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TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO


Profª Sonia R. Arbues Decoster
HENRI FAYOL E A
TEORIA CLÁSSICA DA
ADMINISTRAÇÃO

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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

• Apresentar o pensamento de Henri Fayol e os princípios de


administração originados em seus estudos;
• Compreender os fundamentos da Teoria Clássica da Administração,
o contexto em que ela teve seu desenvolvimento e as diferenças em
relação à Administração Científica, de Frederick Taylor;
• Compreender, em linhas gerais, a influência da Revolução Industrial
no desenvolvimento das primeiras teorias da administração.

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SUMÁRIO

1. Os estudos de Henri Fayol


2. As principais contribuições de Fayol
2.1. A divisão do trabalho e a especialização da mão de obra
2.2. A coordenação
3. As funções da empresa
4. As funções do administrador
4.1. Previsão
4.2. Organização
4.3. Comando
4.4. Coordenação
4.5. Controle
5. Os princípios da administração
6. A revolução industrial e a administração
7. Considerações finais

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coordenação e controle.

1. OS ESTUDOS DE HENRI FAYOL


Compreendia que, independentemente do cargo hierárquico ocupado
por um indivíduo, uma vez que ele assumisse uma postura de liderança,
Henri Fayol nasceu em Istambul, em 1841,
haveria em algum momento a necessidade de aplicação de habilidades
e faleceu em Paris, em 1925. Pertencia
administrativas, variáveis em intensidade de uso. Argumentava que a
a uma família burguesa francesa que
capacidade administrativa deveria ser aprendida antes que as pessoas
lhe proveu uma boa educação e formou-
ocupassem posições administrativas, ao contrário do que acontecia na
se como engenheiro de minas. Iniciou
França em sua época.
sua carreira em atividades voltadas
à mineração de carvão e fundição de
A Teoria Clássica da Administração, desenvolvida por ele, distinguia-se
ferro. Desenvolveu seus estudos sobre
das ideias da Administração Científica de Taylor, que tinha como foco
administração após ter sido promovido,
principal a otimização da execução de tarefas e o desenvolvimento
Henri Fayol ainda aos 25 anos, a gerente de
das habilidades técnicas dos trabalhadores, no âmbito do chão de
minas na fábrica em que trabalhava. Posteriormente, passou a ser diretor
fábrica. Sob outro ponto de vista, Fayol direcionava sua atenção para
geral durante uma crise industrial, quando realizou transformações
a estrutura da organização, suas funções e processos e para o próprio
organizacionais que recuperaram a empresa.
papel dos gerentes, estudando, portanto, o papel e a importância das
habilidades administrativas na eficiência das empresas.
Fayol é um dos protagonistas da chamada Escola Clássica da
Administração e deve-se a ele o estabelecimento da área como
Com o intuito de organizar um conjunto de conhecimentos necessários
campo do conhecimento. Ele disseminou a atividade administrativa
à formação de administradores, Fayol desenvolveu e passou a divulgar
como uma tarefa comum a todo tipo de negócio ou empreendimento,
sua própria teoria, na qual as atividades administrativas passariam a ter
que necessita, portanto, de planejamento, organização, comando,

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um peso mais relevante, tão relevante que, em seu entendimento “um Fayol conhecia o trabalho de Taylor, que era muito divulgado na França.
líder que seja um bom administrador, mas tecnicamente medíocre, é, Chega inclusive mesmo a citá-lo em obra, concordando com algumas
geralmente, muito mais útil à empresa do que se ele fosse um técnico ideias e discordando de outras. Em 1913, chegou a apresentar um
brilhante, mas um administrador medíocre” (FAYOL apud SILVA, 2008). trabalho intitulado “Notas de aula sobre o taylorismo”. Embora não
tenham trabalhado em conjunto, as ideias de ambos convergem para
Esse raciocínio ilustra como para Fayol as habilidades administrativas o ideal de aprimorar a administração para resolver problemas de
passam a estar acima dos conhecimentos técnicos de um indivíduo, desempenho das organizações.
ao menos, no que diz respeito à sua utilidade para a empresa. Ele
não apenas separou as funções administrativas das funções técnicas,
como as colocou em ordem de prioridade de acordo com a função
do gerente. Distinguiu também, de forma clara e concisa, o trabalho
daqueles que exercem liderança daqueles que não a exercem, um dos
aspectos mais importantes da Teoria Clássica da Administração.

