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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO


LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

Disciplina –História do Brasil e seu Ensino – Prof. Me. Leopoldo


Licenciatura em Geografia – 3° semestre (2019. 1) Atividade 2ª parte 1Bi (___pts).
Data 10/06/2019 – CCSE – SALA 07 Bloco II

PLANO DE AULA
TEMA: A Herança Cultural Indígena
SUB-TEMA: A Importância e Influência dos índios na Cultura da Cidade de Belém -PA
JUSTIFICATIVA: Os indígenas foram os primeiros habitantes originais do Pará e
ajudaram a constituir a sociedade em que vivemos hoje em diferentes aspectos:
geográfico, étnico, gastronômico, medicinal, artesanal, dentre outros que integram a
cultura de um povo. Portanto, é essencial que possamos conhecer um pouco mais
sobre os índios que habitavam nossas terras e valorizar a influência deles no nosso
dia-a-dia, assim como reconhecer que grande parte dos nossos hábitos de hoje são
herança da cultura indígena a qual é parte integrante de nossas raízes, proporcionando
aos alunos a oportunidade de enxergar melhor as características da nossa própria
cultura e respeitar os povos indígenas existentes e, principalmente, resistentes.
OBJETIVO GERAL:
Promover a consciência crítica-reflexiva sobre os povos indígenas no processo
histórico da cidade de Belém do Pará de forma lúdica para a melhor compreensão do
modo de vida levado por eles em nossa capital.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
 Identificar o conhecimento dos alunos sobre o universo indígena e a sua
influência na cultura Paraense;
 Caracterizar o espaço ocupado pelos índios, seus hábitos e costumes;
 Valorizar a diversidade racial do povo brasileiro proporcionando o respeito à
diferença racial e cultural;

CONTEÚDOS:
 Identidade indígena
 Importância e Influência indígena na cultura dos Paraenses
 Linguagem
 Música
METODOLOGIA (PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS)
O professor irá iniciar as atividades fazendo uma abordagem relacionada ao
tema, com a utilização de slides.
Quando os portugueses desembarcaram na Amazônia, encontraram um território
povoado, porém esses habitantes desconheciam a escrita e não deixaram documentos
sobre o próprio passado, assim o conhecimento que temos sobre os índios, baseia-se
principalmente em relatos e descrições dos viajantes europeus que aqui estiveram, na
época do Brasil colonial.
A partir do contato que colonos e soldados estabeleceram com esses índios, o núcleo
da nova cidade foi construído. Ergueram uma fortaleza, o forte do presépio , que ajudou
a defender a terra de outras potências que queriam conquistar esta parte do Brasil, após a
dominação da mata foram abertas as primeiras ruas, paralelas ao rio Guamá e Baía do
Guajará, onde os colonos levantaram moradias em taipa, iniciando o bairro Cidade
Velha, nascia o povoado de Feliz Lusitânia – a origem de Belém. Constituía- se não
apenas como ponto de defesa, também como ponto partida para o interior e, da
conquista do Amazonas. Onde os índios foram importantes aliados dos portugueses,
mesmo que involuntários, na consolidação da conquista territorial e na contribuição da
composição da atual população paraense através da mestiçagem.
Além disso, mesmo depois de os povos indígenas terem passado pelo processo de
conquista e extermínio, eles nos deixaram diversas práticas culturais que estão
presentes em nossa sociedade até os dias atuais, mas antes de reconhecermos
algumas dessas práticas vamos saber quem eram esses índios.

