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PRESIDÊNCIA I" ,\ REPÚBLICA

SERVIÇO NACIONAL OE INFORMAÇÕES

LIÇÕES SOVIÉTICAS DE

MM
A L . E X A N D E R O R L O V

1 366
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TITULO DO ORIGINAL

HANDBOOK OF INTELLIGENCE
AND GUERRILLA WARFARE
Ed. The University of Michigan Press

LIÇÕES SOVIÉTICAS
DE ESPIONAGEM

ALEXANDER ORLOV

TRADUÇÃO: MAJOR O. C. E I N L O F T

/CÓPIAS DESTINADAS AO USO I N T E R N O \


\DO SERVIÇO NACIONAL DE INFORMAÇÕES/
SAAN/fiJOÁ^-O.T+l. l/í/f 3

P R E F A C I O

Antes da 25 Grande Guerra, fui um dos chefes do


Serviço de Informações soviético e lecionava Informações Táticas e
Estratégicas e Contra-informação na Escola Militar Central de Mos-
cou. Em 1936, por força desses nlsteres, condensei, sob a forma de
manual, as regras básicas e os princípios das Informações soviéticas.
Esse manual foi adotado como livro-texto, tanto na Escola Militar
Central, como nas recém-crladas escolas de espionagem da NKVD.

A Editora da Universidade de Michigan,om vista da


grande importância que as informações adquiriram em assuntos interna,
cionais e considerando que constituem matéria dos currículos das es-
colas militares ocidentais, particularmente das americanas, solici-
tou-me que refizesse o manual.

Assim o fiz, pretendendo que o mesmo seja iltil


não sé aos especialistas, nas também, aos leigos no assunto.

ALEXANDER ORLOV

NOVA YORK
Í N D I C E
Píg.
I - DUAS DOUTRINAS 1
II - OBJETIVOS DAS INFORMAÇÕES SOVIÉTICAS 11
III - "RESIDENTURA" ILEGAL E NOVA IDENTIDADE .... 30
IV - PARTIDA DE MOSCOU kl
V - AS "BIOGRAFIAS" DOS AGENTES SECRETOS M
VI - OS VISTOS DE ENTRADA 48
VII - ATIVIDADE DE COBERTURA 52
VIII - ESCOLHA DE RESIDÊNCIA 59
IX - O "APPARAT" 65
X - RECRUTAMENTO DASMFONTESw 71
XI - ENCONTROS CLANDESTINOS 84
XII - AS ARMADILHAS 96
XIII - AS COMUNICAÇÕES 110
XIV - BRECHAS NA COURAÇA DO AGENTE 117
XV - OPERAÇÕES DE GUERRILHA 123
XVI - AVALIAÇÃO DOS INFORMES 139

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I - DUAS DOUTRINAS

A Importância de uri serviço de informações nos desti-


nos de uma naçffo, dificilmente poderá ser exagerada. Os EUA aprende.
ran esta verdade quando foram colhidos de surpresa em Pearl Harbor.
NSo havia agentes secretos norte-americanos no Jap?o para informar
Washington sobre os planos de guerra nipônicos e sobre o ataque imi
nente aos EUA. A existência ou ausência de una eficiente rede de es_
piões, espalhada pelo território de um inimigo potencial, pode signi,
ficar a diferença entre a vitória e a derrota. Sabe-se hoje, que os
russos, que muito antes da 2- Grande Guerra Já* tinham estabelecido
sua rede no Japffo, receberam de seu agente secreto em Tóquio,Richard
Sorge, a informaçSo de que os Japoneses nSo atacariam a UniSo Sovié-
tica mas com certeza golpeariam os EUA, "provavelmente em dezembro
(19^1)» nas nunca depois de Janeiro de 19^2,:t

0 governo dos EUA naquele período vital, contava, ape-


nas, no que se refere a informações, con seus adidos naval e militar
em Tóquio. Mas os adidos militares raramente conseguem descobrir
planos secretos dos governos Junto aos quais sffo acreditados. As
agências de contra-informaçffo desses governos tomam medidas espe-
ciais, visando frustrar seus esforços para colher informes vitais e,
muitas vezes, os enganam com falsas informações. Exatamente isso
ocorreu com o adido naval americano en Tóquio, qutf alguns dias antes
de Pearl Harbor, informava a Washington que nSo acreditava num ata-
que de surpresa, pois a esquadra Japonesa estava ancorada na base de
Yokosuka, como se verificava pelos inúmeros grupos de marinheiros que
perambulavam pelas ruas de Tóquio. No entanto, o adido naval estava
enganado. Nesse mesmo momento a esquadra Japonesa Jó estava próxima
de Pearl Harbor. Os marinheiros que circulavam, aos grupos, pelas
ruas de Tóquio, eram soldados disfarçados.

Evidentemente, devido ao fato de que os oceanos que


cercam o país foram, por séculos, considerados defesas intransponí-
veis, os EUA nunca se preocuparam muito em estabelecer, progressiva-
mente, suas redes de espionagem no exterior e deixaram que seu servi
Ço de informações fosse largamente sobrepujado pelos das demais po-
6K 4H Kio *<*• O- TM • l/é, p 6

tências. O Gen. George C. Marshall admitiu francamente, ante a Co-


missSç do Senado para Assuntos Militares, que até* a 2 S Grande Guerra,
as Informações americanas no exterior n5o iam muito além "do que um
adido militar podia ficar sabendo num jantar, à hora do cafezinho"(l)
Quando, em 19^1» o Presidente Roosevelt designou o Cel. William J.
Donovan para organizar um serviço de informações (O.S.S.),disse-lhe;
"Você deverá começar do nada. Nós nSo possuímos serviço de informa-
5
ções '. (2 )Dwight Eisenhower(3) também deplorou a ''chocante deficiência"
das Informações americanas no início da guerra e o Gen. Ornar Bra-
dley(^)declarou que "os ingleses facilmente sobrepujavam seus cole-
gas americanos" em informações militares. A situaçSo das chamadas
informações diplomáticas na*o era menos deplorável. Dean Achesonjde,
pondo diante de uma Conissffo do Congresso, en 19^5» declarou, que,
a
antes da 2 Grande Guerra, "as técnicas do Departamento de Estado pa,
ra conseguir informações, diferiam das empregadas por John Quincy
Adams, em S. Petesburgo e por Benjamin Franklin, en Paris, apenas
pela máquina de escrever e pelo telégrafo".

Antes do advento da Idade Atômica, os erros de cálcu-


lo resultantes de negligência nas informações podiam levar um país a
sérios reveses e até a derrotas parciais, mas as características e o
ritmo da guerra eram tais, que a naç3o podia ainda mobilizar-se ràpi_
damente e, enquanto retardava ou detinha o inimigo, incrementar sua
produçSo de armas a fim de estar preparada para o momento decisivo.
Quando Hitler iniciou a 2 â Grande Guerra, a Alemanha possuía maior
niímero de aviões, carros e divisões blindadas do que os aliados. HjL
tler esperava, com sua blitz-krieg, obter uma vitéria rápida antes
que os aliados tivessem tempo de se armarem e mobilizarem. Entretan-
to, os aliados aproveitaram o tempo e converteram sua poderosa indás,

1. Audiências, "ConlssSo das Forças Armadas" 792 Congresso, l s Ses-


são, Comiss5o Senatorial para Assuntos Militares, outubro de 19^5
2. William Donovan "Informações; Chave da Defesa". Life, 30 de Set.
19^6
3. Cruzada na Europa (New York, 1 9 ^ 8 ) , pg. 32
k. "A Histeria de Um Soldado" (New York, 1951) pg. 33

2
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tria de paz, em grande produtora de armas. Os EUA proclanaram-se


"o Arsenal da Democracia" e pondo sua enorme capacidade produtora à
disposiçSo dos aliados, suplantaram o "Eixo" na produção de aviões
de guerra, carros de combate, navios e tudo o mais.

0 aparecimento das armas nucleares e dos mísseis, capa


zes de destruir, de um s<5 golpe, cidades e centros industriais, mu-
dou radicalmente a natureza da guerra. 0 elemento tempo, que antes
permitia a uma naçííc atrasada em seus preparativos, recuperar-se e,
afinal, derrotar o inimigo, na"o mais existe. N3o há mais margem pa-
ra erros. Uma potência mundial determinada a sobreviver, na*o pode
permitir-se permanecer atrasada em relaçSo a seu inimigo potencial,
quanto a poder de ataque ou represália. Uma brecha obtida por um
dos lados nas descobertas científicas do outro e que passe desperce-
bida por este, pode significar a derrota para o país cujas Informa-
ções falharem.

0 país incapaz de alvejar com precisão os exatos lo-


cais de lançamento de mísseis do inimigo, perde o poder de retalia-
ção e a circunstância servirá para encorajar o inimigo a atacar, sem
temer represálias. Sob condições assim perigosas, quando as nações
podem estraçalhar-se mutuamente, com um simples golpe nuclear, ne-
nhum governo responsável pode permitlr-se conduzir, âs cegas, seus
assuntos externos. Como a ComissSo Hoover acertadamente concluiu,
"o destino da naçSo dependerá de informações acuradas e completas qxe
deverSo servir como orientação segura para as decisões de alto nível
e para a açSo num mundo agitado ...(5) Depois de 1955» quando isso foi
escrito, novas conquistas foram feitas no espaço, novas armas foram
acrescentadas aos arsenais das grandes potências e a situaçSo inter-
nacional deteriorou-se seriamente.
9
Nos dias que correm, ignorar as intenções e as possibi.
lldades militares de um inimigo potencial â caminho certo para o d£
sastre nacional. Por esse motivo o papel das informações assumiu
importância vital. Isto também é verdadeiro com relaçõo às duas

5. Atividades de Informações, pg. 25, Comissão de Organização do Exe.


cutlvo - Relatório ao Congresso, Junho 1955
- 3-
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secretas, possibilidades e planos estratégicos de outros países.Mas,


tratan o problema de forma diversa. Os russos acham que os segredos
dos países estrangeiros podem ser obtidos diretamente nos arquivos
classificados desses governos bem como por intermédio de funcioná-
rios que concordam em revelar segredos de seu país à UniSo Soviéti-
ca. No caso dos russos suspeitarem que outro país esforça-se para
formar uma coalizSo contra a Uniffo Soviética, eles, por certo, nSo
lrSo informar-se a respeito, nos editoriais da imprensa, nos debates
de fachada ou em precedentes histéricos que possam revelar como tais
países agiram em situações similares no passado, embora tudo isso
possa ser levado en conta para esclarecimento da questffo. 0 que é
certo é que preferlrSo empenhar-se em violar a correspondência diplo_
mática trocada por aqueles países ou aliciar um informante secreto
entre os préprics negociadores. Quando querem saber o numero de avi-
ões de bombardeio de um inimigo potencial, eles o conseguem, na*o por
meio de pesquisas em t<5rno da capacidade das indústrias ou coletando
dados e notícias diversas sobre o assunto. Pazen-no consultando seus
préprios agentes dentro da força aérea do outro país ou roubando ou
dados desejados dos arquivos do governo.

Os americanos e em parte os ingleses preferem, na cole,


ta de dados informativos sobre países estrangeiros, dar-se ao traba-
lho de consultar fontes legítimas, tais como publicações científicas,
dados estatísticos, debates parlamentares, etc. De acordo com fonte
fidedigna, os érgSos de informações norte-americanos, no controle
das transmissões de estações de rádio estrangeiras, registram cinco
milhões de palavras diariamente (o que corresponde a cincoenta li-
vros de tamanho médio) e as condensam em algumas páginas, que sSo en,
viadas aos departamentos governamentais às quais interessam. Dessa
enorme quantidade de material, obtido por melo de pesquisa legítima
e normal, os funcionários das informações e analistas experientes ea:
traem, processam e filtram grande quantidade de informações acerca
dos países estrangeiros, referentes à sua economia e finanças, suas
indústrias, agricultura, comércio, populaçSo, educaçSo, tendências
sociais, além de dados biográficos de seus líderes políticos e mili-
tares. Extraindo dessa quantidade colossal de dados o mais importan-
te, os especialistas redigem relatórios e estudos de situaçSo, com-

- 5-
pondo afinal as chamadas apreciações sobre os países estrangeiros,
para uso dos formuladores da política governamental.

0 Almirante Ellis 2Jacharias, chefe das Informações Na-


vais durante a 2- Grande Guerra afirma, em obra relativa ao assun-
t o ^ ^que 95 P°r cento das informações em tempo de paz originavam-se
de fontes abertas e legítimas, 4 por cento provinham de fontes semi-
-abertas e apenas 1 por cento, de agentes secretos, Isso significa
que a marinha não utilizava redes de espiões e agentes secretos e,
aparentemente, preferia basear seu trabalho de informações em fontes
legítimas. Outra autoridade americana em informações, o Gen, Willian
J, Donovan, que chefiou o "Office of Strategic Services"(O.S.S.) du-
rante a guerra, confirma a predileção dos serviços de informações nor
te-americanos pelas "fontes abertas" ao afirmar que as Informações
nSo sSo essa coisa "misteriosa e até* sinistra" que muita gente ima-
gina j consistem, isto sim, em "Juntar miríades de fatos, formar um
esboço com eles e, desse esboço, tirar conclusões".

Esta predileção dos norte-americanos pelas "fontes aber


tas" - ao invés de redes de espiões e agentes secretos - está* na es-
sência da doutrina norte-americana de informações.

Como podem os especialistas selecionar, dessa verdade^,


ra enciclopédia de dados que circulam pelas agências de informações,
o que ê realmente importante? Um dos chefes do serviço de informa-
ções e professor de nomeada, disse, a respeito, o seguinte:

"Como pode a vigilância do cenário mundial estar segu-


ra de que poderá plnçar o que de fato ê incomum?"escreveu êle. "Como
pode estar certa de apontar, pelo menos três fatos de real Inportân
cia entre os milhares que observa e os milhões que acontecem numa sje
mana? A resposta 6°. utilizando nesse mister, homens capazes e experi,
entes no assunto e, depois disso, rezando para que o misterioso "eu
interior" deles s<jfja capaz de produzir hipóteses de importância na-
cional."

