1 INTRODUÇÃO
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2 IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA.........................................................................
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3 CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO
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4 ATIVIDADES DE DOCÊNCIA
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5 ANÁLISE REFLEXIVA
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6 PARECER DO ESTÁGIO
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7 REFERÊNCIAS
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1 INTRODUÇÃO:
O presente estágio de docência na Educação Infantil, tem como objetivo,
aprimorar a prática em sala de aula, já que é o segundo estagio que realizo na
Educação Infantil. Realizei observação participativa e também ministrei aula para a
turma de Jardim Nível B, da Escola Estadual de Ensino Médio Senador Alberto
Pasqualini, de Santo Augusto RS.
A Educação Infantil, atualmente, adquiriu nova dimensão, com a implantação
do Ensino Fundamental de nove anos, com as crianças chegando à escola e
também se alfabetizando cada vez mais cedo.
Sabe-se que para educar, necessitamos de um suporte que vá além dos
significados e conteúdos de diferentes disciplinas.
Isso só será possível realmente se a profissão de educar/ensinar estiver de
acordo com atitudes éticas abertas à ação e a reflexão sobre o que realizamos no
nosso dia a dia na escola.
Para responder as novas demandas e exigências da educação, precisamos
de estratégias, habilidades e procedimentos que respondam na prática as novas
necessidades e expectativas da educação, inclusive da Educação Infantil.
Atualmente as pessoas necessitam de habilidades, recursos e estratégias
para aprender com autonomia, então a educação não deve mais se fundamentar na
simples repetição de respostas, mas na formulação e construção de perguntas e
conhecimentos. Cada vez mais o cidadão precisa saber perguntar, pensar e expor
suas idéias e respostas a partir da reflexão, observação e ação.
A Educação e principalmente a Educação Infantil, não deve ser
responsabilidade somente da escola, deve ser compartilhada com a família. Há
também, uma série de aspectos e valores que devem ser trabalhados desde a mais
tenra infância, tais como cooperação, responsabilidade, aceitação do diferente,
autonomia pessoal, etc..., para que as crianças se tornem adultos conscientes de
seus direitos e deveres e integrados na sociedade que está cada vez mais exigente
e avançada tecnologicamente.
Necessitamos também de uma Educação para a paz que comece já na
primeira infância. A Educação Infantil, torna-se, então, uma etapa imprescindível
para a aprendizagem de valores, incluindo valores de acordo com uma cultura de
paz, como o respeito, a cooperação, a igualdade, a ternura, autonomia, justiça e a
solução de conflitos de forma pacífica, e também um espaço para brincar e ser feliz.
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3 CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO
A clientela atendida pela escola é bastante diversificada, principalmente na
idade que começa com 04 anos até aproximadamente 50/55 anos na EJA. A maioria
dos alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental são oriundos famílias de
baixa renda, apresentando um índice considerável de prostituição, alcoolismo e
drogas. Aumentando assim outros tipos de violência, como por exemplo, gravidez na
adolescência, gerando novas formas de organização familiar, onde as mães
abandonam os filhos, deixando-os aos cuidados dos tios ou da avó aposentada. Por
outro lado na Educação de Jovens e Adultos, na modalidade Ensino Médio, boa
parte dos alunos são de famílias de classe média, mais estruturadas, bem como no
Curso Técnico de Enfermagem, onde os alunos em sua maioria são alunos
trabalhadores, já possuem ensino médio concluído e alguns estão cursando ensino
superior concomitantemente.
Quanto às atitudes em sala de aula, os problemas são comuns como em
todas as escolas, problemas de indisciplina, desrespeito entre colegas, desatenção
e desinteresse, para tentar resolver estes problemas, a escola usa de todos os
meios que dispõe, na maioria das vezes com poucos resultados positivos, pois
geralmente os problemas começam na família, pois parte dos alunos vivem em um
meio violento, ou mesmo na falta de perspectiva para o futuro, pois a cidade não
possui emprego para atender a grande demanda de jovens que se formam todos os
anos.
Nem a Educação Infantil, está livre da violência e indisciplina, refletindo na
escola as atitudes dos familiares, perante os conflitos do dia a dia.
4 ATIVIDADES DE DOCÊNCIA:
Realizei observação participativa na turma de Educação Infantil Jardim
Nível B, turno da manhã. A referida turma conta atualmente com 29 alunos. Todos
residem no bairro da escola ou nos bairros vizinhos.
A sala de aula é bastante ampla e confortável, com boa iluminação e
ventilação. Possui ainda mobiliário adequado, armário para guardar materiais, mesa
para a professora, mesas e cadeiras de tamanho apropriado para a idade dos
alunos. Nas paredes da sala estão expostas produções de desenhos realizados
pelos alunos durante as aulas, Também um alfabeto colorido com vários tipos de
letras, está colado acima do quadro. Possui ainda um espelho grande para as
crianças olharem o corpo inteiro, caixas com livros infantis e alguns brinquedos.
Quando cheguei para realizar a observação fui recebida com alegria pela
professora e com curiosidade pelas crianças.
Em primeiro lugar, a professora aguardou as crianças que chegaram todas de
transporte, acolheu-as e encaminhou todos para a sala de aula.
Para acalmar os pequenos, a professora deixou-os à vontade para que
manuseassem livros infantis, escrevessem no quadro e brincassem um pouco com
brinquedos.