(Atividade 1)
Primeiramente o professor deverá procurar saber qual é a percepção dos alunos
sobre a população indígena que habitava nossa região, quais são suas
impressões e ideias sobre esse grupo étnico, apresentando questões e respostas
relacionadas:
Quem eram os índios que habitavam Belém quando os colonizadores chegaram?
Como eles viviam? Como se alimentavam? Quais seus costumes ?
 Identidade Indígena
Ao longo do processo de povoamento de todo o território nacional, teria ocorrido a
diferenciação linguística e social que deu origem aos troncos indígenas Macro- Jê e
Macro- Tupi . Deste último originaram-se as nações Tupi e Guarani, que, apesar de
ocuparem diferentes regiões, as sociedades tupis e guaranis eram bastante
semelhantes entre si, nos aspectos linguísticos e culturais.
Ao todo, os grupos designados como tupis compunham-se de aproximadamente
100.000 indivíduos. Dentre os grupos reconhecidos pelos historiadores que tinham o
tupi antigo como língua materna estão os guaranis, tupinambás, tupiniquins, caetés,
tamoios, potiguaras, temiminós, tabajaras, jurunas, mundurucus entre outros. Todas
essas tribos se encontravam na parte litorânea brasileira, e foram os primeiros índios a
ter contato com os portugueses que aqui chegaram no século XVI.
Destacamos a tribo dos Tupinambás (Figura 1), porque foram os primeiros moradores
deste chão. O tupinólogo Eduardo de Almeida Navarro, sugere a etimologia "todos da
família dos tupis", através da junção de tupi (tupi), anama (família) e mbá (todos). Os
tupinambás moravam em grandes cabanas
comunitárias feitas de troncos e folhas de
palmeira. Dentro de cada cabana, chamada oka,
moravam várias famílias, sem que houvesse
divisórias entre as mesmas. Cada família possuía
seu próprio fogo e diversas redes de dormir
confeccionadas com fibras vegetais, cipós e
algodão. No centro da cabana, morava o chefe da
cabana.

(Figura 1) ( Figura 2)

As okas (figura 2) eram montadas em sistema de mutirão (palavra que se originou do


tupi moti'rõ, que significava um trabalho em conjunto visando a ajudar uma pessoa. Em
troca, essa pessoa retribuía com a realização de uma festa coletiva, eram dispostas ao
redor de uma praça central chamada okara. O conjunto das cabanas ao redor de uma
praça constituía uma aldeia, chamada de taba. Várias aldeias formavam uma nação. A
população dessas tribos girava em torno de 200 indivíduos, mas suas aldeias podiam
atingir até 600 habitantes.
Viviam da caça, coleta, pesca, além de praticarem a agricultura, sobretudo de
tubérculos, como a mandioca e a horticultura.
Silva (2014) descreve que se plantava milho, mandioca, batata-doce e também taioba²,
cará, jerimum, feijões e pimenta, os tupinambás dedicavam-se ainda à caça, à pesca e
à criação de tartarugas (COSTA; SUDÉRIO, 2009).
Os tupinambás plantavam milho (abati), mandioca (mãdi'og), batata-doce, cará (ka'rá),