6. Cnp. Ellis Zccharias, U.S.N. Socret Misaions, the Story of an


Intelli-ence Officer (New York: G.P. Putnan,s Sons, 19^6)
pp 117 : 18. ,
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tos e números escondidos nos desvSos secretos dos sovemos estrangej,,
ros. Costunava dizer: "Una hipótese, em matéria de informações, po,
de ser o caminho mais certo para cair nuna armadilha Instalada por
nós mesmos," Por essa raza"o ordenou às Informações, que suspendes-
sem os relatórios trimestrais que lhe enviavam, os quais, embora ba-
seados em dados secretos, eram entremeados de hipóteses e pontos de
vista subjetivos. Esses relatórios correspondem aproximadamente às
"estimativas nacionais" que os órgSos de informações norte-america-
nos produzem para o Conselho de Segurança Nacional. Depois disso
a NKVD passou a enviar a Stalin apenas resumos de documentos impor-
tantes roubados de outros sovemos, além dos relatórios de informan-
tes secretos de grande valor, tais como embaixadores e oficiais de
estado-maior. No decorrer de suas conferências periódicas com o pes,
soai das informações, Stalin freqüentemente os Interrompia: "Nflo me
digam o que vocês pensam, dêem-me os fatos e a fonteí" Mas, algumas
vezes, êle violava suas próprias regras e podia a opinia"o de um ou ou,
tro de seus chefes de informações. Isso ocorreu numa conferência que
Stalin e Voroshilov mantiveram com a NKVD e com a seçflo de informa,
ções do Exército Vermelho. Stalin fêz a Artouzov, chefe das informa
ções militares, a seguinte pergunta; "Com quem ficará a Polônia, no
caso de uma guerra entre a Alemanha, a Itália e o JapSo de um lado,
contra a Rússia, a França e a Inglaterra do outro?" Artouzov,sem he_
sitar, respondeu: "A Polônia estará sempre com a França e a Inglater
raj" "Você é um imbecil retorquiu-lhe Stalin. "Se a Polônia nffo
ficar ao lado da Alemanha contra nós, será esmagada pelas divisões
blindadas alemSes em seu caminho para a Uniffo Soviética e nflo verá
raiar um novo dia, ao passo que aliada à Alemanha, poderá expandir-
-se, se as coisas forem bem, e se forem mal, poderá ainda ter uma
oportunidade de negociar um acordo." Artouzov nffo viveu para ver
sua prediçSo realizada. Foi fuzilado no grande expurgo de 1937»

A seçSo de informações da NKVD nflo utiliza a pesquisa


ou o estudo de publicações disponíveis. Baseia seu trabalho na ex-
ploração de fontes secretas e na espionagem.(7) 0 Departamento Cen-

7. Na Unia*o Soviética a pesquisa de fontes abertas, tais como publi


cações e outras, é feita pela Academia de Ciências e pelos Minls[
térios das Relações Exteriores, Indústria, Comércio, Finanças ¥
Estatística.
- 8 -
6* AW/ KÍO xl • 0. TM> l/é,p. i3

trai de Informações do Exército utilizava material oriundo de fontes


legítimas, porém, somente o relativo a problemas militares, como se.
Jam Jornais e publicações militares estrangeiras, manuais militares
e tudo o mais que se imprime e divulga sobre as forças armadas de to
do o mundo. No entanto, pelo menos 80$ (oitenta por cento) do esfôr
ço do Exército concentravam-se em montar e operar redes de espiona-
gem e informantes secretos em busca de informações acerca da situa-
çSo e dos planos estratégicos das forças armadas de outros países.

Se as informações soviéticas tivessem gasto seus esfor.


ços e recursos em acumular dados obtidos de fontes legítimas em todo
o nundo, processando-os e analisando-os depois, por certo n3o teriam
obtido os segredos da fabricação da bomba atômica e de hidrogênio,
nem as plantas dos submarinos atômicos americanos e nem teriam infil
trado os principais departamentos governamentais norte-americanos,da
Inglaterra e de outros países da Europa. Os segredos de estado e as
Intenções e planos de um inimigo potencial, nSo podem ser encontrados
em bibliotecas ou enciclopédias. Somente poderão ser encontrados on
de são guardados, isto é, debaixo de chave, A tarefa dos serviços
de informações é conseguir a chave e apresentar aqueles segredos aos
seus respectivos governos, a fim de que estes possam fazer suas pre.
visões e disponham de orientação para tomar suas decisões.

Quando o Gen. Douglas Mac Arthur, acusado de não haver


previsto certos acontecimentos na guerra da Coréia, foi solicitado a
explicar a uma Comissão do Senado Americano, em 1951» porque os ame-
ricanos haviam sido tomados de surpresa ante a invasSo da Coréia do
Sul pelos norte-coreanos, deu uma resposta que muitos chefes de in-
formações deveriam adotar como uma sugestão; "Não sei de que manei-
ra teria sido possível, para qualquer homem ou grupo, ter previsto
tal ataque. Não existe nada, nem meios nem métodos, exceto o método
da espionagem — e para isso será preciso conseguir algum traidor nos
altos círculos do inimigo — que consiga uma informação desta natu-
reza." (8)

8. Audiências. "Situação Militar no Oriente" Comissões dns FP AA


e das Relações Exteriores do Senado, 822 Congresso, l 9 Sessão.
5 de maio de 1951. Parte 1 pg. 2^0.
- 9-
6ft AN, tio X^0.TML/6,J>.L^

Desta nanelra, c Gen. Mac Arthur, que uSo era especia-


lista en InfornaçSes, nanejando sua excelente lógica, expôs a idéia
que fere o nervo central do problena das infornaçSes. "N5o exlsten
neios nen nétodos, exceto os ... nétodos da esplonagen ... que con-
slsan obter una inforoaçSo cono essa." Isso nos coloca exatanente
na essência da doutrina de infornaçoes soviéticas.

- 10 -
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Ministério da Defesa (GRU), a SeçSo do Exterior da ConlssSo de Segu-
rança do Estado (KGB) n3o utiliza a pesquisa de fontes abertas tais
como publicações e outras, para colher informações. Também nflo lhe
Interessa captar frag-ientos de informações através da destllaçSo do
noticiário de rádio do exterior. A KGB enpenha-se na obtençSo dos se,
gredos militares dos governos estrangeiros, nos próprios arquivos
dos estados-maiores dos respectivos países, nos relatórios secretos
dos ministérios de defesa, nos laboratórios de pesquisa e nos campos
de provas. Emprega o meio mais difícil e perigoso de obter Informes.
Em compensaçSo sabe que uma vez obtidos, sffo positivos e contêm fa-
tos verdadeiros que podem servir de base segura para as conclusões e
decl&ões dos formuladores da política soviética.

É preciso ser dito aqui, que embora o Departamento Cen.


trai de Informações do Exército utilize, como os serviços de informa
ções ocidentais, a pesquisa e a busca em fontes legítimas, seu esfôr,
ço principal é desenvolvido no campo da espionagem.

Em tempo de guerra, as informações militares assumem o


papel preponderante em todos os ramos das atividades da KGB. A prin-
cipal tarefa de suas "resldenturas" (i) subterrâneas (instrumentos
de busca de informações no exterior dirigidos por pessoal aí resiãen
te), é informar o governo soviético, pelo rádio e por outros meios,
sobre os planos de guerra do inimigoj movimente e concentraçSo de
tropas, valor das reservas, extensíío dos danos resultantes de bombar
deios, etc. As chamadas Informações Diplomáticas, concentram as aten
ções de seus informantes e agentes secretos na observaçSo atenta das
relações entre os governos da coalizão inimiga e particularmente so-
bre qualquer indício de atrito entre eles. As "resldenturas• soviétJL,
cas prestam especial atençSo, também, aos próprios aliados da Rús-
sia, informando sobre qualquer sinal de enfraquecimento ou indício
de busca da paz em separado com o inimigo comum. A esse respeito va-
le recordar o episódio em que o Kremlin entrou em estado de alarme,

(A) 0 termo c'resldentura:t aqui empregado pode ser interpretado como


a própria Chefia ou o rede dos residentes legais e/ou ilegais.

- 1** -
ao interceptar rumores de que funcionários britânicos estavam em vé£
peras de encontrarem-se coa emissários de Hitler na Espanha. Durante
os piores dias da guerra, quando as defesas russas se desmantelavam
e os seus aliados ocidentais retardavam a abertura da segunda frente,
houve momentos em que se temeu seriamente que Stalin propusesse a
paz em separado à Alemanha, para salvar o que restava de seu país.

Em tempo cie guerra, a tarefa principal de qualquer tcre-


sidentura" soviética no exterior é manter o governo informado sobre
a estratégia do inimigo, suas possibilidades e vulnerabllidades e
prover ao alto comande soviético dados necessários para habilitá-lo
a planejar e conduzir sua prápria estratégia. As informações de com-
bate sífo obtidas pelos árgííos de informações das próprias forças ar-
madas e pelas seções especiais "Osoby Otdel" da KGB, adidas a todas
as unidades, do escaldo regimento para cima. Compete a esses elemen-
tos fornecer ao comandante dados sobre o valor, dispositivo e capaci,
dade combativa do Inimigo com o qual Irá bater-se. As fontes normais
de informações militares sífo suplementadas com a busca efetuada pe-
los destacamentos de guerrilha da KGB, com fotografias aéreas, inter
rogatório de prisioneiros e refugiados e também por espiões que se
fazem passar por refugiados.

0 terceiro ramo é o que chamam de Informações Econômi-


cas. Ao contrário do que pode parecer, a Divisão de Informações Eco-
nômicas pouco tem Q ver com o estudo das condições econômicas dos ou
tros países. Foi criada com a finalidade de exercer o controle do Es.
tado sobre as exportações e importações, visando à proteçSo do comer
cio exterior da UniSo Soviética das pressões e abusos dos cartéis in.
ternacionais e de outras organizações de capital nonopolístlco. As-
sim, por exemplo, a Divisífo de Informações Econômicas descobriu, em
1930» ^ e as grandes empresas produtoras de materiais elétricos ha-
viam feito um acordo pelo qual n3o se fariam concorrência, mutuamen-
te, em seus fornecimentos à Rússia. Ofereciam seus produtos a preços
75% mais elevados do que o preço do mercado internacional. Tive en
minhas nflos, nessa oportunidade, una carta de um vice-presidente da
General Electric, dirigida ao presidente da Brown Bovery da Suíça que
continha una lista de preços feita especialmente para vendas à Uni£o

- 15 -
6KM*jRioM'o.TA-i.zfC,y> 2.0

Soviética. Os preços eran de 60 a 75% mais elevados do que os do mer


cado internacional. A justificativa era a de que o crédito russo nflo
era bon. Esse "acordo entre cavalheiros• foi afinal levado a romper-
-se pelos esforços do governo soviético. Mas, o comércio russo Ja* ha,
via sofrido o prejuízo de dezenas de milhões de délares.

0 quarto rr.no das Informações soviéticas é o que cha-


mam de "desinformação" ou'falsa informação"(A). O Governo soviético,
paralelamente ao esforço que dispende em obter informações sobre as
políticas e as ações futuras dos governos estrangeiros, procura tam-
bém desInformá-los, ou melhor, fornecer-lhes falsas informações so-
bre suas intenções. Nas atividades de busca de informações, o agen-
te trabalha de rédeas soltas, sendo deixado a seu critério surrupiar
tudo o que considere lítil a União Soviética, ao passo que a tarefa
de desinformar c mundo exterior não é deixada a critério sequer do
Serviço de Informações ccno um todo. O tipo de informação falsa que
deve ser posta ao alcance de um governo estrangeiro e qual a oportu-
nidade em que isso deve ser feito, é questão de alta política e su-
bordina-se aos objetivos que o governe tem em mente. Desinformar não
é apenas mentir per amor à mentira 3 é antes de tudo um melo sutil de
induzir um governo estrangeiro a fazer o Jogo da URSS. Por isso, no
campo da falsa informação, os serviços de informações soviéticos não
têm autorização para agir, senão em obediência a diretrizes especffi
cas do governo.

Um exemplo disso ocorreu quando o governo soviético


procurava firmar um tratado de defesa mtltua com a França, visando a
neutralizar a crescente ameaça da Alemanha de Hitler. O Serviço de
Informações soviético recebeu a missão de fazer chegar ao Estado Mal,
or francês (sem que a não soviética aparecesse) algumas páginas de
um relatório do Exército Alemão, as quais deixavam transparecer que
a Alemanha planejava ocupar a Renania no início de 1936 e invadir a
França 18 meses depois. Ac mesmo tempo, e também por instruções go-
vernamentais, as Informações tentavam demover a Inglaterra de sua
atitude conplascente, introduzindo nos canais secretos britânicos -

(4) NT. Um dos métodos da Contra-Informação (Simulação das Informa-


ções Necessárias).
- 16 -
por intermédio de un agente alemão - niíneros aumentados sobre a pro-
dução alemã de aviões. Isso resultou nun conpleto reboliço nos altos
conselhos do governo britânico. Os documentos alemães forjados, fo-
ram produzidos pela seção de desinformação da KGB. Sua perfeição era
tal que foram tomados como verdadeiros pelos melhores especialistas
militares britânicos.

Durante a guerra civil espanhola os aviadores russos


pilotavam os mais modernos aviões de que a Rússia dispunha. No entan,
to as Informações fizeram circular na Alemanha, por ordem do governo
soviético, a falsa informação segundo a qual tais aparelhos Já eram
obsoletos e que os russos Já* dispunham de dois tipos mais modernos,
com mais velocidade e maior teto máximo. Essa notícia impressionou
multo os alemães, particularmente porque um daqueles aviões, aprisio,
nado num campo de pouso no setor de Madrid em que descera por enga-
no, provara - ao ser examinado por técnicos alemães - ter algumas ca,
racterísticas superiores aos caças alemães. Evidentemente Stalin que,
ria Incutir em Hitler a idéia de que a União Soviética era mais for-
te e mais bem armada do que êle supunha e que seria mais sensato tê-
-la como aliada do que como inimiga.

0 quinto ramo é a infiltração dos érgãos de segurança


e de informações dos países estrangeiros. Essa atividade encerra um
desafio aos funcionários das Informações e constitui-se para eles nu
na espécie de fascinação.

Embora considere os agentes estrangeiros como espiões


profissionais (eles préprios Julgam-se revolucionários no desempenho
de tarefas perigosas em benefício do partido), sentem-se aparentados
com eles e reagem diante deles com a mesma emoção e curiosidade com
a qual dois pilotos inimigos se observam nos largos espaços do céu. A
atitude geral dos funcionários das Informações soviéticas diante de
seus "colegas" estrangeiros é hostil, passando no entanto a ser sin-
ceramente amigável a partir do momento em que o agente estrangeiro
passa a ser um informante para a Rússia.

Os principais objetivos visados pela infiltração dos


serviços de informações estrangeiros são:

- 17 -
6& nu,RÍO xi.0.r/w.2/é,p.2iL

Com relaçSo às agências de segurança


- descobrir o que essas agências sabem a respeito das
atividades de espionagem soviética em seus respectivos territórios;
- saber se conseguiram introduzir seus pró"prios es-
piões na rede soviética ou se conseguiram recrutar qualquer elemento
ligado à "resldentura";
- descobrir, a tempo, se a agência em vias de prender
qualquer elementos da rede soviética;
- utilizar as facilidades da agência para testar ele-
mentos nos quais a Círesidentura" soviética esteja interessada;

Com relaçSo aos serviços de informações estrangeiros,


é importante descobrir
- se conseguiram montar uma rede de espionagem no ter-
ritório da União Soviética;
- quais os russos que trabalham como espiões para paí-
ses estrangeiros;
- quais as informações secretas transmitidas da Rússia
para o exterior;
- que meios de comunicações sSo utilizados entre a re-
de montada na Riíssia e o exterior (mala diplomática, turistas, rádio
etc.)5
Em alguns países ocidentais, os serviços de informa-
ções têm acesso aos documentos confidenciais de outros departamentos
governamentais, incluindo os da defesa e das relações exteriores. As
Informações justificam seu direito ao acesso a esses assuntos confi
denciais com as seguintes alegações:

- ajudam-nos a avaliar as informações obtidas de suas


fontes secretas no exterior;
- a análise comparativa do material que recebem dos
departamentos ou ministérios da defesa e das relações exteriores,com
as informações obtidas de suas fontes secretas, permite chegar a es-
timativas mais acuradas sobre as intenções,as possibilidades e sobre
- 18 -
o poder global das naçGes estrangeiras.

Essa concentração de documentos secretos é aproveitada


avidamente pela seçSo do exterior da NKVD, a Qual orienta suas nre-
sidenturas" no exterior para que façam bom uso dela ...