No começo do século XX, havia duas tendências em voga nos países


industrializados: enquanto nos EUA, a Administração Cientifica do
Trabalho, de Taylor, desenvolvia-se dando ênfase ao aumento de
eficiência na execução de tarefas, na França, Fayol desenvolvia a
Teoria Clássica dando ênfase na estrutura organizacional, embora
buscando também a eficiência. Os objetivos das duas tendências eram
praticamente os mesmos, embora os caminhos propostos e os focos
de estudos fossem diferentes.

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definida, quem é subordinado de quem, respeitando a autoridade de
comando.
2. AS PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DE FAYOL

2.1. A divisão do trabalho e a especialização da mão de obra


Pode-se dizer que qualquer que seja o ramo de atuação de uma
organização, sempre será necessário alguém para administrá-la. Fayol
Essas duas ideias são fundamentais para a Teoria Clássica e agem
percebeu isso quando dedicou-se a estudar o trabalho estratégico
de forma interdependente, uma vez que quando o trabalho é dividido,
dos administradores e sua separação das atividades operacionais da
isso possibilita uma maior especialização da atividade do trabalhador.
empresa. Em 1916, publicou o livro Administração Industrial e Geral
A divisão do trabalho pode se tornar mais complexa, pois, além da
clarificando o papel do executivo, identificando-o com os níveis mais
divisão de tarefas, há também a divisão dos departamentos, que são
altos na hierarquia de uma organização. Enquanto Taylor se ocupava
centralizadas em setores, onde as funções de especialidades são
do chão de fábrica, Fayol dedicava-se a analisar a empresa em
executadas. Chiavenato (2014) apresenta duas direções para essa
uma abordagem top-down. Chegou a concluir que as capacidades
divisão, sendo elas:
administrativa e técnica têm importância inversamente proporcional
conforme a posição ocupada na hierarquia de uma organização
• A vertical: segundo os níveis de autoridade e
(MAXIMIANO, 2017).
responsabilidade.
• A horizontal: segundo os diferentes tipos de atividades da
De acordo com Chiavenato (2014), a teoria de Fayol tinha como bases
organização.
as ideias de: divisão do trabalho, especialização da mão de obra,
trabalho de coordenação e as atividades de staff e de linha. Assim, a
A direção horizontal pode ser chamada também de
Teoria Clássica visualiza a empresa como um sistema hierárquico no
departamentalização e, tanto ela, quanto a vertical são propostas de
qual deve existir uma sequência de autoridades, de acordo com cada
divisão orientadas de acordo com: a função realizada, os departamentos
nível de unidade de comando. Com isso, a empresa identifica, de forma

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e a posição da função ocupada na hierarquia de comando. O que 2.2. A coordenação
as distingue é a ênfase dada a cada um desses três aspectos de
orientação. Com a divisão do trabalho e com o maior número de trabalhadores
especializados na empresa, surge a necessidade de coordenar todos
Figura 1: Direções de divisão do trabalho os esforços aplicados para que a organização alcance seus objetivos.
Como salienta Chiavenato (2014) a aplicação desse pressuposto
pode ser bastante favorecida em uma organização linear, na qual:
a unidade de comando centraliza-se em um único chefe, a unidade
de direção segue o plano organizacional e a cadeia escalar esteja de
acordo com a autoridade de comando.