abóbora, abacaxi, mamão, algodão, amendoim (mãdu'bi, mãdu'i), pimenta, feijão
(komandá) e tabaco (petyma). Utilizavam o sistema da coivara, ou queimada, para
preparar o terreno para o plantio. Complementavam sua dieta com caça, pesca e
coleta de frutos e raízes. Da mesma forma que a agricultura, estas atividades, com o
tempo, esgotavam os recursos de uma área, obrigando a tribo a migrar para novas
áreas.
A alimentação dos índios do Brasil se compunha basicamente de farinha de mandioca,
peixe, mariscos e carne. Conheciam os temperos e a fermentação de bebidas
alcoólicas. A divisão de trabalho era por sexo, cabendo aos homens as tarefas de
esforço intenso, como o preparo da terra para o cultivo, a construção das ocas, a caça,
a pesca e protegiam a tribo. As mulheres encarregavam-se do plantio e da colheita, do
preparo dos alimentos e cuidar das plantações e dos filhos. O artesanato (confecção de
vasos de argila, redes, etc.) eram trabalhos femininos. Instrumentos de guerra - arcos e
flechas, lanças - eram feitos pelos homens.
Não usavam roupas. Limitavam-se a pintar o corpo com tinta vermelha de urucum e
preta de jenipapo, tanto para adorno quanto para proteção contra o sol e os insetos.
Utilizavam-se de adornos feitos de penas, conchas, ossos e fibras vegetais, como
cocares, capuzes, ligas para os braços e as pernas, colares, pingentes que eram
enfiados nos lábios e nas orelhas e capas. Tradicionalmente, os índios tupis se
preocupam com o corte de cabelo, pois ele identifica a tribo à qual pertence o indivíduo.
Os casamentos serviam para estabelecer alianças entre aldeias e reforçar os laços de
parentesco Entre os tupinambás, o matrimônio avuncular (tio materno com sobrinha),
ou entre primos era o mais desejado. Praticavam a poligamia. Quanto mais mulheres
tivesse um homem, maior era seu status dentro da tribo.
As famílias grandes tinham um líder e as aldeias tinham um chefe, o mourixaba. Em
torno dele reuniam-se um conselho da taba, formado pelos líderes e o pajé, líder
espiritual que comandava as festividades do dia a dia, curava os doentes com ervas e
rituais sagrados e orientava as pessoas. Em tempos de guerra ou de calamidade, os
índios obedeciam ao morubixaba. Porém, em tempos de paz, quem tinha maior
autoridade era o pajé.
As crenças religiosas dos índios possuíam um papel ativo na vida da tribo. Praticavam-
se diversos rituais mágicos sagrados, relacionados ao plantio, à caça, a guerra, ao
casamento, ao luto e à antropofagia. A música tinha um papel muito importante nessas
cerimônias, usavam instrumentos de sopro (feitos muitas vezes de ossos humanos) e
chocalhos feitos de cabaça oca com sementes secas em seu interior. Esses chocalhos
eram chamados de maracás e tinham um importante papel religioso. Segundo o
mercenário alemão Hans Staden, os tupis adoravam os maracás como se eles fossem
deuses.
A guerra e os rituais antropofágicos:

As diversas tribos tupinambás possuíam uma língua comum, conhecida como tupi,
porém não mantinham uma unidade e chegavam até mesmo a guerrearem entre si ou
contra tribos não tupis, os chamados tapuia ("estrangeiros" ou "inimigos" em tupi), A
vida dos grupos ou mesmo de “nações” girava em torno das da qual faziam parte os
rituais antropofágicos (figura 3)
(figura 3).

A guerra e os banquetes antropofágicos reforçavam a unidade da tribo: por meio da


guerra era praticada a vingança dos parentes mortos, enquanto o ritual antropofágico
significava para todos, homens, mulheres e crianças, a lembrança de seus bravos. O
dia da execução era uma grande festa.
O canibalismo, que consistia no sacrifício ritual de um prisioneiro de uma tribo inimiga,
seguido do consumo de sua carne por todos os membros da tribo (exceto pelo
carrasco, que se retirava para uma rede e ficava em recolhimento ritual por um certo
período). A carne que não era imediatamente consumida era defumada ("moqueada")
na grelha e guardada para consumo posterior. O canibalismo era movido por três
objetivos: primeiro, a vingança contra os inimigos da tribo; segundo, adquirir as
qualidades positivas do inimigo ingerido, pois os tupis acreditavam que adquiriam as
qualidades do indivíduo ingerido. Por este motivo, os tupis evitavam ingerir a carne de
animais lentos, como a preguiça e procuravam ingerir a carne de animais velozes,
como o veado. Em terceiro, o matador ganhava fama e reputação: quanto mais se
matassem inimigos, mais se era respeitado dentro da comunidade.
 Importância e Influência indígena na cultura dos Paraenses
Os Tupinambás deram contribuições significativas para a população Belenense, como
a domesticação da mandioca e o aproveitamento de várias plantas nativas, Além disso,
difundiram o costume de descansar em redes, a vontade de andar descalços e de
tomar banho diário. Para a língua portuguesa legaram (cerca de 20 mil palavras), de
nomes de lugares, pessoas, plantas e animais e muitas de suas lendas foram
incorporadas ao folclore brasileiro, tornando-se conhecidas em todo o país.
A culinária brasileira herdou vários hábitos e costumes da cultura indígena, como a
utilização da mandioca e seus derivados (farinha de mandioca, beiju, polvilho), o
costume de se alimentar com peixes, carne socada no pilão de madeira (conhecida
como paçoca) e pratos derivados da caça (como picadinho de jacaré e pato ao tucupi),
além do costume de comer frutas (principalmente o cupuaçu, bacuri, graviola, caju,
açaí e o buriti).
A base da alimentação era a farinha de mandioca, que era preparada a partir da
ralação das raízes de mandioca com o auxílio de língua de pirarucu (Arapaima gigas)
ou de um pedaço de madeira com pedras pontiagudas incrustradas. Antes de ralada, a
raiz de mandioca era deixada de molho durante três dias em um rio, para soltar a casca
e fermentar. A mandioca ralada era então espremida em um trançado de palha
chamado tipiti (do tupi tipi, "espremer" e ti, "água") para remover todo o líquido. Do
líquido esbranquiçado, era extraído o polvilho, ou seja, o amido da mandioca, através
do processo de decantação. Já a massa seca era torrada, resultando na farinha de
mandioca.
O cultivo era base da alimentação de tribos tupi em boa parte do litoral brasileiro,
Cascudo (2004) descreve que A mandioca vivia nos dois elementos inarredáveis da
alimentação indígenas: a farinha e os beijus. O primeiro constituía o conduto essencial
e principal, acompanhando todas as coisas comíveis, da carne à fruta. O segundo
fornecia bebidas, além de ser a primeira matalotagem de jornada, de guerra, caça,
pesca, permuta, oferenda aos amigos.
Para guardar os alimentos, utilizavam-se de cabaças e cestas de origem vegetal e de
cerâmicas. Consumiam uma bebida fermentada à base de mandioca, milho e frutas
chamada kaûim. Para o seu preparo, as mulheres coziam e mastigavam os
ingredientes, o que auxiliava no seu processo de fermentação. Os índios produziam
grandes quantidades dessa bebida, a qual era consumida principalmente nas festas,
durante as quais os índios se embriagavam com a bebida.
Ervas Medicinais
Além da influência indígena na culinária brasileira, herdamos também a crença nas
práticas populares de cura derivadas das plantas. Por isso sempre se recorre ao pó de
guaraná, ao boldo, ao óleo de copaíba, à catuaba, à semente de sucupira, entre outros,
para curar alguma enfermidade.
Os tupinambás tinham um grande conhecimento das propriedades das plantas.
Usavam, por exemplo, o tabaco (Nicotiana tabacum) em suas cerimônias religiosas,
através de cigarros primitivos feitos com folhas de palmeiras, charutos, cachimbos,
rapé ou mascando suas folhas. Era através do fumo que os pajés conseguiam se
contactar com o mundo espiritual, os deuses, os mortos e fazer previsões sobre o
futuro. Fabricavam também uma bebida inebriante a partir das raízes da jurema
(Mimosa hostilis), o chamado "vinho de jurema". Conheciam também ervas de efeitos
estimulantes, como a erva-mate e o guaraná. E ainda o timbó, designação genérica de
várias espécies de plantas com propriedades sedativas que eram utilizadas para
pesca.
A influência cultural indígena na cidade de Belém do Pará não para por aí: a língua
difundida na cidade de Belém do Pará também teve influência das línguas indígenas.
Assim várias palavras de origem indígena se encontram em nosso vocabulário
cotidiano, como palavras ligadas à flora e à fauna: abacaxi, caju, mandioca, tatu e
palavras que são utilizadas como nomes próprios como Iracema, Ubiratan, Iara entre
outros. O nome do nosso Estado “Pará” também é um nome indígena derivado do
termo pa’ra, que na língua tupi-guaraní significa "rio-mar" ou "rio do tamanho do mar".

