INTRODUÇÃO
A cada dia somos desafiados a viver de tal maneira que a glória de Deus se
manifeste através de nossas vidas, cumprindo assim o propósito de Deus para
cada uma de nós.
ETIMOLOGIA
A ética possui normas invariáveis (código ético). A moral como trata dos
costumes, possui normas variáveis Exemplo: o que era imoral no passado
pode não ser hoje. O que é imoral para nós pode ser perfeitamente moral para
outros povos. Um claro exemplo disso são as tribos indígenas. Mesmo que o
mundo resolva declarar guerra à moral e a ética, os verdadeiros crentes não
podem e nem devem imitá-lo. Um cristão autêntico não pode dissociar-se
destes princípios que nosso Senhor valorizou, não basta dizer que isso ou
aquilo é imoral, é preciso deter o avanço da imoralidade que corrói a nação.
Leia atentamente Isaías 5.20-24.
A moral (do latim moralis que significa costumes) se refere aos costumes,
valores, regras e normas de conduta de uma sociedade ou cultura.
(Dicionário Básico de Filosofia – Japiassú/Marcondes)
A ética (do grego ethike diz respeito a costumes) tem por objetivo
elaborar uma reflexão sobre a moralidade: a finalidade da vida humana,
os fundamentos da obrigação e do dever, a natureza do bem e do mal, o
valor da consciência moral (Dicionário Básico de Filosofia.
Japiassu/Marcondes)
Dessa forma, quando o homem enfrenta uma determinada situação que deverá
decidir o que fazer, e quando utiliza uma norma de conduta aceita pela
sociedade, estamos na esfera moral ou prática. Quando o homem reflete sobre
seus atos, na tentativa de julgar se procedeu certo ou não, com justiça ou não,
estamos na esfera da ética ou da teoria.
Devo cumprir a promessa que fiz ontem ao meu amigo, embora hoje perceba
que o cumprimento me causará certos prejuízos?
Se alguém, à noite, se aproxima de mim de maneira suspeita e desconfio que
vá me atacar, devo agredi-lo mas primeiro a fim de não correr o risco de ser
agredido, aproveitando que ninguém descobrirá o meu ato?
Com respeito aos crimes cometidos pelos nazistas durante a Segunda Guerra
Mundial, os soldados que os executaram, cumprindo ordens militares, podem
ser moralmente condenados?
Nestes casos, dizemos que o homem age moralmente e que neste seu
comportamento se evidenciam vários traços característicos que o diferenciam
de outras formas de conduta humana. Sobre este comportamento, que é o
resultado de uma decisão refletida e, por isto, não puramente espontânea ou
natural, os outros julgam, de acordo também com normas estabelecidas, e
formulam juízos como os seguintes: “X agiu bem mentindo naquelas
circunstâncias”; “Z devia denunciar o seu amigo traidor”, etc.
Tudo isto faz parte de um tipo de comportamento efetivo, tanto dos indivíduos
quanto dos grupos sociais; tanto de ontem quanto de hoje. De fato, o
comportamento humano práticomoral, ainda que sujeito a variação de uma
época para outra e de uma sociedade para outra, remonta até as próprias
origens do homem como ser social.
Será inútil recorrer à ética com a esperança de encontrar nela uma norma de
ação para cada situação concreta. A ética poderá dizer-lhe, em geral, o que é
um comportamento pautado por normas, ou em que consiste o fim visado pelo
comportamento moral, do qual faz parte o procedimento do indivíduo ou o de
todos. O problema do que fazer em cada situação concreta é um problema
prático-moral e não-teórico ético. Ao contrário, definir o que é o bom não é um
problema moral cuja solução caiba ao indivíduo em cada caso particular, mas
um problema geral de caráter teórico, de competência do investigador da
moral, ou seja, do ético.
DEFINIÇÃO DE ÉTICA
Para o cristão, a ética pode ser entendida como “um conjunto de regras e
condutas, tendo por fundamento a Palavra de Deus”.
Para nós, que temos Jesus Cristo como Senhor e Salvador de nossas vidas, o
certo ou o errado devem ter como base a Bíblia Sagrada, considerada como
“regra de fé e prática”.
Ética, em seu sentido mais amplo, pode ser definida como a sensibilização da
consciência humana por certos valores ou pelo que considera como valor.
