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17/11/2021

Capítulo II – LIGAÇÃO QUÍMICA.

Estruturas de Lewis

Em 1906, J. J. Thomson acreditava que os eletrões deviam ser as entidades responsáveis


pela ligação química.

De facto, quando os átomos formam uma ligação química, esta envolve os eletrões de
valência.

No sentido de mostrar e visualizar os eletrões de valência nos átomos foi desenvolvido,


em 1916, pelo químico americano G.N. Lewis um método para distribuir os eletrões em
átomos e moléculas – diagramas de estruturas de Lewis.

O símbolo do átomo é circundado por um número de pontos (ou cruzes, x)


correspondente ao número de eletrões de valência.

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Na estrutura de Lewis o símbolo representa o núcleo e os eletrões internos, o cerne. Os


pontos representam apenas os eletrões de valência. Por exemplo, sódio:

Na .
Outro exemplo, cloro:

..
: Cl .
..

A distribuição dos pontos deve refletir o emparelhamento ou desmparelhamento dos


eletrões:

.
Mg : : P .
.

Representação de iões

2-
➢ Um ião negativo apresenta uma estrutura de Lewis
..
 .. 
:O: ou : O :
que considera como seus os eletrões captados. Por
..  .. 
exemplo, para o anião óxido, O2- :

Ca ou Ca 
2+
➢ Um catião que tenha perdido todos os seus eletrões
de valência, por exemplo, o catião cálcio, Ca2+, deve ser

H ou H 
representado sem eletrões. Observe-se também o caso
+
do hidrogenião.

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Ligação covalente e estrutura de Lewis

Uma ligação covalente é baseada na partilha de eletrões entre dois átomos. As ligações
covalentes mantêm os átomos unidos nas moléculas.

Este tipo de ligação foi sugerida por Lewis que desenvolveu o conceito de uma ligação
química assegurada pela partilha de dupletos de eletrões.

H. + .H → H: H

Atenção: o hidrogénio nunca obedece à regra do octeto, a sua camada de valência


pode acomodar somente 2 eletrões (na orbital 1s).

Aos dois eletrões partilhados referimo-nos como dupleto


compartilhado ou dupleto ligante. É comumente representado
por um traço – .

Cada eletrão do dupleto é atraído por ambos os cernes e disso


H - H
resulta a ligação entre os átomos.

Quando a ligação é assegurada apenas por um dupleto


eletrónico, dizemos que se trata de uma ligação covalente
simples. Nalgumas ligações, são compartilhados mais do que
dois eletrões. Por exemplo, na molécula do oxigénio, O2, : O :: O :
existem dois dupletos compartilhados, portanto é uma ligação .. ..
covalente dupla.

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Os eletrões que não se encontram entre os símbolos


elementares não são compartilhados. Um par destes
eletrões denomina-se um dupleto não compartilhado ou | O = O|
dupleto não ligante. Também estes podem ser
representados por um traço.

Ligações (covalentes) triplas também são possíveis - são

|N  N|
asseguradas pela partilha de três dupletos eletrónicos,
como por exemplo no caso do azoto vulgar que existe na
nossa atmosfera, N2.

É costume falarmos em ordem de ligação, como sendo 1 nas ligações simples, 2 nas
duplas e 3 nas triplas.

Os iões poliatómicos, como por exemplo o ião amónia ou o ião clorato, têm a sua
coesão assegurada à custa de ligações covalentes. Podem ser vistos como “moléculas
com carga”. As suas fórmulas de Lewis são semelhantes às anteriores.

 H  +  | O| -
H - N  
- H 
| |
| O - Cl - O |
 |  | 
 H   | O| 

A carga é indicada no lado superior direito de parênteses que envolvem a fórmula. Pode
também ser indicada dentro de um círculo, também no canto superior direito, mas,
neste caso, não se usam parênteses.

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Regra do octeto

A regra do octeto - a estabilidade atómica está associada a oito eletrões de valência


(com as exceções do hidrogénio e do hélio).

“Qualquer átomo diferente do hidrogénio tende a formar ligações que lhe permitam
ficar rodeado por oito eletrões de valência”

Por exemplo, O2, Cl2 e HCl:

.. .. ..
: O :: O : : Cl : Cl : H : Cl :
.. .. .. .. ..

A regra do octeto é também verificada em moléculas


poliatómicas. Nestes casos, para cada um dos cernes, a .. ..
soma dos eletrões não compartilhados com todos os O :: C :: O
eletrões compartilhados com cernes vizinhos deve ser
.. ..
Dióxido de carbono, CO2
igual a oito, à exceção do hidrogénio que aparece
sempre rodeado de dois eletrões.

H - N- H
H - C  C - H |
Etino, C2H2
H
Amoníaco, NH3

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Ligações covalentes polares e apolares

➢ Eletronegatividade
“A tendência relativa mostrada por um átomo ligado em atrair os eletrões da ligação
química.”

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Fonte:
https://chem.libretexts.org/Courses/University_of_Arkansas_Little_Rock/Chem_1402%3A_General_Chemistry_1_(Kattoum)/Text/8%3A_Bonding_and_Mol
ecular_Structure/8.7%3A_Bond_Polarity_and_Electronegativity

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A eletronegatividade relaciona-se com a afinidade eletrónica e a energia de ionização.

Alta afinidade eletrónica e alta energia de ionização (por exemplo fluor) significa alta
tendência para ganhar eletrões e baixa tendência para perder eletrões – resultam em
elevada eletronegatividade.

Baixa afinidade eletrónica e baixa energia de ionização (por exemplo sódio) significa
baixa tendência para ganhar eletrões e alta tendência para perder eletrões – resulta em
baixa eletronegatividade.