As InformaçCes soviéticas empenham-se em infiltrar suas


congêneres no exterior, também por outro motivo. Embora as relaçCes
entre os serviços de InformaçCes dos países capitalistas nem sempre
sejam harmoniosas, devido a rivalidades e ciúmes pessoais, elas co-
operam entre si no combate a espionagem soviética e à subversSo. Al-
guns deles trocam InformaçCes sobre o assunto e remetem, uns aos ou-
tros, fotografias de pessoas conhecidas como agentes soviéticos ou
suspeitas de o serem. Pôr a mSo nessa correspondência, é de grande va
lor para os soviéticos, pois revela o que se sabe sobre as ativida-
des da espionagem russa e pode, muitas vezes, alertar sobre a iminên
cia de um agente soviético ser descoberto e preso.

Deve ser mencionado, entretanto, que as InformaçCes se.


cretas obtidas dos serviços de InformaçCes estrangeiros, raramente
foram de molde a causar alarme aos soviéticos. Muitas dessas Infor-
maçCes eram destituídas de valor, antigas e, geralmente, nelas, o
poderio das forças armadas soviéticas aparecia rldlculamente subesti
mado. Os relatórios sobre as atividades de espionagem soviética eram
baseados mais em fatos passados do que em previsCes e, freqüentemen-
te, continham fantasias inventadas por agentes duplos e por falsifica,
dores sem escrúpulos. No entanto, se muita informaçSo conseguida pe-
los serviços de InformaçCes estrangeiros sobre a Rússia foi conslde.
rada sem valor, o fato em si foi de grande valor para os soviéticos.

Dois elementos básicos sSo considerados indispensáveis


para habilitar os dirigentes políticos de Um governo a delinear uma
política exterior acertada, em períodos críticos. Um deles é conhe-
cer o poder real da prépria naçSo. 0 outro é saber o valor do pode-
rio do inimigo potencial. Mas, há' um terceiro elemento a ser conside,
rados o governo deve conhecer a imagem que dele faz o inimigo. Isto
é muito importante porque mesmo que essa imagem seja distorcida, o
inimigo irá agir de acordo com ela.
- 19 -
Pela infiltração dos serviços de informaçCes estrangeJL
ros, as InformaçCes soviéticas ficam sabendo cono os diversos países
avaliam as possibilidades, as deficiências e o poder militar da Uni-
ão Soviética. S entSo da responsabilidade dos dirigentes políticos
prever quais os prováveis erros que os inimigos potenciais da Rússia
cometerão como resultado da imagem distorcida que fizeram da Uniâ*o
Soviética.

A infiltração dos serviços de informaçCes estrangeiros


é tarefa bem mais arriscada do que a busca de informaçCes em outros
érgSos governamentais, porque os funcionários das informaçCes conhe-
cem o assunto e podem perfeitamente levar o agente a cair numa arma-
dilha ou deitar-lhe a mSo antes que tenha tempo de fugir. Por esse
motivo a seçSo do exterior da KGB alerta suas "resldenturas" no exte
rlor para que sejam oautelosas e que ao invés de abordar um funciona
rio das InformaçCes diretamente, tentem cultivar a amizade de um seu
amigo ou parente que poderá servir de intermediário. As "residentu-
ras M sffo aconselhadas a arranjar as coisas de modo a que os agen-
tes estrangeiros sejam recrutados fora de seu país de origem e,ainda
mais, até que provem sua sinceridade à UniSo Soviética fornecendo in
formaçCes vitais, os encontros devem continuar sendo feitos fora do
país de origem do agente recrutado. Entretanto, o meio mais seguro
de infiltrar as InformaçCes de um país estrangeiro é introduzir ali
uma pessoa de inteira confiança. Assim, por exemplo, um velho infor-
mante que esteja numa boa posiçSo noutro qualquer departamento do go
vêrno pode ser induzido a procurar transferir-se para o serviço de
informaçCes. Multas vezes será necessário que êle se torne conhecido
socialmente por um dos chefes das InformaçCes.

Os agentes infiltrados pelas "residenturas", num servjL,


ço de InformaçCes estrangeiro, devem nSo sé buscar InformaçCes secr£
tas mas também estudar o meio pelo qual as falsas informaçCes sobre
a UniSo Soviética possam ser ali introduzidas.

2 preciso ser dito que nenhuma das grandes potências


mundiais escapou de ter suas InformaçCes e serviços de segurança in-
filtrados por agentes soviéticos. 0 General Walter Bedell Smith, an-
tigo diretor da C.I.A. americana, conhecia perfeitamente a eficien-
te -
cia das Informações soviéticas nesse campo e expressou sua apreensão
na seguinte frase: "Estou convencido de que os comunistas sSo hábeis
e competentes a ponto de terem Infiltrado praticamente todas as agcn
cias de segurança do governo."

0 sexto ramo das atividades soviéticas no campo das in


formaçSes, consiste em influenciar decisões dos governos estrangei-
ros por meio da açflo de agentes em posiçCes importantes nos altos cir
culos desses governos. A história das duas últimas décadas, ofere-
ce inúmeros exemplos de agentes a serviço da UniSo Soviética,bem pos,
tados, influenciarem a política de determinado país a favor dos rus-
sos. Alguns desses agentes começaram como diplomatas subalternos de
países ocidentais e subiram, com o auxílio da posiçSo social proemi-
nente de suas famílias, a altas posições no governo. Outros, eram Já
antigos políticos, quando foram seduzidos por dinheiro ou outras ofer
tas. Um dos membros destacados do gabinete de Mussollni e integran-
te do Grande Conselho Fascista, sucumbiu ante uma oferta de dinheiro
e concordou em colaborar com a Rússia Soviética.

Em certo país da Europa Central, um membro do parlamen


to, que nâ"o era considerado amigo da Rússia teria tido um encontro
secreto com o embaixador soviético e recebido instruçCes sobre a p£
siç^o a tomar em assuntos que afetavam os interesses da Uni5o Sovié-
tica, líoutro país europeu, um Inspetor da polícia secreta que se ter,
ncra Lnfomaa&te para a Rússia, relatou à "residentura" soviética que
a policia estavc dfl posse de documentos comprobatérios de que um mem
bro i«fluente ou gabinete estava comprometido em negécios de narcót.1
CCH o ÇUÔI de scc:lodade com famoso contrabandista explorava um bor
dei no centro da capital a algumas quadras do palácio presidencial.0
ministro era tSo poderoso nos conselhos do governo e desfrutava, ao
mesmo tempo, tal prestígio no mundo do crime que a polícia receiava
denunciá-lo. Moscou ordenou à "resldentura" naquele país que roubas
se tais documentos. Depois disso o embaixador, num "gesto amigável"
mostrou^ as fotocópias de tais documentos ao tal ministro,durante uma
festa na embaixada. Esse embaixador era antigo chefe da seçfio exte,
rior da OGPU, isto é, das InformaçSes soviéticas. 0 "gesto amigável"
do embaixador foi perfeitamente entendido e serviu de prelúdio a um
período de cerrada colaboração entre o influente ministro e os sovié
- 21 -
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se objetivo em mente, as organizações sovié*ticas de informações no


exterior aliciam e envolvem em sua rêâe, engenheiros, cientistas e
inventores pertencentes aos maiores laboratórios e indústrias em to-
do o mundo. Na luta para cumprir seus planos qüinqüenais de indus-
trialização, os soviéticos compraram, no passado, grande quantidade
de maquinaria e em muitos casos até" fábricas inteiras ao ocidente.
Ao mesmo tempo negociaram a obtenção de patentes e processos de fa-
bricação. Em muitos casos obtiveram as patentes ef nesses casos, mui
tos engenheiros estrangeiros foram para a Rússia a fim de ensinar
aos colegas soviéticos a aplioaçSo das novas técnicas.

Muitas vezes, quando o preço pedido pelas firmas es-


trangeiras pela ajuda técnica era excessivamente alto - atingiam fre
qüentemente a somas fabulosas - o governo soviético desafiava a Se-
ç5o do Exterior da NKVD para roubar as invenções secretas das compa
nhias ocidentais. As respostas da NKVD a esses desafios foram invari
àvelmente entusiásticas e, depois de grande número de sucessos daque
Ia seçSo no cumprimento dessas missões, o governo criou, dentro da
SeçSo do Exterior da NKVD, uma nova dlvisSo, a das Informações Indujs
trials.

Muitas vezes, o roubo de todas as fórmulas, plantas e


instruções necessárias, era insuficiente para permitir aos engenhei-
ros soviéticos reproduzir um mecanismo complicado ou desenvolver um
novo processo de produçffo. Alguma coisa, no entanto, faltava. Era o
elemento humano com a perícia especial tS*o necessária. Nesses casos,
a SeçSo de Informações Industriais pressionava engenheiros estrange^
ros com ofertas de recompensas elevadas, para que fossem secretamen-
te à Rússia por curto período, a fim de Instruir os engenheiros rus-
sos e supervisionar as experiências de laboratório "in loco". No pre
paro da viagem, a "residentura" soviética tomava precauções especi-
ais para que no passaporte do viajante nffo ficasse nenhum vestígio de
sua visita à Rússia. Assim, o engenheiro solicitava passaporte e via,
Java para a capital de um país limítrofe com a Rússia. Aí chegando,
um agente soviético lhe fornecia um passaporte falso que utilizava
para ir à Rússia e voltar. De regresso, apanhava seu passaporte e re
tornava ao seu país. Os honorários pagos pelos russos por uma viagem
- 23 -
Bi l¥Jj fUo tf • O- r / H - 1 /C,p.2ff

ôsslm chegavam a 10.000 dólares por uns poucos dias de trabalho. Mej3
mo assim, Isso lhes proporcionou economia de nilhães. 0 que se segue,
ilustra a técnica de trabalho da DlvlsSo de Informações Industriais.

Como a União Soviética estivesse dlspendendo somas el£


vadísslmas em diamantes industriais, necessários à expansão de sua
indústria petrolífera, a metalurgia e a vários projetos geológicos, o
governo Interessou-se por uma oferta feita pela Krupp da Alemanha,
relativa ao fornecimento à Rússia de diamantes artificiais, recente-
mente inventados, que eram quase tão duros como os naturais. 0 novo
produto era chamado Widi, abreviatura de "wie diamant", o que en ale.
mão significa "como diamante". 0 Comissariado da Indústria Pesada ad,
quiriu alguns Widi e os testou, ficando impressionado com sua alta
qualidade. Decidiu então o Comissariado, adquirir à Krupp a patente
de fabricação do Widi e trazer engenheiros alemães para montar a fá-
brica na União Soviética, Logo depois chegou à Rússia uma delegação
de técnicos alemSes chefiada por dois diretores da Krupp. Os alemães,
sabedores da grande necessidade que os russos tinham de diamantes In
dustrials para levar avante seu plano qüinqüenal, pediram um preço e.
levadíssimo por sua ajuda técnica. Enquanto as discussOes sobre o as,
sunto se processavam no Politburo, Stalin voltou-se para o chefe da
NKVD e segredou-lhe; "Estes bastardos estão querendo muito dinheiro.
Esforce-se para roubar-lhes os planos. Veja o que a NKVD pode fazerí"
Isto era um desafio, Um dos chefes da Seção do Exterior foi encarre-
gado da operação. Antes de atacar a difícil tarefa era necessário de£
cobrir o local onde se produzia o Widi e os nomes do inventor e dos
engenheiros encarregados da produção. Essa incumbência foi dada ao
cientista alemão, Dr, B.,agente secreto dos russos, 0 Dr. B. consul-
tou a Berlin Technische Hochshule a qual era ligado,Conseguiu todos os
dados sobre métodos de produzir ligas metálicas duras, conversandooon
um professor que havia escrito tratados sobre o assunto. Dele o Dr.
B, soube que um Inventor da Krupp tinha conseguido obter a liga mais
dura que se conhecia e que essa liga estava sendo produzida numa fá-
brica nos arredores de Berlin. 0 Dr. B. descobriu o local e passou a
freqüentar uma cervejaria também freqüentada pelos técnicos da fabril
ca. Visitou o lugar várias vezes e procurou conversar com eles. Apre
sentou-se como um cientista que estava escrevendo um livro sobre 11-

- 2k -
gas metálicas duras. 5,Ah, então o senhor está trabalhando paralela-
mente ao nosso Cornellus5", disse um técnico. 0 Dr. B. aguçou os ouvi
dos, respondeu que n5o, mas que conhecia um professor Cornelius. "Não?
disse-lhe o técnico, "ele nSo é professor, é apenas chefe de seçSo
em nossa fábrica mas, a despeito disso, pode ensinar aos professores
como fazer diamantes industriais." Através de um Inspetor de polí-
cia, informante secreto dos soviéticos, a "residentura" obteve da-
dos gerais sobre Cornelius e seu endereço particular.

No dia seguinte o Dr. B. tocou a campainha dos Corne-


lius. Foi recebido pela Sra. Cornelius. 0 marido ainda nüo voltara
da fábrica, fato aliás Já sabido pelo Dr. B. Ele chegara mais cedo
propositadamente, na esperança de descobrir qualquer coisa enquanto
esperava e conversava com a mulher. 0 Dr. B. disse que era doutor em
ciência e que estava escrevendo un tratado sobre ligas de metais du-
ros e que seus colegas da Technlsche Hochschule o haviam aconselhado
a procurar o Sr. Cornelius que poderia prestar-lhe grande ajuda. A-
crescentou que se o Sr. Cornelius fosse realmente especialista no a£
sunto, poderia ganhar algun dinheiro extra se quisesse auxiliar nas
pesquisas. A mulher de Cornelius ficou muito satisfeita por verifi-
car que um cientista da famosa Technlsche Hochschule viesse pedir au.
xílio a seu marido. A perspectiva de ganhar algum dinheiro por fora,
foi também muito estinulante. Começou a exaltar as qualidades do ma-
rido e seu prestígio na fábrica. Disse que o engenheiro que inventa-
ra o processo de obtenção dos diamantes industriais confiava somente
em seu marido, porque apenas êle sabia manejar os fornos elétricos es,
pecialmente construídos para aquele fim e que, agora, depois que o
inventor tinha abandonado a Krupp, seu marido era praticamente o en-
carregado de tudo. Ele poderia pedir o salário que quisesse e os
Krupp teriam que pagar» nas êle nSo era homem para essas coisas... Pa
ra ele, a dedicaçSo ã companhia estava em primeiro lugarí

Logo depois Cornelius chegou. 0 Dr. B. explicou-lhe o


seu problema e, para salientar seu interesse puramente científico no
assunto, afastando qualquer suspeita, convidou Cornelius a visitá-lo
em seu escritório particular, na Technlsche Hochschule, no sábado se_
guinte.

- 25 -
BR AHjtio %<\. o.T*í• 2{(,,-p.IO

Depois dessa visita, o Dr. B, convidou Comelius para


Jantar en seu apartamento.

0 Dr. B. compreendeu desde logo que Cornelius nSo pos-


suía conhecimentos técnicos suficientes para expor, em termos cientí
ficos, o segredo da produção dos diamantes, mesmo que o quisesse fa-
zer,filenão passava de um capataz, instruído pelo inventor para ope
rar os fornos. 0 que o Dr. B. queria era descobrir o nome do inven-
tor, seu paradeiro e a história de sua briga oom a Krupp. 0 Dr. B.
era homem inteligente e sabia como estimular uma conversa e fazer ai,
guém falar. Depois de um excelente Jantar e alguns cálices de brandy,
Cornelius relatou toda a história a seu amáVel anfitrião.

