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CONAMA 357/2005

Das Águas Doces

Art. 4o As águas doces são classificadas em:

I - classe especial: águas destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;

b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas;

c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral.

II - classe 1: águas que podem ser destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado;

b) à proteção das comunidades aquáticas;

c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA

no 274, de 2000;

d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam

ingeridas cruas sem remoção de película;

e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.

III - classe 2: águas que podem ser destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;

b) à proteção das comunidades aquáticas;

c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho,

d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o

público possa vir a ter contato direto;

e) à aqüicultura e à atividade de pesca.

IV - classe 3: águas que podem ser destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado;


b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;

c) à pesca amadora;

d) à recreação de contato secundário; e

e) à dessedentação de animais.

V - classe 4: águas que podem ser destinadas:

a) à navegação; e

b) à harmonia paisagística.

Das Águas Salobras

Art. 6o As águas salobras são assim classificadas:

I - classe especial: águas destinadas:

a) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral;

b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.

II - classe 1: águas que podem ser destinadas:

a) à recreação de contato primário

b) à proteção das comunidades aquáticas;

c) à aqüicultura e à atividade de pesca;

d) ao abastecimento para consumo humano após tratamento convencional ou avançado;

e) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam

ingeridas cruas sem remoção de película, e à irrigação de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais

o público possa vir a ter contato direto.

III - classe 2: águas que podem ser destinadas:

a) à pesca amadora; b) à recreação de contato secundário.

IV - classe 3: águas que podem ser destinadas:

a) à navegação; b) à harmonia paisagística.


Das Águas Salinas

Art. 5o As águas salinas são assim classificadas:

I - classe especial: águas destinadas:

a) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral;

b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.

II - classe 1: águas que podem ser destinadas:

a) à recreação de contato primário;

b) à proteção das comunidades aquáticas;

c) à aqüicultura e à atividade de pesca.

III - classe 2: águas que podem ser destinadas:

a) à pesca amadora;

b) à recreação de contato secundário.

IV - classe 3: águas que podem ser destinadas:

a) à navegação; b) à harmonia paisagística.

DAS CONDIÇÕES E PADRÕES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS

Art. 14. As águas doces de classe 1 observarão as seguintes condições e padrões: - condições de qualidade de
água:

a) não verificação de efeito tóxico crônico a organismos, de acordo com os critérios estabelecidos pelo órgão
ambiental competente, ou, na sua ausência, por instituições nacionais ou internacionais renomadas, comprovado
pela realização de ensaio ecotoxicológico padronizado ou outro método cientificamente reconhecido.

b) materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente ausentes;

c) óleos e graxas: virtualmente ausentes;

d) substâncias que comuniquem gosto ou odor: virtualmente ausentes;

e) corantes provenientes de fontes antrópicas: virtualmente ausentes;

f) resíduos sólidos objetáveis: virtualmente ausentes;

g) coliformes termotolerantes: para o uso de recreação de contato primário deverão ser obedecidos os padrões de
qualidade de balneabilidade.
Para os demais usos, não deverá ser excedido um limite de 200 coliformes termotolerantes por 100 mililitros em
80% ou mais, de pelo menos 6 amostras, coletadas durante o período de um ano, com freqüência bimestral. A E.
Coli poderá ser determinada em substituição ao parâmetro coliformes termotolerantes de acordo com limites
estabelecidos pelo órgão ambiental competente;

h) DBO 5 dias a 20°C até 3 mg/L O2;

i) OD, em qualquer amostra, não inferior a 6 mg/L O2;

j) turbidez até 40 unidades nefelométrica de turbidez (UNT);

l) cor verdadeira: nível de cor natural do corpo de água em mg Pt/L; e

m) pH: 6,0 a 9,0.

Art. 17. As águas doces de classe 4 observarão as seguintes condições e padrões:

I - materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualente ausentes;

II - odor e aspecto: não objetáveis;

III - óleos e graxas: toleram-se iridescências;

IV - substâncias facilmente sedimentáveis que contribuam para o assoreamento de canais de navegação:


virtualmente ausentes;

V - fenóis totais (substâncias que reagem com 4 - aminoantipirina) até 1,0 mg/L de C6H5OH; VI - OD, superior a
2,0 mg/L O2 em qualquer amostra;

VII - pH: 6,0 a 9,0.