Em seguida foi formada a rodinha, as crianças ajudaram a posicionar as
cadeiras e se acomodaram. A professora então iniciou os cantinhos com as
crianças, que participaram entusiasmadas. Cantaram os cantinhos: Bom Dia,
Mãozinhas, Capelinha. Depois foi escolhido na caixinha o ajudante e a ajudante do
dia, que escreveram o nome e se desenharam no quadro. Em ato contínuo,
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passei o livro para as crianças olharem individualmente, era tanta ansiedade, apesar
de eu ter mostrado cada gravura, que dois rasgaram um pedaço do livro e choraram
por causa disso. Expliquei que isso acontece, mas que na próxima vez tomassem
mais cuidado e juntos colamos com fita a parte rasgada.
Em seguida realizei com as crianças atividades de pintura e traçado, em
folhas reproduzidas na copiadora, com desenhos relacionados a história da Menina
das Borboletas. Todos realizaram a atividade, cada um no seu nível e ritmo. Depois
de terminada a tarefa, quem sabia, escreveu o nome e penduraram no espaço
reservado a cada um para os trabalhos.
O tempo passou rápido e já estava na hora do lanche, antes de sair, precisei
resolver um conflito, um menino tinha batido por gosto no olho do coleguinha.
Conversei com o menino, e ele chorou, esperei que se acalmasse enxuguei suas
lágrimas e fomos todos para o lanche. Depois do lanche, recreio no pátio interno.
Voltamos para a sala de aula, lavaram as mãos foram ao banheiro e em
seguida trabalharam com massinha de modelar. Sugeri que formassem as letras do
nome, o M de menina(o), F de flor, etc.., fizeram isso e muito mais. Quando já
tinham trabalhado bastante e já se mostravam desinteressados, organizamos e
guardamos os materiais e fomos para a pracinha.
Na pracinha notei que eles estavam muito dispersos, alguns não queriam
brincar de nada, outros queriam ir nos brinquedos que já estavam lotados.
Resolvi então, brincar junto com eles, para tentar organizá-los. Convidei quem
quisesse para vir no escorregador, eu ficava na parte de escorregar e pegava de um
por um, fazia de conta que ia fazer cócegas e dava um abraço em cada um. Nunca
pensei que com uma atividade tão simples iria envolvê-los tanto. Todos formaram
fila para subir a escadinha e se jogavam no escorregador e nos meus braços com
vontade e confiança e eu os abraçava, eles riam felizes e voltavam para a fila a fim
de escorregar novamente. Brincamos assim mais ou menos 30 minutos e eu tive
que parar, pois fiquei bastante cansada, pedi que continuassem sem mim. Muitos
vieram atrás de mim e pediam colo e atenção. Amontoaram-se ao meu redor, no
banco em que eu havia sentado. Puxei então de uma caixa de giz colorido e sugeri
que desenhassem na calçada. Não decidiam o que desenhar, falei que
desenhassem o corpo, um deitava e o outro desenhava o contorno e vice versa.
Surgiu novo impasse, todos queriam desenhar e ninguém queria ser desenhado.
Como não consegui fazer ninguém mudar de idéia, eu mesma deitei na calçada e
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6 PARECER DO ESTÁGIO
Este estágio foi o que mais exigiu de mim e o mais desafiador que realizei até
agora. Por ser uma turma muito grande e com idades que variam de 4, 5 e 6 anos,
com muitas diferenças entre si, a tarefa de ensinar fica muito mais complexa,
exigindo do educador um esforço realmente grande para dar conta do recado.
As crianças exigem muita atenção, a professora precisa estar muito atenta,
por causa das agressões que acontecem entre elas. A maioria das crianças vem de
um meio bastante violento e isso se reflete dentro da sala de aula, apesar da pouca
idade dos alunos. Além disso, a grande maioria não teve ainda acesso a livros e os
pais são pouco instruídos e alguns ainda acham que a Educação Infantil é só para
as crianças brincarem e serem cuidadas enquanto eles trabalham. Por este e outros
motivos, muitas crianças faltam bastante às aulas e não fazem pequenas tarefas
que a professora solicita que os pais auxiliem em casa.
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No dia que fiquei sozinha com as crianças senti tudo isso e mais um pouco.
Acho mesmo que todo o estudante de Pedagogia deveria estagiar em turmas assim,
para conhecer realmente todos os lados da educação, principalmente no que se
refere à educação dos menos favorecidos, onde os desafios realmente são maiores.
Mesmo assim foi tudo muito válido. Sei que não consegui realizar tudo o que
eu tinha proposto para a aula. Mas tudo o que fiz valeu a pena E FARIA TUDO DE
NOVO, muitas vezes, tentando fazer cada vez melhor.
Queria mesmo já estar formada e ter a oportunidade de trabalhar com uma
turma assim e fazer o melhor possível e dar o melhor de mim, através de um bom
planejamento. Mostrar as crianças que outro mundo é possível. Ministrar aulas vivas
e alegres, onde também houvesse espaço para brincar e ser feliz para que
aprendessem, mudassem seu mundo, melhorassem suas vidas e fossem pessoas
felizes e realizados. Sei que isso não se faz só na Educação Infantil, mas acredito
que é nessa fase que a sala de aula pode tornar-se um ponto de partida, onde as
crianças sejam envolvidas na construção de uma sociedade mais justa e de uma
vida digna para todos.
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7 REFERÊNCIAS
TORRES, Rosa Maria. Discurso e Prática em Educação Popular, Ijuí RS: UNIJUÌ,
Ed.1988,