0 nome do Inventor era Worn. Quando Worm soube dos pre,


ços fabulosos que a Krupp pedia pelos diamantes industriais que êle
havia criado e cujo custo era tão baixo, decidiu montar, em segredo,
sua própria fá*brlca e competir com a Krupp. Arrendou pequena ofici-
na, construiu um forno igual ao que construíra para a Krupp,instalou
um mínimo de equipamento necessário e começou a vender algumas parti,
das do seu Widi para fregueses do exterior. Com o dinheiro recebido
pagou parte do que tomara emprestado num banco para começar com sua
indústria. Worm estava a caminho de tornar-se rico, mas a Krupp des-
cobriu sua competição desleal e lançou-se sobre êle com toda fiíria
de um gigante Industrial. Worm foi sumariamente liquidado. Seus fre-
gueses foram avisados de que se comprassem qualquer quantidade de
Widi de Worm, a Krupp Jamais lhes venderia qualquer coisa. Os bancos
passaram a endurecer e exigir de Worm pagamento imediato. Com todo o
seu talento e seus méritos como engenheiro e inventor, Worm foi à
ruína. Depois de algum tenpo, nem sequer trabalho arranjava. Todas
as portas lhe foram polidas mas firmemente fechadas.

A seguir o Dr. B. apressou-se em procurar Worm. Também


desta vez fêz questão de aparecer quando o dono da casa estava au
sente. B. sabia que as mulheres são menos reservadas e multo
mais palradoras do que os homens, particularmente quando têm oportu-
nidade de fazer um pouquinho de propaganda de seus maridos. A Sra»
Worm ficou contentíssima por saber que alguém se Interessava por seu
marido. Devia estar mesmo desesperada para contar toda a histeria de
- 26 -
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seus ganhos sumirem. 0 Dr. B. ao perceber isso coneçou a socorrê-la


con dlnhei.fo âs escondidas do marido, ficando combinado que ela de-
volveria o dinheiro, quando seu narido ficasse rico.

Entrementes, o trabalho feito por Worm foi enviado a


Moscou, Depois de estudo acurado, os engenheiros russos concluíram
que sem a orientação pessoal do inventor, eles não teriam condições
de construir o forno especial necessário à obtenção do Widi. Moscou
precisava do Inventor a todo o custo. E foi nessa ocasião que a ami-
zade de Frau Worn valeu ao Dr. B. Ela amolou tanto o marido que aca-
bou por convencê-lo de que eles não tinham alternativa e que aquela
era a única chance. A delegação comercial soviética em Berlin contra,
tou oficialmente Worn por dois anos. Nos termos desse contrato, Worm
receberia certa importância em moeda corrente alemã", um salário em
rublos e uma mesada mensal para a esposa, que preferiu permanecer em
Berlim. Worm foi instalado num hotel de primeira classe em Moscou»
Tinha automóvel com motorista a seu dispor e farias duas vezes por
ano na Alemanha, tudo por conta dos russos. 0 alemão fêz-se, ainda,
acompanhar de outro engenheiro chamado Mente, que tinha sido seu as,
slstente na Krupp. As cartas de Worm à esposa revelavam o seu ódio a
tudo o que era russo. Ele contraiu febre reunática e regressou à Ale_
manha desiludido e alquebrado. Mas, cumpriu seu contrato com os so-
viéticos à risca e deu-lhes sua mais preciosa invenção.

A Divisão de Informações Industriais da NKVD considera


os cientistas, engenheiros e inventores estrangeiros aliciados, como
importantes reservas com as quais poderá1 contar em tempo de guerra,
E, na verdade, quando foi deflagrada a Segunda Grande Guerra muitos
deles foram integrados no esforço de guerra de seus respectivos pa_£
ses Juntamente com as fábricas e laboratórios onde trabalhavam. Vá-
rios deles, especialmente nos EUA e na Inglaterra, foram incumbidos
de projetos de grande importância e dos quais, em muitos casos, de-
pendia o resultado da guerra. Não deve admirar, portanto, que a Uni-
ão Soviética tomasse conhecimento imediato de todos ou quase todos
os progressos obtidos pelas grandes nações industriais do ocidente ,
no campo da produção de armas e disso tivesse feito bom uso. 0 roubo
das maiores invenções de nossos tempos pelos agentes soviéticos são

- 28 -
B*. AH, PJO *1 •£>. Tfti. 2 / é , p #

agora fatos comprovados e nuitos cientistas do ocidente, tais como


Harry Gold, o Dr. Klans Puchs e Alan Nunn May foran desnascarados e
conprovadanente acusados cono agentes soviéticos.

0 oitavo rano das atividades de informações da KGB diz


respeito à sabotagen e à luta de guerrilha e será* tratado en outro ca,
pftulo deste livro.

- 29 -
III - "RESIDENTURA" ILEGAL E NOVA IDENTIDADE

A SeçSo do Exterior da KGB, bem como o Departanento de


Informações do Exército Soviético, mantêm no exterior duas organiza-
ções distintas. Uma é chamada "residentura legal" e outra "reslden-
tura ilegal". Ambas empenham-se em atividades de espionagem e por-
tanto suas atividades, no que concerne às leis dos países em qu* ope,
ram, sffo Igualmente ilegais. A razSo pela qual uma delas é chamada
"legal" está* no simples fato de que o pessoal russo de informações
que a opera tem permanência legal no país, por pertencer à embaixada
soviética ou a qualquer outra agência russa oficial. No caso de "re
sldentura" ser dirigida por pessoal que esconde a cidadania russa e
permanece no país com documentos falsos ela é chamada"ilegal".(4)

Até a década dos 20 as Informações soviéticas no exte-


rior eram exclusivamente operadas pelas embaixadas. Nesse período,
as "residenturas legais" cumpriram inúmeras tarefas importantes. No

(A) (Neta do SNI;


- 0 Serviço de Informações Russo apoia-se no sistema de "residen
tes" que podem ser "legais" e"ilegais".
- Mantém nas embaixadas soviéticas e determinados outros estabe-
lecimentos permanentes no exterior, pelo menos uma residência
GRU e outra KGB.
A residência GRU é chefiada pelo adido de serviço, veterano,
assistido pelos funcionários de informações, utilizando cober-
tura dentro e fora do departamento dos adidos aos serviços.
A residência KGB utiliza postos de cobertura em todas as se-
ções da nlssSo, excetuado o departamento de serviço de adidos.
0 residente KGB ocupa usualmente um cargo de cobertura com imu
nidade diplomática que se estende desde o Terceiro Secretário"
até o Conselheiro.
- Os trabalhadores do SIR lotados nos quadros de Informações ex
terlores ocupam cargos que possibilitam acesso natural em tais"
quadros e, se possível, imunidade diplomática.
- Os cargos de representação mais freqüentemente utilizados a-
brangem funçCes de atividades consular, de imprensa, cultural
e comercial.
- Sérias medidas süo tomadas a fim de ocultar a Identidade dos
funcionários do SIR, n5c somente aos estrangeiros, mas também
aos funcionários soviéticos nSo envolvidos no trabalho de In-
formações.
- 30 -
entanto, un aspecto dessas "residenturas" preocupava o governo sovlé
£ico. Toda vez que una rede de espiões era descoberta, a trilha con-
duzia diretamente a Embaixada Russa, resultando daí a Inevitável pu-
blicidade centra os russos, E, quando o espião preso era comunista,
a imprs.nsa der-.encadeava ví.olcnta campanha contra o PC local, taxando,
-o de entro 3e esoionageuflisfarçaCocm partido político etc. Em vl£
ta dis*;e, enpenhott-se o govdrno soviético em reorganizar sua espiona
gen de modo a q^e* se Qlguâ de seus agentes fosse capturado, nenhum
indício conduz>.Só'e à embaixada e qualquer ligação com a rede desco-
berta pudesse ser negada.

A solução encontrada para o problema foi a criação das


já mencionadas "residenturas ilegais". 0 aspecto novo desse "aparato"
de espionagem consistia no fato de ser operado, de alto a baixo, sub
terráneanente. Os cabeças da rede não dispunham mais das imunidades
nen de passaportes dlplonatlcos e nen sequer da nala diplomática que
facilitava a renessa para Moscou de documentos roubados etc. Os agejj

(continuação)
- A representação legal envolve pontos fracos que traem os fun-
cionários do SIR.
Residente "Leoral"
- E protegido por una representação diplomática (Embaixada, Lega
ção, Consulado, Missão Comercial ou Militar etc). Goza, assim,
de imunidade diplomática ou, pelo menos, de privilégios legais.
que são concedidos aos representantes oficiais, não diplonati-
cos.
- Trabalha na sua profissão, possuindo os respectivos conhecinerj
tos.
- E subordinado ao Chefe da representação oficial, apenas no que
se refere à sua ocupação fictícia.
- Sua função de "residente legal" é desconhecida pela maioria
dos seus companheiros.
- E declarado, quando descoberta a sua atividade, "persona non
grata". Além disso nada tem a recear,
- fi Chefe de umacbgência de informações", dispondo de agentes
que, por sua vez, poden ser, também, "legais" e "ilegais".
- 0 niínero de 'residentes legais" en cada país ê variável.
Residente "Ilegal"
- Não goza de proteção e ê obrigado a confiar en si nesno,
- 31 -
1 m n l t ^ „ ^ M ^ ~ ~ - t — ~ II ———*^1

BK A*I,ft'*oX«í • o. W - 2 /6 ; p -3o

t e s operavam d i s f a r ç a d o s e n h o n e n s d e n e g ó c i o s o u outra coisa qual-


q u e r , ocultando senpre sua verdadeira n a c i o n a l i d a d e e I d e n t i d a d e p o r
n e l o d e p a s s a p o r t e s falsos e o u t r o s e x p e d i e n t e s . A c a b a r a p a r a o a g e n
t e secreto a segurança d e , s e descoberto e p r e s o , c o n t a r c o n o govêr,
no soviético q u e , n e d i a n t e protesto e outros r e c u r s o s , conseguia l i -
bertá-lo.

Enbora a s "residenturas i l e g a i s " , a p a r t i r d e entffo,


passassem g r a d a t l v a n e n t e a c o n d u z i r a n a l o r p a r t e d a s a t i v i d a d e s d e
espionagem, a s "residenturas l e g a i s " nSo foram a b o l i d a s . O s d i r i g e n -
tes d a s Informações decidiram c o n s e r v a r o s d o i s " a p a r a t o s " , o que
lhes dava a p o s s i b i l i d a d e d e o b s e r v a r o cenário I n t e r n a c i o n a l a t r a -
v é s d e d o i s g r u p o s independentes d e espiões e comparar a s informa-
ções fornecidas p o r u n c o m o s d a d o s recebidos do o u t r o . A s " r e s i d e n -
turas i l e g a i s " foram d a d a s l i b e r d a d e d e aça"o e u n a v a s t a gama d e a -
t i v i d a d e s , enquanto q u e a s m i s s õ e s a t r i b u í d a s à s " r e s i d e n t u r a s l e -
g a i s " p a s s a r a m a ser a p e n a s a s r e l a t i v a s a certos p r o b l e m a s e s s e n c i -
a i s e e s p e c í f i c o s . O s r e s i d e n t e s legais receberam i n s t r u ç õ e s para
a b s t e r - s e d e empreender operações q u e pudessem p ô r e m risco o p r e s t í
glo da UnlSo S o v i é t i c a .

A adoçSo d o sistema s u b t e r r â n e o , isto éf d a e "residen-


turas i l e g a i s " nffo f o i f á c i l . A p r i n c i p a l dificuldade encontrada f o i
que a s agências d e informações r u s s a s quase n â o d i s p u n h a m d e e l e m e n -
t o s conhecedores d e l í n g u a s estrangeiras q u e pudessem fazer-se p a s -
sar por n a c i o n a i s d e países e s t r a n g e i r o s . Para r e s o l v e r o problena
foi criado u m curso intensivo d e p r e p a r a ç ã o d e a g e n t e s e s p e c i a l i z a -
d o s . Para h a b i l i t a r - s e a i n t e g r a r u n a r e d e d e espionagem n o e x t e r i -
o r exigia-se do candidato o s s e g u i n t e s r e q u i s i t o s !

(continuação)
- Normalmente chega ao país como imigrante. Trabalha, quase sem-
pre» em empresas lucrativas que lhe assegurem una boa cobertura,
cono justificativa para suas visitas e viagens freqüentes.
- Chefia uma "Agência de Infornações", constituída, também, por
"agentes ilegais"
- NSo possui ligações com as representações diplomáticas.
- Há discordância do conceito emitido no livro s<5bre o que signi.
fica "residente ilegal")
- 32 -
Bft AN, fi.\0 Al- 0. f4i • Z fè,p.ft

- dominar perfeitamente a língua do país para o qual


seria designado b«m como a do país do qual Iria fazer-se passar como
cldadSfo:
- considerando que seria obrigado a esconder seu passa.
do, devia imaginar e preparar nova e bem fundamentada hlstó*ria de
sua vida, capaz de resistir, pelo menos, a uma investigação superfi
ciais
- ter ocupaçSo legítima capaz de Justificar,perante as
autoridades, sua permanência prolongada no país. A seçSo de passa-
portes da KGB encarregava-se de fornecer ao agente um passaporte fai
so de país estrangeiro no qual os dados sobre as características pes.
soais coincidissem, o mais possível, com as do agente que, alam dis-
so, era instruído sobre a maneira correta de usá*-lo.

0 passaporte é parte Importante de identidade de una


pessoa e por esta razffo qualquer serviço de informação preocupa-se
em fornecer a seus .^gentes, os melhores. Sabe-se que é difícil fa^
sificar um passaporte. Quando a NKVD começou a montar sua rede de
espionagem no exterior, empregava duas maneiras de obter passaportes
para seus agentes. Uma consistia em utilizar passaportes genuínos
de estrangeiros que entravam na UnlSo Soviética como imigrantes, apje
nas substituindo a fotografia do antigo portador, pela do agente. ʣ
te método, no entanto, nffo era considerado multo seguro, pois um exa
me mais atento, feito por especialistas, descobria a fraude. • 0 se-
gundo método consistia em imprimir passaportes estrangeiros. Os me-
lhores especialistas em artes gráficas do governo foram empenhados
na tarefa. Conseguiram tal perfeição que eles próprios ja* nJ5o sa-
biam distinguir os falsos dos verdadeiros. Porém, tais passaportes
tinham uma deficiência inerente. No caso do portador cair sob as
suspeitas da polícia, bastaria que esta consultasse as autoridades
do país que supostamente emitira tal passaporte, para que soubesse
em seguida que era falso.

Em vista da imperfelçSo do dois métodos, a NKVD passou


a procurar soluçffo mais satisfatória para o problema. Todas as "r^
sidenturas" soviéticas no exterior receberam instruções para estudar,
em detalhe, os processos de emlssffo de passaportes em vários países,
- 33 -
partlcularaente da Europa e da Anérlca. Reunidos todos oe dados en
Moscou, os especialistas chegaran à conclusflo de que con a aplicaçflo
de pequenas fraudes, qualquer agente poderia obter passaporte verda-
deiro diretamente da repartiçflo expedidora, en nultos países. Basta-
va que o agente se fizesse passar por cldadflo do país, nedlante do-
cunentaçflo falsa, é olaro, e solicitar o fornecimento de un passapor.
te de vlagen.

As prlnelras tentativas nesse sentido foran ben sucedi,


das e a partir daí os agentes soviéticos passaram a exibir, uns para
os outros, orgulhosamente seus passaportes genuínos. 0 passaporte
mais comum usado pelos agentes soviéticos era o norte-americano, o
que nflo é de admirar. 0 passaporte americano traz consigo o prestí-
gio de uma grande potência e as autoridades policiais nflo se atre-
viam, naquele tenpo, a prender ou perseguir un cldadflo americano com
a mesna facilidade con que o farlan con un natural da Bulgária, da
Runflnia ou de Honduras. 0 passaporte anerlcano proporcionava ainda
outra vantagen: con êle podia-se viajar por vários países sen ne-
cessidade do visto de entrada. Mas a vantagen mais lnportante resi-
dia no fato de que o portador nflo era obrigado a falar o Inglês per-
feltanente Já* que havia nos EUA nllhfles de cldadflos naturalizados ,
Inclusive oriundos da Rússia Czarlsta, cujo Inglês é nornalnente nu^,
to nau.