Esse tipo de organização linear era o que Henri Fayol tinha à disposição
Vertical para suas observações e, também por conta disso, ele a defende
enquanto formato ideal à estrutura de uma organização. Ademais, o
teórico ainda apontava para a necessidade de ajuda de outros órgãos
que fornecessem apoio para a realização de atividades e tarefas que
não se enquadrassem nas especialidades já estabelecidas. Esses
órgãos eram, então, chamados de staff ou de assessoria. As diferenças
entre uma organização simples de linha e uma que conte com esse
órgão pode ser verificada abaixo:
Horizontal

Fonte: CHIAVENATO (2014)

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Figura 2: Órgão de Linha x Órgão Staff
O que são órgãos de staff?
São considerados todos os órgãos ou departamentos que
prestam serviços a outros, funcionando como um tipo de órgão
de apoio e suporte (CHIAVENATO, 2014).

Enquanto nos órgãos de linha prevalece uma única unidade de


comando, em que cada departamento responde apenas uma única
autoridade, nos órgãos de staff, conta-se ainda com o apoio de um órgão
de assessoria. Este presta serviços especializados aos demais órgãos
Órgão de Linha
existentes na organização e não tem como atribuição a necessidade
de tomadas de decisão, o que, nas duas estruturas, é função da chefia.

Órgão Staff

Adaptado de CHIAVENATO (2014)

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Constitui o órgão de visão das empresas.
Contabilidade Deve revelar, a qualquer momento, a
3. AS FUNÇÕES DA EMPRESA (registro de estoques, balanços, posição e o rumo do negócio. Deve dar
custos, estatísticas) informações exatas, claras e precisas sobre
a situação econômica da empresa.
Compreende as atividades de previsão
Para conduzir uma organização, o administrador principal conta com (em francês, prevoyance – literalmente,
Administração
previdência) organização, comando,
seis funções interdependentes, das quais uma é a função administrativa. coordenação e controle.
De acordo com o modo pelo qual Fayol as define em seu Administração Adaptado de MAXIMIANO (2017)
Industrial e Geral, elas são as seguintes:

Figura 3: Funções da Empresa segundo Fayol


Quadro 1: Funções da Empresa

A função técnica nem sempre é a


mais importante de todas. Mesmo nas
empresas industriais, há circunstâncias
Técnica
em que qualquer uma das outras funções
(produção, manufatura)
pode ter uma influência muito maior no
desenvolvimento da empresa do que a
função técnica.
A prosperidade de uma empresa industrial
Comercial depende tanto da função comercial quanto
(compra, venda, troca) da função técnica; se o produto não se
vende, há grande risco de insucesso. Adaptado de MAXIMIANO (2017)
Constitui condição essencial de êxito ter
Financeira
constantemente à vista a situação financeira
(procura e utilização de capital)
da empresa. Segundo Fayol, a função administrativa tem “os encargos de formular
Sua missão é proteger os bens e as
Segurança pessoas contra riscos de roubo, incêndio e o programa geral de ação da empresa, de constituir o seu corpo social,
(proteção da propriedade inundação e ajudar a evitar demais eventos,
e das pessoas) como greves, por exemplo, que possam de coordenar os esforços, de harmonizar os atos”. Todas as funções
comprometer o funcionamento da empresa.
representadas nos blocos em laranja, quando em funcionamento
conjunto, viabilizam, portanto, a tarefa de administração da empresa.

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Para Fayol, a função administrativa é das mais importantes, consistindo
em: previsão, organização, comando, coordenação e controle dos
4. AS FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR
recursos fornecidos pela empresa.

O modo como Henri Fayol relacionou as principais funções


administrativas, de acordo com o potencial de eficiência de cada uma
para a empresa, foi pioneiro nos estudos na área. Abaixo seguem, em
modo detalhado, as atribuições de cada uma dessas funções:

4.1. Previsão

Por sua origem etimológica, do francês prévision, trata-se,


primeiramente, do ato de planejar. De acordo com Maximiano (2017),
todo programa de ações define resultados esperados, linhas de
conduta a seguir, etapas a percorrer, meios a empregar. Embora Fayol
não tenha utilizado esta expressão, tal função estaria muito próxima do
que hoje é comum considerarmos como um planejamento estratégico.