Esses valores podem ser representados por normas, as quais são relativas e
culturais em sua formulação. Infere-se, daí, que existem tantas éticas quantas
ideologias, sistemas de pensamento, culturas, interpretações da História, do
Homem e do Mundo. Todavia as éticas têm em comum a interpretação do
homem e seu destino.
A ética religiosa busca viver os valores baseada em uma interpretação
teológica da História.
Cada um de nós tem uma ética. Cada um de nós, por mais influenciado que
seja pelo relativismo e pelo pluralismo de nossos dias, tem um sistema de
valores interno que consulta (nem sempre, a julgar pela incoerência de nossas
decisões...!) no processo de fazer escolhas. Nem sempre estamos conscientes
dos valores que compõem esse sistema, mas eles estão lá, influenciando
decisivamente nossas opções.
ÉTICA HUMANÍSTICA
As chamadas éticas humanísticas são aquelas que tomam o ser humano como
a medida de todas as coisas, seguindo o conhecido axioma do antigo pensador
sofista Protágoras (485-410 a.C.). Ou seja, são aquelas éticas que favorecem
escolhas e decisões voltadas para o homem como seu valor maior.
Hedonismo.
Utilitarismo.
Sistema ético que tem como valor máximo o que considera o bem maior para o
maior número de pessoas (nazismo). Em outras palavras, “o certo é o que for
útil”. As decisões são julgadas, não em termos das motivações ou princípios
morais envolvidos, mas dos resultados que produzem. Se uma escolha produz
felicidade para as pessoas, então é correta. Os principais proponentes da ética
utilitarista foram os filósofos ingleses Jeremy Bentham e John Stuart Mill.
Existencialismo.
ÉTICA NATURAL
Esse nome é geralmente dado ao sistema ético que toma como base o
processo e as leis da natureza. O certo é o natural, a natureza nos dá o padrão
a ser seguido. A natureza, numa primeira observação, ensina que somente os
mais aptos sobrevivem e que os fracos, doentes, velhos e debilitados tendem a
cair e a desaparecer à medida que a natureza evolui.
Os cristãos entendem que uma ética baseada na natureza jamais poderá ser
legítima, visto que a natureza e o homem se encontram hoje radicalmente
desvirtuados como resultado do afastamento da humanidade do seu Criador. A
natureza como a temos hoje se afasta do estado original em que foi criada.
Não pode servir como um sistema de valores para a conduta dos homens.
ÉTICA RELIGIOSA
O conceito hindú de não matar as vacas vem de uma crença do período védico
(1300 a.c) que associa as mesmas a algumas divindades do hinduísmo,
especialmente Krishna. O culto a esse deus tem elementos pastoris e rurais.
A ÉTICA CRISTÃ
Como as demais éticas já mencionadas acima, a ética cristã opera a partir de
diversos pressupostos e conceitos que acredita estar revelados nas Escrituras
Sagradas pelo único Deus verdadeiro. São estes:
Cada pessoa traz, como criatura de Deus, resquícios dessa imagem, agora
deformada pelo egoísmo e desejos de autonomia e independência de Deus. A
consciência das pessoas, embora frequentemente ignorada e suprimida, reflete
por vezes lampejos dos valores divinos. Deus também se revela através das
coisas criadas. O mundo que nos cerca é um testemunho vivo da divindade,
poder e sabedoria de Deus, muito mais do que o resultado de milhões de anos
de evolução cega. Entretanto é através de sua revelação especial nas
Escrituras que Deus nos faz saber acerca de si próprio, de nós mesmos (pois é
nosso Criador), do mundo que nos cerca, dos seus planos a nosso respeito e
da maneira como deveríamos nos portar no mundo que criou.
Assim, muito embora a ética cristã se utilize do bom senso comum às pessoas,
depende primariamente das Escrituras na elaboração dos padrões morais e
espirituais que devem reger nossa conduta neste mundo. Ela considera que a
Bíblia traz todo o conhecimento de que precisamos para servir a Deus de forma
agradável e para vivermos alegres e satisfeitos no mundo presente.
É precisamente por basear-se na revelação que o Criador nos deu que a ética
cristã estende-se a todas as dimensões da realidade. Ela pronuncia-se sobre
questões individuais, religiosas, sociais, políticas, ecológicas e econômicas.
Desde que Deus exerce sua autoridade sobre todas as dimensões da
existência humana, suas demandas nos alcançam onde nos acharmos;
inclusive no ambiente de trabalho, onde exercemos o mandato divino de
explorarmos o mundo criado e ganharmos o nosso pão.