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Átomos de elementos com eletronegatividades muito distintas tendem a formar


ligações iónicas em que um átomo “perde” os seus eletrões para outro átomo.

Quando as eletronegatividades são mais semelhantes formam-se ligações covalentes.

No entanto, estas podem ser polares ou apolares.


Fonte:
https://chem.libretexts.org/Courses
/University_of_Arkansas_Little_Rock
/Chem_1402%3A_General_Chemistr
y_1_(Kattoum)/Text/8%3A_Bonding
_and_Molecular_Structure/8.7%3A_
Bond_Polarity_and_Electronegativit
y

Apesar de não haver uma distinção rigorosa, pode-se generalizar que uma ligação iónica
se forma quando a diferença em eletronegatividade entre dois átomos é igual ou
superior a 2.

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Fontes:
https://chem.libretexts.org/Courses/University_of_Arkansas_Little_Rock/Chem_1402%3A_General_Chemistry_1_(Kattoum)/Text/8%3A_Bonding_and_Molecular_Struct
ure/8.7%3A_Bond_Polarity_and_Electronegativity; https://youtu.be/QqjcCvzWwww ; ver também: https://youtu.be/g-tE6MN-wrE;

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Ligações polares e apolares

Se os elementos envolvidos numa ligação são diferentes então as suas


eletronegatividades são diferentes; logo, a força com que cada núcleo atrai o(s)
dupleto(s) compartilhado(s) é diferente.

A carga elétrica do conjunto apresenta-se mais negativa junto ao cerne mais


eletronegativo, ou seja, forma-se um dipolo (diferença entre cargas elétricas).

Diz-se então que este tipo de ligação é polar,


.dado que apresenta uma zona ou polo mais
negativo (-) e uma outra zona ou polo mais
positivo (+).

+ -

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Ligação covalente dativa

É possível estabelecer ligações covalentes à custa de eletrões fornecidos por apenas um


dos átomos envolvidos. Tomemos por exemplo a formação do catião amónia, NH4+, a
partir do amoníaco e de um hidrogenião. A reação química que transcreve este processo
é:
NH3 + H+ NH4+

A estrutura de Lewis do amoníaco é:

H - N- H
|
H

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Uma ligação covalente formada nestas condições é chamada de


 H +
ligação covalente dativa.   
H - N - H
 | 
A espécie que fornece o dupleto eletrónico para a ligação é  H 
 
chamado dador.

A espécie que não fornece nenhum eletrão é chamado recetor.

A ligação covalente dativa pode ser representada por uma seta orientada no sentido
dador - recetor.

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A ligação iónica

Tendência para formar iões:

Energia de ionização baixa – tendência para formar catiões


Afinidade eletrónica alta – tendência de formar aniões

Ou seja:

Os elementos com maior tendência para formar catiões – metais alcalinos e


alcalino-terrosos
Os elementos com maior tendência para formar aniões - halogénios

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Uma ligação iónica resulta das forças eletrostáticas que atraem iões de cargas opostas.

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A ligação metálica

Num sólido metálico as unidades reticulares são iões positivos. Cada um resulta da perda
de um ou mais eletrões que formam uma nuvem que se espalha por todo o retículo.

Estes eletrões dizem-se deslocalizados ou livres – não estão ligados a qualquer átomo.
Existe, portanto, uma atração entre os eletrões e catiões.

Os eletrões livres são responsáveis pelas


capacidades de condução de eletricidade e
calor dos metais.

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Calor – aplicando calor a uma peça de metal, aumenta a energia cinética dos iões e
eletrões que passam a vibrar de forma mais intensa. Disso também resulta um maior
movimento de eletrões através do metal.

Tipos de sólidos:

➢ Iónicos – constituído por catiões e aniões


➢ Moleculares – as unidades são moléculas, os átomos estão ligados nestas moléculas
por ligações covalentes. As forças entre moléculas são normalmente fracas e são
asseguradas por forças de Van der Waals.

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Forças de Van der Waals

1) Dipolo-dipolo
São ligações mais fracas do que as iónicas ou as covalentes. Ocorrem entre moléculas
polares. Zonas de moléculas com sinais opostos são atraídos.

+ - + - + - + - + -

- + - + - + - + - +

2) Forças de dispersão de London

Devido ao movimento aleatório dos eletrões, pode ocorrer que momentaneamente


estes se encontrem acumulados numa região do átomo (ou molécula) resultando num
dipolo instantâneo.

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Esta distribuição instantânea pode influenciar a distribuição eletrónica de outra molécula


induzindo uma polarização – um dipolo induzido.

Disso irá resultar uma ligação entre as duas moléculas.

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Tipos de sólidos (continuação)

➢ Covalentes – ou sólidos atómicos. Constituídos por átomos unidos por ligações


covalentes formando uma rede tridimensional. Nesta estrutura não há partículas
móveis.
+ + + +
➢ Metálicos – as unidades reticulares são iões - - -
- -
positivos, os seus eletrões “perdidos” formam + + + +
- - - -
uma nuvem por toda a estrutura. -
+ + + +
- - - -
-
As características dos diferentes sólidos estão + + + +
resumidos em seguida.

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Iónico Molecular Covalente Metálico


Unidades nos Iões positivos e Moléculas Átomos Iões positivos
pontos negativos
reticulares
Forças de Ligações iónicas Forças dipolo- Covalente Atração entre
ligação entre dipolo, forças os eletrões e
unidades de London iões positivos
Dureza Razoavelmente Mole Muito duro Mole a duro
duro e
quebradiço
Ponto de fusão Razoavelmente Baixo Muito alto Médio a alto
alto
Condutividade Baixa Baixa Baixa Boa a ótima
Exemplos NaCl, Na3PO4 CO2, H2O SiO2, C Na, Ag
Retirado de Russel, “Química Geral”

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