(Atividade 2)
Em seguida será desenvolvida uma atividade em grupo, onde o professor irá
sugerir um nome indígena para cada grupo, ressaltando os nomes de tribos
indígenas que foram dados as ruas de Belém.
 Grupo 1 – Tupinambás
 Grupo 2 – Tamoios
 Grupo 3 – Apinagés
Será proposto aos alunos identificar o significado de palavras com origem indígenas
através de slides e fichas. Ao se perguntar o significado de cada figura mostrada no
slide, eles irão procurar a ficha correspondente ao significado e entregá-la ao professor.
 Linguagem
Acaí- O termo "açaí" é oriundo do tupi yasa'i, "fruta que chora" da "terra", numa alusão
ao suco desprendido pelo seu fruto.
Tucupi – vem do termo ( tiku'pir ) “destilado”, do tupi tucu-pi significa “a decoada
picante”. Sumo da mandioca puba – apodrecida.
Tapioca – vem do termo (tïpï'og) "sedimento”, do tupi  tapi (pão) + oca (casa) significa
“pão feito em casa”.
Jacaré – do tupi "îakaré", ou "jaeça-karé", que significa "aquele que olha de lado" 
Carimbó – do tupi "korimbó", junção de "curi" (pau oco) e "m’bó" (furado), que significa
“pau que produz som".
Mandioca – origina-se do termo tupi (mãdi'og), mandi-ó ou mani-oca, que significa
"casa de Mani", sendo Mani a deusa benfazeja dos guaranis que se transforma em
mani-oca.
Abacaxi – do termo (ïwaka'ti ) 'fruta que recende' O termo "abacaxi" é oriundo da
junção dos termos tupis i'bá (fruto) e ká'ti (recendente, que exala cheiro agradável e
intenso), significa fruto cheiroso
Caipira – do termo (ka'apir ou kaa – pira) (cáa= mato; pira= cortar) significa “cortador
do mato”
Pindaíba– do termo tupi (pinda'ïwa) 'planta anonácea' que era utilizada como isca para
pesca. (pindá) anzol com (iba) ruim.
Pipoca – do termo (pï'poka) do tupi guarani formado pela junção de pira (pele) e poka
(estourar), significa pele estourada.
Cajú  – do termo (akaiu)  na língua tupi, acaiu significa noz que se produz. Na tradição
oral sabe-se que acayu ou aca-iu refere-se a ano, uma vez que os indígenas contavam
a idade a cada floração e safra.

(Atividade 3)
Finalmente, através de uma exposição o aluno será mediado pelo professor a
identificar objetos do vestuário e de defesa, assim como utensílios, alimentos e
plantas medicinais da cultura indígena associados a cultura da população da
cidade de Belem - PA.
De acordo com suas necessidades de sobrevivência, os índios produziam material de
preparo alimentício, caça, pesca, vestimenta, construíam abrigo e transporte com
materiais tirados da natureza, sem prejudicá-la.
Os artefatos de guerra ou de trabalho eram de madeira e pedra, e desta última eram
inclusive os machados com que cortavam madeira para vários fins. Nas guerras, as
principais armas utilizadas eram o arco e flecha e o porrete (a ibirapema, também
chamada taca'pe ou tangapema), confeccionada com madeira de pau-
ferro (Caesalpinia ferrea). Também era ocasionalmente utilizado um escudo feito de
pele de anta (Tapirus terrestris) ou de casca de árvore. Nos frequentes ataques a
outras tribos, enfeitavam-se com penas vermelhas, como forma de se distinguirem da
tribo atacada.
Com as fibras nativas dos campos e florestas, fabricavam-se cordas, cestos, peneiras,
esteiras, redes, abanos de fogo; moldavam-se em barro diversos tipos de potes, vasos
e utensílios diversos.
Apresentação dos seguintes objetos:

 Flecha e arco para caça e pesca, lança


 Tipiti para espremer a massa da mandioca
 Peneira para peneirar a massa seca para fazer farinha e beiju, tapioca ou curadá
 Abano para virar e tirar o beiju do forno feito de argila
 Pilão para moer a carne cozida, peixe moqueado, pimenta e outros sempre
torrados
 Pulseiras, anéis de caroço de tucumã e outros adereços.
 Cesto de cipó e cuias para carregar e guardar a massa, farinha, tapioca, beiju,
frutas entre outros
 Zarabatana para caça especial de aves
 Maracá, flauta e pau de chuva, cada um com seu específico som harmonioso.
 Vaso de cerâmica
 botija de xxxxx para armazenar água e ornamentar em momentos de festas.
 Alimentos que eram consumidos pelos índios
 Ervas medicinais

OBS: As atividades serão desenvolvidas de forma individual e em grupo com a


interação professor-aluno e serão finalizadas com uma exposição ao som da
música: “Todo dia era dia de índio” (Baby do Brasil).