Por que “estudar” Ética Cristã? Porque todos nós, como cristãos, somos
indivíduos dentro de uma sociedade majoritariamente não cristã. Os valores
cristãos que seguimos devem encontrar correspondência na sociedade em que
vivemos. Na verdade poderíamos dizer que não se “estuda” ética, mas se
concebe e se vive um tipo de ética.
Para os que crêem em Jesus Cristo como Salvador e Senhor de suas vidas, o
certo ou o errado devem ter como base a Bíblia Sagrada, considerada como
“regra de fé e prática”, conforme bem a definiram Lutero e outros reformadores.
Assim, temos que admitir que a ética cristã tem sua própria lógica e
consistência, quando baseada na Bíblia, pois esta é infalível, imutável e
inerrante.
O Dilúvio que devastou o mundo a fim de purificá-lo com suas águas, poupou
um único homem bom e justo, Noé e sua família, fornecendo uma prova ímpar
sobre a importância de quem se conduz com moralidade no mundo.
*Assim como nos dias de Noé – Mateus 24:36-44 (o padrão de Deus salva.
Qualquer outro padrão de moral é assassinato de si)*
A religião dos judeus tem sido descrita como “monoteísmo ético”. O Velho
Testamento fala da existência de um único DEUS, o criador e Senhor de todas
as coisas. Esse Deus é pessoal e tem um caráter positivo, não negativo ou
neutro. Esse caráter se revela em seus atributos morais. Deus é Santo (Lv 11,
45; Sl 99, 9), justo (Sl 11, 7; 145, 17), verdadeiro (Sl 119, 160; Is 45, 19),
misericordioso (Sl 103, 8; Is 55, 7), fiel (Dt 7, 9; Sl 33, 4).
A Escritura afirma que Deus criou o ser humano à sua semelhança (Gn 1, 26-
27). Isso significa que o homem partilha, ainda que de modo limitado, do
caráter moral de seu Criador. Embora o pecado haja distorcido essa imagem
divina no ser humano, não a destruiu totalmente. Deus requer uma conduta
ética das suas criaturas: “Sede santos porque eu sou santo” (Lv 19, 2; 20, 26).
A Lei de Deus
A lei expressa o desejo que Deus tem de que as suas criaturas vivam vidas de
integridade. Há três tipos de leis no Antigo Testamento: cerimoniais, civis e
morais. Todas visavam disciplinar o relacionamento das pessoas com Deus e
com o seu próximo. A lei incluía valores como a solidariedade, o altruísmo, a
humildade, a veracidade, sempre visando o bem-estar do indivíduo, da família
e da coletividade.
(1) lei moral – revela a essência de Deus, a natureza boa santa e justa de
Deus;
(2) lei cerimonial – diz respeito aos rituais da Antiga Aliança, e tinha o objetivo
de apontar para o Cristo, o Cordeiro de Deus;
Destas três, a única que é eterna, nunca passa, é a lei moral. Por isso,
segundo entendem os cristãos, ela fornece um padrão universal de justiça a
ser seguido em todos os tempos. E vale destacar que a lei moral do Antigo
Testamento é desenvolvida no Novo Testamento, na perspectiva da “lei do
amor” e “da liberdade.”*
- Aquele que ferir seu pai ou sua mãe será punido de morte.
- Aquele que ferir um dos seus concidadãos será tratado como o tratou:
receberá fratura por fratura e perderá olho por olho, dente por dente.
- “Ai dos que decretam leis injustas e editam escritos de opressão: para afastar
os humildes do julgamento e privar do direito os pobres do meu povo, para
fazer das viúvas suas presas e roubar
- “Ai do que constrói sua casa sem justiça e seus aposentos sem direito; que
faz trabalhar seu próximo de graça e não lhe paga o salário” (Jeremias 22,13).
Acima de tudo, o crente deve viver para Deus, de modo digno dele, para o seu
inteiro agrado: Rm 14, 8; II Co 5, 15; Fp 1, 27; Cl 1, 10; I Ts 2, 12; Tt 2, 12.
O Comportamento Cristão
O cristão não vive de tradições! Ele Apoia-se na Bíblia, que é a sua regra de fé,
busca a direção de Deus para a sua vida através da oração e comunhão com o
Criador. A Bíblia é o Livro do Deus vivo e consequentemente um Livro vivo. Os
seus textos, aparentemente conservadores, encerram mensagens vivas e
atuais para a nossa vida. Há, porém, um aspecto que não se deve perder de
vista; a maneira simples e piedosa de aceitação do Evangelho, o modo de
proceder em cada situação e outras qualidades que foram transitando através
dos tempos entre os filhos de Deus. São esses costumes que constituem a
Ética Cristã.