Os agentes soviéticos obtlnhan passaporte nos EUA,


usando una porçflo de artifícios, dos quais nenclonarel apenas dois:

(l) 0 agente arranjava docunentos de naturallzaçfloper.


tencentes a un lnlgrante russo, apresentava-os a
repartiçflo local da Divlsflo de Passaportes do Departanento de Estado,
preenchia un fornulário e solicitava passaporte para viajar para o
exterior. Afirnava, sob Juranento, a veracidade das lnfornaçfles pres.
tadas e apresentava duas testenunhas para conflmar suas declaraçfles.

É necessário dizer que selecionava os docunentos de


naturallzaçflo. Tinha que verificar se a Idade e outros dados pes-
soais que contlnhan, colncldlan con os seus. 0 seguinte episódio dd*
a nedida do cuidado que se deve ter neste particular. En 1930 un
- 3^ -
BR nn,RJ* X V O. 77W. Z/6, p 39

agente cuja Idade era 30 anos arranjou papais de naturalização de


outra pessoa e Já* ia apresentá-los à Divisflo de Passaportes. Enquan-
to conversava con as duas testemunhas que apresentaria, una delas no
tou que a data de nascinento constante dos papéis era 1877» o que da.
ria ao agente a idade de 53 anos. Ele lera 1899 ao invés de 1877»
í que o algarlsno russo 9 é igual ao 7 arábico usado pelos anerica-
nos.

Contudo, o agente que obtém passaporte anericano medi-


ante rraude na*o pode sentir-se seguro enquanto o verdadeiro dono dos
documentos de naturalização continua a viver nos EUA. Por essa ra-
zffo os russos esforçavan-se para persuadir os anericanos, cujos pa-
péis havian sido usados fraudulentamente na obtenção de passaportes,
a emigrar para a Btfssla, con a promessa de emprego e ajuda financei-
ra,

(2) Os agentes soviéticos obtlnham também passapor-


tes, por meio do seguinte estratagema: exaninavan
os registros de nascimentos e óbitos do departamento de saúde e es-
colhiam um caso de qualquer criança falecida. A data do nascimento
devia, é claro, coincidir aproximadamente com a do agente. Este re-
queria entSo, mediante pagamento de uma taxa insignificante, cépia
fotostá*tica do registro de nascimento. Apresentado-a como sua, r e -
queria o passaporte. Con a apresentaçflo de duas testemunhas que de-
claravam conhecê-lo, pelo menos há* cinco anos, obtlnha sua prova de
identidade.

Para fazer-se passar por americano nato, na Divisão de


Passaportes, o agente precisava, naturalmente, falar bem o inglês pa
ra nSo despertar suspeitas do funcionário que o atendia* 0 suborno
do funcionário, em nuitos casos, superou esse obstáculo. En seus
contactos futuros con outros anericanos, o agente explicava sua pro
ntíncia con acentuado sotaque estrangeiro dizendo que quando ainda cr^
anca, seus pais o tinham levado para outro país, onde crescera eçpe
mais tarde, ao voltar aos EUA, requererá cidadania anerlcana, à qual
tinha direito por nascinento.

Os EUA nfto eran o único país en que os russos arran-


- 35 -
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Gorln en qualquer coisa escrita por este, cono seja, un caderno de


escola, una declaração para seguro social e tudo ficaria esclareci-
do.

Mesno assln, graças ao seu constante enpenho para a


perfelçSo, as InfornaçCes soviéticas, Inventando estratagemas enge-
nhosos, consegulran dar autenticidade quase Indestrutível a falsa
identidade do agente, tornando-a difícil de ser desnascarada. A na-
neira cono isto foi conseguido fica esclarecida nos exenplos que se
seguen.

Na SeçSo do Exterior da NKVD trabalha un funcionário


graduado das InfornaçCes, chanado Alexander Karin, nuito conceituado
por ter sido quen recrutou e treinou o fanoso agente soviético Rl-
chard Sorge, que criou fabulosa rede de espionagem no JapSo e que,
inclusive, avisou ao governo soviético a data precisa en que os exér
cltos alenffes lnvadirian a UniSo Soviética. Karin era un agente nui-
to capaz e Já trabalhara no exterior, con un passaporte letSo e nals
tarde con outro, austríaco. Mas ôle nSo conhecia nenhuna língua es-
trangeira suficientenente ben, de nodo que era difícil ficar en ser-
viço no exterior por nuito tenpo, con passaporte falso. Cono era an-
blcloso e tenaz, n3o aceitava a idéia de abandonar a vida aventurosa
da espionagem.

Certo dia, ocorreu ao chefe da SeçSo do exterior da


NKVD, Artouzov, anigo de Karin, una idéia brilhante. Artouzov vivera
na Suíça, antes da Revoluçffo Russa. Lá conhecera un casal nuito aba£
tado, cuja filha, no princípio do século, fêz una viagen à Rússia e
aí conheceu un Joven professor, con quen casou. En 1903 a Joven teve
un filho. Quando este nenino tinha sete anos, sua n3e norreu. Os avtfs
na Suíça lnteressaran-se nuito pelo nenino e nantiveran constante
correspondência con o pai.

Quando en 1917 a Rússia foi sacudida pela revoluçffo e


pela guerra civil, ocasiSo en que grande nassa da população enigrou,
os dois velhos perderam o contacto oon o neto. As cartas que escre-
vian flcaran sen resposta. Artouzov, que sabia de toda a histeria, su
geriu que Karin se fizesse passar pelo neto e passasse a correspon-

- 38 -
BR Att, tio Jfí• O. T/H".2/6,p-te

der-se com a família de "sua" mffe e manifestasse o desejo de emigrar


para a Suíça. Entrementes, o avô morre. Seus dois filhos eram prós-
peros homens de negócios, com poslçflo de destaque na sociedade suíça.
De acordo com os planos de Artouzov, uma tocante correspondência teve
lugar entre o neto (Karln) e "sua" avó.

Ele lhe remeteu as fotografias e cartas de sua "pobre


mãe" e dava continuamente a entender que gostaria de emigrar para a
Suíça, se fosse possível. A família suíça, sem demora, mobilizou to-
das as suas relaçCes nos meios diplomáticos e de negócios da Europa,
pedindo que fizessem valer sua Influência Junto às autoridades sovlé
ticas persuadindo-as a permitir ao Jovem sair da Rtíssia.

As autoridades soviéticas, isto é, o próprio Artouzov,


mostraram-se "lndulgentes" para com a família suíça, concedendo visto
de saída para o Jovem, sua esposa e filha. Karln sentiu-se grandemen
te deprimido com a ignomínia que estava praticando, face ao calor com
que foi recebido pela família suíça. Tudo foi demasiadamente emocio-
nante para a velha e frágil senhora, que alguns meses depois faleceu,
feliz na crença de que Deus ouvira suas preces e atendera seu mais
ardente desejo, que era ver seu neto, antes de morrer. Ela legou a
Karln sua casa, além de una pequena propriedade. Pouco tempo depois
Karin obteve, graças a persistente solicitude de "seus tios", um pa£
saporte suíço de cuja autenticidade nenhuma autoridade poderia duvi-
dar.

Outro exemplo da inesgotável engenhosidade do pessoal


das Informações soviéticas é um fato bem mais- recente. Em 1927» um
emigrante finlandês, que aparentemente nSo estava adaptado â vida na
América, decidiu regressar â Finlândia com sua esposa norte-america-
na e um filho, Eugene. 0 menino, Eugene Maki, tinha antSo 8 anos.

Alguns anos mais tarde, em 1951» un homem de cerca de


trinta anos procurou a embaixada americana na Finlândia, apresentou
sua certidSo de nascimento expedida pelo Estado de Idaho no nome Eu-
gene Makl e declarou que desejava regressar aos EUA com sua esposa
finlandesa. Como americano nato, Makl tinha este direito e, um ano
depois, recebeu seu passaporte americano e foi para os EUA.

- 39 -
Tudo neste episódio era perfeitamente normal, exceto
numa coisa: o homem que se apresentara à embaixada americana como
sendo Eugene Makl, nascido em Enavllle, Idaho, em 1919, nffo era Mskl,
e sim um agente da KGB designado para cumprir missSo nos EUA. Nenhu-
ma autoridade, em qualquer parte do mundo, por mais sagaz que fosse,
poderia descobrir a fraude e revelar a falsa identidade, tSo magis-
tralmente criada pelo serviço soviético de informações para o seu
agente. Esta história nunca teria sido contada, se 'Eugene Maki", êle
próprio, nSo tivesse, depois de quatro anos de atividades subterrâ-
neas, rompido com a Unifto Soviética e revelado a trama da espionagem
russa nos EUA. 0 verdadeiro nome do homem que se fêz passar por Eu-
gene Makl ê Reino Hayhanem, cujas revelações culminaram com a pris&o
e o sensacional julgamento do Coronel Rudolph Abel, superior imedia-
to de Hayhanem.

- 40 -
BR AW,*iO K°\ .0. TW.-l/ó/p.^Ç"

IV - PARTIDA DE MOSCOU

Quando um agente secreto parte de Moscou para assunir


seu posto no exterior, nSo o faz diretamente daí para o destino, con
seu passaporte falso, pois, se fizesse isso, o passaporte levaria o
visto de saída da polícia soviética da fronteira e também das autcri_
dades correspondentes ao país adjacente. Estes vistos, Já de saída,
marcariam o portador do passaporte como pessoa que tem qualquer rel£
çSo com a Rússia comunista.

Por essa razSo, o passaporte falso é enviado de Mos-


cou, pela mala diplomática, para uma capital qualquer da Europa, on-
de será apanhado pelo agente. Este viaja para a mesma cidade, seja
com passaporte soviético, seja com passaporte estrangeiro temporá-
rio, (&) o qual nSo tem nenhuma segurança para uso permanente.

Chegado ao país onde o passaporte o aguarda, o agente


passa por uma metamorfose completa. Muda sua antiga identidade, apa-
ga todas as pistas atrás de si, apanha seu passaporte falso e passa
a ser outra pessoa. A partir daí começa a "nadar" como se diz na gí-
ria russa e empreende sua viagem para o país de destino.

Ao receber seu passaporte falso o agente deve verifi-


car se o laboratório soviético que o preparou, carimbou as entradas
e saídas, que Indicam o caminho percorrido pelo documento, desde o
país que o expediu, pois, qualquer descuido nesse particular poderá
criar problemas com as polícias da fronteira. Por exemplo: como pode
alguém chegar do Canadá sem que seu passaporte esteja com o visto de
saída desse país e o de entrada na Europa?

A viagem do agente, de Moscou para o país onde recebe-


rá seu passaporte falso, por ser considerada operaçSo insignificante
é, às vezes, preparada com pouco cuidado e isto tem causado proble-
mas a alguns agentes, como os fatos relatados a seguir ilustram.

(A) 0 termo "passaporte temporário" significa também "passaporte fal


so para uso temporário",
NSo deve ser confundido com passaporte com "visto temporário".

- 1*1 -
BR Afi;Rioft.O-Tfii-Ijí,p.1|6

Certo agente que pela primeira vez recebera missSo no


exterior, devia fazer-se passar, na Itália, cono cidadSo austríaco.
Seu passaporte falso já o esperava en Paris. Para a viagem da Riíssia
a Paris, tinha recebido um passaporte rumeno temporário. Ele partiu
do porto de Odessa no Mar Negro, para Istambul e aí embarcou num na-
vio grego com destino a Marselha. A viagem para a Turquia transcor-
reu sem incidentes mas, quando viajava para Marselha, foi atacado re
pentinanente por uma dor aguda no abdômen. 0 mé*dico grego de bordo
que o atendeu prontamente, tentou falar-lhe em grego, depois em in-
glês, mas o paciente nSo falava nenhuma das duas línguas. Por azar,
o comissário de bordo descobriu entre os passageiros um rumeno e pe-
diu-lhe que servisse de intérprete. 0 tal passageiro era, nada mais,
nada menos,do que o cônsul geral da Rumênla, na França. Para espanto
de todos o nosso doente nffo entendia uma só* palavra em seu "idioma
nativo"J A sltuaçSo começou a tornar-se crítica, enquanto o médico,
falando por mímicas, esforçava-se para explicar ao paciente que acha,
va necessário operá-lo de apendiclte...

Outro caso refere-se a um agente que teve que fugir às


pressas da Alemanha de Hitler. Ele escondeu seu passaporte canadense
falso e solicitou ao laboratório secreto da NKVD na Alemanha que lhe
fornecesse um temporário para uma rápida viagem à Rússia. 0 laboraté
rio forneceu-lhe um passaporte português. Quando o agente chegou a
Moscou, um amigo que trabalhara em Portugal deu uma olhada no do-
cumento e fêz o seguinte comentário: "você teve muita sorte porque
os policiais da fronteira alenS e também os poloneses nSo sabem por-
tuguês. Aí está escrito que o portador do passaporte tem apenas um
braço".

Outro incidente do qual tive conhecimento e que foi a-


té cômico, ocorreu com um agente cujo nome era Karl e operava na
França com passaporte tcheco-eslovaco. Ele partiu de Paris para Mos-
cou, a serviço, usando um passaporte temporário americano. Quando o
trem atingiu a fronteira da Bélgica, um policial entrou no comparti-
mento para examinar os documentos. Karl apresentou seu passaporte a-
mericano, que estava em ordem. Simultaneamente, seutfnicocompanhei-
ro de compartlmento, um homem de meia idade, de cabelos brancos e
bem arrumado, exibiu também seu passaporte - êle também era america-
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V - A S "BIOGRAFIAS" D O S A G E N T E S SECRETOS

O passaporte é* apenas u n dos componentes do problema


de criar una nova identidade para o agente s e c r e t o . Cono qualquer
p e s s o a , o a g e n t e t e n que ter u n p a s s a d o , sua própria h i s t ó r i a , c a -
paz de resistir, pelo n e n o s , a una investigação s u p e r f i c i a l . A ne-
lhor naneira de a r r a n j a r uri passado ê construí-lo en torno da h i s t ó -
ria da vida da pessoa cujo passaporte esta* sendo utilizado e da qual
o agente se tornou sósia. I s s o , no entanto, deve ser feito con nuito
cuidado.

Inaglnenos que a pessoa que cedeu seu passaporte a u n


a g e n t e , seja u n a n e r i c a n o , que seus pais residan en N e w York e que
tenha trabalhado na G e n e r a l Motors durante alguns a n o s . E claro que
se os pais desse honen nSo estiveren inteirados s<5bre o arranjo do
p a s s a p o r t e , nffo se pode esperar que reconheçan o agente cono seu f i -
l h o . E n e l h o r que êle os dê cono f a l e c i d o s . Por Idêntica r a z S o , s e -
ria u n erro se o agente indicasse a General Motors cono o seu líltimo
emprego, pois os outros empregados da enprêsa n5o o r e c o n h e c e r i a n co_
no o h o n e n que trabalhara con e l e s . A nelhor coisa seria encontrar
u n h o n e n de negócios de confiança que concordasse en d i z e r que o a-
gente Jó fÔra seu empregado. De nodo senelhante deve ser tratado o
problema dos endereços a n t e r i o r e s . S e r i a , obviamente e r r a d o , a p r e s e n
t a r os antigos endereços do americano como s e u s . 0 que se deve f a -
zer neste c a s o , ê arranjar u m ou dois proprietários que concordem em
confirmar q u e , em determinados p e r í o d o s , o agente foi seu inquilino.
E também boa prática dar alguns endereços de edifícios de a p a r t a m e n -
tos que tenham sido demolidos. No caso da ocupação do agente estar
registrada no p a s s a p o r t e , êle deve estar em condições de n a n t e r , p e -
lo n e n o s , uma conversa sobre tal profissão, usando ternos a p r o p r i a -
dos.