4.2. Organização

Para Fayol, o processo de organização tem dois aspectos: o material


e o social, que envolvem a distribuição do trabalho entre as pessoas.
A estrutura social divide-se, tanto vertical quanto horizontalmente. A

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divisão vertical corresponde à hierarquia e a horizontal às diferentes 4.4. Coordenação
operações: comercial, financeira, técnica, etc. O autor dá bastante
ênfase à responsabilidade dos chefes para o desenvolvimento Fayol define esta função como uma forma de conciliar as diferentes
organizacional e defende o uso de ferramentas úteis que contribuam operações e de evitar atrasos, falta de materiais e frustração dos
com isso. Entre elas, como detalha Maximiano (2017), pode-se pensar funcionários. Propõe que a conferência pelos chefes seja a principal
no uso de representações gráficas, por meio de organogramas, ferramenta da coordenação, assim como o programa de ação é a
do corpo social da organização, no recrutamento e treinamento de principal ferramenta da previsão e o cronograma é a da organização.
pessoas para ocupar posições, além da elaboração de programas de
capacitação administrativa. 4.5. Controle

4.3. Comando O controle é, em um primeiro momento, de responsabilidade exclusiva


dos chefes e seu intuito é o de corrigir desvios e não permitir que
Quem está no comando da empresa é que faz o corpo social funcionar, eles se repitam. Fayol sinaliza, porém, que em caso de um aumento
assim como a atribuição de responsabilidades entre os diversos chefes inesperado no volume de trabalho seria necessário delegar essa
da empresa. De modo geral, ocupa a posição de comando quem função a inspetores ou a cargos análogos que pudessem realizá-la.
possui as competências e os princípios gerais de administração. Fayol
estabelece algumas orientações a serem seguidas, nesse sentido, tais
como: conhecer as pessoas da equipe, conhecer os contratos que
regem as relações entre a empresa e os empregados, fazer reuniões
com a equipe e incentivar a iniciativa.

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Uma única direção com um mesmo objetivo
Unidade de direção
em comum.
5. OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO Subordinação de interesses
Os interesses gerais da empresa são
superiores aos interesses particulares das
individuais aos coletivos
pessoas.
Deve-se satisfazer as necessidades, com
Segundo SILVA (2008), por volta de 1916, Fayol identificou 14 princípios
recompensas financeiras e não financeiras.
administrativos que, aplicados na época, refletiam diretamente em Remuneração equitativa do Fayol analisa diferentes possibilidades de
esforço remuneração, dentre elas a participação
maior eficiência para as organizações. Esses mesmos princípios ainda nos lucros e prêmios de acordo com o
desempenho.
continuam sendo aplicados, com as devidas alterações e adaptações, Fayol salienta que deve ser encontrada
Grau de centralização e a medida necessária para proporcionar o
de acordo com as necessidades apresentadas por empresas mais descentralização melhor rendimento possível dentro desses
recentes. O quadro abaixo apresenta, com algumas atualizações, tipos de estrutura.
Ou princípio da administração hierárquica,
esses princípios: Cadeia hierárquica implica uma linha de autoridade do topo à
base da organização.
É preciso haver um lugar para cada coisa
Quadro 2: Princípios da administração de Fayol e que cada uma ocupe seu próprio lugar,
Ordem material e social
valendo o mesmo para a ordem social e,
portanto, para as pessoas que a compõem.
PRINCÍPIOS DEFINIÇÃO A igualdade de tratamento dado aos
funcionários é necessária especialmente
A divisão do trabalho tem por finalidade Equidade no tratamento
para a manutenção de uma cultura
produzir mais e melhor com o mesmo organizacional saudável.
Divisão de trabalho
esforço. Sua especialização visa aumentar o
Estabilidade do pessoal no Evitar a rotatividade de trabalhadores, por ser
desempenho.
cargo prejudicial à produtividade organizacional.
A autoridade do chefe deve ser construída
Evidencia que a iniciativa de todos, junto com
Autoridade e responsabilidade como contrapartida, institucional e individual, Iniciativa
a do chefe é grande força para as empresas.
pelas responsabilidades que assume.
União dos trabalhadores para somar esforços
Diz respeito à obediência aos acordos Espírito de equipe
em prol da organização.
Disciplina estabelecidos entre a empresa e seus
agentes. Adaptado de MAXIMIANO (2017)
Cada empregado não deve ter senão um
Unidade de comando chefe e não deve existir dualidade de
comando.

