Você está na página 1de 3

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUIZA DE DIREITO DA 42ª VARA CÍ-

VEL COMARCA DA CAPITAL.

Processo nº 0022748-18.2019.8.19.0208

DALVA DAS NEVES PIRES RODRIGUES e STEPHANE RODRIGUES DO AMA-


RAL, já qualificadas nos autos do processo em epígrafe, vem, mui respeitosamente,
por seu infrassinado Advogado, à presença de V. Exa., na AÇÃO DE RESTITUIÇÃO
DE ARRAS / SINAL que move em face de ROSANI DE OLIVEIRA CASTILHO e MF
CONSULTORIA IMOBILIARIA LTDA, vêm por meio desta apresentar sua IMPUG-
NAÇÃO os cálculos apresentados pela 1ª RÉ.

Antes porém de se adentrar ao mérito da impugnação, compre trazer à lume a sen-


tença vergastada de fls. 284 a 288, dos autos eletrônicos:

“Diante do exposto, reconheço a prescrição da pretensão de restituição


do valor relativo à comissão de corretagem em relação à primeira ré (MF
Consultoria) e JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO DAS AU-
TORAS, condenar a segunda ré, ROSANI DE OLIVEIRA, a lhes restituir a
quantia de R$ 23.000,00 (vinte três mil reais), monetariamente
corrigida desde maio de 2013 e acrescida de juros legais a contar da cita-
ção.
Julgo improcedente o pedido em relação à primeira ré, na parte que
exceder o valor da comissão de corretagem, declarando extinto
o processo com resolução de mérito, na forma do artigo 487, I, do CPC.
Em relação à primeira ré, a autora deverá pagar as custas e os honorários
de seu advogado, no importe de 10% sobre a condenação. (...)”
Ressalta-se: Na parte que exceder a comissão de corretagem”. Logo, precisamos
qual foi a comissão de corretagem para verificar a parte excedente na qual a AU-
TORA sucumbiu.

Consta de fls. 61 e 220 que o valor da comissão de corretagem foi de R$


15.000,00 (quinze mil reais). O que é possível verificar também no Instrumento Par-
ticular de Promessa de Compra e Venda, Cláusula X.

Considerando que a sentença determinou a devolução simples do valor de R$


23.000.00 (vinte e três mil reais), concluímos que a sucumbência foi tão-somente em
relação à diferença entre a comissão de corretagem e o valor da condenação. Ou
seja, R$ 8.000,00 (oito mil reais).

Diante disso, o valor correto que a AUTORA foi condenada a pagar a título de
honorários sucumbencial à 1ª RÉ é de R$ 800,00 (oitocentos reais).

Correção: 21/05/13 [fls. 22]


Citação: 20/12/19 [fls. 107/109]
Valor histórico da condenação R$ 23.000,00
Valor atualizado R$ 42.765,58
Comissão de Corretagem: R$ 27.889,50
Valor Excedente da Comissão de Corretagem [Fls. 287]: R$ 14.876,08
Honorários Sucumbenciais 10%: R$ 1.487,61

DOS DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES

Conste disposto no NCPC que as partes, bem como os procuradores, devem agir
com boa-fé:

Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus pro-
curadores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo:

I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;


II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são des-
tituídas de fundamento;

IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final,


e não criar embaraços à sua efetivação;

§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas mencio-
nadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à digni-
dade da justiça.

§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da


justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis,
aplicar ao responsável multa de até 20% do valor da causa, de acordo com a gravidade
da conduta.

Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou
interveniente.

Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:

I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;


II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;

Ao formular pretensão que sabe destituída de qualquer fundamento, o procurador da


RÉ pratica ato de má-fé contra as AUOTRA e contra este juízo, tentando levá-lo a
erro. O que configura Ato Atentatório à Dignidade da Justiça, passível de punição,
conforme artigos 77 e 81, ambos do NCPC.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 2021.

IVAN CARVALHO
Advogado
OAB/RJ nº 160.079

Você também pode gostar