Das Águas Salobras

Art. 21. As águas salobras de classe 1 observarão as seguintes condições e padrões:

I - condições de qualidade de água:

a) não verificação de efeito tóxico crônico a organismos, de acordo com os critérios estabelecidos pelo órgão

ambiental competente, ou, na sua ausência, por instituições nacionais ou internacionais renomadas, comprovado

pela realização de ensaio ecotoxicológico padronizado ou outro método cientificamente reconhecido;

b) carbono orgânico total: até 3 mg/L, como C;

c) OD, em qualquer amostra, não inferior a 5 mg/ L O2;

d) pH: 6,5 a 8,5;

e) óleos e graxas: virtualmente ausentes;

f) materiais flutuantes: virtualmente ausentes;

g) substâncias que produzem cor, odor e turbidez: virtualmente ausentes;

h) resíduos sólidos objetáveis: virtualmente ausentes; e


i) coliformes termotolerantes: para o uso de recreação de contato primário deverá ser obedecida a Resolução

CONAMA no 274, de 2000. Para o cultivo de moluscos bivalves destinados à alimentação humana, a média

geométrica da densidade de coliformes termotolerantes, de um mínimo de 15 amostras coletadas no mesmo local,

não deverá exceder 43 por 100 mililitros, e o percentil 90% não deverá ultrapassar 88 coliformes termotolerantes

por 100 mililitros. Esses índices deverão ser mantidos em monitoramento anual com um mínimo de 5 amostras.

Para a irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam

ingeridas cruas sem remoção de película, bem como para a irrigação de parques, jardins, campos de esporte e lazer,

com os quais o público possa vir a ter contato direto, não deverá ser excedido o valor de 200 coliformes

termotolerantes por 100mL.

Para os demais usos não deverá ser excedido um limite de 1.000 coliformes termotolerantes por 100 mililitros

em 80% ou mais de pelo menos 6 amostras coletadas durante o período de um ano, com freqüência bimestral. A E.

coli poderá ser determinada em substituição ao parâmetro coliformes termotolerantes de acordo com limites

estabelecidos pelo órgão ambiental competente.

Art. 22. Aplicam-se às águas salobras de classe 2 as condições e padrões de qualidade da classe 1, previstos no

artigo anterior, à exceção dos seguintes:

I - condições de qualidade de água:

a) não verificação de efeito tóxico agudo a organismos, de acordo com os critérios estabelecidos pelo órgão

ambiental competente, ou, na sua ausência, por instituições nacionais ou internacionais renomadas, comprovado

pela realização de ensaio ecotoxicológico padronizado ou outro método cientificamente reconhecido;

b) carbono orgânico total: até 5,00 mg/L, como C;

c) OD, em qualquer amostra, não inferior a 4 mg/L O2; e

d) coliformes termotolerantes: não deverá ser excedido um limite de 2500 por 100 mililitros em 80% ou

mais de pelo menos 6 amostras coletadas durante o período de um ano, com freqüência bimestral. A E.coli

poderá ser determinada em substituição ao parâmetro coliformes termotolerantes de acordo com limites

estabelecidos pelo órgão ambiental competente.

Art. 23. As águas salobras de classe 3 observarão as seguintes condições e padrões:

I - pH: 5 a 9;

II - OD, em qualquer amostra, não inferior a 3 mg/L O2;


III - óleos e graxas: toleram-se iridescências;

IV - materiais flutuantes: virtualmente ausentes;

V - substâncias que produzem cor, odor e turbidez: virtualmente ausentes;

VI - substâncias facilmente sedimentáveis que contribuam para o assoreamento de canais de navegação:

virtualmente ausentes;

VII - coliformes termotolerantes: não deverá ser excedido um limite de 4.000 coliformes termotolerantes por 100

mL em 80% ou mais de pelo menos 6 amostras coletadas durante o período de um ano, com freqüência bimestral.

A E. Coli poderá ser determinada em substituição ao parâmetro coliformes termotolerantes de acordo com limites

estabelecidos pelo órgão ambiental competente;

VIII - carbono orgânico total até 10,0 mg/L, como C.