Deus não quer homens e mulheres conformados com este mundo (Rm 12. 2);
é preciso ir além e não tomar a forma dada por uma vida paganizada. Antes
devemos, convertendo- nos para o Senhor, e, deixar renovar a nossa mente.
Essa é a única maneira de discernir a vontade de Deus. Todo aquele que
assume a Fé em Jesus, deve assumi-la incondicionalmente “Aquele que vive e
crê em mim jamais morrerá” (Jo 11, 26) Se somos cristãos, devemos seguir o
exemplo de Jesus. "Aquele que diz que está nele, também deve andar como
ele andou." (1 Jo 2, 6).
Assim, a Ética Cristã não exclui a razão, mas aplica-se à obediência a Cristo.
Na sua essência é normativa, enquanto a Ética secular é descritiva. A Ética
Cristã é também ensino, mandamento, diretriz, enquanto os costumes são
variáveis e flexíveis. Os DezMandamentos constituem o primeiro tratado de
ética dado pelo Senhor com o propósito de regular o comportamento humano
no cumprimento dos seus deveres para com Deus, para com o próximo e para
consigo próprio. A Ética Cristã é normativa porque se baseia em normas
estabelecidas pelo Criador.
Há costumes dos povos que se desatualizam: as modas passam, e até outros
aspectos que caem em desuso devido à sua pouca expressividade. Porém, as
nossas reações, a maneira de proceder, o comportamento, a apresentação e
muitos outros valores próprios de quem vai viver com Jesus por toda a
Eternidade, não devem passar de moda. Os cristãos ficam abismados e
indignados ao ver que essa sociedade de padrões morais supostamente
flexíveis, a qual se recusa a aceitar parâmetros de certo e errado, tende a
condenar veementemente os cristãos que desafiam as suas idéias. “O Deus de
vocês só sabe condenar”, dizem muitos por aí.
c) Uma pessoa nascida de novo, Jo 3.3. Qualquer pessoa que ainda não teve a
experiência do novo nascimento, ainda não é um candidato do Reino de Deus.
O novo nascimento é que dá direito ao homem de ser conhecido cidadão dos
céus.
Estas características (sal, luz...) eram vistas na vida dos apóstolos pelo
comportamento. O comportamento fala mais alto do que as palavras, mas só
merecem crédito quando comparadas, medidas e niveladas ao comportamento.
Enquanto o comportamento tem haver com que fazemos, o caráter com o que
somos. Qual a melhor definição de caráter? Entre muitas citamos este
Conjunto de qualidades que moralmente distingue uma pessoa de outra.
O caráter pode ser moldado progressivamente pelo comportamento. Se o
comportamento for irrepreensível, é evidente que o caráter também o é, na
ética cristã esse comportamento só pode ser irrepreensível se e somente se for
avaliado á luz da palavra de Deus. Sem conhecer a vontade de Deus jamais o
homem poderá ter um comportamento irrepreensível e conseqüentemente um
caráter idem.
ÉTICA NA FAMÍLIA
Problemas conjugais
Diferenças espirituais
Falta de comunicação
“Meu marido nunca conversa comigo”. Essa é uma reclamação comum às
mulheres que muito provavelmente passam o dia inteiro cuidando dos filhos
pequenos, e quando chega à noite, estão desejosas de conversar com o
marido. Para que o casamento seja bom, é preciso haver boa comunicação. O
marido e a esposa devem dividir um com o outro, mais do que qualquer outra
pessoa, tanto suas alegrias, tristezas, esperanças e sonhos, quanto os
problemas do dia-a-dia.
Problemas financeiros
Ao se casar, o homem deverá deixar seu pai e sua mãe e dedicar-se à sua
esposa (Mt 19.5). Sua responsabilidade é para com ela e seus filhos e,
portanto, não deve permitir que nada desestabilize a unidade de seu
casamento. Entretanto, a Bíblia ensina que se algum membro da família estiver
passando por alguma necessidade séria, não devemos virar as costas para ele.
A Bíblia nos afirma em 1Tm 5.4-8 sobre a dimensão da responsabilidade do
crente incluir os avós, os demais parentes e as viúvas da família.
