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ECV122 - PAVIMENTAÇÃO

3ª aula – Materiais

Prof. Eduardo S. Cândido


Prof. Klinger S. Rezende

“A diferença entre sonho e realidade é a quantidade certa de tempo e trabalho”

William Douglas
PLANO DE AULA

REVISÃO – ÍNDICES FÍSICOS E COMPACTAÇÃO DOS SOLOS


1. PAVIMENTOS
2. MATERIAIS
2.1 MATERIAIS TERROSOS
2.1.1 - ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
2.1.2 - DESCRIÇÃO DOS SOLOS
2.1.3 - IDENTIFICAÇÃO DOS SOLOS
2.1.4 - CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1 MATERIAIS TERROSOS

2.2.1 – ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS

• Em geral, os solos são formados pela:


 Decomposição (ação do intemperismo) das rochas.

• Muitas das propriedades físicas do solo são definidas pelo:


 Tamanho;
 Forma; e
 Composição química dos grãos.

• Para melhor compreensão desses fatores deve-se estar familiarizado com:


 Os minerais que formam as rochas;
 Os tipos básicos de rocha que formam a crosta terrestre; e
 O processo de decomposição.
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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1 MATERIAIS TERROSOS

2.2.1 – ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS

• Minerais:
 elementos ou compostos químicos resultantes de processos inorgânicos;
 de composição química geralmente definida;
 encontrados naturalmente na crosta terrestre ;
 podem estar em estado sólido, com exceção da água e do mercúrio, que se
apresentam no estado líquido nas CNTP;
 são classificados de acordo com suas propriedades químicas e físicas (dureza, peso
específico, brilho, cor, etc.);
 silicatos: principais minerais formadores de rochas.
 outros grupos importantes: carbonatos, óxidos, hidróxidos e sulfatos.
 destacam-se: quartzo, feldspatos, calcita, nefelina, dolomita, magnetita, hematita,
pirita, calcopirita, galena, olivina, clorita, os piroxênios e anfibólios.

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1 MATERIAIS TERROSOS

2.2.1 – ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS

• Origem:
• As rochas podem ser divididas em três tipos básicos:
 Ígneas (Granito, sienito, basalto e riolito);
 Sedimentares (Folhelho, arenito, carvão, calcário e dolomito); e
 Metamórficas (Gnaisse, filito, xisto e mármore).

• Rochas Ígneas e metamórficas:


 95% do volume total da crosta; e
 25% da superfície terrestre.

• Rochas sedimentares:
 5% do volume total da crosta terrestre; e
 75% da superfície terrestre. 5
CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1 MATERIAIS TERROSOS

SOLOS RESIDUAIS

• São aqueles de decomposição das rochas que se encontram no próprio local em que se
formaram. Para que ocorram, a velocidade de decomposição da rocha deve ser superior
a velocidade de remoção por agentes externos. Se apresentam em horizontes com grau
de intemperização decrescente.

Perfil de intemperismo de um solo residual

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1 MATERIAIS TERROSOS

SOLOS RESIDUAIS

• Solo residual maduro:


 Superficial ou sobrejacente a um horizonte “poroso” ou “húmico”, e que perdeu
toda a estrutura original da rocha-mãe e tornou-se relativamente homogêneo.

• Saprolito ou solo saprolítico:


 Mantém a estrutura original da rocha-mãe, mas perdeu a consistência da rocha.
Apresenta pequena resistência ao manuseio. É também chamado de solo residual
jovem ou solo de alteração de rocha.

• Rocha alterada:
 Horizonte em que a alteração progrediu ao longo de fraturas ou zonas de menor
resistência, deixando intactos grandes blocos da rocha original.

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1 MATERIAIS TERROSOS

SOLOS RESIDUAIS

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1 MATERIAIS TERROSOS

SOLOS TRANSPORTADOS

• São aqueles que foram levados ao seu atual local por algum agente transportador.

• Dependendo de seu modo de transporte e de deposição são classificados em:


 Solos glaciais: formados por transporte e deposição de geleiras;
 Solos aluviais, aluvionares ou aluviões: transportados por água corrente e
depositados ao longo do percurso;
 Solos lacustres: formados por depósitos em lagos calmos;
 Solos marinhos: formados por depósitos em mares;
 Solos eólicos: transportados e depositados pelo vento; e
 Solos coluviais, coluvionares ou coluviões: formados pelo movimento do solo a
partir de seu lugar original por gravidade, tal como ocorre em deslizamentos de
terra.

