sessões, sua ginástica. Conseguiu dizer
O rádio do carro está sempre na esta- para uma visita que não mostrava sinais
ção que toca música clássica, conforme de querer ir embora que sentia muito,
o gosto do marido. Hoje, vindo para a mas tinha que sair para um compromisso.
análise, ocorreu-lhe que poderia mudar Certa noite, disse ao marido que não que-
de estação para ouvir as músicas de que ria mais ver TV, preferia conversar. Para ela,
gosta. “Claro que depois eu deixo do jeito essas afirmações de algo próprio são gran-
que estava.” Digo então: “Tem medo que des conquistas.
percebam quem você é, do que você gosta; Um dia me anuncia que não quer
medo que percebam que você é uma pessoa.” mais vir à análise três vezes por semana.
Não deixar marcas, tornar-se transparente Eu havia me questionado se esse ritmo
não seria excessivo. Em duas ou três oca-
siões, eu lhe fiz essa pergunta, e a resposta
foi: “Não.” Hoje entendo que não havia
ninguém-nela para saber se aquilo era, ou que se sente livre para deixar as marcas de
não, excessivo – como não houvera nin- sua singularidade. Não quis alugar para um
guém-nela para saber se ela gostava ou não casal que queria mudar a decoração. Con-
de piano. Como a mãe-autômato, ofereci seguiu alugar para outro, que adorou exata-
um enquadre “por atacado”, e ela sim- mente como estava, o que a deixou muito
plesmente aceitou. Confundi a resposta feliz. Tanto o fotógrafo quanto o casal que
de um sujeito ainda por nascer com a de adorou a decoração nos dão notícias do novo
um sujeito já em contato com seu desejo! objeto que vai sendo construído na transferên-
Viu uma exposição de fotos das malas de cia: aquele que é capaz de reconhecer – no
pessoas que tinham vivido em uma institui- duplo sentido de enxergar e valorizar –
ção psiquiátrica. Soube que no começo o quem ela é “de verdade”.
fotógrafo procurou as fichas médicas para Esse processo, contudo, não se dá sem
saber quem tinham sido aquelas pessoas. resistências. Ela acompanha o marido em
Depois, percebeu que as próprias malas uma intensa vida social, na qual ocupa um
contavam muito mais de sua história do lugar discreto. Em certo jantar, inesperada-
que uma ficha. Esse material indica a pos- mente alguém lhe faz uma pergunta direta:
sibilidade de abandonar uma abordagem “Paula, em que maternidade vai dar à luz?”
operatória – as fichas médicas – em favor Sentiu uma flechada no peito, entrou em
de um olhar atento à singularidade de cada pânico e respondeu rapidamente. Nem
um – as malas. Em vez de precisarem ser bem se recupera, nova pergunta direta
apagadas – como fez com a estação de sobre o bebê. Mesma sensação, mesma res-
rádio que toca as músicas que aprecia –, posta rápida. Essa cena mostra a que ponto
tais marcas são valorizadas, ou não esta- a “não existência” como defesa se cristali-
riam sendo expostas na galeria. zou e se tornou um modo de vida neces-
Tem um pequeno apartamento cujo alu- sário. É na transferência que a experiência
guel lhe proporciona uma renda. É princi- suficiente, mas não excessiva, de ser vista
palmente lá, na escolha de móveis e objetos, e de existir para o outro pode revitalizar
sua vida psíquica sem despertar resistên-
cias excessivas.
Finalizando
que dão sustentação às formas de traba- que o psiquismo tem capacidades inesgo-
lhar que apresentei. É importante que um táveis para se defender de forma ativa da
analista consiga justificar metapsicologica- angústia produzida pelas ameaças à integri-
mente o que faz, principalmente quando dade somatopsíquica. A segunda é a matriz
uma análise lhe exige intensa implicação, ferencziana. Aqui, ao contrário, os autores
e isso para evitar dois riscos opostos: o de admitem que as capacidades do psiquismo
uma clínica alheia à problemática singular de se defender do que ameaça sua sobrevi-
do paciente e o de outra alheia aos funda- vência podem se esgotar. O trauma precoce
mentos terapêuticos da psicanálise. pode aniquilar as capacidades de defesa de
Os dois casos apresentados me vieram à tal forma que as angústias são evitadas por
mente quando li o texto “Matrizes e mode- uma extinção de áreas do psiquismo.