0 agente deve conhecer muito bem as cidades em que diz


ter v i v i d o . Caso queira fazer crer que m o r o u em N e w Y o r k , deve saber
os nomes de b a i r r o s , edifícios p r i n c i p a i s , a v e n i d a s , p r a ç a s , esta-
ç õ e s , p o n t e s , l o j a s , teatros, e t c . Antes de começar sua tarefa com
passaporte novo dove ser-lhe dada a oportunidade d e v i s i t a r sua cida,
de "natal", para que possa estudó-la.
O agente deve saber que, se cair sob a suspeita das
agências de segurança, o nelhor para êle é safar-se pois, con raras
exceçOes,sua identidade será afinal descoberta, por nals canuflada
que esteja.

A história dos prineiros tenpos de espionagen soviéti-


ca está repleta de incidentes que levaran alguns agentes a perder a
confiança neles nesnos, devido a falhas en sua preparaçflo. Un deles,
aue se fazia passar por amerlcano,na França, conprou una pequena loja.
Dias depois, un lrnflo do ex-dono da loja, Judeu anerlcano, veio de
New York, a passeio. Depois de conversar un pouco con o agente en
inglês, o anerlcano lhe disse: "0 senhor diz que é anerlcano e que
viveu en New York cerca de vinte anos. Ben, nflo tenho nada con is-
so... Se quiser fazer-se passar por anerlcano, faça-o, nas ninguén
acreditara*. Por favor, nflo fique ofendido." Con isto, o agente de_
cidiu abandonar tudo, inclusive o dinheiro, pois t^nha pago a loja
à vista.

Lenbro-ne tanbén do caso ocorrido con un agente nuito


pronissor, que acabava de chegar â França, vindo dos EUA con passa -
porte anerlcano e estava ansioso para nergulhar en sua prlnelre aven,
tura no canpo de espionagen. Pediu aconodaçfles no Grande Hotel en
Paris, falando francês fluentenente e apresentou seu passaporte ane-
rlcano. Acontece que o gerente do hotel era anerlcano de Brooklyn e
exultou con a oportunidade de dar boas vindas a un seu conpatrioto,
en inglês, fazendo-lhe tanbén várias perguntas sobre a travessia. To.
nado de surpresa, o agente soviético ficou un tanto confuso. Disse
algunas frases nun inglês que o gerente nflo entendeu. Querendo nos-
trar que seu Inglês nflo era tflo nau, resolveu iniciar una frase con
plicada, gaguejou e a coisa nflo saiu. Resultado: teve que sair do
hotel na nanhfl seguinte. Foi 5 embaixada soviética entregou seu pas.
saporte anerlcano e recebeu de volta seus docunentos russos. Escre-
veu para Moscou dizendo que precisava melhorar seu inglês e pediu
pernissflo para ir a Londres por unr neses, para estudar.

Outro incidente que revela insuficiente preparaçflo pa«


ra a tarefa, teve lugar a bordo de un transatlântico durante uma via.
sen dos Estados Unidos para a Europa. Durante um JÔgo de cartas, um
- 45 -
g*. fW,Kío X1-o. T/H.Z/6, J>.5"0

dos parceiros perguntou a um agente secreto soviético, que se fazia


passar por americano, qual era a sua profissffo, "Negócio de peles",
soltou êle Inadvertidamente. Tivesse êle dito que era livreiro ou
vendedor de adubos, tudo estaria bem. Mas, mencionar peles na pre-
sença de senhoras foi um azar. As damas, como é natural, mostraram-
-se lnteressadísslmas e passaram a fazer-lhe Inúmeras perguntas so-
bre preços de "mink" e outras peles. Impávido o agente soltou pre-
ços tSo absurdos que as senhoras arregalaram os olhos de espanto. A
partir daí, começaram a evitá-lo, suspeitando talvez que se tratasse
de um ladrSo ou maluco •.•

Outro agente, noviço na espionagem, estrelou num navio,


viajando entre Constantlnopla e Marselha. Êle viajava com passapor-
te grego "temporário", com destino â França, onde apanharia passapor
te austríaco permanente com o qual ia operar. A êle também pergun-
taram qual a sua ooupaçSo. "Exportador" respondeu,com ar Importante.
"Exportador de que?" foi a pergunta seguinte. "Café" respondeu o
agente. "De onde?" - "Da Turquia" respondeu o mago da espionagem.
"Eu sei que na Turquia se toma café" respondeu o seu interlocutor,
"mas, nunca ouvi dizer que lá* se plantasse café". Com esta resposta,
os clrcunstantes entreolharam-se espantados.

Certo agente, tendo caído sob a vigilância da polícia


alemS, conseguiu iludir seus seguidores; pegou sua maleta e hosp£
dou-se num pequeno hotel residencial para passar o fim de semana es-
perando um passaporte de emergência, com o qual empreenderia a fuga.
Lembrou-se, entSo, de pôr em ordem suas finanças. Tinha que prestar
contas ao agente que lhe viria entregar o passaporte. Como encon-
trasse dificuldades em fechar seu balanço, por causa da diferença de
câmbio, teve uma idéia. Tocou a campainha chamando o camareiro e pe,
diu-lhe que lhe arranjasse um ábaco. "Um ábaco" repetiu o rapaz."Sim,
um ábaco, peça ao porteiro, êle deve ter." Uns vinte minutos depois
alguém bateu à porta. Ao abri-la um corpulento sujeito, todo sorrj^
sos, estendendo-lhe a m5o disse: "Prazer em encontrar um russo ver-
deiroT disse o homem, em russo. 0 agente gelou. "A polícia me des_
cobriu", pensou. "Quando me disseram que o senhor queria um ábaco,
vi logo que se tratava de um russo ... Aqui na*o sabem nem o que ls_
so significa, usam pequenas máquinas de somar. AhJ eu lembro bem, a
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BK Mi, Kio W - 0. 7*1.2/6,0 Si

rapidez com que os nossos guarda-livros russos moviam as pedrinhas


do a*baco de um lado para outro sobre as varetas de latSo com tal ve-
locidade, que nem sequer lhes podia ver os dedos!" Depois disso o
sujeito apresentou-se. Era o gerente do hotel. Tinha sido major da
Guarda Imperial Russa.

Contratempos assim eram comuns durante os primeiros e


inseguros passos dos agentes soviéticos no caminho escorregadio da
espionagem. Entre 193^ e 1935 a espionagem soviética atingiu a matu
ridade e desenvolveu-se com um vigor tal, que a nenhum país é lícito
ignorar.

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camarote de primeira classe para os EUA. As coisas porém nflo corre-
rão exatamente cono Mally esperava. Una semana depois, recebeu una
carta do cônsul austríaco solicitando seu conpareclnento pessoal ao
consulado. Mas Mally coneçava a suspeitar de qualquer coisa. Ao in-
vés de conparecer ao consulado, contemporizou por uns dez dias e de-
pois disse ao chefe da portaria do hotel que tinha cancelado a viagem,
pedindo-lhe que fosse buscar seu passaporte. No consulado Informaram
ao porteiro que Mr. Hart (nome de Mally no passaporte) tinha que com
parecer pessoalmente.

Entretanto Mally percebeu ou imaginou que estava sendo


vigiado. Pagou o hotel e retirou-se apressadamente informando a Mos-
cou que não compareceria ao consulado para reaver o passaporte. 0
QC concordou com êle. Tendo perdido o contacto com o seu cidadão, o
consulado austríaco, algumas semanas depois, informou às autoridades
de Viena o seu desaparecimento e remeteu o passaporte para a reparti,
ça*o que o expedira. A investigação de rotina que se seguiu, revelou
que o passaporte havia sido expedido fraudulentamente por um funcio-
nário subornado. 0 funcionário foi preso. Receando que êle confes-
sasse haver expedido outros passaportes nas mesmas condições, a NKVD
deu o alarme a todas as suas redes e ordenou a vários agentes porta-
dores de passaportes austríacos, que fuglssen íantáju Assim, um inc^
dente que parecia sem importância, acabou pc* produzir o rompimento
da rede, em larga frer.be.

Devo acrescentar que, devido às conseqüências que po-


dem resultar da perda de um passaporte, os agentes secretos soviéti-
cos têm ordem para observar a seguinte regra: quando em viagem de
trem, de um país para o outro, o agente atve pernan^cc-r em seu lugar
durante todo o tempo em que seu passaporte estiver sendo examinado.
Isso decorre de vários casos havidos em que agentes soviéticos por
afastarem-se de seus compartimentos, nSo foram encontrados pelos fun
cionários que lhes vinham trazer de volta o passaporte. Ao chegar a
próxima fronteira, o agente que tinha, daquele modo, ficado sem pas-
saporte, era obrigado a saltar do trem até que as autoridades se en-
tendessem por telefone e o passaporte fosse enviado pelo pr<5ximo
trem.
Em suas viagens, os agentes, muitas vezes, preferem
- 50 -
evitar os locais de controle e cruzar a fronteira em pontos onde nflo
sSo exigidos passaportes. Utilizam também para este fim, ônibus de
turismo que cruzam a fronteira sem maiores formalidades, o que ocor-
re normalmente entre a Suíça, a Itália, a França e a Áustria e entre
os países escandinavos. Podem também utilizar passagens de Ida e vol
ta em viagens especiais de trem, que cruzam a fronteira levando pas-
sageiros que v5o passar fim de semana do outro lado.

Um agente secreto deve ser capaz de, se necessário, via.


Jar pela Europa toda sem passaporte. Alguns agentes soviéticos Já en
traram e saíram até mesmo nos EUA a despeito das severas leis ameri-
canas de lmlgraçSo. Alguns viajaram para o Canadá ou México em na-
vios cargueiros e de lá entraram nos EUA com papéis de naturalização
arranjados com alguém e circularam pelo país por longo tempo cumprln
do suas mlssCes de espionagem. Muitos espiões soviéticos Já entraram
nos EUA utilizando "cartCes de reingresso" que as autoridades ameri-
canas fornecem a imigrantes que ainda na*o se naturalizaram e preci-
sam viajar para o exterior.

- 51 -
Brt frNjfto M-Q. T7H-Z/6,p5£
VII - ATIVIDADE DE COBERTURA

Alón do passaporte falso, o agente secreto precisa ter


uma atividade de cobertura para Justificar sua residência peraanente
no país. A aqulslçSo dessa cobertura adequada, é" un problema difícil
e multo Importante para o bom êxito da atividade subterrânea. 0 agerj
te n&*o pode esquivar-se do problema, pela simples razSo de que un no.
mem sem ocupaçSo nSo ten posiçSo definida na sociedade. "Gomo ganha
a vida?" é* uma pergunta comum em t6da parte.

Mesmo no caso do agente possuir alguma habilidade es-


pecial, o/apaz de proporcionar-lhe bom salário, seria difícil que ob-
tivesse colocaçflo pois nífo poderia indicar seus empregos anteriores.
Mesmo que este obstáculo fêsse contornado, a NKVD nífo concordaria em
que aceitasse emprego de horário integral, pois o tempo do agente de,
ve ser dedicado, em sua maior parte, ao trabalho de espionagem.

A experiência demonstrou que a melhor maneira do agen-


te ter sua atividade; de cobertura, é abrindo o seu próprio negócio,
Nos primeiros tempos, quando Moscou começava a organizar sua esplona
gem, procurava-se dar a esses negócios uma escala tal, que desse uma
idéia de prosperidade ao agente. Mas essa prática provou ser cara e
pouco satisfatória. Aqui víTo alguns exemplos;

Em 1920, a NKVD forneceu a Jury Praslov um passaporte


letSo e considerável soma em dinheiro para que êle se estabelecesse
na França, com uma firnn de exportação e importaçffo. Desde o princí-
pio, ficou claro que a aventura estava destinada ao fracasso.

Praslov nífo tinha nenhuma experiência como negociante.


Seus chefes nílo compreenderam que aquela nífo era a maneira normal de
abrir-se uma firma. Uma empresa cresce, por un processo natural de
desenvolvimento comercial, quando tem condlçêes de atrair fregueses
e suportar a concorrência. Mas o negócio de Praslov começou logo mui
to bem instalado e com grande número de empregados, sem realizar
qualquer negócio.

Entrementes, o -llnhelro fornecido por Moscou foi consu.


mido com as folhas de pagamento e demais despesas. As perspectivas
- 52 -
Bf. MJ, Rio xi • o. TA-Í. z/6, p.<>%

eran desanimadoras. Nestas circunstâncias, con a pernissflo de seus


chefes, Praslov pediu auxílio a M. Lonovsky, chefe da Mlssflo ConercJ^
ai Soviética en Paris, que era seu anigo, Lonovsky, apenas por que-
rer agradar à NKVD, concordou en passar a flrna de Praslov enornes
quantidades de nercadorlas exportadas pela Unlffo Soviética, en con-
signação, con o que Praslov, cono internedlírio, ganharia boas conis,
sCes.

As ligaçCes de Praslov, letonlano, con a Mlssflo Coner-


clal Soviética, despertaram a atençflo da Súreté Générale nas êle nffo
foi nolestado, pois estava tflo absorvido en nontar sua atividade de
cobertura que nflo teve tenpo sequer de praticar qualquer ato de es-
plonagen.

Para causar boa lnpressflo a Moscou, Praslov atraiu pa-


ra sua flrna alguns franceses Influentes e entre eles, una velha se.
nhora con título de nobreza, cuja fanílla tradicional, tinha o none
ligado à histeria da França,

Praslov lidava con nllhCes e Isso foi denals para êle.


Vivendo cono rico, enpolgou-se e desviou dois nllhCes de francos -
cerca de oitenta nll dólares. Para repor o dinheiro coneçou a Jogar,
tornando-se figura popular no Cassino de Deauvllle. A certa altura,
fui encarregado por Moscou de fazer un levantan^nto nos SEUS negó-
cios examinando a escrita da flrna. Mas isso foi desnecessário. Una
conversa prellnlnar con Praslov revelou que ôle perdera cerca de no-
ve nilhCes de francos, Jogando en Deauvllle.

Outro en seu lugar teria fugido levando o resto do di-


nheiro que lhe restava no banco, nas êle se prontificou a voltar pa-
ra "ser fuzilado". Sua declsflo foi tonada, nflo apenas por un senti-
nento de orgulho, nas porque êle era casado con una lrnfl de Syrtsov,
prlneiro ministro das Repúblicas Russas Socialistas Federadas e que,
a esse tenpo, era un dos sequazes nais chegados de Stalin. Dois me-
ses antes de tudo isso, a esposa de Praslov tinha tido un filho e
Ôle, antes de partir para Lenlngrado nun navio soviético, passou dois
dias conprando toda espécie de coisas para a criança.

Stalin foi magnânimo e enviou Praslov para o campo de


- 53 -
BK M), RiO <1' O- TM-Z\C>,y,-5'%

concentração de Só*lovky, por cinco anos. Ao terno desse tenpo, Pras-


lov resolveu ficar en Sólovky, nun enpreguinho burocrático. Disse
que tinha vergonha de regressar a Moscou e encontrar-se con seus ve-
lhos anigos.