Das Águas Salinas

Art. 18. As águas salinas de classe 1 observarão as seguintes condições e padrões:

I - condições de qualidade de água:

a) não verificação de efeito tóxico crônico a organismos, de acordo com os critérios estabelecidos pelo órgão

ambiental competente, ou, na sua ausência, por instituições nacionais ou internacionais renomadas, comprovado

pela realização de ensaio ecotoxicológico padronizado ou outro método cientificamente reconhecido;

b) materiais flutuantes virtualmente ausentes;

c) óleos e graxas: virtualmente ausentes;

d) substâncias que produzem odor e turbidez: virtualmente ausentes;

e) corantes provenientes de fontes antrópicas: virtualmente ausentes;

f) resíduos sólidos objetáveis: virtualmente ausentes;

g) coliformes termolerantes: para o uso de recreação de contato primário.Para o cultivo de moluscos bivalves

destinados à alimentação humana, a média geométrica da densidade de coliformes termotolerantes, de um mínimo

de 15 amostras coletadas no mesmo local, não deverá exceder 43 por 100 mililitros, e o percentil 90% não

deverá ultrapassar 88 coliformes termolerantes por 100 mililitros. Esses índices deverão ser mantidos em

monitoramento anual com um mínimo de 5 amostras. Para os demais usos não deverá ser excedido um limite de

1.000 coliformes termolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6 amostras coletadas durante o
período de um ano, com periodicidade bimestral. A E. Coli poderá ser determinada em substituição ao parâmetro

coliformes termotolerantes de acordo com limites estabelecidos pelo órgão ambiental competente;

h) carbono orgânico total até 3 mg/L, como C;

i) OD, em qualquer amostra, não inferior a 6 mg/L O2; e

j) pH: 6,5 a 8,5, não devendo haver uma mudança do pH natural maior do que 0,2 unidade.

Art 19. Aplicam-se às águas salinas de classe 2 as condições e padrões de qualidade da classe 1, previstos no

artigo anterior, à exceção dos seguintes:

I - condições de qualidade de água:

a) não verificação de efeito tóxico agudo a organismos, de acordo com os critérios estabelecidos pelo órgão

ambiental competente, ou, na sua ausência, por instituições nacionais ou internacionais renomadas, comprovado

pela realização de ensaio ecotoxicológico padronizado ou outro método cientificamente reconhecido;

b) coliformes termotolerantes: não deverá ser excedido um limite de 2500 por 100 mililitros em 80% ou mais de

pelo menos 6 amostras coletadas durante o período de um ano, com freqüência bimestral. A E. Coli poderá ser

determinada em substituição ao parâmetro coliformes termotolerantes de acordo com limites estabelecidos pelo

órgão ambiental competente;

c) carbono orgânico total: até 5,00 mg/L, como C; e d) OD, em qualquer amostra, não inferior a 5,0 mg/L O2.

Art. 20. As águas salinas de classe 3 observarão as seguintes condições e padrões:

I - materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente ausentes;

II - óleos e graxas: toleram-se iridescências;

III - substâncias que produzem odor e turbidez: virtualmente ausentes;

IV - corantes provenientes de fontes antrópicas: virtualmente ausentes;

V - resíduos sólidos objetáveis: virtualmente ausentes;

VI - coliformes termotolerantes: não deverá ser excedido um limite de 4.000 coliformes termotolerantes por 100

mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6 amostras coletadas durante o período de um ano, com freqüência

bimestral. A E. Coli poderá ser determinada em substituição ao parâmetro coliformes termotolerantes de acordo

com limites estabelecidos pelo órgão ambiental competente;


VII - carbono orgânico total: até 10 mg/L, como C;

VIII - OD, em qualquer amostra, não inferior a 4 mg/ L O2;

IX - pH: 6,5 a 8,5 não devendo haver uma mudança do pH natural maior do que 0,2 unidades

Como funciona o tratamento de efluentes industriais

1) Preliminar - que emprega principalmente processos físicos com objetivo de remover sólidos grosseiros e em

suspensão, óleos, graxas e gorduras;

2) Primário - empregado para a remoção ulterior de sólidos em suspensão, assim como parte da carga orgânica ou

inorgânica. Para isto empregam-se decantadores, filtros, centrifugas, flotadores e reatores;

3) Secundário - empregado para a remoção de sólidos dissolvidos orgânicos. Os processos mais utilizados nesse

tipo de tratamento são:

3.1) Anaeróbios, que utilizam bactérias anaeróbias e facultativas em reatores como

• biodigestores de lodo:

Restos de alimentos, resíduos da pecuária e da agricultura e até dejetos são matéria orgânica que podem virar

biogás. O processo, conhecido como biodigestão, aproveita a ação das bactérias que se alimentam dessas

substâncias em ambientes sem oxigênio e transformam tudo em gases como metano, dióxido de carbono e

oxigênio. Esses gases, quando injetados em grupogeradores, servem tanto para gerar energia térmica quanto

eletricidade. Em uma estação de tratamento de água, as bactérias estão presentes e produzem os gases que, muitas

vezes, acabam sendo liberados e causam danos ao meio ambiente.