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pela Europa, América e Ásia, em países como Bélgica, França,
Alemanha, Itália, Estados Unidos, Japão e Rússia. Nesse
6. A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A ADMINISTRAÇÃO
período, cresce a concorrência de mercado, com a indústria
de bens de produção se desenvolvendo rapidamente e com as
A Revolução Industrial teve início na Inglaterra no século XVIII, quando
ferrovias se expandindo no mesmo grau. Desenvolvem-se e
se inicia a transformação do processo de manufatura da produção
tornam-se viáveis novas fontes de energia: as hidrelétricas e o
artesanal para a produção por máquinas, especialmente a partir da
petróleo passam a ser bastante utilizados.
utilização da máquina a vapor. As transformações que se verificam,
• De 1900 até hoje: período em que surgem os grandes
na virada do século XIX para o século XX, na forma de realização
conglomerados industriais, a produção automatizada, a
do trabalho, em uma escala cada vez maior, impuseram a diversos
produção em série, a explosão da sociedade de consumo e
pensadores problemas a serem solucionados, sendo este o contexto
a expansão dos meios de comunicação. Ocorre também a
de surgimento, tanto da Administração Científica quanto da Teoria
expansão das indústrias química e eletrônica, da engenharia
Clássica da Administração. De modo geral, a Revolução Industrial
genética e de outras atividades industriais e administrativas.
pode ser compreendida a partir de três marcos históricos, sob o ponto
de vista das modificações no mundo do trabalho, conforme nos aponta
Pode-se dizer que a Revolução Industrial foi o período de maior
Silva (2008):
influência e contribuição para a história da Administração. Os
acontecimentos ocorridos nessa época marcaram a história das
• De 1760 a 1850: período em que a “grande mudança” se
organizações e as definiram, dando a elas a fisionomia que têm hoje.
restringe à Inglaterra, espécie de “oficina do mundo”, onde
Todos os avanços provenientes desse acontecimento favoreceram a
preponderam a produção de bens de consumo, de produtos
evolução das formas de se administrar uma organização, contribuindo
provenientes da crescente indústria têxtil e o uso da energia à
de maneira significativa para o desenvolvimento de ideias que
vapor.
visassem o aumento da produtividade organizacional assim como a
• De 1850 a 1900: período em que a grande mudança se espalha

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sua eficiência.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Além desses aspectos, Maximiano (2002) identificou algumas
consequências provenientes da Revolução Industrial, entre elas: a
A Teoria Clássica de Fayol é a segunda das primeiras teorias da
substituição do artesão pelo operário especializado; o advento das
Administração, desenvolvida logo após as ideias pioneiras da
fábricas; o crescimento das cidades, o que originou novas necessidades
Administração Científica de Taylor. A partir dos estudos do engenheiro
de administração pública; o surgimento dos sindicatos; o marxismo;
e teórico francês, foram definidas as funções do administrador e os
a doutrina social da igreja; o darwinismo social; a consolidação da
princípios gerais da Administração, aplicáveis a qualquer tipo de
Administração como área de conhecimento; as primeiras experiências
empresa. Embora visando um mesmo objetivo (elevar a eficiência da
práticas com a moderna administração de empresas.
organização), o interesse de estudo de Fayol difere do de Taylor, por
focar-se na estrutura organizacional e nas funções do administrador,
ao invés de na execução de tarefas no chão de fábrica.