Outro agente da NKVD chanado Tchaikin, antigo narinhei.


ro da amada czarista, que havia tonado parte ativo na Revolução de
Fevereiro (1917), chegou aos EUA en 1929 e fêz un investimento inlci,
ai de ocn nil dólares seguido de quantias ainda naiores. Adquiriu a^
guns ve.vhos navios marcantes. Ao nesno tenpo, passou a representar
una companhia anerí.cnna de automóveis, en Hanburgo, na Alemanha.

Seus investimentos tonavam quase todo o seu tenpo, so-


brando pouco para as atividades de espionagen. Tchaikin dava gvandes
festas e en seus relatórios à Moscou, mencionava haver recebido aird
rantes e congressistas, mas nSo era capaz de apresentar qualquer aná
U s e sobre relações internacionais, nen nesno una qualquer, senelhan
te às que se publicam em qualquer periódico. 0 único informante que
êle tinha - e mesmo assim de valor duvidoso - era un oficial de in-
formações da Amada Anericana.

Tchaikin levava una vida tal que, en Moscou, coneçavan


a duvidar de que êle voltasse à Rtfssia, se chanado. Mas Sle voltou.
En 1931 entrou no parto de Leningrado, en seu próprio navio. Trouxe
com êle móveis para uma casa de 12 quartos e imineros caixotes con-
tendo os mais finos objetos. Principalmente artigos que nSo se podia
obter en Moscou. Trouxe também grande suprimento de vinhos franceses,
charutos Havana para seus chefes e para seu uso pessoal. Tchaikin,
que nSo pertencia aos quadros da NKVD e nunca trabalhara no QG da o£
ganizaçSo, por certo Julgava mal os seus chefes e principalmente o
chefe da SeçSo do Exterior, Trilisser, velho bolchevista de vida as-
cética, que Já cumprira 10 anos de prls3o con trabalhos forçados, na
temida Katorga» ao tenpo do czar. Trilisser ficou enfurecido quando
lhe disseran que Tchaikin havia nandado para seu apartanento várias
caixas de vinho. Confiscou as caixas e nandou doá-las a un hospital.

Apesar de todo dinheiro que havia gasto, Tchaikin apre.


sentou» oono resultado de seu trabalho, nela diízia de agentes duvido,
- $h -
BR /n^Kíoxq o- mi.zlé>,t» 59
sos e una secretaria de un oficial superior da Amada Anericona. Es
ta era una bela nulher, con quen Tchaikln gastara rios de dinheiro.
Trlllsser nandou Investigar os negócios de Tchaikln e disso resul-
tou seu fuzllanento.

En outros casos senelhantes, n5o houve tanta negligen-


cia e falta de exaçffo no cunprlnento do dever, cono nos dois que des_
crevi. Na naioria das vezes, os agentes lnvestian grandes sonas e
por desconheceren os negócios en que entravan e, alén disso, tendo
pouco tenp<> para cuidar deles, perdlan o dinheiro todo con o paganen,
to de çessoal e tanbén nas nercadorlas, as quais, ao final, eran vejj
didas con prejuízo,

Houve tanbén casos en que o Insucesso da atividade de


cobertura do agente teve cono causa a falta de discernlnento, ou ne-
lhor, nuna certa candura dos próprios dirigentes da NKVD. En 1929» o
chefe substituto da SeçSo do Exterior da OGPU, Sloutsky, concebeu o
seguinte plano: un agente "fugiriaM da UniSo Soviética para a Alena-
nha, apresentar-se-ia ali cono un honen de negócios de tendências an,
ti-soviétlcas e ncntaria, en Berlin, un "Bureau de Patentes". Slou-
tsky inaginava que nuitos técnicos alenães, querendo vender suas in-
venções, afluirian ao local, o que pernitiria selecionar as de inte-
resse nilitar, alén de possibilitar a tentativa de suborno e subver-
BRO de técnicos das forças amadas.

Sloutsky escolheu un agente chanado Y, cujo lrnSo ou


prino era diretor da UFA, a fanosa enprêsa cinenatográfica alenfi. Y.
recebeu quarenta nil dólares, nontou escritórios luxuosos no Unter
den Llnden, contratou pequeno grupo de auxiliares e nandou publicar
nos Jornais una série de anúncios segundo os quais o bureau, alén de
adquirir patentes, propunha-se a subsidiar as pesquisas de Invento-
res talentosos,

A resposta foi quase instantânea. Apareceu un dilúVlo


de invenções, a naioria das quais, de aparelhos de uso donéstico, b£
necos necSnicos, aparelhos de barbear, etc. A única oferta de inte-
resse nilitar que apareceu foi un novo canhão anti-aéreo,apresentado
por un velho professor de natenótlca, lrnSo do presidente do conse-
- 55 -
lho de una das maiores empresas Industriais da Alemanha. Os proje-
tos e un modelo reduzido do canhffo, foran mandados secretamente pa-
ra Moscou. Verificou-se entSo que o Comissariado Soviético da Defe-
sa Já tinha recebido o modelo do mesmo canhSo, do Estado Maior Ale-
m5o» oficialmente ...

Enquanto isso, o custo do negócio atingia a trinta mil


dó*lares, apenas no primeiro ano. Estava claro que nada se podia es-
perar daquilo. 0 bureau ficou atravancado con as nals disparatadas
engenhocas e nem sequer um Invento de utilidade prática ou qualquer
segredo militar apareceram. Dentro de pouco tempo as agências de S£
gurança alemSes começaram a suspeitar da origem do dinheiro que mant^
nha o bureau e o negócio teve que ser fechado. Depois dessa expe-
riência de boa-vida, Y, que nSo era membro do Partido e também n5o
dedicava fidelidade Ideológica a URSS, decidiu na*o mais regressar à
vida lnsíplda de Moscou, Demitiu-se amigavelmente, n3c fêz nenhu-
ma revelaçSo e n3o foi molestado por seus patrões soviéticos.

No Início da década dos trinta, a SeçSo do Exterior da


NKVD começou a considerar seriamente a criaçSo de una rede de espio-
nagem efetivamente profissional. Foi posto um paradeiro aos gastos
indiscriminados en aventuras com negócios absurdos. Os candidatosao
ingresso na rede, passaram a ser selecionados com nalor cuidado e
en cada país estrangeiro, foi nomeado um diretor-residente, elemen-
to da cúpula da NKVD, para dirigir o trabalho da rede. Cada agente
passou a ser obrigado a estudar o idioma do país de seu passaporte
bem como o do que seria sua base de operações. Foi descoberto tam-
bém que c agente poderia "flutuar" muito bem fazendo-se passar como
agente ou representante de empresa comercial. Conseguiram-se muitas
representações da França, do Canado, da Suíça, Noruega e especlalnen,
te das grandes corporações norte-americanas. Com isso, os agentes
sentian-se mais eeguros. Chegou-se tanbén â conclusSo de que, nesse
tipo de negócio, os investimentos nflo ultrapassavan à casa dos nll
dólares.

Alguns agentes abrlran pequenas lojas de antigüidades.


Antes de saírem de Moscou faziam un curso sobre o assunto, ministra
de por especialistas e depois recebian, periodicamente, pela nala

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BR /w,Ko <q. o. n<H,2./&, j> ti
da enbalxada, as antigüidades aconpanhadas de listas de preços e ins.
truçSes. Un desses agentes tornou-se un vendedor ben sucedido de
prinelras edlçffes de livros e de aanuscritos antigos. Outro, abriu
en Paris una agência de foto-notíclas operado por un especialista
no assunto. Outros ainda, por teren conhecinentos de rádio ou foto.
grafia, nontaran lojas do rano con pequenos investiaentos en dinhei-
ro. Houve outros que se fazian passar por correspondentes de Jor-
nais estrangeiros.

A coisa riais importante para o sucesso de una ativida-


de de cobertura ê obviaoente, que ela pareça autêntica. 0 agente de.
ve capacitar-se de que o seu negócio n5c visa a ganhar dinheiro e por
esta razSo nSc deve enpenhar-se denasladanente nele e evitar qual-
quer disputa con seus concorrentes ou fregueses. Quando se faz pas-
sar por representante de enprêsas estrangeiras, deve esforçar-se por
conseguir (nornalnente con quen lhe arranjou as credenciais de agen-
te), que tais enprêsas lhe envie listas de preços, circulares, aná-
lises de nercado e publicações da Cânara de Conércio, Ministério do
Conércio etc. Essa correspondência con enprêsas e órgffos oficiais
de "seu" país, reforçan a identidade do agente e aunentan seu prestf
gio.

As agências de segurança, en qualquer país do nundo,


saben que nultas vezes una ocupaçflo respeitável pode encobrir ativi-
dades ilícitas e que a autenticidade física de un passaporte nen sen
pre conduz d certeza de que pertença realnente ao portador. Por es-
sa razSo, quando coneçan a suspeitar da identidade de un estrangei-
ro, procuran obter dados colaterais que possan esclarecer o assunto.
0 prineiro passo é* dar una busca na residência do suspeito. Os agen,
tes de segurança "vlsltan" a residência na ausência do norador e exa.
nlnan tudo - cartas, objetes de uso pessoal, conteúdo dos bolsos das
roupas etc.

Sabendo disso, a NKVD Inventou o que denonlnou de"exi


blçflo secreta", que en nuitos casos provou ser de grande utilidade.
Consistia en deixar na residência do agente una série de indícios
que, se caíssen nas nSos de intrusoa, levaria a fazer crer que o es-
trangeiro era realnente a pessoa que dizia ser. Por exenplo, no ca-

- 57 -
so do agente estar usando passaporte canadense, deixava entre seus
pertences alguns cartões postais a êle dirigidos em seu endereço em
Montreal, devidamente carimbados pelo Correio, carteira de sócio de
clube canadense, um ou dois telegramas originais çndereçados a êle
em Montreal, receitas etc. 0 fato de os agentes de segurança en-
contrarem no apartamento um tubo de dentifrfcio canadense e uma no-
ta de loja seria obviamente considerado como prova objetiva de que
o morador era canadense, do mesmo modo que, se encontrassem nos bol-
sos do homem, bilhetes de ônibus de Moscou ou recibo de pagamento de
taxa de algum sindicato operário soviético, seriam levados a uma con
clusão bem diferente.

Um caso assim ocorreu na Itália, onde a polícia conse-


guiu revelar a verdadeira identidade de um agente soviético. Os de-
tetives italianos penetraram no apartamento do agente, na sua ausên-
cia, e encontraram um caderno de notas contendo endereços e telefo-
nes de Moscou, escritos em russo. Se a polícia soubesse um pouco
mais a respeito da União Soviética, teria descoberto que tal caderno
era um verdadeiro "who^ who" da NKVD.

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&RAHj(Ü0 Kcl-O.TM-Z.\<o}y.í~b

VIII - ESCOLHA DE RESIDÊNCIA

Ao chegar ao país onde cumprirá' sua missão, o agente


deve Imediatamente voltar sua atenção para o problema da escolha de
um lugar adequado para sua residência. Uma pensão é o menos aconse-
lhado, porque será obrigado ao contato com pessoas, cujos hábitos
êle nflo pode controlar. Às refeiçães, por exemplo, será obrigado a
ter contato com os demais hóspedes e disso resultarão as inevitáveis
perguntas, feitas, ê claro, incldentalmente, mas que, muitas vezes,
são tão embaraçosas como se partissem de investigadores profissio-
nais. Morar numa pensão é mau também por outra razão. No caso do
agente ter caído sob suspeita das ngôncias de segurança, elas pode-
rão, facilmente, instalar nela alguém para vigiá-lo.

0 melhor arranjo é alugar um apartamento com vizinhan-


ça sossegada, onde raramente os moradores se cumprimentam. Alguns
agentes preferem instalar-se num bom hotel residencial, desses em que
pessoas ricas e Já fora de atividade costunan hospedar-se, para vi-
ver tranqüila e isoladamente. No caso de morar num hotel desses, o
agente deve evitar o restaurante ou o salão de refeiçBes, pois aí po
dorá encontrar inesperadamente alguém que o tenha conhecido sob ou-
tra identidade. Um encontro desses, num lugar público qualquer, per
mite ao agente retirar-se e sumir. Porém, se ocorre no próprio lo-
cal onde reside e está registrado, a pessoa interessada poderá fãcil
mente descobrir seu novo nome e atividade sob a qual se disfarça.

Recordo um caso, ocorrido com um amigo e antigo subor-


dinado, que cumpria missão como agente secreto na Alemanha de Hitler,
que residia num hotel residencial em Berlim, fazendo-se passar por
canadense. Certa ocasião, convidou um médico alemão e a esposa para
jantarem em sua companhia, no restaurante do hotel. Já perto do fim
do jantar êle notou um grupo multo alegre que tomava parte num peque
no banquete, algumas mesas adiante da sua. No mesmo instante,um dos
componentes do grupo, um alemão magro e alto, com uma cruz suástica
na lapela, levantou-se da mesa e se dirigiu à mesa do agente com um
largo sorriso nos lábios. Antes que meu amigo o reconhecesse o ale-
mão lhe apertava a mão. "Zdravstvuyte", exclamou em russo e, prosse-
gulndo em alemão, "Prazer em vê-lo Herr Ivanov. 0 senhor está moran,
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do neste hotel? Qual o apartamento? Virei procurá-lo, precisamos
conversar!" Meu amigo fingiu contentamento por encontrar o homem e
o foi afastando delicadamente da mesa.

"0 senhor trabalha na embaixada aqui? Mora neste ho-


tel? Qual o seu apartamento?" perguntou o alemSo novamente. Meu
amigo disse-lhe que viera a Berlim por uns dias e estava morando com
uns amigos, muma "-vila" en Dahlem. "Neste caso, procure-meM, disse
o aldmfio. "Aqui tem meu cartão. Procure-me, n*o deixe de fazê-lo!"

Quem era o homem? Tinha sido professor de alemSo de


IvanoV, por mais de um ano, na Escola Berlitz, em Viena, onde êleser.
vira como segundo secretário da embaixada.

Ivanov voltou à sua mesa e fêz o melhor de seus esfor-


ços para disfarçar. Disse a seus hóspedes que provavelmente o ho-
mem tinha tomado alguns tragos além da conta e o tinha confundido com
outra pessoa e que êle o afastara da mesa temendo que o tal sujeito
acabasse por sentar-se com eles. Os hóspedes de meu amigo nSo per-
ceberam o drama que estava por trás do incidente e passaram a rela-
tar fatos semelhantes, ocorridos com eles próprios. Ivanov saiu do
hotel e hospedou-se por uns tempos na casa de um colaborador alemSo
de confiança. Quando verificou que o incidente nSo o havia comprom^
tido, alugou um apartamento num bairro residencial de Berlim.

A causa do incidente, que poderia ter tido conseqüên-


cias graves, nSo foi apenas o fato de ter o agente, transgredindo as
regras, freqüentando o restaurante de um hotel no qual se hospedava
com nome falso. Por detrás do Incidente percebe-se um claro erro da
NKVD, empregando funcionários que anteriormente já tinham doeempe-
nhado missSes oficiais em embaixadas e delegaçOes comerciais no exte
rlor, em missões de espionagem.