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1 MATERIAIS TERROSOS

SOLOS ORGÂNICOS

• Contêm quantidade apreciável de matéria decorrente de decomposição de origem


vegetal ou animal, em vários estágios de decomposição;
• São, geralmente, argilas ou areias finas, de fácil identificação por sua cor escura e pelo
odor característico;
• Possuem baixa capacidade de suporte e considerável compressibilidade; e
• São encontrados no Brasil, principalmente nos depósitos litorâneos, em espessuras de
dezenas de metros, e nas várzeas de rios e córregos, em camadas com 3 a 10 metros
de espessura. O teor de matéria orgânica em peso varia de 4 a 20%.

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.2 - DESCRIÇÃO DOS SOLOS

DESCRIÇÃO DOS SOLOS

• A terminologia de Solos e Rochas - TB-3 (1969) da ABNT e a TER-268/94 do DNER


estabelecem que os solos são identificados pela:
 Textura (composição granulométrica);

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.2 - DESCRIÇÃO DOS SOLOS

DESCRIÇÃO DOS SOLOS

 Plasticidade, consistência (solos finos) ou compacidade (solos granulares);

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.2 - DESCRIÇÃO DOS SOLOS

DESCRIÇÃO DOS SOLOS

 Estrutura, forma dos grãos, cor, cheiro, friabilidade, presença de outros materiais
(conchas, materiais vegetais, micas, etc).

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.2 - DESCRIÇÃO DOS SOLOS

DESCRIÇÃO DOS SOLOS

• A textura é uma das propriedades mais importantes para caracterizar o comportamento


geral dos materiais (principalmente granulares);

Argila: φ < 0,005 mm Silte: 0,005 < φ < 0,075 mm Pedregulho: 2 < φ < 76,2 mm

Areia grossa Areia grossa


Areia: 0,075 < φ < 2 mm
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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.2 - DESCRIÇÃO DOS SOLOS

DESCRIÇÃO DOS SOLOS

• Em pavimentação pode-se ter para um mesmo solo denominado de duas maneiras


diferentes:
 Silte argilo-arenoso – ponto de vista exclusivamente textural;
 Argilo silto-arenosa – ponto de vista de comportamento geral;
 Turfa (sem plasticidade, matéria orgânica coloidal, muito compressível e
combustível quando seco);
 Cascalho (grande porcentagem de pedregulho);
 Solo laterítico (solos de textura fina, mas pouco ou nada ativos);
 Saibro (solo residual areno-argiloso, podendo conter pedregulhos);
 Topsoil (solo areno-siltoso, com pouca ou nenhuma argila, encontrado nas
camadas superficiais de terrenos de pequena declividade);
 Massapê (solo argiloso, de plasticidade, expansibilidade e contrabilidade elevadas.
Encontrado principalmente no recôncavo baiano) 15
CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.2 - DESCRIÇÃO DOS SOLOS

DESCRIÇÃO DOS SOLOS

Cascalho

Turfa

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.2 - DESCRIÇÃO DOS SOLOS

DESCRIÇÃO DOS SOLOS

Saibro

Solo laterítico

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.2 - DESCRIÇÃO DOS SOLOS

DESCRIÇÃO DOS SOLOS

Topsoil

Massapê

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.3 - IDENTIFICAÇÃO DOS SOLOS

TESTES PARA IDENTIFICAÇÃO

• Permitem distinguir entre um tipo e outro de solo:


 Teste visual (tamanho, forma, cor e constituição mineralógica dos grãos – permite
distinguir entre solos grossos e finos) – avaliar textura;

 Teste do tato (definição do comportamento arenoso x argiloso);

 Teste do corte (observação da superfície do corte com uma lâmina: lisa, com
comportamento argiloso; rugosa, comportamento arenoso);

 Teste de dilatância (também chamado da mobilidade da água); e

 Teste de resistência seca (que consiste em tentar desagregar, pressionando com os


dedos, uma amostra seca de solo) – Verifica comportamento. 19
CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4 - CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS

2.1.4.1 GRANULOMETRIA DOS SOLOS

• Granulometria (DNER – ME 051/94 e DNER – ME 080/94):

Mal graduada

Bem graduada
Uniforme

Diâmetro das partículas (ou peneira) (mm) 20


CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4 - CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS

2.1.4.1 GRANULOMETRIA DOS SOLOS

• Granulometria (DNER – ME 051/94 e DNER – ME 080/94):

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4 - CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS

2.1.4.1 GRANULOMETRIA DOS SOLOS

• Prática em pavimentação:
 Utilizam-se faixas granulométricas entre as quais deverá se situar a curva
granulométrica do material a utilizar;
 Tem-se faixas granulométricas para materiais a serem utilizados como solo
estabilizado ou faixas para materiais filtrantes dos drenos;
 Quando o solo estudado não se enquadrar dentro da faixa granulométrica
especificada, deve-se misturá-lo com outro solo, de maneira a obter uma mistura
com granulometria dentro das especificações.