DIVÓRCIO
Infidelidade
O divórcio
Por isso, para os casos em que o divórcio já aconteceu e não há nenhuma
possibilidade de renovação dos votos matrimoniais porque um dos cônjuges se
casou novamente, então os irmãos da Igreja devem servir como fonte de apoio
e consolo para os divorciados. Deus não dá as costas a ninguém que clame a
Ele por ajuda. Ele dará a estes a força para reconstruírem sua vida e para
enfrentarem os problemas que o divórcio traz.
O Estado
Para que o Estado possa levar a efeito de modo positivo sua função
ordenadora, é indispensável que disponha de poder soberano. Na verdade, tão
essencial é o poder soberano para o Estado, que este poder é definido como o
órgão da comunidade que baixa leis e as impõe com poder supremo, com o
propósito de favorecer a vida comum.
Numa sociedade alheia aos conceitos ditados pela palavra de Deus, o homem
precisa do Estado como instrumento fiscalizador de suas ações, para garantir a
ordem e a harmonia necessárias ao mútuo desenvolvimento de suas
capacidades e relacionamentos individuais e sociais. É indispensável como
instrumento de preservação da unidade já existente e também para a conquista
de uma comunidade ainda mais perfeita. Na medida em que realiza essas duas
funções, o Estado, uma vez não contrariando os regras das Sagradas
Escrituras, representa a vontade de Deus para o homem natural.
Autoridade Civil
3. A autoridade existe tanto para louvor do que faz o bem, quanto para
disciplina e castigo do que faz o mal.
5. Devemos pagar tributos e impostos como forma de dotar o Estado dos meios
necessários de desenvolvimento da nossa comunidade.
A IGREJA E O ESTADO
ABORTO
Além disto, médicos podem ter uma resistência natural, pela própria formação
deles (obrigação de lutar pela vida). "O juiz que autoriza o aborto é co-autor do
crime. Isso fere o direito à vida", disse o desembargador José Geraldo
Fonseca, do Tribunal de Justiça de São Paulo, em entrevista ao jornal Estado
de São Paulo (22/09/97). Segundo ele, o artigo 128 do Código Penal não
autoriza o aborto nesses casos, mas apenas não prevê pena para quem o
pratica. No momento, existem projetos de ampliar a lei, garantindo o aborto
também no caso de malformação do feto, com pouca possibilidade de vida
após o parto.
O ensino bíblico
Era tão inconcebível que uma mulher israelita desejasse um aborto que não
havia necessidade de proibi-lo explicitamente na lei de Moisés. Crianças eram
consideradas como um presente ou herança de Deus (Gn 33.5; Sl113.9;
127.3). Era Deus quem abria a madre e permitia a gravidez (Gn 29.33; 30.22; 1
Sm. 1.19-20). Não ter filhos era considerado uma maldição, já que o nome de
família do marido não poderia ser perpetuado (Dt 25.6; Rt 4.5). O aborto era
algo tão contrário à mentalidade israelita que bastava um mandamento
genérico, "Não matarás" ( Dt 20.13).
A Igreja, entretanto, deve guiar- se pela Palavra de Deus, e não pela ética da
sociedade onde está inserida.
A humanidade do feto
Há dois pontos cruciais em torno dos quais gira as questões éticas e morais
relacionadas com o aborto provocado. O primeiro é quanto à humanidade do
feto: quando é que, no processo de concepção, gestação e nascimento, o
embrião se torna um ser humano, uma pessoa, adquirindo assim o direito
à vida?
Muitos que são a favor do aborto argumentam que o embrião (e depois o feto),
só se torna um ser humano depois de determinado período de gestação, antes
do qual abortar não seria assassinato. Por exemplo, o aborto é permitido na
Inglaterra até 7 meses de gestação. Outros são mais radicais. Em 1973 a
Suprema Corte dos Estados Unidos passou uma lei permitindo o aborto,
argumentando que uma criança não nascida não é uma pessoa no sentido
pleno do termo, e, portanto, não tem direito constitucional à vida, liberdade e
propriedades. Entretanto, muitos biólogos, geneticistas e médicos concordam
que a vida biológica inicia-se desde a concepção. As Escrituras confirmam
este conceito ensinando que Deus considera sagrada vida de crianças
não nascidas. Veja, por exemplo; Jó 10.8-12; Sl 139.13-16; Jr. 1.5; Mt 1.18; e
Lc 1.39-44.