Por dois motivos principais isso acontecia: primeiro,


nSo existia pessoal treinado e com experiência, em número suficiente
para o serviço de espionagem e segundo, o trabalho perigoso do es-
piSo é cercado em Moscou com tal áurea de heroísmo, que muitos ele-
mentos, em posições de chefia nas InformaçOes, sem levar em conta Já
terem serviço anteriormente no exterior, em mlssOes oficiais, esfor-
- 60 -
BR fa}, fi-io tf • o. T*í.2-fc,y-^

çam-se por conseguir designação para mlssCes do espiohagem, apenas


para satisfazerem seu orgulho pessoal.

Há um velho ditado que diz: "Dlze-me com quem andas e


dir-te-ei quem és." Todo agente residente "bem como qualquer agente
auxiliar, faria multo bem esforçando-se por aproveitar a sabedoria
do provérbio, travando conhecimento com pessoas respeitáveis. As Irj
formaçCes da NKVD, verificaram, em vários casos, que os agentes de
segurança de países ocidentais contemporizaram e se abstiveram de
agir contra elementos suspeitos de serem espiSes soviéticos, unica-
mente porque as autoridades policiais ficaram inibidas à vista das
pessoas respeitáveis que mantinham relaçCes estreitas com ôles. Esse
tipo de relaçCes pode ser desenvolvido em reuniões sociais, em clu-
bes, em instituições educacionais e até mesmo nas igrejas. Um agen-
te da NKVD, que antes tinha sido capelão militar, cultivou relaçCes
com um pastor da comunidade e a esposa, fazendo pequenas contribui-
ções para a igreja e ocasionalmente travando discussões amigáveis sô,
bre a Bíblia. Houve casos em que algum conhecido chamava o agente
soviético para um lado e dizia: "Um sujeito da Agência de Crédito an
da me fazendo perguntas a seu respeito. Eu lhe disse que você é
B
0,K. Na Europa é comun os detetives fazerem-se passar por pesquisa,
dores de agências de crédito. Algumas vezes, um aviso como o que rja
latei acima, significa para o agente, a diferença entre a liberdade
e a prisão, como se pode ver pelo exemplo que relato a seguir.

Certo agente residente, que conduzi?, arriscada opera-


ção num país europeu, verificou, um dia, que seus pertences pessoais,
papéis e cartas tinham sido remexidos, Como estivesse de humor oti-
mista na ocasião, acabou persuadlndo-se de que estava enganado, isto
é, que êle préprio revirara suas coisas, na pressa de sair. Dias de-
pois, quando Jantava no clube com um casal burguês e multo conserva-
dor, a mulher disse ao marido: "Peter, cpnte-lhe a respeito do dete.
tive e também do comentário que fiz, referlndo-me a eles. - "Ah sim,"
Disse o marido Mum dias desses um camarada da polícia secreta foi ao
meu escrltério e me fêz una porção de perguntas a seu respeito. Vo-
cê sabe, é a missão deles farejar estrangeiros ... Eu disse que vo-
cê era um sujelro correto." "E o que comentei com você a respeito
disso?" insistiu a mulher. 0 marido, reprimindo o riso disse:"Enjna
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BR W,«>0 X1- o • TVH. 2- j&,p 6fc
disse que você deve ter deixado en sua terra alguma pequena ciumenta
e que ela por certo mandou investigar você.™ - "Sim", exclamou a mu-
lher com uma risadinha. ctA primeira vez que o vi, disse a Peter que
você devia ser um D. Juan!" 0 agente percebeu que a dança terminara.
Os acontecimentos dos dias subseqüentes confirmaram suas apreensões.
Deixou o país a tempo,

Quando o espião encontra inesperadamente uma pessoa


que o conheceu no passado, com outra identidade, sua primeira preo-
cupação é afastar-se, de qualquer maneira, de tal pessoa. Mas, se o
encontro ocorre num trem em alta velocidade, não há saída e isso po-
de causar aborrecimentos. í surpreendente como encontros desse tipo
s5o comuns na hist<5ria movimentada da NKVD. Eu, pessoalmente, soube
de muitos incidentes deste gênoro. 0 que relato a seguir é um deles.

Em 1930» o agente residente que dirigia a rede de es-


pionagem na França, vivia ali com passaporte canadense. Certa vez
viajou para Roma a fim de supervisionar uma operaçflo interessante que
tinha por objetivo conseguir fazer con que um dos homens chave de
Mussolini passasse a colaborar secretamente com os soviéticos. Quan-
do se aproximava a ocasião de oferecer alta quantia em dinheiro para
subornar o Italiano, o agente enviou à Seção do Exterior da NKVD com
pleto relatório sobre a operação em curso, solicitando instruções f^
nals. Enquanto aguardava a resposta de Moscou, onde a NKVD tinha que
obter a aprovação pessoal de Stalin, o agente resolveu Ir a Caprl,
para um curto período de descanso. Hospedou-se num hotel de classe
média e quando foi ao salão de refeiçCes para o primeiro Jantar, o
"maitre" o conduziu a uma mesa para dois, onde Já havia outro hóspe-
de. Era um Jovem diplomata polonês chegado, dias antes, de Viena, ojj
de servia como segundo secretário da embaixada da Polônia. Os dois
passaram a fazer passeios Juntos e tornaram-se bons companheiros. í
possível que o agente soviético tivesse procurado fazer amizade com
o polonês, com vistas ao seu possível aliciamento posterior para a
rede soviética.

Cerca de um mês mais tarde, depois de seu regresso a


Paris, o agente residente foi chamado a Moscou para prestar contas
sêbre a operaçSo na Itália, Para evitar ter seu passaporte canadense

- 62 -
BH !*>, */'o /tf- 0.77H. Z_ |6, p- 6*

carimbado pela polícia soviética de fronteira, utilizou na viagem


seu antigo passaporte soviético. Quando o expresso do leste chegou a
Berlim, na estação da Schlesiche Banhof, alguns passageiros embarca-
ram no vag£o dormitório. Um deles bateu no onbro do russo e o chamou
pelo seu nome canadense. Era o polonês de Capri. 0 Jovem ficou encan
tado por vê-lo. Disse que ia para Varsévia e manifestou a esperança
de que seu amigo canadense também fosse para aquela cidade. 0 "cana-
dense" recompondo-se rapidamente, disse que viajava para Tóquio pela
Ferrovia Trans-Slberiana.

0 polonês tentou persuadi-lo a saltar em Varsó*via e


hospedar-se em sua casa. Prometeu levá-lo a teatros, apresentá-lo a
algumas beldades polonesas e organizar uma caçada ao Javali na fazen
da de seu pai. Porém o "canadense" nem prestava atençSo. Estava preo_
cupado com outra coisa. Ele sabia que dali a algumas horas teria que
exibir seu passaporte ã polfcia de fronteira da Alemanha e depois à da
Polônia e que com isso o polonês descobriria que êle nSo era canaden
se e sim russo. Se isso acontecesse o nosso agente nflo poderia mais
voltar e retomar seu trabalho de espionagem na França, onde se fazia
passar por um representante de una grande enprêsa canadense. Seu tra
balho de InfornaçCes en Paris, seu passaporte, sua excelente atlvida
de de cobertura, tudo isso estava en perigo.

Algun tenpo depois, no extreno vagSo una voz sonora a-


nunciava em alemSo: "Passaportes, por favor!" Nosso "canadense" le-
vantou-se calmamente e dirigiu-se para a extrenidade oposta do vagSo
e daí passou para o carro seguinte. 0 polonês esperava por êle. Ti-
nham combinado ir ao carro-restaurante Juntes, mas o canadens^ sumi-
ra. Ele se esgueirara até um carro de terceira classe e aí aguardou
até que a polícia alemS e depois a polonesa lhe visassem o passaporte.
Depois disso retornou ao seu carro-dormltério. 0 polonês estava ex-
citadíssimo. Receava que o canadense houvesse saltado nalguma esta-
ção para tomar ar e tivesse perdido o trem.

Esses encontros inesperados sSo fonte de constante pa-


vor para o agente secreto. Sua mente Já está normalmente adaptada a
este perigo e em qualquer lugar público que chegue, seja um restau-
rante, seja teatro ou vestíbulo de hotel, êle examina furtivamente

- 63 -
&fi Mi,tio XV o. T/h\ 2-/6,p. 6?

os clrcunstantes, senpre atento para verificar se alguém demonstra


interesse especial por sua pessoa» O agente secreto sabe que corre
grande perigo, caso nS*o consiga perceber que foi reconhecido por pes.
soa hostil que poderá seguf-lo até o local de sua residência ou de
seu trabalho e depois avisar as autoridades. Foi assim que multas
Investigações en torno de agentes secretos começaram.

- 64 -
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tos agentes cafran nas nSos da Gestapo. 0 caso do Coronel Rudolph


Abel prova o acerto de tal política. Como vinos, o auxiliar de Abel,
Reln Hayhamen nSo sabia sequer onde seu chefe Abel morava e nen con
que nome se apresentava. NSo conhecia, também, os outros agentes e
informantes ligados a Abel. Soubesse êle tudo isso e toda a organi-
zação dirigida por Abel teria sido descoberta.

0 agente residente e seus auxiliares nffo revelam, dian.


te de estranhos, a ligaçÇfo cerrada que existe entre eles. Tendo em
ciente que se uri deles cair sob as suspeitas das autoridades, os ou-
tros serSo também investigados, as relaçCes entre eles sfto disfarça-
das de modo a parecerem casuais e completamente inocentes. Para es-
tarem preparados para qualquer eventualidade os dirigentes da rede
inventam uma história que estabelece a origem de suas relaçBes e co-
mo se conheceram. Por exemplo, um diretor residente costuma passar
seus fins de semana num clube suburbano, onde estabelece boas rela-
ções com o gerente ou encarregado. Algum tempo depois, seu assis-
tente passa também a freqüentar o mesmo clube. Numa noite qualquer,
o gerente convida alguns sécios para Jantar e para Jogar cartas em
seu apartamento no clube. Nesse encontro, o gerente apresenta o re-
sidente ao agente e ambos fingem que suas relações começaram naque-
le momento.

Em muitos casos a história do conhecimento e das llga-


çô*es posteriores se baseia em uma transaçSo legítima, assim,por exem
pio, o assistente pCe um aniíncio no Jornal oferecendo à venda uma co.
leçSo de moedas. 0 outro assistente responde, os dois trocam corres,
pondêncla e a coleçSo de moedas muda de dono.

Cada assistente residente dirige um setor da rede, que


pode abranger de 15 a 25 por cento de todas as fontes. Esses assis-
tentes dlspOem, cada um deles, de dois a cinco chefes de grupo, cada
qual, por sua vez, mantém o contato com um certo ntímero de fontes.
0 chefe de grupo é normalmente um antigo membro de partido comunista
nSo russo, de toda a confiança, cuidadosamente selecionado e prepa-
rado para o trabalho. Normalmente vive no país com passaporte de
sua terra de origem ou de outra, onde é falada sua língua nativa. Se
fôr alemSo, usa passaporte alemSo, austríaco, suíço ou tcheco-eslo-

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O diretor residente é a mola mestra da organização sub


terrâneft. Ele é normalmente homem de grande experiência em informa-
ções, com longos anos de trabalho como funcionário de contra-informa
çSo na UniSo Soviética, onde seu ofício, normalmente, era desentocar
espiões estrangeiros que se introduziam no país para obter segredos
diplomáticos e militares. Sua experiência como caçador dá-lhe inca^
culáveis vantagens quando êle próprio é a caça em país estrangeiro.
Os velhos dirigentes da NKVD, que criaram o serviço de informações
soviético, olham com desconfiança para a nova geração de agentes que
nSo tiveram experiência anterior trabalhando em contra-informação.Re
ferem-se a eles como simples mensageiros que apanham o material for
necido pelos informantes para ser microfilmado e fazem-no chegar ao
destino, sem conhecer o complexo trabalho das operações de informa-
ções.

A autoridade do diretor residente é suprema e a este


respeito êle pode ser comparado a um capitfío de navio ou a um coman-
dante militar em campanha. Suas ordens sfi"o obedecidas prontamente
mesmo que seus agentes nSo concordem com elas. Ele toma as decisões
sozinho e a responsabilidade toda lhe cabe. Sabe que um passo em fa_l
so de sua parte pode causar a ruína de toda a rede e significar pri-
sSo para êle próprio e para seus homens. Embora esteja sob o contro-
le de Moscou e deva consultar o QG quando se trata de operações im-
portantes, êle tem alto grau de independência. Moscou pode vetar
qualquer plano seu, porém, nSo pode forçá-lo a desencadear qualquer
operaçSo considerada por êle como errada, perigosa ou condenada ao
fracasso. Além de seus auxlliares imediatos, o residente tem contac-
tos pessoais apenas com os "chefes de grupo" e alguns dos informan-
tes de maior importância. Seu passado na Rússia e sua nova identida-
de (nome, passaporte, atividade de cobertura e endereço), sSo conhe-
cidos apenas por um ou dois de seus auxlliares mais chegados que s3o,
também como êle, altos funcionários da NKVD. A despeito de, por ra-
zões de segurança, o residente n5o poder permitir-se ser conhecido
pessoalmente por todos os informantes e outros integrantes da rede,
ê muito importante que êle conheça a todos, ao menos de vista. Com
este objetivo, comparece ocasionalmente aos locais de reuniõo dos
"chefes de grupo" com os informantes e observa a todos com atençSo

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sen que estes saibam quem êle ê, O diretor residente deve conhecer
também os dados biográficos de cada informante, sua ocupaçffo e lopal
de trabalho, maneira pela qual foi aliciado, sua produçffo em favor
da espionagem soviética e o grau de confiança que lhe é atribuído. 0
residente tem uma chave para cada informante, na forma de senha es-
pecial, com a qual pode chegar até* êle, em caso de emergência. Desse
modo, em diversas ocasiões, quando um agente subterrâneo rompeu coa
Moscou, o residente ou um dos seus auxillares puderam avisar os in-
formantes que trabalhavam com o desertor, avisando-os do perigo imi-
nente das contra-medidas que deviam tomar.

Recordo de um caso em que a "residentura" descobriu


que uma de suas mais valiosas fontes, um professor de Química ale-
m5o, que realizava experiências importantes no Kaiser Wilhelm Insti-
tut, etx Berlim, para o Ministério da Guerra e estava prestes a ser
prSso pela Gestapo. 0 agente soviético que mantinha contacto com o
professor, estava baixado a um hospital, em convalescença de uma ope.
raçSo de emergência. 0 professor tinha que ser avisado para que des-
truísse todos os vestígios de seu trabalho de espionagem, fazer su-
mir o equipamento fotográfico especial que havia sid« montado em sua
casa por um especialista russo e fugir. 0 residente dirigiu-se com
sua secretária, uma Jovem alemã", para o Kaiser Wilhelm Instltut, em
Dahlem e quando o professor saiu do edifício os dois o seguiram até*
certa distância para certificarem-se de que êle nffo estava sendo vi-
giado. Quando se certificaram de que nSfo estava, a Jovem aproxlmou-
-se, identificou-se com a senha e deu-lhe a má notícia, entregou-lhe
um envelope com dinheiro e o professor, após cumprir as instruções,
fugiu, naquela mesma noite, cruzando a fronteira com um passaporte
alemSo falso fornecido pela "residentura".

Os agentes de lnformaçfJes soviéticos concordam em que


depois do diretor residente, que ê q comandante de todo o enpreendlnen.
to, a figura mais importante ê a fonte ou informante, como é usual-
mente chamado. Se este está situado numa poslçfio estratégica, com a-
cesso a segredos diplomáticos ou militares, êle vale seu peso em ou-
ro, toda vez que produz qualquer coisa de importância. A rede, oaso
disponha de uma diízia de informantes desse tipo, tem assegurado o su
cesso do diretor residente e dos membros de sua assessoria e todos
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