 Música

Todo Dia Era Dia de Índio


Baby do Brasil

Curumim,chama Cunhatã Com certeza


Que eu vou contar De maltratar uma fêmea
Curumim,chama Cunhatã Ou de poluir o rio e o mar
Que eu vou contar Preservando o equilíbrio ecológico
Todo dia era dia de índio Da terra,fauna e flora
Todo dia era dia de índio Pois em sua glória,o índio
Curumim,Cunhatã É o exemplo puro e perfeito
Cunhatã,Curumim Próximo da harmonia
Antes que o homem aqui chegasse Da fraternidade e da alegria
Às Terras Brasileiras Da alegria de viver!
Eram habitadas e amadas Da alegria de viver!
Por mais de 3 milhões de índios E no entanto,hoje
Proprietários felizes O seu canto triste
Da Terra Brasilis É o lamento de uma raça que já foi muito feliz
Pois todo dia era dia de índio Pois antigamente
Todo dia era dia de índio Todo dia era dia de índio
Mas agora eles só tem Todo dia era dia de índio
O dia 19 de Abril Curumim,Cunhatã
Mas agora eles só tem Cunhatã,Curumim
O dia 19 de Abril Terêrê,oh yeah!
Amantes da natureza Terêreê,oh!
Eles são incapazes

RECURSOS DIDÁTICOS:
 Data Show, aparelho de som; vídeo da música “ Todo dia era dia de índio”
 Objetos relacionados a cultura indígena: vaso de cerâmica, arco e flecha, lança,
machado de pedra, cantil, colares, alimentos, plantas medicinais etc.
 Fichas com a descrição dos significados das palavras com origens indígenas;

AVALIAÇÃO:

 A avaliação será feita observando-se o interesse dos alunos sobre o tema e


participação nas atividades propostas em sala e o desempenho na associação e
compreensão dos elementos culturais indígenas com a cultura Paraense.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Segundo a Fundação Nacional do Índio – FUNAI, do ano de 1500, até os dias atuais, a
população indígena diminuiu de três a cinco milhões de índios para 358 mil índios.
Desde o início do século XIX, não existem mais sociedades indígenas organizadas na
área metropolitana de Belém, mas não se pode negar a forte herança destas
sociedades no cotidiano da cidade, mesmo que diante de um processo de apagamento
da nossa memória. No entanto a influência destes povos indígenas ainda hoje é
bastante evidente nas práticas cotidianas dos moradores de Belém. Se não podemos
vê-la materializada na arquitetura dominante nos centros históricos, mas podemos
pensá-la, por exemplo, nos vários pratos regionais, regados ao molho de tucupi,
bastante associados à culinária indígena e nos hábitos e costumes do Paraense.

REFERÊNCIAS:
SILVA, A. P. de. Saberes tradicionais indígenas nos séculos XVI e XVII. Raízes e
Rumos, v. 2, n. 1, 81-155, 2014.
COSTA, G. G. da; SUDERIO, M. de O. Redes de cidades amazônicas: Belém,
Santarém, Manaus e Rio Branco. In: III SIMPÓSIO LUSO-BRASILEIRO DE
CARTOGRAFIA HISTÓRICA. 3., 2009, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: UFMG, 2009.
Acesso em 14 de maio de 2019.
http://www.funai.gov.br/
http://artesanatoindigena.com/artesanato-indigena-em-belem/
https://portalcanaa.com.br/site/
https://www.dicionariotupiguarani.com.br/section/nomes/
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico. Rio de
Janeiro: IBGE,2010
FONTES:
Fonte / Fotos: 
Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=523692
Letra da música: disponível em: http://letras.mus.br/baby-do-brasil/365271/.

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