A santidade da vida
Em São Paulo, por exemplo, um médico declarou "Faço aborto com o mesmo
respeito com que faço uma cesárea. É um procedimento tão ético como uma
cauterização". E perguntado se faria aborto em sua filha, respondeu: "Faria, se
ela considerasse a gravidez inoportuna por algum motivo. Eu mesmo já fiz sete
abortos de namoradas minhas que não podiam sustentar a gravidez" (A Folha
de São Paulo, 29 de agosto de 1997).
Tipos de aborto
Ora, a criança que está no ventre da mãe é um ser com identidade própria.
Quem tem poder para tirar a vida? É porventura o homem quem pode decidir o
futuro de um outro seu semelhante quanto ao momento da sua morte? Lemos
em 1.a Samuel 2:6 que a autoridade para decidir o momento da morte de
alguém pertence exclusivamente a Deus: «O Senhor é que tira a vida e a dá:
faz descer à terra e faz tornar a subir dela». Lemos por outro lado no Salmo
139:13 que é o Senhor Quem opera a formação de um ser vivo, e que o faz
mover no ventre de sua mãe: «Pois Tu formaste o meu interior; Tu
entreteceste-me no ventre da minha mãe».
Em primeiro lugar importa notar que Deus criou o homem com características
tais que, mesmo em condições à primeira vista adversas, consegue sobreviver
e adaptar-se. Por outro lado, quando essa vida é impossível, a morte vem por
si própria. Assim sucede por exemplo quando a criança nasce com
deformações encefálicas anormais (cérebro). Geralmente, a criança morre
passados poucos minutos depois do parto.
Mas, mesmo que haja seguros motivos de que a criança venha a nascer
deficiente, será esse um motivo para se aceitar o aborto? Vejamos o que a
Palavra de Deus nos diz a este respeito: «Quem fez a boca do homem? Ou
quem fez o mudo ou o que vê, ou o cego ? Não Sou Eu, o Senhor?» (Êxodo
4:11). «E passando Jesus, viu um cego de nascença. E os seus discípulos lhe
perguntaram, dizendo: "Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que
nascesse cego ?" Jesus respondeu: "Nem ele pecou nem seus pais, mas foi
assim para que se manifestem nele as obras de Deus"» (S. João 9:1-3).
O CRISTÃO E A EUTANÁSIA
A palavra vem do grego eu, com significado de “boa” e thánatos, que significa
“morte”. Da junção desses termos resulta eutanásia, dando a idéia de “boa
morte”. Tal conceito é aplicado aos casos em que o médico, usando meios a
seu dispor, leva o paciente à “mortes misericordiosa”, aliviando-lhe o
sofrimento. É o caso do doente acometido de uma câncer generalizado,
padecendo dores intensas, ou de outro tipo de enfermidade dolorosa, que
provoca grande sofrimento. Há quem defenda a prática da eutanásia em casos
dessa natureza.
Eutanásia Passiva
Quanto a este tipo de eutanásia, Champlin diz: “pessoalmente, não creio que
possuímos conhecimento suficiente, sobre as questões morais, para nos
manifestarmos, com toda segurança, acerca da eutanásia ativa” (ibidem, vol6,
p.71). Vê-se, assim, que o aspecto moral é muito relevante, na hora de uma
decisão crucial, quando o doente sofre de modo cruel, e o médico aconselha o
desligamento dos aparelhos, ou a suspensão dos medicamentos; ou quando a
família assim resolve. É que, em se tratando da vida, que ainda é, e continuará
a ser um mistério para a consciência humana, as implicações morais podem
deixar os médicos ou família em situação crucial, imagine o quê decidir,
levando em conta os aspectos espirituais da questão.
Somos de parecer de que o cristão não deve apoiar essa prática, pois consiste
em uma ação deliberada e consciente. A Bíblia diz: “Não matarás...” (Êx 20.13).
O verbo matar, aí, é rasah, que tem o sentido de assassinar intencionalmente
(não se aplica ao caso de matar na guerra, em defesa própria, etc.). A ação do
médico, tirando a vida do paciente, é vista como um assassinato, segundo a
maioria dos estudiosos da ética cristã.
É o uso da aparelhagem hospitalar, que mantém vivo um paciente que não tem
mais esperança de recuperação. Em muitas ocasiões, como cristão, somos
chamados a dar opinião sobre o tema da eutanásia, e precisamos nos
posicionar, usando a Bíblia como fonte de nossa argumentação.