los de adoecimento psíquico em psicaná- Marcia ilustra exemplarmente a matriz
lise”, de Luís Claudio Figueiredo (2016). freudo-kleiniana; Paula, a matriz ferenc-
A compreensão e nomeação dos processos ziana. Em Marcia, é o excesso de ativação
de adoecimento apresentada pelo autor, das defesas que trava a capacidade de rea-
bem como a compreensão e nomeação lizar trabalho psíquico; em Paula, a falta
das estratégias terapêuticas corresponden- de tecido psíquico vivo produz o mesmo
tes me ajudaram a pensar de forma mais resultado. A compreensão dos respectivos
organizada sobre o trabalho que vinha rea- processos de adoecimento determina e, ao
lizando com as duas pacientes. mesmo tempo, dá um embasamento teó-
O autor faz uma leitura crítica da his- rico às estratégias terapêuticas utilizadas:
tória do pensamento psicanalítico com o desativação do binômio angústia-defesa no
objetivo de reconhecer como a psicanálise primeiro caso, revitalização no segundo.
pensou os processos de adoecimento psí- Espero ter conseguido não apenas ilus-
quico, de Freud até os contemporâneos. trar, mas também justificar as duas moda-
O objeto de sua leitura não é a psicopato- lidades de implicação do analista que
logia em si – sofrimento neurótico ou não trabalha com os ecos da pulsão de morte.
neurótico –, mas como os autores pensa-
ram os processos que resultam em tais for-
mas de sofrimento. Esse autor encontrou
na literatura duas grandes matrizes teóri-
cas que permitem entender os processos
de adoecimento psíquico.
Nomeou a primeira de matriz freudo-
-kleiniana. Os autores que trabalham
nessa matriz partem do pressuposto de
Ruido. Silencio. El trabajo con los ecos de la pulsión Noise. Silence. Working with death drive echoes
de muerte
By building this paper upon two clinical vignettes, the
Tomando dos casos como eje conductor, la author discusses the necessary relationship between
autora analiza la relación necesaria entre los the psychopathological processes and therapeutic
procesos psicopatológicos y la especificidad de strategies. The first case is characterized by a psyche
las estrategias terapéuticas. El primer caso se that is taken by the noise of an uninterrupted collision
caracteriza por una psique tomada por el ruido with its internal/external object. The other case is
de la lucha ininterrumpida con su objeto interno/ characterized by the silence of an inner world that
externo; el segundo, por el silencio de un mundo becomes desert. Understanding these cases and their
interno desertificado. La comprensión de los respective psychopathological processes defines
procesos psicopatológicos determina las estrategias two different therapeutic strategies: deactivation
terapéuticas necesarias: la desactivación del binomio of the anxiety-defense binomial (i.e., anxiety-
angustia-defensa en el primer caso, y la revitalización defense mechanisms) in the first case, and psychic
psíquica en el segundo. revitalization in the second case.
Palabras clave: procesos psicopatológicos; estrategias Keywords: psychopathological processes; therapeutic
terapéuticas; desactivación; revitalización. strategies; deactivation; revitalization.
Referências
Figueiredo, L. C. (2008). Presença, implicação e reserva. In Roussillon, R. (2006). O traumatismo perdido. In R. Rou-
L. C. Figueiredo & N. Coelho Jr. (Orgs.), Ética e técnica ssillon, Paradoxos e situações limites da psicanálise (P.
em psicanálise (2a ed., pp. 13-66). São Paulo: Escuta. Neves, Trad., pp. 213-229). São Leopoldo, RS: Unisinos.
Figueiredo, L. C. (2016). Matrizes e modelos de adoeci- Roussillon, R. (2010). La perte du potentiel: perdre ce que
mento psíquico em psicanálise. Texto não publicado. n’a pas eu lieu. In A. Braconnier & B. Golse (Orgs.),
Freud, S. (2010). Além do princípio do prazer. In S. Freud, Dépression du bébé, dépression de l’adolescent (pp. 251-
Obras completas (P. C. de Souza, Trad., Vol. 14, pp. 264). Toulouse: Erès.
161-239). São Paulo: Companhia das Letras. (Trabalho Roussillon, R. (2011). A intersubjetividade e a função
original publicado em 1920) mensageira da pulsão. Revista Brasileira de Psicaná-
Green, A. (2010). O trabalho do negativo (F. Murad, Trad.). lise, 45(3) 159-166.
Porto Alegre: Artmed. Winnicott, D. W. (1988). Variedades clínicas da transferên-
Roussillon, R. (1999). Agonie, clivage et symbolisation. cia. In D. W. Winnicott, Da pediatria à psicanálise (J.
Paris: PUF. Russo, Trad., pp. 483-489). Rio de Janeiro: Francisco
Roussillon, R. (2001). Le plaisir et la répétition. Paris: Dunod. Alves. (Trabalho original publicado em 1955)