• lagoas anaeróbias:

As lagoas são profundas, entre 3 e 5 metros, para reduzir a penetração de luz nas camadas inferiores. Além disso,

é lançada uma grande carga de matéria orgânica, para que o oxigênio consumido seja várias vezes maior que o

produzido.

• fossas sépticas:

As fossas sépticas (português brasileiro) ou séticas (português europeu) [a] são unidades de tratamento primário de

esgoto doméstico nas quais são feitas a separação e a transformação físico-química da matéria sólida contida no

esgoto. É uma maneira simples e barata de disposição dos esgotos indicada, sobretudo, para a zona rural ou

residências isoladas. Todavia, o tratamento não é completo como numa estação de tratamento de esgotos.
O esgoto in natura deve ser lançado em um tanque ou em uma fossa para que com o menor fluxo da água, a parte

sólida possa se depositar, liberando a parte líquida. Uma vez feito isso bactérias anaeróbias agem sobre a parte

sólida do esgoto decompondo-o. Esta decomposição é importante pois torna o esgoto residual com menor

quantidade de matéria orgânica pois a fossa remove cerca de 40 % da demanda biológica de oxigênio e o mesmo

agora pode ser lançado de volta à natureza, com menor prejuízo à mesma.

Devido a possibilidade da presença de organismos patogênicos, a parte sólida deve ser retirada, através de um

caminhão limpa-fossas e transportada para um aterro sanitário nas zonas urbanas e enterrada na zonas rurais.

O tratamento ocorre em duas etapas. Na primeira, as moléculas da matéria orgânica são quebradas e transformadas

em estruturas mais simples. Já na segunda, a matéria orgânica é convertida em metano, gás carbônico e água.

3.2) Aeróbios, que empregam microrganismos aeróbios com a necessidade de fornecimento constante de oxigênio

dissolvido no líquido. Os processos mais usados são lagoas de estabilização, fotossintéticas, lagoas aeradas, lodos

ativados nas diversas variantes, biodisco, filtros biológicos e sistemas MBR entre outros;

4) Terciário - utilizado para permitir qualidade adequada ao reuso no efluente final, com remoção total de

matéria orgânica (COT) e nutrientes, poluentes específicos, sais dissolvidos, turbidez, cor, odor, sabor, colóides,

dureza e o quanto mais possa limitar o potencial de reuso do efluente em questão, empregando-se para tal filtros

especiais, sistemas de adsorção e troca iônica e sistemas de dessalinização (como OR e EDR).

Processos físicos

São os processos que removem os sólidos em suspensão sedimentáveis e flutuantes através de separações físicas,

tais como gradeamento, peneiramento, caixas separadoras de óleos e gorduras, sedimentação e flotação.

Os processos físicos também removem a matéria orgânica e inorgânica em suspensão coloidal e reduzem ou

eliminam a presença de microrganismos por meio de processos de filtração em areia ou em membranas

(microfiltração e ultrafiltração). Os processos físicos também são utilizados com a finalidade de desinfecção, tais

como a radiação ultravioleta.

Processos químicos

Utilizam produtos químicos em seu processo, tais como: agentes de coagulação, floculação, neutralização de pH,

oxidação, redução e desinfecção em diferentes etapas dos sistemas de tratamento. Conseguem remover os

poluentes por meio de reações químicas, além de condicionar a mistura de efluentes que será tratada nos processos

subsequentes.

1. Seus principais processos são:


Clarificação química (remove matéria orgânica coloidal, incluindo coliformes);

Eletrocoagulação (remove matéria orgânica, incluindo compostos coloidais, corantes e óleos/ gorduras);

Precipitação de fosfatos e outros sais (remoção de nutrientes), pela adição de coagulantes químicos compostos de

ferro e ou alumínio;

Cloração para desinfecção;

Oxidação por ozônio, para a desinfecção;

Redução do cromo hexavalente;

Oxidação de cianetos;

Precipitação de metais tóxicos;

Troca iônica.