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4 - CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS

2.1.4.2 LIMITES DE CONSISTÊNCIA

• Limites de consistência (LL: DNER-ME 122/94; LP: DNER-ME 082/94): permitem avaliar
a plasticidade dos solos.

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4 - CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS

2.1.4.3 ÍNDICE DE GRUPO

• Índice de grupo (IG): chama-se de IG a um valor numérico, variando de 0 a 20, que


retrata o duplo aspecto de plasticidade e graduação das partículas do solo. O IG é
calculado pela seguinte fórmula:

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4 - CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS

2.1.4.3 ÍNDICE DE GRUPO

Variável Condição Conclusão

sendo p > 75%, adota-se 75; e


a = p - 35 a varia de 0 a 40 e 0,2.a varia de 0 a 8.
sendo p < 35%, adota-se 35.

sendo p > 55%, adota-se 55; e


b = p - 15 b varia de 0 a 40 e 0,01.b.d varia de 0 a 8.
sendo p < 15%, adota-se 15.

sendo LL > 60%, adota-se 60; e


c = LL - 40 c varia de 0 a 20 e 0,005.a.c varia de 0 a 4.
sendo LL < 40%, adota-se 40.

sendo IP> 30%, adota-se 30; e


d = IP - 10 d varia de 0 a 20 e 0,01.b.d varia de 0 a 8.
sendo IP < 10%, adota-se 10.

OBS. p é o teor de silte + argila (porcentagem que passa na peneira nº 200)


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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4 - CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS

2.1.4.3 ÍNDICE DE GRUPO

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4 - CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS

2.1.4.4 EQUIVALENTE DE AREIA

• Equivalente de areia (EA) - DNER-ME 054/97): utilizado no controle de finos de


materiais granulares em pavimentação.

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4 - CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS

2.1.4.4 EQUIVALENTE DE AREIA

• Norma DNER-ME 054:1997; ou


• ABNT NBR 12052:1992.

• Equivalente de areia (EA):


 Relação volumétrica que corresponde à razão
entre a altura do nível superior da areia e a altura
do nível superior da suspensão argilosa de uma
determinada quantidade de solo ou de agregado
miúdo, numa proveta, em condições estabelecidas
no método de ensaio acima especificado.

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4 - CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS

2.1.4.4 EQUIVALENTE DE AREIA

• Aparelhagem:

Peneira: 4,8 mm

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4 - CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS

2.1.4.4 EQUIVALENTE DE AREIA

• Aparelhagem:
 Proveta cilíndrica graduada (Ø = 32mm;
H = 43 cm);
 Tubo lavador de cobre ou latão;
 Garrafão (5 L) dotado de sifão constituído de
rolha de borracha com dois furos e de um
tubo de cobre dobrado;
 Tubo de borracha de 5 mm;
 Pistão constituído por uma haste metálica
de 46 cm de comprimento;
 Recipiente de medida; e
 Funil.
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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4 - CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS

2.1.4.4 EQUIVALENTE DE AREIA

• Reagentes, soluções e amostra:

• Preparar 5 litros de solução concentrada, como se segue:


 Dissolver 557 g de cloreto de cálcio anidro em 2 L de água destilada e agitar
energicamente a solução;
 Esfriá-la e filtrá-la através do papel filtro;
 Adicionar 2510 g de glicerina e 57,5 g de formaldeído, agitar bem e completar
o volume de 5 L de solução concentrada; e
 Adicionar água destilada até completar 5 L.
• Solução de trabalho: tomar 125 ml da solução concentrada e diluir com água destilada
até completar o volume de 5 L.

• Recipiente com 110 g de material solto. 31


CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4.4 EQUIVALENTE DE AREIA

METODOLOGIA

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4.4 EQUIVALENTE DE AREIA

METODOLOGIA

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4.4 EQUIVALENTE DE AREIA

METODOLOGIA

110 g de solo

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4.4 EQUIVALENTE DE AREIA

METODOLOGIA

• Colocação do solo na proveta com 10 cm de solução;

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4.4 EQUIVALENTE DE AREIA

METODOLOGIA

• Repouso;

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4.4 EQUIVALENTE DE AREIA

METODOLOGIA

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4.4 EQUIVALENTE DE AREIA

METODOLOGIA

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4.4 EQUIVALENTE DE AREIA

METODOLOGIA

20 min de descanso

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4.4 EQUIVALENTE DE AREIA

METODOLOGIA

• Determinar a altura da solução argilosa e posteriormente introduzir o pistão


cuidadosamente;

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4.4 EQUIVALENTE DE AREIA

CÁLCULOS

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CAPÍTULO 2 – MATERIAIS
2.1.4.4 EQUIVALENTE DE AREIA

CÁLCULOS

• Proveta: Aprox. 43 cm; e


• Pistão com haste metálica de aprox. 46 cm.

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