A divisão do trabalho e a consequente especialização do trabalhador,


algo impensado antes da Revolução Industrial, foram soluções
fundamentais para a adaptação das organizações às necessidades
das empresas, a partir desse evento histórico. Ao focar-se também
na questão da autoridade, propondo uma única linha de comando,
Fayol permitiu uma maior organização, principalmente com a
departamentalização separando os órgãos de acordo com a sua
finalidade dentro da empresa. Sua Teoria Clássica, apesar de ter sido
elaborada na virada do século XIX para o XX, trouxe contribuições

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cuja herança é identificada ainda hoje na aplicação de estratégias e
elaboração de métodos de eficiência pelos administradores. INDICAÇÕES DE FILME

A GRANDE APOSTA (EUA, 2015)


O filme narra a história de quatro outsiders do mundo
REFLITA
das altas finanças que observavam os problemas que
iriam causar a crise financeira de meados dos anos
“A primeira condição inerente ao chefe de uma grande 2000 e sua tentativa de denunciar alguns dos grandes
empresa é a de ser bom administrador” bancos envolvidos.

“Dirigir é conduzir a empresa, tendo em vista os fins


visados, procurando obter as maiores vantagens Veja o trailer do
filme
possíveis de todos os recursos de que ela dispõe”

“Administrar é prever, organizar, comandar, coordenar


e controlar”
Henri Fayol

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FOME DE PODER (EUA, 2016)
INDICAÇÕES DE LEITURA OBRIGATÓRIA
O filme narra a polêmica trajetória de Ray Kroc, co-
fundador da rede Mc Donald’s, mostrando desde a ARAUJO, R.C.O; SOUZA FILHO, T.A. Da teoria clássica
inovação trazida pelo sistema speedee, método de à administração moderna: os 14 princípios gerais de
divisão do trabalho que serve de base ainda hoje para Fayol comparados à administração pública brasileira.
todos os fastfoods do mundo, até o estabelecimento da Reflexões Econômicas, Ilhéus (BA). v. 1, n. 3, p. 78-
empresa como a maior rede de lanchonetes dos EUA. 91. out. 2016 / mar. 2017
Veja o trailer aqui:
CLIQUE AQUI PARA ACESSAR

TEIXEIRA, H. J. Análise das abordagens sobre as


Veja o trailer do funções do administrador. Revista de Administração
filme de Empresas, São Paulo. v. 21. n. 2, abr./ jun. 1981.

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REFERÊNCIAS
A FIPECAFI assegura a proteção das informações contidas nesse
CHIAVENATO, I. Teoria geral da administração. 4ª material pelas leis e normas que regulamentam os direitos autorais,
ed. São Paulo: Manole, 2014. marcas registradas e patentes. Todos os textos, imagens, sons,
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administração. São Paulo: Saraiva, 2009.
transmissões, cópias, distribuições ou quaisquer outras formas de
utilização para fins comerciais ou educacionais sem o consentimento
MAXIMIANO, A C A. Teoria geral da administração:
da revolução urbana à revolução digital. 7ª ed. São prévio e formal da FIPECAFI.
Paulo: Atlas, 2017.
CRÉDITOS
SILVA, R. O. Teorias da administração. São Paulo: Coordenação Educacional: Manoel Farias e Jhonatan Hoff
Pearson Prentice Hall, 2008. Autoria: Sonia R. Arbues Decoster
Supervisão Geral: Juliana Nascimento
Design Instrucional: Patricia Brasil
Design Gráfico e Diagramação: Aline Silva
Captação e Produção de Mídias: Erika Alves, Vinícius Gomes e
Maurício Leme
Revisão de Texto: Patricia Brasil e Thiago Batista

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