Processos biológicos

O tratamento biológico de esgotos e efluentes industriais tem o objetivo de remover a matéria orgânica dissolvida

e em suspensão ao transformá-la em sólidos sedimentáveis (flocos biológicos) e gases. Basicamente, o tratamento

biológico reproduz os fenômenos que ocorrem na natureza, mas em menor tempo.

Seus principais processos são:

• Processos aeróbios, que são representados por lodos ativados e suas variantes, tais como, aeração prolongada,

lodos ativados convencionais, lagoas aeradas facultativas e aeradas aeróbias;

• Processos facultativos, que são realizados pela utilização de biofilmes (filtros biológicos, biodiscos e

biocontactores) e por algumas lagoas (fotossintéticas e aeradas facultativas). Os biocontactores apresentam

também processos biológicos aeróbios;

• Os processos anaeróbios ocorrem em lagoas anaeróbias e biodigestores.

Estação de Tratamento de Esgoto: conheça as principais etapas

Gradeamentos: etapa inicial onde resíduos sólidos maiores (gradeamento grosso), e resíduos sólidos menores

(gradeamento fino), são fisicamente retidos por meio de barreiras no sistema;

Desarenação: neste momento, a areia em suspensão no esgoto vai para o fundo do tanque, enquanto os materiais

orgânicos ficam nas camadas superiores;


Decantador primário: primeira etapa de decantação onde o material orgânico sólido é misturado e sedimentado no

fundo, formando lodo;

Peneira rotativa: depois da formação do lodo por decantação, um processo de centrifugação separa a fase sólida da

mistura em uma espécie de peneira, permitindo que o líquido seja armazenado em tanques;

Digestão anaeróbica: nesta fase o objetivo é a estabilização da mistura por meio de processos químicos que atuam

no lodo remanescente, neutralizando bactérias e gases nocivos;

Tanque de aeração: através de um processo químico específico, os resíduos orgânicos são transformados em gás

carbônico, fazendo com que a matéria ali contida sirva de alimento para microrganismos que ajudarão na

decomposição de resíduos;

Decantador secundário: mais uma fase de decantação, onde a matéria sólida no lodo é reduzida;

Adensamento do lodo: o lodo é filtrado aqui, para que se retire mais uma parte da matéria sólida da mistura;

Condicionamento químico do lodo: o lodo é coagulado e desidratado, deixando apenas a parte sólida do

composto para trás;

Filtro prensa de placas: o restante do líquido é extraído através de um processo de compressão mecânica sobre a

massa de lodo obtida na etapa anterior;

Secador térmico: na fase final, o material é exposto a altas temperaturas, o que força a evaporação de qualquer

resquício de água ainda presente no material.

Tipos de tratamento

Lodo ativado: É um tratamento biológico utilizado nas estações de maior capacidade de tratamento. O processo

convencional tem como objetivo a remoção da matéria orgânica com uma eficiência de aproximadamente 90% e

consiste em duas fases: líquida e sólida.

Na fase líquida, após o processo de decantação e degradação da matéria orgânica em tanques de aeração, o

efluente está clafiricado e pronto para ser devolvido ao meio ambiente.

A fase sólida diz respeito ao tratamento e disposição da massa biológica, chamada de lodo gerada durante o

tratamento. Nesta etapa do tratamento são adicionados produtos químicos ao lodo para condicionamento e

desaguamento e disposição em centrífugas ou filtros prensas para aumentar o teor de sólidos para transporte e

disposição final em aterros sanitários aprovados pelo órgão ambiental.

Fatores que influenciam o tratamento biológico por lodos ativados


• pH: O valor do pH deverá estar entre 6,0 – 8,0. Para valores entre 3,0 – 5,0, haverá formação de fungos e

má sedimentação de lodo. Já no caso de valores entre 8,0 – 10,0, a transparência da água será

comprometida, com lodo de aparência amarelo-marrom.

• Temperatura: A temperatura adequada para o tratamento varia entre 20º e 30ºC.

• Oxigênio Dissolvido (OD): Controlar entre 1 e 4 ppm

• Nutrientes: Para que o tratamento de efluentes seja eficiente, como regra geral a relação mássica entre os

nutrientes deve obedecer a relação: DBO(C): N : P : = 100: 5 : 1

Ou seja, para cada 100g de matéria orgânica (DBO) presente no efluente, são necessários 5g de nitrogênio (N) e

1g de fósforo (P). A falta de nutrientes N / P ocasionará a formação de flocos dispersos e crescimento de bactérias

filamentosas, o que prejudicará a eficiência do tratamento do efluente. Assim, a adição de nutrientes (produtos a

base P e/ou N) pode ser necessário para garantir a performance do processo de tratamento biológico.

Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (RAFA) – É um reator fechado. O tratamento biológico ocorre por

processo anaeróbio, isto é, sem oxigênio. A decomposição da matéria orgânica é feita por microorganismos

presentes num manto de lodo. O esgoto sai da parte de baixo do reator e passa pela camada de lodo que atua como

um filtro. A eficiência atinge de 65% a 75% e, por isso, é necessário um tratamento complementar que pode ser

feito através da lagoa facultativa.

Lagoa facultativa – Tem de 1,5 a 3 metros de profundidade. O termo "facultativo" refere-se à mistura de condições

aeróbias e anaeróbias (com e sem oxigenação). Em lagoas facultativas, as condições aeróbias são mantidas nas

camadas superiores das águas, enquanto as condições anaeróbias predominam em camadas próximas ao fundo da

lagoa.

Embora parte do oxigênio necessário para manter as camadas superiores aeróbias seja fornecido pelo ambiente

externo, a maior parte vem da fotossíntese das algas, que crescem naturalmente em águas com grandes quantidades

de nutrientes e energia da luz solar. As bactérias que vivem nas lagoas utilizam o oxigênio produzido pelas algas

para oxidar a matéria orgânica. Um dos produtos finais desse processo é o gás carbônico, que é utilizado pelas

algas na sua fotossíntese. Este tipo de tratamento é ideal para comunidades pequenas, normalmente situadas no

Interior do Estado.

Lagoa aerada – O processo necessita de oxigênio e a profundidade das lagoas varia de 2,5 a 4,0 metros. Os

aeradores servem para garantir oxigênio no meio e manter os sólidos bem separados do líquido (em suspensão). A

qualidade do esgoto que vem da lagoa aerada não é adequada para lançamento direto, pelo fato de conter uma
grande quantidade de sólidos. Por isso, são geralmente seguidas por lagoas de decantação para remoção dos

sólidos.

Baias e valas de infiltração – Trata-se de um tratamento complementar que consiste na passagem do esgoto por

um filtro instalado no solo, formado por pedregulho e areia.

Flotação – É um processo físico-químico, no qual uma substância coagulante ajuda na formação de flocos. Com

isso, as partículas ficam mais concentradas e fáceis de serem removidas. Para ajudar no tratamento, a água é

pressurizada, formando bolhas que atraem as partículas, fazendo com que elas flutuem na superfície. O lodo

formado é removido e enviado para disposição final.

Tratamento de água potável

As etapas são:

• marcador Pré-cloração – Primeiro, o cloro é adicionado assim que a água chega à estação. Isso facilita a

retirada de matéria orgânica e metais.

• marcador Pré-alcalinização – Depois do cloro, a água recebe cal ou soda, que servem para ajustar o pH*

aos valores exigidos nas fases seguintes do tratamento.

*Fator pH –O índice pH refere-se à água ser um ácido, uma base, ou nenhum deles (neutra). Um pH de 7 é neutro; um pH abaixo de 7 é

ácido e um pH acima de 7 é básico ou alcalino. Para o consumo humano, recomenda-se um pH entre 6,0 e 9,5.

• marcador Coagulação – Nesta fase, é adicionado sulfato de alumínio, cloreto férrico ou outro coagulante,

seguido de uma agitação violenta da água. Assim, as partículas de sujeira ficam eletricamente

desestabilizadas e mais fáceis de agregar.

• marcador Floculação – Após a coagulação, há uma mistura lenta da água, que serve para provocar a

formação de flocos com as partículas.


• marcador Decantação – Neste processo, a água passa por grandes tanques para separar os flocos de sujeira

formados na etapa anterior.

• marcador Filtração – Logo depois, a água atravessa tanques formados por pedras, areia e carvão

antracito. Eles são responsáveis por reter a sujeira que restou da fase de decantação.

• marcador Pós-alcalinização – Em seguida, é feita a correção final do pH da água, para evitar a corrosão ou

incrustação das tubulações.

• marcador Desinfecção – É feita uma última adição de cloro no líquido antes de sua saída da Estação de

Tratamento. Ela garante que a água fornecida chegue isenta de bactérias e vírus até a casa do consumidor.

• marcador Fluoretação – O flúor também é adicionado à agua. A substância ajuda a prevenir cáries.

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